Ir para conteúdo

Posts Recomendados

  • Membros de Honra
Postado

Acordei por volta de 8 horas. Calculei uma hora para chegar a Las Cuevas e pegar o ônibus de 11:30. Assim, saindo 10 hrs, estaria tranqüilo.

 

Desfiz rápido o acampamento. Durante a noite me dei ao luxo de descerrar a porta para diminuir a condensação. Mas não a deixei aberta muito tempo, pois o projeto burro da barraca fez o único zíper abrindo de baixo para cima e não o contrário. Fiquei com receio de um visitante noturno, morador daquela toca, entrar na barraca. Após ler relatos de ratos roendo as barracas por causa do cheiro de comida dentro (na Serra Fina, por exemplo) agora prefiro deixar a comida pendurada num dry-bag bem enrolado e pendurado em local inacessível fora da tenda.

 

Saí às 10 horas. A caminhada demorou mais que o esperado e tive de dar uma corrida nos metros finais. O ônibus já estava lá quando cheguei. Foi o tempo de comprar o bilhete, um litro de água mineral e uma camisa de souvenir. Não porque goste de souvenirs deste tipo. Foi mais para trocar a camisa que vestia, suada e suja de 3 dias, a fim de poupar o pobre passageiro que desse o azar de sentar ao meu lado. Sentei do lado esquerdo para tirar fotos do Aconcágua. Vc não tem dúvida para identificar a montanha: um monte de ônibus de excursão parados para que os turistas tirem fotos do cumbre das Américas, na entrada do vale do Horcones.

 

O ônibus fez um barulho terrível de engrenagens se moendo numa troca de marcha e não deu outra. Quebrou e o motorista apenas aproveitou a ladeira para descer mais um pouco e parar em Puente Del Inca. Avisou que com mais 2 a 3 horas chegaria um ônibus de socorro de Upsallata. Foi bom porque assim conheci e tirei fotos de Puente Del Inca e tomei uma Quilmes vendo a azáfama dos alpinistas e trekkers que vinham da Plaza de Mulas. Conversei com o Maurício, um mochileiro italiano muito simpático que estava na mesma situação, esperava a reposição de um ônibus quebrado para ir a Santiago. Falou que fez o Cerro Mirador (5.400 m) no Vale do Horcones em 10 horas, ida-e-volta, desde a entrada do parque, no mesmo dia!! Lá há uma vista esplêndida da face sul do Aconcágua. Outra coisa interessante que disse é que um guia cobraria, segundo ele soube, cerca de US$ 160,00 para subir ao cume. Muito diferente dos US$ 2.200 que uma firma especializada cobra. Estas firmas incluem translado, hotel, alojamento em Plaza de Mulas, suprimentos e guia para a ascensão. Mesmo assim não justifica esta enorme diferença. Ao que parece agora só se pode subir com guia. Nesta temporada um romeno já havia morrido, devido a uma úlcera perfurada na montanha.

 

No caminho deu para observar botes de rafting cheios de gente descendo o rio Mendoza. Ao longo da margem do rio, desde Upsallata, há várias empresas especializadas.

 

Realmente Mendoza é um paraíso para quem gosta do turismo de aventura: muitos roteiros de trekking, cavalgadas, rafting, off-road, esqui e escaladas.

 

Minha mulher se espantou com o quanto emagreci em 4 dias. Vou criar a “dieta dos Andes”. Mas acho que recuperei tudo no roteiro das bodegas e restaurantes que fiz nos 3 dias seguintes.

 

Há muito que ver e explorar na região: Cordón de Plata, o vale do vulcão Tupungato, laguna Diamante. É ter tempo e meter as caras.

  • 6 meses depois...
  • Membros
Postado

olá peter, parabéns pela viagem, fiquei muito interessado no seu roteiro. como pretendo ir ao aconcagua no inicio d janeiro gostaria de algumas informações suas. localizei o vale do matienzo no google, fiquei em dúvida se é necessario o permisso para percorre-lo ou se ele é fora do parque. como estarei indo de carro, onde poderia deixa-lo? las cuevas? ponte del inca? E quanto ao equipamento necessário? já estive em situações próximas de zero grau no caminho inca e em itatiaia com equipamento comum, nada especial, mas já sei que as condições podem ser bem adversas, apesar de que não pretendo ir a grandes altitudes somente até os campos base... o que vc consideraria essencial levar? as locações de equipamento em mendoza são baratas? ficarei muito agradecido se puder me ajudar. desde já obrigado pela atenção, marcos.

  • Membros de Honra
Postado

olá peter, parabéns pela viagem, fiquei muito interessado no seu roteiro. como pretendo ir ao aconcagua no inicio d janeiro gostaria de algumas informações suas. localizei o vale do matienzo no google, fiquei em dúvida se é necessario o permisso para percorre-lo ou se ele é fora do parque. como estarei indo de carro, onde poderia deixa-lo? las cuevas? ponte del inca? E quanto ao equipamento necessário? já estive em situações próximas de zero grau no caminho inca e em itatiaia com equipamento comum, nada especial, mas já sei que as condições podem ser bem adversas, apesar de que não pretendo ir a grandes altitudes somente até os campos base... o que vc consideraria essencial levar? as locações de equipamento em mendoza são baratas? ficarei muito agradecido se puder me ajudar. desde já obrigado pela atenção, marcos.

 

Marcos:

 

Beleza! Ainda hei de fazer o Caminho Inca e Itatiaia.

 

A Quebrada de Matienzo fica fora do parque. Não tem que pagar ingresso.

 

Se vc vai no verão, deve levar as mesmas coisas que levaria indo pra o Horcones. Embora eu tenha ficado abaixo da altura do acampamento base do Aconcágua, se vc subir o Vale do Matienzo até o abrigo Lanigla, vc deve ficar na mesma altura.

 

Acho até o Matienzo uma boa pedida para aclimatação, antes de tentar o Aconcágua, pois quando vc compra o permisso de ascensão e entra no parque o relógio começa a contar.

 

Eu levei (meados de fevereiro - pleno verão): saco de pluma 20 ºF, agasalho polartec powerstrech, outro agasalho polartec (não lembro a referência), fogareiro de benzina, fogareiro a gás com apenas um cartucho (se o de benzina me deixasse na mão), luvas polartec, balaclava, gorro, impermeável goretex da Ansilta, 3 a 4 pares de meia, de algodão/lã, calça e camisa underwear. Tive de usar tudo de noite, perto dos 4.000 metros! E não peguei tempestade e ventos fortes!!

 

Durante o dia, protetor solar, boné, calça e camisa de manga comprida. Usei bermuda e a parte de trás das pernas, abaixo do joelho, ficaram bem queimadas de sol, coisa que nunca me aconteceu no Brasil. Deixe a mão um corta vento que nas paradas vc deve vestir logo, antes que esfrie o corpo.

 

Leve um Ibuprofeno, ou outro analgésico, para eventualmente aliviar o soroche.

 

Não aluguei nada, pois algumas coisas não pareciam muito limpas depois de vários usuários. Mas todas as lojas de equipamento outdoor de Mendoza alugam. Vale pesquisar e olhar a qualidade dos equipamentos. Tire o 1º dia para isto. Se vc quiser investir, vale a pena comprar, pois eles têm coisa de muito boa qualidade. Mas na época a cotação real-peso argentino ajudava nas compras...

 

Se vc não pretende viajar com freqüência para lugares frios então vale alugar um saco de dormir de pluma –10 º C e um agasalho de pluma (este último se vc não for no verão). São essenciais junto a um bom impermeável e corta vento. Só não sei o preço do aluguel.

 

Mesmo no verão pode haver nevasca. É melhor ir com excesso de roupas do que passar frio.

 

Mochila: 70 litros ou mais. Pessoal gosta da 80 lts porque roupa de frio é volumosa. Levei uma de 60 litros que ficou muito apertada.

 

Creio que dá para deixar estacionado especialmente em Puente Del Inca, mas não seria melhor deixá-lo na rodoviária de Mendoza e pegar um ônibus a menos de 20 pesos?? Vai ser cansativo vc retornar da caminhada e ainda ter de voltar dirigindo mais 3 a 4 horas.

 

Espero tê-lo ajudado. Boa sorte no projeto!!

 

Peter

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...