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Postado (editado)

Reservei os dias 21, 22 e 23 de abril de 2012 para conhecer o Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparáo. O objetivo era entrar pelo lado capixaba do Parque e sair pelo lado mineiro, vendo o sol nascer no cume no amanhecer do dia 23. Parti com dois amigos no dia 21 pela manhã, conforme planejado, mas acabamos abandonando o Parque na tarde do dia 22 pois um dos companheiros não se sentiu bem. Mesmo assim, registro aqui alguns dados sobre lado capixaba do Parque, estradas e transporte para ajudar em outras expedições:

 

[t3]Estrada/Trajeto[/t3]

 

  • Saímos da cidade do Rio de Janeiro no sábado às 06:30, e chegamos na portaria do Parque no lado capixaba às 17:00 totalizando 10,5 horas de viagem, incluindo uma parada para café da manhã e outra para almoço. Não pegamos engarrafamentos na estrada.
     
  • Nosso trajeto: Petrópolis, Areal, Três Rios, Sapucaia, Além Paraíba, Leopoldina, Muriaé, Miradouro, Fervedouro, Carangola, Espera Feliz, Dores do Rio Preto, Pedra Menina. Ao estacionar o carro do lado do acampamento Casa Queimada, o odômetro indicava 486 Km percorridos.
     
  • A medida que nos aproximávamos do parque, a condição da estrada ia piorando, principalmeente a partir de Espera Feliz. Por causa de obras, existiram pelo menos três pontos em que a circulação estava sendo feito apenas em uma faixa e os operários alternavam o sentido em que os veículos podiam trafegar. Em um longo trecho precisamos dirigir devagar e com atenção redobrada pois havia diversos buracos na pista. Em certos pontos, parte do acostamento ou até da própria pista havia cedido e descido ribanceira abaixo. Totalmente desaconselhável o percurso à noite.
     
  • Saímos do parque na segunda-feira às 13:00 e estávamos de volta no Rio de Janeiro às 20:00, totalizando 7 horas de viagem, sem paradas e sem engarrafamentos.
     
  • Na volta, assim que saímos do Parque, seguimos as indicações para Espera Feliz e acabamos fazendo um caminho diferente da ida. Essa estrada estava em condições bem melhores. Ela nos deixou na BR 482 sem passarmos por Dores do Rio Preto. Como é de mão dupla, poderíamos ter utilizado na ida também, mas ficamos com receio de utilizá-la porque indicava Caparaó, e achamos que ela poderia nos levar para o lado mineiro. Da próxima vez, eu certamente faria o percurso por ela. No Google Maps, aparentemente é este o ponto onde ela se une com a BR 482: http://maps.google.com/maps/place?ftid=0x0:0x0&q=-20.65937,-41.878688" onclick="window.open(this.href);return false;
     
  • Na volta nos deparamos com grande número de caminhões trafegando por todo o caminho, além de chuva e neblina na descida da serra de Petrópolis. Mais uma vez, totalmente desaconsalhável o percurso à noite.

 

[t3]Transporte[/t3]

 

  • Alugamos um Fiat Uno 1.0 na Localiza e pagamos R$ 580 por quatro diárias com quilometragem livre. O atendimento foi execelente e o carro estava em ótimas condições.
     
  • Gastamos cerca de R$ 45 com pedágios (ida e volta) nas rodovias e cerca de R$ 200 com combustível.

 

[*]Como iríamos fazer a travessia do ES para MG, precisávamos de translado para voltar para o ES onde deixaríamos o carro estacionado. Descobrimos o telefone de três jipeiros:

 

Ricardo: (28) 3559-3106

André Martins: (32) 8423-5792

Waldir Aguiar: (32) 8426-5737

 

O carro do Ricardo não estava bom, e entre os outros dois, acabamos combinando com o André, que fez o melhor preço. Ele nos cobrou R$ 250 para buscar três pessoas no camping Tronqueira (MG) e levar até o camping Casa Queimada (ES). Depois acabamos cancelando o translado pois, como disse, não fizemos a travessia.

 

[t3]O Parque (lado ES)[/t3]

 

  • Existe um Centro de Visitantes, três cachoeiras e dois campings.
     
  • Não conhecemos o Centro de Visitantes porque estava fechado. Ainda que estivesse aberto, o guarda nos informou que não existe nenhum atrativo lá. A propósito, não havia mapas do parque disponíveis em lugar nenhum.
     
  • Conhecemos os dois campings: Maciera (mais próximo da portaria) e Casa Queimada. Ambos possuem uma ampla área plana e verde para acomodar as barracas, são rodeados por árvores e oferecem banheiro e tanque para a louça. É possível estacionar bem próximo dos dois. Em nenhum dos dois havia água quente ou luz. Acampamos no Casa Queimada. Foi bem difícil fincar specs devidos as diversas pedras abaixo da fina camada de grama.
     
  • Subimos com o Fiat Uno 1.0 levando 3 pessoas com suas cargueiras até o Macieira sem muita dificuldade. Do Macieira até o Casa Queimada, o estado da estrada fica bem pior e as subidas são bem mais íngremes. Mesmo com cuidado, o assoalho arrastou na estrada algumas vezes. Para vencer algumas ladeiras, foi preciso tomar embalo na parte mais plana. Em outros casos, o motor simplesmente não aguentou a inclinação e a carga: Foi necessário desembarcar duas pessoas para vencer a ladeira.
     
  • As três cachoeiras ficam mais próximas do Macieira. São elas: Sete Pilões, Aurélio e Farofa. Todas bonitas, principalmente a do Aurélio. O que achei mais interessante, no entanto, são os poções existentes no Sete Pilões e na Farofa. Se o banho for permitido (não sei se é) e o visitante encarar o frio, dá uma boa diversão. Entretanto, se o seu cronograma estiver apertado e o objetivo for o cume, as cachoeiras poderiam ser dispensadas sem grande peso na consciência.
     
  • Saindo do camping Macieira, a trilha para a Sete Pilões (ida e volta), incluindo fotos, nos custou 30 minutos. Gastamos 1 hora e 20 minutos na do Aurélio. Nessa não chegamos até a água. Caminhamos até um ponto onde se tem uma visada lateral da cachoeira correndo numa encosta mais distante. Depois percorremos uma trilha mais fechada para a direita, que nos levou a um outro ponto com uma bela vista frontal.
     
  • A Cachoeira da Farofa fica mais afastada do Macieira. A trilha dura poucos minutos e é sinalizada por uma placa, na estrada entre os dois campings. É possível ir à pé até esse ponto, mas se você tiver um carro, vale a pena utilizá-lo. Do Macieira até a entrada da trilha, são cerca de 1,5 Km.

 

[t3]Clima[/t3]

 

  • Fomos no outono. Imagino que tenhamos pegado temperaturas entre os 10 e 15 graus no Casa Queimada durante a noite. Apesar de ser uma temperatura elevada comparada aos relatos do inverno, estava sensivelmente mais frio do que nas cidades mais próximas e, claro, muito mais frio que no Rio. Ou seja, em qualquer época, não subestime o frio no Bandeira.
     
  • À noite o céu estava limpo, todo estrelado. Imaginei que seria uma excelente noite para um ataque noturno ao cume para apreciação de um belo nascer do sol. No entanto, os companheiros de camping que o fizeram nos relataram pela manhã que quando o sol nasceu haviam muitas nuvens atrapalhando a visão. Mais um indicativo de que o inverno é, de fato, a melhor época para apreciar o nascer do sol lá de cima.

 

[t3]Celular[/t3]

 

  • Não conte com o celular dentro da parque e nas imediações. Antes de ir para lá soube que o celular funcionava lá dentro, inclusive no cume do Bandeira. Não sei se no cume funciona, mas pelo menos desde a portaria do ES até o camping Casa Queimada as duas operadoras que possuíamos ficaram totalmente sem sinal. A única exceção foi no trecho de estrada entre o Macieira e o Casa Queimada, num ponto onde existe um banco de madeira (uma espécie de mirante). Ficamos ali por alguns minutos a espera de sinal. De repente, meu celular Oi conseguiu alguns pontos de sinal por alguns segundos.

Editado por Visitante
  • Membros
Postado

Caro amigo,

em primeiro lugar obrigado pela postagem.

Realmente, postagens como a sua fazem TODA a DIFERENÇA ::cool:::'> ; denota preocupação com o outro, coisa quem nesse país é raro.

Já postei duas vezes aqui no fórum pedindo orientações sobre equipamentos e vestuário e NINGUÉM me deu bola ::bruuu:: . Fiquei decepcionadíssimo, mas não deixei de continuar inscrito na comunidade e olhar os posts.

 

Pois então, gostaria de te perguntar algumas coisas, por obséquio, se não for incôdomo, pois pretendo ir em julho ao Pico da Bandeira: ::Cold::

 

1 - Foi a primeira vez q foste ?

2 - Gostaria de saber sobre o seu vestuário: q tipo de segunda pele usa, qual o tipo de luvas, fleece e o que mais vc achar necessário dizer.

 

Se vc puder me ajudar nestas questões, já fico satisfeito e agradecido desde já.

 

Quero dizer, também, que moro em Itaperuna (RJ). Se um dia planejar outra ida até ao Caparó, se precisar de alguma coisa, se quiser passar por aqui ou mesmo combinar de irmos juntos, fique à vontade em me contactar. :D

 

Um forte e fraterno abraço. ::otemo::

  • Membros
Postado

Olá Rico!

 

Obrigado pelos elogios. Uma pena você não ter obtido êxito nas primeiras postagens, mas não desanime não porque aqui tem bastante gente interessada em ajudar. Vamos às suas perguntas:

 

1) Sim, foi a primeira vez que fui ao Parque Nacional do Caparaó.

 

2) Esse é o vestuário que eu possuo e usaria lá em julho:

 

  • Anorak + Fleece Conquista Chamonix Pro
  • Calça e blusa Solo X-Termo (segunda-pele)
  • Camisas de algodão convencionais
  • Calça bermuda Solo Trekking
  • Luva e Gorro Thinsulate Insulaton Misty Mountain 40 gram
  • Meias Selene Performance trekking DrySel & algodão
  • Bota Nomade Finisterre

 

Com probabilidade de chuva (não costuma ser o caso em julho), trocaria a calça pela minha Conquista Upsala impermeável. Observe que uso camisas de algodão convencionais, o que em geral não é muito aconselhável porque quando suamos elas retém água e são difiícíes de secar. Mas eu arco com esses inconvenientes em troca do conforto que elas oferecem.

 

Não sei quanta experiência você tem, então vai outra dica: Fora o vestuário, é fundamental cuidar do lugar ondevocê vai dormir. Te recomendo contar com uma barraca de qualidade, e principalmente, usar um bom isolante térmico e um saco de dormir com temperatura de conforto abaixo de zero graus. O isolante pode ser um daqueles tradicionais emborrachados ou um auto inflável. Te aconselho um saco de dormir como o North Face Cat's Meow (temperatura de conforto até -7C).

 

Esteja pronto para pegar temperaturas abaixo de zero e vento gelado. Qualquer outra dúvida é só falar.

 

Pretendo voltar lá para tentar o cume mais uma vez, mas ainda não sei quando será. Só terei férias no ano que vêm e acho que fica apertado ir pra lá em só um fds. A gente se fala! Me avise quando você for e na volta não deixe de registrar seu relato! :wink:

 

Grande abraço!

Ângelo

  • Membros de Honra
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Só uma coisinha... algodão é um tecido que não se deve usar na montanha,pois o mesmo absorve muita umidade/água do suor e chuva (tipo a sua toalha de banho :wink: ), e o tecido molhado "esfria" o corpo, que vai gastar mais energia pra secar a roupa e se aquecer...

O correto é usar tecidos sitéticos de secagem rápida (que não absorvem água, ou absorvem muito pouco), tipo dry fit, fleece, nylon, etc...

Este tópico do Leo explica direitinho como se vestir em ambiente natural: :arrow:http://www.mochileiros.com/como-vestir-se-em-locais-frios-sistema-de-camadas-anorak-fleece-underwear-t32962.html

Pesquise bem antes de ir as compras, isso evita de muitas vezes comprar algum equipo e logo depois substitui-lo porque ele não serve para a função desejada.

  • Membros
Postado
Só uma coisinha... algodão é um tecido que não se deve usar na montanha,pois o mesmo absorve muita umidade/água do suor e chuva (tipo a sua toalha de banho :wink: ), e o tecido molhado "esfria" o corpo, que vai gastar mais energia pra secar a roupa e se aquecer...

O correto é usar tecidos sitéticos de secagem rápida (que não absorvem água, ou absorvem muito pouco), tipo dry fit, fleece, nylon, etc...

Este tópico do Leo explica direitinho como se vestir em ambiente natural: :arrow:http://www.mochileiros.com/como-vestir-se-em-locais-frios-sistema-de-camadas-anorak-fleece-underwear-t32962.html

Pesquise bem antes de ir as compras, isso evita de muitas vezes comprar algum equipo e logo depois substitui-lo porque ele não serve para a função desejada.

 

Obrigado.

  • 7 meses depois...

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