Ir para conteúdo

Posts Recomendados

  • Membros de Honra
Postado (editado)

Após termos feito a travessia Garuva-Monte Crista no feriado de Corpus Christi comecei a pensar na próxima aventura. Tínhamos planejado ir até a Pedra da Tartaruga durante a travessia, aproveitando que tínhamos 4 dias, mas vimos que não seria possível. A subida forte do Monte Garuva (de mais de 1.100m de desnível) e o começo um pouco tarde mudou nosso planejamento, e abortamos a caminhada até lá.

Quando encontramos a turma que fez a travessia do Araçatuba eles também tinham a mesma vontade (conhecer a P.Tartaruga) pois quando passaram por lá não puderam nem visualizá-la. Aproveitando que já estaríamos lá perto, no domingo a idéia era esticar até o marco da divisa, obelisco edificado no meio do nada depois da Guerra do Contestado, que demarcou a divisa atual dos estados do PR e SC.

 

20111029105402.jpg

 

Então já tinhamos decidido o destino, faltava torná-lo possível. Eu pensava em subir de carro até a Fazenda Alto Quiriri, mas precisava descobrir o caminho (lembra do desnível de +/- 1.100m?). Acabei achando um colega jipeiro que já tinha subido lá de carro, e resolvi perguntar se ele tinha o tracklog... e a resposta foi sim!!! O track da P. Tartaruga e marco da divisa peguei com o Tiago, quando ele fez a travessia Monte Crista – Araçatuba.

A primeira parte já estava resolvida, como chegar a fazenda, agora faltava resolver como passar por lá de forma legal, sem invadir a propriedade.

Eu já sabia que a fazenda era da Ciser (industria de parafusos de Joinville), mandei um e-mail p/ o fale conosco do site deles e recebi de resposta o e-mail da Michele, que trabalha na Hacasa. Ela foi super solícita, e nos enviou a autorização sem problemas.

Então pessoal, quem quiser repetira a façanha já sabe, envie um e-mail p/ a Michele (Michele.neotti@hacasa.com.br) com nome RG e CPF que ela manda a autorização. Depois é só imprimir e entregar para o capataz da fazenda, que abre a porteira p/ estacionar as viaturas dentro da propriedade. Fazendo assim sempre teremos acesso aquele lugar abençoado.

A previsão do tempo não era das melhores, chuva no domingo, mas fomos assim mesmo. A turma se animou com a caminhada menos puxada (lembra do desnível de +/- 1.100m?) e participou em peso, fomos em 18 pessoas. Estávamos em dois jipes (meu e do Getúlio) e três carros “normais”. Já sabíamos que a estrada serra acima era um pouco encardida, por isso a necessidade dos 4x4.

 

20111028220218.JPG

 

Na ida, com tempo seco, foi tudo bem. Apesar de algumas subidas mais cabeludas todo mundo chegou bem na fazenda. Mas na volta....

Autorização na mão, paramos as viaturas no início da subida do Bradador (também conhecido como morro da Antena), dentro da Faz. Alto Quiriri.

Últimos ajustes nas mochilas e começamos a trilha (na verdade a estrada de manut. da antena) que fica a esquerda da porteira. Subida livre e desimpedida, como toda a caminhada nos campos do Quiriri. Essa é uma característica muito legal de lá, caminhar sempre por campos de altitude, com visual desempedido... a não ser quando as nuvens baixam, o que é uma constante na região, que fica próxima ao litoral.

 

20111028220455.JPG

 

20111028220546.JPG

 

Chegando ao cume do Bradador começa a descida pela face norte do mesmo, descida forte...

Miguel, que foi apenas fazer um ataque e iria voltar no mesmo dia, foi na frente, pois estava leve e a galera toda de cargueira.

Na descida do Bradador avistamos um animal que não conseguimos identificar; parecia uma fuinha, com o corpo comprido, pelo preto e farto e grande rabo. Serginho, que estava mais próximo do bicho disse que ele tinha cara de gato... Thomas conseguiu fazer uma filmagem da encosta do Bradador, eu já estava na subida do morro subseqüente aguardando o pessoal. Todos viram o bichano pulando pelo campo, pois o primeiro que o avistou avisou no rádio. O mesmo rádio que nos salvou mais tarde...

 

Olha o bicho!!!

 

Na descida tivemos uma baixa; Ingrid torceu o pé acabou retornando, com Thomas e Miguel . Agora éramos 15.

A caminhada prossegue sentido nordeste, em direção do Morro Padre Raulino. A trilha p/ a Pedra da Tartaruga fica no vale a direita dele, mas o Jopz que estava na frente e sem o GPS seguiu o caminho que ele já tinha feito tempos atrás (ou o que ele achava que tinha feito), e pegou o vale a esquerda do Pe. Raulino.

 

20111028220920.JPG

 

20111028221052.JPG

 

20111028221146.JPG

 

Aqui entra o Vale Encantando na nossa história...ou melhor, nós entramos no Vale Encantado!!! Eu já tinha conhecimento deste lugar através dos relatos do Jorge Soto e do pessoal do CPM, inclusive tínhamos até cogitado ir lá ao invés do marco da divisa, mas tinha ficado pra próxima. E sem querer chegamos nele. No início ninguém se tocou que “aquele” era o Vale Encantado, mas depois na reunião da AMC revendo as fotos começamos a discutir se era ou não... chegamos a duas conclusões: era o Vale Encantado mesmo e todos os vales de lá são encantados.

 

20111028221348.JPG

 

Pausa p/ almoço a beira do riacho, perto de uma pequena cachoeira. Tínhamos que voltar p/ a P. Tartaruga, isso queria dizer que precisávamos voltar para o sul. O GPS e mapas nos indicavam que ela estava próxima, do outro lado da crista serrana que se estendia do Pe. Raulino sentido oeste-leste.

 

20111028221529.JPG

 

20111028221708.JPG

 

20111028221847.JPG

 

Bom, agora que sabemos aonde fica o Vale Encantado só falta voltar lá p/ explorá-lo até o final, e a Pedra da Divisa que fica lá perto, próxima trip no Quiriri com certeza.

Subimos a encosta a direita do rio e quando chegamos no alto o vale do outro lado está completamente debaixo de nuvens, visibilidade de 10 metros, nem isso. Jopz e Zeca que subiram na frente chegaram a avistar a P. Tartaruga do outro lado do vale, numa abertura rápida das nuvens. Eles decidem seguir na frente, enquanto esperávamos o resto do pessoal se reagrupar. Eles vão ver se lá embaixo do vale tinha água e um lugar p/ acampar. Nesta hora o radio foi fundamental, pois como nossa visibilidade era pouca, Zeca foi nos guiando pelo rádio relatando por onde era a trilha, enquanto Jopz ficava apitando lá embaixo do vale para nos ajudar a achar o caminho.

Chegamos num pequeno riacho ainda dentro da nuvem. Nova pausa p/ descanso. Uma parte turma vai na frente pra ver se acha um lugar melhor pra acampar, pois já tem gente que queria arriar por ali mesmo. Neste meio tempo as nuvens se dissipam e temos nossa primeira visão da Pedra da Tartaruga, logo ali!!! É só atravessar o vale pra chegar lá. Que lugar lindo... o vale e a Pedra da Tartaruga em cima do morro...

 

20111028222025.JPG

 

20111028222145.JPG

 

20111028222230.JPG

 

Resolvemos subir e acampar lá em cima, bem a lado da pedra. Foi uma decisão por um lado boa (no vale tinha muito mosquito!), mas por outro lado ficamos num lugar bem exposto. Tudo bem, não estava chovendo mesmo...o tempo começou a fechar e a chuva veio próximo das 18:00hs, choveu forte e com bastante vento... eheheh

A chuva deu uma Trégua lá pelas 20:00hs. Resolvemos fazer a famosa polenta campeira do Getúlio. Começamos a separar os apetrechos, preparar a cozinha quando....... começa a chover novamente!!! Polenta abortada, cada um voltou pra sua barraca pra não sair mais. A noite foi com pancadas de chuva esparsas e rajadas de vento.

Acordamos no domingo com tempo aberto e começamos a desmontar acampamento logo após tomarmos o café da manhã e muitos cliques. Quando estamos com quase tudo pronto volta a chover forte, e continua mais fraco durante quase toda a volta, volta esta pela trilha de acesso P. Tartaruga – Bradador, aquela que era pra gente ter ido... Como o tempo estava ruim abortamos a ida ao marco da divisa e voltamos direto pro Bradador.

 

20111028223122.JPG

 

20111028222506.JPG

Eu, Getúlio e a tartaruga

 

Em cima do Bradador tivemos uma visão ampla do litoral paranaense e catarinense. Avistamos a Baia de Guaratuba, Caiobá, Guaratuba, Barra do Saí (divisa PR/SC no litoral) e até a Ilha do Mel.

 

20111028222722.JPG

 

A volta seria normalíssima se não fosse a chuva... a estradinha estava um sabão, com muito barro mole. Os carros baixos sofreram no começo, até que numa subida maior não teve jeito, tivemos que rebocar com os jipes. E a descida foi pura adrenalina, com os jipes sambando na estradinha, imagina os carros...

Quando chegamos na BR-376 encostamos no primeiro posto p/ comer a costela que tinha sobrado do almoço no restaurante. Depois nos despedimos e voltamos para Curitiba.

Esta foi minha segunda vez no Quiriri, e já estou programando a próxima, que lugar fantástico. Achei o Alto Quiriri (a porção norte, acima da Faz. Alto Quiriri) mais bonita que parte sul, do Monte Quiriri p/ até o Monte Crista. Se for pra escolher um, escolho o norte.

Ainda tem muita coisa pra fuçar por lá, e o Vale Encantado com certeza será o primeiro deles. Pedra da Divisa, marco da divisa, Morro Pe. Raulino, Morro Iquririm (que é o mais alto da região com 1.538m), a subida do queijo que sai no vale da P. Tartaruga.......... que Deus me de pernas e disposição para conhecer todo aquele lugar abençoado.

Editado por Visitante
  • Respostas 31
  • Criado
  • Última resposta

Usuários Mais Ativos no Tópico

  • Membros
Postado

parabens pela trip mto massa msmo

 

so teve 1 foto q me dexo de estomago ::xiu:: ruim...

so meio aracnofobico...kkkkkkkkkk

 

 

 

 

 

 

“Não tire nada além de fotos. Não deixe nada além de pegadas. Não mate nada além de tempo.”

  • Membros de Honra
Postado

Valeu Meneguello, tem mais foto de aranhas, coloquei a da mais bonita... ::cool:::'>

Geovane, não marquei a quilomentragem, mas tenho no tracklog, vou verificar. Chuto uns 15km.

Tentei anexar o track da estrada e da caminhada mas não consegui, vou ver como é e depois volto aqui.

  • Membros de Honra
Postado

Olá Otávio!

 

 

Parabéns pelo relato. Show de bola! O vídeo então, espetacular como sempre!

 

Depois postarei aqui a tracklog da nossa trip com os dados de quilometragem, pois estou sem os arquivos aqui comigo.

 

Essa região do Alto Quiriri é fenomenal. Garante, sem dúvida, muitas trips bacanas, com ou sem pernoite. Imprescindível frisar, como bem citou o Otávio em seu relato, que se trata de área particular de preservação (há alguma exploração econômica, mas ao menos o gado que contaminava as nascentes não se vê mais por ali). Há que se pedir a autorização dos proprietários da Fazenda, o que pode ser feito através do e-mail disponibilizado no relato. Lembro a todos que se mantivermos um bom relacionamento com o pessoal que administra aquela área poderemos sempre usufruir daquelas magníficas paisagens pois são bastante solícitos. Lembro ainda que aquelas áreas foram compradas há anos atrás dos antigos proprietários pelo Sr. Carlos Schneider, bem sucedido empresário catarinense, com o intuito de preservar as nascentes do alto da Serra do Quiriri, que abastecem de água cidades como Garuva, Joinville e outras do entorno. Vejam os links a seguir com um pouco desta história:

 

:: O Colecionador de nascentes

 

:: Latifúndio Verde

 

:: Carlos Schneider, o colecionador de nascentes

 

Esta semana vou pegar com o Daniel alguns vídeos que ele fez do retorno pela estradinha de terra, com os jipes e carros deslizando... Depois o Otávio faz o trabalho de edição que ele já domina... :mrgreen:

 

No mais também concordo com o Otávio em relação à preferência pela porção norte do Alto Quiriri. Espero que Deus me dê pernas para trilhar ainda muitos Km pelo Quiriri, região abençoada por Deus e repleta de belezas e recantos fenomenais. Melhor ainda se em companhia dos meus amigos da AMC!

 

Abraço!

  • Membros de Honra
Postado
............Depois postarei aqui a tracklog da nossa trip com os dados de quilometragem, pois estou sem os arquivos aqui comigo.........

 

Beleza!!!

 

............................Esta semana vou pegar com o Daniel alguns vídeos que ele fez do retorno pela estradinha de terra, com os jipes e carros deslizando... Depois o Otávio faz o trabalho de edição que ele já domina... :mrgreen:

 

Deixa comigo...

 

..........No mais também concordo com o Otávio em relação à preferência pela porção norte do Alto Quiriri. Espero que Deus me dê pernas para trilhar ainda muitos Km pelo Quiriri, região abençoada por Deus e repleta de belezas e recantos fenomenais. Melhor ainda se em companhia dos meus amigos da AMC!

 

Valeu a companhia, meu nobre!!! ::otemo::

  • Membros de Honra
Postado

Bela trip, lugar fantástico!

Valeu por postar o contato obtido

GALERA, ATENTEM À NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO! Não podemos fechar a 'porteira' aberta pelos amigos.

  • Membros de Honra
Postado (editado)

Olá Moçada!

 

Seguem mais algumas informações sobre nossos percursos nesta trip. Os dados foram obtidos por mim no GPS e depois editados para separar os 3 diferentes trechos em que dividi nosso percurso total para efeitos de facilitar o tratamento das informações.

 

1. Vista Google Earth da estrada de terra de acesso à Fazenda Alto Quiriri, a partir da saída do asfalto que vai a Tijucas do Sul (PR) e seu perfil altimétrico:

 

598d9f2dca451_GEEstrada.jpg.60dd8fa912493c9fbcee37f0a37b2dd6.jpg

 

598d9f2dd0e13_TrackEstrada.jpg.cebf422de4e6000f2f9021c6ded02f33.jpg

 

2. Vista Google Earth da trilha seguida na ida para a Pedra da Tartaruga, contornando pelo norte o Monte Padre Raulino e seu perfil altimétrico:

 

598d9f2dd729b_GETrilhaIDA.jpg.1f53baf9eb229d829798b265f4dbcdf9.jpg

 

598d9f2ddd5fe_TrackIda.jpg.450ce57e8fb4ce9d4254be986bc1e4b0.jpg

 

3. Vista Google Earth dos percursos de ida (em vermelho) x o percurso de retorno (em ciano) à Pedra da Tartaruga e seu perfil altimétrico:

 

598d9f2de320c_GEIdaxVolta.jpg.26f6c1bb714bebb2053aa2233d1b9311.jpg

 

598d9f2de7ff5_TrackRetorno.jpg.06e5889275535e36f83f8ea049eae714.jpg

 

 

O percurso total foi de 165,14 Km (somadas ida e volta), saindo e chegando em Curitiba, sendo 153,68 Km de carro e 11,46 Km de caminhada. Destes, 41,5 Km de carro pelo asfalto (ida) de Curitiba (Jd. Botânico), pela BR-376 e depois pela PR-281 (que leva a Tijucas do Sul) até o início da estrada de terra que dá acesso à Fazenda Alto Quiriri. Pela estrada de terra foram mais 35,34 Km (ida) até o nosso ponto de estacionamento dentro da Fazenda. De caminhada inicialmente foram 6,17 Km (ida) passando pelo cume do Monte Bradador até o acampamento na base da Pedra da Tartaruga, contornando o Monte Padre Raulino pela esquerda (sentido NNO) para depois rumar para NE e ENE, cruzando os dois vales vistos na imagem de satélite em (2) e ultrapassando a crista de elevações depois do Mt. Pe. Raulino. No trekking de retorno fizemos o caminho mais direto, seguindo as curvas de nível, passando novamente à esquerda do Mt. Pe. Raulino, só que agora em sentido contrário - SO - OSO (que seria o caminho pela direita do rochoso, seguindo o sentido da ida). Esta trilha de retorno totalizou mais 5,29 Km de caminhada, passando novamente pelo cume do M. Bradador e terminando no ponto de estacionamento dos veículos. Retorno de mais 35,34 Km pela estradinha de chão e os 41,5 Km de asfalto até Curitiba (na verdade um pouquinho mais em função do retorno na BR-376, saindo do trevo de Tijucas do Sul, que não marquei).

 

Depois postarei os arquivos GPX e KML para quem desejar refazer o trajeto ou precisar de referência.

 

Abraço!

Editado por Visitante
  • Membros de Honra
Postado
GALERA, ATENTEM À NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO! Não podemos fechar a 'porteira' aberta pelos amigos.

É isso aí Cacius, não custa nada enviar um e-mail pedindo a autorização.

Já temos muitos lugares cujo acesso está sendo proibido, por falta de educação e má conduta dos visitantes; não vamos fazer do Alto Quiriri mais um. Se não quiser pedir a autorização suba pelo queijo... ::prestessao::

Valeu as infos Getúlio!!!

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...