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A idéia desse diário veio de uma simples necessidade de anotar o endereço de um restaurante que vimos em Buenos Aires. O nome e fachada nos interessaram, mas naquele momento não tínhamos como parar. Então entrei em uma lojinha e comprei o caderno e a caneta. Me lembrei também dos relatos desse site que me ajudaram na hora de montar a minha viagem e então achei que seria justo retribuir contribuindo com mais um relato. Logo, a cada dia eu anotava o que de mais importante fazíamos, bem como alguns dos preços que pagamos. Há dicas sobre o que fazer e o que não fazer. A cotação foi 1 real valendo 1,7 pesos.

Eu e meu irmão (Danilo) chegamos na madrugada do dia 18 e pegamos logo um táxi para o albergue. O preço é tabelado e te dão um desconto na sua volta. Então quando tiver que ir embora, é bom ligar pro número da empresa. A corrida da volta saiu por 65$. Ficamos no Hostel Sol, localizado na avenida 9 de Julho, há umas 8 quadras da Avenida Corrientes. Trata-se de um lugar agradável e com bastante espaço, mas muito barulhento. Aconselho a pedir um quarto que fique nos fundos porque a área de convivência, onde as pessoas bebem a noite e comem pela manhã fica bem no centro do albergue, com quartos ao redor. Ficamos em um quarto ali, no centro de todos os barulhos possíveis. Para ter uma boa noite de sono, beba! O pessoal que trabalha é muito gente boa. Tem um figura de 1 metro e meio com um cabelo muito engraçado que torce pelo Flamengo aqui no Brasil. Ficava zoando o Fogão quando me via. E tem um camarada bigodudo que parece um ex-policial, mas que na verdade é o professor de tango. Lá rola aula de tango sem ter que pagar mais por isso. Finalmente, tem o Daniel. Esse é o dono do albergue e ele está sempre por lá. As vezes de mal humor, mas na maior parte do tempo sempre solícito.

1º dia, 18/7: almoço as 14:15 na Taberna Baska. Esse restaurante foi o que motivou esse diário. Pela manhã estávamos a procura de uma casa de câmbio quando passamos por ele, em uma rua perpendicular a 9 de julho. O Danilo sempre foi ligado no Atletic de Bilbao, time basco que não aceita jogadores estrangeiros (detalhe: nunca caiu pra 2ª divisão). Vimos a bandeira na fachada e o nome “Taberna”...demorou, é ali que vamos beber mais tarde. Na volta, quando resolvemos dar uma olha mais de perto, vimos que se tratava de um restaurante. Entramos e bebemos e comemos bem. Na mesa do lado parecia haver uma confraternização de uns senhores com os seus 70 anos. Eram uns 12 fanfarrões. Vinho Terrazas, malbec por 48$. O prato: Lazuela del Pescador para 2 pessoas (postas de mero, salmão, congrio, merluza patagônica e atum) por 65$. Acompanha batatas cozidas, mas pedimos arroz. Total de 141$ com 2 expressos e a propina. O endereço é Rua Chile, 980. ONGI ETORRI – Seja bem vindo, em basco. O meu primo (Mauricio) chegou em Buenos Aires pela tarde e nos encontrou no hostel. Rolou uma integração com o pessoal que tava lá: 8 gurias e 3 camaradas de sampa, dois camaradas e um casal do Rio e sei lá mais quem: 4 táxis rodando Buenos Aires atrás do carro desses 3 paulistas à procura de uma noitada maneira. A dica deles foi uma furada e acabamos em uma boate chamada Rumi. Facada total: 40$ pra entrar e 20$ em uma lata de budweiser. Essa foi nossa pior noite.

2º dia, 19/7: Mauricio precisava trocar a grana dele e lá fomos nós novamente pra Corrientes. As casas de câmbio não estavam abertas as 15:00 desse sábado. Caminhando pela Rua Florida, uma bandinha tocando um ska de primeira. Nome da banda: “Culo de Mandril”. Comprei o CD por 15$ e isso foi muito importante mais na frente quando alugamos o carro. Esse CD tocou pelo menos umas 30 vezes nos 1900 km que rodamos. Destaque pra faixa 4 – Ocupacion dos Skatalites. Almoçamos no London City, na Av. Corrientes. Pagamos 40$ cada um no bife de chorizo com purê + uma coca + um expresso + sobremesa + entrada. Comeríamos mais barato no futuro... Depois do almoço fomos a Puerto Madero e curtimos o fim de tarde lá. Aí fez um frio sinistro que nos obrigou a pegar um táxi para a Galeria Pacifico. No caminho reparei em uma praça muito legal, com prédios residenciais ao seu redor – Praça San Martin, bairro Retiro. Essa galeria é um templo de consumo. Rolou uma promoção na camisa do River que era vendida por 120$. As 18:15 comi um “doble wooper mediano” no Burger King por 17,5$. A noitada foi o Tributo ao Hendrix em um subsolo que funciona como teatro: Av. Corrientes, 1555. Ver: http://www.experienciarock.com. Os caras mandaram muito bem... levaram Foxy Lady como a última música! O nome do lugar é o “Bagage Cultural”. Quilmes de 1 litro por 10$, mas o esquema acabou cedo, as 3:30. Fomos a pé procurando um outro canto e achamos uma rua com 2 lugares legais: “Maluco Beleza” e “Sudeko”. Esse primeiro obviamente é uma casa brasileira. A fila para entrar durou até as 4:30! Sentamos em um bar que ficava na frente para beber e observar las chicas. Heineken por 12$ o litro. Ah! Ia esquecendo: perto de onde bebemos tinha um buteco pé sujo também brasileiro tocando pagode – “Pricesinha do Mar”. Não entramos porque tava rolando um barraco entre uma mina e o segurança.

3º dia, 20/7: Dia del Amigo!!!! Acordamos tarde e fomos almoçar em um restaurante que nos tinham indicado ainda no Brasil. É o Brocolino, restaurante italiano muito bom. Ele fica na Rua Esmeralda 776, que corta a Av. Corrientes. Ficamos lá umas 3 horas. Duas garrafas “Calla Alta”, shiraz 2007 por 28$ cada. Comi o Spaghetti “Maradó”, uma homenagem ao prato que o Maradona gostava de comer em Napoli: funghi, pomodoro, alho, azeitona e tomate seco. O Mauricio pediu a “Super lasanha” – cogumelos e presunto no molho de tomate. O spaghetti saiu por 27$ e a lasanha por 29,5$. Quanto ao Danilo, não anotei o que pediu... mas acho que também foi de spaghetti. Saímos de lá e fomos andar na Ricoleta. Sentamos as 18:12 no “Downtown Matias”: Guiness (pint) a 25$. Irish pub de primeira, meu amigo! E Guiness é Guiness. Oração irlandesa: May the road rise to meet you, May the wind be always at your back. May the sun shine warm upon your face,The rains fall soft upon your fields. And until we meet again, May God hold you in the palm of his hand. A noite foi sensacional. Fomos em um lugar chamado “Afro Mama”. A entrada era free e cara, rolou o som! Uma super jam session de uns 30 musicos tocando funk e soul. Mas funk de verdade, o groove! O projeto é Funk/soul/R&B/hiphop. Nessa noite tocou o The Funky Corporation: http://www.afromamajams.com. A voz daquela mina cantando e dançando naquele groove ultra sexy ainda visita meu sono.

4º dia, 21/7: Amanheceu chovendo muito. Saímos do hostel as 15:00 e fomos almoçar no “Siga la Vaca” em Puerto Madero. Foram 52$ com refri ou cerva e sombremesa. Carne a vontade! Mas honestamente, prefiro o rodízio brasileiro. Picanha! Depois caímos pra Galeria Pacifico pra eu comprar um tênis. O meu abriu...molhei muito o pé caminhando na chuva. Um Timberland irado saiu por 328$, já incluindo o desconto do tax free.

5º dia, 22/7: Café da manhã no posto de gasolina do lado do hostel. Vimos um cara muito louco, com muita cara de bêbado do lado de fora. Isso as 11:30 da manhã. Mais tarde, as 14:30 enquanto almoçávamos, vimos o cara em um táxi, dirigindo! O almoço foi no Suipaha. Restaurante freqüentado pelos que trabalham no centro de Buenos Aires. Tipicamente portenho. O prato do dia, com coca e sobremesa, saiu por 17$. Depois fomos alugar o carro e trocar mais grana. Alugamos um Celta que na Argentina é o Suzuki Fun. Carrinho 1.4 que andou bem o tempo todo. Pagamos 330 U$ por 6 dias sem limite de kilometragem, com seguro. Fiz um depósito de 2000$ no Visa. Lógico que essa quantia foi extornada quando devolvemos o carro. Pegamos o carro com 38.248 km rodados. Voltamos ao hostel para pegar as mochilas e saímos de lá as 16:30. O primeiro tanque custou 120$ para 43,65 litros. O trânsito em Buenos Aires é insano! A manha é ser tão louco quanto eles, o que é fácil quando se está em um carro que não é seu. Pratiquei a Direção ofensiva! Fechava e era fechado o tempo inteiro. Seguimos para Rosário e na saída de B.A. erramos o caminho, o que nos obrigou a “passear” pelo subúrbio da capital. Vimos a pobreza portenha de perto até chegar a Tigre. Mas depois entramos na highway e foi tudo certo. Passamos por 5 pedágios e o mais caro custou 2,20$. Incrível! As estradas são excelentes: só reta e tudo sempre plano. Conclusão: não foi raro meter 160 km/h no suzuki. Chegamos em Rosário as 21:00 e como na tínhamos nada reservado, fomos até um supermercado procurar as cabines telefonicas. Na lista de telefones não há albergues e então fomos para um Apart, o Rio Grande. Pagamos 275$ na diária e valeu muito a pena. Noite bem dormida com um quarto grande e camas macias. Hotel é hotel é albergue é albergue. Ponto.

6º dia, 23/7: Acordamos e saímos do hotel ao meio dia. Encontramos o Hostel Point. Esse albergue estava vazio e talvez por isso nossa impressão tenha sido tão positiva. Mas o fato é que ele é bem limpo e aconchegante que o Hostel Sol. Ele fica na rua Catamarca e pagamos 105$ os 3. Conhecemos um cara no albergue que arrumou uma garagem de graça pra gente, a duas quadras do hostel. Então depois de deixar o carro, fomos caminhar pela cidade. Fomos parar na beira rio. Ali passa o Rio Paraná. Conhecemos o museu de arte contemporânea, quer dizer, conhecemos seu espaço externo que tem um restaurante irado. O museu não abre justo naquele dia. Mas deve valer a pena porque a vista do seu terraço parecer ser espetacular. Era um dia cinza em Rosário... pegamos um táxi até o estádio do Rosário Central, o “Gigante del Arroyito”. Pagamos 3$ para visitar o estádio. Partimos em seguida para o centro da cidade, atrás da loja do time. Chegando lá, não havia mais a camisa oficial porque haviam feito uma liquidação, já que o novo modelo começaria a ser vendido no início da próxima temporada (que deve começar no fim de agosto). Adesivo por 3$ e gorro por 23$ Comemos no Mac Donalds e lá o quarteirão se chama quarto de libra. E é possível pedir o doble quarto de libra. A promoção sai por 18,50$. A do Big Mac é 16,50. As 19:00 já estávamos na Gorostarzu choperia e bar. O copo com 500ml da quilmes sai por 5,50$. Madrugada num inferninho chamado Roswell. Ali dá de tudo... destaque pro copo de 1 litro. É um copo de plástico gigante com 1 litro da cerveja palermo (bem ruinzinha) que sai por 10$. A dose do J&B + uma lata do energético Speed sai por 23$. Fui atendido pela Valeria, linda! Isso no andar de cima, uma área vip. Mas nessa área vip, há ainda um outro lugar mais vip. Nesse não entrei.

7º dia, 24/7: Saindo rumo a Córdoba as 15:50. O Mauricio assumiu o volante. Com 38.613 km abastecemos 29,3 litros por 85$. Pegamos uns 200km de estrada de mão-dupla. Passando por várias cidadezinhas no coração da Argentina, em direção a cordilheira. Ali está a produção agrícola do país. Demos sorte porque há uma semana atrás os agricultores, brigando com o governo, estavam fechando a estrada. Destaque para o por do sol as 18:27 refletindo nos imenso silos em Bell Ville. As 21:00 chegamos em Córdoba e após um pequeno estresse (cansados e sem lugar pra ficar)encontramos um albergue pra ficar. Fomos até uma lan house para procurar aonde dormir. O hostel que ficamos é horroroso! Chama-se Lodge Patagônia e pagamos 30$ cada por um quarto fedido e repleto de mofo. A fachada e o lobby do lugar enganam. Mas o cansaço era tanto que a noite de sono foi boa. Antes de dormir, jantamos em um restaurante mexicano chamado “Juanito”. Endereço do albergue: Rua Obispo Trejo, 1069.

8º dia, 25/7: saímos para conhecer a cidade. A impressão melhorou. Se na noite anterior ficamos perambulando pelo centro para achar aonde ficar, nessa manhã conhecemos um lugar mais agradável da cidade. Fomos até um museu de arte moderna chamado Museu Caffra: ilustrações de Alejandro Srio (1890 – 1953), esculturas e pinturas de Pablo Suarez (1937 – 2006). Esse último se destaca com suas obras em resina e acrílico. Deixamos para almoçar tarde o que fez com que comêssemos um sanduíche de pão caseiro com queijo e salame em um lugar bacana chamado “Pase propriedad privada”, perto do Palácio da Justiça, na Praça Itália. A dona do estabelecimento foi muito atenciosa e deu boas dicas pra noitada. Decidimos ficar mais uma noite em Córdoba antes de seguir para Carlos Paz. Ficamos no Hotel Cristal, hotelzinho 3 estrelas ruim mas bem localizado. Jantamos em um restaurante chamado Solar do Tejo. Ótima comida – peça o entrecotte. E a noitada foi a inauguração de uma casa noturna chamada Big. O nome é tosco mas o lugar é bem legal. Duas doses de vodka + uma lata de speed por 28$. Não tínhamos comprado a entrada com antecedência, o que complicou um pouquinho. Só que demos uma boa desenrolada com pelo menos umas 4 pessoas diferentes até encontrar alguém que mandava de fato. O cara manou muito forte. Botou agente pra dentro e lá, mais tarde ao nos encontrar, se preocupou em saber se estávamos bem e nos divertindo. Lá pelas tantas começaram a distribuir latinhas de Speed enquanto rolava uma performance com dançarinas se pegando... loucura. As mulheres de Córdoba são sem dúvida mais bonitas que as de Buenos Aires. Era tanta mulher que não sabia em quem chegar. Troquei idéia com umas 3, tentei trocar idéia com umas 2 e acabei no zero a zero. Mas aí, sem ressentimentos.

9º dia, 26/7: Acordamos as 12:30 e deixamos o hotel as 13:00. Caminhamos um pouco pela parte histórica da cidade, a praça San Martin. Tirei uma grana em um Itaú. Nessa praça há uma feira gastronômica e outra de artesanato. Nada demais, a não ser pelo chocolate quente. Rumo a Carlos Paz, abastecemos 36, 21 litros por 105$ aos 39065 km. Isso as 14:44. Vou chamar a atenção nesse momento pro café da manhã nos hotéis (pelo menos no nível daqueles que ficamos) hostels da Argentina. Horroroso. Nos hotéis, suco do tipo tangue, manteiga pra passar nas “meãs-lunas” (croassants) e nos pãezinhos duros e secos; café e leite. Nos hostels, quando há, somente café. Chegamos em Carlos Paz!!!!! Essa cidadezinha fica apenas a 30 km de Córdoba e conclusão que chegamos é: se estiver de carro, fique hospedado lá e se tiver que fazer alguma coisa em Córdoba, vá e volte. Carlos Paz é linda. Almoçamos em um lugar muito legal com uma bela vista panorâmica da cidade chamado “Estância Gaúcha”. Comi cerdo (porco). Quem escolheu melhor foi o Danilo, pediu o entrecotte. Total da conta com vinho 144$. Depois fomos até o centro de informações turísticas onde fomos extremamente bem atendidos. A senhora nos deu 3 opções de passeio que levam o dia inteiro, de carro percorrendo entre 55 e 130 km. Um deles cruza várias cidadezinhas até chegar a uma colônia alemã/suíça. Decidimos que se no dia seguinte não fizesse sol, faríamos esse passeio. Mas caso estivesse ensolarado, iríamos rumo a Quebrada del Condorito – parque nacional com cânions e caminhada de 7 horas. Carlos Paz está a 600 metros de altitude e ao seu redor, a altura máxima é 2100 metros. Em seguida fomos a beira do lago San Roque, próximo ao centro da vila. Por do sol! Muitos jovens, muita mulecada tomando mate, batendo fotos e paquerando. Tomamos umas long necks de quilmes até que gelou! Um início de noite gelado como eu não via há muito tempo. Decidimos procurar um hotel com base nas indicações da senhora do centro de informações turísticas. Usando o mapa turístico da cidadezinha (de fácil leitura) achamos o Hotel Embajador. Pagamos 150$ pelo quarto triplo. Fiquei doente... a gripe que estava se anunciando nos últimos dias apareceu de maneira avassaladora. Fiquei no hotel e os dois foram jantar.

10º dia, 27/7: Acordei melhor, sem febre. Eram 9:30 e após o “café da manhã”, tivemos que trocar de hotel porque nosso quarto já estava comprometido. Fomos para o Hotel Ideal. Eu estava mal para a caminha de 7 horas. Fiquei triste porque o tempo todo eu tinha em mente a Quebrada del Condorito. Quando comecei a pesquisar sobre Córdoba no Brasil, foi algo que logo me chamou a atenção. Bola pra frente, fomos fazer o roteiro até a colônia alemã, chamada Vila General Belgrano. O caminho é bacana, a paisagem muito bonita. Estradinha tortuosa, como se estivéssemos em uma estrada secundária na europa. Passamos pelo Dique Los Molinos. Uma represa com um visual espetacular. E no caminho, uma grata surpresa: Alta Gracia, cidade onde Ernesto Che Guevara viveu quando criança. Visitamos o museu do Che.... vale a pena... fotos, objetos pessoais, fragmentos de cartas... Fidel e Chaves visitaram juntos aquele museu. Ao chegar em General Belgrano, fomos direto para um restaurante comer. Comilância no restaurante típico alemão chamado “Blumen”, Sentamos as 14:00 e saímos empanturrados umas duas horas depois. Destaque pra cerveja artesanal chamada Antares. Peça a Red Ale. Fiz amizade com a garçonete de nome Jimena que me chamou para sair depois que ela saísse do trabalho. Mas como tínhamos que voltar a Carlos Paz, meu flerte não evoluiu. Visitamos ainda a 24ª Festa dos Chocolates Alpinos em um imenso galpão no centro da vila. Mais comida: infinidade de doces, chocolates e tortas, ao som de música alemã. Engraçado demais!

11º dia, 28/7: As 10:15 saímos de Carlos Paz rumo a Buenos Aires... previsão de pagar uma diária a mais no carro. As 11:51, em Vila Maria, encerra-se temporariamente a highway até chegarmos a Rosário (a 260 km). Abastecemos 34,64 litros por 90$ aos 39.505 km rodados. Highway de novo as 14:48 em Cañada de Gomes! As 17:47 abastecemos mais 20 litros por 48$ aos 39962 km rodados. Agora faltam 100 km até Buenos Aires. Chegamos em B.A por volta das 19:30. Dessa vez pegamos a entrada certa e caímos na Avenida del Libertador. Irada! É uma avenida enorme que passa pelo bairro de Palermo... avistamos o hipódromo. A meia noite, de volta ao Hostel Sol, bebo vinho, cheio de fome. E o Maurício tá galudão...hehehe. Internet fora do ar no albergue e enquanto sento nessa poltrona no canto da área de convivência, observo duas argentinas pedindo dicas de música baiana para umas gurias de minas. Querem aprender a dançar, mas colocaram um som horrível. Que merda de música é essa? Como eles gravam esse tipo de som? Uma mistura de rumbia, sei lá... uma gritaria com metais ao fundo e ao mesmo tempo uma batida eletrônica... muito barulho. São duas gurias de Córdoba: bonitas. Lembro que deixamos o carro na frente do hostel. Não procuramos um estacionamento... estranho não termos essa preocupação justo em Buenos Aires, já que tivemos em todas as outras cidades. Ao meu lado, conversam sobre cigarro (não fumo então esse papo não me interessou). Mas, o que é um fumante frustrado? Aquele que fuma e gostaria de parar? Ou aquele que não conseguiu adquirir o vício? Penso agora no “On the Road”. O livro que me inspirou nas últimas semanas. O livro que acompanhou minhas idéias durante essa viagem. E penso nos amigos que levariam aquela vida, naqueles que leriam o livro e que estariam no mesmo estado de espírito que eu.

12º dia, 29/7: Devolvemos o carro e advinha? Pagamos uma diária a mais. De 205$, o camarada fez um desconto e nos cobrou 180$. Agora são 14:30 e estou faminto. Mas antes disso, acordei as 9:30 antes de todo mundo. Estou um pouco doente ainda e meu sono não rendeu. Fui atrás de um correio para mandar uns postais. Paga-se 4$ para mandar um postal para o Brasil. E este demora 10 dias para chegar ao seu destinatário.

Vinho Gato Negro no Brasil: 20R$. Na Argentina, 7,50$, ou seja, 4,50R$. Nosso vôo saiu de Buenos Aires na madrugada do dia 30. Deixamos o hostel as 3:30 (eu acho) e pagamos, eu e Danilo, 65$ pela corrida de táxi. Mauricio só iria pela tarde. Chegando ao aeroporto, uma fila imensa pro check in. Depois mais uma fila imensa pra conseguir a devolução do imposto. No avião, minha poltrona não reclinava. Meu estado físico era de dar pena porque minha noite de sono anterior tinha sido horrorosa e eu não tinha dormido nessa madrugada. Minha gripe, resultado de noites mal dormidas, choques térmicos, uma caminhada com tênis rasgado na chuva, lençóis e quartos com mofo e ácaros e bebedeiras chegou ao seu ápice. Chegamos pela manhã no Rio depois de toda burocracia alfandegária na Argentina e no Brasil. Esperamos 2 horas no aeroporto até pegar o vôo para Brasília. Chegamos em casa lá pelas 16:00.

Conclusão: A viagem foi muito boa. Gastei uma boa grana, mas valeu a pena. Não sentei para contabilizar exatamente quanto gastei, mas posso dizer que somando a passagem aérea, foi algo perto dos R$ 3.000,00. Comemos e bebemos bem. Alugamos um carro por uma semana, comprei um bom tênis. Fizemos noitadas. Lógico que a viagem poderia ter saído mais barata, mas certamente teríamos nos privado de muita coisa. “Quando viajo, fico rico e generoso”, diz um amigo meu. Concordo. Fomos sempre bem tratados pelos argentinos, não tivemos problemas com a polícia e o portunhol funcionou muito bem. Optamos por reservar o hostel somente em Buenos Aires porque não tínhamos certeza quanto ao nosso roteiro. Mas mesmo assim é bom levar uma lista com os nomes e telefones dos hostels nas outras cidades - isso lhe dará menos dor de cabeça. No mais, regrinhas básicas de segurança com seus pertences na rua e no albergue.

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