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Como brasileiro negro, me reconheço no direito de compartilhar esta perspectiva: recomendo cautela ao visitar o Paraguai se você for negro.

Já percorri mais de 10 países, mas foi lá que vivi a experiência mais opressiva relacionada ao racismo. Trata-se de uma discriminação velada, quase imperceptível para quem não está atento, mas palpável em detalhes. Os olhares que recebi não carregavam a curiosidade ou a empatia comum a quem interage com alguém de fenótipo diferente. Havia, sim, um misto de desdém e desconforto, como se minha presença fosse indesejada.

É frequente ouvirmos que os paraguaios são acolhedores, mas essa narrativa não se aplica a negros brasileiros. Suspeito que ser brasileiro intensifica a hostilidade, possivelmente por resquícios históricos da Guerra da Tríplice Aliança — conflito que deixou marcas profundas no país. Ainda hoje, percebo um ressentimento silencioso, que transcende gerações.

Não se trata de desencorajar viagens, mas de alertar para uma realidade que muitos ignoram. Racismo não se mede apenas por atos explícitos: está também no desconforto sutil, no tratamento diferenciado, na ausência de pertencimento. E, no Paraguai, essa sombra me acompanhou em cada passo.

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