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Neste relato, pretendo desenhar um panorama da viagem que fiz com minha namorada por seu país de origem, a Venezuela. Passamos por Choroní/Puerto Colombia, Chuao, Chichiriviche, Parque Nacional Morrocoy, Coro, Mérida, Parque Nacional Sierra Nevada, Barquisimeto, Parque Nacional Mochima, Colonia Tovar e Caracas. Espero que as informações aqui apontadas sejam utéis para outros viajantes, pois foi justamente a escassez de informações na internet sobre os diversos destinos dentro do país que me motivou a escrever este relato.

 

Nossa viagem começou no dia 11 de janeiro de 2012, num avião da TAM saindo do Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, rumo ao Aeroporto de Maiquetía, Caracas. Compramos a passagem com bastante antecedência, lá por maio de 2011, quando os preços estavam extraordinariamente baixos: O preço total das passagens de ida e volta foi de 900 reais. Portanto, recomendo que tão logo comecem a fazer planos, comprem a passagem para garantir um bom preço.

Chegando a Maiquetía, fomos buscados no aeroporto por amigos de minha namorada. Logo no saguão do aeroporto fomos abordados por muitas pessoas, oferecendo câmbio e taxi, mas pelo que parece, o câmbio é sempre baixo, embora já valha mais a pena que o câmbio oficial, e os taxis também cobram bem caro pela viagem até Caracas. Há um ônibus do governo que cobra 10 Bsf (bolívares fuertes, a moeda local) pela viagem até o Hotel Alba, que fica na região de Bellas Artes (tem estação de metrô). É um ônibus tranquilo e seguro, e bem mais econômico que os taxis. No entanto, o último sai às 19h, então depois disso só taxi mesmo.

Por essa noite ficamos hospedados na casa dos amigos de minha namorada, na região de Catia, próxima à Av. Sucre e à estação de metrô Gato Negro. Acabamos trocando nossos dólares por bolívares com eles mesmo, pois devido ao controle cambiário, muitos venezuelanos sempre estão interessados em comprar dólares de estrangeiros. De toda forma, tínhamos o contato de um doleiro, cujos dados deixo para vocês: O nome é Flavio Asunto, o telefone é 0414 237 3777. O escritório dele fica na Urb. El Rosal, parte central da cidade, de fácil acesso. Na região da estação Capitólio também há bastante gente que compra dólares, mas não sei qual é a cotação deles.

O doleiro estava comprando os dólares a 8,3 BsF, mas como estávamos com o tempo meio apertado, pois chegamos pela noite em Caracas e no dia seguinte queríamos seguir o mais cedo possível para Choroní, trocamos com os amigos de minha namorada mesmo, a 8 BsF.

 

CHORONÍ/PUERTO COLOMBIA:

 

12/01 - Acordamos, tomamos o café da manhã e saímos em direção ao Terminal La Bandera. Fomos de metrô, que está sempre cheio; o trajeto foi um pouco conturbado com as mochilas e instrumentos que levávamos conosco, mas conseguimos chegar. Saindo da estação La Bandera o terminal está a algumas quadras, minha namorada sabia o caminho, mas é bom perguntar. No terminal, fomos até a plataforma dos ônibus, onde os motoristas ficam gritando os destinos e preços da passagem, e pegamos um com destino a Maracay, por 28 BsF por pessoa. A viagem dura cerca de 2 horas, e o terminal de Maracay é ainda mais caótico que La Bandera. Depois de muito perguntar encontramos os ônibus para Choroní, a 25 BsF a passagem.

A viagem é impressionante, subindo e descendo as altíssimas serras do Parque Nacional Henry Pittier. Minha namorada se assustou um pouco pela altura (a estrada é bem instável, e a visão de ônibus capotados nos precipícios sem proteção que margeiam a estrada não ajuda), mas já foi uma experiência maravilhosa pelo visual das paisagens e pelo choque de temperatura alcançado no alto da serra em meio à neblina. No ônibus conhecemos um camarada argentino e sua companheira colombiana, e quando chegamos a Choroní, já começando a noite, fomos procurar hospedagem. Eles foram para um camping próximo à Playa Grande (a praia de Choroní/Puerto Colombia), que cobrava em torno de 20 BsF para cada barraca por noite, mas nós ficamos num hostel porque estávamos sem barraca. Ficamos no Hostel Casa Luna, que fica na rua principal de Puerto Colombia, ao lado do Hostel Colonial. Um quarto matrimonial com ventilador e com direito a banheiro e cozinha coletivos nos saiu por 140 BsF por noite.

 

13/01 - Fomos à Playa Grande, que é muito bonita; ficamos pela tarde tocando no malecón, extremamente agradável; compramos comida para cozinhar no hostel (em Choroní só tem pequenas vendas que não dispõem de muita variedade, principalmente de frutas e verduras - o que se encontram mais são produtos industrializados, como salgadinhos, refrigerantes e outras tranqueiras); e subimos ao Mirador de la Cruz para ver o sol se pôr atrás das serras do Parque Nacional. Lá conhecemos um casal de venezuelanos e um casal de argentinos que já estavam viajando juntos há algum tempo, e nos deram boas recomendações sobre Chichiriviche (para onde planejávamos ir em seguida). Mais tarde, depois de jantar, nos encontramos no malecón e ficamos tomando cerveja e conversando até tarde, ao som do reggaeton dos enormes carros de som que são bastante comuns em todos os cantos da Venezuela.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217110543.jpg 500 375 Playa Grande]Playa Grande[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217111527.jpg 500 109.895833333 Malecón de Puerto Colombia]Malecón de Puerto Colombia (foto panorâmica)[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217111228.jpg 500 109.895833333 Pôr-do-sol no Mirador de la Cruz]Pôr-do-sol no Mirador de la Cruz (foto panorâmica)[/picturethis]

 

CHUAO:

 

14/01 - Neste dia chegou um amigo caraquenho de minha namorada que estava indo participar da produção de um filme em Chuao, uma praia vizinha que só é acessível por barco, e trazia uma barraca para nós. Fomos até o malecón e pegamos um barco para Chuao, que nos cobrou 25 BsF por pessoa. Em Chuao, montamos a barraca na praia, perto da casa de Manzanita, um senhor que mora na praia e prepara refeições para os turistas. O cara é um gênio, descolou folhas de aloe vera para uma queimadura de minha namorada, nos fez um mapa indicando como chegar a Chorrerón, uma cachoeira que fica por lá, além de render muitas conversas, principalmente por seu interesse pelo Brasil (e por futebol). Depois de nos instalarmos e nadarmos um pouco, resolvemos subir a pé até o povoado de Chuao, que fica a uma caminhada de pelo menos 40 minutos da praia (há ônibus e caminhões que fazem o trajeto por 5 BsF por pessoa ou algo em torno). Ficamos por lá até anoitecer e começamos a descer a pé, até que passou uma das caminhonetas e resolvemos pegá-la. Jantamos na casa da turma da produção do filme, e depois voltamos para nossas barracas para dormir.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217120619.jpg 500 375 Chuao]Chuao[/picturethis]

 

15/01 - Acordamos com a deliciosa brisa do mar e a visão de um céu completamente azul. Fomos ao banheiro público da praia (2 BsF para usar) e resolvemos subir para Chorrerón. Passamos pelo povoado de Chuao, onde compramos pães ESPETACULARES na padaria (são imperdíveis, recomendo demais esses pães, principalmente os doces). Seguimos o mapa de Manzanita, que era impecável, mas num determinado momento resolvemos perguntar para uma senhora que estava com os filhos na beira do rio que se deve seguir, e nos confundimos com sua explicação, de forma que acabamos seguindo pela parte errada do rio (o rio se divide em dois, e só uma das partes leva a Chorrerón). Jamais chegamos à cachoeira, mas a trilha valeu a pena, chegamos a um ponto muito bonito do rio, onde decidimos desencanar e aproveitar lá mesmo. Ficamos horas, e depois voltamos, apertando o passo pois eu e minha namorada queríamos voltar para Choroní ainda nesse dia, para seguir viagem. Arrumamos nossas coisas, deixamos a barraca com nosso amigo, que continuaria em Chuao por mais tempo, e pegamos o último barco que sairia aquele dia para Choroní. Em Choroní ficamos num quarto de Habitaciones La Abuela, que saia por 120 BsF com ventilador, banheiro compartilhado e sem cozinha (de todo modo estávamos tão cansados que a última coisa que queríamos era cozinhar - jantamos uma pizza por 50 BsF e pronto).

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217112042.jpg 375 500 Chuao]Chuao[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217120447.jpg 500 375 riachinho]riachinho[/picturethis]

 

CHICHIRIVICHE/PARQUE NACIONAL MORROCOY:

 

16/01 - Nossas coisas já estavam arrumadas desde o dia anterior, então acordamos, pedimos para fazer umas arepas na cozinha da dona da pousada, que topou numa boa, e logo seguimos para o terminal de Choroní, onde pegamos o ônibus para Maracay. A viagem de volta foi bem mais rápida que a de ida, durou só uma hora e meia (a de ida durou umas três horas). Em Maracay pegamos um ônibus para Valencia (foi algo em torno de 10 BsF cada), e de lá um ônibus para Chichiriviche (35 BsF cada). Chegando em Chichiriviche conhecemos uns argentinos na rua, que nos levaram até a pousada onde eles estavam ficando, que por coincidência era a mesma que o casal de argentinos que conhecemos em Choroní nos havia recomendado. Ficamos num quarto matrimonial com banheiro privado, ar condicionado e TV por 150 BsF. Se pudéssemos, teríamos ficado num lugar mais simples, ou que tivesse cozinha, mas infelizmente o turismo em Chichiriviche não tem esse perfil.

 

17/01 - Chichiriviche em si é terrível, uma cidadezinha extremamente suja e descuidada por seus próprios habitantes, muito diferente de Choroní. As opções de alimentação também são complicadas, sem muita variedade e sempre muito gordurosas e pesadas. O que vale a pena mesmo é o Parque Nacional Morrocoy, composto por cayos, praias e ilhas espetaculares. Neste primeiro dia, pegamos um barco que nos levou a Los Juanes, uma região de água transparente que não chega a ter praias, onde a água bate na cintura, e depois a Cayo Sombrero, que é simplesmente paradisíaco. Combinamos com o barqueiro de nos buscar às 16h (chegamos em torno das 10h), e tudo nos saiu 200 BsF (eles cobram por grupos - pode ser uma pessoa só, duas, três ou quantas forem, eles cobram 200 por cada conjunto). É importante levar comida ou coisas para beliscar nos cayos, pois somente alguns (Cayo Sombrero é um deles) oferecem serviço de restaurante, e é claro que não é barato.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217120815.jpg 500 375 Los Juanes]Los Juanes[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217122355.jpg 500 324.305555556 Cayo Sombrero]Cayo Sombrero (foto analógica)[/picturethis]

 

18/01 - Fomos para o malecón pela manhã e combinamos com um barqueiro, por 200 BsF, um passeio pelos canais próximos (a região é uma espécie de mangue), passando pelos restos de um barco afundado, indo à Cueva del Indio e à Cueva de la Virgen, e ficando por fim numa praia ou cayo de nossa escolha (escolhemos Playa Varadero, muito recomendada pelo barqueiro, e realmente bonita). O passeio pelos canais é bacana, a Cueva del Indio é FENOMENAL, um lugar maravilhoso com desenhos de cerca de 4000 anos feitos por índios nas rochas (petróglifos), a Cueva de la Virgen é bonita também, embora não dê para descer do barco, e a Playa Varadero era deliciosa, e ainda paradisíaca, embora não no mesmo nível de Cayo Sombrero e Los Juanes. Depois do passeio voltamos para Chichiriviche, e passei a noite inteira no banheiro passando mal por causa da alimentação que estávamos levando a dias: Como comentei acima, em Chichiriviche as opções de comida são poucas, e quase sempre pesadas, gordurosas, ou caras.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217122137.jpg 500 375 La Cueva del Indio]Cueva del Indio[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217122236.jpg 500 375 Petróglifos]Petróglifos[/picturethis]

 

CORO:

 

19/01 - Amanheci um pouco melhor, e arrumamos nossas coisas para seguir viagem. Queríamos ir para Coro, e o dono da pousada nos informou que o ideal era pegar um ônibus até Sanare, e de lá algum que fosse para Coro. No entanto, os motoristas de ônibus da região estavam em greve, então tivemos que pegar um taxi coletivo até Tucacas (nos saiu 20 BsF cada), e de lá outro taxi até Coro (esse sim foi facada: 120 BsF cada, sendo que o ônibus custava 70). O taxista nos deixou no terminal de Coro, e de lá fomos para a zona colonial (andando são uns 20 minutos, de mochila é melhor pegar ônibus ou taxi), e nos hospedamos na Casa Tun Tun, uma pousada deliciosa de donos extremamente simpáticos, pagando 150 BsF por um quarto com ar condicionado e direito a banheiro coletivo (que se tornou praticamente privado, pois só estávamos nós na pousada) e cozinha, além dos espaços de convivência da pousada muito agradáveis, com livros, revistas, jogos de mesa, redes... A dona da pousada logo nos indicou onde havia mercado, padaria e bancos, e fomos dormir felizes, refeitos por uma refeição saudável depois de dias comendo porcaria.

 

20/01 - Acordamos cedo e logo nos aprontamos para visitar o Parque Nacional Médanos de Coro. Antes fomos até o terminal comprar as passagens para nossa próxima parte da viagem. De lá, tomamos um ônibus da linha Carabobo em frente ao Centro Comercial Costa Azul, que nos deixou na entrada do Parque Nacional. É um parque formado por quilômetros de dunas, entre as quais há vegetação, pequenas lagoas que se formam da água acumulada das chuvas, e animais diversos, inclusive bodes. Ficamos algumas horas desfrutando daquele imensidão maravilhosa, e depois voltamos para a região do terminal, onde compramos verduras, frutas e grãos para cozinhar. Voltamos para a pousada, comemos, e demos uma volta curta pela zona colonial, até o cansaço nos guiar de volta à pousada e à nossa cama.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217122712.jpg 500 109.722222222 Médanos de Coro]Médanos de Coro[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217123229.jpg 500 375 Médanos de Coro]Médanos de Coro[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217122755.jpg 500 109.722222222 Médanos de Coro]Médanos de Coro[/picturethis]

 

21/01 - Nossa passagem para Mérida, nos andes venezuelanos, estava marcada para as 17h45, então resolvemos arrumar tudo e desfrutar da zona colonial. Demos uma volta, sem nos prender aos lugares turísticos mas passando por alguns deles, como a Casa de las 100 Ventanas (que na realidade tem 127) e a Catedral de Coro, e comemos doce de leite de cabra (que é muito comum por lá). Voltamos para a pousada, onde almoçamos e ficamos conversando com a dona por um bom tempo. Quando deu o horário fomos para o terminal, e embarcamos no ônibus da Expresos Occidente C.A., para a viagem de 12 horas rumo a Mérida, que nos saiu 110 BsF cada, num ônibus com banheiro e ar condicionado (extremamente gelado, é bom ir agasalhado!)

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217122904.jpg 321.875 500 Catedral de Coro]Catedral de Coro (foto analógica)[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120217123024.jpg 500 375 Casa de las 100 Ventanas]Casa de las 100 Ventanas[/picturethis]

 

MÉRIDA - LOS ANDES:

 

22/01 - Chegamos em Mérida em torno das 6 da manhã. Pegamos um taxi até a Calle 24, onde estão concentradas todas as pousadas, agências de excursão e demais utilidades turísticas, e como era domingo, estava tudo fechado. Ficamos no Parque Las Heroínas até as 8 da manhã, quando as coisas começaram a abrir. Comemos as nossas primeiras arepas andinas (são diferentes) numa padaria, e descolamos um quarto matrimonial, com banheiro e cozinha coletivos, por 160 BsF na Posada Guamanchi. Em seguida fomos dar uma volta pela Plaza Bolívar, ver a Catedral de Mérida e procurar lugares abertos para comprar comida. Ficamos o dia todo dando voltas pela cidade, e inclusive voltamos ao terminal para nos informarmos sobre passagens para a próxima parte de nossa viagem.

 

23/01 - Uma guarda do terminal nos havia recomendado no dia anterior o passeio às águas termais de La Musui, e resolvemos abraçar a idéia. Para ir, é necessário pegar no terminal o ônibus que vai até Apartaderos, e descer na entrada de La Musui (caso se queira subir a pé), ou em Mucuchies, de onde saem jipes a 20 BsF a viagem (o preço é pelo jipe, sendo dividido entre o número de passageiros). Do local onde o jipe te deixa começa uma trilha, que leva cerca de uma hora. Não sabíamos disso, e como começou a demorar pra chegar, achamos que estávamos na trilha errada. Mal sabíamos nós que, quando resolvemos voltar, estávamos a cerca de cinco minutos das águas termais (depois, conversando com um guia, descobrimos isso pelas referências do caminho). Mais uma vez ficamos sem chegar no destino almejado, mas a trilha em si também valeu a pena, pelas vistas espetaculares dos páramos (vimos até neve no alto das montanhas). Para voltar, descemos a pé até a estrada, onde pegamos o ônibus para Mérida (12 BsF cada).

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223152623.jpg 500 109.722222222 Páramos andinos de Mérida (foto panorâmica)]Páramos andinos de Mérida[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223152753.jpg 500 375 La Musui]La Musui[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223153045.jpg 324.305555556 500 Páramos]Páramos andinos (foto analógica)[/picturethis]

 

24/01 - Neste dia, por recomendação de um cara da pousada, tomamos um ônibus que ia para Barinas (pagamos 35 BsF cada) e descemos em Mucubají, onde há uma entrada do Parque Nacional Sierra Nevada. Além da Laguna de Mucubají, bastante especial por sua tranquilidade, fizemos uma trilha até Las Cascadas, uma trilha de paisagens andinas impressionantes que leva até uma cachoeira (geladíssima, não é pra entrar, só pra ver mesmo), e a trilha (de paisagens fenomenais) até a Laguna Negra - essa sim incrível, escondida entre as montanhas, emanando um clima de paz e tranquilidade único. É imperdível. Para voltar, tivemos que pegar um taxi da entrada do Parque Nacional até Apartaderos, que nos cobrou 20 BsF, e de lá pegamos o ônibus para Mérida, que custou 12 BsF cada. Essa estrada passa por vários povoados andinos, e nos arrependemos muito de não ter desfrutado direito de nenhum deles (só descemos em Mucuchies, para ir a La Musui). Numa próxima vez, queremos passar uma noite em alguns dos povoados, como Mucuruba e San Rafael de Mucuchies - todos, mesmo os menorzinhos (e esses parecem ser os que mais valem a pena) tem pousadinhas e lugares para se hospedar e comer, certamente vale a pena, principalmente para quem deseja seguir até Barinas e conhecer Los Llanos (que também acabamos deixando para uma próxima vez).

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223153202.jpg 500 109.895833333 Laguna de Mucubají]Laguna de Mucubají (foto panorâmica)[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223153351.jpg 500 375 Laguna Negra]Laguna Negra[/picturethis]

 

BARQUISIMETO:

 

25/01 - Já havíamos comprado nossas passagens para Barquisimeto, pela empresa Táchira Mérida, no dia que fomos ao terminal. Nosso ônibus saiu às 10h30, e nos custou 70 BsF cada. Na viagem, fomos parados na estrada três vezes pelos militares (numa delas tivemos que descer e abrir nossas mochilas), e a viagem que deveria durar 8 horas durou 10! Por fim, quando chegamos em Barquisimeto um tio de minha namorada nos buscou no terminal e nos levou até a casa da família dela, que fica em Las Cuibas, uma zona afastada da cidade marcada principalmente pela tradição artesanal, embora não tanto quanto outros povoados próximos, como Tintorero e Quíbor, bastante explorados turisticamente.

 

26/01 - Esqueci de explicar o que estávamos fazendo em Barquisimeto: Minha namorada é de lá, e toda sua família continua vivendo lá em Las Cuibas. Passamos o dia visitando os mais de 20 tios, os avós, primos, etc. Todos extremamente simpáticos, fui muitíssimo bem recebido. Pela tarde fomos ao Sambil, shopping em formato de cuatro (instrumento tradicional venezuelano, muito popular em todo o país e principalmente no estado de Lara, cuja capital é Barquisimeto), com o priminho de Anaís, para assistir um filme no cinema.

 

27/01 - Passamos a manhã passeando por Las Cuibas. Pela tarde, descemos ao terminal privado da empresa Aeroexpresos Ejecutivos C.A., para comprar as passagens para Puerto La Cruz para dali a dois dias. De lá fomos para a casa de um tio, onde ficamos na farra até tarde, e acabamos dormindo por lá mesmo.

 

28/01 - Voltamos para Las Cuibas, onde passamos o dia. Pela noite assistimos a uma Paradura del Niño, uma festa tradicional andina venezuelana que estava sendo celebrada por uma família de Mérida que atualmente vive em Las Cuibas. Na Paradura, um dos vizinhos "rouba" o menino Jesus do presépio, e todos saem em procissão pelas casas procurando o menino roubado. A procissão é muito bonita, com música tradicional e iluminação de velas. A festa se encerra com uma tradicional sopa que é servida a todos. Depois da Paradura ainda fomos para o aniversário de uma tia, mas como estávamos meio cansados, voltamos logo para a casa de minha namorada e fomos dormir.

 

29/01 - Neste dia ficamos arrumando nossas coisas, e organizamos um grande almoço de toda a família, tanto por ser domingo, quanto por nossa despedida. No fim da tarde fomos para o terminal da Aeroexpresos Ejecutivos, de onde saiu nosso ônibus para Puerto La Cruz, viagem de 12 horas pela noite. A passagem custou 140 BsF cada.

 

MOCHIMA:

 

30/01 - Chegamos a Puerto La Cruz pela manhã. O terminal privado da Aeroexpresos Ejecutivos fica colado ao terminal de ferry para Isla Margarita, mas nosso destino era outro: Parque Nacional Mochima. Como era cedo e não conhecíamos a cidade, pegamos um taxi até o terminal rodoviário da cidade (nos custou 40 BsF), de onde pegamos um ônibus para Santa Fé (que não sai de dentro do terminal, mas da esquina) a 10 BsF cada, e de lá pegamos um para Cumaná, descendo na entrada de Mochima (esse saiu em torno de 10 BsF cada também). Da entrada foi necessário pegar um outro ônibus, que vinha de Cumaná, que desce até o vilarejo de Mochima (custou 5 BsF cada, se não me engano). Chegando em Mochima estava tudo um marasmo, mesmo já sendo 9 e meia da manhã. Encontramos uma pousada aberta, que na realidade era praticamente a casa de uma família com uns quartos a mais, que possuíam banheiro privado, ar condicionado e TV, além do direito de usar a cozinha. O quarto nos saiu por 100 BsF a noite. Deixamos as coisas no quarto e fomos procurar um barqueiro para visitar as praias do Parque Nacional. Acabamos indo para a Playa Las Maritas, que é uma das mais baratinhas (150 BsF) e próximas, mas linda mesmo assim. Voltamos às 16h (mesmo esquema de sempre, combinando horário de volta com o barqueiro) e pela noite cozinhamos, demos uma volta e voltamos para a pousada.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223153739.jpg 500 375 Playa Las Maritas]Playa Las Maritas, Parque Nacional Mochima[/picturethis]

 

31/01 - O barqueiro do dia anterior havia dito de um passeio por 500 BsF no qual conheceríamos 8 praias do Parque Nacional, outros pontos turísticos como El Rincón de la Maravilla (uma parte do continente totalmente margeada por corais multicolores), a Piedra de Ricky Martin e La Cueva de la Cocina, além da possibilidade de encontrar golfinhos no trajeto. No fim do passeio, poderíamos escolher uma das 8 praias e passar o resto do dia lá, combinando um horário para o barqueiro nos buscar. Acabamos topando, e negociando conseguimos fazer por 400 BsF. No entanto, o passeio foi ROUBADA. As oito praias são as mais próximas do vilarejo, e com exceção de Las Maritas, Playa Blanca e uma ou outra mais, não têm nada demais (algumas chegam a ser realmente feinhas). Os demais pontos turísticos também são ridículos (com exceção do Rincón de la Maravilla, que é realmente bonito) - a Piedra de Ricky Martin por exemplo é simplesmente uma pedra no meio do mar sobre a qual supostamente ele gravou o videoclipe de "La Vida Loca" (nunca vi esse video, não aprecio Ricky Martin e a pedra não tem absolutamente nada de especial). Nem preciso dizer que não apareceu golfinho nenhum, e além disso, pelas condições do mar, não deu sequer para ficarmos, no fim do passeio, na Playa Blanca, que parecia realmente bonita. Acabamos ficando de novo em Las Maritas, e valeu a pena voltar, pois exploramos melhor o entorno da praia, e o dia estava ainda mais bonito que o anterior. Mas fujam desse passeio, vale mais a pena gastar 150 BsF para ir a Las Maritas ou Playa Blanca, ou mesmo gastar 200 para ir para as praias mais afastadas, que pelas fotos parecem bastante lindas, mas que não pudemos conhecer.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223153832.jpg 375 500 Las Maritas]Las Maritas[/picturethis]

 

CARACAS:

 

01/02 - Logo pela manhã fomos embora de Mochima. Faltou comentar que, em termos de limpeza e cuidado, Mochima é o melhor povoado de praia que visitamos na Venezuela. A estrutura de turismo é toda montada em função das comunidades locais, sem resorts ou outros tipos de exploração violenta do espaço e da população, e eles realmente cuidam do lugar (diferentemente de Chichiriviche, por exemplo, que dá um aperto no coração pelo lixo nas ruas, no mar e até nos cayos e praias já). Pegamos o ônibus até a entrada de Mochima, de lá pegamos uma caminhoneta até Santa Fé, e de lá o ônibus até Puerto La Cruz. Corremos para o terminal da Aeroexpresos Ejecutivos, pois sabíamos que havia um ônibus que saía às 11h30 para Caracas. Conseguimos pegá-lo, nos custou 70 BsF cada um, uma viagem de cerca de 6 horas. Chegando em Caracas, entramos em contato com o cara que ia nos hospedar (conseguimos através do site CouchSurfing, que é uma comunidade internacional de hospedagem gratuita entre viajantes, recomendo a todos que façam parte) e fomos até seu apartamento, em Chacaíto. Jantamos, demos uma volta pelo Boulevard Sabana Grande, ficamos conversando até tarde com nosso anfitrião e alguns amigos que estavam em sua casa, e depois fomos dormir.

 

02/02 - Neste primeiro dia de Caracas, caminhamos pela Av. Francisco de Miranda, desde Chacaíto até o Parque del Este (Generalísimo Francisco de Miranda). No caminho, paramos na Plaza Altamira e no centro cultural La Estancia (onde vimos uma exposição muito boa de fotografia), além de passear um pouco pelo bairro de La Floresta, ali perto, onde minha namorada viveu uma época. No Parque del Este ficamos bastante tempo, desfrutando da tarde bonita que estava fazendo. Na volta, passamos pelo Sambil de Chacao, um shopping, pois eu queria ir numa loja de discos procurar algum presente para minha irmã. Caso interesse a alguém, o HardRock Café de Caracas fica nesse shopping.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223154128.jpg 375 500 Altamira]Plaza Altamira[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223154221.jpg 500 375 Parque del Este]Parque del Este (Francisco de Miranda), com o Ávila ao fundo...[/picturethis]

 

03/02 - Pela manhã arrumamos nossas coisas, pois passaríamos o fim de semana com o padrinho de minha namorada, e depois nosso anfitrião iria receber outra pessoa pelo CouchSurfing, então não haveria espaço para nós. Pela tarde tínhamos tudo pronto (fomos fazendo tudo num ritmo bem lento, comendo, ouvindo música...), e saímos com nossas coisas para a casa de uns amigos de minha namorada, onde passaríamos a ficar hospedados. No entanto, o metrô já estava em horário de pico, absolutamente lotado, então tivemos que esperar até oito da noite para ir para a casa destes amigos. A casa deles ficava próximo à Cidade Universitária, no bairro de Santa Monica, de acesso bem tranquilo, então não tivemos problemas.

 

COLONIA TOVAR/LOS PINOS:

 

04/02 - Em torno do meio-dia, saímos para ir à casa do padrinho de minha namorada, que não fica em Caracas, mas próximo de Colonia Tovar, uma cidadezinha originada da colônia alemã na Venezuela, cujo estilo manifesta-se na arquitetura e no estilo de vida do local. Para ir, fomos de metrô até a estação La Yaguara, onde tomamos um ônibus até El Junquito (+/- 10 BsF), e de lá tomamos um até a Colonia Tovar (+/- 10 BsF também). Descemos no portal da cidade, pois o padrinho vive numa região chamada Los Pinos, um pouco mais afastada. Nos buscou de carro e fomos para a casa dele, onde ficamos curtindo o friozinho de montanha.

 

05/02 - Demos uma caminhada por Los Pinos e La Neblina, outra região próxima. O resto do dia passamos no chalé, assistindo filmes, comendo e fazendo outras coisas clássicas de climinha frio. À noite, descemos todos para a Colonia Tovar, onde comemos pizza e demos uma volta.

 

CARACAS:

 

06/02 - Acordamos às 4 da manhã para voltar para Caracas de carona com o padrinho e sua família (todos os dias eles vão para Caracas trabalhar e estudar, e são pelo menos 2 horas de viagem, fora o trânsito!). Pela manhã fomos para o centro, descemos na estação Capitolio e demos uma volta pela Plaza Bolívar e redondezas. Fomos a uma Librerias del Sur, que são livrarias mantidas pelo governo bolivariano onde se encontram ótimos livros a preços muito baratos (há coleções de autores venezuelanos com livros a 2 BsF!) e almoçamos cachapas. Pela tarde fomos à Cidade Universitária, que é tombada como patrimônio mundial por sua arquitetura. Passeamos, compramos alguns dvds nas banquinhas, e encontramos aquele amigo que havia ido conosco para Chuao. Nos contou que, no fim, havia ficado por lá mais 2 semanas, e que conseguira chegar efetivamente ao Chorrerón, que segundo ele é realmente impressionante, uma queda de água bem alta e bonita. Fomos todos para a casa dos amigos de minha namorada, onde estávamos hospedados, e ficamos por lá.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223154508.jpg 500 375 Ciudad Universitaria]UCV - Cidade Universitária[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223154625.jpg 375 500 Cachapas e malta]Cachapas e malta[/picturethis]

 

07/02 - Em nosso último dia em Caracas e na Venezuela, pretendíamos subir El Ávila, a montanha gigantesca que separa Caracas do mar. Pode-se subir de teleférico, ou fazer as centenas de trilhas que levam a cachoeiras, rios, mirantes e picos, mas não pudemos fazer nada disso, pois estava extremamente nublado, e a concentração de neblina na montanha era tanta que mal se via seu corpo. Por recomendação de nossos amigos, acabamos resolvendo ir outra vez para o centro, mas desta vez para conhecer o parque El Calvario, que é um dos parques mais antigos da cidade, e está todo revitalizado (assim como todo o centro). É muito agradável, e realmente valeu a pena conhecer. Logo voltamos para casa, pegamos nossas coisas e nos despedimos para voltar para o Brasil. Fomos até a estação Bellas Artes do metrô, de lá fomos até o Hotel Alba, de onde pegamos o ônibus do governo para o Aeroporto de Maiquetía, a 10 BsF. Assim terminamos nossa viagem de praticamente um mês pela Venezuela, que foi realmente espetacular e inesquecível em muitos sentidos.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223154712.jpg 375 500 El Calvario]El Calvario[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120223154804.jpg 500 323.4375 El Calvario]El Calvario (foto analógica)[/picturethis]

 

Bom, espero que o relato seja útil para outros viajantes! Para qualquer dúvida ou comentário está aberto o tópico, ou podem me procurar no facebook.

 

Aqui deixo alguns sites úteis:

http://www.hosteltrail.com/ - um site com hostels e opções de hospedagem em toda América Latina

http://www.couchsurfing.com/ - site da comunidade internacional CouchSurfing, através da qual se oferece e se consegue hospedagem nas mais variadas partes do mundo.

http://www.venezuelatuya.com.ve/ - um site turístico da Venezuela, que me ajudou bastante na escolha de alguns destinos dentro do país.

http://www.viajeros.com/ - uma espécie de mochileiros.com em castelhano, encontrei muitos relatos sobre a Venezuela que me ajudaram a organizar a viagem.

 

Abraços a tod@s!

  • 1 ano depois...

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