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A Serra Gaúcha menos badalada


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Minha ideia aqui é mostrar atrações na serra gaúcha fora do eixo Gramado-Canela, cidades que, afinal, são extremamente badaladas. Ambas são muito charmosas e agradáveis – e muito turísticas – e você encontra com facilidade relatos e dicas do que fazer por lá.

 

Já estive algumas vezes em Gramado-Canela e voltei lá agora no carnaval -- mas aproveitei para conhecer cidades nos arredores. Duas semanas antes, estive em Bento Gonçalves/Garibaldi. Bento também é um destino bastante turístico e badalado, mas acho que vale incluir no roteiro alternativo ao eixo Gramado-Canela. Segue então uma mistura de relato com dicas do que fazer na região.

 

Nova Petrópolis

Eis um lugar que, na minha opinião, vale a pena uma parada. Se você tem tempo e está de carro indo para Gramado por lá (e não por Taquara), vale parar no caminho de ida e curtir um período do dia por lá -- aliás, valeria também desviar para passar por Ivoti, uma charmosa pequena cidade no caminho, e de lá seguir para NP). Desde a bela e muito bem cuidada praça central (Praça das Flores) – inclusive com o divertido Labirinto Verde (eu subestimei o labirinto e levei algum tempo para encontrar as saídas!) – até o Parque Aldeia do Imigrante, a cidade proporciona algumas boas atrações. No caminho para Gramado tem ainda o pinheiro secular – o problema é identificar a placa indicativa no caminho.

 

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Praça das Flores -- realmente florida

 

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Laguinho do Parque Aldeia do Imigrante

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Três Coroas – Centro Budista Chagdud Khadro Ling

Esse foi um dos lugares mais bonitos que conheci recentemente no Brasil. A vista do lugar já é bonita, mas o lugar em si é mais ainda. Se for o caso, esqueça a questão religiosa (a não ser que você seja um religioso mais radical) e curta o lugar. Atente para os detalhes das construções, as cores, os diferentes propósitos de cada construção (assim que você chega, é direcionado a uma sala de vídeo (com Lucélia Santos!!) em que aprende um pouco do que vai ver.

 

É tudo grátis. Dependendo do dia, você pode inclusive assistir a algum tipo de evento (missa/aula/prática, ou coisa parecida; desculpem a ignorância sobre o tema) que esteja rolando no dia.

 

Atente para os horários de visita. Não abre às segundas e terças feiras. Veja os horários no site do lugar. Para chegar, se você vem de Gramado, atenção para a rotatória em que você terá de entrar (tem sinalização para “templo budista”). Não entre na cidade de Três Coroas, o templo fica para o outro lado, em direção a Águas Brancas. De algum ponto em diante, a estrada é de terra. Há sinalização, ainda que pequena, até o local.

 

Quem quiser ler o relato da Katia específico sobre o Templo, com MUITAS fotos, clique no link abaixo.

O centro budista de Três Coroas, RS: um pedaço do Tibete no sul do Brasil

 

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Centro Budista Chagdud Khadro Ling -- belas construções, bela vista, clima de paz

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São Francisco de Paula

Num mesmo dia em que fomos no templo, depois seguimos para São Francisco de Paula. Já estive na cidade rapidamente no ano passado, quando voltava de Cambará do Sul e fiquei com vontade de voltar.

 

São Chico é pequena e aconchegante, mas o que eu adoro por lá é o lago São Bernardo. É simples e bonito. Ao redor do lado, vi muita gente curtindo a tarde debaixo de alguma sombra fazendo pique-nique, tomando chimarrão, conversando entre amigos. Vale, no mínimo, por uma caminhada completa ao redor do lago – não é uma coisa longa.

 

Dessa vez aproveitamos para visitar o Parque das 8 Cachoeiras. Para chegar lá, você sai de algum ponto do lago São Bernardo. Há sinalização. O lugar também é pousada e camping, para quem quiser se instalar.

 

Das 8 cachoeiras foi possível conhecer 4 num período do dia, as outras 4 demandam caminhadas mais longas. Das 4 que conheci (Ronda, Neblina, Remanso, Escondida -- as mais próximas), sugiro expressamente a do Remanso para quem quer se refrescar. Em segundo lugar, a da Neblina. Depois de curtir a tarde por lá, fomos dar um tempo no Lago São Bernardo e depois voltamos para Gramado.

 

 

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Cachoeira do Remanso, no Parque das 8 Cachoeiras

 

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A paz e a tranquilidade de um belo lago numa bela e pequena cidade do interior

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Bento Gonçalves

Bento já fica consideravelmente longe de Gramado e Canela, o que torna uma visita de um dia um tanto corrida. O ideal é você curtir pelo menos uns dois dias na região. Estivemos lá num fim de semana antes do Carnaval (vale aqui mais um muito obrigado à concorrência e às promoções entre as cias aéreas!) e curtimos basicamente dois passeios: o Vale dos Vinhedos num dia e Caminhos de Pedra no outro. A cidade em si tem praças e igrejas interessantes, vale uma passada. Vale a pena também dar uma parada no centro de informações, que fica logo antes da pipa da entrada da cidade. O pessoal é extremamente prestativo.

 

Vale dos Vinhedos

Depende muito de cada um o quanto tempo passar no Vale dos Vinhedos. Se você é um tarado por vinhos e quer provar os vinhos de todas as vinícolas, reserve alguns dias para cumprir o roteiro completo (e, claro, manere nas degustações). Se você gosta, mas não é aficionado, eu diria que um período do dia está ok. Nós começamos um pouco antes do almoço e terminamos no final da tarde. Visitamos duas das grandes (Miolo e Casa Valduga; gostaria de ter ido na Don Laurindo, mas estava fechada) e algumas das menores.

 

As visitas nas grandes são bacanas, mas o roteiro é semelhante. Processo de fabricação, armazenamento, etc. As guias são (me pareceu que eram sempre mulheres) geralmente vendedoras também -- e conhecem muito bem o que fazem. O bom é que você prova ótimos vinhos (esqueça o Miolo Seleção do supermercado, ou mesmo o Casa Valduga mais barato que você encontra em lojas; o que você prova por lá é *muito* superior) e faz bons passeios. Na Miolo, paguei R$ 5 pela visita com degustação, e esse valor pode ser revertido na compra de produtos ao fim da visita. Na Valduga paguei R$ 20 e ganhei uma taça, com a qual você degusta os vinhos durante a visita. Preços de fev/2012.

 

Quando estivemos lá, paramos na Laurentis, onde fomos muito bem recebidos. Aliás, é difícil de me lembrar de algum lugar no sul onde eu não tenha sido muito bem recebido. Assim que chegamos na Laurentis, vimos um pessoal filmando uma colheita com música e etc. Estava divertido e, assim que nos propusemos a colher uvas também, começou a cair uma rápida e fortíssima chuva. Muito refrescante, o calor estava de matar!, mas todos corremos para dentro da vinícola. Com aquela chuva, o jeito era... provar tudo o que nos era oferecido, eheheheheh. Pessoal muito legal, acabamos comprando uns bons pinotage por lá.

 

Visitamos outros lugares interessantes, compramos bons queijos na que me pareceu ser a única queijaria da rota (logo no começo), curtimos bons momentos.

 

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Vale a pena parar aqui -- não achei os vinhos grande coisa, mas o pessoal é muito simpático e a construção é interessantíssima (literalmente dentro de uma antiga pipa)

 

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Visual da frente da viníciola Miolo

 

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Dentro de uma vinícola, durante uma visita guiada

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Caminhos de Pedra

Esse roteiro é do lado oposto ao do Vale dos Vinhedos (estando você em Bento Gonçalves). Nós começamos parando na Casa do Tomate, onde fomos novamente muito bem recebidos. A moça do lugar nos fez uma ótima apresentação dos caminhos de pedra, contando a história e indicando outros lugares a visitar. Cativante! Saboreamos ainda um refrigerante de abacaxi que eles fazem por lá.

 

No restaurante Nona Ludia, um pouco antes (voltamos lá depois das instruções recebidas na casa do tomate), tem a famosa árvore centenária que serviu de abrigo para os imigrantes.

 

Depois paramos na Casa da Ovelha, onde fizemos um rápido tour de passeio/explicações/degustações. Paramos ainda na Casa das Massas, Cantina Strapazzon e Casa da Erva Mate (onde, infelizmente, não havia ninguém nos servindo um chimarrão!).

 

Isso é apenas uma pequena mostra, há mais atrações pelo caminho.

 

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A árvore que um dia serviu de abrigo aos imigrantes

 

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Casa da Ovelha, numa casa reconstruída nos moldes da época dos imigrantes

 

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Flores na Cantina Strapazzon

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Garibaldi

Depois dos Caminhos de Pedra, seguimos à tarde para Garibaldi, que tem uma belíssima igreja matriz. Vale também passear um pouco pela rua principal da pequena cidade, que tem algumas construções históricas. Conhecemos rapidamente também o museu municipal, onde (novamente!) fomos recebidos com extrema simpatia pela moça que tomava conta. Fomos na (champanheria?) Peterlongo para curtir a tarde de domingo.

 

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A bela fachada da Igreja da Matriz de Garibaldi

 

Antonio Prado

A ida até Antonio Prado foi longa – o GPS me mandou para uma rota um tanto errada saindo de Gramado e acabei tendo de cortar por uma estada de terra. A cidade é pequena e interessante, conta com algumas dezenas de prédios tombados do início do século XX. Consta que é o maior acervo de arquitetura urbana da imigração italiana no Brasil. Fizemos uma visita rápida e descemos para Flores da Cunha.

 

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Mapa com as casas históricas de Antônio Prado -- fica logo no portal de entrada da cidade

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Flores da Cunha

Passeamos de carro rapidamente pelas áreas centrais da cidade, depois tentamos seguir para o roteiro Caminhos da Colônia. Seguimos para o bairro Otávio Rocha, mas ao que parece, durante o carnaval não havia muita coisa aberta. Ou o roteiro é assim mesmo, não sei. Não há sinalização, bem diferente do roteiro Caminhos de Pedra em Bento Gonçalves. Passamos por alguns lugares interessantes, mas logo embicamos para Caxias do Sul.

 

Caxias do Sul

Em Caxias, nosso primeiro alvo era visitar o bairro Ana Rech e conhecer o Presépio de Rolhas. Esqueça o “presépio”, trata-se de uma mini-cidade de rolhas, achei muito interessante. Coloque Rua Jacinto Basso 501 no seu GPS, praticamente não vi placas indicativas no caminho. O bairro é bacana, bem diferente do centrão abarrotado de Caxias. Fomos também no Chateau LaCave, mas não estávamos no momento de conhecer novamente uma vinícola, então passamos.

 

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Parte do presépio (que na verdade chega a ser uma mini-cidade) de rolhas

 

Em Caxias eu tinha algumas recomendações, sobretudo a Igreja São Pelegrino. Porém, ainda que fosse segunda-feira de Carnaval, a cidade estava meio cheia e complicada para parar o carro. Decidimos ir direto para a Festa da Uva.

 

A Festa da Uva é muito mais que uma mera festa da uva. Começou assim, hoje é uma mega feira de expositores. Ainda assim, muito interessante. Provamos queijos, salames, cervejas de vinhos, chimarrão (há tempos que eu não saboreava um!) e, claro, uva! Aproveitamos para jantar um belo Bauru antes de retornar a Gramado.

 

 

Observações gerais:

Só vinhos? Não, além do vinho, a região proporciona também contato com cervejas artesanais locais. Em Gramado tem a Rasen, em Canela tem a Farol, em Nova Petrópolis tem a Edelbrau.

 

Tem pedágios? Sim, e muitos. Tem pedágio pra tudo quanto é canto.

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Oi, Mcm!

 

Adorei o relato! A região é lindíssima mesmo! ::love::

Apesar de já ter ido duas vezes até Gramado e Canela, não pude conhecer as cidades próximas. Meu marido se apaixonou por Gramado (ele diz que tomou o melhor café da vida dele lá) e já falamos muitas vezes em fazer um roteiro parecido com o seu.

Você tem noção do quanto gastou nessa viagem?

 

Desde já agradeço!

Abraços.

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  • Membros

Parabens pelo relato! Tambem nao gosto de me limitar ao obvio numa viagem! rsrs

Alem do custo perguntado aki em cima, quantos dias voce precisa para conhecer esses lugares como fez?

E incluindo a esse roteiro, Porto Alegre, Gramado e Canela?

Um abraco

 

obs.: estou lendo vaarios relatos seus e do blog! haha muito bom.

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  • Membros de Honra

Alessandra e tarsis,

 

Obrigado, espero que seja útil para vcs conhecerem a região.

 

Vamos aos pontos.

 

Sobre custos: depende muito de cada um. Depende de onde vc quer ficar (cama em albergue, pousada básica, mínimo de luxo, conforto?) de como quer se locomover entre as cidades (ônibus, taxi, carro?), de onde quer comer (quilão, fast food, sofisticado?), quando vai comprar passagens (alguma promoção, meses antes, semanas antes, em cima da hora?), etc. Tudo isso influencia muito no custo total e cada item vai do estilo de cada um.

 

Vou listar custos conforme vou me lembrando, mas vale ressaltar que fiz duas viagens.

 

Passagens - compramos por 80 cada perna (mega promoção da Gol, meses antes) para o fds que fui a Bento/Garibaldi e uns 200 (tb com muita antecedência) cada perna no Carnaval.

Transporte - aluguei carro básico, saiu uma média de 80/dia. Combustível saiu mais do que um tanque.

Hotéis - nas duas vezes pagamos em torno de 125/dia. Em Gramado no Carnaval esse preço só foi possível pq ficamos na Tia Leonor, pousadinha bem básica e central.

Passeios - Miolo (R$ 5), Valduga (R$ 20), Aldeia do Imigrante (R$ 7?), Khadro Ling (grátis), Parque das Oito Cachoeiras (R$ 10), Presépio de rolhas (R$ 1), Festa da Uva (R$ 7?)

 

Outros: Caminhos de Pedra (eventualmente se paga entre R$ 1-3 para conhecer os lugares); vinícolas menores no Vale dos Vinhedos geralmente não cobram pela visita/degustação; tem pedágio pra tudo quanto é canto, na faixa de R$ 7,50)

 

Compras - compramos vinhos, queijos e etc., mas não anotei as contas. :)

 

Vale lembrar que as atrações mais badaladas de Gramado e Canela (Mini mundo, Caracol, Alpen Park, etc.) são relativamente caras (não sei os preços pq não fui dessa última vez). Aliás, de um modo geral as coisas por lá (Gramado-Canela) são mais caras do que nas outras cidades.

 

 

Sobre dias, minhas sugestões seriam (lembrando novamente que isso também depende muito do estilo de cada um):

Bento Gonçalves/Garibaldi - 2 dias

Gramado/Canela - 3-4 dias

Templo Khadro Ling / São Francisco de Paula - 1 dia

Caxias do Sul e arredores (Flores da Cunha, Antonio Prado) - 1 dia (talvez fique meio corrido, mas não acho essa região tão atraente turisticamente)

 

Porto Alegre é uma cidade que eu curto bastante, acho que em dois dias vc conhece o grosso de lá.

 

Tem ainda Farroupilha, que ainda não conheço, mas acredito que valha ao menos uma passagem.

 

Se vc tiver tempo, sugiro conhecer também os cânions de Cambará do Sul. Em um dia vc conhece os dois cânions de lá.

 

Entendo que o ideal seria dispor de tempo, ir de carro e ir parando de lugar em lugar, sem fazer uma base.

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