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americano viaja a pé pela américa do sul, junto com um burro


ogum777

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  • Membros de Honra

lucas,

 

há diversos modos de fazer uma auto-descoberta. sim, a situação de desamparo é uma delas, é um modo de livrar-se de camadas que a sociedade te impõem. é o tema de uma peça do shakespeare, rei lear....

 

todavia, vir de boas condições para viver da esmola dos mais pobres ainda apenas para viver uma experiência desta, é muito, não acha? o rapaz não é um pobre coitado qualquer. poderia transformar essa experiência, tão longa, em algo mais... útil.

 

um ser não existe pra si próprio, nascemos relacionados ao mundo, nascemos mesmo de uma relação... mesmo que de 15 minutos num carnaval, mas nascemos de uma relação....

 

o sentido de uma existência se percebe quando nos relacionamos com o mundo. ele não existe "a priori", mas a gente que o atribui à própria existência. qual o mérito do sofrimento auto-imposto? isso é apenas uma variante das auto-flagelações medievais.

 

mas há modos muuuuuuuito mais eficientes de se fazer isso. há os que vão à nataureza para apenas dela usufruir, há os que a preservam. há os que apenas pagam uma grana preta pra escalar o everest, e há os que vão ao everest e ainda "limpam", catam lixo, retiram o imenso lixo deixado pelos aventureiro$.

 

é como esse site mesmo. tocado apenas por voluntários. são mais de 30.000 cadastrados, mas apenas menos de 1.000 dividem suas informações para que outros a usem. boa parte apenas pergunta, não é capaz de contribuir com algo que não custa absolutamente nada: contar quanto pagou numa mochila, ou como ela se comportou numa viagem, ou quanto custou a passagem de trem de timbuktu a não-sei-onde, ou o que não comer em tal lugar pra não pegar um grande piriri.

 

as pessoas se fecham em suas próprias experiências. e isso é uma forma de egoísmo. mesmo que seja travestido de experiência pseudo-mística....

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  • Membros

Entendo as duas opiniões contraditórias básicas, a do Lucas e do Ogum, e tenho que admitir que concordo com as duas. Explico. Concordo com o Lucas de que cada um tem uma maneira de usufruir de sua liberdade, sair por aí e viver sem amarras ou pré-conceitos, conhecendo um mundo novo e ao qual só ele terá acesso (pois a experiência é subjetiva); e o que é uma experiência egoísta pra uns pode ser algo mágico pra outros. Acho que basicamente os pontos de vista se definem como o Lucas defendendo a individualidade, o direito do cara fazer o que quiser como der na telha (como os que se penduram com ganchos), afinal não prejudica ninguém. E o Ogum talvez veja pelo lado social, da utilidade do feito, o que ele traz de acréscimo ao mundo, já que todos estamos interligados. Eu faria diferente do americano? Sim, com certeza; juntaria uma grana e rodaria o mundo, conhecendo mais culturas, uma diversidade maior, mas até aqui, só mudei a trajetória, não a maneira de encarar a experiência. Acho sim que algo poderia ser feito de mais útil, até mesmo durante a viagem dele, entretanto acho que há um ponto de consenso entre as duas opiniões: afinal, o cara pode ter sua experiência individual nessa viagem, mas sua vida não acaba por aí! Há o depois também, e acho que o que o cara vai fazer com tudo que vivenciou nesse tempo na estrada, é que pode ser o que atenda às objeções do Ogum, afinal ele pode de súbito resolver criar uma Ong pra determinada causa com a qual se dparou no caminho, escrever livros, entrar em contato com políticos que possa ajudar em alguma grande causa, ou simplesmente ter um insight na sua área (ele é bioquímico) enquanto viaja, que pode ajudar no desenvolvimento de algo novo para a humanidade, porquê não?

Pensem comigo: O Che, (e me desculpem os mais entendidos, meu conhecimento da vida prévia dele é bem limitado) podemos ver no filme "Diários de Motocicleta" por exemplo, não foi viajar pela América Latina pois queria fazer uma revolução em prol do povo, e sim viver um pouco livremente, ter uma boa experiência; o que ele encontrou pelo caminho, o sofrimento do povo, é o que o levou a se tornar o que foi em vida. Creio que ficou bem claro o que eu queria dizer, rsrs.

Abraços!

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  • 3 semanas depois...
  • Membros de Honra

Que interessante! Fiquei com curiosidade e procurei uma foto do sujeito e seu burrinho, encontrei no link abaixo (do qual o texto foi traduzido, aparentemente):

 

http://www.nytimes.com/2008/02/23/world/americas/23tinaco.html?_r=1&pagewanted=1&hp&oref=slogin

 

Eu não fiquei com a impressão que esse sujeito esteja procurando o sentido da vida, me parece que essa idéia veio do autor do texto. Entendi que ele está apenas viajando a pé e sem pressa. Coisa que eu também gosto muito de fazer. Pena que a minha situação no momento não me permite sair para uma longa viagem. Boa sorte pra ele.

 

Lucas, bem vindo ao fórum! legal ler a tua msg, concordo com o que vc escreveu.

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  • 5 anos depois...
  • Colaboradores

OBS:... ele nao tinha nenhum burro...deve ter morrido já!! Nossa...nao sabia q o cara era tao famoso...eu nao sabia o nome dele ateh agora e procurei na internet... realmente conversei com ele como c ele fosse uma pessoa qualquer.. Oo c eu soubesse...teria pedido um autografo haha

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