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ROTEIROS E DICAS: PANTANAL + BOLIVIA + PERU (MACHU PICCHU)


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Pessoal, vou tentar resumir um pouco da viagem e disponibilizar algumas informações úteis.

 

Dia 01 (Quinta-Feira): Começamos pelo trecho RJ-CG por R$ 98,00 (somente IDA), uma ótima promoção que tínhamos pego pela TAM. Chegando naquela cidade, muito abafada por sinal, não perdemos tempo e fomos de táxi direto para a rodoviária (R$ 20,00) onde compramos o trajeto, via ônibus pela empresa Andorinha (http://www.andorinha.com), de CG-Corumbá (R$ 77,00) , cidade fronteira Brasil/ Bolivia. A viagem de ônibus CG-Corumbá demorou cerca de 7 horas, a estrada é boa e cercada de verde, fomos admirando um belo por do sol no meio do pantanal. Ao chegar em Corumbá pegamos um taxi local (R$10,00) e procuramos pelo Corumbá Albergue (http://www.corumbaalbergue.com.br), onde já tínhamos avisado da nossa chegada de madrugada. Enfim, falando um pouco sobre o Albergue, que possui bandeira internacional e acredito ser o único da cidade, tem um bom espaço, mas não é bem cuidado. Além de cobrarem pelo uso da internet, o que eu achei desnecessário. Bem, depois desse dia cansativo de viagem, resolvemos dormir (R$ 30,00 a diária). #Dica: avise da sua chegada com antecedência.

 

Dia 02 (sexta-feira): Acordamos 10:00 no intuito de irmos comprar as passagens do Trem da Morte, Ferrobus, com previsão de saída para às 18:30hs da Estação Porto Quijarro, na Bolivia. (http://www.ferroviariaoriental.com) Aproveitamos para conversar com as pessoas que trabalhavam no albergue, procuramos saber como era o procedimento pra comprar o famoso Trem da Morte, que liga Porto Quijarro a Santa Cruz de La Sierra. Li muito pouco a respeito, peguei só algumas informações extremamente úteis para essa viagem e ligamos o botão do “foda-se". No meio da conversa, descobrimos que comprar passagens para o mesmo dia seria difícil, tendo em vista que o Ferrobus é pequeno e muito procurado por pessoas que estão viajando devido ao conforto oferecido e a sua “rapidez” (40km/h). Logo, as passagens poderiam esgotadar facilmente. Ficamos um pouco preocupados com isso, pois se não conseguíssemos comprar as passagens não iríamos ter nada pra fazer naquela cidade. Um pouco preocupados, mas sem perder as esperanças, resolvemos arriscar uma ida até a Estação Porto Quijarro, na Bolivia, pra ver se tínhamos a sorte de ainda encontrar alguma passagem pra aquele dia. Pegamos um ônibus (R$ 1,50) até a fronteira, onde fica a receita federal, trocamos alguns dólares em uma das inúmeras casas de cambio que existem logo ao cruzar a fronteira e pegamos um taxi boliviano (U$2,00) até a estação - Do albergue até a estação foi cerca de 30 minutos, ou seja, muito perto! Enfim, cruzamos a fronteira sem nenhum problema, não nos pediram documentação, nem nada. Uma bagunça... Entramos em Porto Quijarro, uma cidade muito pobre, sem nenhuma infra-estrutura, ruas esburacadas e de terra, muita poeira, pedintes, sujeira e um calor bizarro! Chegando à Estação, o que temíamos aconteceu, não havia mais passagem para o Ferrobus, somente vagas disponíveis para o Pullman e o Super-Pullman, que são os regionais que circulam diariamente, porém, são demorados, pois param em todas as estações, e você deve ficar o tempo todo com sua bagagem em vista, pois qualquer descuido, vagabundo pega! O Ferrobus você despacha sua bagagem sem preocupação e o interior é confortável, tipo os ônibus executivos do Brasil. Bem, tendo em vista o ocorrido, e que só iríamos conseguir passagem na segunda-feira, pensei na mesma hora em comprar uma passagem de ônibus pra Santa Cruz de La Sierra, mas devido alguns relatos que li por aqui, o perrengue ia acabar sendo maior e a vontade de pegar o Trem da Morte não ia ser concretizada. Então, resolvemos voltar pro albergue e no caminho fomos conversando e procurando saber como podíamos resolver esse problema, pois ficar um final de semana e mais uma sexta-feira em Corumbá, ia acabar sendo punk. A nossa esperança era tentar outro caminho, a compra através de alguma agência de turismo brasileira, pois segundo relatos, muitas vezes há um acordo entre as agências, que travam determinado número de passagens, com as pessoas que trabalham na Estação, ou seja, a famosa “treta”. Ao chegar no albergue, acabamos conhecendo um Pernambucano gente boa, que nos contou que estaria fazendo uma trip, estilo camping, de um final de semana para o Pantanal e que comprou a passagem pra Santa Cruz de La Sierra no Ferrobus logo pela manhã. Pegamos o contado do cara que ele tinha fechado esse rolézinho de um final de semana no meio do pantanal, ligamos, negociamos e combininamos de pagar R$ 250,00 o casal. O dinheiro seria entregue, em mãos, no sábado de manhã na rodoviária da cidade, de onde sairia o ônibus. Achei meio caro, mas melhor do que ficar em Corumbá sem fazer nada, suando bagarai. A partir daí ficamos mais animados... falei com o Pernambucano que iria partir com ele nessa trip do Pantanal e voltei pra Porto Quijarro pra comprar as passagens na Estação (BS. 257,00 cada). Feito! Garantimos a nossa ida para segunda-feira às 18:30hs. A partir daí, fomos conhecer um pouco de Corumbá, a cidade em si e alguns pontos turísticos como o Rio Paraguai e o Cristo Redentor, de onde se avista parte da cidade e parte do Pantanal. A noite, cerveja era que nem água, um calor era insuportável...

 

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Dia 03 (Sábado): Acordamos cedo, pois tínhamos que encontrar com o cara da agência na rodoviária antes de embarcarmos. Ao chegarmos no local, ele estava dentro de uma salinha de informações turísticas, nos convidou para entrar, fez o recibo e na hora o meu espanto: R$ 500,00. Perguntei: mas como assim? Eu combinei R$ 250,00 o casal com passagem de ida e volta... e daí ele vinha com um papinho que esse era o preço cobrado, pois se ele cobrasse esse preço ele não ia ter lucro nenhum e blá blá blá... Enfim, eu sei que no final eu falei: “- meu amigo, se fosse R$250,00 por pessoa, pra um final de semana dormir na rede tipo índio, eu nem trocaria muita ideia contigo, é isso que eu tenho, é isso que combinamos..." Joguei as verdinhas na mesa e ele não pensou duas vezes: "- Tá bom, vai lá, não explana que eu te fiz por esse preço e na volta a gente desenrola melhor isso ae..." Me deu uma passagem de ida, um papelzinho de entrada pro camping e daí, embarcamos. Ao entrar no ônibus encontramos novamente o Pernambucano, foi quando aproveitei pra perguntar o qto ele tinha pago, e ele respondeu: "R$ 250,00!" Eu pensei: pqp! carão... Daí veio a pergunta de volta: "- e você?" Pra não queimar o cara, tendo em vista a falha na comunicação, respondi que tínhamos pago o mesmo preço. Beleza, seguimos viagem! O ônibus nos deixou no município de Ladário, no meio da estrada, e ali foi onde aguardamos a vinda de um Jeep, que pertencia ao camping. Quando o Jeep chegou, já havia três gringos na caçamba... Eu, minha namorada e o pernambucano lá do hostel, nos juntamos a eles. O trajeto foi em meio ao Pantanal, com estrada de terra, rios, lagos, muitas aves, jacarés, o lugar era muito bonito! Chegamos no camping,parecia que estávamos em outro lugar, pois ninguém, tirando os funcionários do camping e nós, falava português. Só tinha gringo naquele lugar, foi aí que eu percebi o porquê do preço ser tão caro... Estávamos num roteiro feito pra gringo ver... Enfim, o primeiro dia foi pra conhecer um pouco da área do camping, pescar piranhas, tomar uma ducha natural, ver jacaré em seu habitat natural, aves típicas daquela região. Mas o melhor ficou pra noite, mesmo com chuva, fizemos um tour de barco pelo rio, que era infestado de jacarés, piranhas e peixes-cachorro (um desses pulou dentro do barco). Esse rolézinho foi na companhia do Índio, apelido do responsável pelo camping, muito gente boa por sinal, que tomava nossa atenção com suas histórias... Mais a noite, a chuva deu uma trégua, fizemos uma fogueira, compramos umas cervejinhas no camping e curtimos até que a chuva voltou, mais forte dessa vez, e nos obrigou a partir pra cama (rede). Dormimos numa espécie de tenda cheia de redes, muito maneiro...

 

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DIA 04 (Domingo): Não tem como descrever a sensação do que é acordar em meio ao Pantanal. Pensa num concerto de aves típicas daquela região, pensou? Agora procura no youtube e imagina ao vivo. Araras pousando em meio ao camping para comer bolo, não acredita? Vê a foto... Papagaios vinham na sua mão para se alimentar e pousarem pra fotos... d+! surreal! Valeu os R$ 250,00, valeu comprar a passagem na segunda-feira, nossa viagem já tinha começado bem. Umas das cenas que mais marcou em toda a nossa viagem até Machu Picchu, foi o amanhecer dentro do Pantanal. Enfim, curtimos o resto do dia explorando o pantanal ainda mais, fiz questão de andar descalço junto com o Índio, que nos mostrou desde o ninho da Arara-azul, o Tuiuiú, o Bugiu, o Caracará, Jacaré de Papo-Amarelo e outras belezas do pantanal. Retornamos ao acampamento, almoçamos e voltamos pra Corumbá, porém, tive que comprar a passagem de volta (R$ 20,00 por pessoa), pois o agente só me deu a ida lá na rodoviária... O pernambucano estava com uma de ida e volta... Eu tava tão zen que nem liguei, pagamos o vintão e voltamos, todos juntos novamente. Ao chegar, já de noite, na rodoviária de Corumbá havia um homem que eu nunca tinha visto na vida esperando pelo ônibus e falou assim pra mim: “a pessoa que te vendeu o pacote, pediu pra eu pegar o restante com vc.” Lá se foi meu estado zen... A minha resposta novamente foi a mesma: “meu camarada, avisa pro teu amigo que o combinado foi outro, que além disso ele não me deu a passagem de volta, tive que pagar... faz o seguinte, eu to no albergue Corumbá, se ele quiser falar comigo sabe onde me encontrar...” e foi isso, voltamos pro albergue, saímos pra beber com o Pernambucano e voltamos pra dormir e enfrentar uma segunda-feira longa.

 

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DIA 05 (segunda-feira): nenhum sinal do agente turístico, ele devia saber que tinha se enrolado e não foi lá me tontear, pois não ia dar em nada. Fui muito claro quando falei com ele no telefone. Enfim, acordamos conhecemos um pessoal de Brasília e fomos almoçar carne de jacaré em Porto Quijarro. Lá é permitido, no Brasil, não! A carne é muito boa e leve, lembra carne de frango. Enfim, retornamos ao albergue, descansamos e a tarde cruzamos a fronteira definitivamente, importante lembrar que a fronteira fecha 11:00hs reabre 13:00hs e volta a fechar às 19:00hs, se eu não me engano. Demos entrada no visto, sem nenhum problema e prosseguimos viagem. Chegamos com algumas horas de antecedência e aproveitamos pra ir num shopping situado bem em frente a estação, o shopping é pequeno, vende grandes marcas de relógio, tênis, perfume, óculos, eletrônicos e outras coisas bem americanizadas. Tudo em dólar. Foi ali que passamos um tempo até a hora do embarque e aproveitamos pra comer a famosa saltenha e pedir uma cerveja local, a Huari, muito boa! Chegando a estação nos cobraram BS. 10,00 bolivianos para despachar as malas, não chega nem a R$5,00 reais, mas depois de conversamos com outras pessoas locais, ficamos sabendo que já está tudo incluído na passagem, e que aquela quantia na verdade fica pra eles. Uma atitude nada agradável da parte deles, mas levando em consideração o valor irrisório pra gente, segue viagem...

 

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DIA 06 (terça-feira): Boa parte da viagem foi de madrugada, não vimos muito coisa, o que conseguimos ver foi uma Bolívia bem pobre. Sinceramente, viajar no Trem da Morte não tem nada de mais. Durante a viagem conversei com os três camaradas de Brasília que havia conhecido no albergue e que acabaram nos animando em relação ao Salar de Uyuni, onde a princípio não estava inserido no nosso roteiro, pois tínhamos a intenção de irmos direto para La Paz sem passar por lá. Como o pernambucano também já tinha falado sobre o Deserto, ficamos ainda mais animados e então resolvemos mudar o nosso roteiro e parti com eles. Depois de 12hs viajando num trem que vai a 40km/hs, chegamos a estação Bi Modal em Santa Cruz de La Sierra, um verdadeiro caos. Conseguimos fechar um taxi pra cinco pessoas até o aeroporto (BS. 40,00, se eu não me engano), pois tínhamos a intenção de comprar a passagem e chegar em Sucre no mesmo dia, porém, só conseguimos passagem pela Aerosur (http://www.aerosur.com) para o dia seguinte (U$ 57,00). Tiramos o dia para procurar um hotel e escolhemos o Hotel Amazonas (http://www.hotelamazonasbolivia.com) pra ficar. Este hotel fica bem localizado, perto da principal praça de Santa Cruz, onde encontramos bons restaurantes, muita casa de câmbio, lojas de artesanatos e roupas em geral. Em Santa Cruz é possível ver uma outra Bolivia. Por ser uma área industrial, é onde rola o dinheiro, então não se assuste com aqueles carros bastante comuns nos EUA. O Hammer, por exemplo, você verá inúmeros por lá. Muito calor de manhã e vento forte a noite são características de Santa Cruz de La Sierra. Enfim, Santa Cruz de La Sierra, foi só passagem.

 

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DIA 07 (quarta-feira): Direto para o aeroporto, nos despedimos do pernambucano, que rumou pra La Paz e que estaria no Salar de Uyuni no final de sua viagem, e fomos com os brasilienses rumo a Sucre, daí começa uma jornada nada agradável até o Salar de Uyuni. Tudo por causa de uma saltenha... Saímos de 416m de altitude para 2.800m em 40minutos, que é o tempo de vôo, ou seja, o calor virou frio. Ao chegar, pegamos um taxi (BS. 20,00) e fomos direto pra rodoviária comprar as passagens para Potosi (BS. 35,00). Nós estávamos com fome e resolvemos comer uma saltenha ao lado da rodoviária numa lojinha até bem arrumada, porém, é aí que ela entra e transforma a minha viagem até a cidade de Uyuni (Salar de Uyuni) em um inferno. Enfim, entramos no ônibus, um dos brasilienses queria muito ficar em Sucre alegando que era um centro histórico bem conservado, atraindo milhares de turistas durante o ano, e acabou convencendo os demais amigos dele. O problema é que eu não curto muito esse tipo de turismo, então não queria perder tempo ali e decidimos por nos separar. Os três desceram do ônibus aos 45 do segundo tempo e nós seguimos viagem rumo a Potosi por mais 4 horas em um micro-ônibus. O ônibus estava cheio, com pessoas sentadas no chão, crianças chorando, nós vimos até cachorro de rolé pelo ônibus, mas acho q o motorista botou pra fora, pois o cachorro não deu mais sinal de vida. Pra piorar, do lado direito do ônibus, bem ao nosso lado, sentou um senhor que fedia mais do que jaca podre. Tivemos que aguentar aquele cheiro a viagem inteira... No caminho o motorista parou pra colocar gasolina e nos pedágios são freqüentes aquelas bolivianas aos berros, em seus trajes, vendendo um bando de coisas. Chegando em Potosi, a 4.070m de altitude, não fiz nenhuma questão de conhecer a mina, pois tinha lido que as condições lá dentro eram sub-humanas e bem desagradáveis, além de não ver graça em tirar foto de pessoas nessas devidas condições. O ônibus que pegamos não deixava dentro da rodoviária, mas perto. Perdemos um tempinho numa das ruas que passamos, pois havia um buraco no meio dela e o motorista teve que improvisar com pedras pra que o nosso ônibus passasse... Mó doideira! Então, ao saltar do ônibus tivemos que andar um pouco até a rodoviária pra comprar a passagem rumo a Uyuni (BS. +- 45,00), escolhemos uma das empresas que há por lá e nos preparamos para mais 7 horas de ônibus. Quando entramos no ônibus percebemos que tínhamos comprado os últimos lugares, e pior, os bancos estavam quebrados, foram 7 horas viajando sentados em 90graus, sem nenhum conforto. #Dica: verifique seu acento antes de comprar qualquer passagem, não viaje atrás, verifique se o seu banco deita, pois há inúmeros deles quebrados. Beleza... bolado já com a situação, no decorrer da viagem para Uyuni vieram os efeitos de uma saltenha que não me caiu bem, aquela que eu comi lá em Sucre. PQP! Pesadelo! Comecei a passar mal em um banco de 90graus, apertado, o ônibus todo fechado, algumas janelas quebradas não abriam, foi punk! Detalhe, eu estava de bermuda e comecei a sentir um frio nas pernas bizarro, puxei a meia até a canela e me preparei pro pior. Não tinha como eu pegar uma calça na mochila naquele momento. O ônibus fez apenas uma parada em toda a viagem, no meio de um lugar doido lá que eu não fazia a mínima idéia que lugar era aquele, mas que tinha um restaurante bem humilde e banheiros para os passageiros usarem. Nesse momento eu não aguentei, procurei um canto e vomitei sinistramente a saltenha, depois disso nunca mais me arrisquei na saltenha. Um pouco recuperado, mas não totalmente, tratei de pedir um chá de coca nesse restaurante, pois os efeitos da altitude já estavam me incomodando (falta de ar). Acabamos conhecendo um casal de espanhóis nesse restaurante, bem simpáticos por sinal, estavam no ônibus junto com a gente, a mulher me ajudou e muito nesse trajeto. Ao perceber que eu ainda estava mal, depois de ter relatado o ocorrido, a espanhola me ofereceu o lugar dela, trocamos e pude seguir viagem mais tranquilamente com o banco inclinado. Porém, no finalzinho da viagem, comecei a passar mal novamente e assim que o ônibus chegou em Uyuni, fui um dos primeiros a desembarcar, não tive tempo de procurar um canto e já lancei outro vomito no meio da rua, tinha platéia, literalmente foi assim que eu pisei na cidade. Ao mesmo tempo, vários taxistas locais me olhavam e não entendiam nada, deviam estar pensando: “esses gringos...”. Não sei o que era pior, o meu estado ou o frio sinistro que comecei a sentir quando saí do ônibus. Eu estava de casado e bermuda (Sta Cruz é muito quente e Potosi é muito frio). Era madrugada na cidade e não tínhamos lugar pra ficar, como os espanhóis também não tinham, pegamos um taxi e fomos caçar um lugar junto com eles. O primeiro albergue que entramos era bem bonito por sinal, mas caro, pagamento em dólar, acho que a diária era algo em torno de U$150,00, eu aproveitei pra colocar a calça ali mesmo e pegar um outro casaco, estava cansado e debilitado e falei pro casal: "- vamos ficar nesse mesmo, eu to maaaaaaaal!!!" O casal começou a rir e disse para eu relaxar que nos iríamos encontrar um muito mais barato e confortável, pois bem, aos trancos e barrancos, topei. Lá fomos nós... Alguns minutos depois encontramos, finalmente, um muito mais em conta, porém, não chegava as unhas dos pés do hotel que cobrava a diária em dólar. A cidade é bem pequena, os hostéis ficam próximos. Ficamos no Hostal Sajama. #Dica: Reserve um albergue em Uyuni (U$ 7,50), a cidade é muito fria de madrugada, foi um perrengue desnecessário. Mas enfim, é assim que surgem as histórias pra contar...

 

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DIA 08 (quinta-feira): Acordamos cedo - eu ainda um pouco debilitado, mas tentando seguir em frente - e fechamos o passeio de um dia pelo Salar de Uyuni (BS. 20,00), no próprio albergue. O passeio de um dia inclui uma parte do Salar de Uyuni, o Cemitério de Trens (sem graça), passando por Colchani (onde se compra artesanatos de sal – vale a pena comprar um de lembrança), visita ao Hotel de Sal (onde rola o almoço que já está incluído), Isla del Pescado (te cobram uma merreca pra subir) e Museu de Sal (te cobram uma merreca pra entrar). O passeio sairia às 10:30 com retorno às 16:30hs, como ainda estava cedo, nós aproveitamos pra comprar nossa passagem rumo a La Paz (BS 80,00) e para conhecer um pouco da cidadezinha junto com o casal de espanhóis - Ao comprar a passagem, escolhemos um ônibus da empresa Cruz Del Norte, no estilo “executivo”, ou seja, mais “moderno e mais confortável” para as 10hs de viagem que nos esperavam, naquele mesmo dia, às 19:00hs - Lá pras 10:30hs estávamos no local combinado, nos despedimos do casal que havia optado pelo passeio de três dias, e seguimos rumo ao passeio de um dia apenas no Deserto de Sal. #Dica: óculos escuros e protetor labial, não esqueçam! O meu lábio rachou todo e eu fiquei parecendo um mutante. Quando retornamos do passeio, fomos pegar nossas mochilas na portaria do albergue, verificamos um certo desentendimento entre um hospede e a dona do albergue, e ao procurar saber o que estava acontecendo descobrimos que a dona, por possuir dois empregos, fechou o albergue a tarde, deixando o gringo na rua sem chance de entrar. O gringo ficou puto, com toda razão. É mole? como a mulher me tranca o albergue em plena tarde de quinta-feira??? Ainda bem que estávamos no passeio, porque eu também não ia gostar nem um pouco dessa situação. #Dica: dê preferência aos albergues mais conhecidos, pois com certeza, num desses, isso não irá acontecer. Verifique se eles funcionam 24hs, sei lá! Bem, demos "hasta la vista" e pegamos nossas mochilas e partimos, com certa folga, para a rodoviária. Aproveitamos pra comer numa rua bem perto da rodoviária com bons restaurantes, por sinal... área turistica! Enfim, as 19hs, conferido o assento do ônibus, relaxei e seguimos por mais 10hs de viagem...

 

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DIA 09 (sexta-feira): Chegamos com chuva bem cedo em La Paz (3.660m de altitude), a viagem toda foi sentindo os efeitos da altitude, as dores de cabeça e a falta de ar me deram uma rasteira, tava sinistro! A minha namorada ficou tranquila, sem nada! - Mais tarde, já em La Paz, tratei de comprar um remédio para os efeitos da altitude. Basta chegar em qualquer farmácia e pedir uma cartelinha de remédio pra altitude, os remédios são em forma de capsula (metade vermelho, metade preta – se eu não me engano) - Voltando ao início, quando chegamos à rodoviária, pedimos ao taxista (BS.10,00) para nos levar até ao La Paz - HI Onkel Inn 1886 que fica na Calle Colombia #257, e pertence a bandeira da Hostelling Internacional - A cidade é rodeada de albergues - Quando chegamos no Hi Onkel, fomos informados que não havia mais lugares disponíveis. Então optamos por ficar no Loki (http://www.lokihostel.com), na mesma rua. O taxista queria cobra mais BS.10,00 só pra descer a rua, e no desenrole, saiu por BS. 5,00. Se não fosse a chuva, eu já estaria mandando ele pra casa do k... #Dica: os taxistas metem a mão quando percebem que você é de fora, então fique esperto. O Loki é um lugar bem estruturado, limpo e confortável. Pra quem gosta de festa, rola night todos os dias. O som não chega aos quartos, pois o Bar é fechado e um pouco afastado. Recomendado! Enfim, chegamos, nos organizamos e partimos pra conhecer “El Mercado de Las Brujas” em uma das travessas da Calle Sagarnaga. Lá tem muito artesanato e algumas coisas esquisitas, como o feto de lhama. Um lugar interessante para se conhecer um pouco da cultura boliviana e pra comprar algumas lembranças. Aproveitamos também, ali mesmo naquela região, para trocarmos alguns dólares e fechar os passeio dos dois dias seguintes que ficaríamos em La Paz, o passeio de Chacaltaya (BS.60,00 + BS.15,00 (entrada do Chacaltaya) + BS.15,00 (entrada do Valle de La Luna)) e de Coroico (Downhill de bike na "Estrada da Morte" – Em média sai por BS.450,00, mas na Bolivia tudo tem como desenrolar, pagamos trezentos e pouco). A noite recomendo os restaurantes da 4Corners (http://www.4cornerslapaz.com), principalmente o The Steakhouse que serve uma carne de alpaca muito saborosa. #Dica: as agências situadas dentro dos albergues são mais caras, dá um role nessa região do mercado de Las Brujas e pesquisa algumas mais baratas por lá.

 

DIA 10 (sábado): O passeio para Chacaltaya e Valle de La Luna começa 9:00 e retorna as 16:30, geralmente. Esperamos no horário das 9hs pela van, porém não me recordo agora o nome da agência, e fomos curtir o dia em Chacaltaya e, na sequência, o Valle de La Luna (que está incluído). Chacaltaya é um pico da Cordilheira dos Andes de 5.421m de altitude - Chacaltaya já foi uma pista de esqui. Está a cerca de 30 km da cidade de La Paz. O acesso à estação é por uma estrada estreita e bem íngreme (é meio sinistra se tiver com neve porque vai beirando um precipício - Nesse dia tinha neve, meio tenso!). Para se chegar à base é necessário vencer, a pé, com ar rarefeito, um caminho de 200m. Pelo que disseram, é o pico mais alto do mundo onde se consegue chegar de carro. Vale muito a pena a visita! No mesmo dia (a tarde) fomos ao Valle de La Luna, que é um sitio arqueológico cujo o nome é devido as formações rochosas que aparentam o solo da Lua. Enfim, sábado foi mais ou menos isso, bem cansativo por também termos pego um engarrafamento bizarro, de horas, dentro de uma van no caminho pro Valle. #Dica: Leve roupa de frio, mochila e alguma coisa pra comer.

 

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DIA 11 (Domingo): Acordamos e partimos rumo a Coroico para descer de bike a estrada da morte. O lugar é surreal, muito bonito, sem palavras, não passe por LA PAZ sem conhecer. A estrada tem bastante cascalho, é preciso cautela ao descer... Vi uma mulher achando que tava no velódromo, caiu feio! Teve sorte que tombou em curva fechada (parou na pedra), se fosse no trecho de curva aberta, era mais uma cruz na estrada... Apesar do passeio ser muito bonito, passando embaixo de cachoeiras e tal, achei que pela agência que escolhemos, foi meio corrido. Logo, por esse motivo, não recomendamos a agência El Solário (http://www.thedeathroad.com).

 

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Dia 12 (segunda-feira): Pé na estrada novamente para mais 4 horas de viagem rumo a cidadezinha de Copacabana. Pra isso, em La Paz, nos deslocamos na parte da manhã com nossas mochilas até a rodoviária, que fica próximo ao cemitério, e lá mesmo, na hora, compramos nossa passagem para Copacabana (BS. 25,00). A estrada é bonita, com direito a travessia pelo Lago Titicaca, onde uma balsa carrega o ônibus e os passageiros descem e se deslocam através de pequenos barcos por uma quantia de BS.2,50. Já em Copacabana, chegamos no horário em que as barcas para o translado até a Isla DeL Sol não estavam mais funcionando e esse era o nosso destino! O último horário das barcas é as 17hs e já tinha passado... Porém, desenrolando aqui e ali, conseguimos espaço em um barco que fazia a travessia dos moradores da Isla (BS.30,00). Embarcamos e fomos pra ficar apenas uma noite. Assim que você chega à Isla, vem uma mala de uma mulher te tontear pra pagar uma taxa de entrada, não me recordo se foi BS.5,00 ou BS.10,00. Você não consegue nem andar direito porque a mulher não sai do pé. Enfim, após pagar essa pequena taxa e recebermos um ticketzinho, e daí fomos a procura de um albergue. Estávamos com pouco dinheiro boliviano, pois era o último local da Bolívia que passaríamos. Existe uma farmácia na Isla que também serve como casa de câmbio, porém, por ser a única, a cotação do dólar é bem abaixo do normal. Há vários albergues na Isla, porém uns mais afastados e outros mais perto do cais. Resolvemos ficar em um próximo ao cais, o qual não me lembro o nome, mas é do lado esquerdo (virado pra ilha), no canto superior, logo após o principal restaurante (que possui uma varanda com uma bela vista da ilha). O principal restaurante que eu me refiro não é albergue, pois alguns são os dois, é exclusivamente um restaurante. Enfim, ali próximo que ficava o nosso hostel, que por sinal era uma porcaria, o que salvava mesmo era a vista. Acho que era o mais alto naquele canto...

 

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Dia 13 (terça-feira): Na manhã seguinte acordamos para ver o nascer do sol na Ilha. Porém, não fiquem nesse albergue. Primeiro que o banheiro era do lado de fora, sem muita estrutura (pra mulher faz diferença, pra nós, homens, não muita). Segundo que a dona é maluca e nos expulsou do albergue na manhã seguinte pelo fato de termos jantado e tomado café da manhã na vizinha (o restaurante que eu citei, que por sinal era muito bom). Ela veio com uns papinhos de que gostaria de ver os hospedes tomando café da manhã no albergue dela e não no restaurante ao lado. Detalhe: o albergue dela só tinha a gente no dia. - É mole uma coisa dessas? A coroa nem tinha estrutura de restaurante como o outro e além do mais eu não sou obrigado a comer ali, por mais que ela tenha diminuído o preço da diária quando chegamos - Falei mais algumas coisas pra ela do tipo, do cheiro do albergue, das condições do quarto, que pelo preço que eu paguei ainda tava caro pra aquela porcaria, e aí peguei minhas coisas e voltei pro restaurante, daí conversei com a dona de lá, expliquei a situação da vizinha dela, e ela me respondeu: - essa velha é maluca, ela não gosta que ninguém coma aqui, faz isso com todo mundo, ou seja, a velha tinha fama na ilha. A dona do restaurante fez questão de guardar as nossas coisas e fomos dar uma volta para conhecer aquele pedaço da ilha. Tínhamos a manhã inteira, pois o barco de volta à Copacabana só sairia as 14:00hs. Não fizemos a travessia de ponta a ponta da ilha porque não daria tempo, mas demos uma bela volta por ali. Ao final da manhã voltamos, tomamos uma sopa de quinoa muito boa no mesmo restaurante e começamos a dar “tchau” pra velha maluca que ficava olhando pra gente e costurando lá do albergue dela. Enquanto acenávamos com a sopa quentinha em mãos acompanhado de uma bela coca-cola gelada, ela olhava e ria dando “tchau” também. Que doidona! rs... Enfim, depois foi só aguardar o barco chegar e parti rumo a Copacabana novamente. Em Copacabana, o último ônibus pra Cusco, passando por Puno, sai às 18:00hs pois a fronteira com o Peru fecha às 19:00hs e ninguém mias passa, daí só no dia seguinte. Chegamos com uma certa folga no tempo, daí compramos a passagem e ficamos aguardando o horário em um dos milhares de restaurantes que existem em Copacabana, que parece ser bastante agitada a noite. Acho que podíamos ter ficardo uma noite lá, mas enfim... Daí foi isso, às 18hs pegamos o último ônibus pra enfrentarmos mais 10hs de viagem até Cusco.

 

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to be continued (CUSCO)...

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