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Postado (editado)

Pessoal,

O relato que segue, apesar de se referir a uma viagem feita em dez/08, pode ser de grande validade para os que se interessam pelo roteiro. Como me cadastrei no site apenas em março de 2011, só agora estou tentando tornar públicas várias aventuras já vividas.

 

As paisagens secas sempre me despertaram muita curiosidade. Queria ver de perto os grandes cactos, os animais, os açudes, a rotina das pessoas, enfim queria sentir este ambiente.

 

Em dezembro/2008, finalmente concretizei este meu sonho, e o estado escolhido foi a Paraíba. Foram oito dias de muitas surpresas, histórias e de contemplação de paisagens impressionantes.

 

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Convenci o meu amigo de aventuras e fomos nós, mais uma vez, juntos, desbravar as terras deste estado pouco explorado pelo turismo, mas que, sem dúvida, tem um potencial natural incrível, distribuído em um território tão pequeno.

Saímos de Salvador direto para Recife e alugamos um carro no aeroporto. Em pouco tempo, já estávamos em João Pessoa, após ter viajado por 120km apenas, num trecho da BR 101 perfeito [estavam duplicando]. A cidade ainda preserva aquele ar de interior, apesar de já ter hoje, segundo o IBGE, uma população em torno de 730 mil habitantes, concentrando na Grande João Pessoa aproximadamente 1,2 milhão de habitantes.

 

Como o tempo era curto e por também já ter sido a segunda viagem à cidade, ficamos apenas dois dias, mas, de qualquer forma, deu para curtir o Centro Histórico [imperdível visitar a Igreja de São Francisco], a orla e a Lagoa de Lucena; assistir ao belíssimo pôr-do-sol na Praia Fluvial do Jacaré, que fica às margens do Rio Paraíba já na cidade vizinha de Cabedelo; visitar a Estação Ciência, Cultura e Artes, projeto de Oscar Niemeyer; e almoçar no imperdível Restaurante Mangai, com sua variedade “infinita” de pratos típicos.

Apesar de não ter feito desta vez estes passeios, recomendo as piscinas naturais de picãozinho e a praia de areia vermelha.

Igreja de São Francisco

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Pôr-do-sol na Praia do Jacaré

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No terceiro dia seguimos para a Praia de Tambaba,[/size][/b] no litoral sul, pela PB 008 [31,6km] [não vá pela BR 101], pois permite, com pequenos desvios, visualizar belas praias, tais como: Gramame; Praia do Sol; Tabatinga e Coqueirinho.

 

Destaco as belas falésias de Tambaba, que ficam na parte esquerda ao descer a ladeira que dá acesso à praia de naturismo opcional [um belo passeio de, no mínimo, uma hora]. Como poucos visitam o local, não há sinais de destruição causada pelo homem. O lugar é mágico e multicolorido. Na caminhada curtimos os labirintos de arenito e viajamos nas formas esculpidas pela ação da natureza. Para os que se enquadrarem no perfil, vale muitíssimo a pena conhecer a parte de naturismo obrigatório.

 

Praia de Gramame

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Praia do Sol

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Praia de Tambaba

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Praia de Tambaba [estas falésias são vistas na foto acima]

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Praia de Tambaba [estas falésias são vistas na 1ª foto de Tambaba]

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Praia de Tambaba [área oficial de naturismo]

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No quarto dia, finalmente, pegamos a BR 230 [a famosa transamazônica] rumo a Campina Grande [130km de João Pessoa]. Foi uma ótima surpresa, pois encontramos uma cidade organizada, moderna, limpa e com uma boa infraestrutura. Conhecemos alguns pontos da cidade, com destaque para as estátuas de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga e do monumento dos Pioneiros da Borborema, localizadas no Açude Velho. Dormimos no Hotel Garden, no Centro de Convenções e, no dia seguinte, cedo, seguimos com destino ao Hotel Fazenda Pai Mateus, no município de Cabaceiras, já no Cariri Paraibano [+- 70km de Campina Grande e 25km do centro da cidade de Cabaceiras]. Este foi o ponto de apoio escolhido por estar próximo da principal atração: o Lajedo do Pai Mateus. O percurso entre a saída da BR 230 e estrada de terra até o Hotel foi de uma triste beleza, pois a seca predominava de forma contundente.

 

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Como chegar ao Hotel Fazenda [fonte: http://www.paimateus.com.br/localizacao/loc.html" onclick="window.open(this.href);return false;]:

 

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Antes de chegar ao Hotel, há o Lajedo do Bravo (Procurar Djair Fialho Tel.: ZAP (83) 98779-6720. Ele sabe tudo sobre a região. Mais detalhes do seu trabalho neste site: http://cariri-expedition.webnode.com/ A visita a este Lajedo deve ser feita com calma. Vale muito a pena!

Lajedo do Bravo

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Lajedo do Bravo

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Guia Djair à esquerda

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O Lajedo do Pai Mateus deve ser visitado à tarde, com chegada ao local mais ou menos 2 horas antes do anoitecer para que se possa presenciar a mudança de tonalidade das cores das rochas, curtir o visual e meditar diante de um pôr-do-sol fantástico. Contrate o guia no próprio Hotel.

Um pouco mais sobre este lajedo

Fonte: http://www.paimateus.com.br/informacoes/inf.html" onclick="window.open(this.href);return false;

“O Lajedo de Pai Mateus, é uma elevação rochosa de 1,5 km², no formato de um "prato de sopa" invertido, sobre a qual estão dispostos mais de 100 imensos blocos arredondados de granito, formando uma das paisagens mais inusitadas e belas do planeta. Há poucas regiões do mundo com características geológicas semelhantes ( Devil's Marbles, no Outback Australiano; Erongo Mountains, na Namíbia; e a região do Hoggar, na Argélia). O Lajedo de Pai Mateus, com sua beleza única e pelo fato de ter funcionado como "centro cerimonial ou local sagrado" para os povos indígenas pré-históricos que habitaram a região por pelo menos 10.000 anos, é um local místico. Sua "energia positiva" não passa despercebida pelos visitantes com alguma sensibilidade ou "abertos" para esse tipo de experiência. Nas paredes do grande abrigo rochoso, onde a lenda diz ter vivido o Pai Mateus – curandeiro ermitão que a tradição oral diz ter habitado o Lajedo em meados do Século XVIII – encontramos várias dezenas de impressões de mãos humanas, produzidas por mãos, molhadas em tinta feita com pó de óxido de ferro, pressionadas sobre a rocha.”

O hotel tem um atendimento de primeira, comida ótima e uma piscina para relaxar...

 

Fotos do Lajedo do Pai Mateus

 

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Pedra do Capacete

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Abrigo do Pai Mateus

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No dia seguinte, na parte da manhã, conhecemos o Monumento Natural Sacas de Lã, pois neste horário a qualidade das fotos não fica prejudicada com a luz do sol. Fica bem próximo do hotel, mas, de preferência, vá com o guia, pois tem de passar por áreas de fazenda cercada. A obra natural [efeito da erosão] é incrível, pois parece que as rochas foram cuidadosamente arrumadas com o auxílio de uma empilhadeira gigante. Veja a foto:

 

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Em seguida, pegamos a estrada rumo à cidade de Serra Branca [+-65 km do Hotel] para conhecermos a Serra do Jatobá.

 

Fonte: http://wikimapia.org/2226404/Serra-Do-Jatob%C3%A1" onclick="window.open(this.href);return false;

“Grande rocha de cor branca, que pode ser vista até do espaço, considerada o maior batólito da América do Sul, um local perfeito para trilhas, rapel, escaladas e várias outras modalidades de esportes de aventura.”

Chamou-me a atenção o fato de ninguém conhecer tal serra, mostrando que as prefeituras da região do cariri paraibano precisam se organizar para, juntas, promoverem o turismo da região de forma integrada.

Chegamos ao local por volta das 11h e conhecemos a Senhora Doralice [e-mail: mariadoralice@gmail.com], dona do Restaurante Recanto da Serra, que fica na base do batólito. É uma pessoa bem interessante, com uma ótima prosa. Só pra começar, ela é uma dentista, presidente de uma ONG e tem muitas histórias boas para contar. Sob um forte sol alcançamos o cume. Valeu todo o esforço. Após a descida, almoçamos comidas típicas no restaurante.

 

Fotos da Serra do Jatobá:

 

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[Luis, Dona Doralice e eu]

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Saímos da Serra do Jatobá sentido centro de Cabaceiras, uma pitoresca cidade cenário de várias produções cinematográficas, incluindo o Auto da Compadecida; Canta Maria; e Cinema, Aspirinas e Urubus. Os locais a chamam de “Roliúde Nordestina”, inclusive há um gigante outdoor na entrada da cidade com esse nome.

 

Curiosidade: a cidade registra um dos menores índices pluviométricos do Brasil, pela influência da Serra da Borborema.

 

Dormimos no Hotel Fazenda mais uma noite e, no próximo dia, cedo, saímos rumo ao sertão. O objetivo principal foi a cidade de Sousa, para conhecermos as famosas pegadas de dinossauros. Hospedamo-nos num hotel que estava localizado na entrada da cidade. Custo/benefício ótimo. No próximo dia, fomos para o Vale dos Dinossauros. Na sede compramos um belo artesanato. Um guia nos levou para visitar pegadas que estão localizadas fora da área protegida. Em geral, ficamos tristes, por ver uma riqueza tão grande e pouca política de conservação.

 

Fonte: http://acd.ufrj.br/geologia/sbp/vdino.htm" onclick="window.open(this.href);return false;

“O Vale dos Dinossauros compreende uma área de mais 700 km2 e abrange os Municípios de Sousa, Aparecida, Marizópolis, Vieirópolis, São Francisco, São José da Lagoa Tapada, Santa Cruz, Santa Helena, Nazarezinho, Triunfo, Uiraúna, São João do Rio do Peixe e Cajazeiras. São aproximadamente 30 localidades, as mais importantes em Sousa (como as trilhas das localidades da Passagem das Pedras e Fazenda Ilha, a mais próxima da sede do Município), em que se registram pegadas fossilizadas de mais de 80 espécies em cerca de 20 níveis estratigráficos. São pegadas fossilizadas que variam de 5cm como as de um dinossauro não maior de que uma galináceo, até 40cm de comprimento a exemplo das pegadas de iguanodonte de 4 toneladas, 5m de envergadura e 3m de altura. A maior parte das trilhas são pertencentes a dinossauros carnívoros.”

 

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Pegada em área não protegida

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Saímos de Sousa sentido João Pessoa, ainda com o objetivo de visitar alguns lugares que deixamos passar na ida. Um deles foi o sitio arqueológico da Pedra de Itacoatiara, no município de Ingá, próximo de Campina Grande [+- 45km depois]. Suas inscrições rupestres estão dentre das mais relevantes do Brasil. Pelo valor histórico, vale a visita.

 

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Vizinho ao município de Ingá está Fagundes, onde conhecemos à Pedra de Santo Antônio

 

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Pontos imperdíveis da viagem: Lajedo do Pai Mateus; Serra do Jatobá e Falésias de Tambaba

 

Na próxima viagem à Paraíba irei ao Parque Estadual da Pedra da Boca e ao litoral norte. Este pequeno estado, reserva-me, ainda, muitas surpresas.

 

Abraços,

Marcos

Editado por Visitante
  • Membros
Postado

Blz Rafael?

 

Realmente uma viagem muito especial.

 

Vaje também este outro relato com fotos: parque-nacional-vale-do-catimbau-com-fotos-t57983.html

É do Parque Nacinoal Vale do Catimbau em Pernambuco. Outro lugar inexplorado e fantástico.

 

A minha última aventura foi na Travessia Petrê-Terê em junho deste ano. Veja o relato com fotos: travessia-petre-tere-com-fotos-t57484.html

 

Abração.

Marcos.

  • 3 meses depois...
  • Membros
Postado

Muito bom esse roteiro.

 

Moro em João pessoa e já to pensando em tirar uma semana das férias de janeiro pra conhecer o interior da paraíba, além do S João de Campina Grande.

 

Muitas vezes saimos em busca de locais bonitos pra trilhas e esquecemos de olhar a nossa volta.

parabéns pelo relato e pelas fotos.

 

Lajedo do paí matheus é show.

  • Membros de Honra
Postado

Mais um show de relato Marcos!!!!

 

Muito bom !!! Este país tem tanta coisa para se ver que seria preciso uma vida inteira!!

 

As fotos estão fantásticas!!! parabéns!

 

abraços,

  • 3 semanas depois...
  • Membros
Postado

Blz Edu?

 

Realmente a Paraíba tem lugares bem bacanas para serem desbravados.. O meu próximo destino será o litoal norte e o Parque Estadual da Pedra da Boca, que me parece ser bem interessante.

 

Valeu pelos comentários.

 

Abração.

 

Marcos.

  • 2 anos depois...
  • Membros
Postado

Parabéns pelo relato Marcus! Muito bem detalhado e ótimas fotos! Já faz muito tempo do seu relato, mas queria saber se vc pode me ajudar numa dica. Vc acha que e possível escolher uma região da viagem e fazer num final de semana acampando?

 

Valeu!

  • 1 ano depois...
  • Membros de Honra
Postado

Marcos,

Desde que li este relato (acho que logo depois de eu ter conhecido João Pessoa), guardei na memória e idealizei fazer roteiro semelhante algum dia pelo interior da Paraíba. Aproveitei o feriado de 2/nov (e uma boa promoção de voo para JPA) para desbravar um pouco -- fomos na Pedra do Ingá (do seu outro relato pela Paraíba) e explorei alguns lajedos de Cabaceiras. Achei que esticar até o Vale dos Dinossauros seria chão demais para apenas 3 dias e deixei para outra ocasião.

 

Foi inesquecível. Como muitos já dizem, o Nordeste é muito mais que praia, o Brasil é bem maior que o litoral. Ou Milton Nascimento, "A novidade é que o Brasil não é só litoral

É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul".

 

Meus parabéns pelo relato -- não apenas este, todos os seus relatos são, no mínimo, muito interessantes -- e muito obrigado por compartilhar!

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