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TRANSSIB-2011: crônicas, impressões e lições


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  • Membros de Honra

Segunda parte do nosso 10-o dia da viagem, agora no trem.

Finalmente, ficamos não só na 2-a classe, mas também na mesma cabine.

Bem que 2 lugares de cima e no vagão bastante velho, sem ar condicionado.

Este trem 249Н seguia de uma região próxima até o litoral de Mar Negro (3 dias e noites de caminho, pelo menos).

Mas as duas nossas vizinhas da cabine, uma com filho de 3-4 anos, viajavam só até a mesma região de nosso destino, 300 km adiante (capital do estado, cidade de Orenburg).

 

Parte mais memorável deste trecho foi que cruzamos território de outro país, Cazaquistão. ::otemo::

Um pequeno pedacinho no norte, com maioria de população russa, ucraniana, alemã.

Houve duas paradas prolongadas, mas o controle de documentos rolou em movimento mesmo.

Cidadãos destes países não precisam aqui de passaportes internacionais, viajam de um a outro com simples documento de identidade.

 

Mas na plataforma de Petropavlovsk há uma fronteira de verdade e na zona "internacional" nenhum comércio oficial.

Apenas ambulantes, oferecendo eletrônicos e bebidas com preço abaixo de qualquer "duty free".

Eles pediram para não aparecer na foto.

 

Terminal ferroviário de Petropavlovsk:

20110801143631.JPG

 

No outro lado da fronteira - terminal rodoviário. O país tem duas línguas oficiais.

20110801143920.JPG

 

A cidade é cercada de lagos rasos e "dachas":

20110801144013.JPG

 

Antes de anoitecer, voltamos à Rússia de novo.

Chegou a nossa 10-a noite de viagem, 7-a em trens, inclusive 3-a seguida, mais uma vez.

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  • Membros de Honra

Orsk é uma cidade industrial de porte média, feia, espalhada em pedaços entre grandes fábricas. Provavelmente, a mais poluída da Rússia e uma das mais poluídas do mundo. E nem fica no trajeto exato da TRANSSIB, seja histórico de 9288, ou mais moderno e curto. Para chegar a Orsk, pegamos um trem que vira para sul em Chelyabinsk, com objetivo de fazer visitas particulares na cidade e na região. Mas há pelo menos duas coisas engraçadas em Orsk.

 

A cidade é dividida pelo Rio Ural, que separa também as chamadas partes do mundo Europa e Ásia. As pontes são bem mais modestas do que sobre o famoso Estreito Bosfor em Istambul, mas não menos patéticas. De manha na segunda-feira (11º dia de viagem) chegamos de trem ao terminal ferroviário na parte asiática.

20110801150126.JPG

 

E à tarde visitamos outra cidade, de ônibus, partindo do terminal rodoviário na parte européia. A divisa entre continentes foi vencida de bonde, com janelas abertas, o quem permitiu até tirar fotos dessa.

20110801150317.JPG

 

Prestem a atenção em palavras do poste divisório 8)

Estamos chegando na Europa:

20110801150352.JPG

 

e deixamos a Ásia:

20110801150520.JPG

 

Outra coisa – monumento ao avião militar. Il-28, um dos primeiros bombardeiros médios a jato, estava em serviço durante décadas de Guerra Fria, quando a cidade tinha uma base aérea considerável. Desativada já há tempo, junto com o modelo exposto.

20110801150603.JPG

 

Há também monumentos aos caminhões antigos...

E não podia faltar também a locomotiva clássica no terminal ferroviário.

20110801150646.JPG

 

Na terça-feira à noite (12º dia) retomamos aqui o nosso caminho.

20110801150730.JPG

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  • Membros de Honra

Bom, chegamos até aqui. Agradeço a todos pela paciência. ::cool:::'>

 

Sobre trechos europeus não tenho o que declarar a mais, além daquilo que consta na segunda mensagem do tópico.

Estamos acostumados com esta parte e nem prestamos tanta atenção.

 

As novas fotos de Samara adicionarei ao tópico da cidade.

 

Então, está aberta a seção de perguntas, logo depois pensaremos juntos sobre lições. 8)

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  • Membros de Honra

Enquanto as perguntas estão amadurecendo e chegando, podemos começar a digestão das experiências obtidas.

 

Trens, vagões e classes

 

Continuo defendendo a 3-a classe, como uma solução econômica e racional para deslocamento entre Moscou e São-Petersburgo, no caso de viagens básicas, que envolvem apenas duas capitais e nada ou quase nada a mais. Como já comentei algumas vezes no tema russia-perguntas-e-respostas-t8969-270.html" onclick="window.open(this.href);return false;

 

Antigamente, as passagens de 2-a classe eram apenas 1,5 vezes mais caras (na proporção de qtde. de lugares por vagão) e acabaram antes, por causa de bom custo-benefício.

Em condições atuais, a diferença é maior, 2,5 - 3 vezes e a lei de procura e oferta desequilibra para outro lado, 3-a classe ficou mais procurada. E nem existe em trens mais chique.

Os próprios trens agora também têm vários níveis de preço.

 

Então, a 3-a classe economiza bem o dinheiro.

Mas no caso de viagens longas, como TRANSSIB, precisa considerar que trem vira o alojamento principal, dormir bem as noites no caminho é importante.

Embora, em trechos longos há muito tempo para cochilar de dia também.

 

Alem de conforto, há aspecto de privacidade.

Ocupando uma cabine de 2-a classe, grupo de 4 pessoas estaria praticamente em casa.

 

Vagões de 2-a classe são mais novos em média.

Só nesta já apareceram os NG (nova geração), espantosamente melhores não só em equipamentos e acessórios, como também em suspensão.

 

Encontrar novo ou velho é uma loteria, chances de ganhar aumentam com categoria de trem (e com preço também), mas sem garantias.

Por outro lado, trens e vagões adicionais, de alta temporada, representam a garantia de perder em qualidade.

Nada que comprometa a segurança, mas não haverá ar condicionado.

A ventilação pode ser precária.

Sanitários desconfortáveis, com possível falta de papel, fecham em áreas urbanas por muito tempo...

 

As temporadas são classificadas nesta tabela de coeficientes.

http://pass.rzd.ru/static/public/ru?STRUCTURE_ID=5224

1 significa "normal", equilibrada.

Valores maiores: alta demanda, trens e vagões adicionais entram em operação, preço multiplicado pelo número da tabela, mas podem faltar lugares assim mesmo.

Valores menores: pouca gente quer viajar nestas épocas, nem vale muito a pena.

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  • Membros de Honra

Passagens de trem

 

Como já foi comentado acima, na alta temporada ficam mais caras e podem estar em falta na véspera de viagem.

 

São vendidas em:

- caixas oficiais da cia. ferroviária, quase todas ficam nos próprios terminais;

- pela internet, no site da própria cia.

- pelas redes de parceiros, de vários gêneros, como lojas de telefonia celular, por exemplo

 

No terceiro caso ficam 10-20% mais caras ainda.

 

No segundo caso é pouco viável comprar com cartão de crédito emitido fora do país, mais ou menos como nos sites das cias. aéreas brasileiras.

 

No segundo e no terceiro caso no ato de compra recebe chamado "bilhete eletrônico" com número, código de barra, seu nome, número de documento de identidade ou passaporte, itinerário, lugar e outras informações.

 

É um comprovante de pagamento, mas para embarcar precisa tirar ainda o "talão de embarque", em qq. terminal ferroviário.

Nos grandes terminais existem máquinas de auto-atendimento e-ou guichés exclusivos para isso.

Nos outros não, então precisa encarar as mesmas filas em caixas comuns, como ocorreu conosco em Vladivostok.

Foi uma "pegadinha, que não teria acontecido em Khabarovsk, Irkutsk, Samara, Moscou...

 

Já no primeiro caso, recebe este "talão de embarque" direto no ato de compra, portanto esta é a melhor opção, mais barata e mais segura.

 

A passagem ("talão de embarque") tem duas vias, original colorida e cópia cinza.

No embarque apenas mostra ao condutor, junto com seu documento pessoal.

Depois de partida, o condutor traz seu pacote de roupa de cama e recolhe a segunda via da passagem.

 

horário de partida e de chegada no bilhete e em todos painéis de informação ferroviária estão em horas de Moscou.

precisa de atenção e de certa habilidade para converter em hora local, já que existem 7 fuso-horários neste caminho.

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  • Membros de Honra

Adapte-se ao alfabeto cirílico! E faça mais um pouco de esforço mental...

 

Não é nenhum bicho de sete cabeças.

Algumas letras exatamente mesmas e com mesmo som, bem definido.

Algumas letras com sons trocados, mas, em compensação, bem definidos também.

Apenas uma parte menor são diferentes do alfabeto latim, mas quase todas familiares para quem já usou o alfabeto grego para parâmetros físicos no colegio, na universidade...

 

Com este pequeno código de descifragem, já consegue entender muitas coisas escritas em diversos panéis de informação.

Porque, ao pronunciar corretamente, descobre semelhança com uma palavra em português, que significa a mesma coisa.

Nem tudo é assim. Aprender mais algumas palavras-chave é importante, para se virar bem. Entender coisas escritas naqueles "talões de embarque", emfim, e em outras fontes relevantes.

 

Portanto, aconselho consultar o tópico

vocabulario-basico-para-viagem-russo-t45907.html

e logo montarei mais um, explicando isso com base em fotos de placas e letreiros que tirei nesta expedição.

(Está aqui: entendendo-placas-letreiros-documentos-em-russo-t58879.html)

 

Na viagem básica em duas capitais, sem se soltar muito dos profissionais de turismo, ainda pode contar bastante com inglês seu e deles. Mas indo mais para interior fica menos prático, bem como no Brasil.

 

Um episódio. Estava no ponto de internet dentro do monumental terminal ferroviário de Irkutsk.

No final da minha seção percebi, que no balcão chegou gente diferente, com perguntas diferentes.

Alguns americanos pediram a atendente explicar os horário que constam em passagens deles, naqueles "talões de embarque".

Aparentemente, eles acabaram de receber passagens de algum agente de viagens, que recebeu sua taxa extra, entregou na mão, falou que está tudo certo e foi embora.

A senhora ficou com dificuldades de explicar o caminho ao verdadeiro ponto de informações ferroviárias.

Tentei ajudar e logo resolvi o assunto, era apenas confirmar de que as horas estão no horário de Moscou.

Depois deste encontro, parei para repensar a nossa viagem, como seria, se nosso conhecimento do idioma fosse no mesmo nível daqueles americanos. Seria difícil de imaginar, algo bem diferente e arriscado demais. Portanto, ficaria na grande dependência das agências de viagens.

 

Outra observação: nesta rota não existe ponto de informação que atende em inglês e Você acha fácil.

No lugar pequeno, nem existe mesmo.

No lugar grande, provavelmente precisará perguntar alguem para localizá-lo.

 

Mas fica isento destas necessidades, caso entende mais a escrita.

Sair por ali conversando com tudo mundo não é necessário, precisa ficar alguns meses, ou alguns anos, para atingir este nível.

Última fase - entender tudo que outros falam.

Mas precisa vencer a primeira, entender o alfabeto e dominar um vocabulário básico.

E começar a segunda, tentar fazer perguntas simples, para aproveitar respostas afirmatriva ou negativa.

 

Eis mais um argumento para viajar nestye lugar em pequeno grupo.

As pessoas têm capacidades diferentes para lidar com alfabeto e línguas diferentes.

Uma pessoa mais dotada neste sentido ajuda âs outras.

Fisicamente, "a velocidade da frota é igual à velocidade de seu navio mais lento".

Mas, no plano intelectuial, o nivelamento ocorre mais por cima. Mais gente - mais olhos, mais ideias.

 

De novo, 4 pessoas - um grupo de tamanho perfeito.

3 também é bom.

2 pelo menos.

Sozinho fica "extreme" demais.

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Roteiro otimizado

 

É claro, que depende de gosto e de disponibilidade de tempo.

Mas podemos analisar alguns parâmetros na forma genérica, até para justificar qual seria tempo mínimo necessário para bom aproveitamento da rota, pensando em aqueles que viajam por ali só uma vez.

 

Confesso, que nosso ritmo foi acima de normal, quase extremo.

Não preciso culpar falta de tempo e excesso de outros compromissos, temos situação diferenciada.

Com presença regular na parte européia da Rússia, há como explorar Urais e Sibéria Ocidental aos poucos.

Esta viagem focamos da parte Leste, da Costa Pacífica até o Lago Baikal. Até cogitamos retorno aéreo Irkutsk - Samara.

Portanto, a nossa experiência pode servir cono base só nestas etapas.

 

Para comodidade, planejaremos uma "viagem perfeita" no mesmo sentido Leste - Oeste.

Primeira parte seguindo de nosso jeito. Até porque não há paradas apreciáveis entre Khabarovsk e Tchita.

Portanto, no mínimo precisaremos de seguintes dias:

 

1-o Embarcar no avião em Moscou, noite no avião

2-o Vladivostok, chegada e excursões, noite no hotel

3-o Vladivostok, excursões e embarcar no trem, noite no trem

4-o Khabarovsk, chegada e excursões, noite no hotel

5-o Khabarovsk, excursões e embarcar no trem, noite no trem

6-o dia e noite no trem

7-o Tchita, banho, excursões e embarcar no trem, noite no trem

8-o Irkutsk e Baikal, noite no hotel

 

Aqui eu sugiro parar por mais um dia pelo menos.

Conseguimos aproveitar bem em dois dias incompletos só graças ao apoio dos amigos locais, que levaram de carro em todo lugar.

Mesmo assim, ficou um tanto corrido. Afinal, é a joia principal da viagem.

 

Depois de Baikal podemos baixar o ritmo e escolher paradas espaçadas em 15 - 30 horas de viagem, para alterar noites em trens e noites em hotéis.

Assim, de novo no mínimo, teremos:

 

9-o Irkutsk e Baikal, noite no hotel

10-o Irkutsk e Baikal, noite no trem

11-o Krasnoyarsk e Enisei, noite no hotel

12-o Krasnoyarsk e Enisei,noite no trem

13-o Novosibirsk e Ob´, noite no hotel

14-o Novosibirsk e Ob´, noite no trem

15-o Ekaterinburg, noite no hotel

16-o Ekaterinburg, noite no trem

17-o Kazan, noite no hotel

18-o Kazan,noite no trem

19-o chegada em Moscou

 

A receita básica é esta.

Adicione mais dias para paradas que queira esticar e-ou para paradas adicionais.

Mas não é muito aconselhável gastar menos do que 19 dias calculados assim.

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Roteiro rápido

 

Caso alguém

- ficou triste com este orçamento pesado em moeda de tempo;

- quer apenas uma façanha de atravessar um grande continente pela superfície, "fazer a transsiberiana"...

- não se interessa muito por aqueles lugares no caminho, só quer ver alguma coisa pela janela;

- etc.

 

Então, continua valendo a opção mais rápida, comentada ainda na discussão inicial de roteiro:

transsib-eriana-roteiros-economicos-t56664.html

 

Poderia até "tocar direto", em 6 dias e 7 noites, mas não faça isso, para não pagar o mico.

Uma parada é obrigatória, no lago Baikal (Irkutsk).

 

Portanto, podem fazer, agora em setembro, alguma coisa como esta:

 

1) Vladivostok (Владивосток, мск+7) - Irkutsk (Иркутск, мск+5) (4107 км; 70-74 h)

No......rota......................... .......partida..........chegada........ duração....3a(П).......2a(К)...............2a+(К,МЖ)

001М ВЛАДИВОСТ - МОСКВА ЯР........08.09 15:30....11.09 13:12.....69:42......4852.3.....12646.1.............14062.1

133Э ВЛАДИВОСТ - ПЕНЗА 1............08.09 12:32....11.09 14:32.....74:00......3265.6.....5932.8/8433.4... .7073.8/9574.4

 

2) Irkutsk (Иркутск, мск+5) – Moscou (5043 км; 75-86 h), por exemplo:

No......rota......................... .......partida..........chegada........ duração....3a(П)...;...2a(К)..............2a+(К,МЖ)

001М ВЛАДИВОСТ - МОСКВА ЯР........13.09 13:47...16.09 17:43......75:56......5328.5.....13900.9............15316.9

081И УЛАН УДЭ П - МОСКВА КАЗ.......14.09 18:53...18.09 04:41......81:48.....3583.1.....6518.4/9270.0.....6518.4/9270.0

001М ВЛАДИВОСТ - МОСКВА ЯР........15.09 13:47...18.09 17:43......75:56......5328.5.....13900.9............15316.9

339Ч ЧИТА 2 - МОСКВА ЯР..............15.09 13:15...19.09 04:11......86:56......3282.4.....5985.6/8508.8.....não há ..........(Obs: 5193 km)

 

De preferência, junte um grupo de 4 corajosos e escolhe 2-a simples, ocupando cabine inteira.

Onde há dois preços na mesma categoria, o menor se refere aos lugares de cima.

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