Membros aline mota Postado Março 28, 2012 Autor Membros Postado Março 28, 2012 Roma prometia, não poderia ter iniciado melhor! Quase perdendo minha mala já chegando a cidade. Mas, como nem toda feiticeira é corcunda, também, nem todo tipo perdido com historias malucas é golpista. Assim, depois de andar alguns metros pra longe de mim e, finalmente, perceber minha ausência, o romeno parou, olhou ao redor a minha procura e me viu paradinha na entrada do metrô. E é claro que ele logo concluiu “ essa desgraçada não vai me ajudar!” Então, depois de um longo suspiro perceptível por qualquer um a quilômetros de distancia, ele retornou, devolveu minha mala e tudo que consegui dizer foi um sinto muito, muito do seu fuleca. O rapaz num brevíssimo olhar respondeu que tudo bem, que não havia problema. Depois disso eu preferia mil vezes que ele fosse um bandido e tivesse levado minha mala!! Assim, fui abandonada pelo abandonado e como ele também segui adiante. Li pela milésima vez como chegar ao meu hostel e não conseguia encontrar a bendita saída indicada no endereço. Ia e voltava de um lado pro outro e nada. Eu olhava os populares que passavam por mim mas não perguntava nada a ninguém (depois dessas minhas aventuras decidi ficar um pouco mais criteriosa na hora de pedir ajuda. Agora a pessoa tinha q ter residência fixa, bons antecedentes crinais, coisas desse tipo. Tudo isso, passível de identificação, só numa olhada!) Finalmente apareceu um transeunte que preenchia a licitação – Fernando, um italiano de meia idade, com a cara do Gene Wilder, aquele cara da Fantástica Fabrica de Chocolates – alguém com a aparência do Sr Wonka tinha q ser confiável! Fernando estava saindo de uma sala na estação quando eu ia passando em minha... sabe deus que passada!!! Perguntei, em inglês, se ele poderia me ajudar, e como todo bom europeu ele tb falava inglês e se propôs totalmente: de corpo e alma a me ajudar – tô dizendo... era o Sr Wonka! Pegou meu papel, leu o endereço e disse “ é aqui perto. Vc não está achando a saída pq essa plataforma esta em reforma." Não fosse ele eu estaria por lá ate hoje ou enquanto durasse a reforma! Dessa forma, Fernando gastou seu tempo livre do trabalho, que ele poderia muito bem utilizar pra fumar algumas carteiras de cigarro, ou esconder papeis premiados em barras de chocolate... Pra me levar até o Alessandro downtown, o hostel no qual ficaria hospedada. O cara foi um gentleman! Também apoderou-se de minha mala e nessa hora fiquei com pé atrás. Mas como ele explicou que trabalhava ali na estação, estava no seu intervalo e era a reencarnação de Willi Wonka, relaxei. :'> Fernando ia conversando comigo - ora em inglês, ora em italiano. Ele simplesmente não se dava conta de que estava falando italiano – força do habito, com toda certeza – eu precisa lembra-lo disso em alguns momentos. Demoramos um pouco pra encontrar o endereço do Alessandro pq estava muitíssimo mal explicado ( palavras do guia: um italiano que conhece aquela parte da cidade como a palma da mão!). Chegamos e os abençoados "recepção" do Alessandro passaram dois séculos pra nos abrir a porta, fazendo milhões de perguntas e por alguns momentos imaginei se teria que ficar quase nua novamente. Quando cheguei a recepção eles pediram desculpas e disseram que era uma questão de segurança. Havia um senhor na minha companhia e eles estranharam. Mas estranharam o que exatamente?? Porque vi vários hospede da mesma idade e ate mais velho que Fernando no Alessandro!! A questão é que aquele povo que trabalha no Alessandro, com exceção de uma moça que não lembro o nome, são um bando de... Do Alessandro downtown é o que tenho pra reclamar – "os recepção”. Essa foi a primeira que eles me aprontaram. Enquanto fazia meu checkin me despedi de Fernando agradecendo a gentileza. Ele perguntou se eu não gostaria de sair. Eu não só queria como era fato que faria isso... mas achei melhor dizer não – o Termini em nada lembra a Fantástica Fabrica de Chocolates... Ele concluiu que eu deveria estar muito cansada... Aproveitei a deixa e disso que era exatamente esse o problema. Mas Fernando chegou a conclusão que poderíamos sair no dia seguinte, as duas da tarde, quando ele saísse do trabalho. Concordei. Mas eu sabia que não estaria por lá as duas da tarde do outro dia. Eu teria a desculpa do desencontro. Enquanto o checkin se prolongava apareceram uns brasileiros e, caracas pensa numa criatura feliz era eu quando vi aquela galera. Parecia pinto no lixo! Nem acreditei! Os 3 brazucas, dos quais não lembro o nome de num um – mais existe explicação pra isso – começaram me enchendo de perguntas e resolvemos colocar os pingos nos is durante o almoço. Nesse meio tempo, outro brasileiro, atraído, com toda certeza, pelo som da língua materna, veio se juntar ao grupo ( não lembro o nome dele, mas era um cara super gente fina). Na saída do hostel esperamos alguns minutos por outro parceiro deles que não havia conseguido hospedagem no Alessandro mas estava pelas proximidades - não tao próximas. Nada dele chegar, fomos atrás de um local pra almoçar mas não sem deixar um recado pro elemento caso ele aparecesse. Entramos em um restaurante bem bacana e já fiquei preocupada com os preços que vi na entrada. Pensei "meu Deus, se eu ficar andando com essa galera vou a falência!". Não lembro bem o preço do almoço. Mas sei que era bem salgado e eles, em unanimidade, haviam achado o preço bem razoável... Jesus! Assim que sentamos, eu, morta de sede fiquei esperando pelo meu super copo d'água tão comum na Grécia. Como ele não chegou, chamei o garçom e disse a ele que queria água. Ele me traz uma garrafa de 1 litro que custava 3 euros!!! Quase morri. E os quatro brazucas não entendiam minha surpresa. Acharam até bem baratinha a garrafa d'água. E um dos garotos que, não sei bem pq, mas talvez tenha sido pela minha reclamação dos preços, parece ter criado uma antipatia por mim e acreditem a reciproca tb era verdadeira. Ele foi logo dizendo, num tom bem poético: “acho que tá bem barato sim. O que vc queria, que fosse de graça?! Não deveria ter vindo pra Europa!” Meu Deus... Que homem grosso! Mas respondi, já P* da vida: Exatamente! Na Grécia era de graça! Mas isso não resolveu. Nossos santos realmente não bateram. Parece mentira. Conclui que não valia a pena bater boca. Perguntaram pq eu estava viajando sozinha e expliquei a eles um pouco da minha historia. Acharam tudo uma grande loucura, principalmente o fato de estar só - foi um chá de ânimo total! Veio minha vez de saber como tinha dado tão certo eles viajarem juntos. Me explicaram que se conheceram pela internet. As ideias sobre a viagem bateram e bingo! Um de Sampa, outro de Minas, outra acho que do Parana e a outra era... não lembro o estado mais era nordeste. Senti alguns kilos de inveja, confesso. O roteiro deles era super extenso e estariam sempre juntos. O outro conhecido que se juntou a nós, ainda no hostel, era mineiro e muito gente fina. Ele tinha vindo a Europa pra apresentar um trabalho num congresso em Veneza ou Viena, não lembro. E aproveitou pra andar pela Europa um pouco antes do congresso. Um cara super tranquilo, de fala mansa, humilde e muito inteligente. As vezes saia com umas sacadas muito bacanas. Bem, passados alguns minutos que estávamos no restaurante chegou o parceiro que faltava e já fiquei imaginando se não seria outra “gente fina” como os demais do grupo. Pedro, o único do qual consigo lembrar o nome, foi uma simpatia de ser humano. Conversamos um pouco e ele graças a deus não meteu o pau na Grécia. Bem, depois da refeição voltamos pro hostel, os quartos já estavam liberados. Ficamos de sair em seguida e nos encontraríamos na recepção ou na frente do hostel. Guardei minhas coisas, tomei um banho de europeu, ou seja, só lavei a cara e desci. Imaginei que fosse ter que esperar pelo povo, as meninas estavam loucas pra tomar banho e imaginei que elas fariam isso. Como eu não queria correr o risco de perder as companhias que não eram as melhores mas era o que eu tinha arranjado, desci. Perguntei ao recepção por eles e o cara diz que eles já haviam saído. Nossa, não acreditei. Eu nem tinha demorado. Mas ai veio a sacada e finalmente a minha ficha caiu. “Acorda garota, vc está viajando sozinha!! Ninguem tem obrigação de esperar por ti!” Pelo menos ate o dia seguinte. Apesar de não ter conseguido companhia pra viagem toda, arranjei companhia, aqui pelo mochileiros, em Roma e outra cidade mais a frente. Em Roma eu encontraria Samoa e sua prima Jéssica. Mas como disse, elas só chegariam no dia seguinte... assim eu imaginava. Então eu teria que ficar só apenas uma tarde... totalmente suportável! Peguei o mapa da cidade situei o hostel e sai. Pq uma coisa é certa, trancada no hostel é que não dava pra ficar. Eu estava em Roma!! E se eu me perdesse... sempre existe a opção do táxi! Sai, cheguei na frente do hostel olhei pro mapa, milhões de opções... escolhi uma e parti pra lá. Como vcs já sabem da minha facilidade em interpretações de mapas peguei o caminho errado. Mas tudo era lucro, eu não conhecia nada mesmo. Então nem esquentei a cabeça. O Alessandro tem a vantagem de ficar em um bairro super histórico. Os prédios são lindos. Adorei. Ficava que nem pateta olhando pra cima de boca aberta. Comecei a andar procurando minha opção e nada de encontrar. Finalmente cheguei em frente a uma igreja - coisa que não falta em Roma - e dessa vez minhas roupas eram adequadas! Rsrs Igreja de Santa Maria Maggiore. Muito bonita, entrei e fiquei feliz por não ter encontrado o que eu estava procurando - a outra opção era paga e essa era free total! A igreja é muito bonita. Depois de alguns clicks sai atrás da próxima atração que também não encontrei e que tb era paga (não fez falta! rs) Mas depois de uma boa pernada, encontrei nada mais, nada menos que o Coliseu – pra uma perdida... acho que tava bom! Caramba, como é complicado descrever o que se sente nessas horas... é uma mistura de tanta coisa boa... meio que salada de frutas de sentimentos: gratidão, felicidade, orgulho... enfim, realização! Bati horrores de fotos daquele baita “complexo”: coliseu ao fundo, Piazza Veneza mais a frente, ruinas e mais ruinas tudo muito lindo, maravilhoso. Simplesmente adorei tudo!!! Já ia passando um pouco das 7 da noite quando resolvi que era hora de tentar encontrar o caminho de volta pro hostel, pq a pernada tinha sido bem razoável até lá eu não queria correr o risco de ficar perdida quando a noite caísse... é que tenho medo do escuro, sabe. rsrs Quando cheguei no hostel encontrei o "garoto congresso". Conversamos um pouco e ele me avisou que a galera tinha marcado hora pra sair pra jantar e me convidou. E como não tenho vergonha na cara e nessa viagem eu era maior mendicante de companhia, aceitei! Jantamos numa pizzaria e dessa vez a galera foi mais humilde... não sei o que aconteceu no passeio deles, mas algo tava diferente. Rolou uma pesquisa de preços antes, uma pizza pra dois, um refri pra dois... era um verdadeiro milagre!!! kkkkkk E as mudanças não pararam por ai... É... se vc não aprender a ser gente, ou pelo menos um ser humano um pouco melhor numa viagem dessas... pode pendurar as chuteiras! Ainda andamos um pouco pelas ruas de Roma e depois voltamos pro hostel. Eu estava super feliz pq no dia seguinte minhas parceiras chegariam e meu status de "sozinha carente" chegaria ao fim! Fui deitar radiante... nunca pensei que a espera por duas desconhecidas, ainda por cima mulheres me deixariam tão feliz e ansiosa. Mas eu estava, estava MESMO!!! Mas no dia seguinte a felicidade se transformou em preocupação, depois em medo e finalmente em desgraça total!! Citar
Membros Karen Lisboa Postado Março 30, 2012 Membros Postado Março 30, 2012 Aline, bom dia. Você não tem jeito (rs), eu aqui., em pleno horário do trabalho lendo o relato maravilhoso e vc para no meio do caminho. Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa O que aconteceu desta vez? Que bom, que você voltou. Bjs Citar
Colaboradores fatimartini Postado Abril 2, 2012 Colaboradores Postado Abril 2, 2012 grrrrrrr Ela para nos momentos mais tensos... E ainda demora dias para voltar! Citar
Membros rafaelcg Postado Abril 2, 2012 Membros Postado Abril 2, 2012 Não contente com a parada da novela no meio do furto da mala, ela fez de novo!!! Parou com a seguinte frase "Mas no dia seguinte a felicidade se transformou em preocupação, depois em medo e finalmente em desgraça total!!" nos deixando mais uma vez na curiosidade, rsrs. Citar
Membros aline mota Postado Abril 5, 2012 Autor Membros Postado Abril 5, 2012 Pois é, Fátima sou uma incorrigível, um caso perdido. rsrsrsrs Mas tenho persistido e pretendo chegar ao final! Ah... é só por uns dias Rafael. Logo a curiosidade acaba. rsrsrs Citar
Membros aline mota Postado Abril 5, 2012 Autor Membros Postado Abril 5, 2012 Finalmente chegou o momento de começar a me alimentar um pouco melhor. O Alessandro oferece café da manhã! Levantei cedo pra não perder o 0800. Logo as meninas estariam chegando e resolvi sair pelas redondezas pra comprar umas besteirinhas (Shampoo, hidratante e afins. Gastei uma pequena fortuna e fiquei triste por não ter trazido tudo do Brasil. Eu li várias informações sobre transporte de líquidos em viagens internacionais e todo mundo SÓ dizia que o máximo permito eram vidros de 100ml. Pena que esqueceram de esclarecer que isso é pra BAGAGEM DE MÃO!!! Na mala vc pode levar quantos litros quiser!!!! ). Não demorei muito e montei guarda na recepção do hostel ansiosa pela chegada das parceiras. Pelos meus cálculos, elas deveriam chegar entre 12:00h... 12:30h pelo hostel e, como não poderiam ir pros quartos, nós logo sairíamos pra turistar. Samoa havia, quase, cronometrado cada um dos nossos passos nesses dias em Roma. Ainda nem a conhecia pessoalmente mas já adorava Samoa pela organização dela. :'> Mas quando as 12:00h chegaram sem Samoa e Jéssica, calculei que já não seria possível fazer alguns dos passeios planejados pro dia. Mas tudo bem, eu podia viver sem isso... 13:00 horas e meus olhos não olhavam outra direção a não ser o monitor que mostrava a entrada do hostel sem as amigas. O voo delas devia ter atrasado um pouco (tudo era possível) e com essa agora conclui que deveríamos pular o almoço e já ir logo passeando por Roma... pra que comer? rsrs 14:00h e o monitor mostrava a guria da recepção e os staffs tirando maior sarro da cara dela. Perguntando quem era ela, de onde vinha, o que queria lá... de repente aquilo me soou tão familiar... e então saquei o que eles haviam feito comigo no dia anterior. Me tirando pra pagode, como se eu fosse coleguinha deles de trabalho. Fiquei com muita raiva. Mas o que importava naquela hora era a ausência das meninas, e a preocupação que começava a bater na minha porta. Não demorou muito e os pixels mostraram a figura do Fernando. eu nem lembrava que, segundo meus planos, eu não deveria estar ali aquela hora! Expliquei ao amigo o que estava acontecendo. Eu não podia sair pq estava esperando por amigas. Mas Fernando apelou pra um ponto fraco... almoço. E realmente aquela hora eu já estava verde de fome. Resolvi sair pra comer e voltar em seguida pra apanhar as parceiras que, evidentemente, já teriam chegado qd eu retornasse. Deixei um recado na recepção pra elas em letras garrafais que ficou pendurado no monitor do recepção. Daria tudo certo... era o que pensava... Meu atual guia, sacou que era uma viajante sem muitos recursos financeiros ( também com essa minha cara de pobre, não precisa ser vidente) rsrsrs – e me levou pra comer em um lugar barato mas... com comida de verdade! Terminado o almoço, Fernando me propõem ir até o Pantheon... pow! era golpe baixo... E lá fui eu. No caminho tudo é novidade até uma velha residencia ou sei lá o que era... fotos! Quando fomos pegar o ônibus eu não tinha passagem. Explico isso ao guia e ele puxa uma carteira dizendo que tinha passe livre nos transportes. - Certo, legal... vc mas e eu? Perguntei. - Vc ta comigo, não se preocupe... Olha que figura... só faltou dizer: "ta comigo, ta com Deus!" Mas fui, né! Paramos na Piazza Veneza e de lá caminhamos até um local muito bonito, tipo... outra antiga residência... com um jardim que achei um encanto! (Sim, tudo era um encanto! rsr) Finalmente chegamos ao Pantheon. Entrei, me maravilhei e agradeci imensamente a gentileza de Fernando em se dispor a mostrar sua cidade sem pedir nada em troca a não ser minha companhia. Ele me falou que eu lembrava uma amiga que morou algum tempo com ele. Ela era brasileira, acho que de fortaleza e infelizmente apesar te-lo ouvido pronunciar o nome dela varias vezes, não consigo lembrar agora. Sei que ele sentia uma grande saudade da garota e tinha vontade de vir ao Brasil pra reencontra-la. A companhia do Fernando foi agradabilíssima. O inglês dele era fácil de entender. O meu continuava uma porcaria mas era o suficiente. A seguir, fomos a Fontana de Trevvi... o que aquilo minha gente!!! É simplesmente lindo!!! Se não estou enganada... há uma loja de café enfrente a Fontana ou do Pantheon. Tudo o que se faz e vende lá dentro é de café inclusive sorvete. Quem tiver oportunidade e for amante de café como eu vale muuuuuuuuuuuito a pena ir até lá! Passamos por uma feirinha e, depois de muito caçar uma sombrinha, eis que vejo algumas. Quando vou comprar quase Fernando morre! rsrsrs Ele começou a dizer que aquilo era um absurdo!!! Que era verão. Tinha sol! E respondi – eu sei, por isso quero a sombrinha, é sol demais pro meu gosto. Mas o cara se transformou... (o que a neve não faz com as pessoas...) O sol é tão escasso que quando aparece aquela gente fica louca! Só faltam andar nus pelas ruas. Eu pegava a sombrinha e ele tomava da minha mão. Meu deus!!! - Você não pode comprar uma sombrinha. Ele dizia. - Eu preciso de uma sombrinha. Eu respondia. - Por que? Quis saber o candinho. E tentei explicar a ele que havia gastado milhões de dólares em um pelling. (não foi facil! kkkk) Então ele me levou a uma barraquinha que vendia chapéus e disse: "um chapéu vc pode comprar. Se é só o rosto o chapéu resolve! Só rindo mesmo. Bem, fazer o que??? Jogar meu guia fora, no lixo?? Não podia, né!... então aceitei e comprei meu lindo chapéu de camponesa. Depois dessa overdose de gastos, Fernando ainda sugeriu uma visita... já não lembro a que local... mas já era pouco mais de 5 da tarde e resolvi voltar pro hostel e encontrar Samoa e Jéssica! Cheguei a conclusão de que já havia conhecido coisas demais sem elas. E assim se deu. Chegando fui direto até a recepção e quando penso que encontraria as amigas, o que vejo?? ...Meu bilhetinho pendurado no mesmo local. Conclusão: elas não chegaram! A preocupação tomou força! Não era possível que tivesse atrasado tanto assim esse voo!!!! (claro que era. Mas sempre consigo piorar, e muito, a situação). Imaginei que se o problema fosse atraso, Samoa teria deixado um recado na internet pra mim. E ai iniciou o compra, compra de horas de net, já que no Alessandro cobra-se pelo acesso. Eu tinha certeza que se elas estivessem presas em algum aeroporto, eu teria a resposta no facebook, Orkut, msn qualquer sinal de vida Samoa teria me dado. Abrindo todas essas possibilidades... nem sinal da pequena. Não era possível! Quando meu tempo na net acabou, voltei a recepção pra comprar mais algumas horas e checar a possibilidade delas já estarem no hostel - nós não ficariamos no mesmo quarto - mas meu bilhete continuava lá e nada nos registros do hostel. Deu 7, 8 da noite e nem sinal de Samoa e Jéssica. Nada, nem no hostel e nem na internet. Cassei todos os parentes delas no facebook. Lia os murais, scraps, subs. Imaginei que se ela não tivesse lembrado de me deixar um recado, com toda certeza, a família ela diria se tivesse acontecido alguma coisa... mas nada. Absolutamente nada! Como sou ótima... comecei a procurar notícias sobre queda de aviões... e... Não havia noticias sobre isso também. Menos mal. kkkkkkk Mas eu já estava mais pálida do que sou por natureza. E por essas alturas, morrendo de medo de imaginar o que poderia ter acontecido a elas... mesmo assim imaginei. Na minha cabeça já tinha se passado de um tudo! - Elas chegaram, foram abordados por algum bandido, já estão nas mãos da máfia do trafico humano. Tadinhas. - No ultimo momento Samoa decidiu ir pra outro lugar... talvez um hotel! ( a família dela tb vinha fazendo terrorismo com ela) - Foram assaltadas e estão em alguma delegacia. (Essa era a melhor das opções.) rs Mas lá pelas 10 da noite... depois de ter imaginado milhões de possibilidades... finalmente cheguei a única conclusão plausível e, finalmente, toda a desgraça se materializou. Armada da explicação mais plausível, derrubei o avião da tap e matei Samoa e jessica... e mais alguns passageiros de quebra! Fiquei estarrecida. Era claro como agua. O avião tinha caído. Samoa e jessica estavam mortas. E agora, o que eu ia fazer?!!! Fiquei sentada na cama imaginando se devia ou não dar a noticia pra família. Graças a deus não gosto de ser portadarora de mas noticias, se não... Fiquei no meu quarto pensando se as meninas teriam sofrido muito antes de morrer. Como era triste vir passear e morrer dessa forma. Eu já estava de luto total. Roma já não fazia o menor sentido, alias a viagem toda, eu só queria voltar pra casa. Se eu tivesse sapatos vermelhos eu teria feito como Dorothy. Podem ter certeza. Enquanto eu lamentava solenemente a morte de minhas parceiras, isso já bem tarde da noite, a porta se abriu e entrou no quarto, um ser humano com uma cara que parecia mil vezes pior que a minha.( Me deu vontade de perguntar se o avião dos amigos dele tb tinha caído.) Citar
Membros aline mota Postado Abril 5, 2012 Autor Membros Postado Abril 5, 2012 Esse era Ariel. O argentino mais exausto, maluco e arrependido que tive a oportunidade de conhecer nessa viagem. Ele entrou, disse oi, boa noite, apresentou-se e começamos a conversar. A principio em inglês... e depois também. Pq o portunhol do Ariel era tão bom quanto meu inglês... simplesmente incompreensível. Então eu dizia a ele: ok… speak in english, please. Ariel começou me perguntando se eu estava viajando sozinha e eu respondi que sim. - Eu também. Ele disse. Deu um longo suspiro de cansaço. E desatou a falar sobre o drama dele, vulgarmente chamada de viagem... "Quando pensei nessa viagem, imaginei que seria maravilhosa: viajar sozinho, conhecer pessoas, fazer muitas amizades, ir a muitas festas mas não tem acontecido nada disso." (Pensei que ele fosse chorar) Ele me olhou e perguntou se eu estava gostando de viajar sozinha, se as coisas estavam saindo como eu achava que seriam. Olhei pra ele me segurando pra não rir... ( vcs não entenderam, né? Eu explico!) Gente, a cara do Ariel, a postura dele, a situação dele, tudo nele era estremante idêntico ao que eu vinha passando e sentindo. Era como se eu estivesse me olhando. A minha felicidade estava em saber que eu não era a unica desesperada e arrependida no mundo das viagens. Olhando o Ariel - um homem, com um inglês fantástico - naquele estado. Pow!! Era uma prova de que eu não era uma idiota, fraquinha simplesmente. Era a descoberta de que viajar sozinha não é mole não. As coisas acontecem e vc tem que dar conta do recado, se virar nos trinta ou então fazer o que o Ariel eu tentamos fazer: checar o seguro viagem tentando encontrar uma maneira de tentar mudar a volta pra casa sem grandes prejuízos pro bolso. E assim como eu ele tb não conseguiu visualizar essa proeza. kkkkkkkkkkkkk Essa descoberta foi o meu Nirvana. Mas enfim, tentando fazer o olhar mais consternado do mundo, já nem lembrando que tinha matado duas amigas a minutos atras, disse ao Ariel que não tinha sido uma boa ideia viajar sozinha, que eu também estava super arrependida. - Quanto tempo falta pra acabar a sua viagem? Ele quis saber. - 40 dias ainda... (também dei um longo suspiro de cansaço) e pra vc? - Um pouco mais. Minha viagem deveria durar 50 dias. - A minha também! E Ariel contou-me do presente que o universo deu a ele. - Eu tive um problema com meu voo. Liguei pra companhia pra reclamar o aborrecimento. Reclamei e briguei muito... sabe o que eles me deram pra compensar o aborrecimento e transtorno que me causaram? Eu não fazia ideia. Pensei que tivessem dado alguns milhoes de dolares... sei lá! Então perguntei: o que? - Uma semana a mais pra ficar na Europa!!! Agora, ao invés de ficar 50 dias, vou ficar 57! Gente, quando ele disse isso não dei mais conta. Explodi numa gargalhada que o luto foi parar lá na Que merda... isso que é um tiro sair pela culatra! Ariel ficava me olhando... mas não tinha como não rir de toda aquela desgraça! E o arrependido continuo... - Eu estou exausto... (não que ele precisasse dizer.rsrsrs) viajei com todo meu roteiro aberto. Não fiz reservas em lugar nenhum. Sabe que horas eu cheguei em Roma? A tarde! E desde então estou procurando hospedagem. (Com uma mochila enorme nas costas! rsrsrs) Não tem vaga em lugar nenhum! Tudo lotado! E só agora consegui achar uma vaga aqui. (Isso já era quase meia noite.) Meus pés estão cheios de calo. (Quando ele me mostrou a situação em que estavam os pés dele... ai me deu pena... eram bolhas enormes espalhados por todo os pés do rapaz. Eu não sei como ele tava conseguindo andar com aquilo! Incrivel!!) E ele continuou... - Comprei aquele cartão de passagens de trem pela Europa (o Eurail). Pra viajar pra qualquer lugar. Não presta e é muito caro! Tenho que ficar olhando na internet, ligando, dá muito trabalho! Pensei que fosse ser mais simples. Já liguei pra companhia de voo pra mudar meu retorno pra casa... mas é muito caro pra remarcar! É melhor cancelar e comprar outra que sai mais barato!!! (Ele estava indignado... e eu morrendo de rir!) Quando essas férias acabarem, eu vou precisar de novas férias pra descansar das férias... (Ai que eu ria mesmo... lagrimava de tanto rir. Mas concordei com ele... eu tb precisaria de ferias depois dessas ferias. Isso era fato! rsrsrs) De repente, Ariel me trouxe pra realidade: "se vc quiser, podemos andar juntos por aqui. Eu conheci uma moça..." (Enquanto ele falava, me lembrei das falecidas companheiras e do nada me veio a unica ideia que eu não tinha me ocorrido desde o inicio.) Samoa tinha me falado que tava com medo de ter problemas em um voo pq tinha colocado o nome dela errado numas das reservas. Que na hora não iria bater o nome do passaporte com o da reserva. E bingo! Entrei na internet novamente, anotei o nome de Samoa completo e direitinho com todos os y que tinha. Sai do quarto que nem uma bala, deixando o argentino falando só e fui até a recepção. Entreguei o nome dela e pedi ao abençoado pra olhar novamente - eu sempre dizia só o nome dela, sabe Deus como ele não digitava. Uma letra errada e ela não iria aparecer no sistema deles. Enquanto ele digitava eu cruzava os dedos e rezava. Então o recepção me olhou... repetiu o nome dela... perguntou se a reserva era pra duas pessoas... e... sim. Ela estava nos registros desde as 5 da tarde, se não me engano. Ele me falou o quarto delas, mas disse que eu não poderia ir até lá pra não incomodar as outras hospedes. Meu Deus, eu não sabia se ficava feliz por elas não estarem mortas ou se deixava meu ódio tomar conta de mim e matar aquele recepção que não tinha entregado meu recado a elas e me tinha feito sofrer e desesperar atoa. Meti minha mão no monitor dele, arranquei meu recado e sai. Ele protestou:"ei vc não pode fazer isso!" (ele queria morrer!) Voltei irada, com um olhar que espantaria qualquer demônio pra bem longe. Eu estava fora de mim. - Esse papel é meu. Eu faço com ele o que quiser. Você devia ter entregado esse recado. Mas vc nem leu!!!! Ele ficou me olhando... e não disse mais nada. Não sei se pq não decifrou meu inglês ou pq minha cabeça estava prestes a dar uma volta de 360°! Voltei pro quarto e deixei Ariel usar o resto de net que eu ainda tinha. Não queria mais nem papo com computador. Só queria dormir! Acordei super cedo pra não me desencontrar das meninas - era obvio que elas não saberiam em que quarto eu estava, então não viriam atras de mim. Tomei meu banho nas carreiras, vesti o que vi pela frente e parti pro quarto delas. Bati na porta e Samoa abre mais viva que nunca! rs Nossa, como fiquei feliz em ver Samoa e Jéssica. E graças a Deus, senti que nossos santos bateram na hora! Se eu tenho historia pra contar vcs deveriam ouvir Samoa e Jéssica... a viagem delas não foi mole não... e só pra começar elas me comunicam: "Aline, vc não vai acreditar, nossa mala foi... extraviada!" Sejam bem vindos ao caso mala - o retorno! Citar
Colaboradores noiscasa Postado Abril 5, 2012 Colaboradores Postado Abril 5, 2012 Aline, vc deve ter feito algo muito ruim com as malas em vidas passadas pra elas aprontarem tudo isso com vc e com quem rodeia vc... seu relato esta fantastico! espero q nao demore para continua-lo, todos queremos saber como suas aventuras (e a das malas) continuam! alias pode incluir ai o Ariel... pó fiquei ate triste pelo rapaz, espero q vc nao o tenha abandonado a propria sorte (q pelo visto ele tinha pouca... ) abraços! NOiscasa Citar
Membros de Honra deiafranzoi Postado Abril 5, 2012 Membros de Honra Postado Abril 5, 2012 Aline Aproveita o feriado e termina esse relato guria! Tá muito bom, parabéns! Déia Citar
Membros Karen Lisboa Postado Abril 12, 2012 Membros Postado Abril 12, 2012 Olá Aline, aqui estou morrendo de tanto rir. A final, você não está sozinha nesta jornada. Estou esperando a continuação do relato. Bjs Citar
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