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Para um estudante, cada centavo vale ouro. Na época eu morava na Espanha com minha ex-namorada e um grupo de amigos, quando decidi rodar pela Europa, sem grana. Para economizar, comecei a pedir abrigo para os conhecidos que morassem por lá. Podia ser primo do colega do amigo, sem nenhum problema. Não pagar hotel já era uma boa economia. E em Londres consegui.

 

Na verdade eu achei que tivesse conseguido. Um dia antes de chegar em Londres, com o mochilão quase nas costas para embarcar, descobri que a menina que iria nos alojar morava a quase 3 horas da capital. E ela ainda disse: “Não se preocupem, é do ladinho!” Ah vá! E agora? Nem compensava ir e voltar todos os dias, pois, além de perder no mínimo 6 horas se locomovendo, a passagem ida e volta custava quase 60 libras, na época seriam quase 300 reais!

 

Em cima da hora todos os hotéis baratos estavam lotados (e os caros também!). Óbvio, era Junho, pleno verão europeu. E pra piorar, justo neste final de semana iria acontecer o Torneio de Wimbledon, o campeonato de tênis mais chique do mundo. Toda a elite mundial estaria lá. E eu, quase um pé-rapado, também.

 

Dos 4 dias que ficaríamos por lá, fomos obrigados a dividir: 2 dias na cidade da amiga e 2 dias em Londres. Assim, só precisaríamos pagar uma noite de hotel. Mas eu tinha um plano e ainda precisava convencer a patroa: dormir na rua! Por que não?

 

Até que a ida a Southampton, a tal cidade “do ladinho”, valeu a pena. É basicamente uma cidade portuária (a maior do sul da Inglaterra!) e tem a segunda muralha medieval mais longa da Inglaterra. Foi de seu porto que, em 1912, o Titanic partiu para sua primeira viagem. Não preciso nem falar que foi a única, né? Na cidade tem um Museu Marítimo dedicado basicamente ao Titanic, onde existem muitas relíquias e uma sessão emocionante onde conta a história de muitos dos que morreram no naufrágio!

 

Mas a visita forçada à cidade também serviu pra derrubar o mito de que os ingleses são extremamente pontuais. O marido da amiga ficou de nos buscar na rodoviária às 17h. Sabe que horas ele chegou? 17:50. Sem falar no segundo atraso, quando ele ficou de nos levar de volta na rodoviária. Marcamos para sair as 6. Ele se atrasou, de novo, e acabamos perdendo o ônibus das 6:30. Como ele tinha que trabalhar, nos abandonou deixou na rodoviária, numa friaca e chuva danada, onde esperamos até o próximo ônibus. Quase 1 hora depois, estávamos embarcados para o nosso destino original. É, minha gente, as vezes o barato sai caro!

 

Londres é mesmo uma cidade multicultural: negro, branco, amarelo, vermelho. Todos se cruzando pelas ruas “cinzentas” e agitadas da metrópole da rainha. Entre uma visita e outra ao famoso Big Ben e ao luxuoso Palácio de Buckingham, minha então namorada perguntava: “Mas e o Hotel?”. Eu enrolava.

 

No final da noite, depois de muitos “mas e o Hotel?” e muita enrolação, eu consegui convencê-la.

 

“Calma, é só uma noite.”

 

Guardamos nosso dinheiro no armário alugado da estação de ônibus, usamos uma das mochilas como travesseiro e... “Senhores, vocês precisam sair, a estação vai fechar!” Como assim? Londres nunca para! “Vocês não estão sabendo? Explodiram um carro bomba hoje e por segurança todos os lugares públicos serão fechados. Bora!”

 

Era mais de uma hora da manhã e, debaixo de uma típica garoa londrina, sem dinheiro no bolso, com os hotéis todos lotados, no dia de um atentado terrorista, tínhamos uma simples missão: achar onde dormir.

 

Veja o post no blog com fotos:

http://www.digoabordo.com/2011/06/inglaterra-londres-o-atentando.html

 

[Continua]

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Minha ex namorada me fulminava com os olhos. “E agora, sabichão?”

 

Debaixo de uma garoa fina e fria, fomos andando pelas ruas atipicamente desertas de Londres. Meu plano A tinha sido destruído, mas rapidamente tracei um novo plano, o B. (Jura?)

 

“Vamos então dormir embaixo de alguma dessas marquises aqui da Victoria Station.”

 

Acho que eu nem consegui terminar a frase e fui interrompido por uma lufada fulminante de uma simples palavra.

 

“Não”.

 

É, não tinha jeito, tínhamos que procurar algum lugar pra dormir. Mas, além de achar algum hotel “barato” com vagas, tínhamos que convencer o recepcionista a deixar-nos dormir sem pagar, já que todo o dinheiro estava no guarda-volumes da estação, que fazia tempo que estava fechado.

 

Após umas 5 ou 6 tentativas frustrantes, encontramos um hotel que tinha vagas. Perdão, “vagas” não, uma única vaga. Não era um hotel “super caro”, mas em comparação aos que iríamos ficar nos outros destinos, era um 5 estrelas! Agora era convencer o recepcionista muçulmano a nos “vender fiado”. Será que ele achou que eu era o terrorista e precisava me esconder? Não sei, mas depois de muita lábia, seja lá porque, ele deixou. Mas com um porém:

 

“Amanhã as 7 da manhã eu troco de turno, você vai precisar antes deste horário me pagar".

 

E tinha outro jeito? Isso já eram quase 3 horas da manhã. Para eu pagar o cara até as 7, eu deveria levantar as 6, andar até a estação de ônibus, pegar a mochila de volta, ir até uma casa de câmbio 24h (com uma taxa de conversão horrível), trocar os meus Euros por Pounds, voltar para o Hotel, pagar o quarto e pronto, voltar a dormir.

 

As 6 em ponto eu estava de pé e fiz todo o planejado, menos o “voltar a dormir”. Já que eu tinha acordado, ia era aproveitar minhas últimas horinhas na cidade! Tudo bem que gastei quase 300 reais para dormir menos de 3 horas e até queria compensar o dinheiro gasto, mas entre uma cama barulhenta em um quarto mofado e Londres, preferi a segunda.

 

Obviamente que, no dia seguinte ao atentado terrorista, cancelaram a troca da guarda. Mas mesmo sem o tal atentando, dificilmente ela aconteceria, pois o dia estava bastante chuvoso.

 

Ah, em falar no atentado, aposto que vocês pensaram: “caraca, o Rodrigo é mesmo exagerado, devem ter tentado explodir um cabeção-de-nego e ele aí valorizando a situação.”

 

Pra quem pensou isso, seguem links que comprovam a veracidade e importância do acontecimento. Vamos aos fatos:

 

Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/2007_London_car_bombs

 

CBS News: http://www.cbsnews.com/stories/2007/06/29/terror/main2996470.shtml

 

Tá bom ou querem mais?

 

Resolvi ligar pra casa para dar o ar da graça, minha mãe quando atendeu só faltou agradecer a Alá. Estavam todos desesperados com a notícia do atentado, que rodou todos os canais de TV do Brasil. Mal sabia ela que eu só fiquei sabendo pelo guardinha da rodoviária!

 

Depois desse trauma sofrido em Londres, prometi pra mim que um dia voltaria lá e ficaria no mínimo uns 10 dias, pra tentar aproveitar tudo o que eu não aproveitei. E esse dia está chegando: daqui a 3 dias embarco para Londres, onde vou ficar 2 semanas! Pelo menos assim foi o planejado e espero de coração que tudo dê certo e que eu possa aproveitar tudo o que eu não aproveitei antes. Mas isso não depende só de mim.

 

Até lá, ou até qualquer outro lugar!

 

Veja o post com fotos e vídeos:

http://www.digoabordo.com/2011/06/inglaterra-londres-o-atentado.html

 

[Continua]

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Inglaterra : Londres : Wireless Festival

 

Pra compensar os perrengues que eu passei em Londres na primeira (e única!) vez que vim, resolvi aproveitar cada segundo dessa cidade! E para isso revirei a Internet de cabeça para baixo para planejar as 2 semanas em Londres. E foi assim que encontrei o Wireless Festival, um evento de três dias que aconteceria no famoso Hyde Park. E quem iria estar lá logo no primeiro dia? Bruno Mars! Quer mais? The Black Eyed Peas!

 

Sempre gostei do BEP e no show que eles fizeram no Brasil eu estava em Angola! Na época fiquei bem frustrado. O Bruno Mars é um cantor que tem feito muito sucesso recentemente e também me amarro nas músicas dele! Sem pensar duas vezes, comprei o ingresso pela internet, mesmo sabendo que eu iria sozinho!

 

Meu voo chegaria no aeroporto de Heathrow no próprio dia do evento e bem em cima da hora! Pedi a todos os deuses para que nada acontecesse, nem o voo atrasasse, nem a imigração me achasse com cara de árabe terrorista e me enrolasse, NADA! Eu tinha que literalmente correr contra o tempo!

 

Por sorte, tudo saiu como planejado e o voo chegou com 20 minutos de antecedência! Perfeito né?

 

Óbvio que não.

 

Cheguei no Hostel que reservei, deixei minha mala, tomei um banho pra tirar a inhaca de avião e fui embora! Os portões do evento iriam abrir as 14:30 e os shows começariam as 16h, segundo o ingresso! Por mais que o esposo da amiga da minha ex tenha que feito questionar a famosa pontualidade britânica, resolvi acreditar nela dessa vez e não perdi um segundo se quer!

 

Mal eu subi as escadas da estação do metrô que dão acesso a rua me deparei com um mar de gente, milimetricamente alinhadas em uma fila interminável. Dei uma corridinha para passar a frente de uma ou duas pessoas que estavam se direcionando para ela e pensei: preciso dar um jeito de furar essa fila, já são 16h!

 

-Pow, não é possível. Já vi gente furando fila até pra tomar a hóstia em Igreja. Será que ninguém mesmo vai tentar furar isso?

 

Mas não, ninguém tentou. E obviamente nem eu. Nessas horas eu queria estar no Brasil, pois, além de sempre encontrar alguém lá no gargalo da fila, você ainda pode dar aquele “jeitinho” e ir como quem não quer nada passando a galera. Eu estava em Londres e nunca tinha visto uma fila tão organizada!

 

Resumo da história: demorei 1 hora para entrar no evento e perdi metade do show do Bruno Mars. Paciência. Os 30 minutos que ouvi foram suficientes para ele tocar as minhas músicas favoritas. O cara manda bem!

 

Segundo problema: entre o show do Bruno Mars e o do BEP tinham 3 bandas que eu nunca tinha ouvido falar. O que fazer neste intervalo?

 

Eu não tinha muita escolha, a não ser esperar. Até cogitei ir embora e desistir, mas resolvi ficar. Comprei uma cerveja e sentei na grama, como a maioria do público. E esperei. Por mais de 3 horas.

 

As tais bandas eram até boas e, pela reação do público, fazem bastante sucesso por aqui. Confesso que não sou um conhecedor profundo de bandas internacionais, talvez sejam até grupos “famosos”. Se eu tivesse com um grupo de amigos, teria curtido bem mais!

 

Até que a noite começou a cair, o frio a chegar e a última banda parou de tocar. A galera já começou a se aproximar mais do palco, o grande momento estava chegando! Eu dei graças a Deus, meus pés já estavam doendo e o cansaço da última noite no avião estava cada vez mais forte!

 

Eles realmente são demais! Tem artistas que tem músicas boas, mas que não sabem fazer show. Eles conseguem fazer os dois muito bem!

 

Mas realmente valeu a pena. Foi só eles entrarem no palco que minhas dores passaram. Fiquei lá, pulando e cantando com a multidão, mas sozinho.

 

E pra fechar com chave de ouro, eles trouxeram um convidado! Nada mais nada menos que David Guetta. O cara produziu o hit “I gotta feeling” e deu uma palhinha no palco com eles!

 

2 horas depois o show acabou. O que ficou, fora o cansaço?

 

I gotta feelin’ that this trip gonna be our good trip!

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-londres-wireless-festival.html

 

[Continua]

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Inglaterra : Londres : Wireless Festival Parte II

 

Imagina a multidão? Agora imagina essa mesma multidão indo embora no mesmo momento?

 

Por conta disso, resolvi não pegar o metrô mais próximo, achei melhor caminhar até a outra estação. Meus pés quase não respondiam por mim, eu estava realmente morto com farofa. Não via a hora de chegar no Hostel Hyde Park Inn, tomar um bom banho e dormir.

 

Como eu vim para Londres para fazer um curso intensivo de Inglês por 2 semanas, resolvi ficar hospedado em uma casa de família. Achei interessante a ideia, naturalmente eu iria praticar mais, além de conhecer o dia a dia de uma família londrina. Mas como eu só poderia chegar na casa no domingo e eu vim 2 dias antes do previsto, escolhi o albergue mais barato que fosse próximo ao evento. Reservei uma cama em um quarto para 5 pessoas.

 

Quando eu entrei no quarto (que por sinal parecia o quarto dos sete anões, tudo em miniatura!), vi que já tinha gente dormindo. Demorei meia hora para separar minhas coisas para tomar banho, já que não quis acender a luz nem fazer muito barulho.

 

Destranca o cadeado da bolsa, pega a roupa. Tranca o cadeado. Esquece a chave do quarto dentro da bermuda que você acabou de colocar na bolsa. Destranca o cadeado, pega a chave. Esquece a toalha dentro da bolsa. Destranca o cadeado, pega a tolha. Esquece o chinelo dentro da bolsa. Desiste e vai descalço.

 

Comecei a me arrepender de ter decidido economizar nesses 2 dias e não pegar um quarto individual. Mas tudo bem.

 

Levei minhas coisas pro banheiro coletivo e, aí sim, me arrependi de vez. O banheiro estava imundo, e eu descalço. Tive que tomar banho na ponta do pé. Se a Ana Botafogo me visse ia me chamar pra ser bailarino do Municipal! Sério.

 

Sem contar que dentro do banheiro não tinha nada para apoiar a roupa. Ou seja: tive que colocar no chão, em cima do tênis. Mas, além disso, não existia qualquer divisão entre o boxe e a parte onde estava a roupa. Conclusão: molhou tudo, óbvio.

 

Minha vontade naquela hora era pegar minhas coisas e procurar o primeiro hotel que eu visse na minha frente, mas lembrei que a última vez eu me dei mal nessa. Contei até 3 e voltei pro quarto pra deitar, afinal já eram mais de meia-noite e no dia seguinte eu deveria levantar as 7 para um passeio que havia programado.

 

Pronto pra dormir, lembro de colocar o despertador do celular pra tocar. Putz, 20% de bateria. Vou ter que carregar. Abro o cadeado da bolsa, pego o carregador. Tranca o cadeado. Olha para a tomada do quarto e vê que é diferente da sua. Desce os 4 lances de escada até a recepção e pede um adaptador.

 

-4 Pounds, sir.

 

NÃO! Esqueci que em Hostel é tudo com pré-pagamento!

 

-Quebra essa, vai?

 

-No, sir.

 

Sobe os 4 lances de escada, destranca o cadeado, pega o dinheiro, tranca o cadeado, desce os 4 lances de escada, compra o adaptador, sobre os 4 lances de escada pra finalmente carregar o celular e desmaiar.

 

Meia hora depois, no momento em que eu estou quase entrando em sono profundo, entram duas gringas no quarto. Tudo o que eu evitei elas fizeram questão de fazer: acenderam a luz e fizeram barulho como se fosse meio-dia.

 

Relaxa, Rodrigo, você que quis assim.

 

Boa noite.

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-londres-wireless-festival_03.html

 

[Continua]

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Inglaterra : Windsor, Stonehenge & Oxford

 

Mas um dia ao estilo "Jack Bauer”, onde em 24 horas eu consigo fazer um monte de coisa, assim como foi em Joburg.

 

Não vou te dizer que é a melhor escolha, mas realmente tem lugares que você consegue conhecer em uma manhã, ou uma tarde. Mas não é sempre que você acerta! Se você gostar muito e achar que vale a pena você pode tentar voltar outro dia e ficar mais!

 

Acordei as 6 e meia da manhã, sendo que eu tinha ido dormir pra lá das 2 no dia anterior, por causa do show do Black Eyed Peas. Na verdade eu tirei um cochilo, né?

 

Meu destino seria… que dizer, meus destinos seriam Windsor, para conhecer o famoso castelo, Stonehenge, onde ficam aquelas famosas pedras sobrepostas que criam um círculo místico, e Oxford, uma cidade universitária mundialmente conhecida.

 

Na verdade o destino que eu queria mesmo conhecer era Stonehenge. Fuçando na internet, descobri este passeio de 1 dia para estes 3 lugares. Eu já sabia que em Stonehenge não era necessário ficar mais de 1 hora, então decidi reservar e “ver qual é”.

 

A primeira parada foi em Windsor, para conhecermos o Castelo de Windsor. Quando cheguei lá eu me toquei que, por mais que eu tenha viajado bastante pela Europa, aquele era o primeiro castelo que eu visitava. Pelo menos minha memória não lembrou de nenhum outro. Já estive em antigas fortificações, fortalezas e até residências que um dia foram de alguns reinados, mas era a primeira vez que eu visitava um castelo que ainda hoje era uma residência real.

 

E como tudo na vida: quando você não espera nada, você se surpreende. O castelo e todo o seu complexo são realmente muito bonitos. Sem falar na própria cidadezinha, que mesmo eu mal conhecendo, pude perceber que é bem pitoresca.

 

Dentro do castelo você pode visitar os aposentos reais. São de uma riqueza de babar. Você se sente naqueles contos de fada quando entra lá! Salas com pratarias utilizadas ao longo dos tempos pela realeza inglesa, ambientes com mostras do arsenal de armas que fizeram parte de guerras históricas, além de jóias preciosas e peças em ouro maciço… eu fiquei imaginando aqueles bailes de antigamente, naqueles imensos salões com cortinas de veludo, paredes todas trabalhadas e teto pintado a mão. Mas ao mesmo tempo fiquei imaginando a Rainha Elizabeth II no banheiro pedindo papel higiênico pro James.

 

É, o Castelo de Windsor é um dos palácios do reinado da Inglaterra e a Rainha costuma passar alguns finais de semana por lá. Podemos saber quando ela está lá quando a bandeira Real está hasteada. Óbvio que a área que visitamos é uma área específica para os turistas e, como a parte residencial do castelo é imensa, os turistas não tem acesso aos aposentos onde ela e a família ficam, nem tampouco a entrada particular dela que fica no subsolo. Ou vocês pensaram que eu vi a ceroula dela no banheiro?

 

Ainda dentro do castelo visitamos a Casa de Bonecas da Rainha Maria, a Capela de São Jorge e a Torre Redonda. Pude também acompanhar a troca da guarda.

 

Realmente valeu a visita e o tempo foi curto.

 

Resultado: eu voltaria!

 

Depois, partimos em direção a Stonehenge. Eu confesso que estava ansioso. Se você ainda não se tocou do que é isso, dá uma olhada na foto abaixo. Lembrou? Com certeza você já viu essa foto, pois em uma antiga versão do Windows ela era uma das opções de proteção de tela.

 

Assim que cheguei no lugar e vi as tais pedras misteriosas, pensei: é só isso? Pareciam maiores e mais bonitas. É isso que acontece quando você cria muita expectativa, né?

 

Mas enquanto eu dava a volta nas pedras algo foi mudando meu pensamento. Comecei a pensar na história daquele lugar. Até hoje, mesmo depois do homem explorar o universo, ele não consegue explicar coisas da Terra. E Stonehenge é um destes mistérios. Existem muitas versões: uns acreditam que era um calendário solar, outros dizem que era uma espécie de templo. E os adeptos da Teoria da Conspiração dizem que aquilo foi construído recentemente pela indústria do turismo. Não, definitivamente esta versão não faz nenhum sentido. Os geólogos e afins afirmam que o monumento foi construído há quase 5 mil anos. E aí você se pergunta: COMO? Como eles conseguiram empilhar aquelas pedras sem a ajuda de máquinas, empilhadeiras? Não se sabe como, mas o que se consegue observar é que as pedras verticais possuem uma espécie de protuberância que se encaixa nas pedras horizontais. Será que eles estavam brincando de LEGO? As perguntas continuam: como eles conseguiram levar aquelas pedras pra lá, já que aquele tipo de rocha não existe na redondeza? São muitas perguntas que ainda não foram respondidas pelo homem. Mas talvez não devam ser mesmo respondidas. Por que devemos achar explicação para tudo?

 

Bom, obviamente eu não sei responder a estas perguntas, mas só sei que, ao terminar a volta entorno do monumento, mudei de ideia. De “um bando de rochas umas em cima das outras” aquilo virou um “lugar místico, mágico, misterioso”. Foi bom ter estado ali, por mais que somente por 1 hora.

 

Resultado: eu voltaria, mas só por mais 1 hora de novo!

 

De lá, partimos para a última parada: Oxford. Mundialmente conhecida pela sua universidade, a mais antiga de língua inglesa e uma das 10 melhores do mundo, Oxford na verdade possui 40 colégios, e não somente 1 campus como muitos pensam. Basicamente a cidade vive para os estudantes e pelos estudantes. Nas 2 horas que lá estive, cruzei com basicamente turistas e estudantes. Engraçado que os turistas querem ver os estudantes e seus colégios e os estudantes querem fugir dos turistas (e talvez dos colégios!). Como era um sábado, vi muitos jovens pelos bares do centro da cidade e muitos destes estudantes saindo e entrando dos campus. Um destes colégios, um dos mais conhecidos, serviu recentemente de cenário para o filme Harry Potter. Aproveitei a oportunidade para ir até um dos pubs e beber uma cerveja. Mas isso é assunto para outro post!

 

Resultado: eu voltaria para passar um fim de semana e aproveitar os pubs e o clima universitário da cidade!

 

Depois disso tudo, voltamos para Londres e eu para o meu humilde Hostel, com a sensação de quero-mais.

 

Ah, lembra das gringas que me acordaram de madrugada? Então, quando eu cheguei elas estavam no quarto dormindo. Fiz questão de fazer bastante barulho. Só não liguei a luz porque ainda era claro, apesar de ser 8 da noite. Depois disso elas acordaram, fizeram umas ligações e marcaram um encontro. Detalhe: se arrumaram todas mas saíram sem banho. Nada que um bom perfume francês não resolva, né?

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-windsor-stonehenge-oxford.html

 

[Continua]

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Inglaterra : Londres : Pub Crawl!

 

Depois da correria dos últimos dias, resolvi ficar no Hostel para descansar. Mas ai, uma das meninas que estavam organizando um Pub Crawl veio falar comigo e disse: Po, você vai ficar no hostel um sábado a noite?

 

É, realmente, ficar naquele quartinho muquirana ia ser um saco. Decidi ir. Ela me disse que o grupo ia sair em 5 minutos e que pra eu estar pronto nesse tempo. Eu disse que era impossível e ela perguntou porque. A minha resposta deveria ser: “Porque eu não sou europeu, preciso tomar banho e me arrumar. Preciso de no mínimo 20 minutos”. Mas quis ser gentil e disse que ia tentar. Óbvio que não deu tempo e eu tive que ir encontrar com a galera já lá no primeiro pub.

 

Um Pub Crawl é uma boa pedida pra quem tem pouco tempo e quer aproveitar o máximo que pode. Você faz um “tour” por 3 pubs ou discotecas e ainda ganha drinks de graça! Este eu paguei 10 pounds e valeu a pena. Só bebi a primeira bebida grátis, que era horrível! Preferi pagar as bebidas a parte! Conheci uma gente bem legal, principalmente 1 menina finlandesa muito louca! E ainda descobri que ela tinha ido pro show do dia anterior. Sacanagem, se eu tivesse com ela teria me divertido muito mais, ela era uma pilha!!

 

No primeiro pub a galera estava alegre, no segundo já estavam bêbados e no terceiro já estavam trêbados! Mas acho que esse é o objetivo né?

 

Estava indo tudo muito bem quando resolvi voltar pro Hostel. Aquela hora os metrôs já estavam fechados e tive que me virar pegando um ônibus. CA CE TE. Se você acha que andar de metrô em Londres é difícil, pior aqui é andar de ônibus. Me perdi e fiquei rodando a Trafalgar Square procurando um que servisse para mim. A maioria das pessoas estavam bêbadas nas ruas, brincando com cones e cantando. Perguntar a eles era muito arriscado. Se bem que dizem que bêbabo tem GPS integrado, porque eles sempre conseguem chegar em casa direito. Pensei em me embebedar e pegar o primeiro ônibus, acho que no final eu ia acabar acertando o caminho!

 

No final das contas tive que pegar 2 ônibus e demorei quase 1 hora e meia pra fazer um trajeto que eu faria em 10 minutos de metrô. Mas faz parte né?

 

No dia seguinte eu ia sair do Hostel e ir para a minha Host Family que iria me abrigar por 2 semanas. Mas isso é papo para outro post!

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-londres-pub-crawl.html

 

[Continua]

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Inglaterra : Londres : Host Family!

 

A decisão de ficar hospedado em uma casa de família foi tomada com um único objetivo: praticar ainda mais o Inglês, principalmente nas palavras que normalmente na rua você não usa!

 

Depois de pegar metrô e trem, desci na estação de Plumstead, a mais próxima da casa e fui perguntar a alguém como eu fazia para chegar no endereço, que ficava nesse mesmo bairro. Era um domingo e a rua estava deserta. Não perdi tempo, entrei no primeiro ônibus que passou e comecei a perguntar pros passageiros. Tinha dado certo com o HC. Mas como o raio nunca cai no mesmo lugar, ninguém sabia onde era. Que ótimo.

 

Mas até que eu tive a brilhante ideia de… abrir o google maps do meu celular! Quando consegui localizar o endereço vi que tinha acabado de passar bem próximo e o ônibus ia a toda velocidade pro sentido contrário. Eu via o pontinho luminoso se afastando do meu destino e comecei a imaginar o quanto eu iria ter que andar com a mala! Desci no primeiro ponto e fui me guiando pelo Santo Google!

 

É o que eu digo, quem tem boca vai à Roma, mas quem tem o Google Maps vai à qualquer lugar!

 

Cheguei na casa uns 15 minutos depois, suando que nem um porco (porco sua?) e toquei a campainha. Quer dizer, não toquei a campainha, porque não achei. Mas comecei a bater palma e gritar pelo nome da Ophelia, a dona da casa. Nada. Esperei uns 5 minutos e nada. Resolvi ligar para ela e, pra minha surpresa, ela não estava em casa. Disse que não sabia que horas eu ia chegar e resolveu sair para ver a corrida da irmã. Que em uma hora estaria em casa! QUE ÓTIMO.

 

Em uns 30 minutos ela chegou e pude entrar em casa, ela toda sorridente dizendo que a irmã tinha sido bem colocada na corrida e que eles iriam comemorar. A casa era simples, mas ajeitadinha. Dentro da casa eu não podia andar de tênis ou descalço, tinha que usar pantufas! Eu disse que, claro, não levei e ela me deu um par! Meu quarto tinha vista para o quintal da casa e para uma área verde bem bonita.

 

Desfiz minhas malas e fui tomar banho. Ai começou o problema:

 

-Rodrigo, água em Londres é muito cara, então por isso você só pode tomar um banho por dia. Escolha: de manhã ou a noite.

 

-Oi?

 

Fingi que não entendi o Inglês e pedi para ela repetir. Queria ter certeza mesmo se era aquilo que eu tinha ouvido. E era. Mas ainda tinha mais:

 

-Toda vez que tomar banho você precisa lavar o banheiro. Aqui está a esponja, o esfregão e o sabão. Ah, e também não esqueça de lavar e secar o vidro do box. E não adianta trapacear, se você não fizer eu vou descobrir.

 

Pera ai, eu vim para Londres para aperfeiçoar meu Inglês ou aperfeiçoar meus afazeres domésticos?

 

Tomei meu banho (o que seria o único daquele dia!), limpei o banheiro como fui instruído e subi pro meu quarto. Eu estava com fome e até então ela não tinha falado nada de comida. Nisso a irmã dela chegou com o cunhado para a tal comemoração. Ficaram na cozinha bebendo champagne e eu lá em cima pensando: onde eu fui me meter?

 

A hora passava, as vozes aumentavam a medida que a garrafa de champagne diminuía e meu estômago já estava começando a comer meu fígado, quando decidi descer e dizer que eu ia no mercado comprar algo para comer. Foi ai que ela, aos berros, berrou (claro, né!):

 

-Ahhhh, tinha esquecido de você! Vou preparar algo para você comer!!!

 

Dei aquele sorrisinho bem amarelo e subi de novo, esperando pra ver o que viria pela frente. Óbvio que depois disso tudo a comida tinha que ser a pior de todas né? Enquanto a comida não ficava pronta, ela disse pra eu fazer um sanduíche. Enquanto eu comia devorava o misto-quente, Ophelia recebe uma ligação.

 

-Oi, Mr. White, vem aqui sim, estou te esperando!

 

Mais visitas! Dessa vez seria o pai dela. Assim que ela desligou o telefone, abriu a despensa e pegou uma garrafa de vodka e deixou sobre a mesa.

 

-Ele adora!

 

Que família pinguça, mané!

 

Mr. White (que não era branco, e sim negro) chegou já bem alegre. Já foi enchendo o copo de vodka e perguntando de mim. O inglês dele era muito difícil de entender, pois Mr. White na verdade era jamaicano e migrou para Londres nos anos 70. Segundo ele, nunca abandonaria as origens e não perderia o sotaque de seu país de origem. Os jamaicanos tem uma forma bem peculiar de falar Inglês. “I’m playing” vira “Me a play”. Já “What’s going on?” vira “What a gwan?”

 

Sentiu o drama?

 

Agora você imagina o cara, jamaicano & bêbado falando Inglês. Tudo que ele falava a filha tinha que me traduzir, por mais esforço que eu fizesse. Curioso sobre sua história de vida, comecei a perguntar sobre o passado dele. Ai que fudeu tudo. O cara se emocionou ao falar da mãe e começou a chorar. De soluçar. Agora você imagina o cara, jamaicano & bêbado & chorando. Bom, eu pedi para aprender Inglês e não para virar perito em “listening & comprehension”, né?

 

Jantei e fui dormir. Acordei de madrugada preocupado com a volta do HC e da Natasha de Amsterdam. Eles chegaram bem e no dia seguinte iríamos nos encontrar no curso. Apaguei de novo.

 

Veja o post com fotos e vídeos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-londres-host-family.html

 

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Inglaterra : Londres : EF Welcome and OXO Tower!

 

No dia seguinte acordei bem cedo, tomei café da manhã e parti pra EF, o curso que eu faria. Pela programação que eu recebi, ficaríamos o dia todo fazendo uma espécie de “reconhecimento de terreno”. Uma integração com os alunos e com a própria cidade.

 

Aquele clima de “primeiro dia de aula” era bem legal: friozinho na barriga, gente de todo mundo se conhecendo, encontros com outros alunos que você conheceu pelo Facebook antes mesmo de chegar no curso…

 

Gelo quebrado, fizemos um “city-tour” pelas redondezas para conhecer os pontos mais interessantes daquele bairro. A história de um deles foi bem legal e queria compartilhar com vocês.

 

Nas margens do rio Tâmisa, no final do século XIX, foi construída uma torre que funcionava como estação elétrica para os correios britânicos. No final dos anos 20, o prédio foi comprado por uma companhia inglesa que produzia um produto chamado OXO, igual ao nosso querido caldo Knorr.

 

Durante a reforma, a companhia solicitou autorização a prefeitura de construir um letreiro luminoso com a marca OXO, o que foi veementemente negado, já que seria proibido fazer qualquer propaganda nas margens do rio londrino. Mas reparem bem na foto, especialmente nos vitrais superiores da tal torre.

 

O que vocês leram aí? Pois é, os arquitetos juraram de pé junto que não foi proposital, que foi um agradável fruto do acaso. Coincidência ou não (óbvio que não foi!), a empresa conseguiu economizar (e muito!) com esta propaganda gratuita. Quer ponto mais valorizado e exclusivo em Londres? Agora imagine à noite?

 

Portanto, cuidado! O que um publicitário ou marketeiro te pedir, faça! Se você não fizer, vai ser pior (momento jabá pessoal)!

 

Depois desse tour a pé, fizemos um tour de barco pelo próprio rio. Para que você que vai a Londres não se decepcione, falo logo: se bobear o Rio Tietê é mais bonito! O rio parece sujo, tem uma coloração de barro misturado com lama. Mas tudo bem, o intuito principal do tour não é apreciar o rio né? E sim apreciar tudo que está em volta e sobre ele: suas famosos pontes, a London Eye, o Parlamento Inglês com seu famoso Big Ben e, também, a OXO Tower.

 

Não tem problema, quando você estiver lá pode contar essa história da OXO que acabou de descobrir aqui. Basta me dar os créditos (ou você pensa que eu sou bobo? Não se esqueça que eu sou publicitário E marketeiro).

 

Ao final do dia, regressamos a escola e recebemos nosso cronograma de aulas. E aí começaria o problema!

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-londres-ef-welcome-and-oxo.html

 

[Continua]

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Inglaterra : Londres : Harrod’s e onde comer (ou seria “não comer”?)

 

Antes mesmo de falar sobre “lugares para conhecer”, me deu vontade de falar sobre “lugares para comer”, ou não!

 

Ultimamente tenho certeza que uma lombriga vive em mim, pois comer tem sido um dos meus maiores prazeres. E, além de me deliciar com excelentes refeições, esperava ser muito bem atendido nos restaurantes de Londres. Não, não espere. A má educação impera e se você receber um sorriso do garçom pode jogar na mega sena pois é seu dia de sorte. Saideira em um bar? JAMAIS. A não ser que você pague, claro.

 

Pra abrir com chave de ouro nossa estadia em Londres, fomos a loja Harrod’s, a loja de departamento mais luxuosa do mundo. Ouviram? Leram? Do mundo! Já visitei muitas catedrais religiosas pelo mundo, era a hora de visitar a catedral do consumo.

 

A loja foi fundada em 1834 e possui hoje 90.000 m² de espaços de vendas, com funcionários poliglotas. Seu lema é muito famoso: Omnia Omnibus Ubique (Todas as coisas, para todas as pessoas, em todo lugar). Reza a lenda que se você pedir a um dos vendedores um elefante rosa, ele conseguirá um. Foi, num passado recente, a loja preferia do trono inglês, mas os boatos de assassinato da Princesa Diana a mando do Príncipe Charles afastaram os nobres de lá. Sim, a Harrod’s, até ano passado, pertencia ao pai trilhardário do Dodi Al-Fayed, o namorado da princesa, que também morreu no acidente.

 

Como meu bolso e a Harrod’s não combinam, entramos só para “passear”. A loja é tão grande que, sem brincadeira, existe mapa, igual a qualquer outra atração turística. Vimos as opções de restaurantes e escolhemos o que parecia ser o mais barato prático: The Diner, uma lanchonete ao estilo americano. Depois de nos perdermos lá dentro tentando achar a tal lanchonete, finalmente encontramos. Antes não tivéssemos encontrado.

 

Tudo começou já na chegada. Entramos, ninguém nos abordou e escolhemos uma mesa por conta própria. Pegamos o cardápio e, decididos do que iríamos comer, chamamos a garçonete. Ela veio com cara de poucos amigos e falou: vocês não podem sentar aí, poderiam trocar de lugar, por favor? Já nos irritamos. Porra, porque ninguém falou isso antes? Tudo bem, trocamos de lugar e fomos fazer o pedido. Estávamos em 3 e vimos um milk shake no cardápio que nos deu água na boca. Decidimos pedir um para provar e dividir. Caso fosse bom, pediríamos outros.

 

-Vocês vão dividir? – com aquele ar de desdém.

 

Respirei fundo e continuei meu pedido, que foi um cachorro-quente com batata frita.

 

Conversa vai, conversa vem, se passou quase meia hora e nada dos nossos lanches. Chamei um outro garçom que passou pela mesa e reclamamos. Falei que iríamos cancelar o pedido, que não era possível um cachorro-quente demorar meia hora pra ficar pronto. Não sei se foi coincidência, mas em menos de 2 minutos nossos pedidos estavam na nossa mesa. Provavelmente cuspidos.

 

Depois que você se estressa, qualquer comida por mais deliciosa que esteja, não cai bem. E não foi diferente com aquele cachorro-quente, que custou 15 pounds (quase 40 reais)! Até porque mesmo se tivéssemos sido maravilhosamente bem atendidos, aquele cachorro-quente não teria sido nem de longe o melhor da minha vida. O da barraquinha aqui da esquina de casa dá de mil a zero. Não víamos a hora de sair daquele lugar.

 

Mal comemos, pedimos a conta! Mais uns 10 minutos para chegar. Óbvio que era de propósito. Estávamos cercados de muçulmanos endinheirados cheios de sacolas da Louis Vitton, Prada, Gucci e cia. Não éramos nem de longe prioridade ali.

 

Quando a terceira garçonete trouxe a conta, eu disse que iria pagar com cartão. Na hora de assinar o recibo, ela me pediu o passaporte. Eu estava com a caneta na mão e o papel na outra e perguntei, gentilmente: posso assinar primeiro? Ela repetiu que precisava do passaporte. Eu, pensando que ela poderia não ter entendido o que eu falei, repeti: posso assinar primeiro? Ela ignorou novamente e repetiu que precisava do passaporte. Tá de sacanagem né? Eu, puto da vida já, perguntei se ela, por favor, poderia responder minha pergunta. Nisso chega o tal garçom que já havíamos reclamado e se apresenta como gerente. Já levantando o tom de voz, ele diz:

 

-Eu não admito que você grite com minha funcionária. Eu ouvi pelas câmeras e não admito.

 

Não sei o que me deu, mas só sei que meu sangue subiu e que baixou um espírito inglês em mim. Eu comecei a discutir com o cara de maneira fluente e disse tudo que já estava entalado na minha garganta, junto com aquele pão duro horrível do cachorro-quente. Que chegamos e fomos ignorados, que as garçonetes não fizeram nenhuma questão de nos tratar bem, pelo contrário e que nosso pedido demorou mais de meia hora. O gerente ameaçou chamar a polícia e eu disse: chama, é isso que eu quero. Eu que não admito como fui tratado aqui. Vocês sabem onde vocês estão trabalhando? Na Harrod’s. Vocês me devem respeito, isso sim.

 

Levantamos daquela espelunca e fomos embora.

 

Em um momento destes de raiva, você acaba falando coisas que não costuma falar. Apesar de eu ter certeza que não, eu confirmei com o HC e a Natasha, que me acompanhavam ali, se eu tinha sido grosso com a garçonete. E eles confirmaram: não, eu não fui grosso, só repeti 3 vezes a mesma pergunta porque simplesmente eu estava com a caneta pronto pra assinar o recibo. Pra pegar o passaporte eu teria que abrir a bolsa e tudo mais. Se fosse necessário, tudo bem. Eu só queria uma resposta.

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/07/inglaterra-londres-harrods-e-onde-comer.html

 

[Continua, e com mais má educação!]

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Inglaterra : Londres : Tiger Tiger e onde comer (ou seria “não comer”?)

 

Acelerando duas semanas pra frente, marcamos nossa despedida de Londres no Tiger Tiger, um restaurante/bar/club bem famoso na Inglaterra. A Ophelia me recomendou e uns outros conhecidos também. A ideia seria chegar cedo para jantar e depois ficar para a danceteria. Como foi tudo em cima da hora, reservei a mesa para as 22h pelo site e, como o e-mail que havia recebido solicitava, liguei para confirmar a reserva. Estava tudo certo.

 

Chegamos pontualmente as 22h e, ao tentar entrar no estabelecimento, fui impedido por um segurança brutamonte que nem olhou pra minha cara. Eu disse:

 

-Desculpe-me, mas eu tenho uma reserva para jantar as 22h.

 

-Impossível, nós não fazemos reservas para este horário.

 

-Impossível digo eu, meu Senhor, eu fiz a reserva pelo site e ainda telefonei para confirmar. Você quer ver?

 

-Quero.

 

Muito a contra gosto, ele viu a reserva no meu celular e mandou a gente entrar. Pra variar nenhum garçom veio nos receber e já vi que aquilo havia começado mal. Bem próximo das mesas, já havia um grupo tocando música e a galera dançando. O barulho estava ensurdecedor. Fui até uma garçonete e falei, de novo:

 

-Desculpe-me, mas eu tenho uma reserva para jantar as 22h.

 

-Impossível, nós não fazemos reservas para este horário. A cozinha já está fechada, inclusive.

 

-Impossível digo eu, minha Senhora, eu fiz a reserva pelo site e ainda telefonei para confirmar. Você quer ver?

 

-Quero.

 

Muito a contra gosto, ela viu a reserva no meu celular e disse: ok, mas vocês só vão poder pedir pratos frios.

 

Como era meu último dia, respirei fundo e pensei comigo mesmo: tudo bem, tudo bem, vou dar uma chance a ela e a esse lugar. Com todo aquele barulho, fui obrigado a me aproximar do ouvido da moça para perguntar se teríamos que jantar com aquele som tão alto nos nossos ouvidos ou se teríamos um espaço mais reservado. E foi aí que o pior aconteceu: a garçonete olhou para a minha cara lentamente e, com cara de nojo, limpou sua bochecha com a mão, como se eu tivesse cuspido nela. E respondeu:

 

-Yes.

 

CA CE TE. Eu duvido muito que qualquer gotinha sequer de perdigoto tenha saído da minha boca, mas mesmo se tivesse acontecido, ela jamais poderia fazer isso da maneira que fez. Eu fui OBRIGADO a me aproximar dela para TENTAR fazer com que ela me ouvisse, não falei no ouvido dela porque quis. Depois dessa, virei as costas, agradeci e fui embora, roxo de raiva.

 

Hoje me arrependo, pois ela conseguiu o que queria: evitar que mais uma mesa chegasse para “atrapalhar” o horário de saída dela. Da próxima vez eu vou sorrir, pedir desculpas pela minha baba, dizer que a bochecha dela ainda tem várias gotinhas e me sentar, feliz da vida.

 

Saímos de lá e fomos então jantar em um restaurante italiano chamado Bella Italia. Nessas 2 semanas que passei em Londres, jantei lá umas 3 vezes. É uma cadeia, tem várias filiais pela cidade. Super recomendo! Excelente custo benefício e um atendimento muito acima da média. Em uma das vezes o HC pediu um prato cheio de pimenta e, já com metade da comida no estômago dele, pediu para trocar. A garçonete trocou sem nenhum problema. Tínhamos quase certeza que cobrariam pelo outro prato, mas, para nossa agradável surpresa, não cobraram nem um pound a mais.

 

Depois ainda fomos para uma outra danceteria, mas isso é assunto para outro artigo.

 

Ah, já ia esquecendo: no dia seguinte abro meu e-mail e vejo a seguinte mensagem: Tiger Tiger – Como foi sua experiência?

 

Perdi quase meia hora escrevendo um super e-mail de reclamação, quem sabe eu não dei o pior azar do mundo de ser mal atendido? Dei a eles a chance de se redimirem. Vocês receberam alguma resposta? Não, nem eu.

 

Veja o post com fotos em:

http://www.digoabordo.com/2011/08/inglaterra-londres-tiger-tiger-e-onde.html

[Continua]

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