Por Clarice Linspector

[Juliano X]

M U D E... Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.

 

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde mude de mesa.

 

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.

 

Tome outros ônibus.

 

Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.

 

Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos

passarinhos.

 

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.

 

Durma no outro lado da cama. Depois, procure dormir em outras camas.

 

Assista a outros programas de TV, compre outros jornais, leia outros livros.

 

Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade.

 

Durma mais tarde. Durma mais cedo.

 

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.

 

Corrija a postura.

 

Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas

delícias.

 

Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo

prazer, a nova vida. Tente.

 

Busque novos amigos. Faça novas relações.

 

Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida,

compre pão em outra padaria.

 

Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice- versa.

 

Escolha outro mercado, outra marca de sabonete, outro creme dental.

 

Tome banho em novos horários.

 

Use canetas de outras cores.

 

Vá passear em outros lugares.

 

Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.

 

Troque de bolsa, de carteira, de malas, de carro. Compre novos óculos.

 

Escreva outras poesias.

 

Abra conta em outro banco.

 

Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. Mude.

 

Lembre-se de que a vida é uma só.

 

E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais

light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.

 

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.

 

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.

 

Experimente coisas novas. Troque novamente.

 

Mude de novo. Experimente outra vez.

 

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.

 

O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.

 

Só o que está morto não muda!

 

Repito, por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena.

 

Clarice Lispector

 

Gostaria de agradecer pela oportunidade de ter conhecido o mochileiros.com, me faz sentir que nao estou sozinho nos ditados: ''Aproveite a vida!", ''A vida passa rapido'', ''Nao vou passar minha vida atras de uma mesa de escritorio ouvindo patrao reclamar do irreclamavel e viver minha vida sendo pró-pró-pró-pró-ativo.'' (esse ultimo é meu, rs...) Nao me adiantou ser somente pro-ativo, falo por experiencia propria, se Chaplin ressucitasse, regravaria Tempos modernos e diria na mídia ''Tive que voltar pra que os seres humanos vissem que estao voltando a ser maquinas.''

 

Bem é isso.

 

Abracos pessoal!!!

 

 

Leia Mais sobre A essência do Pick-Up [Por Clarice Lispector] no http://www.puabase.com

[Kiki-SP]

Adorei o texto!

 

Obrigada por compartilhar conosco e bem vindo ao site!

 

Kiki-sp

[Trota Nando O Ateu]

Seja bem vindo ao Mundo dos que trabalham mas não deixam de viver. Ser mochileiro é uma Filosofia de vida!!!

[Mineirim]

Não é Linspector, é Lispector.

 

E este texto não é dela. O texto é de um cara chamado Edson Marques.

Clarice Lispector era uma grande "artista da palavra" e esse texto aí não chega nem perto de qualquer coisa que ela escreveu,

com todo respeito ao verdadeiro autor.

 

O filho da Clarice vendeu (caro pra caramba) o poema para a FIAT, como se fosse de autoria da mãe dele.

Ele deve ter lido na internet também, atribuído à mãe dele. Como nunca deve ter lido sequer um livro escrito pela mãe ele achou que o tal texto era dela mesmo e vendeu para a FIAT fazer uma propaganda. Ou então agiu de má fé mesmo. Não é difícil acreditar que ele não seja capaz qde reconhecer a obra da mãe pelo estilo, difícil é acreditar que ele não tenha uma inventário de tudo o que ela escreveu, afinal isto é uma boa fonte de renda.

O fato é que o verdadeiro autor já provou que o texto é dele eganhou a causa na justiça.

 

A internet tem dessas tristezas.

 

De qualquer forma acho legal que o texto tenha te inspirado.

[Frida_ssa]

É Mineirim, este texto não é da Clarice.. ela não é tão óbvia, suas palavras são subjetivas .. não é assim tão direto o seu modo de escrever... enfim.. ontem eu até postei algo inusitado no meu facebook, como forma de protesto por tantos textos de outras pessoas serem atribuídos à Clarice Lispector..

 

"Quero, agora, uma skol gelada e um abará com pimenta" (Clarice Lispector) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

 

originalmente escrito pelo querido publicitário baiano Marcelo Carneiro http://kalangosdemuxila.blogspot.com/

 

Enfim, ainda q não seja de Clarice, o texto é inspirador e estimulante!!! Obrigada Juliano X, por compartilhar e seja bem vindo ao mochileiros.com

 

um abraço Clariciano a todos!!!