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36d Bolívia/Peru rel. (La Paz)


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Irei dividir esse relato pelas cidades que passei nesses 36 dias de viagem. Hoje irei escrever sobre La Paz o início da viagem. Relevem os erros de português, pois tenho que escrever rápido.

 

As fotos da viagem inteira estão no link: https://picasaweb.google.com/raimundo.14b

 

1º ) Dia: cheguei cedo em La Paz depois de um longo voo que começou no dia anterior de Brasília para Santa Cruz pela Gol e de Santa Cruz para La Paz pela AeroSur. O vôo para La Paz é lindo quando está chegando logo vc ver as montanhas enormes, nevados e o altiplano. É como se toda a terra tivesse subido. No aeroporto também se percebe a diferença de La Paz. Em Santa Cruz, 26 graus em La Paz estava quase zero pela manhã, quando se tenta subir uma escada com a mochila nas costas parece que vc subiu correndo uns dois andares de escada. É interessante esse negócio de altitude, mas não se preocupe porque logo se acostuma. No aeroporto peguei um minibus que passasse na avenida Ilhampu, pois é a avenida onde tem bastante hostels e agências de viagem. Fiquei no hostel Copacabana que para mim foi ótimo. Hostel tranquilo com bom atendimento e bem localizado. http://www.hostalcopacabana.com/. Depois de hospedado fui nas agências que ficam na avenida Sagárnaga com a Ilhambu, apenas duas quadras do hostel. Tem bastante agências e vc pode pesquisar o preço para todos os passeios que desejar fazer. Comprei um para o DeathRoad, me esqueci o nome da agência, mas tem para todos os gostos lá e a maioria creio que são boas. Passeio comprado, jantei no El Lobo, restaurante israelense, cheio de israelenses que fica na avenida ilhambu perto do hostel.

 

 

2º) Dia: Death Road. Acordei cedo e fui para a agência eu e mais um cara da Inglaterra outro da Austrália e uma menina dos EUA. Pessoal bacana fomos com nossas bikes até mais de 4000 metros e de lá teríamos uma descida até mil e poucos metros. Posso dizer que esse passeio foi um dos pontos altos da viagem, realmente vale a pena, a paisagem é linda, vc começa no meio das montanhas geladas e termina na Amazônia boliviana, começa cheio de casacos e termina de bermuda e sem camisa, passa por cachoeiras e paisagens surreais. Tudo muito lindo mesmo só é bom tomar cuidado para não exagerar na velocidade e tomar cuidado com as curvas, pois há precipícios por toda parte, mas é um passeio tranquilo que todo mundo pode fazer já que é só deixar a bicicleta descer. As fotos estão no link que falei no começo do relato.

3º)Dia: Chacaltaya, saí de La Paz em uma van com muitos brasileiros e bem cheia para a montanha. Esse passeio vc vai de van até a estação de esqui mais alta do mundo são quase 5000 metros, eu acho, o que realmente é bonito é a vista para o altiplano. Isso é incrível. Quando a van chega na estação vc pode ficar apenas na estação tirando fotos ou subir um pouquinho para ir mais alto e andar no gelo. Bem, no chacaltaya o efeito da altitude é muito pessoal, tem gente que não sente nada, eu senti um negócio meio estranho, na subida até o ponto que aparentemente é o mais alto e todos os turistas vão eu fui sem problemas, mas depois resolvi caminhar mais pouco para outro ponto onde não tinha ninguém e a ida foi tranquila, caminhando devagar e respirando bem, porém na volta me bateu uma tonteira que achei que não iria conseguir voltar, isso foi bem tenso, daí parei fiquei respirando com calma e esperando passar e depois fui caminhando bem devagar até voltar, o engraçado é que nessa volta passaram por mim um grupo de bolivianos correndo e brincando no gelo, quem está acostumado é outra coisa. Desci do chacaltaya na van com uma dó de cabeça bem chata, mas bem feliz por ter ido tão alto e ter visto uma vista muito bonita. É interessante a mudança de temperatura no chacaltaya estava no gelo com casaco e frio e depois em La Paz as pessoas estavam na rua tomando sorvete e baita calor, pelo menos para os padrões de La Paz, mas deveria está uns 30 graus. Isso eu achei bem legal é como se tivesse viajado do polo norte para o nordeste brasileiro em apenas uma hora. Vale a pena ir ao chacaltaya só recomendo deixar para o último dia em La Paz porque assim estará mais aclimatizado.

 

 

3º) Dia: nesse resolvi ir para Isla Del Sol no Lago Titicaca, até porque queria me aclimatizar mais para a subida do huayna potosi. Então, acordei cedo e peguei um taxi até o terminal que sai os ônibus para Copacabana. No hostel eles te explicam tudo direitinho, se quiser ir para Isla Del Sol no mesmo dia é bom sair cedo porque se não me engano o último barco para lá sai às 13:30 de Copacabana. Eu não fiquei em Copacabana porque queria apenas conhecer a ilha, então cheguei lá e já peguei o barco. Na ilha fui para a parte norte o intuito era ficar um dia na parte norte, caminhar o outro para a parte sul e pegar o barco para voltar, mas não foi isso que aconteceu, Cheguei na ilha e segui um grupo de israelenses para achar um hostel mais em conta. Fiquei em um bem barato de frente para praia, mas que estava em construção, então meu quarto era como uma obra mal acabada e o banheiro do lado de fora que era duro de ir á noite com o frio que fazia, porém tinha um monte de gente acampada na praia e deixava tudo muito festivo.

 

 

4º)Dia: Fui caminhar pela ilha. Tem um circuito clássico que todo mundo faz para ver as ruínas é muito lindo o lago Titicaca parece um mar de tão grande e com uma cor e uma paz que o torna mais bonito que o mar. O azul é perfeito, bem escuro, cercado de montanhas geladas. É um lugar sem comparação, muito bonito mesmo. É interessante caminhar nesse caminho das ruínas que pode te levar até a parte sul da ilha, acho que são duas horas e meia ou três de caminhada, mas o circuito é lindo todo com um visual incrível. No meu caso não consegui ir para a parte sul como o pensado, porque perdi muito tempo parado, sentado admirando o lago e as ruínas, assim voltei para o hostel e tive uma noite bem legal. Quando sai para jantar conheci uma galera do Brasil que estavam acampados na praia, depois combinei com um pessoal do hostel da argentina e Espanha para que fossemos para a praia à noite, enfim, galera animada compramos coca cola e muito rum e fizemos o Lual mais gelado de nossas vidas. A ilha é muito charmosa, não tem luz elétrica nas ruas e o céu estava lindo com a lua cheia parecia até uma praia no Brasil com a diferença que estávamos a uns 4000 metros e com um monte de casaco que, no meu caso, só aparecia os olhos. Era muito frio, mas a galera estava bem animada, cantamos, brincamos, bebemos e a festa tava tão boa que a galera acampada ao lado se juntou a nós e foi uma grande confraternização de gente de vários lugares do mundo. Muito legal!

5º) Dia: Esse foi um dia apenas para voltar para La Paz. Com um pouco de ressaca.

 

 

6º) Dia: Agora sim, a subida da montanha huayna potossi com seus 6085 metros de altitude. Estava bem assustado sem saber se daria conta e lembrando do que passei no chacaltaya, pra falar a verdade, achei que não iria conseguir e para piorar resolvi ser competitivo. Esse passeio geralmente é de três dias sendo que o primeiro é para aclimatização, mas a mulher da agência me disse que tinha um grupo de três meninas que iriam em dois dias. Daí eu falei se elas conseguem eu também consigo, como eu já estava cinco dias na Bolívia, resolvi ir em dois. No dia do passeio, fomos divididos em duplas e eu fiquei com um cara da Inglaterra que também iria fazer em dois dias. No começo, fiquei com medo dele não conseguir e me atrapalhar, depois, foi o inverso, fiquei com medo de que eu o atrapalhasse, pois se um desistir tem que descer os dois.

Fomos no primeiro dia até o acampamento base que fica já em 5000 metros e nessa hora achei que não iria conseguir. Foi muito estranho. Chegamos no acampamento às quatro horas da tarde e sairíamos para atacar o pico à uma hora da manhã, para passar esse tempo, meu companheiro da subida com os outros foram jogar cartas e eu fui para o saco de dormir fiquei quietinho sem mexer um único dedo e com o coração disparado como se estivesse correndo em uma maratona. Isso foi muito estranho, achei que não fosse com eles para atacar o pico de madrugada, era tão difícil fazer esforço lá em cima que até para ir ao banheiro era difícil, tinha que descer uma escada sair do refúgio e pegar uma pequena descida na montanha. O problema era que para voltar faltava tanto ar que eu me arrependia de ter ido ao banheiro, deveria ter segurado mais um pouco. Muito bem, tomamos uma sopa e tentamos dormir às 07:00 da noite, claro que ninguém dorme, mas dá para descansar e nesse momento foi muito bom porque comecei a me sentir bem e às uma da manhã, na hora de subir, estava ótimo, comecei a subida realmente muito bem e era lindo ver as luzes de La Paz lá de cima em plena madrugada caminhando gelo. O céu era outro espetáculo com várias estrelas cadentes, me senti muito bem e empolgado na maior parte da subida o único problema que tive foi com os pés, pois estavam muito gelados e não sentia os dedos do pé, mas graças a Deus, isso melhorou e passei a sentir mais os meus dedos, uma dica: suba com três a quatro meias e que sejam térmicas. Continuamos a subida e no finalzinho a coisa fica mais difícil, é duro caminhar com pouco oxigênio e nosso guia mantinha o ritmo sem parar o que é bom, lembro que apenas ficava contando um, dois, três na mente para manter o ritmo, como em uma marcha e isso realmente ajudava, pois o consegui manter o ritmo do coração sem que ele disparasse e ficava atento com a dó de cabeça que não poderia ser forte, haja vista o risco do mal de altitude que pode levar a morte. Nesse ponto as meninas que resolveram fazer em dois dias desistiram, algumas outras pessoas também, mas uma galera continuou e assim fomos. A última parte realmente não é fácil, mas eu lembro que quando vi o sol nascer e consegui ver o pico, tudo ficou muito mais empolgante e nessas horas agente tira a última gota de energia e segue adelante. Os últimos metros, agente coloca a corda e tem que passar em lugar estreito o colega quase desistiu nessa hora porque ele ficou com tonturas, mas ele foi se esforçou e continuou para não estragar minha subida, pois se ele não fosse não poderia ir até o pico. Esforço feito e finalmente o pico a 6085 metros de altura vimos o nascer do sol mais bonito do mundo. Isso foi muito mágico e inacreditável, olhar todas as montanhas da cordilheira real abaixo de você, porque o huayna potossi é a maior delas, e com o sol vindo no horizonte com tudo iluminando o mundo ao seu redor é a coisa mais linda e impressionante do mundo. É emocionante e nunca vi nada igual.

Hora da descida. Valeu muito a pena subir essa montanha, todo o esforço foi muito recompensante e recomendo a todos. A questão é fazer em três dias porque assim você se aclimatiza melhor e sobe mais tranquilo, não é uma montanha técnica é apenas uma caminhada no gelo, mas que pela altitude torna-se uma caminhada mais difícil e o finalzinho é um pouco mais difícil, mas a vontade de chegar no cume te dá força e tenha certeza de que não vai se arrepender.

Nesse mesmo dia peguei um ônibus à noite em La Paz para o Uyuni para conhecer o deserto de sal e fazer o passeio de três dias pelo altiplano boliviano até a fronteira com o Chile para ir a São Pedro de Atacama. Depois continuarei com esses próximos relatos. Até mais.

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