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Hoje de manhã acordei e fui para as termas. Quando cheguei lá (na verdade é praticamente do lado do hotel) adivinhem: lotado!

Bom, mas dessa vez resolvi ficar de qualquer jeito. Eram três piscinas, uma fria (vazia), uma grande e morna (super cheia) e a terceira era pelando e meio vazia também.

 

Fui de cara para essa mais quente de todas, a 42ºC, que tinha só umas pessoas mais idosas sentadas na borda. A quentura era quase insuportável. E não é daquele tipo que se vai acostumando. Quando mais tempo se fica mais dói. Dói mesmo. Daí fiquei observando ao redor. Os pais vinham trazer as crianças para essa piscina e elas não aguentavam colocar nem o pezinho enquanto as pessoas mais velhas entravam mais tranquilamente. Parece até que existe uma resistência ao calor proporcionalmente relacionada à idade da pessoa. Quanto mais velho mais suporta a água quente. Será mesmo???

 

Eu por muito tempo fiquei sentada na borda só com os pés e as pernas na água. Mas observando as pessoas e ouvindo a conversas dos outros logo descobri que a maioria das pessoas que estava ali na mais quente estavam fazendo alguma espécie de tratamento. E todas tinham que fazer um mesmo procedimento que era ficar um tempo x na água quente (essa de 42ºC) e depois tinham que ir para um chuveiro geladíssimo da água que vinha direto da cachoeira que tem ali do lado. Elas comentavam que depois da água gelara ficava mais fácil entrar na quente. O negócio era ficar abrindo e fechando os poros.

Algumas tinham que ir na piscina todos os dias por um numero x de tempo para “completar o tratamento”. E tinha umas pessoas que pareciam ter uns 100 anos lá. Pessoas que mal conseguiam andar sozinhas ficavam indo da água quente para a fria com a ajuda de filhos e netos. Muy interessante.

 

Fiquei uma meia hora observando as pessoas irem da água quente para a fria, antes de ter coragem de fazer eu mesma. Mas fui! Entrei até os ombros na água quente, fiquei dois minutos e saí direto para o chuveiro gelado!!! E voltei correndo para a água quente. Repeti o processo três vezes. Até tirei foto porque achei que não acreditariam que fiz isso. Tá, na verdade tirei foto porque eu mesma não acreditaria que fiz isso se não houvesse um registro.

 

Quando estava perto das 11h fui embora, porque precisava arrumas a mochila e fazer o check-out. Decidi inclusive não tomar banho de pois do banho nas termas para que os tais minerais que tudo curam ficassem pela minha pele.

 

Feita a mochila, fui até a estação e peguei um bus para Latacunga, meu próximo destino.

Latacunga é a cidade base para dois passeios principais, conhecer a Laguna Quilotoa (no extinto vulcão de mesmo nome) e para ir ao Vulcão Cotopaxi, o vulcão ativo mais alto do Equador. Ele é um dos cartões postais do país. Muitas pessoas vem ao Equador só para subir até o cume. Não é necessária grande experiência para chegar lá, só o que precisa é: dinheiro (U$170), estar aclimatado, ter bom preparo físico e ter sorte para que faça bomtempo. Desta vez o que vai me impedir de subir é o preparo físico e a grana. U$170 equivalem para mim a uns 4 dias de viagem. Mas de qualquer forma vou até lá. Até o início da geleira!

 

Enfim... cheguei e vim direto para o Hostel Tiana para fazer o check-in e largar as coisas e sair para conhecer a cidade. Esse hostel é ótimo, super bem localizado, todo arrumadinho, limpinho, decoradinho, com cozinha, espaço comum para os hóspedes, vários banheiros (com águe quente) e um terraço com vista para o Cotopaxi!

 

Para amanhã já reservei o tour para a Laguna Quilotoa. Dá para ir sozinho e fazer por conta e sai mais barato (é claro). Mas gostei muito do roteirinho do tour que vai me permitir conhecer outros lugares que sozinha não daria. Pelo custo benefício, vai acho que esse tour vale a pena. Parece que iremos eu, 4 italianos e 1 inglês. Um grupinho pequeno, o que é bom tbm. Quinta feira daí vou agendar para ir ao Cotopaxi. Agora é rezar que São Pedro tire as nuvens do meu caminho!

 

 

Termas - 2,00

Bus Baños-Latacunga - 2,00

Taxi - 1,00

Hostal Tiana - 9,00

Mercado (fanta e yogurt) - 1,25

pãozinho - 0,10

Total - 15,35

 

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Na minha cama maravilhosa, no meu quarto compartilhado onde ninguém roncava, dormi muito bem fora o fato de que às 6h da matina meu relógio biológico me acordou e me mandou ir tirar uma todo do Cotopaxi ao amanhecer. Algo me dizia que não estaria encoberto. Fui lá no terraço, tirei várias fotos e voltei para a cama. O tour para a Laguna Quilotoa saía às 8h30, mas às 7h todos já estavam acordados tomando café.

 

O grupinho para o passeio era só de hóspedes da hostel, assim que dois deles eu já conhecia (eram do meu quarto). Éramos 4 italianos (uma família, pai, mãe e dois filhos), o Paul (americano) e a Sara (Australiana) e eu. Passei o dia falando espanhol misturado com inglês e fazendo as vezes de tradutora do Paul e da Sara.

 

A estrada que leva à laguna é muito sinuosa, mas com umas paisagens divinas. E fomos premiados com uma manhã com poucas nuvens, deu para tirar umas fotos do Cotopaxi, dos Ilinizas (outro vulcão, com dois cumes: norte e sul) e até deu para ver de longe o Tungurahua que tinha ficado escondido durante a minha estada em Baños.

 

No caminho passamos por uma “chonca“ (não sei se é assim que se escreve) que é a casa onde os indígenas (alguns) ainda moram (tipo uma oca). Passamos também pela Cusco Equatoriana, que na verdade é uma montanha com o formato muito parecido do de cusco, e também por um artesanato onde os índios fazem pinturas, não comprei nada, quer dizer comprei um postal.

 

Seguimos e a para seguinte já às 11h era a beira da Quilotoa. Então fomos fazer o que tínhamos vindo fazer descer até a laguna. A vista do lugar é impressionante! Não vou descrever... olhem as fotos logo abaixo. A descida é bem fácil até o que atrapalha é que a trilha é feita pela areia e tem muito vento no lugar. O que faz com que seja indispensável óculos para proteger os olhos e muita fome de areia... por que não há como evitar. É necessário comer areia para chegar até lá embaixo. O cabelo também, vai ficando que é uma maravilha de tanta areia, o meu parecia mais como uma palha mesmo. E em baños eu tinha comprado uma fita para colocar no cabelo para proteger a cabeça do sol. Isso foi minha salvação para os cabelos mais curtos.

 

Na descida, desviamos um pouco nossa rota do caminho principal para observar umas fontes de gás natural que saem de um veio de uma rocha e também da água. Depois chegamos lá em baixo. Parada para descanso e para deleite dos olhos para com a paisagem.

 

Bueno... a volta ainda nos esperava. Morro acima e a 4.000 m.a.n.m. nenhum santo ajuda! O casal de italianos alugou lá em baixo uns cavalos que carregam as pessoas para cima, mas eu, quis ir com meus próprios pés: “eu desço, eu subo!” Bem ingênua era eu! A cada 20m me faltava ar! Só que eu tinha que subir 300m em um percurso de cerca de 1km. Se tivesse sido na altura do nível do mar já teria sido meio duro, mas o que me matou mesmo foi a altitude. Eu precisava de muito mais ar do que a quantidade que me estava sendo oferecida no momento.

 

Enfim... não há o que fazer, só subir. Fiquei para trás de todos um dos guias foi comigo, no meu ritmo. Pode-se dizer que deve ter sido o maior esforço que já fiz... mas depois de 1h30 estávamos de volta ao topo!!! Affff.....nem acreditei! Fui e voltei com meus dos pezinhos!

 

Quando cheguei lá em cima, nem acreditei. Todo grupo já estava lá em cima, começando a comer o almoço, que nos estava esperando em um restaurante na borda da cratera, na parte de cima.

 

Depois de toda essa loucura de hoje o plano para amanhã era subir o Cotopaxi. O guia falou que a dificuldade é mais ou menos a mesma. Só que é mais alto ainda e a caminhada é um pouco mais curta. A ver... Mas como amanhã náo vai ter tour para lá, vou ir a uma cidade aqui próxima e vou para o Cotopaxi na sexta, daí já vou estar mais descansada... Enfim, se eu achar que não dá para chegar até a geleira, espero o grupo no refúgio. Eu não vim até aqui para não colocar os pés no Cotopaxi, isso é certo.

 

Enfim... se eu quisesse conforto tinha ficado em casa, deitada na minha caminha maravilhosa em Porto Alegre...

 

Hostal Tiana 9,00

Passeio para Quilotoa - 40,00

Entrada no parque - 2,00

Sorvete - 0,75

Pen Drive - 10,00

Pizza - 6,00

Total: 67,75

 

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Todas as quintas feiras acontece um mercado muito tradicional em uma cidadezinha aqui perto chamada Saquisilí. Como tínhamos o dia livre fomos eu e a Sarah para conhecer o mercado. Era interesante, mas nada muito diferente do que já tínhamos visto em Otavalo (ambas inhamos estado lá).

 

Além da feira de artesanatos, havia também uuma feira de comidas onde inclusive se vendia animais vivos (galinhas e patos).

 

Minha ideia era nao gastar dinheiro, mas encontrei umas coisas ótimas e acabei fazendo umas comprinhas para mim e também alguns recuerdos para algumas pessoas. :)

 

Ficamos pouco tempo na feira, demos uma olhada geral e antes de voltarmos para Latacunga ouvimos uma música e fomos atrás ver o que era. A prefeitura estava organizando um evento com uma feira com artesanatos locais e apresentaçoes de danças típicas. Ficamos lá para observar.

Foi líndissimo! Vimos uma dança do povo de Otavalo e outra do de Saquisili mesmo. Valeu mais que o passeio para o mercado!!! As roupas todas coloridad sao impressionantes.

 

Depois voltamos para o hostel. Passei o resto do dia bem relax pelo hostel e reorganizando a viagem.

 

De noite sai para jantar com a Sarah e mais dois Austríacos. A Bridget (austríaca) já tinha estado em Puerto Lopez, para onde vou depois de Cuenca e me deu várias dicas quentes. Ótimo!

 

Amanha, rumo a Cuenca. Mudei o plano de ir primeiro para as praias por que a Bridget me disse que nos finais de semana Puerto Lopez fica entopida de turistas (lembrando que aqui agora as crianças estao em férias escolares),e daí tem filas para tudo... enfim, melhor chegar lá na segunda feira.

 

Hostal Tiana - 9,25

Taxi + Bus + Taxi - 3,00

Quadrinhos - 30,00

Copo - 2,00

Yougurte - 0,50

Sorvete - 0,70

Janta (taco) - 1,90

Total: 47,60

 

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Como ainda estava com as pernas um pouco doloridas (da subida do Quilotoa), resolvi reorganizar o itinerário e partir logo para Cuenca e fazer o passeio ao Cotopaxi na volta para Quito, no final da viagem.

 

Então, depois de 9h viajando de Latacunga até Cuenca... finalmente cheguei.

 

Eu sabia que a viagem seria longa, mas não imaginei que seria tão bonita!

Começamos com um belíssimo dia de sol e vulcões formando a paisagem dos dois lados da rodovia

Passamos por muitas pequenas vilas onde se via os índios trabalhando nas plantações próximas à estradas...

O tempo começou a fechar, e as nuvens, muito baixas, começaram a cruzar o caminho e a trazer junto uma chuva fina.

Ovelhas, vacas, cabras, cavalos e índios com roupas multicoloridas caminhavam pelo acostamento da estrada.

No final do dia o sol brilhou no horizonte entrando por debaixo das nuvens negras fazendo a grama molhada brilhar e formando um belíssimo arco-íris.

Cheguei em Cuenca de noite já, peguei um taxi e vim para um hostel onde estou em um quarto compartilhado, no qual sou a unica pessoa!

 

Pena que não tirei fotos durante o dia.

Não tirei porque sei que essas fotos dentro do ônibus em movimento nunca ficam muito boas...

 

Amanhã o objetivo é conhecer Cuenca, que é uma das 4 maiores cidades do Equador.

 

Hostal - 7,00

Taxi - 1,00

Bus Latacunga-Cuenca - 9,00

Comida estrada - 1,25

Bolsinha - 1,00

Uvas - 1,00

Total - 20,25

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Hoje o objetivo era conhecer Cuenca.

 

Cuenca é a 3 maior cidade o Equador, com cerca de 350.000 habitantes. É bonita, rica e limpa! Muito diferente da maioria das cidades Equatorianas.

Cuenca foi fundada em 1557 e preserva no principalmente no centro histórico a arquitetura colonial. Em vários momentos eu poderia tranquilamente tirar uma foto e dizer que é um lugar na Espanha. As características estão realmente preservadas.

Na verdade seu valor histórico é tal que foi tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

 

Enfim... acordei e tratei de resolver algumas coisas práticas como levar as roupas em uma lavanderia e reservar o passeio de Ingapirca para domingo. Tudo resolvido fui caminhar pela cidade.

 

A primeira parada foi o Parque Calderón, que na verdade é a praça central da cidade, onde fica o governo, as catedrais e outros prédios importantes. Sim, Cuenca tem duas catedrais a velha (de 1.767), e a nova (de 1.880). Essas são apenas 2 das mais de 40 igrejas que a cidade possui. Na parte central da cidade tem mais ou menos uma igreja a cada 2 ou 3 quadras.

 

Na minha caminhada descobri que Cuenca tem um desses ônibus turísticos de 2 andares. Achei uma ótima ideia para conhecer um pouco além do centro e para saber um pouco mais sobre as cidade e os prédios. Só "olhar" às vezes é pouco. O ônibus também levava para uma parte alta da cidade mais afastada do centro, de onde se poderia ter uma vista geral da cidade (sempre gosto disso).

 

Depois de ter caminhado por praticamente toda parte central da cidade e tirado um montão de fotos, fui almoçar e depois fui para a praça central fazer hora para o horário do bus (que saía às 3h). Essa praça é super bonita, limpa e segura. Cheia de turistas (equatorianos e extrangeiros) caminhando tranquilamente, brincando com as crianças, tomando sorvete, tirando fotos, filmando. Super tranquilo.

 

No coreto da praça estava tendo umas músicas de um evento que um partido político tinha organizado para alguma coisa que não entendi muito bem o que era. Ía ter alguma votação e estavam recolhendo assinaturas, me parece. E a maneira de ele chamarem a atenção era com música. Eu estava sentada num banco, na sombra, vendo o movimento e ouvindo as músicas à distância. Mas quando ele anunciou que ía ter umas danças fui lá para ver mais de perto. Foi muito bonito, com roupas coloridas, como já era de se esperar.

 

Logo já estava na hora de pegar o Bus Turístico. O passeio de 1h45, por acessíveis U$5, foi bem além das expectativas. Super bom, com explicações sobre os prédios, sobre a história, a geografia e a cultura da cidade, bem o que eu queria... Valeu! E nem o Guia da LP, nem o do O Viajante tinham esse passeio...

 

Hostal - 7,00

Café - 1,80

Bus Turístico - 5,00

Almoço - 2,40

Lavanderia - 1,60

Leite e Yougurte - 3,00

Total - 20,80

 

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O tour para conhecer a as Ruínas de Ingapirca saía às 8h15 da matina. No horário combinado estava eu no local onde o o guia deveria passar com a Van para me pegar. Eramos 8 pessoas, uma família de Quito, um casal de Italianos e eu (foi uma misturança de espanhol e italiano que eu já nem sabia mais que língua falava. Começava a frase em espanhol e terminava em italiano, uma confusão generalizada na qual todos se entendiam)

 

O roteiro era o seguinte: Sair de Cuenca, passar por Azogues, fazer uma parada em Biblián para conhecer Santuário da Virgem de Rocío, outra parada em Cañar para conhecer o mercado e depois seguir para o Sitio Arqueológico de Ingapirca.

 

No início do dia estava meio nublado e passamos quase reto por azogues, com uma rápida parada para mirar a belíssima igreja da cidade. Mas como estava meio choviscando e distante não tive ganas de tirar uma foto. Fiquei sem esse registro.

 

De aí fomos para Biblián, que é um cidadezinha pequena que possui, no alto de um morro, o Belíssimo Santuário a Virgen del Rocío. O lugar é único porque além de parecer algum castelo medieval da Europa, as suas paredes são a própria rocha do local onde ele foi construído. Esse santuário foi construído em homenagem à Virgem de Rocío que segundo a população fez chover depois de um longuíssimo período de seca (eu achava que esse negócio de chuva era com São Pedro, mas parece que ele não é o único... ou a Rocío mantém um bom relacionamento com o São Pedro... ela intercedeu pela população e ficou com os créditos e com o belíssimo santuário).

 

A parada seguinte era no mega-bagunçado\sujo\totalmente-equatoriano Mercado da Cidade de Cañar. Se vende de tudo panela, sapato, agulhas, controles remotos, papel higiênico, tudo... e frutas... muitas frutas! Algumas bem diferentes. Em uma outra parte da cidade também tem um mercado de animais. Os bichinhos ficam ali esperando para serem comprados e devorados. E triste saber que o fim deles está tão próximo e eles nem imaginam... Patos, galinhas, coelhos e cuy (porquinhos da índia, que são um prato típico de vários países da América do Sul). Caminhamos por todo mercado e seguimos caminho para nosso objetivo principal: as Ruínas!

 

Chegamos em Ingapirca pelas 12h. Foi ótimo que tínhamos nosso próprio guia e éramos apenas 8 pessoas. Quem não vai com guia tem que ficar esperando o horário dos tours guiados, que são com umas 20 pessoas! Muito ruim. Nosso pequeno grupo foi ótimo, até porque o guia era realmente bom, sabia do que estava falando.

 

Bom... mas antes de entrar mais a fundo é preciso contar resumidamente uma história:

 

Era uma vez um império Inca enorme, mas eles não estavam contentes. Queriam mais território (algo pouco criativo que vem se repetindo constantemente na história da humanidade). O território que eles queriam pertencia a um outro povo: os Cañaris, que era um sociedade matriarcal que tinha uma rainha e eram grandes guerreiros e conhecedores da astronomia. Assim que um dia em foi travada uma grande guerra no qual os Canãris venceram e os Incas perderam. Mas os Cañaris eram um povo menor que sofreu grandes perdas durante a guerra e ao saberem que os Incas provocariam outra batalha com mais reforços vindos de Cuzco a rainha Cañar propôs um acordo e não houve guerra. Nesta ocasião foi construída Ingapirca, na época o mais importante tempo de adoração ao sol no norte do Império Inca. Junto ao templo havia um povoado onde Cañaris conviviam com os Incas, cada um mantendo suas próprias tradições. Os Cañari adoravam a Lua (com seu ciclo de 28 dias, assim como o ciclo das mulheres) e os Incas o Sol. Mas essa convivência pacífica durou apenas alguns anos. Isso é o resumo do resumo da história.

 

Enfim... As ruínas de Ingapirca são o mais importante vestígio do império Inca no Equador. O que existe hoje para ser visitado é bem impressionante (claro, não comparando com Machu Picchu). Se imagina que há muito mais para ser escavado na região, só há um problema: não há dinheiro para financiar as escavações. Para se ter uma ideia, as ruínas estão protegidas e abertas ao público a cerca de 15 anos. Antes disso os habitantes do local, ignorando a origem das construções, usavam as pedras (muitas trazidas de cuzco, não se sabe como) para construir suas próprias casas.

 

Detalhes sobre o sitio arqueológico podem ser vistos direto no álbum onde cada foto tem sua legenda explicativa. A visita às ruínas é repleta de informações sobre história e cultura. Muito interessante e além das expectativas.

 

Ao final o almoço em um restaurante da região foi outro ponto alto, limpo e organizado, me senti na argentina. E cheguei à seguinte conclusão: Truta é o peixe que eu mais gosto mesmo! Não há mais dúvidas!

 

Depois de comer além daquilo que meu corpinho está acostumado (é feio comer só a metade nessas ocasiões) voltei me sentindo uma bola estufada dentro da van. O tour chegou em Cuenca de tardezinha. Saí para caminhar um pouco mas estava tudo tão, tão deserto (domingo fim de dia) que fiquei meio apreensiva. Comprei um sorvete e vim para o hostal organizar tudo para fazer o check-out amanhã bem cedo.

 

Próximo destino? Sol, mar e areia... Amanhã estarei em Puerto Lopez!

 

Hostal - 7,00

Passeio Ingapirca - 45,00

Entrada Parque - 6,00

Água e batata - 2,00

Canetas - 5,00

Suco tomate - 2,00

Sorvete - 0,60

Total: 67,60

 

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Sai de manhã do hostel e peguei um taxi para chegar no terminal de bus. Perguntei para taxista qual era a empresa mais segura para se chegar a Guayaquil...

 

[Quanto mais se viaja pelo Equador, menos se quer passar por Guayaquil. A última que eu tinha ouvido era de uma senhora de Quito que dizia que queria passar a vida sem colocar os pés em Quayaquil. Todo mundo tem uma história ruim para contar da cidade, roubos, assaltos e assassinatos, é impressionante. Pensei que tudo que eu precisava era chegar viva e sem assaltos. Sim, há também histórias de ônibus que são assaltados quando vão para Guayaquil ou quando saem da cidade...]

 

Enfim o taxista me disse que tinha uma empresa que levava as pessoas de Van de Cuenca a Quayaquil, direto, pelo caminho mais curto, ninguém entra, ninguém sai antes de chegar na cidade. Perfeito! Paguei mais e não me arrependo. Fui em uma van, totalmente confortável e segura e a viagem demorou uma hora a menos do que a de bus comum, que vai parando o tempo inteiro (em geral todos os ônibus do Equador são pinga-pinga).

 

Cheguei em Guayaquil viva e, na estação de bus (que é tbm um shopping) comprei minha passagem para Puerto Lopez.

 

A viagem foi bem tranquila!!! Demorada, com miles de pessoas entrando e saindo (como de costume) mas tudo certo. Sem ameaças.

 

Em Puerto Lopez vim direto para meu hostel, que é bem bonzinho. Tenho um quarto só meu, com banheiro, só meu, com água quente, TV a CABO no quarto!!! Ainda me deram toalha, cobertor e sabonetinhos!!! Que luxo! E tem internet free (que não funciona muito bem no meu quarto, mas ok).

 

Depois de instalada saí para caminhar, fazer umas compras no super e o mais importante reservar meu passeio para amanhã.

 

Amanhã vai ser: passeio de barco para ver as baleias, parada na Isla de la Plata (a tal Galápagos dos Pobres) para ver animais e aves e encerrando o dia com um mergulho. O dia promete!

 

Taxi - 2,00

Van Cuenca-Guayaquil - 12,00

Taxi - 1,50

Bus Guayaquil-Puerto Lopez - 4,25

Cocada - 1,00

Hostal Izucam - 10,00

Taxi - 2,00

Massa - 1,25

Super - 4,00

Tomate + Celoba - 1,00

Total - 39,00

 

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O passeio para a Isla de la Plata só saía às 9h, mas acordei bem mais cedo por culpa de um galo que cantava aqui do lado do hostel. O fato é que na minha rotina em Porto Alegre galos não cantam... na verdade não há galos. Mas não fiquei braba com ele por ter me despertado antes do tempo. Fiquei muito mais chateada com o São Pedro quando abri a porta do meu quarto e vi que o dia estava feio e caia uma chuvinha fina. Bueno... azar.

 

Na verdade ontem conversando com o cara aqui do hostal ele me disse que tem sido assim todos os dias, fechado e com uma chuvinha fina, às vezes. Que nessa época é sempre assim. Hum... bem que essa informação podia estar melhor difundida! Vim para cá pela praia e sol e não tem sol...

 

Bom fui para a agência encontrar o pessoal do passeio. Era eu, mais uns 12 alemães e uma família do País Basco. A primeira coisa que o guia disse é que estava chovendo aqui no continente mas à medida que nos afastássemos do continente o tempo ía melhorar e quem sabe até teria sol na Isla de la Plata.

 

O Plano era ir em direção à Ilha (que fica bem longinho do continente) e no caminho parar para mirar as ballenas. Chegando na ilha fazer uma caminhada para observar os animais e na volta o snorkel (e talvez mais ballenas!).

 

Não muito distante da costa já tinha uma família delas. As baleias que vem por essas bandas são as Jubarte (humpback whale), as mesmas que estão no litoral do Brasil nessa época (claro, claro... não as mesmas, mas da mesma espécie! vcs entenderam!) Tem Orcas que passam por aqui também, mas normalmente não se vê elas. Disse o guia que em 20 anos viu apenas 2 vezes.

 

Enfim as fotos das baleias foram um fracasso total! Toda vez que elas saíam da água eu tentava tirar uma foto, mas como minha máquina demora um pouco, quando batia a foto a baleia estava na água já. Depois de isso acontecer algumas vezes revolvi filmar! Há-há! Daí sim! Fiz uns filmezinhos legais e depois extraí algumas fotos deles.

 

Baleias lindas e maravilhosas partimos rumo à Isla de la Plata, tem várias teorias para o nome da Ilha, inclusive que os Incas, que utilizavam a ilha para sacrifícios e outras coisas, teriam escondido tesouros aqui (mas os Incas navegavam? Pois é, parece que sim). Piratas também teriam escondido seus tesouros aqui... Enfim há também outras teorias.

 

A Isla de la Plata pertence ao Parque Nacional Machalilla e (atualmente) tudo nela é super controlado. Existem algumas trilhas, que só podem ser feitas com guias e há também um número máximo de pessoas em cada uma. Me livrei dos alemães (nada contra, mas como eles não falavam espanhol tudo tinha que ser traduzido para alemão pelo seu próprio guia e isso era um saco, tudo era devagar). Fiquei com a família do país Basco e casal de alemães que não estava com aquele grupo e falavam Espanhol. Durante a caminhada, de cerca de 2h, vimos vários tipos de aves! O guia, com muitas informações e conhecimento sobre a fauna e a flora ía explicando tudo. Foi realmente muito bom!

 

De volta ao barco recebemos nosso lanche\almoço era frutas (melancia, abacaxi e banana) e dois mini-sanduiches. Para mim estava ótimo o almoço, mas meio mal programado pois a atividade seguinte era o mergulho (snorkel). Tipo assim acaba de engolir e entra na água! Péssima ideia!

Bom eu fui... mas depois de 5 min voltei para o barco! 1º a visibilidade não estava boa, na verdade estava bem turvo e 2º óbvio que comer e entrar na água 1 min depois não ía fazer bem! Quando eu era criança o meu Vô me mandava esperar 2h para fazer a digestão antes de entrar na água. Não sei quem teve essa ideia de giríco. Os sanduiches tinham que ser entregues antes da caminhada. Não que eu tenha passado mal... Mas comecei a me sentir meio estranha na água com toda aquela comida no estômago... e voltei para o barco.

 

Na verdade nos 5 minutos que eu fiquei na água acho que vi tudo que tinha por ali, vários peixes coloridos e também desses de comer, caranguejos, algas... enfim. A visibilidade estava mesmo ruim.

 

Na volta do passeio o guia deixou eu ir na parte de cima do barco (que na verdade era proibido)! Foi ótimo! Ventão na cara e curtindo o balanço do mar em umas ondas mega-gigantes!!! Vimos mais baleias na volta, mas como minha máquina estava guardada não tirei mais nenhuma foto.

 

De volta ao hostal... banho quente, organizar as informações, comer e dormir.

Amanhã? Não sei, vai depender de como amanhecer o dia.

 

Hostal Izucam - 10,00

Passeio - 45,00

Total - 55,00

 

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Pois então... o dia novamente amanheceu feio e com chuva. Fui tomar um café da manhã em um hotelzinho na beira da praia e logo percebi que os barcos de pesca estavam descarregando os pescados e passando para os caminhões. Fui lá ver mais de perto.

 

Os peixes (como é de se esperar) atraem muitas aves que ficam por ali esperando uma oportunidade de fazer uma boquinha. A maioria eram fragatas, mas havia também alguns piqueiros (atobás) e pelicanos. Vejam os filmezinhos especialmente o das Fragatas roubando os pescados direto das cestas dos pescadores.

 

Eu particularmente adoro pelicanos!!! Mesmo! Parecem aves pré-históricas saídas direto do Jurassic Park. São grandes, imponentes, com aquele fico enorme.

 

Enfim... O tempo não melhorou muito mas parou de chover durante o dia então fui para a praia. Não tomar sol, nem nada. Mas curtir o movimento... movimento das pessoas caminhando, dos barcos indo e vindo, das aves e das centenas de caranguejos que me cercavam (que bichos divertidos esses!) Bem tranquila, sentada na areia deixei o dia passar tranquilamente. Sem pressa.

 

Depois fui no super fazer compras básicas. E voltei para a beira da praia, mas agora com outros objetivos: jantar. Todos restaurantes aqui servem frutos do mar. Escolhi um agradável (dentro dos padrões equatorianos) e pedi um prato de camarões fritos! Comi tudo. Assim que saí do restaurante atravessei a rua para tirar uma bela foto do horizonte laranja e para minha surpresa em seguida apareceu no horizonte uma bola de fogo fazendo seu tradicional caminho rumo ao oeste. A passagem do sol pela pequena linha no horizonte onde não havia nuvens já valeu ter ficado mais esse dia por aqui. Lindo.

 

Enfim... a previsão para amanhã é um dia bonito então resolvi dar mais uma chance para São Pedro. Se amanhecer sem chuva cedinho vou para uma praia que tem próxima daqui que se chama Los Frailes e é considerada uma das mais bonitas do Equador. Na verdade são três praias e estão todas dentro do Parque Nacional Machalilla (o mesmo que protege a Isla de la Plata). A ideia é ir para o parque, fazer a trilha, voltar para o hostal tomar banho e seguir viagem para Manta e chegar em Bahía Caráquez ainda amanhã (antes de escurecer).

 

Espero que dê tudo certo!

 

Hostal Izucam - 10,00

Café Manhã - 1,50

Lavanderia - 4,00

Super - 7,42

Jantar Camaroes - 6,50

Recuerdos - 4,00

Total: 33,42

 

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Depois de fazer baldeação em 4 cidades, finalmente cheguei no meu destino: Bahía Caráquez.

Fui então procurar um lugar para ficar. Primeiro: lotado; segundo: lotado; terceiro: lotado; quarto: diária de U$90 (descartado); quinto: não havia ninguém; sexto: fechado; sétimo: sim temos vagas. “Ok, vou ficar”. Ao que me parece essa era a última opção da cidade.

 

O lugar era uma casa velha que foi transformada em um lugar para as pessoas passarem a noite (não tenho coragem de chamar de hotel). Também há pessoas que ainda moram aqui. Meu quarto tinha um cheiro de horrível de mofo, sem janelas e com paredes de gesso (ouvi todo o jornal que estava passando em algum quarto onde tinha TV). Tinha só uma tela para um quarto ao lado cheio de entulhos. No banheiro, para chegar no box tinha que passar por cima da patente. E só água gelada, é claro. O banheiro também estava sujo.Fui nosuper, comprei uma esponja e dei uma geral antes de utilizar.

 

Tinha uma cama de casal com um colchão de molas que fazia barulho toda vez que eu me mexia, então resolvi dormir na parte de baixo no beliche onde o colchão estava aceitável. Logo depois que deitei comecei a sentir calor fui acender a luz para trocar de blusa e passar um repelente nos braços.

 

Quem eu encontro me fazendo companhia? Um baratão enorme e marrom, bem no meio do quarto. Eu tinha certeza que uma casa velha e suja como essa devia ter baratas, só não esperava encontrar uma tão grande no meu quarto. O que os olhos não veem o coração não sente. Mas agora os meus olhos tinham visto e tudo que eu mais queria na vida era ir embora desse hotel. Mas para onde? Já era mais de meia noite! Sensatamente pensei que sair do hotel sem ter um lugar certo para onde ir, naquele horário era idiotice.

 

Enfim fiquei ali imóvel, olhando para ela. Quando me movimentei para pegar minhas havaianas ela correu para debaixo da minha cama (!) e se enfiou em uma fenda. Em baixo do meu quarto (dava para ver por entre as madeiras) tinha uma espécie de subsolo, que deve ser a casa das baratas.

 

Resolvi mudar para a cama da parte de cima do beliche (quanto mais longe do chão, melhor) e resolvi dormir de luz acesa.Coloquei o relógio para despertar às 7h30, para escovar os dentes fechar a mochila e tomar café da manhã (que começava às 8h). Sim, essa espelunca se auto-denominava (B&B: BedandBreakfest). Já que eu estava pagando inacreditáveis U$ 8,00 pelo menos faria valer o café da manhã. O negócio era me mandar dalí o mais rápido possível para um lugar o mais limpo possível.

 

Essa foi a pior parte de toda a viagem. Eu devia ter procurado mais ou devia ter pago os U$ 90 dólares para ficar no outro hotel de frente para o mar, limpo e sem baratas.

 

As pessoas que não me conhecem e leem isso devem estar pensando "que guria mais fresca".

Você só está pensando isso pq não viu o hotel. Só por isso. Pode crer.

 

Hostal BeB em Bahía - 8,00

Bus Pto Lopez - Jipijapa - 1,50

Bus Jipijapa - Manta - 1,30

Baño - 0,20

Bus Manta - Portoviejo - 0,80

Cocada - 0,25

Bus Portoviejo - Bahía - 2,00

Baño - 0,20

Taxi - 2,00

Super - 4,00

Sorvete - 3,75

Esponja - 0,45

Internet - 0,75

Total: 25,20

 

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Editado por Visitante

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