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[align=justify]Relato de viagem de um mochilão pelo Peru. Foi minha terceira viagem para fora do Brasil e, como nas outras anteriores, fui sozinho. Passei 19 dias em território peruano e, pela primeira vez, não alterei o tempo de viagem! Valeu muito a pena, mas só não voltei alguns dias antes porque a TAM complicou um pouco para trocar as passagens.

 

Para a viagem, fui com tudo planejado. Planejei quais atrações e locais que iria visitar na viagem, quantos dias passar em cada um, onde me hospedar, quanto gastar com alimentação, passeios e transporte e uma pequena margem para alterar uma coisas ou outra durante a viagem. Isso teria funcionado melhor se tivesse começado a viagem por Machu Picchu, mas devido a falta de vagas pra fazer a trilha alguns dias antes, não foi possível.

 

Todos os valores estão expressos em nuevos soles, salvo quando houver o R, de reais, na frente do cifrão ou US, significando dólares norte-americanos. Na época da viagem, UM real equivalia a cerca de 1,62 nuevos soles e cerca de 0,59 dólares norte-americanos.

 

Agradeço aos amigos e conhecidos que ajudaram, principalmente à galera aqui do Mochileiros![/align]

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Roteiro

Rio de Janeiro – Lima – Trujillo – Huaraz – Lima – Paracas – Nasca – Arequipa – Puno – Cusco – Machu Picchu – Cusco – Lima – Rio de Janeiro

 

Duração

19 dias

 

Gastos

Gasto total de R$ 2.100,00

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[align=justify]Lima

(dois dias – 19 e 20/08)

 

Minha primeira parada do meu mochilão pelo Peru foi em sua capital Lima. A cidade tem de tudo um pouco. É considerada uma das 50 cidades mais importantes economicamente do mundo, a frente de Brasília, por exemplo. Apesar de sua economia estar crescendo, o que significa investimentos sérios na cidade (seu centro está tomado por obras), é uma capital antagônica - em uma esquina mostra riqueza e na seguinte pobreza. Uma cidade de eternos contrastes.

 

Cheguei do Rio em Lima pela TAM por volta de meio-dia, depois de 5h30 de viagem. A passagem que tinha achado mais barata na época tinha sido por R$ 722 pela Copa, mas voei de milhas com a TAM. Voei em poltrona de janela e pude apreciar mais uma vez a bela Cordilheira dos Andes, mas dessa vez a paisagem era bem diferente, pois a neve nesta região é mais escassa e os lagos, como o Titicaca tomam conta da vista. Renderam algumas boas fotos...

 

Para ir do aeroporto Jorge Chávez até a cidade de Lima, a melhor opção é pegar um táxi. Como minha amiga peruana Lourdes havia agendado com um taxista conhecido para me buscar, não me esquentei muito com a chegada na cidade. Acontece que esperei vinte e cinco minutos e o cara não apareceu! Acabei pegando um táxi do aeroporto por s/ 35 até Miraflores, mais barato até do que iria pagar para o outro taxista.

 

Catedral de Miraflores - Leonardo Caetano[picturethis=http://a2.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/66478_448503951483_541286483_5187533_4515444_n.jpg 240 320 Catedral de Miraflores]Fiquei hospedado no albergue Red Psycho Llama, que fica em Miraflores, próximo ao Parque Central e a diária custa s/ 29. Foi o único lugar que reservei pagando com antecedência, o que, aliás, aconselho fazer em Lima, pois foi difícil achar um com vaga em cima da hora. Ele é muito bem localizado, próximo à área central de Miraflores. Porém, achei de cara o albergue um pouco sujo (o que não se comprovou), mas com um staff muito bom! O café da manhã é fraquíssimo e a conexão com a internet não era tão boa (como em todos os albergues e hotéis que passei pelo Peru). Outra coisa bacana é que eles possuem um taxista à disposição, então numa emergência ou pra fazer trajetos com o mochilão é muito bem-vindo, apesar do preço mais elevado. E o cara é gente boa pra caramba, se amarra em brasileiros! Tem vários CDs da nossa terrinha.

 

Como cheguei no meio do dia, deu para passear por Miraflores. Andei pelo Parque Central, conheci a Catedral de Miraflores, passeei pelas ruas para me ambientar e fui na excelente Huaca Pucllana. Se trata de ruínas que estão constantemente em recuperação de um antigo centro cerimonial da cultura lima, pré-incaica, que viveu na região até por volta do ano 700. Fica a algumas quadras da área central do bairro. Lá conheci três brasileiros – Paul, Deusaiane e Lícia – que me acompanharam numa pequena refeição no restaurante Huaca Pucllana. Experimentamos calzas, lomo saltado, pastel de choclo peruano e a yuca, acompanhados de uma boa Cusqueña, cerveja de Cusco. Saiu por s/ 28 para cada um, ou seja, não muito barato, mas a comida estava excelente![/picturethis][/align]

[align=center]20110531235502.jpg

Huaca Pucllana - Leonardo Caetano[/align]

[align=justify]Depois fomos no Mercado Inka ver artesanato peruano. Tem muita coisa legal e com preços muito melhores que em Cusco. Não comprei nada, mas foi bom para ter uma base. Depois dessa tarde gostosa, nos separamos e voltei para o albergue. Logo mais à noite, fui com Lourdes e seus pais ao restaurante Pardo’s Chiken, localizado no Shopping Larcomar. Foi ótimo o jantar e uma bela recepção! Me falaram muito da cultura e da cozinha peruana, aprendi muito. Fizeram eu provar quase todo o cardápio do restaurante. Entre outras coisas que não lembro, comi muito aticucho de corazón, brochetas de pollo, chicharrón de pollo, mollejitas, palta e choclo, além de pedaços de tortas como almendrado de lúcuma e tres leches – doces tradicionais da região. E claro, acompanhados de uma boa Inca Kola, algumas deliciosas pisco sour – achei melhor que a chilena – e chicha morada, da qual não virei um fã. Depois de todo o banquete, ainda rolou uma aula de como negociar com os taxistas. Porém, é difícil para nós turistas... Podemos conseguir um preço melhor, mas um peruano sempre conseguirá mais![/align]

[align=right]Larcomar - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash2/44269_448506296483_541286483_5187632_5428355_n.jpg 320 240 Larcomar]Dia seguinte fui ao centro da cidade. Fui andando a partir de Miraflores, mas desisti depois de andar por quase meia hora. Realmente é muito longe! Peguei um ônibus e fiz o restante do caminho em pelo menos mais 45 minutos, contando com o trânsito pesado. As principais vias do centro são muito movimentadas e aparenta um caos total! Parece uma feira gigantesca de gente gritando e tentando vender de tudo, todo mundo com pressa, pouco espaço na calçada etc. Saindo um pouco destas avenidas em direção à Plaza de Armas, a aparência muda completamente, mostrando ruas tranquilas, bem cuidadas e seguras. A praça é linda! Ali estão o Palacio de Gobierno, onde todos os dias às 11h45 rola a troca da guarda, e a Catedral de Lima. Passeei um pouco por ali, conhecendo a Casa Aliaga, as igrejas La Merced, San Francisco e Santo Domingo, juntamente com seu convento, e o Parque La Muralla, onde almocei no restaurante de mesmo nome um delicioso arroz chaufa!

 

À tarde, depois de descansar um pouco, conheci o Palacio de Torre Tagle, a Iglesia de San Pedro e o pequeno Museo del Banco Central de Reserva del Perú. Tudo muito normal. Finalizei meu tour pelo Centro Histórico percorrendo o clássico Museo de La Inquisición, que tem um clima pesado devido à veracidade com que mostra o que acontecia em um processo da Inquisição, mas vale a visita. Depois de uma longa jornada de volta até Miraflores, voltei novamente ao Larcomar para fazer alguns registros fotográficos. Vale ressaltar que existe um metrô de superfície (leia-se ônibus por vias expressas) em Lima que está em expansão que passa por Miraflores e promete ser bem mais rápido o deslocamento. Descobri isso um pouco tarde. Quando estive lá, ainda estavam adaptando as ruas do centro da cidade para a passagem dele. Acredito que quem for pra lá em meados de 2011 já vai conseguir andar na boa com ele.

 

Relaxei um pouco, arrumei minhas coisas e parti para pegar meu ônibus com destino a meu próximo destino – Trujillo![/picturethis2][/align]

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Oltursa), Lima - Trujillo: s/ 85

Táxi, Aeroporto - Miraflores: s/ 35

Táxi, Miraflores - Rodoviária Oltursa: s/ 15

 

Passeios:

Museus e outros: s/ 35

 

Hospedagem:

Red Psycho Llama: s/ 29

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[align=justify]Trujillo

(dois dias – 21 e 22/08)

 

Depois de dois dias em Lima, parti para Trujillo, cidade no litoral norte do Peru e que foi uma importante região da civilização chimu. Cheguei na rodoviária da cidade por volta de 8h e, pouco depois, já estava no Hostal Colonial. Gostei do lugar, que está mais para um hotel do que hostal – wi-fi liberado, bom quarto com bom banheiro e uma agência que faz descontos para quem está hospedado por lá.

 

Huaca del Sol - Leonardo Caetano[picturethis=http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/63433_488964906483_541286483_5799810_2822138_n.jpg 320 240 Huaca del Sol]Deixei acertado logo meu passeio para Chan Chan e para as Huacas del Sol y de La Luna, e caminhei um pouco pela cidade enquanto esperava a hora de saída. Conheci um pouco da Plaza de Armas e visitei a Casa de La Emancipación, onde estava rolando uma exposição sobre algumas primeiras-damas peruanas. Bacaninha. Voltei para o hostal, onde me esperavam para partir.

 

Visitamos pela manhã a Huaca de La Luna que é um imenso templo, originalmente em forma piramidal, muito importante para a cultura chimu (também chamada de moche ou mochica). Ainda está em restauração, mas atualmente podem ser encontradas várias paredes pintadas com iconografias originais de rituais, divindades e do deus ao qual foi construído – Ayapec, o deus decapitador. As partes visitadas que estão quase totalmente recuperadas são a praça cerimonial, o altar principal e o pátio cerimonial.

 

A Huaca de La Luna fica em frente à Huaca del Sol que ainda não começou a ser recuperada, mas de onde se pode avistá-la. Entre as duas ficava localizada a cidade, da qual apenas há pequenas marcas no chão. De lá, seguimos para o Museo Huacas de Moche, onde há estátuas representativas desta antiga civilização, assim como objetos achados durante a escavação da huaca.[/picturethis]

Esse passeio da manhã poderia ter sido feito sem dificuldades de ônibus, mas como meu tempo era curto pela cidade, achei melhor fazer o tour e não arriscar não chegar a tempo em Chan Chan à tarde. Apenas o museu, que não acrescenta tanto, seria mais difícil de chegar.[/align]

[align=right]Marinara - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a4.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/165019_488965991483_541286483_5799843_6769985_n.jpg 320 240 Marinara]Almoçamos no restaurante turístico El Sombrero para ver danças típicas, pois Trujillo é muito famosa no país por abrigar seus melhores dançarinos – a cidade constantemente é campeã em concursos culturais de dança no país e na América Latina. Assistimos a apresentações de marinara e cumbia. Na hora da cumbia, a dançarina me escolheu para dançar com ela. Fiquei muito sem graça, ainda mais quando o apresentador descobriu que eu era brasileiro e gritou um “samba”. A dança consiste em o homem tentar acender com uma vela um papel que fica preso na saia da mulher. Ficam os dois dançando e determinado momento da dança, o homem tenta colocar fogo no papel. Foi engraçado, ainda mais que não conseguia de jeito nenhum colocar fogo no papel! Até que a menina me ajudou, acendi, ganhei aplausos e um brinde e voltei a comer meu ceviche. Na hora de ir embora, todo mundo queria me cumprimentar. Foi engraçado...

 

A tarde foi mais proveitosa. Fomos à Huaca Arco Iris que é um templo no distrito pobre de La Esperanza onde toda sua iconografia é dedicada ao arco-íris, símbolo da fertilidade e da chuva. Aqui eram feitos vários sacrifícios, facilmente imaginados com as 14 tumbas que circundam o altar. Depois fomos ao Museo de Chan Chan, bem fraco, e, finalmente, a maior atração da cidade - Chan Chan.[/picturethis2]

Chan Chan - Leonardo Caetano[picturethis=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/165313_488968551483_541286483_5799902_1548025_n.jpg 320 240 Chan Chan]Chan Chan era a capital político-administrativa de toda a civilização chimu, onde viviam cerca de 50 mil habitantes. Atualmente é a maior cidade do mundo feita inteiramente de barro. Muito legal o trabalho de restauração do espaço, que pode ser visto facilmente a qualquer hora. Ainda não está todo recuperado, de modo que se alguém visita o local agora e volta daqui a 5 anos, nada mais estará igual. Detalhe também para a forma como cresciam o templo, construindo um novo patamar da estrutura por cima da estrutura antiga então há paredes que consegue-se ver os cinco patamares construídos em épocas diferentes.

 

Após o templo, fomos à praia de Huanchaco conferir o pôr do sol, que quase não apareceu, e os caballitos de totora, que são uma espécie caiaque de palha, onde seus condutores vão em pé remando levando a rede vazia e trazendo cheia de peixes. Às vezes até aproveitam para pegar uma onda com eles. O caballito é feito de junco e é considerada uma das primeiras pranchas do mundo. Vi o esquema para alugar uma destas no dia seguinte e praticar um surfe com a Mama (o nome da senhora é Mama alguma coisa, é uma das últimas descentes dos antigos chimus vivas) – s/ 10 por um dia inteiro ou s/ 20 com professor por 1 ou 2 horas.[/picturethis][/align]

[align=right]Catedral - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a8.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/166558_488971981483_541286483_5799992_417538_n.jpg 320 240 Catedral]Voltamos à cidade, tomei uma ducha e saí para comer algo com Sophie, uma francesa que conheci neste dia e encontrei no salão do hostal. Procurando onde comer, conhecemos Gustavo, um peruano gente finíssima que nos acompanhou num drinque e, logo depois, em uma pizza no Pizza a la Piedra ou algo do gênero – uma excelente pizzaria um pouco distante do centrinho (cerca de 6 quarteirões), pertinho do El Sombrero, mas só conhecida por locais mesmo.

 

O dia seguinte amanheceu nublado – segundo Gustavo isso atualmente é super comum – e com uma festa no meio da Plaza de Armas. Era o tradicional desfile de Trujillo, onde se apresentam diversos grupos vencedores de concursos culturais de dança, música e teatro. Nada demais, mas interessante! Rodei pela cidade e visitei a bela Catedral, a Casa Urquiaga que estava fechada para obras, a Casa Orbegoso que foi casa do único presidente da república nascido em Trujillo, o Palacio Ituregui que já foi considerada a mais bela casa da América do Sul, o fraco Museo del Juguete e a Casa del Mayorazgo de Facala. Todas as casas do centro da cidade são muito bem conservadas e de estilo arquitetônico neocolonial muito belo. É fácil se encantar pelas imensas janelas e pelas cores vibrantes das mesmas.[/picturethis2]

Como o tempo não melhorou para poder ir à praia como planejava, fiz reserva para ir a El Brujo que fui logo após almoçar no restaurante Santo Domingo. É um pouco escondido, não é turístico, mas comi bem uma boa carne de carneiro e paguei só s/ 5,50.

 

El Brujo[picturethis=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/166173_488974161483_541286483_5800051_5466014_n.jpg 320 240 El Brujo]O caminho para El Brujo é longo, acho que não há como ir para lá sem ser de agência ou táxi. Fica a 60km da cidade, em Magdalena de Cao. A parte visitada é a Huaca Cao Viejo, mas há outras duas próximas que ainda estão em fase de estudo que são a Huaca Cortada e a Huaca Prieta. As três juntas formam o complexo El Brujo. A Huaca Cao era a principal área cerimonial do complexo e foi utilizado pela cultura moche por 450 anos. Foi abandonado e teve continuidade com a cultura lambayeque que usou o local como um cemitério. Quando foi dominado pelos espanhóis, estes tentaram construir uma igreja no local, mas um grande terremoto impediu isto e a população foi deslocada para a área onde é hoje o “centrinho” de Magdalena de Cao.

 

A huaca é muito bacana, com grandes áreas já recuperadas, mas ainda bem inferior a Chan Chan. Há muitos muros recuperados onde pode-se ver as iconografias da época – muita coisa ligada ao mar, que fica em frente – e o deus decapitador faz presença na praça principal para os sacrifícios. É um passeio interessante, mas o destaque da huaca está onde foi sepultada a Señora de Cao. Ali se encontram outros sepulcros, tanto de uma criança – que era sacrificada para acompanhar a governante no vale dos mortos – quanto soldados, que deveriam protegê-la nessa caminhada entre os mortos. Ao que indicam os estudos, foi a mulher mais importante desta cultura, sendo a única pessoa a ser mumificada pelos chimu. Foi também a única mulher na história do Peru a governar o país – ou parte, considerando o governo só da região dominada pelos chimu, que era todo o norte do país.

 

O Museo de Cao, que está na entrada para a huaca, conta a história desse templo e de sua senhora, exibindo diversos artefatos achados em sua tumba como sua coroa e seus bastões de ouro, inclusive seu corpo mumificado. O melhor museu de Trujillo, sem dúvidas.

 

Voltei para a cidade, tomei um banho, peguei minhas coisas e continuei minha aventura pelo Peru. O destino agora seria o que meus amigos peruanos mais me indicavam conhecer – Huaraz![/picturethis]

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Línea), Trujillo - Huaraz: s/ 35

Táxi, Rodoviária - Centro: s/ 5

 

Passeios:

Museus e outros: s/ 20

Huaca del Sol, de La Luna e Arco Iris + Chan Chan e Huanchaco (Colonial): s/ 25

Huaca El Brujo (Colonial): s/ 25

 

Hospedagem:

Hostal Colonial: s/ 50[/align]

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[align=justify]Huaraz

(três dias – 23 a 25/08)

 

Cheguei em Huaraz por volta de 8h. A uma primeira vista, a cidade é feia e não parece muito segura – impressão essa que passou depois de quase dois dias na cidade. Essa cara da cidade é fruto do rápido crescimento desenfreado que ocorreu após terremotos destruírem cidades na região como a outrora maior delas Yungay. Dando os primeiros passos na cidade já se sente o corpo combatendo a altitude, andar os seis quarteirões da rodoviária até o albergue causou uma leve dor de cabeça e pausa para pegar fôlego a cada quarteirão.

 

Huaraz é a capital da região de Ancash e é a principal base para conhecer as cordilheiras branca e negra. Fiquei hospedado no Benckawasi, um albergue bonzinho. Esperei um bom tempo junto com uma paulista para conseguir entrar no albergue e, depois de mais cerca de 20 minutos, finalmente alguém veio nos atender. Tirando esse contratempo, o maior problema de lá é que só dá para ter um banho quente de cada vez em cada “setor” do albergue. Tive até que tomar banho em um banheiro em outro quarto. Porém, por outro lado, cada quarto tem seu banheiro e o Bencko, dono do albergue, é gente boa e tem um bar animado para o qual está sempre convidando todos.

 

Plaza de Armas de Caraz - Leonardo Caetano[picturethis=http://a2.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash2/149007_464933546483_541286483_5469231_8384129_n.jpg 240 320 Plaza de Armas de Caraz]Com essa demora toda, acabei chegando tarde para pegar o passeio a Chavín de Huántar ou ao Glaciar Pastoruri. Peguei informações sobre as trilhas por lá, mas também já estava tarde para fazer qualquer uma delas. Só restou a opção de fazer o passeio à Lagoa Llanganuco e esquecer o trekking que tinha programado por lá... O passeio até é bacana, passa-se pelas cidades da Cordilheira Negra e do Callejón de Huaylas, que não é um cânion por definição porque não tem um rio cortando o vale, mas parece! Passamos em Carhuaz, Caraz e Yungay. A agência que fiz os passeios em Huaraz foi a QuechuAndes. Tive um bom atendimento e os guias eram grandes conhecedores de todos os locais onde passamos e não passamos.

 

Carhuaz é conhecida pelos seus excelentes sorvetes de frutas da região e de sua praça principal se tem uma bela vista da Cordilheira Branca, onde pode ser visto o Cerro Hualcán. É conhecida também por suas tradicionais festas bem regadas a álcool, por isso recebeu o apelido de “Carhuaz Borrachera”.

 

Já em Caraz, uma pequena e bonita cidade andina, apreciamos a gostosa Plaza de Armas e um belo pôr-do-sol na cordilheira. Provamos também o manjar blanco, tradicional doce da região. Desses deliciosos doces surgiu seu apelido de “Caraz Dulzura”. Caraz é ainda usada como cidade base para fazer o famoso trekking de Santa Cruz.[/picturethis][/align]

[align=right]Cerro Huascarán - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash2/149947_464934751483_541286483_5469243_4821943_n.jpg 320 240 Cerro Huascarán]Yungay foi a cidade que com certeza mais me marcou neste passeio. A cidade, apelidada de “Yungay Hermosura”, foi destruída por três tragédias naturais simultâneas. No meio de uma tempestade que já começava a alagar a cidade, ocorreu um terremoto que ocasionou o desmoronamento de 1/3 de uma das faces do Cerro Huascarán. O acontecimento gerou uma terrível avalanche com muita terra, água, plantas e neve juntas, soterrando uma cidade inteira com cerca de 25.000 habitantes. Poucos foram os que sobreviveram, alguns destes porque estavam no cemitério, que era o ponto da cidade mais alto distante da montanha. A tragédia foi toda filmada por alguns escaladores que lá estavam e haviam acabado de desistir de subir a montanha. Seus companheiros que continuaram a jornada estão até hoje soterrados, juntos com a imensa maioria dos falecidos. Onde era a cidade agora é conhecido como Campo Santo de Yungay e caminhar sobre ela é triste demais. A filmagem virou um documentário recentemente e foi exibido em Cannes.[/picturethis2]

[align=justify]Laguna de Llanganuco - Leonardo Caetano[picturethis=http://a4.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/149785_464932611483_541286483_5469211_2630330_n.jpg 320 240 Laguna de Llanganuco]O ponto alto e mais aguardado do dia, com certeza, foi a Laguna de Llanganuco, dentro do Parque Huascarán. Minha ideia era ter ido até lá de ônibus para fazer o trekking que sai da lagoa, mas infelizmente não deu. Para quem vai fazer o trekking de Santa Cruz, ele termina na lagoa. A lagoa é linda, cercada por picos negros e nevados, com a cor da água de um azul esverdeado lindo, formada pelo derretimento da neve nos picos. Fiz um pequeno passeio pela lagoa de barquinho a remo, andei um pouco pelas trilhas e só. Um pouco frustrante, mas pelo menos consegui ir até ali. Na volta da lagoa, paramos para almoçar numa casa de uma família que habita o parque e provei o cuy, espécie de preá ou porquinho da Índia. O gosto até é bom, mas o bichinho aberto inteiro no prato não é das visões mais agradáveis...

 

Dia seguinte foi dia de pegar o passeio a Chavín de Huántar, a cidade sagrada para o povo chavín. No caminho até lá, parada na Laguna Querococha para apreciar a paisagem fria com um té de coca com mel. O chá de coca não é tão gostoso, mas com mel fica delicioso! O caminho até Chavín passa por altitude de até 4.700 metros, por isso a parada estratégica para o chá, para evitar o mal de altitude. Cerca de 2 horas depois, estávamos em Chavín.[/picturethis][/align]

[align=right]Chavín de Huántar - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/148756_464937871483_541286483_5469289_3026785_n.jpg 320 240 Chavín de Huántar]A antiga cidade foi capital religiosa da cultura chavín por alguns séculos. É diferente das construções de Trujillo, com muros pintados, mas mesmo sem cores possui uma arquitetura mais bonita e complexa. É feita por imensos blocos de pedra e em seu entorno era populada por cabezas clavas, cabeças de pedra com traços felinos para espantar o mal e não deixá-lo entrar no templo. Hoje só há uma em seu local original. Caminhando por Chavín é possível ver instrumentos para medição de tempo, acompanhamento astrológico, pedras circulares, labirintos e um ídolo, entre outras coisas. Depois de explorarmos Chavín, fomos almoçar próximo ao local e seguimos para o Museo Nacional de Chavín, onde apreciamos objetos encontrados no lugar, inclusive outras 7 ou 8 cabezas clavas.

 

Na noite deste dia, conheci alguns norte-americanos que estavam no albergue também. Estavam em Huaraz para fazer um projeto social com as tribos mapuches da região. Trocamos uma ideia boa e, como partiriam no dia seguinte para ficar 4 meses consecutivos sem conforto algum, fizeram um grande banquete de café da manhã no dia seguinte para o qual fui convidado e comi com muito prazer. Pena que saí correndo para poder ir ao Glaciar Pastoruri... Prometeram entrar em contato lá pela Páscoa quando viriam visitar o Brasil.[/picturethis2]

O Pastoruri fica a cerca de duas horas e meia da cidade, novamente dentro do Parque Huascarán, só que em outro setor. No caminho se vê a puya raimondi ou titanca, espécie de bromélia gigante que vive cerca de 40 anos. Se bebe também as águas sulfurosas e gaseificadas de uma fonte natural, em frente a Laguna de Siete Colores. É um caminho muito bonito.

 

Trilha para o Pastoruri[picturethis=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/74041_464940406483_541286483_5469306_4696814_n.jpg 320 240 Trilha para o Pastoruri]Depois dessas paradas, seguimos finalmente para o glaciar. A caminhada começa mais ou menos em uma altitude de 3.400 metros e vai até 5.220 metros, trecho que pode ser percorrido em cerca de 40 minutos a pé, ou um pouco mais rápido com a ajuda de burros que sobem até um pouco além da metade do caminho. A caminhada é bem cansativa devido à altitude. Não dei nem 10 passos e já estava bufando. Mais outros 10 e comecei a sofrer um pouco do mal de altitude... Chupei bala de coca, masquei da folha também, mas nada deu muito jeito. Fui no sofrimento até lá em cima, parando várias vezes para beber água e curtir a linda paisagem cercada de montanhas negras e nevadas, mas tocar na neve mesmo só quando se chega na base do glaciar. Da base, é uma bela vista, mas devido à enorme diminuição do glaciar nos últimos anos (cerca de 1km em 5 anos), não se pode mais caminhar ou esquiar sobre o glaciar.

 

Voltando para o local onde pegaríamos novamente a van para voltar a Huaraz, conheci um casal peruano muito bacana – Roberto Carlos (seu pai era fã do nosso rei) e Maria. Eles voltariam para Lima neste mesmo dia. Eu tinha pelo menos mais um dia em Huaraz, mas como meu mal estar só piorava, desisti e resolvi voltar com eles. A Cruz del Sur não tinha vaga para o mesmo dia, então segui seus conselhos e fui com eles na mais barata Cial. Que furada! Foi uma aventura só!!! Primeiro, não por culpa da companhia, mas um ônibus tinha acabado de explodir na saída da cidade. Já estava uma confusão terrível, com o trânsito parado por mais de uma hora, quando começaram a surgir boatos da origem do incêndio – assalto a ônibus, início de greve e até atentado do Sendero Luminoso. Enfim, depois de um tempo liberaram a estrada e não vi nada sobre o assunto no jornal do dia seguinte. Deve ter sido algum incidente de menores proporções...[/picturethis]

A segunda furada foi o ônibus ter enguiçado a cerca de uma hora e meia de Lima. Paramos na estrada, no meio de uma paisagem semidesértica, entre duas grandes favelas e não fomos avisados de nada. O ar desligou e, de repente, depois de quase 15 minutos parados, entra a “rodomoça”, pega sua sacola e vai embora! Todo mundo começou a descer do ônibus preocupado. Discutimos com o motorista que nos avisou que logo passaria outro ônibus para nos levar. 30 minutos e passa um ônibus, mas apenas com 9 lugares! Os peruanos mais malandros e acostumados com isso logo pegaram essas vagas. Havia quatro israelenses revoltados que quase agrediram o motorista, tivemos que apartar a confusão. Mais 20 minutos e passou um ônibus com 3 lugares! Foi essa novela por quase uma hora e meia quando consegui entrar em outro ônibus com o casal peruano e mais alguns. Fiquei aliviado, pois dava um certo medo ainda mais com o motorista assustado e querendo se mandar também. Enfim, estávamos de volta a Lima!

 

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Cial), Huaraz - Lima: s/ 40

 

Passeios:

Chavín de Huántar (QuechuAndes): s/ 45

Laguna de Llanganuco (QuechuAndes): s/ 30

Glaciar de Pastoruri (QuechuAndes): s/ 35

 

Hospedagem:

Benckawasi: s/ 40[/align]

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[align=justify]Lima

(dois dias – 26 e 27/08)

 

Após uma viagem confusa, estava novamente em Lima. Seguindo o casal peruano, descemos no meio do caminho para a rodoviária, em San Isidro. Fomos tomar alguns sucos peruanos. Experimentei lúcuma con leche e surtido. Alguns dos sucos são bem pesados e misturam ovos, doces e carnes, entre outros. É como se fosse um café da manhã líquido.

 

Roberto parou um táxi e negociou o preço para mim. Nunca conseguiria o mesmo preço que ele – dos s /12 iniciais saiu por s /7! Logo estava em Miraflores no Red Psycho Llama novamente. Toda essa confusão do ônibus acabou atrapalhando essa nova estadia em Lima, pois ainda tinha que procurar a TAM para tentar trocar a data da minha volta. Tinha planejado ir a Barranco e ao Parque das Águas, que não tinha conseguido ir na minha primeira passagem na cidade. Ainda tinha que resolver minha passagem para Nasca e comprar coisas no Mercado Inka... Acabou que não deu tempo de fazer tudo e fiquei passeando só em Miraflores mesmo.

 

À noite, havia combinado de encontrar meus amigos peruanos Lourdes, Cecília e Jorge. Me apresentaram o litoral de Miraflores a Barranco, bebemos uns tragos no restaurante La Rosa Náutica e passeamos nas ruas de Barranco, atravessando a famosa Puente de Los Suspiros, onde, diz a tradição, deve-se prender a respiração na primeira vez que passar por ela, fazer um pedido e só dar o primeiro suspiro quando chegar do outro lado, assim seu desejo irá se realizar.

 

Barranco é um bairro boêmio, similar à região da Lapa no Rio de Janeiro, com a presença de muitos artistas de rua e escritores nos bares menos agitados. Para quem curte uma boa noitada, de quinta a sábado as casas noturnas por aqui ficam lotadas, onde também podem ser encontradas as melhores peñas, onde rolam as músicas locais para dançar bem! Como meu negócio não era esse, jantamos algumas entradas peruanas no El Tío Mario para fechar a noite. Já estava tarde e já era hora de tirar um pequeno descanso, pois iria para Paracas logo mais às 3h30 da madrugada...

 

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Cruz del Sur), Lima - Paracas: s/ 17

Táxi, Rodoviária Cial - Miraflores: s/ 7

Táxi, Miraflores - Rodoviária Cruz del Sur: s/ 12

 

Hospedagem:

Red Psycho Llama: s/ 29[/align]

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[align=justify]Paracas e Nasca

(1 dia – 27/08)

 

Meu roteiro planejado no Peru não incluía passar em Paracas, mas, conversando com um operador de uma agência em Lima, me convenci de que era possível conhecer Paracas e Nasca em um mesmo dia, mesmo de forma corrida. Saí de Lima às 3h30 e cheguei em Paracas quatro horas depois. Paguei s/ 25 pelo tour pelas Islas Ballestas na agência da Cruz del Sur, na própria “rodoviária” de Paracas. O bom de fazer tudo com eles – ônibus e passeio – é a facilidade de não ter que se preocupar com o horário, pois eles anotam o nome de quem está no passeio e garantem que o ônibus vai esperar os que possuem passagem voltar para seguir viagem.

 

Islas Ballestas - Leonardo Caetano[picturethis=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/164607_488895626483_541286483_5798767_777864_n.jpg 320 240 Islas Ballestas]Pegamos a lancha para cerca de 30 pessoas e seguimos pelo mar em direção ao candelabro. O candelabro é um grande ícone feito pela civilização paracas em uma duna. Foi meu primeiro encontro com algo do tipo na viagem. Eles faziam os desenhos cavando a areia e envolvendo-a de pedras da região, de forma a impedir o desgaste do desenho por chuvas e ventos. A sombra do sol dá o relevo e contorno necessário para sua aparência mágica. Uma bela técnica. Neste local já é possível ver um pouco da fauna marinha local – pássaros e pinguins. Depois partimos em direção ao alto mar para finalmente chegar à Reserva Nacional de Paracas.

 

No trajeto até a reserva, fomos algumas vezes acompanhados por pássaros, pinguins e lobos marinhos. A jornada dura em torno de 25 minutos. A reserva é composta por algumas ilhas que se circunda de lancha. Por lá podem ser vistos milhares de pássaros, entre eles o pelicano, muitos pinguins e muitíssimos encantadores lobos marinhos, que já havia visto em outra ocasião, mas aqui eles são especiais – fica-se muito perto deles! Podemos vê-los dormindo, namorando, brincando, pulando, nadando... Enfim, muito bom! Voltamos para terra firme e segui meu rumo para Nasca.

 

A viagem até Nasca durou cerca de 3 horas e meia. Já eram 14h45 quando cheguei na rodoviária da cidade. Vários guias e taxistas, muitos sem licença, ficam urubuzando todo mundo que chega. Bateu um desespero, mas aí vi uma van da Aeroparacas e corri ao seu encontro. Só assim cheguei tranquilo ao aeroporto.[/picturethis][/align]

[align=right]Geóglifo do Astronauta[/align][align=justify][picturethis2=http://a2.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc4/164565_488954616483_541286483_5799643_333344_n.jpg 320 240 Geóglifo do Astronauta]O aeroporto de Nasca é bem pequeno, mas é bacana, pois tem uma decoração bem explorer, no estilo dos filmes do Indiana Jones. Os preços do sobrevoo variam pouco entre as empresas, mas com certeza a Aeroparacas é uma das mais bem preparadas. Os peruanos que conheci até então, me indicaram ir nas maiores, pois as pequenas têm muito histórico de acidente. De qualquer forma, mesmo fechando com uma dessas pequenas, você corre o risco de voar em uma das maiores por não fechar as 4 pessoas necessárias em um avião e aí vai se dar bem se conseguiu pagar menos. Enquanto se espera, pode-se assistir vídeos com a história de Nasca. Estava morrendo de fome, mas a única coisa que me atrevi a comer foi uma barra de cereal. Não coma muito nem nada pesado quando for fazer esse passeio, de preferência, faça como eu fiz. Já vou explicar o porquê... Paguei US$ 55 pelo sobrevoo – ganhei um desconto porque era sul-americano!

 

Enfim decolamos em um teco-teco da Aeroparacas, eu, um alemão fedorento (o cara estava fazendo a América do Sul de moto) e um casal equatoriano. Começamos a ver alguns dos geóglifos, mas para vê-los, o piloto vira o avião de um lado e depois para o outro, assim ambos os lados do avião podem apreciar as figuras. No começo é tranquilo. Vi a baleia e os desenhos geométricos na boa, mas depois do astronauta (ou xamã), bateu uma tontura muito forte, um enjoo terrível e senti o calor dentro do avião piorar essa sensação. O alemão, cheio de lentes para sua linda câmera, registrando todos os momentos, apagou! Não viu mais nada! Eu consegui ver, meio mal, o macaco, o cachorro (ou raposa) e o beija-flor. O piloto começou a abrir a janela quando o avião estava plano, mas o cara estava mal, tinha comido muito! Minha sensação melhorou um pouco até ver a aranha, foi quando aprendi que o melhor é olhar para o horizonte do piloto quando o avião está plano e só olhar as figuras quando o avião estiver de lado. Isso passou meu mal estar e me permitiu curtir, na medida do possível, o resto do passeio – o condor, o flamingo, o papagaio, a mão, a árvore e o lagarto. Valeu pela experiência, mas não a repetirei![/picturethis2]

 

Aqueduto de Cantallo - Leonardo Caetano[picturethis=http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/67144_488956031483_541286483_5799678_3620122_n.jpg 240 320 Aqueduto de Cantallo]Saindo do voo, fiquei aguardando por cerca de 15 minutos um italiano voltar de seu voo pois iríamos fazer um passeio pela região. Nessa espera, conheci um peruano funcionário do aeroporto que era apaixonado pelas músicas do Roberto Carlos. Sabendo que eu era brasileiro, colocou um CD para tocar no aeroporto só de músicas brasileiras em versão espanhola do Roberto Carlos, Xitãozinho e Xororó, entre outras. Foi engraçado ver o cara cantando todas as músicas e comentando... Giovanni chegou e fomos fazer o tour com um guia taxista que o motorista da van arrumou para gente. Pelo horário não poderíamos mais fazer o que gostaríamos, então fomos em um pequeno mirante onde pudemos ver de perto como eram construídas as linhas. Depois fomos conhecer os Aquedutos de Cantallo – projeto elaborado da civilização nasca para distribuir água por toda a região. Um projeto incrível, prevendo pouca ou muita água, inundações, poços, entupimento, filtragem da água e até desnível do solo. Para finalizar, conhecemos uma oficina de produção de ouro e outra de cerâmicas, onde produzem novas peças, réplicas e restauram antigas cerâmicas.

 

Após esse passeio, jantei um merecido lomo saltado e ainda consegui dar umas voltas pela cidade. Exausto, já era hora de partir para meu próximo destino...[/picturethis]

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Cruz del Sur), Paracas - Nasca: s/ 18

Ônibus (Cruz del Sur), Nasca - Arequipa: s/ 82

 

Passeios:

Islas Ballestas (Cruz del Sur): s/ 25

Líneas de Nasca (Aeroparacas): US$ 55

Aquedutos de Cantallo: s/ 20[/align]

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[align=justify]Arequipa e Cañón del Colca

(3 dias – 28 a 30/08)

 

Cheguei em Arequipa de manhã cedo, um pouco antes das 7h. Meia hora depois já estava tomando café da manhã no albergue Home Sweet Home.

 

Catedral e as montanhas ao fundo - Leonardo Caetano[picturethis=http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/167511_10150096525186484_541286483_6138405_7754391_n.jpg 240 320 Catedral e as montanhas ao fundo]O albergue é bom, foi o melhor que fiquei no Peru e foi o melhor café da manhã que já tive em albergue, considerando qualquer viagem que já tenha feito! De resto, é tudo organizado, limpo, com uma área de lazer onde o barulho não incomoda quem quer dormir e uma equipe atenciosa – quebraram vários galhos para mim. Além de tudo isso, o albergue ainda possui uma agência, permitindo comprar passagens e contratar passeios. Foi com eles que fechei o trekking de dois dias pelo Cañón del Colca. A diária custou s/ 20.

 

Parti para as ruas conhecer a cidade que me surpreendeu bastante, pois é linda demais! Justifica seu apelido de “Cidade Branca”, pois possui uma arquitetura colonial a base de uma pedra branca típica da região, lembrando muito a Andaluzia espanhola. Sua Plaza de Armas é linda que se completa com uma imensa Catedral que ocupa um quarteirão inteiro. Atrás de cada uma de suas duas torres principais se vê um vulcão – oras o El Misti, oras o Chachani. Visual mágico e às vezes até assustador!

 

Segui para os principais pontos da cidade – a Iglesia de San Francisco e o gigantesco Monasterio de Santa Catalina. A igreja é um complexo que está numa bela praça que me encantou profundamente. Dentro dela se visita algumas salas do convento, claustros e a igreja.[/picturethis][/align]

[align=right]Monastério de Santa Catalina - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/179855_10150096530216484_541286483_6138514_2397290_n.jpg 240 320 Monastério de Santa Catalina]Santa Catalina é quase uma cidade de tão grande! Lá se tem acesso a diversas salas, quartos e capelas, onde se pode ver como funcionava o convento. Tudo está montado fielmente a como era nos tempos áureos do lugar, em uma época em que era o principal convento da América do Sul espanhola. Do convento também de tem boas vistas da cidade e das montanhas ao seu redor. É cansativo, mas imperdível!

 

Almocei e depois fui conhecer: as igrejas La Compañía, La Merced, Tercera Orden, San Agustín e Santo Domingo; e os museus e casas históricas La Casa del Moral, Casa Tristan del Pozo, Casa Goyeneche e o Museo Histórico. Há bons museus arqueológicos na cidade, mas todos eles fecham sábados à tarde e domingos. Acabei não conseguindo ir a nenhum destes. Fui ainda ao Mercado Central onde paguei muito barato por frutas para a viagem do dia seguinte pelo Cañón del Colca...

 

Dia seguinte, acordei às 3h da manhã, tomei meu banho, guardei o mochilão e me juntei aos outros que iriam ao Cañón del Colca. São três os passeios mais comuns ao Colca, com duração de um dia ou dois sem trekking e dois ou três dias com trekking. Optei pela opção de dois dias de trekking, pois passa pelos mesmos lugares do de três dias, porém sem muito tempo para descanso. Paguei s/ 125 com a agência do Home Sweet Home.[/picturethis2]

Condor - Leonardo Caetano[picturethis=http://a4.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/179219_10150096538336484_541286483_6138694_7813143_n.jpg 320 240 Condor]A van que nos buscaria se atrasou um pouco, passando no albergue cerca de 3h50, mas não prejudicou o passeio. A estrada que leva e circula o cânion é tão fria que apresenta neve em alguns trechos. Tomamos um belo café da manhã por volta das 6h15 em uma cidadezinha e seguimos para a a Cruz del Cóndor, sendo uma das primeiras vans a chegar por lá. No belo local, se observam os condores dos Andes voando, pousando e até namorando! São tantos que se perde a conta de quantos são vistos! É para começar a visita ao cânion bem! Após isso, seguimos de van novamente para um ponto na estrada onde os grupos foram separados – o pessoal do trekking de dois dias desse primeiro aqui, que é uma área de controle onde se pode iniciar a trilha. O resto do grupo segue para Chivay, onde só iríamos chegar no dia seguinte.

 

A trilha começa em um ponto que possui uma bela paisagem do Cañón del Colca, a mais ou menos 3.700 metros de altitude. Leva-se entre 2h30 e 4h para se percorrer a primeira parte da trilha. 1/4 do caminho é plano e a outra parte é só descida. A cada curva uma nova paisagem fantástica! É possível inclusive ver o Cerro Mismi, onde nasce o Rio Amazonas. Quanto à descida, foi a pior que já fiz – são muitas pedrinhas em uma terra muito seca, ou seja, as pedras rolam o tempo inteiro! Cansa bastante, tem que estar com a coxa e os joelhos preparados.[/picturethis][/align]

[align=right]Cañón del Colca - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a6.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/179355_10150096541441484_541286483_6138765_7130759_n.jpg 320 240 Cañón del Colca]A descida termina no fundo do cânion, no Río Colca, onde a água não é potável. Pausa para um descanso e mais 30min a 1h de subida até uma pequena vila onde almoçamos uma gostosa comida caseira na casa de um local. Uma garrafa d'água que custava menos de s/ 2, aqui já custa s/ 5. Mesmo assim é melhor reabastecer aqui do que depois. Quem faz o trekking de 3 dias passa uma noite aqui.

 

Após o almoço, começa a pior parte do dia em uma caminhada que leva cerca de 3h a 4h30, onde boa parte do caminho é subida. É cansativo porque logo bate o cansaço do primeiro trecho. No caminho encontramos três grupos perdidos, sem guia. Um deles já estava perdido havia duas horas! Apesar da trilha parecer fácil em sua maior parte, não aconselho fazer sozinho.[/picturethis2]

Oásis - Leonardo Caetano[picturethis=http://a8.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/180191_10150096542571484_541286483_6138787_849287_n.jpg 240 320 Oásis]Depois de quase 3h, avistamos nosso destino final – o Oásis! É uma confortante vista após toda essa caminhada – um vale verde, cheio de águas fluviais, cachoeiras e piscinas com pequenas cabanas. Mais quase 40 minutos de caminhada e lá estávamos! O lugar é lindo, pena que a esta hora o clima estava mais frio e o sol já estava nas suas últimas horas de brilho... Essa foi minha decepção – não curtir o lugar como deveria. Quem faz o trekking de 3 dias, dorme a primeira noite aqui e tem bem mais tempo para aproveitar o lugar. Acho que vale a pena só por isso. Detalhe – o lugar não tem luz, é tudo a base de vela! E a garrafa d'água custa s/ 10!

 

Sem eletricidade, o jantar é servido cedo e não há muito o que fazer depois a não ser dormir. O bom é que isso força todo mundo a dormir cedo, o que é importante, pois às 5h começa a caminhada de volta ao alto do cânion. A subida dura entre 3h30 e 4h30 e pode ser auxiliada por burros, seja para carregar a mochila ou você mesmo! Me recusei a isso, não fazia sentido não andar do começo ao fim do trekking. Essa subida é a pior parte de caminhada – andei bem até a hora em que o sol começou a esquentar, cerca de 1h30 depois do início, então o cansaço do dia anterior começou a bater. Foi necessário muita força de vontade...

 

Lá em cima, mais uma linda visão do cânion! A água aqui já é novamente menos cara, s/ 5. A partir deste ponto, são mais 20 minutos até a cidade de Chivay, onde tomamos um farto café da manhã.[/picturethis][/align]

[align=right]Ponto mais baixo do Cañón del Colca - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a8.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash1/180247_10150096545951484_541286483_6138848_2049899_n.jpg 320 240 Ponto mais baixo do Cañón del Colca]Passeei um pouco pela cidade, mas logo embarcamos para outros pontos do cânion. Passamos pela pequena cidade de Cabanaconde onde provei um suco salgado, feito a partir de uma fruta de um cacto da região – a tuna. A fruta parece um limão e é boa! Aqui pode-se tirar foto com falcões, lhamas e cholas.

 

Depois da cidade, visitamos pelo alto a parte mais baixa e larga do cânion, bem no seu início. É um belo vale! Continuando a jornada, relaxamos um pouco nas águas termais de Lahuar. Daqui parti de volta para a Arequipa com a certeza de ter feito um passeio mágico, apesar de cansativo. Recomendo!

 

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Julsa), Arequipa - Puno: s/ 30

Táxi, Rodoviária - Centro: s/ 5

Táxi, Centro - Rodoviária: s/ 6

 

Passeios:

Museus e outros: s/ 40

Trekking no Cañón del Colca (Home Sweet Home): s/ 125

 

Hospedagem:

Home Sweet Home: s/ 20[/picturethis2][/align]

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[align=justify]Puno

(1 dia – 31/08)

 

Sair de Arequipa e chegar em Puno foi complicado. Primeiro que era um dos trechos rodoviários que não tinha certeza nenhuma sobre horários. Segundo porque era feriadão em Arequipa e as passagens já estavam escassas. Consegui comprar passagem para um ônibus extra às 23h pela Julsa, porém perdi s/ 50 na brincadeira. Paguei a passagem e, em vez da funcionária devolver na minha mão o troco, disse que deixou em cima do balcão. Peguei a passagem, mas simplesmente esqueci do dinheiro. Não sei se a mulher realmente me deu o dinheiro, mas quando voltei para reclamar meu troco, foi o que ela me disse. Ninguém no balcão se ofereceu a devolver o dinheiro, então deixei para lá...

 

Depois da confusão, parti para Puno. Puno é a maior cidade peruana que dá acesso ao Lago Titicaca, o lago navegável (por navios, claro) mais alto do mundo. O lago está na fronteira com a Bolívia e é vital para esta região da Cordilheira dos Andes. Quando se chega a Lima vindo de São Paulo de avião, é possível se maravilhar com o imenso lago azul no meio de uma paisagem seca e amarelada, cercada por picos, alguns até nevados. Realmente é gigantesco!

 

Islas Flotantes de Uros - Leonardo Caetano[picturethis=http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/182736_10150104011316484_541286483_6242047_1333005_n.jpg 320 240 Islas Flotantes de Uros]Mofei por quase 4 horas na rodoviária de Puno esperando amanhecer para pegar meu passeio às Islas Flotantes de Uros e Taquile. Fechei o passeio com a agência Inka Tours por s/ 40 na própria rodoviária. Achei melhor do que contratar no porto, pois assim consegui deixar minha mochila na rodoviária, na própria agência. Estava cansado do trekking ao Colca ainda, pois ainda não tinha conseguido dormir direito, e carregar a mochila pesada como estava não seria muito agradável. Quando deu 7h, uma van me buscou e me deixou no porto. O ziguezague buscando as pessoas foi meu primeiro contato com a cidade a luz do dia. A impressão que tive foi de que é muito desorganizada, mas isso parece ser comum na maioria das cidades peruanas que passei. Esperava muito pior pelo que tinha lido a respeito de Puno.

 

Navegamos por cerca de 20 minutos até ver as primeiras ilhas flutuantes. À distância, as ilhas parecem um aglomerado de mato, mas ao se aproximar consegue-se ver as casas e as típicas pessoas com roupas de várias cores. Descemos em uma das ilhas para passear e aprender um pouco da cultura local. Cada família mora em uma ilha e seu líder é o chefe da família. Quando a família cresce muito, uma nova ilha deve ser construída pelo futuro chefe desta nova família, atividade que dura cerca de 2 meses. As ilhas são construídas de totora, uma planta típica da região, amarradas em blocos de um tipo de terra que parece barro. Essa é uma tradição pré-colombiana que eles mantêm até hoje.[/picturethis][/align]

[align=right]Isla Taquile - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash1/181561_10150104013191484_541286483_6242058_1844081_n.jpg 320 240 Isla Taquile]Assistimos uma palestra do chefe onde explicou como viviam, como moravam, sua cultura e sua organização social. Conhecemos a casa de um de seus filhos, com um cômodo apenas, e assistimos ao show das mulheres da família, que cantaram e dançaram. Não fui no passeio de barco de totora típico de Uros com duração de meia hora pelo lago, mas quem foi gostou. Na verdade, estava incomodado com tanta oportunidade de nos tirar dinheiro, porém é um mal necessário já que o auxílio do governo não é suficiente para viverem. Eles sobrevivem do turismo, da pesca e de uma bolsa-auxílio do governo por família.

 

Saímos da pequena ilha e seguimos em direção a Taquile. Depois de viajar pelo lago que em alguns momentos parece não ter fim, com a cor da água se juntando com a cor do céu e escondendo a linha do horizonte, chegamos à bela ilha de terra. A população daqui parece que parou no tempo, usando seus trajes padrão, fazendo seus tecidos, cuidando da lavoura e dos animais, uma calmaria só. Cansa um pouco andar pela ilha devido à altitude de cerca de 4.000m. Aqui conheci um casal capixaba gente finíssima que estava um pouco mal com a altitude e que a partir de então encontraria outras três vezes no resto da viagem. Taquile é um lugar diferente e bonito. Andamos um pouco pela ilha, vimos artesanato local, apreciamos a vista e o microcentro, almoçamos na casa de um local e embarcamos de volta a Puno.[/picturethis2]

Mototáxi - Leonardo Caetano[picturethis=http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/184399_10150104014506484_541286483_6242071_1169047_n.jpg 320 240 Mototáxi]De volta à cidade, fui passear um pouco no centro da cidade. Fui ao Museo Carlos Dreyer, à Catedral e passeei por algumas ruas debaixo de chuva. Foi o primeiro dia que peguei chuva forte. Isso me preocupou – “vai chover logo agora que estou indo para Cusco?”. A pergunta martelou mais um pouco durante o trajeto na estrada para Cusco debaixo de chuva...[/picturethis]

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Tour Peru), Puno - Cusco: s/ 35

 

Passeios:

Museus e outros: s/ 5

Islas de Uros e Taquile (Inka Tours): s/ 40[/align]

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[align=justify]Cusco e Machu Picchu

(6 dias – 1 a 6/09)

 

Depois da tensa noite no ônibus, cheguei na rodoviária de Cusco por volta de 3h30 da manhã. A rodoviária estava deserta, nenhuma alma viva além das pessoas que desembarcavam do mesmo ônibus que estava. Na porta, desesperadas pessoas gritavam oferecendo onde dormir e táxi ou carona até o local. Passei na única venda que estava aberta para tentar comer alguma coisa, mas não havia muitas opções. Pedi para a senhora para usar uma de suas tomadas para dar uma pequena carga no telefone e pegar o endereço do albergue e, enquanto esperava, conversamos um pouco. A senhora tentou me amedrontar, falando que era perigoso ficar ali e para eu me mandar em um táxi da rodoviária assim que ela fechasse a tenda, o que aconteceria em 15 minutos. Mais tenso do que já estava, terminei meu café logo, peguei o endereço e fui atrás de um dos táxis. O taxista malandro me cobrou o dobro do preço por ser madrugada, um roubo, mas não discuti e fui logo ao Marlon's House, albergue que havia reservado por e-mail.

 

Chegando ao Marlon's, depois de bater bastante na porta, fui atendido por um funcionário que me disse que não havia vaga e não me deixou entrar. Argumentei que tinha reserva, mas me respondeu que só valeria depois das 10h e mesmo assim não deveria haver vaga, mesmo com reserva. Fiquei revoltado pela hora que era e por não me deixarem nem esperar até as 10h na área de espera! Me recomendou tentar em outro albergue que havia no mesmo quarteirão.

 

Algumas portas depois, bati na porta do albergue que não recordo o nome. O atendente foi bem mais atencioso, tentou dar um jeito, mas não tinha vagas também. Sugeriu que tentasse o próximo albergue no mesmo quarteirão. Fui até ele e voltei quando vi uma bandeira, que para mim, era a do movimento gay. Bati na porta de novo e perguntei se era para o público gay e tal por causa da bandeira e, acreditando nele, tentei o albergue.

 

O albergue, que também não sei o nome mas era um nome israelense, inicialmente me pareceu razoável. Paguei s/ 15 e fiquei em um quarto privativo. Estava muito necessitado de um banho, apesar do relógio marcar mais de 4h da manhã. Fui ao banheiro e... surpresa! Não tinha água quente. A atendente me deu uma desculpa e pediu para ir ao outro banheiro onde a água demorava a esquentar, mas alguma hora estaria morna. Neste banheiro, reparei que o vaso sanitário não tinha tampa, o que me assustou. Ao ligar o chuveiro, além da água nunca esquentar, ela caía metade dentro do vaso! Com nojo, comecei a reparar em volta e vi que tudo estava um pouco sujo e, pior, alguns cogumelos habitavam o banheiro, numa quantidade possível de dar uma bela refeição para uma pequena família. Era bizarro demais, acabei desistindo de tomar banho e com a ideia fixa na cabeça que dia seguinte não estaria mais ali.

 

Não dormi nem 3 horas no quarto mofado, comi algumas coisas que tinha na mochila e parti para a rua procurar onde ficar nas próximas noites, ali não haveria como! Na Calle Suecia achei boas opções por um bom preço, mas acabei ficando em um hotel econômico, o Incawasi, onde paguei s/ 45 a diária com direito ao melhor café da manhã que tive no Peru e TV a cabo, além da limpeza e dos serviços que qualquer hotel razoável oferece. Excelente! Fica na Plaza de Armas, ou seja, melhor localização não há! Não é um preço de albergue, mas é um ótimo custo benefício.

 

Catedral - Leonardo Caetano[picturethis=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/217673_10150168944066484_541286483_6706948_199952_n.jpg 320 240 Catedral]Assim que me instalei, fui conhecer as atrações em volta da praça – a Catedral, Compañía de Jesús e Museo de Historia Natural. A Catedral estava fechada, tive que voltar outro dia, mas a igreja da Compañía de Jesús é bem bacana. Passei no escritório de turismo ali perto e foram super atenciosos, me explicaram direitinho como conhecer as ruínas próximas de Cusco de ônibus e a melhor forma de comprar o boleto turístico de Cusco. Peguei o mapa do escritório e fui conhecendo mais alguns pontos nesta região.

 

Cusco é linda! Uma cidade encantadora, totalmente diferente do que havia imaginado. As pessoas são simpáticas, os restaurantes são excelentes e a arquitetura colonial hispânica é belíssima! A única coisa ruim é o preço, pois tudo aqui é mais caro que em todo o Peru. Quem quer comprar tecidos típicos da região, melhor comprar em Lima – vai ter a mesma qualidade, porém por quase a metade do preço.[/picturethis][/align]

[align=right]Iglesia de Santo Domingo e Qorikancha[/align][align=justify][picturethis2=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/205758_10150168943881484_541286483_6706942_1935310_n.jpg 320 240 Iglesia de Santo Domingo e Qorikancha]Com o mapa em mãos, primeiramente fui a Qorikancha, onde está a Iglesia de Santo Domingo e seu sítio arqueológico. Aqui funcionaram quatro templos incas que foram parcialmente destruídos pelos espanhóis e sobre suas bases foi construída a igreja. O sítio na verdade é apenas um jardim, mas simboliza a ambição, arrogância, exploração e destruição da colonização espanhola. Neste sítio, na época inca, se localizavam diversas estátuas e objetos de ouro construindo o que deveria ser um lindo sítio dourado, assim como os quatro templos que eram rodeados de ouro. Depois de Qorikancha, segui para o Monasterio de Santa Catalina que possui várias obras de arte do estilo cusquenho, o melhor museu sobre o assunto no mundo! Além desses, visitei a Pedra dos 12 Ângulos, o Museo Inka e o excelente Museo de Arte Precolombino, que mostra de forma cronológica artefatos desde a época pré-inca até os primeiros anos de colonização espanhola. Muito interessante!

 

Passei na agência com a qual havia reservado conhecer Machu Picchu e acertei tudo que faltava para fazer a trilha dois dias depois. Almocei no Bembo's, excelente hamburgueria em Cusco, sabores bem originais do país! Pela hora, esse almoço foi quase um jantar, então acabei comendo somente um sanduíche depois.[/picturethis2]

Pisac - Leonardo Caetano[picturethis=http://a4.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/206475_10150168926966484_541286483_6706585_1766616_n.jpg 320 240 Pisac]No dia seguinte fui ao Valle Sagrado de Los Incas com a Puma's Trek pelo valor de s/ 30. É um passeio bonito pelo vale do Río Urubamba, a 2.800 metros de altitude, que conta com interessantes ruínas. O passeio é circular e tem início em Pisac, pequena cidade onde acontece uma popular feira indígena. Destaque para os pães de uma cantina da senhora que fica na parada do ônibus. A feira tem muita coisa interessante onde tudo é passível de negociação, como em todo o Peru, mas é uma parada que agrada mais os turistas ansiosos por compras. Não era o meu caso.

 

A segunda parada foi no Parque Arqueológico de Pisac. Nesta região dividida em quatro setores, estão presentes ruínas de edificações do período inca onde a principal é Intihuatana. No local também está presente o maior cemitério pré-colonização espanhola. Após essas excursões, parada para almoçar em Urubamba, cidade que funciona como uma espécie de capital do Valle Sagrado. Paramos em um restaurante onde queriam nos cobrar s/ 25 para almoçar em um buffet self-service. Eu e uma trupe brasileira logo reclamamos do preço e vieram com uma história de que irmãos sul-americanos pagavam s/ 20. Era um absurdo ainda e, ao pensarmos em dar meia volta, ofereceram por s/ 10, menos da metade do preço inicial! Aceitamos na hora![/picturethis][/align]

[align=right]Ollantaytambo - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/207194_10150168927916484_541286483_6706597_5495011_n.jpg 320 240 Ollantaytambo]Após o almoço, seguimos para Ollantaytambo, onde muita gente fica para pegar o último trem do dia a Machu Picchu. A cidade foi um importante complexo militar, religioso, administrativo e agrícola do período inca onde atualmente antigas casas se misturam com novas casas, muitas construídas sobre a base de antigas. Na região mais alta, está um antigo templo inca, o Templo Principal, que é a principal atração, de onde esse tem uma vista privilegiada de todo o complexo. Algumas das construções são quase que mágicas pela sua forma e localização, às vezes em locais de difícil acesso.

 

A última parada do dia foi em Chinchero, uma cidade de aparência pobre, mas rodeada de uma belíssima paisagem montanhosa e nevada. É habitada por 10 comunidades indígenas. O principal ponto de visitação é a Iglesia de Nuestra Señora de Monserrat de Chinchero, de estilo colonial e repleta de obras de arte do estilo cusquenho. É uma igreja bem diferente! Em frente à igreja, está a Plaza Mayor onde acontece o Mercado de Chinchero constituído por índios locais que ali vendem seus produtos típicos. Logo retornamos a Cusco e me preparei para o grande dia seguinte...[/picturethis2]

Vista do trem - Leonardo Caetano[picturethis=http://a6.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/222034_10150168929256484_541286483_6706614_3749063_n.jpg 320 240 Vista do trem]Machu Picchu era um sonho a ser realizado e, depois de tantos dias no Peru, finalmente chegaria a meu último destino... Acordei bem cedo e arrumei a mochila de ataque. Estava tão ansioso que mal havia dormido. Deixei as coisas no hotel em Cusco e me encontrei com a guia que me levaria até local de onde sairia o ônibus até a estação de trem. O ônibus demorou bastante a sair de Cusco, esperando os retardatários. O atraso acabou afetando a mim e mais três gringos, pois fomos os únicos a descer na primeira estação de trem que leva a Machu Picchu – Poroy. A outra estação é Ollantaytambo que vale mais a pena quando se quer sair no final do dia para dormir em Aguas Calientes. Fui o último a entrar no meu vagão e só não o perdi por 3 minutos! Fiquei bem chateado com isso.

 

O trem da Peru Rail é o maior barato! Foi construído de forma que seus passageiros pudessem admirar a bela paisagem verde cercada de montanhas também verdes, porém algumas nevadas. Fui na categoria Backpacker que não é a das mais confortáveis, mas a mais barata. A viagem seguiu por cerca de 1h30 por belos campos e cortando a cada vez mais densa mata até chegar no quilômetro 104, onde começa o Camino Inca de dois dias. Um pouco antes de descer, me solicitaram um papel com a autorização devida para descer neste local e foi o maior desespero porque a agência não tinha me entregue tal papel. No fim, acabaram me deixando descer, mas ficaram de notificar a agência do ocorrido para não acontecer novamente.

 

A trilha de 2 dias vale a pena para quem não tem o pique de enfrentar os 4 dias da trilha tradicional ou para quem não está com muito tempo para a viagem, mas faz questão em fazer a trilha – esse foi o meu caso e não me arrependi! O preço é só um pouco menor, mas acho que se tira muito mais proveito do passeio do que apenas chegar em Aguas Calientes de trem, ver Machu Picchu e voltar para Cusco. Fiz a trilha também com a Puma's Trek que só me deu o susto com a autorização para descer do trem. Foi o melhor preço entre todas as agências, US$ 250 – as refeições foram boas e o guia foi muito bom![/picturethis][/align]

[align=right]Chachabamba - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/215963_10150168929596484_541286483_6706619_1690403_n.jpg 320 240 Chachabamba]Saindo do trem, ao descer no meio dos trilhos, logo avistei Roger, o guia que me conduziria pela trilha até Machu Picchu. Roger se revelou um excelente guia que tem prazer no que faz e conhece tudo na região. Poucos metros da descida do trem se encontra um posto de controle que checa se está tudo OK para ingressar na trilha. Percebi que há um posto desses em cada uma das entradas para a trilha e em locais próximos a onde são realizados os pernoites da trilha de 4 dias. Aproveitei a infraestrutura do local para trocar de roupa, pois já começava a esquentar depois de um dia anterior chuvoso.

 

Passamos pelo posto e seguimos por alguns metros até Chachabamba, ruínas do local onde se hospedava a família inca, na última parada antes de Machu Picchu. Acredita-se que funcionava como posto de guarda, mas já pode ter sido usado como templo. Deste ponto, se iniciava a caminhada de purificação espiritual do inca e sacerdotes até a cidade sagrada. São ruínas interessantes. Diz-se que foi o local mais próximo que os colonizadores espanhóis chegaram da cidade sagrada. Este é o único ponto da trilha de dois dias que não é acessado por quem faz a trilha maior de três ou quatro dias.[/picturethis2]

Wiñaywayna - Leonardo Caetano[picturethis=http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/215253_10150168932186484_541286483_6706659_5424683_n.jpg 320 240 Wiñaywayna]Finalmente começou a caminhada de verdade. Havia apenas mais dois grupos na trilha, um deles passei neste primeiro trecho. Era um grupo de idosos, achei muito bacana eles fazerem a trilha. Depois os encontraria em Aguas Calientes, cheios de gás ainda. A vista do caminho fica cada vez mais maravilhosa proporcionalmente ao quanto se afasta dos trilhos do trem. É um belo vale verde e a caminhada parece ter algo mágico. Cerca de duas horas depois, passando por cachoeiras e mais algumas bonitas paisagens, chegamos à segunda parada, Wiñaywayna. Wiñaywayna significa “para sempre jovem” em quéchua e foi um centro urbano com templos religiosos e um grande centro agrícola que abastecia a região. A vista desse ponto é linda demais! Sentei por alguns minutos admirando aquele cenário de mata, o Urubamba, as ruínas de Wiñaywayna e as costas de Machu Picchu. Neste local encontramos o outro grupo de espanholas que estava na frente com quem pude trocar e viver essa experiência.

 

Daqui seguimos novamente sozinhos por mais cerca de 30 minutos até o abrigo e restaurante que existe antes de chegar a Machu Picchu, onde fizemos nossa pausa para o almoço. Não sabia que o saco da agência que estava carregando há tempos era meu almoço! Comi com vontade uma empanada, um sanduíche, uma banana, um suco e alguns chocolates! O resto guardei ou dei para o Roger, era muita coisa! Não havia prestado atenção nesse detalhe da agência “dar” o almoço. O grupo das espanholas que havíamos ultrapassado chegou no abrigo e não havia comida à venda. Segundo Roger, não é sempre que possuem alimentos disponíveis. Só havia uma sopa, mas não havia cozinheira no momento. Preste atenção nisso quando for fazer essa trilha!

 

Seguimos em frente pela trilha por mais duas horas até chegar à subida final até a Puerta del Sol que é o ponto onde finalmente se vê a cidade de Machu Picchu. A vista é magnífica e emocionante, finalmente havia chegado! Fiquei por ali bastante tempo apreciando aquela vista e tentando gravar na memória todos os ângulos e sentimentos. Todo mundo que chegava ali tinha o mesmo olhar embasbacado e, depois de uns minutos, puxava um papo elogiando aquele belo cenário enquanto o sol se escondia aos poucos atrás das montanhas. A Puerta del Sol pode ser alcançada também a partir de Machu Picchu, em quase meia hora de caminhada. Vale a pena![/picturethis][/align]

[align=right]Machu Picchu - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/207280_10150168934741484_541286483_6706721_1242672_n.jpg 320 240 Machu Picchu]Descemos até o entorno da cidadela e tirei diversas fotos, muitas delas sem ninguém no fundo! É uma das melhores horas para tirar fotos onde parece que apenas você estava em Machu Picchu. Não entramos nas construções da cidade sagrada, pois o dia seguinte seria destinado a isso. Finalmente bateu a sensação de “missão cumprida, agora é aproveitar o dia seguinte”.

 

Descemos por cerca de 40 minutos as escadas que levam até Machu Picchu Pueblo ou mais conhecida como Aguas Calientes. Já estava tão escuro que tivemos que usar lanternas no trecho final até o povoado. Tomei aquele banho e jantei em um restaurante que estava incluído nos serviços da agência. A comida estava maravilhosa! Andei um pouco pela cidade, mas logo voltei para o hotel Inti Punku, que como todo hotel econômico de Aguas Calientes é fraquíssimo. Dormi logo porque dia seguinte seria dia de madrugar novamente...

 

Acordei às 3h e logo já estava na rua. Roger demorou um pouco, mas comprovou que já havia quase 200 pessoas na fila do ônibus, então o jeito seria realmente vencer o cansaço e subir as escadas até Machu Picchu. Andar até as escadas e depois subi-las parece alguma forma de peregrinação, saem alguns bocados no escuro e aos poucos vão se juntando outros que foram ficando para trás no caminho. Há também um certo ar de competição, pois cada pessoa ultrapassada é uma pessoa a menos em sua frente na fila para pegar a senha para subir Huayna Picchu, então o ritmo é forte.

 

A subida pelas escadas, normalmente em um bom ritmo, dura aproximadamente 50 minutos. Acabei demorando pouco mais de 1h devido ao alemão que havia conhecido no trem e tinha reencontrado no hotel, pois o convenci a ir de escada quando Roger falou da fila do ônibus. O ritmo dele era um pouco mais lento e só decidi seguir na frente deixando ele um pouco para trás nos últimos 10 minutos, hora em que o primeiro ônibus já tinha nos ultrapassado na estrada e já se ouvia o barulho do segundo. Por sorte cheguei junto com este e garanti a senha 262, sendo 200 por horário (8h e 10h). Ir às 10h há mais chances de se pegar o céu limpo de cerração.[/picturethis2][/align]

[align=center]20110601021909.jpg

Machu Picchu ao amanhecer - Leonardo Caetano[/align]

 

[align=justify]Machu Picchu é mágica! Com um guia ao seu lado então, nem se fala. Entende-se o que era a cidade sagrada inca, as construções, cada um dos quatro templos e muito mais. Apesar de parecer pequena, leva-se um bom tempo para percorrer a cidade de um canto ao outro. Chegar cedo possibilita também a vantagem de pegar o lugar vazio ainda, mais uma oportunidade que tive de tirar fotos exclusivas!

 

Templo Principal - Leonardo Caetano[picturethis=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/206231_10150168935746484_541286483_6706741_6136271_n.jpg 240 320 Templo Principal]Machu Picchu também é conhecida como a cidade perdida dos incas por ser bem conservada. Na verdade, apenas 30% do local é original ainda, o restante vem de reformas para conservação do local. A cidade servia como refúgio ao Inca e sua família, principalmente em caso de ataque, e como centro administrativo da região. A cidade passou a ser conhecida pelos povos colonizadores só em 1911 quando o Peru não era nem mais colônia espanhola. O local era conhecido apenas pelos habitantes das regiões próximas e era frequentado raramente por ladrões de tesouros. O americano Hiram Binghanm, que foi oficialmente o primeiro explorador a comprovar ter chegado em Mavhu Picchu, chegou à cidade após conversar com pastores locais que o guiaram até o local. Diz a lenda local que ele foi o primeiro a perguntar como se chegar lá.

 

A cidade é formada basicamente por duas grandes áreas – uma agrícola e outra urbana. A parte agrícola é percorrida entre o posto de controle e as escadas de acesso a Machu Picchu. Já a parte urbana é a que todos querem frequentar. O passeio por lá consiste em visitar o Templo del Sol, a Tumba e o Palacio Real, onde pode ter havido múmias e jóias, mas parece ter sido saqueado e destruído em um grande incêndio. Próximo, se encontram o Templo Principal, Templo das Tres Ventanas e a Casa del Sacerdote, que foram as construções que achei mais interessantes mesmo estando incompletas. No local também se encontra a Intihuatana, a pedra do sol que ligava os astros às montanhas locais. Outras partes interessantes mais dispersas também são visitadas, como a Roca Sagrada e Las Tres Portadas. As construções são imponentes e ricas de detalhes. É impressionante também a forma como faziam circular a água na cidade utilizando o relevo do local como força motriz.[/picturethis][/align]

[align=right]No topo do Huayna Picchu - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a7.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/207414_10150168938136484_541286483_6706796_4332537_n.jpg 320 240 No topo do Huayna Picchu]Depois de rodar toda a cidadela, descansei um pouco curtindo aquele visual magico até o relógio bater 10h, hora que comecei a subir o Huayna Picchu, mas não sem antes pegar mais uma fila... Para quem está de passaporte, é nesse posto de controle que se ganha o carimbo simbólico de Machu Picchu. A subida para o Huayna é um pouco cansativa, se leva quase 50 minutos para chegar ao topo, a 2.700 metros de altitude. No topo, há várias pedras que formavam a casa do sumo sacerdote que todo dia ia ao Templo de La Luna, na mesma montanha. Já no topo, deve-se ter cuidado, pois um passo em falso ou uma trombada em alguém e se rola Huayna Picchu a baixo. Recebi essa dica aqui no Mochileiros e de meus amigos peruanos, que afirmam ser perigosíssimo. Quando estava no topo, teve um argentino que foi segurado e por muito pouco ele não caiu! É impressionante ver as construções nesta montanha, voltadas para a agricultura e postos de vigilância. São feitos em espaços muito pequenos e de difícil acesso – loucura imaginar como transportaram essas imensas pedras até ali!

 

A vista de cima do Huayna estava totalmente dominada pela serração. Mais de cinquenta pessoas estavam na espera por abrir o tempo, entre eles cerca de 7 brasileiros. Depois de quase 40 minutos, o tempo começou a abrir e pudemos ver aquela imagem maravilhosa de Machu Picchu vista de cima! Depois de um tempo, desci a trilha pelos degraus que só cabem um pé de lado por vez, surreal! Descendo e apreciando a vista da cidade, cheguei a Machu Picchu novamente, de onde, depois de mais uma volta pela cidade, peguei o ônibus de volta a Aguas Calientes.[/picturethis2]

Em Aguas Calientes, almocei um bom menu del día. Só assim para comer a um preço um pouco mais justo por lá! Só dão essa opção se perguntar e se o restaurante estiver um pouco vazio. Afastado das ruas principais também se come um pouco mais barato. Parti para os Baños Termales, onde paguei s/ 10 para entrar e relaxar um pouco nas águas quentes. Esperava bem mais do lugar, achei um pouco fraco. Logo mais, parti de trem de volta a Cusco, satisfeito com um belo dia de viagem!

 

Tambomachay - Leonardo Caetano[picturethis=http://a2.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/207095_10150168939191484_541286483_6706822_8268028_n.jpg 320 240 Tambomachay]Descansei bem depois das noites mal dormidas nos dias que fui a Machu Picchu. Acordaria cedo, mas a preguiça me deixou na cama mais um pouco. Depois de duas tentativas frustradas, finalmente neste dia consegui conhecer o interior da imensa e bela Catedral de Cusco. Depois parti para o local de onde saem os ônibus para Pisac por s/ 2,40 e desci em Tambomachay, último dos quatro sítios arqueológicos próximos a Cusco, a cerca de 7 km. Como a estrada é uma subida, o melhor para conhecer esses sítios é descer aqui e depois percorrer a estrada no sentido para Cusco que é uma descida.

 

Tambomachay se encontra a 3.700 metros de altitude e foi um importante templo de adoração à agua. É um local muito bonito formado por muros, janelas e diversos canais de água. Talvez sejam as ruínas incas mais conservadas na região. Aqui conheci um casal de médicos brasileiros que estavam viajando por todo o Peru de carro e estavam empolgadíssimos com a abertura da estrada transamazônica que permitiriam-lhes futuramente retornar ao Peru de carro, porém desde sua casa, em Roraima. Pena que essa estrada, agora inaugurada, está permitindo saquearem muito mais árvores amazônicas do que antes...[/picturethis][/align]

[align=right]Saqsayhuaman - Leonardo Caetano[/align][align=justify][picturethis2=http://a2.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/216177_10150168940556484_541286483_6706857_3229037_n.jpg 320 240 Saqsayhuaman]O segundo sítio, Puka Pukara, fica a pouquíssimos metros do primeiro. Possui uma bela vista do vale, com uma vegetação rica em cores de verde e terra. O local funcionou como posto de vigilância da cidade de Cusco, de onde se conseguia avistar as principais entradas no vale. Um guia do local explicou rapidamente sua história, mas para continua-la queria um dinheiro. Como já estava satisfeito com o que tinha falado e o que tinha lido, agradeci e deixei para uma próxima vez.

 

A próxima parada é Q'Enqo que é alcançada depois de uma caminhada de quase 4 km. O sítio era um labirinto subterrâneo onde havia um centro cerimonial e anfiteatro. Na verdade, passei ao largo destas construções, pois o local estava em manutenção. Um pouco depois está a ultima ruína inca no caminho, essa a mais próxima de Cusco – Saqsayhuaman. É o maior de todos estes sítios, formado por muitas grandes pedras e por grandes praças. Era chamado de Casa del Sol, um local onde invocavam Inti Raymi (festa do sol). Aos domingos, dia em que estive lá, uma parte do sítio arqueológico vira uma grande área de lazer, com pessoas jogando bola e fazendo churrasco ou piquenique. Há um bom mirante de Cusco no local.[/picturethis2]

Cusco vista do Cristo Blanco - Leonardo Caetano[picturethis=http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/208713_10150168942161484_541286483_6706900_7321003_n.jpg 320 240 Cusco vista do Cristo Blanco]De lá se pode seguir ao Cristo, que não é igual ao do meu Rio de Janeiro, mas é bacana. De lá se tem também uma bonita vista da cidade de Cusco, que vista de cima é toda vermelha. A partir do Cristo, é só descer um pouco pela estrada novamente que logo irá surgir uma pequena passagem que desce através de ruas e escadas de volta ao centro da cidade. A entrada é difícil de se ver, passei por ela duas vezes até encontrá-la.

 

Nesse caminho de volta está o grande Templo de San Cristóbal, que é o patrono de Cusco. A área da igreja é um gostoso local para descansar e tomar um café. Depois, fui à Iglesia de Santa Teresa e voltei ao hotel, onde descansei um pouco. Mais tarde, jantei um delicioso lomo saltado com uma gostosa Cusqueña para me despedir bem da cidade. Dia seguinte estaria de volta ao Rio de Janeiro...[/picturethis]

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Avião (LAN), Cusco - Lima: R$ 379

Táxi, Rodoviária - Centro: s/ 10

Táxi, Centro - Aeroporto: s/ 7

 

Passeios:

Museus e outros: s/ 65

Valle Sagrado (Puma’s Trek): s/ 30

Boleto Turístico: s/ 130

Camino Inca (Puma’s Trek): US$ 250

 

Hospedagem:

Incawasi: s/ 135[/align]

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