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Salve galera do Mochileiros, já usei muito o site para planejar viagens e agora resolvi contribuir um pouco postando uma descrição de uma viagem que fiz recentemente.

 

Fomos entre o natal e ano novo de 2011 fazer a trilha do ouro em um grupo de 7 pessoas. Depois da trilha uma parte do grupo seguiu para trindade para passar o Reveillon. Vou fazer uma pequena descrição da viagem para tentar ajudar os interessados a se planejar pra essa trip.

 

Antes de mais nada, é preciso ligar no Ibama para agendar o passei no parque. Cada pessoa que for fazer a trilha deve dar o nome com no mínimo 15 dias de antecedência. O telefone é (12) 3117-2143 e o site do parque é: http://www4.icmbio.gov.br/parna_bocaina/index.php?id_menu=28

 

 

Combinamos de nos encontrar no dia 26/11 a noite na cidade de São José do Barreiro – RJ pois lá é o inicio da trilha. Dormimos na pousada do Regis (12) 3117-1227. Pousadinha tranquila! Tirando uma cueca desconhecida que encontramos debaixo do travesseiro e uns iogurtes vencidos no café da manhã, ocorreu tudo bem. O custo é 35 reais por pessoa, independente de quantos quarto pegar.

 

No dia seguinte combinamos com o Eliezer que nos levasse as 9 da manha para a entrada do parque. Quem foi nos levar de fato foi o Lucas, filho do Eliezer. Levamos aproximadamente 1h30 para chegar à entrada do parque, mas atrasamos um pouco devido a um fusca que tentava subir a estrada e começou a pegar fogo no meio do caminho. Descemos pra ajudar a apagar o fogo, mas logo voltamos à subida. Este translado custou 200 reais e o telefone de contato é (012) 3117- 2123

O Lucas nos deu a dica de uma cachoeira uns 300m antes da entrada do parque, portanto descemos da caminhonete um pouco antes para conhecê-la. Atravessasse uma porteira a esquerda e depois de 10 minutos chegamos a cachoeira. É apenas uma prévia do que está por vir. Seguindo uma trilha depois da cachoeira passamos por uma parede em ruinas e uns 10 minutos depois voltamos pra estrada alguns metro a frente de onde atravessamos a porteira.

 

Chegamos ao parque e após uma certa burocracia começamos a trilha. Fomos seguindo um mapa conseguido no dia anterior na cidade. O mapa é bastante detalhado mas estava um pouco desatualizado. No último dia tivemos que sair da área de abrangência do mapa pois uma ponte que aparecia no desenho tinha desabado há algum tempo (segundo os moradores). A trilha é bem mal sinalizada, portanto sempre que tiver a oportunidade vale perguntar o caminho pros moradores para se certificar.

 

A trilha é maravilhosa! Mata atlântica exuberante e nos poucos momentos sem chuva que tivemos pudemos ver uma paisagem sensacional que se estendia até o horizonte. Não vou entrar em maiores detalhes sobre a trilha, pois, isto cada um tem a sua impressão na hora. Pretendo aqui apenas dar umas dicas da logística que fizemos.

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O primeiro dia é bem pesado, cerca de 18km e com bastante subida. Tínhamos resolvido acampar na fazenda Barreirinha, porém ao chegar lá, optamos por dormir nos quartos que eles oferecem e jantar uma ótima comida de fogão a lenha. A noite no camping na barreirinha é 5 reais, a noite no quarto é 35, a janta 15, e o café da manhã 5. O pacote quarto + janta + café da manhã saiu 60 reais por pessoa. É, a matemática não fecha mesmo, mas quando indagamos ao Tião (dono do lugar) sobre isso ele disse que era assim mesmo. Achamos melhor deixar desse jeito mesmo e não discutir com o cara.

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No segundo dia a caminhada é relativamente tranquila, portanto começamos a andar por volta das 10h. São cerca de 12 km com mais descida que subida e chegamos no local de acampamento umas 1h30. Resolvemos acampar logo depois de atravessar uma pinguela sobre o Rio dos Veados (que desemboca no Muambucaba), bem perto da cachoeira. Existe uma clareira com algumas marcas de fogueira no chão, então deduzimos que aquela era a área de camping indicada no mapa. Armamos a barraca e fomos direto para a cachoeira. Está cachoeira é sem dúvida um dos pontos altos da trilha, muito grande, passa ótimas energias e, apesar da água super gelada, cada minuto nadando nela vale a pena.

 

Todos disseram que o último dia que é o mais pesado, portanto acordamos às 6 e começamos a caminhar às 7. Todos os dias caminhamos de bermuda, porém, seguindo recomendações do povo da cidade, fomos de calça no último dia e isso foi essencial. Neste dia quase toda a trilha é por uma mata bem fechada. Logo no começo da caminhada tivemos que atravessar a pinguela sobre o Rio dos Veados novamente, pois o ponto para atravessar o rio Muambucaba ficava um pouco pra trás (no mapa existia uma travessia mais a frente, porém os moradores falaram que aquela ponte havia caído). Atravessamos o Rio Muambucaba em uma espécie de gaiola que vai dar na fazenda de um pessoal.

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No outro lado do rio seguimos para a direita por uns 30 min até chegar em uma encruzilhada. O caminho certo é para a esquerda, porém só percebemos isso uma hora mais tarde quando a trilha pela direita acabou no meio do mato. Seguindo pela esquerda encontra-se o caminho de pedra feito pelos escravos e isso indica que se está seguindo pelo caminho certo. Cuidado, as pedras escorregam muito!

 

Anda-se muito por esse caminho, sempre no meio de uma mata exuberante e quando a vegetação dá uma trégua é possível ver a paisagem incrível. Depois de muito descer, chegamos em uma ponte toda quebrada, então tivemos que atravessar o rio por dentro mesmo. Para atravessar o rio por dentro é preciso muito cuidado e paciência, quase perdemos um companheiro que foi levado por alguns metros pela correnteza até conseguir se segurar novamente hehe. Esse Rio desagua no Muambucaba alguns metros a frente da travessia, e, se por azar você acabar caindo no Muambucaba, ai a coisa fica feia, pois ele é muito volumoso e caudaloso. Portanto, cuidado nesta hora (não conseguimos tirar foto dessa travessia).

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Nesse ponto já se está bem próximo do final da trilha. Mais uma horinha de caminhada e se chega na famosa ponte do arame, lugar considerado como sendo o fim da trilha (no mapa o fim da trilha é na própria cidade de Muambucaba).

Da ponte do arame até a cidade são mais uns 14km, porém não estávamos em condições de andar tudo isso. Mais ou menos 1 km depois da ponte tem a casa do João Felix. Lá conseguimos alugar um fusca para nos levar até a cidade. 80 reais, puta facada, mas no estado que estávamos foi um achado. Eu havia lido em outros fóruns o pessoal falando de marcar com algum motorista para ir buscar já na ponte de arame pois lá já chega carro, mas não conseguimos encontrar ninguém que fizesse isso.

 

Bom, a ideia era seguir já no mesmo dia para Trindade, mas ninguém estava em condições, dessa forma começamos a procurar um hotel em Muambucaba para passar a noite. Foi extremamente difícil conseguir algo, mas por fim achamos um lugar que se chamava Pousada Familiar. Lugar bem simples e barato, exatamente o que estávamos precisando. Além do mais a pousada fica perto do ponto de ônibus para ir a Parati.

 

Sentimento geral sobre a trilha.

Sensacional, chegar ao final realmente dá uma sensação de vitória, pois, em alguns momento começamos realmente a pensar em soluções alternativas pra terminar a trilha.

 

A natureza e as paisagens são exuberantes, só ao vivo pra sentir a energia

 

Achamos a trilha bem pesada, ainda mais que estávamos pouco preparados fisicamente e levamos mochilas muito pesadas. Para fazer novamente seria essencial um pouquinho mais de preparo físico.

De comida levamos atum, pão sírio, barras de cereal, polenguinhos, damasco, castanha de caju, um pacote de comida liofilizada etc. Porém percebemos que tínhamos levado muita comida quando a mochila começou a pesar. Se fosse fazer a trilha hoje levaria um pouco menos de coisa pra comer.

 

Água levamos um pouco, mas íamos reabastecendo os cantis em córregos ao longo da trilha. Algumas vezes usávamos aquelas pílulas de purificar água, mas na maior parte das vezes tomávamos direto do córrego. Ninguém teve problema com isso, então acho que a água era de fato bem limpa.

 

No começo eu estava meio ressabiado de pisar em cheio na lama, porém no final já estava atravessando o rio de bota e tudo pois existem MUITAS situações em que era simplesmente impossível manter o pé seco.

Pegamos chuva muito forte por grande parte do tempo, mas com sol deve ser um lugar absurdamente bonito.

 

Bom, resumindo, foi sensacional, ficamos destruídos mas com gostinho de quero mais. Já estamos planejando onde será nosso próximo perrengue, pois o sentimento no fim da trilha é algo surreal.

 

No fim acho que meu post ficou meio grande, mas tentei colocar algumas infos que, pensando agora, eu acredito que ME ajudariam se eu já soubesse antes...

 

Bom, pra finalizar o post, gostaria de saber dicas do pessoal sobre outros lugares que se pode fazer trilhas desse tipo. É a primeira vez que faço uma caminhada meio “selvagem”, e achei simplesmente fantástico, por isso estou buscando outras opções de trilhas neste estilo. Quem souber por favor compartilhem.

 

Eh isso ai,

 

Gnd abrs e boas trilhas 8 )

 

ps: Qualquer dúvida podem perguntar que tentarei responder aqui...

  • 3 anos depois...
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Muito bom o relato, parabéns!

 

E alguém tem algum contato de motorista que faça o resgate ao final da Trilha do Ouro, em Mambucaba para nos levar até o Terminal Rodoviário de Paraty, por favor?

Obrigada :wink:

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