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Como eu vejo poucas informações sobre a Tunísia de um mdoo geral, resolvi postar aqui um resumo do relato de viagem da minha mulher de quando ela foi à Tunísia, em 2007. Foi num esquema excursão, mas é um destino tão pouco comum para os brasileiros que acho que vale para atiçar o interesse. Eu mesmo gostaria de ter ido!

 

Quem se interessar e quiser ler a postagem completa, cheia de fotos, clique no link abaixo:

http://casosecoisasdabonfa.blogspot.com/2009/10/minha-primeira-viagem-africa-tunisia.html

 

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Minha primeira viagem à África: Tunísia

Por Katia Bonfadini

 

Considerado um dos mais liberais dos países do mundo árabe, essa república da costa mediterrânea do Norte da África, encravada entre a Líbia e a Argélia, fica somente a duas horas de vôo de Paris. Ainda é um destino desconhecido dos brasileiros, mas muitos europeus passam as férias de verão por lá.

 

A Tunísia é um país que tem paisagens diversas e coloridas: o azul do mar e das portas e janelas de Sidi Bou Said, o verde dos oásis exuberantes e das reservas naturais, o dourado do sol refletido nas dunas de areia do deserto do Saara e o ocre das medinas, do coliseu de El Djem e das ruínas de Cartago. O país é rico em oliveiras e tamareiras e o azeite está presente em todos os pratos.

 

O árabe é a língua nacional e falada em todo o país. O francês é a segunda língua e entendida e falada por quase todo o povo. Nos hotéis, restaurantes e souks (mercados árabes tradicionais) encontra-se quem fale inglês e alemão. O país é muçulmano e cumpre os costumes e as tradições do Islam, embora não seja radical na aplicação da sua fé, respeitando as minorias que existem por lá. O território foi ocupado por muitos povos: passou pelo domínio dos romanos, bizantinos, árabes e franceses.

 

Estive na Tunísia em setembro de 2007, junto com minha irmã mais nova, a Marcinha, e meus avós maternos. Guardo recordações muito especiais dessa viagem, que considero uma das melhores que já fiz na vida. Já contei aqui que adoro conhecer lugares exóticos e que estes são meus destinos preferidos!

 

Vou começar meu relato falando sobre Sid Bou Said, que está entre as melhores lembranças que guardo do país. Trata-se de uma pequena vila situada em um penhasco ao nordeste da capital, Tunis. As casas branquinhas com portas, janelas e sacadas azuis trabalhadas com muitos recortes e tachinhas fazem parte da arquitetura típica do local e me deixaram encantada! Isso sem falar na vista deslumbrante do mar Mediterrâneo com seu azul turquesa intenso… Como dá pra perceber pela foto abaixo, o visual do local lembra bastante a Grécia e lá existem casas avaliadas em 1 milhão de dólares!

 

Do alto de Sid Bou Said é possível avistar a baía e o Iate Clube de Tunis. Dizem que é uma das vistas mais incríveis do Mediterrâneo. As portas são todas trabalhadas com tachinhas de tamanhos diferentes formando lindos desenhos. As janelas e terraços são repletos de buganvílias cor de rosa shock. Circulam por Sid Bou Said vários vendedores de flores de jasmin, pedindo um Dinar (moeda local) em troca de uma florzinha com perfume delicioso.

 

Nessa viagem conhecemos alguns souks, os mercados árabes tradicionais, onde vendedores literalmente brigam pela atenção dos passantes, dizendo que sua loja é a mais barata. A língua não parece ser um problema porque ouvimos a mesma frase em árabe, francês, inglês, italiano, espanhol, alemão e até mesmo em português! Havia uma infinidade de bandejas, espelhos, castiçais, copinhos de chá, amuletos, pulseiras, colares, pashminas, tâmaras, túnicas e uma infinidade de bugingangas. Eu estava no paraíso! Queria fuçar todos os cantinhos e esmiuçar cada prateleira empoeirada pra encontrar as lembranças perfeitas! Voltei com a mala mais cheia do que de costume e trouxe muitos presentes pros amigos.

 

Pechinchar faz parte da cultura árabe. Se você for à Tunísia, não fique constrangido: faça uma contraoferta de até 80% menor que o preço pedido. Se mostrar desinteresse, melhor. Quase sempre sua sugestão será aceita. E, ainda assim, o vendedor terá feito um ótimo negócio.

 

Uma atividade obrigatória na Tunísia é o passeio de jipe pelas dunas do deserto do Saara, mais ou menos como é feito no nordeste brasileiro. Você pode escolher descer as dunas com ou sem “emoção”. Tive a sorte de dividir o veículo com meus avós e mais um casal de idade que preferia uma travessia mais tranquila: sou super medrosa!

 

Essa foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida. A imensidão do deserto fez com que eu me sentisse uma formiguinha. O visual é lindo demais! Ah, e a areia é bem fininha e macia…

 

E já que estávamos no Saara, não podíamos deixar de andar a camelo, é claro! Eu dei sorte e “pilotei” o Alex (o único camelo branco) que, segundo meu guia, era campeão de corridas do festival anual que acontece na cidade de Douz em Dezembro. O Festival do Saara é célebre pelas corridas de cavalos e camelos, pelos espectáculos de danças ancestrais, pelos casamentos tradicionais com trajes e jóias berberes e pelas caçadas com galgos de raça pura criados pelas tribos do deserto. Reúne tanto tunisianos como pessoas dos países mais próximos, que para lá se deslocam por razões comerciais e também para celebrar as tradições dos povos do deserto.

 

O sítio arqueológico chamado El Djem é famoso por seu Coliseu e uma cidade romana inteira veio à tona graças a escavações. O Coliseu, visível de todas as partes da cidade, fica no centro e foi construído no século III. É o anfiteatro mais importante no norte da África e acomodava até 35.000 espectadores. É também o segundo maior do mundo (o primeiro é o coliseu de Roma, claro) e o mais bem preservado. Seu excelente estado de preservação levou-o a ser incluído na lista de patrimônios mundiais da UNESCO. A vista interna é impressionante e é possível ver também o subsolo onde os cristãos ficavam encarcerados junto com os leões.

 

Sbeitla é a cidade onde encontram-se as fantásticas ruínas romanas de Sufetula, colônia romana construída no século I. Mais tarde, foram erigidas ali basílicas cristãs (séc. IV) e os árabes tomaram a cidade, no ano de 647 d.C. Estas são as mais bem preservadas ruínas da Tunísia.

Matmata, a 600 m acima do nível do mar, é famosa por suas habitações trogloditas e por sua fascinante paisagem lunar. As casas trogloditas são cavadas nas rocha e desta forma têm um sistema natural de ar condicionado que faz a diferença quando a temperatura é muito alta. Essas casas mantêm a temperatura ambiente estável e são o abrigo perfeito em uma região onde o termômetro alcança 40 graus de dia e cai abaixo de zero grau à noite. Hoje, elas são parada obrigatória dos ônibus de turismo. Conscientes da curiosidade dos visitantes por seu modo de vida, muitos moradores colocam todo tipo de atrativo para ganhar os turistas - e, com isso, conseguir alguns dinares a mais no orçamento.

 

Acho que faz parte da vida de turista pagar uns micos de vez em quando. Tivemos um jantar típico incluído na excursão e a guia sugeriu que usássemos as túnicas que haviamos comprado no dia anterior. Vestimos as roupas tradicionais e fomos assistir a um show com danças folclóricas e números de acrobacia e malabarismo. No final da apresentação, as bailarinas desceram do placo e nos convidaram a “entrar na dança”. O que eu fiz com o maior prazer, pois afinal, quem está na chuva é pra se molhar, né? Nos divertimos bastante esse dia!

 

O couscous (sêmola de trigo cozinhada a vapor) foi o prato principal. É um dos símbolos gastronômicos dos países do norte da África, faz parte da alimentação diária dos tunisianos e pode ser servido com legumes, peixe ou carne. Este é um dos pratos obrigatórios a quem está de visita ao país, assim como a tajine, pastel de ovo semelhante à omelete com recheios diversos e a harissa, molho apimentadíssimo. Nessa viagem também experimentaei o brik, uma espécie de pastel folheado frito em azeite de oliva e recheado de ovo, além de carne moída. Algumas vezes, é recheado de frango, marisco ou atum.

 

Em Tozeur, pode-se conhecer o “Paraíso”, um lindo jardim de rosas, e o zoológico do deserto que abriga escorpiões, serpentes e víboras. Adorei essa fachada de tijolos ocre e o detalhe das flores de sal lá em cima.

 

No país, mesmo nos dias de hoje, a tapeçaria é encarada como uma peça decorativa que poderá cobrir tanto uma parede como um móvel ou o chão. É tecida em teares manuais, normalmente por mulheres, em lã ou, em casos excepcionais, em seda. A técnica está ancorada na tradição oriental, embora tenha também recolhido influências étnicas e regionais, principalmente dos berberes. Desta miscigenação resultou a criação de vários tipos de tapetes (mais ou menos espessos, apenas tecidos ou também bordados), cada um com a sua paleta de cores dominante e com os seus motivos decorativos próprios.

 

A sinagoga Ghriba, construída há XXVII séculos por um grupo de refugiados que fugiram do Oriente Médio em 584 a.C., é localizada no centro da ilha de Djerba. A ilha é famosa pela cerâmica de Guellala e atualmente é um grande resort turístico (cerca de 50 hotéis equipados com todas as facilidades que você poderia desejar e um aeroporto internacional). A comunidade judaica fica localizada em duas vilas: Hara Kebira e Hara Seghira.

 

A Grande Mesquita que fica em Kairouan e é uma das razões pelas quais a Unesco declarou a cidade um dos Patrimônios Culturais da Humanidade em 1988. Antes de adentrar a mesquita, as mulheres devem cobrir o cabelo e os ombros, por isso levei o lenço que comprei num souk em Tunis. A construção impressiona pelo tamanho de seu minarete e de seu pátio interno. É a quarta mesquita mais importante do mundo e a principal do Magreb.

 

O governo de Bourguiba foi marcado pela supressão do fundamentalismo islâmico e o estabelecimento dos direitos das mulheres. Zine el Abidine Ben Ali substituiu Bourguiba em um golpe sem derramamento de sangue, em novembro de 1987. Ben Ali ganhou quatro eleições consecutivas.

 

Sousse fica a mais ou menos 140 Km ao sul de Túnis e é uma cidade de praia mediterrânea com grande movimento e um antigo porto comercial fenício. O Porto El Kantaoui e a medina da cidade são o que há de melhor para se visitar.

 

As Termas de Cartago, também chamadas Termas de Antonino, foram construídas no século II e foram um dos lugares de banho mais importantes do Império Romano. Situadas num entorno privilegiado, à beira mar, a sua visita é uma experiência incrível. Apesar da maior parte do conjunto ter sido destruído pelos vândalos, ainda se conservam as suas ruínas e o traçado das vias, o que lhes confere grande parte do seu encanto.

 

À noite ficávamos no hotel porque passeios pelas redondezas não eram recomendados, ainda mais sem a companhia de um homem. No bar do jardim podíamos beber cerveja ou chá de menta e fumar uma Chicha (ou narguilé) de maçã com canela, entre outros sabores.

 

No subúrbio da cidade, encontra-se o Museu do Bardo, um antigo palácio do século XIII que foi sendo expandido e restaurado até se tornar uma pérola da arquitetura muçulmana - a maior coleção de mosaicos romanos do mundo encontra-se neste museu, bem como exposições de artefatos relacionados às várias épocas do país: pré-histórica, fenícia, cristã, romana e moura.

 

No último dia em Tunis, tivemos a manhã livre pras últimas comprinhas e à noite, fui supreendida com um bolo de aniversário onde se lia Joyeux anniversaire, Kati. Bom, faltou o “a”, mas isso não era importante. O que guardo na memória é o sabor do bolo recoberto e recheado de muitos pistaches e amêndoas, que adoro!

  • 2 meses depois...

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