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Viajar é fazer escolhas


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Dentre as muitas características que fazem do ato de viajar uma experiência única e inigualável, a principal é a constante necessidade de escolher, de optar. Desde a fase inicial do planejamento até o último dia de roteiro, o viajante precisa sempre confrontar opções, refletir e tomar decisões. E ainda mais complicado do que decidir o que fazer, é decidir o que não fazer, o que deixar para depois, adiar para uma próxima oportunidade.

 

A escolha do destino já é bastante complexa. É a primeira e mais fundamental decisão de todo viajante – e aquela que pode mudar completamente as suas férias. São tantos países, tantas cidades e atrações. Como decidir? Analisar seus interesses e prioridades já é um bom começo. Fatores como o clima e a época do ano já podem eliminar alguns candidatos. A distância, o custo, as alternativas de transporte e o número de dias disponíveis para viajar são outros aspectos que ajudam na decisão. Mas sempre fica aquele gosto amargo, aquela dúvida: será que não era melhor ter ido para outro lugar? E se outra oportunidade não surgir?

 

E mesmo após escolhido o seu destino, é só o primeiro passo. Primeiro passo de um longo caminho. Com tão poucos dias (os dias nunca são suficientes), quais lugares devo conhecer? Como cortar uma cidade? Provavelmente nunca voltarei nesse país – ou pelo menos não tão cedo! Essa pode ser a mais difícil escolha do viajante. Esse ano eu tenho vinte e sete dias para conhecer três países tão vastos e complexos como a Tailândia, o Vietnã e o Camboja. É muito pouco tempo, e tive que cortar muitos destinos que desejava conhecer. Entre as ilhas tailandesas e as montanhas do norte vietnamita, fiquei com a segunda (ah, tremo só de pensar no que estou perdendo!). Entre a cidade de Chiang Mai, com suas tribos exóticas e elefantes domesticados, e os museus de Phon Penh, decidi pela importância histórica do período negro do Kmer Vermelho. Mas as dúvidas ainda persistem. E certamente não foram decisões fáceis e nem mesmo permanentes!

 

E mesmo depois de decididos o destino e o roteiro, ainda restam dúvidas. Com poucos dias em cada cidade, o que fazer com o pouco tempo disponível? Visitar este museu ou aquele parque? Entre duas atrações, qual escolher? Realmente, não são poucas as opções. Imagine ter que optar sobre como preencher dois ou três dias em Paris, com tantas alternativas! Isso sem falar com a escolha da companhia para sua viagem. Viaje com a pessoa errada e isso pode por tudo a perder!

 

Mas, tantas decisões não são motivo de desespero. Vá para um lugar ou para outro. Visite esta ou aquela atração. Vá sozinho ou bem (ou mal) acompanhado. Cada viagem é única e as suas opções só colaboram para isso. Mesmo repetindo o destino, visitando a mesma cidade, cada viagem será inigualável. Dentre tantas escolhas, nunca repetimos os mesmos passos.

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