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5o dia 25/abr (qua/mié) – Deserto do Atacama (Salar de Atacama)

 

Chegou o dia do passeio pelas Lagunas Altiplânicas que eu aguardava ansiosamente por passar também pelo Salar de Talar.

A van da Cosmo Andino passou no horário combinado, às 7h e fomos em direção à primeira atração, o Salar de Atacama, um local bastante bonito, cheio de crostas de sal. Paramos próximos à Laguna Chaxa, onde é possível observar flamingos.

Pagamos a entrada de 2.500 pesos, andamos pelo local observando e tirando muitas fotos e depois tomamos o café da manhã, que era mais ou menos igual aos outros (pão, geléia, queijo, suco, chá, café, etc.).

 

Depois partimos para um percurso de umas 2 horas com paisagens muito bonitas até as Lagunas Miscanti y Meñique. Nesse percurso vamos subindo bastante até alcançar o Altiplano Andino. As lagoas ficam a pouco mais de 4100m de altitude.

O problema é que, durante o caminho, começou a chuviscar, algo bastante incomum no local.

Um pouco mais à frente o tal chuvisco virou neve e foi aí que o passeio "desandou"... rs

Com neve no caminho não seria possível chegar até as lagoas e, consequentemente, ao Salar de Talar. Até tentaram prosseguir, mas não dava.

 

O jeito então foi descer um pouco pra ver a neve. Como eu já havia visto neve em Veneza, na hora não vi muita graça. Inclusive uns gringos acabaram nem descendo da van, pois segundo eles já estavam acostumados "até demais".

Mas depois até que a situação acaba sendo legal, afinal não dá pra imaginar uma viagem sem um mico ou imprevisto... rs

Duas brasileiras, as irmãs Tatiana e Taís que também haviam participado do tour astronômico e que eu reconheci somente pela voz - pois no tour estava um breu só -, fizeram até guerrinha com bola de neve... rs

Lá também estava o brasileiro que eu havia conhecido no passeio dos geysers.

 

Após a bagunça na neve, já que não havia como prosseguir, fizemos o trajeto de volta e paramos nos povoados de Socaire e Toconao, que faziam parte do passeio completo, mas que não tinham muita graça, ao menos pra mim, que gosto muito mais de natureza do que de "cidade".

Ambos os povoados possuíam uma igrejinha cada, algumas plantações, casas, artesanato e só.

 

Depois voltamos a San Pedro numa espécie de floresta. Isso mesmo, uma floresta no meio do deserto que, segundo o guia, foi fruto de uma experiência não muito bem sucedida dos anos 60.

Neste local iríamos almoçar e, como não havíamos feito o passeio completo, parece que o pessoal da agência iria oferecer o passeio pra Laguna Cejar à tarde como forma de compensação.

Mais um motivo pra eu não achar graça, pois já havia feito esse passeio no primeiro dia no Atacama.

 

Foi aí que apareceu, enquanto os guias preparavam o almoço, uma tempestade de areia que fez com que tivessem que improvisar a mesa dentro da van.

Nem preciso dizer que, apesar de ter bastante coisa pra comer (pão, tomate, atum, azeitona, abacate, queijo, salame, palmito, ovo, suco, banana, barrinha de cereal, etc.), foi um almoço bastante tumultuado... rs

A ironia da coisa é que a tempestade de areia, que veio pra atrapalhar ainda mais aquele dia, acabaria sendo útil pra mim mais tarde. Lógico que depois que a situação acaba e vira "história pra contar" a coisa fica mais divertida.

 

Enfim, almoçamos no improviso e voltamos pra San Pedro, já sabendo que estaria tudo fechado até a tal tempestade passar.

Chegando à Cosmo Andino, como não seria possível fazer o passeio pra Laguna Cejar devido à tempestade de areia, o dono resolveu devolver metade do dinheiro pra todo mundo, então até que pra mim não foi um mau negócio.

Foi até uma atitude legal deles, pois no boleto, que eu havia assinado, estava escrito que em caso de cancelamento devido a condições climáticas não havia devolução de dinheiro.

 

Como estava quase tudo fechado resolvi voltar pro quarto no hotel e descansar enquanto aguardava a tempestade passar.

De dentro do quarto o barulho do vento e da areia até parecia chuva, até abri a porta algumas vezes pra conferir, mas era só areia mesmo... rs

Se quisesse até daria pra andar na rua, mas a areia incomodava bastante, teria que usar óculos, enfim...

 

Depois de um bom tempo só descansando a tempestade passou, então saí pra dar uma volta e me despedir do Atacama.

Fui até a Colque Tours e confirmei a saída pra travessia do Salar de Uyuni.

Depois liguei pra casa da minha mãe, de um locutório em frente à pracinha principal, afinal ela até hoje não tem internet, então só tinha notícias minhas através da minha esposa, com a qual eu trocava e-mail sempre que dava.

 

Sempre trago algumas moedas e notas dos países por onde passo como recordação, mas como já tinha a minha coleção de pesos chilenos, "torrei" meus últimos trocados e voltei para o hotel para arrumar as coisas.

Mas não sem antes tirar uma foto de um dos muitos cachorros "gigantes" que vivem pelas ruas de San Pedro. Desde que cheguei achei estranho cachorros tão grandes e gordinhos por lá, mas um guia explicou que, apesar de serem criados na rua, pertencem ao pessoal que vive por lá e geralmente ficam esperando na porta da casa ou do trabalho do dono.

 

Gastos do dia:

Entrada - Salar de Atacama: 2.500 pesos chilenos

Hostal Sonchek: 44.000 pesos chilenos (4 diárias)

Telefonema - Brasil: 850 pesos chilenos

 

Devolução:

Tour Lagunas Altiplânicas + Salar de Talar: 20.000 pesos chilenos

 

 

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[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120528122308.JPG 500 333.333333333 Laguna Chaxa (Salar de Atacama)]Laguna Chaxa (Salar de Atacama)[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120528122330.JPG 500 333.333333333 Laguna Chaxa (Salar de Atacama)]Laguna Chaxa (Salar de Atacama)[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120528122356.JPG 500 333.333333333 Neve no caminho para as Lagunas Altiplânicas]Neve no caminho para as Lagunas Altiplânicas[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120528122431.JPG 500 333.333333333 Pueblo de Socaire]Pueblo de Socaire[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120528122449.JPG 500 333.333333333 Próximo a San Pedro]Próximo a San Pedro[/picturethis]

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Iderley Fantastico seus relato. Putz suas fotos estao demais. Meu primeiro mochilão sozinho teve roteiro parecido com o seu, mas depois que curti muito viajar "sozinho" num paro mais rsrsrs. Grande abraço. ::otemo::::otemo::

 

Valeu, Wesley!

 

Comigo é a mesma coisa, foi minha primeira trip sozinho e sobrou um gostinho de "quero mais"... rs

 

Abs!

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6o dia 26/abr (qui/jue) – Salar de Uyuni

 

Neste dia o combinado era sair às 8h da frente do escritório da Colque.

Como sempre costumo chegar adiantado, tive tempo para tirar algumas fotos das ruas de San Pedro vazias.

Fui o primeiro a chegar e como tudo estava fechado àquela hora, fiquei com dúvida se estava no local certo, hora certa, etc.

Mas depois de um tempo começaram a aparecer outras pessoas e fiquei mais tranquilo, quem estava atrasado era o motorista da Colque mesmo.

 

Depois de uma meia hora de atraso o cara apareceu e levou a gente pro local onde faríamos a migração, ou melhor, onde faríamos apenas a saída do Chile.

Como ficamos mais um tempão na fila, deu pra conhecer o pessoal com quem passaria os próximos dias na travessia do salar: um inglês (Clive), um americano (Jesse), e mais cinco holandeses, dois casais (um deles o Rubens e a namorada que me esqueci o nome) e um cara sozinho (Sander).

Um dos casais de holandeses iria direto pra cidade de Uyuni, sem fazer a travessia do salar, então acabei não tendo tanto contato.

Até então estava me virando só no "portunhol", aliás, no português mesmo, pois todo mundo entendia sem problemas. Só algumas palavras que são muito diferentes - "ontem", por exemplo -, que eu falava o correto em espanhol pra não deixar dúvidas.

Apesar de o Sander falar muito bem espanhol, pois havia morado um tempo no Peru, tive que "virar a chave" para o inglês pra que todo mundo se entendesse. Eu não compreendia perfeitamente tudo que eles falavam, principalmente o inglês e o americano, que falavam rápido, mas a gente acabava se entendendo.

 

A fila demorou quase uma hora, não entendi direito se não abriam naquele horário ou se era somente naquele dia que estava assim, mas enfim acabamos fazendo o processo de saída do Chile.

O problema é que, assim que fizemos isso, o motorista nos avisou que a estrada para a Bolívia, por onde iríamos passar, estava fechada por causa da neve - a mesma neve que me impediu de fazer o passeio completo pras Lagunas Altiplânicas no dia anterior.

 

Foram três horas de tensão, sem notícias concretas, aguardando próximo à migração em San Pedro.

Pra mim ainda havia um fator que aumentava a tensão, pois como disse anteriormente, havia esquecido a carteirinha internacional de vacinação no Brasil e não sabia se os policiais da migração boliviana iriam impedir a minha entrada por esse motivo, ou mesmo se iriam pedir algum dinheiro pra "fazer vista grossa" pra isso.

 

Mas por volta de meio dia, quando eu já tinha cansado de fazer "plano b" (pensei até que teria que ir direto pro Peru devido a não poder entrar na Bolívia... rs) o motorista apareceu todo apressado dizendo que estava tudo ok e que poderíamos prosseguir.

 

A migração da Bolívia fica "no meio do nada", é simplesmente uma casinha e nada mais.

Fui somente com o passaporte e não tive problema algum, que alívio!!!!!! rs

Porém resolveram encrencar com Jesse, o americano. Pediram pra ver o nosso motorista e que ele iria ficar responsável pelo Jesse até chegarmos a Uyuni.

O problema é que nosso motorista, o que havia levado a gente de San Pedro até a fronteira, havia partido.

Só depois é que entendemos que eles queriam era falar com o "novo" motorista, o boliviano do jipe que nos levaria pela travessia do salar.

 

Resolvida a questão burocrática fomos até a entrada da Reserva Nacional Eduardo Avaroa, onde se paga 150 bolivianos para entrar. É necessário guardar o ticket, pois pedem novamente no dia seguinte, quando se sai de lá e, caso tenha perdido, tem que pagar novamente.

 

Bem próximo a essa entrada fica a Laguna Blanca, local onde paramos para almoçar: macarrão, atum, tomate, pepino, legumes cozidos, coca-cola, chá de coca (de novo! rs), etc.

Pelo que havia lido nos outros relatos, achei bom o almoço.

 

Depois do almoço, algumas fotos na Laguna Blanca e seguimos rumo à próxima parada: Laguna Verde.

Muito bonita também, uma cor verde muito marcante, pena que a parada foi rápida.

Provavelmente os tempos de parada foram reduzidos por causa do problema da estrada bloqueada no começo do dia.

Aliás, mesmo com as paradas rápidas esse dia pra mim foi o melhor da viagem, as paisagens e cores eram fantásticas, quase não tenho palavras para descrever.

 

Seguimos da Laguna Verde para a piscinas de aguas termales passando, mas sem parar, pelo Desierto de Daly.

Chegando à piscina, acho que todos entraram na água, mas como minha prioridade eram as paisagens e as fotos, que pra mim são indissociáveis do ato de viajar, acabei não entrando.

 

Em seguida fomos aos Geysers de Sol de Mañana, os quais são bem diferentes dos Geysers del Tatio, do Atacama. Os da Bolívia são, na verdade, buracos bem grandes no chão, de onde saem as fumarolas.

Achei que não veríamos muita coisa, pois o sol já estava alto no céu, mas pra minha surpresa havia bastante fumaça, foi bem legal.

 

Terminamos o dia na Laguna Colorada, onde fica o alojamento em que passamos a noite.

Chegando lá peguei a mochila cargueira, fiz uma rápida organização das coisas no quarto e parti para uma caminhada na Laguna Colorada, pois havia pouco tempo até o pôr-do-sol.

A lagoa é muito bonita, com a água vermelha e o branco do sal. Uma montanha do lado esquerdo ajuda a compor a paisagem e, caminhando em sua direção, é possível subir e visualizar um pôr-do-sol incrível, com direito a observação do maior número de flamingos, de toda a viagem, reunidos num único local.

 

Fui o último a voltar ao alojamento, pois como não estava sentindo problema algum com a altitude, fui o único a subir para ver o pôr-do-sol.

Mas não perdi nada, pois ninguém se animou a utilizar a ducha (coletiva) com o frio que estava.

O jeito foi improvisar um "banho de gato" e aguardar o jantar: sopa com pão de entrada, espaguete com molho e queijo e um vinho que fez a alegria do pessoal.

Depois do jantar, como não tinha nada pra fazer, vesti quase toda a roupa que tinha trazido por causa do frio e fui dormir.

No alojamento havia 3 ou 4 quartos e havia mais 2 grupos com a gente. O nosso grupo dormiu num dos quartos, onde havia 7 camas de solteiro com vários cobertores.

Todos no quarto, como eram europeus, acharam graça ao me ver com tanta roupa pra dormir, mas pra mim não foi problema algum, melhor que passar frio... kkk

 

Gastos do dia:

Entrada - Reserva Nacional Eduardo Avaroa: 150 bolivianos

 

Câmbios do dia:

300 dólares por 2.061 bolivianos

 

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Iderley,

Seu relato está ótimo, super detalhado e as fotos são lindas, não vejo a hora de ir!

Li em algum lugar que não vale a pena ver os Geysers del Tatio pois a viagem ao Uyuni já contempla geysers... o que vc acha, valeu a pena ver os dois?

Os albergues em San Pedro e no caminho pra Uyuni alugam saco de dormir ou algo do tipo? To com mto medo de passar frio rs

Obrigada!

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Valeu, Alana!

 

Realmente, o tour pelo Salar de Uyuni contempla geysers também, os Geysers Sol de Mañana.

Mas são bem diferentes dos geysers do Atacama. Na minha opinião vale a pena ver os dois.

Agora, se resolver ver os do Atacama, prepare-se para o frio!!! rs

 

Na própria agência que fechei o tour do Salar de Uyuni me ofereceram saco de dormir, mas acabei não pegando.

Dormi com quase toda a roupa que levei, então não precisei... rs

Em que época do ano vc pretende ir?

 

Abs!

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