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Em 12/03/2025 em 10:16, rodrigo.viana disse:

Fala Ricardo, pode compartilhar o contato dessa casa de câmbio, por favor?

Vc já deve ter voltado da sua viagem, certo? Conseguiu pegar esse câmbio?

Fala ae Rodrigo, blz?

Já voltei sim mas só vi sua mensagem agora, peguei o câmbio ainda melhor, no dia que estava em Santa Cruz consegui o câmbio

de 1 Dolar para Bs 11,30.

Segue o contato da casa de câmbio https://api.whatsapp.com/message/W2HONGNP4735I1?autoload=1&app_absent=0

Em La Paz a 8 dias atrás eu troquei Dolar por Bs a Bs 11,50, nessa mesma casa de câmbio 1 real tava valendo Bs 2,00

 

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Em 03/03/2025 em 16:56, Felipe Bergamini disse:

Eu fiz um cálculos aqui e praticamente da a mesma coisa, as vezes o real até amis vantajoso.. mesmo geral falando que o dólar anda é mais kkk pra não ter erro vou levar os dois kkk estou indo dia 30 de março.

eu vou dia 01 de abril.

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Em 22/02/2025 em 15:13, Jorge Lucas disse:

Olá, mochileiros,

Eu planejei essa viagem por um certo tempo (um boooom tempo, na real), porém várias coisas no meio do caminho me fizeram adiar esse sonho.
É meu primeiro mochilão sozinho fora do Brasil. Há um certo tempo atrás, eu e meu amigo Bruno fizemos um grupo no WhatsApp para trocar experiências e nos organizarmos para viajar juntos. Aconteceu que não consegui viajar junto com ele e mudei completamente os meus planos. Ressalto tanto a importância desse blog quanto desse grupo que criamos. Foi, é e está sendo importante para quem está se aventurando com uma mochila nas costas e um sonho.

Queria deixar menção à Karine, que hoje chamo de Lindinha. Esteve comigo todos os dias dessa linda viagem, desde os dias mais tensos, em que quase perdi meus voos, até os dias incríveis que tive o prazer de compartilhar.
Até fiz uma ligação de uma "MONTANHA" (1 para a Entel e 0 para a Tim). Minha viagem foi muito especial com você. 

Vou escrever e/ou separar minhas experiências por aqui, dia a dia, para ficar mais fácil de entender e de uma forma cronológica.

Sempre planejei tudo (literalmente tudo). Para essa viagem, eu fiz e refiz esse roteiro mais de 200 vezes, tenho certeza disso. Todas as variáveis possíveis, se acontecesse alguma coisa, eu já estava preparado (e aconteceram VÁRIAS, por sinal). Tudo bem que era um certo receio da minha parte, o medo do desconhecido e tudo mais. Se eu pulasse de paraquedas em qualquer lugar da Bolívia, eu ia saber me virar mesmo sem internet.

Algumas dicas antes de realmente começar esse relato:

- Não reserve nada pelo Booking. Antes disso, pegue o nome do hostel/hotel, pesquise no Google e procure pelo número da acomodação. Geralmente, todos têm WhatsApp. Quando fazia isso, eu perguntava o valor do quarto diretamente com eles e comparava com o Booking. Absolutamente sempre eu pagava bem mais barato dessa maneira.

- Em relação à internet, não fique na noia como se você fosse para outro planeta sem acesso à informação e sem comunicação. Geralmente, hostels, restaurantes, cafés etc. têm Wi-Fi. Alguns você paga, outros não. Sobre o famoso "chip" de internet, é fácil de achar, é só "hablar", apenas. Eu comprei o meu em uma loja da Entel lá em Sucre. Foi "tranquilo" de comprar e ativar.

- Sobre comida, eu não tive "problemas" de comer na rua nem nada. Obviamente, eu comia em lugares com o mínimo de higiene, e sinceramente, por lá você paga por isso. O prato é o mesmo, porém, devido ao local, chega a ser mais que o dobro do valor. Então, é uma questão de pesquisar bem.

- O câmbio. Eu levei quase todo o meu dinheiro em espécie (foi a melhor coisa que fiz e a pior também). Uma parte estava em USD e outra em reais. Ambos os câmbios estavam ótimos. Quase todo o meu dinheiro foi trocado na rua com cambistas e em uma sorveteria lá em Sucre (sim, uma SORVETERIA!). Tinha até loja da Samsung fazendo isso. Eu até pensei em trocar dinheiro nas casas de câmbio em cada cidade que estava indo, porém a cotação era bem ruim em relação aos cambistas. Só troquei um pouco no aeroporto para emergência quando cheguei e, no Uyuni, 50 reais, pois o câmbio estava 1.75.

- As passagens para a Bolívia eu comprei usando milhas com a Gol, totalizando 41 mil milhas. Como fiz uma transferência bonificada via Livelo, fiquei com 19 mil milhas e, como tinha assinado o Clube Smiles anual, ganhei mais 16 mil milhas. Já tinha milhas, então só emiti a passagem com essa diferença. O custo disso foi de R$101,98 + 6400 pontos Livelo, que eu ganhava comprando coisas em sites parceiros e/ou comprando quando tinha promoções em datas específicas.

 


Dia 0: O começo de tudo

CWB-GRU, GRU-VVI

Eu já tinha preparado tudo o que precisava, porém estava bem ansioso, não só devido à viagem que acabava de começar, mas também por várias questões pessoais. Fui a uma farmácia pesar minhas mochilas e, sim, minha cargueira de 50 litros estava bem acima do aceitável. Porém, eu decidi ir mesmo assim. Chamei um Uber até a rodoviária depois de visitar minha mãe no hospital. Minha passagem era para 10h. Fiquei esperando tranquilo, até que não ficou tão tranquilo assim. Começou a chegar o horário do ônibus e nada. Conversei com um rapaz da empresa de ônibus e ele me disse que ia atrasar, porém não falou quanto. Comecei a ficar levemente preocupado.

O ônibus chegou depois de um certo tempo. Estava levando alguns lanches e água comigo, pois pretendia jantar lá perto da rodoviária do Tietê, porém, aparentemente, esse plano não era para acontecer... Depois de um tempo de viagem, o trânsito começou a ficar bem lento, até parar completamente. Isso era por volta de 13h.

Quando já fazia um tempo parado, chegou a notícia de um acidente feio na pista entre um caminhão e uma carreta. Estávamos no meio da serra sem internet. Comecei a ficar mais preocupado, pois não tinha atualização da situação. A fila começou a andar só por volta das 17h30, porém de uma forma bem lenta. Ainda estava "longe" da rodoviária do Tietê. O trânsito parou de novo depois de um tempo e eu decidi fazer uma coisa:

Conversei com o motorista e perguntei se dava para eu sair do ônibus, pois eu ia achar alguma maneira de sair dali, senão ia perder meu voo (que era às 22h40 '-'). Eu saí do ônibus, porém, caso o trânsito voltasse a andar, o motorista me disse que não ia parar para eu embarcar novamente. Então, sim, foi uma aposta.

Andei por alguns quilômetros até chegar na barreira da concessionária. Vi um grupo de motoqueiros e ouvi eles conversando sobre o acidente e tudo mais. Decidi ir conversar com eles. Foi aí que conheci o Marcelo, meu anjo da guarda.

Ele me questionou por que eu estava sozinho com duas mochilas ali, e eu só disse: "Preciso chegar na Bolívia". Ele e seus amigos estavam indo para Aparecida do Norte. Depois de um tempo conversando, o inacreditável aconteceu: ele decidiu me ajudar e me dar uma carona até o aeroporto!

Sim, era eu, o Marcelo, sua moto e eu com duas mochilas enormes por quilômetros. Ele decidiu me ajudar com uma condição: que um dia eu fosse a Aparecida com ele. Não como uma forma de pagar "promessa" ou apenas para fazer companhia, mas sim como uma forma de agradecimento.

Devido ao horário que cheguei para o embarque, eu não parei para comer nada desde a hora que saí de Curitiba. As coisas comigo ficam piores em todos os sentidos quando estou com fome. Porém eu estava tão tenso com a situação que não sentia fome nem sede, apenas um cansaço físico e mental absurdo.

Depois de tudo isso, quando já estava no avião indo para Santa Cruz, eu desmaiei. Só acordei quando a comissária veio entregar o "lanche".

Chegando em Santa Cruz, logo depois do pouso, minha internet do celular funcionou tranquilamente. Eu uso Tim, liguei pra operadora pra ativar o roaming internacional para emergência, peguei o pacote mais simples apenas para o dia que ia ficar em Santa Cruz e se por algum motivo não conseguisse comprar meu chip por 7 dias no total. Se eu não me engano, eles têm parceria com a Tigo.
Eram poucos GBs, porém, para WhatsApp e pesquisar, era o suficiente. Minha chegada foi de madrugada, então tinha poucas opções de transporte e hostel. Eu perguntei sobre o valor do táxi pra sair de lá, porém estava 100 BOBS '-'. É, não dava.

Fiquei andando lá dentro do aeroporto até achar uma casa de câmbio que estava "aberta", porém não tinha ninguém. Eu chamava, porém ninguém respondia, nem uma alma viva aparecia. Resolvi ir sacar um valor suficiente para o Uber, tinha visto no aplicativo que estava por volta de 70/80 BOBS. Fui testando meu cartão da Wise em vários caixas eletrônicos lá, e todos cobravam uma taxa de 8 USD para o saque.

Até que cheguei em um que simplesmente travou meu cartão, por exatamente 21 minutos ("É pronto, tô sem meu cartão, casa de câmbio só com o Gasparzinho funcionando, agora vou ter que dormir aqui..."). Depois desse tempo, meu cartão saiu, porém eu decidi ficar lá na frente da casa de câmbio até aparecer alguém.

Chegaram duas moças, ficaram na minha frente chamando ou batendo no vidro, até que apareceu uma velha que estava tirando o soninho de beleza dela. Fiz câmbio e fui ver o valor do carro no aplicativo chamado Yango. Deu 53 BOBS o carro e fui até meu hostel Travelero Hostel & Tours, que paguei 80 BOBS.

Oficialmente, cheguei na Bolívia.

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Depois do meu soninho da beleza, fui tomar um café da manhã e explorar um pouco o centro da cidade. E uma coisa que já falo de antemão: o calor lazarento que é Santa Cruz, nossa! Nesse dia, estava 34 graus.

Eu almocei em um restaurante/bar próximo do hostel, paguei 14 BOBS e fui até um mercado comprar duas garrafas de água de 2L, que paguei 9,5 BOBS. A praça principal é bem bonita, vários museus e prédios históricos, porém era domingo… então fiquei na base do olho.

Fiz câmbio com um cambista na praça. É muito fácil de achar eles, geralmente usam umas bolsas laterais e ficam nas esquinas (é diferente de uma garota do job no caso kkkk). Eu achei um depois de conversar com uma senhora que vendia sorvete (que, sinceramente, era ruim, o gosto parecia remédio). Troquei um pouco de dólar e reais com ele e voltei para comprar um sorvete com a senhora como uma forma de agradecimento pela dica de onde encontrar esses cambistas.

Andei até meu hostel, me despedi do pessoal, fiz o checkout e chamei um Yango até a rodoviária. Andei por lá até ir a uma empresa que me indicaram, era a Flota Capital. Cometi um erro de principiante, eu confesso: não olhei o ônibus antes de comprar a passagem.

Eu negociei com o rapaz da agência, ele me fez o valor de 100 BOBS no "leito", que vi depois que não era leito (Maldita máfia do leito cama). Resumindo: chovia mais dentro do ônibus do que fora, minha poltrona estava estragada, uma das molas não ficava "esticada" completamente, e eu ficava segurando um dos pés para deitar o banco.

Vários vendedores aleatórios circulavam por dentro vendendo coisas aleatórias, tipo pomada milagrosa da Shopee. Algumas galinhas e um cachorro viraram meus companheiros por um tempo.

É, essa viagem de ônibus foi engraçada.

Gastos do dia:

Transporte aeroporto por aplicativo: 53 BOBS 

Hostel Travelero Hostel & Tours: 80 BOBS

Alimentação: 49,5 BOBS

Extras: 21,5 BOBS

Ônibus para Sucre (Flota capital): 100 BOBS

 

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Dia 1 - Sucre, a Cidade Branca

Cheguei a Sucre por volta de 5h da manhã. Depois de um tempo, fui para o meu hostel, o Villa Oropeza Hostel. Paguei 50 BOBS e o anfitrião era muito acolhedor, me recebeu cedo durante uma chuva lazarenta.

Depois de me acomodar, tomar um banho e descansar, decidi começar meu tour na cidade. Porém, antes, fui comprar meu chip da Entel. Paguei 55 BOBS para 10 dias com internet ilimitada. Conheci a Catedral de Sucre e sua história, o Museu do Chocolate, a Praça 25 de Maio, o Convento San Felipe Neri, o Convento Mirador La Recoleta e sua feirinha, dentre outros pontos turísticos conhecidos. Fiz tudo andando, pois, na maior parte do tempo, as ruas eram retas.

Uma dica para câmbio: vá até o Mercado Central de Sucre. Ao redor, tem uma sorveteria, a única por sinal. A cotação estava 11,35 por dólar, e para real estava 1,85. A feirinha lá do Mirador La Recoleta vale muito a pena, porém tem que negociar. Consegui alguns souvenirs assim, na base do choro.

Se possível, compre os chocolates para ti, é o mais famoso em toda a Bolívia, e em Sucre é mais barato devido às lojas direto da fábrica.

Com toda certeza, essa é a cidade mais bonita de toda a Bolívia. Sua arquitetura única, ruas estreitas com calçadas de paralelepípedos… É chamada de Cidade Branca. Só indo lá para entender.

Eu voltei para o meu hostel bem no final da tarde, já tinha feito tudo o que queria. Estava com muita fome e uma sede desgraçada. Chegando ao hostel, fiquei descansando até dar o horário de fazer meu checkout, que, na minha cabeça, ia ser por volta de 20h. Porém, para minha surpresa, tinha uma brasileira no meu quarto. Ficamos conversando ali até 21h mais ou menos, porém, até então, eu não tinha comprado a passagem para Uyuni. Eu ia meio que na sorte e comprar direto.

Quando estava saindo, vi no site Tickets Bolivia que o último ônibus era para 22h30. Eu fui andando com duas mochilas até a rodoviária, não passava um táxi sequer. Quase morri de andar com todo aquele peso...

Chegando lá, para minha surpresa, as únicas empresas que fazem esse trajeto não tinham mais passagem ‘0’ (é, azedou). Não fiquei desesperado nem nada, pelo menos no momento. Comecei a pesquisar passagem para Potosí e, em seguida, Oruro, porém também não tinha mais à venda.

Imediatamente, mandei mensagem para o hostel em que estava e pedi mais um dia. Porém, eu não saí da rodoviária no momento, fiquei na porta do embarque esperando alguma passagem para venda ou alguém que tivesse desistido de ir para Uyuni.

E sim, apareceu um rapaz depois de um tempo me oferecendo a passagem dele por 100 BOBS, basicamente o mesmo preço que pagou. A empresa de ônibus era EMPERADOR, muito boa por sinal, era semi-leito dessa vez.

Mesmo sendo muito confortável, eu não consegui dormir muito bem. Acordei várias vezes durante a noite. A viagem em si foi tranquila tirando essa parte. Chegamos ao Uyuni por volta de 6h.

Gastos do dia:

Taxi rodoviária: 10 BOBS

Hospedagem: 50 BOBS

Alimentação: 84,5 BOBS

Chip ENTEL: 55 BOBS 

Passeios e extras: 124,5

Ônibus para o Uyuni (Emperador): 100 BOBS

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A sorveteria que fiz câmbio

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Dia 2 e 3 - Salar de Uyuni

 

Finalmente chegamos a Uyuni. A viagem foi tranquila, porém, novamente, não consegui dormir -_- Ainda não sou muito bom com isso, mas um dia vou aprender a dormir em um ônibus sem precisar me entupir de Dramin e afins.

Estava um "pouco" frio quando cheguei, nada que eu já não esteja acostumado com o frio do sul. Fui andando até a avenida principal, onde ficam todas as agências de turismo de Uyuni. Depois de alguns minutos, vi uma moça do lado de fora de um café, e ela me chamou para entrar, dizendo que também tinha uma agência de turismo. Como estava com fome e "cansado" da viagem, resolvi entrar. O lugar era bem aconchegante e limpo. Fiquei ali até umas 8h, 8h30, escrevendo em meu diário, até que resolvi sair para fazer cotações. Eu já sabia que os preços estavam mais altos do que o normal devido às chuvas.

Fui a várias agências, mais de 15 por sinal. O passeio de três dias era praticamente o mesmo em todas, e o preço médio que encontrei foi de 1.150 BOBS, mais 162 BOBS de taxas dos parques. O passeio de um dia variava entre 120 e 300 BOBS, dependendo da agência. Algumas levavam bicicletas, o almoço era feito no meio do salar, e as fotos eram tiradas com uma câmera boa — então, em relação ao passeio de um dia, essas eram as diferenças.

Como eu disse anteriormente, mudei meu roteiro várias vezes, e essa foi uma delas. Inicialmente, faria o passeio de três dias, mas, devido ao valor, comecei a cotar o de dois dias, que variava entre 680 e 750 BOBS. Porém, eu sabia que, se deixasse para fechar de última hora, poderia conseguir um valor melhor, já que as agências costumam dar descontos para completar os carros e iniciar o passeio.

Então, parei de procurar agências e fui a algumas farmácias comprar água, além de passar em uma casa de câmbio. Me perdi no mercado municipal — lá é muito louco, no mesmo lugar onde se vende um DVD de qualidade duvidosa, também vendem cabeça de porco.

Eram por volta de 10h15 quando voltei a procurar agências para fechar o passeio. A agência que eu queria já tinha o carro cheio. Depois de um tempo, uma moça me perguntou se eu estava sozinho e para qual passeio eu queria. Eu disse que estava entre o de um dia e o de dois dias. Para minha sorte, ela tinha uma vaga disponível para cada um. O preço inicial para o passeio de dois dias era 750 BOBS, e então entramos em uma longa negociação de 15 minutos. Resumindo, ela aceitou me vender por 500 BOBS, pois ninguém apareceu na agência até o horário de saída dos carros.

 

O Salar

Começamos pelo cemitério de trens, e, por sinal, foi o que eu menos gostei. Não pela sua história, que é sim interessante, mas pelo lugar em si, que é só um espaço com trens onde você pode pegar tétano e fazer fotos "instagramáveis".

Depois disso, fomos a Colchani, onde tem a feirinha do salar (recomendo) e onde você aprende como é feito o processamento do sal, além de visitar o museu. Essa feirinha é muito boa para comprar souvenirs, seja para você ou para a família toda — desde que saiba negociar. Basicamente, nada tem preço fixo.

Almoçamos em um hotel de sal, que também foi o lugar onde dormimos na volta do salar. É um pouco difícil descrever a sensação de ver o salar pela primeira vez e sua imensidão. Tive a sorte de pegá-lo espelhado, o que rendeu fotos incríveis. E o pôr do sol foi um dos mais lindos que tive o prazer de ver.

Devido às chuvas, os carros só andavam a 15/20 km/h, então tem que ter paciência. Qualquer mudança de trajeto significava 1h30 de distância das outras paradas. Visitamos os monumentos no meio do salar, o famoso monumento Dakar e a praça das bandeiras. Faz um calor da desgraça, então vá preparado com roupas com proteção UV e segunda pele, pois na sombra você morre de frio.

Retornamos à noite para o hotel de sal. Já fazia um tempo que eu não estava me sentindo bem, então tomei alguns remédios e fui dormir. De manhã, estava pior. Avisei meu guia, que usou um oxímetro para medir minha saturação — estava em 68%. Ele conversou comigo e perguntou se eu queria parar ali ou continuar. Eu disse que queria continuar e, se piorasse, que me levasse até Oruro.

O passeio do segundo dia então começou. Visitamos uma igreja de arquitetura colonial, a Lagoa Verde, as águas termais e, sim, teve flamingos. Já quase no final do passeio, eu estava me arrastando e pedi para o guia me levar até Oruro. Eu poderia ficar por ali no hospital ou seguir para La Paz, mesmo sabendo que era arriscado. Decidi seguir viagem até La Paz e fui direto para o hospital.

Depois de receber oxigênio e medicação, o médico me recomendou ir até Coroico se eu não melhorasse. Resolvi ficar em La Paz repousando na parte da manhã, até porque estava uma chuva chata.

 

Gastos do dia:

Alimentação: 41 BOBS

Passeios e extras: 614,5 BOBS

Ônibus para o La Paz (Flota Urus): 30 BOBS

 

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Dia 4 -  La Paz e Copacabana

 

Depois de tomar café da manhã, já estava me sentindo um pouco melhor. Passei a manhã escrevendo, já que a chuva lazarenta não parava por nada. Depois de um tempo, conheci alguns brasileiros e decidi sair com eles um pouco. Visitamos alguns museus, igrejas, praças e até andamos de teleférico.

Antes de sair do meu hostel, já tinha feito o checkout e deixado minhas mochilas em um armário na recepção. Só voltei lá para pegá-las e chamar um Yango que custou 8 BOBS. Conversei com algumas pessoas sobre onde pegar a van/ônibus para Copacabana e descobri que é no Cemitério General de La Paz, que ficava a mais ou menos 2 km do meu hostel. Essa dica é interessante, porque de lá você pode sair para Copacabana a qualquer hora do dia, diferente do terminal de ônibus de La Paz, que só tem horários bem cedo pela manhã (6h30/7h30). Peguei uma van por 25 BOB até Copacabana.

Já vou avisando de antemão: os motoristas são MALUCOS! Parece que estão no Velozes e Furiosos—a cada curva na contramão, um infarto. Fora que, para mim, que sou um cara "grande", fui espremido no banco de trás com minhas mochilas, mais as mochilas e sacolas do povo que ia junto. O trajeto dura mais ou menos 3 horas e, no Estreito de Tiquina, é necessário pegar um barco, que custa 2 BOB. Depois, a gente volta para a van e segue até Copacabana.

Mesmo com vários infartos no caminho, depois de um tempo dá para apreciar uma vista linda—para quem senta do lado esquerdo da van, fica ainda melhor (ajuda a distrair a cabeça). Cheguei em Copacabana e fui direto para o meu hostel, o Bella Vista. Não era muito barato, mas, depois de uma negociação, paguei 35 BOB. Eu estava sozinho no hostel, e o anfitrião aguardava a chegada de uma moça do Chile e um pessoal de Israel. Tomei um café da tarde com ele e pedi orientação sobre como subir o Cerro Calvário. Ele me deu um mapa e explicou um jeito "mais fácil" de subir, indo pela direita do cerro, em vez de pegar a subida depois da praça principal. Mesmo assim, foi um sofrimento! A cada cinco passos, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu sabia que ainda não estava bem por causa da altitude, mas era algo que eu queria muito fazer. Demorei mais de uma hora para subir, pois precisava parar para recuperar o fôlego, tomar água.

Quando finalmente cheguei ao topo... nossa, que vista linda! Dá para ver toda a cidade de Copacabana e o Lago Titicaca, é realmente impressionante. Fiquei ali até o pôr do sol. Antes de voltar para o hostel, decidi comer na rua. Fui a vários restaurantes procurando a famosa truta do lago, mas estava MUITO cara—pelo menos nos lugares onde pesquisei, os preços variavam de 80 a 120 BOB. Acabei comendo um hambúrguer mesmo, que foi suficiente para encher o buxo. Queria sair cedo no dia seguinte, por volta de 8h30, já que o primeiro barco saía às 10h custa 30 BOBS.

 

Gastos do dia:

Transporte por aplicativo : 8 BOBS

Hospedagem: 35 BOBS

Alimentação: 42 BOBS

Passeios e extras: 36,5 BOBS

Van para o Copacabana : 25 BOBS

 

Dia 5 e 6 A Ilha do Sol

Depois de acordar e tomar café, descobri que, para onde eu ia, não tinha barco nesse horário—só às 13h. Meu destino era a comunidade Yumani, com parada em Pilkokaina, mas acabei comprando o bilhete errado -_-. Fui parar no porto sul, que fica mais à frente, e só me dei conta disso depois de passar pelo Templo do Sol. Mas tudo bem, eu estava na Ilha do Sol pelo menos. No barco onde eu estava, tinha um guia comunitário chamado Roberto. Caso tenham a oportunidade de conhecê-lo, façam o tour guiado, vale muito a pena. 

Quando cheguei à ilha, estava sem internet, mas tinha salvo o Maps offline. Para chegar à minha hospedagem, eu tinha duas opções: ir pela Escadaria Inca, que eu sabia que ia sofrer, ou procurar um caminho alternativo. No caso, o Caminho dos Burrinhos—um trajeto paralelo ao desembarque do Porto Sul, feito em zigue-zague para os burrinhos descerem até o porto e pegar mantimentos. Mesmo sendo mais fácil, eu sofri. Estava com duas mochilas e mais 6 litros de água.

Demorei para chegar ao Campo Santo que custou 140 BOBS. Depois de arrumar minhas coisas, fiquei descansando e tomando chá de coca, com uma vista linda bem na frente do meu quarto. Mais tarde, decidi jantar no famoso restaurante Pachamama. Posso dizer que foi o MELHOR prato que comi até então! Pedi a truta preparada com limão. Tive que pagar com o cartão Wise porque esqueci a carteira no meu quarto. Deu 50 BOB. Fiquei ali até o pôr do sol, escrevendo. Voltando para meu hostel, arrumei minhas coisas para dormir e percebi uma coisa quando olhei para cima: as estrelas. Nossa, eu nunca tinha visto um céu tão lindo como aquele. Usei minha câmera para fazer um timelapse das estrelas e tirar algumas fotos—foi incrível.

No dia seguinte, acordei para tomar café da manhã e voltei para a cama. Estava um pouco frio e ainda não me sentia bem por causa da altitude. Na parte da tarde, decidi fazer o tour guiado com o Roberto, mas, como era sábado, ele não estava fazendo o passeio. Fiquei lá no porto conversando com ele, e ele acabou decidindo fazer um tour privado comigo. Foi incrível e cansativo também—subi e desci a Escadaria Inca mais de uma vez. Depois de um tempo, ele me apresentou seu amigo, o guia Álvaro, e continuei o passeio com ele, desde o Templo do Sol até o lado norte da ilha. Valeu MUITO a pena!

Hospedagem: 220 BOBS

Alimentação: 120 BOBS

Passeios e extras: 36,5 BOBS

 

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Dia 7 a 15

 

Retornando da Ilha do Sol, decidi não continuar minha viagem para La Paz. Estava chovendo MUITO, e eu não queria fazer nada com pressa. Então, decidi ficar mais um dia em Copacabana para descansar no meu descanso.

Na parte da tarde, resolvi explorar a cidade e fiquei na rua até de noite, quando encontrei um restaurante legal para comer por 35 BOBs, o Juyra Café Bar. O hotel onde fiquei custou 80 BOBs e se chamava Utama. A região estava toda lotada, então foi o único que consegui.

No dia seguinte, tomei um café muito bom, porém "caro", custou 37 BOBs. O nome do lugar era Pit Stop, bem próximo da praça onde param as vans. Logo depois, fui apedrejado por uma chuva de granizo. Kkkk.

Depois de me recuperar das pedradas, peguei um ônibus para voltar a La Paz. Novamente fiquei alguns dias no Hostel Lobo e paguei 43 BOBs pela diária.  Este hostel oferece serviço de lavanderia, que custava 8/10 BOBs por kg. Eu deixava as roupas pela manhã e as retirava à noite na recepção. Existem outros lugares que fazem esse tipo de serviço, porém eu usava o do hostel pela facilidade.

Basicamente, nesses dias em La Paz, fiz vários passeios, alguns pagos e outros não. Conheci muitos museus, restaurantes e lugares aleatórios.

Se alguém tiver a oportunidade de ir à Feira 16 de Julho, é muito interessante e caótica. Ela acontece toda quinta e domingo.

Passeios como Chacaltaia e Laguna Esmeralda eu já tinha conversado com vários turistas e agências para ter uma noção de como estavam, e sinceramente fiquei bem desanimado com as fotos, vídeos e comentários. Então, decidi não fazer nenhum desses. Estava um clima horrível, toda hora chovia ou ficava garoando. A única escolha que tinha era fazer a Estrada da Morte de bike, que por sinal, eu estava bem animado de fazer lá no começo da viagem e durante a fase do planejamento. No entanto, cheguei à conclusão de que não era isso o que eu procurava.

No geral, mesmo depois de 7/8 dias na Bolívia, ainda estava sentindo a questão da altitude, porém de uma forma bem leve. Era como se eu fosse um jogador de futebol, porém fumante. Até pensei em fazer o Pico Áustria ou algum semelhante, mas deixei para decidir na última hora.

Tentei ir sozinho até o Vale de Las Ánimas, mas tive que mudar meus planos. Estava chovendo MUITO, então retornei para o centro e fiquei andando pelas galerias. Me perdi por algumas galerias procurando o "famoso" café boliviano. Achei, nas feiras de rua, desde o café Copacabana, que custava 10 BOBs, até alguns cafés "gourmet" por 200 BOBs. Se eu comprasse um desses, ia ter que durar um ano. Como meu objetivo nos últimos dias era "encontrar café", depois de várias andanças, encontrei um bom e barato: o Café Royal, que fica próximo ao El Prado Capsule Hostel.

Fiz o passeio das cholitas, que, por sinal, é muito engraçado. Paguei 70 BOBs. É tipo um WWE, porém das cholitas. Tem soco, voadora, mortal, tapa na cara, tudo o que uma luta nesse estilo tem direito. O problema foi chegar lá. Era exatamente uma quinta-feira, então pegamos o trânsito caótico de El Alto. Era cerca de 30 minutos para andar 50 metros. E o nosso motorista ainda fez a proeza de andar por quilômetros na contramão atrás de uma ambulância cortando caminho. Isso foi loucura! Se o Detran pega, já era a carteira.

Sobre a comida, economizei bastante comendo na rua e pesquisando. Sempre gostei de ir onde o povo estava e nunca tive problemas com isso. Alguns dias, almocei no Danny Says e pegava o menu do dia, que custava 30 BOBs — uma sopa de entrada, prato principal e um suco. Outros dias, eu almoçava ou jantava na rua mesmo, era muito aleatório, porém a média de valores por refeição era entre 15 a 25 BOBs. Fui também com um amigo no Brosso, que tem de tudo lá, desde sorvetes, bolos, até porções. O ambiente e a música são bons e, no geral, o preço é bom.

Para quem gosta de beber, as cervejas são  caras. Só consegui beber no último dia em La Paz, no Invictos Sport Bar. Tinha chopp em dobro, hambúrgueres, porções. Era bem próximo do El Prado Capsule Hostel, onde eu estava no meu "último" dia em La Paz, e me custou 60 BOBs.

Tive problemas com a polícia, desde ficar sem passaporte até pegarem meu dinheiro. Isso, especificamente, ainda vou escrever em detalhes no relato.

O ônibus de retorno para Santa Cruz foi um caos: problemas mecânicos durante a serra, no sentido Cochabamba e Santa Cruz, pneu furado, motorista que parava para dormir, criança que vomitou na escada do ônibus, banheiro que quebrou... Foi tenso. No último dia na Bolívia, fiquei no Travelo Hostel apenas para descansar dessa longa viagem e sair mais à noite para ir ao aeroporto dormir. Como cheguei cedo, por volta de 20h30, 21h30, fiquei dormindo no chão mesmo até as 3h00, mais ou menos, até o pessoal do embarque liberar a entrada. Minha última refeição em terras bolivianas foi um açaí.

O fato de eu não seguir um roteiro "fixo" da metade da minha viagem até o final foi muito interessante. Não ficava preso a horários, compromissos. Eu apenas pegava "minha" mochila pequena, com água, power bank e meu diário, e ia andando sem destino certo (me perdi várias vezes). Uma hora, eu só ia andando, outra hora pegava um ônibus sem olhar a placa para onde ia, outra hora entrava em uma van que apenas estava escrita com um destino que eu tinha ouvido falar. Conheci muita gente dessa forma. Até entrei na casa de uma senhora para ficar conversando com ela e tomar um chá de coca. Conheci um pintor de rua que estava pintando uma adaptação de um quadro e fiquei por ali, conversando e ajudando ele a pintar. Isso foi em uma galeria aleatória que entrei no Museu da Coca, na rua das bruxas. É só um exemplo de tantas coisas aleatórias que fiz por lá.

Sim, tive medo de muitas coisas durante a viagem: de me perder (me perdi), de perder os ônibus (perdi), de ficar sem internet (fiquei), de ser roubado (sim, fui), de passar mal devido à altitude (aqui vacilei), porém nada disso me impediu de ir, de seguir com meu sonho.

Às vezes, a vida nos convida a sair do caminho seguro e previsível, nos forçando a abraçar a incerteza. O medo, os obstáculos e as dificuldades são parte do processo. Afinal, ao olhar para trás, percebo que as melhores memórias não estão nos roteiros mega planejados, mas nas escolhas espontâneas nos momentos em que me permitia ser guiado pela aleatoriedade da vida. Porque, no final, a viagem não é sobre os lugares que visitamos, mas sobre quem nos tornamos ao longo do caminho.

 

Uma boa viagem a todos.

 

Custo total da viagem:

150 USD
3559,3 BOBs ± 1.935 reais

 

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@Jorge Lucas, maravilhoso seu relato. O que achou do trecho Santa Cruz X Sucre? muita gente diz que não compensa por terra pela demora e dificuldades da estrada. Foi tranquilo?

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Postado
Em 22/02/2025 em 15:13, Jorge Lucas disse:

Olá, mochileiros,

Eu planejei essa viagem por um certo tempo (um boooom tempo, na real), porém várias coisas no meio do caminho me fizeram adiar esse sonho.
É meu primeiro mochilão sozinho fora do Brasil. Há um certo tempo atrás, eu e meu amigo Bruno fizemos um grupo no WhatsApp para trocar experiências e nos organizarmos para viajar juntos. Aconteceu que não consegui viajar junto com ele e mudei completamente os meus planos. Ressalto tanto a importância desse blog quanto desse grupo que criamos. Foi, é e está sendo importante para quem está se aventurando com uma mochila nas costas e um sonho.

Queria deixar menção à Karine, que hoje chamo de Lindinha. Esteve comigo todos os dias dessa linda viagem, desde os dias mais tensos, em que quase perdi meus voos, até os dias incríveis que tive o prazer de compartilhar.
Até fiz uma ligação de uma "MONTANHA" (1 para a Entel e 0 para a Tim). Minha viagem foi muito especial com você. 

Vou escrever e/ou separar minhas experiências por aqui, dia a dia, para ficar mais fácil de entender e de uma forma cronológica.

Sempre planejei tudo (literalmente tudo). Para essa viagem, eu fiz e refiz esse roteiro mais de 200 vezes, tenho certeza disso. Todas as variáveis possíveis, se acontecesse alguma coisa, eu já estava preparado (e aconteceram VÁRIAS, por sinal). Tudo bem que era um certo receio da minha parte, o medo do desconhecido e tudo mais. Se eu pulasse de paraquedas em qualquer lugar da Bolívia, eu ia saber me virar mesmo sem internet.

Algumas dicas antes de realmente começar esse relato:

- Não reserve nada pelo Booking. Antes disso, pegue o nome do hostel/hotel, pesquise no Google e procure pelo número da acomodação. Geralmente, todos têm WhatsApp. Quando fazia isso, eu perguntava o valor do quarto diretamente com eles e comparava com o Booking. Absolutamente sempre eu pagava bem mais barato dessa maneira.

- Em relação à internet, não fique na noia como se você fosse para outro planeta sem acesso à informação e sem comunicação. Geralmente, hostels, restaurantes, cafés etc. têm Wi-Fi. Alguns você paga, outros não. Sobre o famoso "chip" de internet, é fácil de achar, é só "hablar", apenas. Eu comprei o meu em uma loja da Entel lá em Sucre. Foi "tranquilo" de comprar e ativar.

- Sobre comida, eu não tive "problemas" de comer na rua nem nada. Obviamente, eu comia em lugares com o mínimo de higiene, e sinceramente, por lá você paga por isso. O prato é o mesmo, porém, devido ao local, chega a ser mais que o dobro do valor. Então, é uma questão de pesquisar bem.

- O câmbio. Eu levei quase todo o meu dinheiro em espécie (foi a melhor coisa que fiz e a pior também). Uma parte estava em USD e outra em reais. Ambos os câmbios estavam ótimos. Quase todo o meu dinheiro foi trocado na rua com cambistas e em uma sorveteria lá em Sucre (sim, uma SORVETERIA!). Tinha até loja da Samsung fazendo isso. Eu até pensei em trocar dinheiro nas casas de câmbio em cada cidade que estava indo, porém a cotação era bem ruim em relação aos cambistas. Só troquei um pouco no aeroporto para emergência quando cheguei e, no Uyuni, 50 reais, pois o câmbio estava 1.75.

- As passagens para a Bolívia eu comprei usando milhas com a Gol, totalizando 41 mil milhas. Como fiz uma transferência bonificada via Livelo, fiquei com 19 mil milhas e, como tinha assinado o Clube Smiles anual, ganhei mais 16 mil milhas. Já tinha milhas, então só emiti a passagem com essa diferença. O custo disso foi de R$101,98 + 6400 pontos Livelo, que eu ganhava comprando coisas em sites parceiros e/ou comprando quando tinha promoções em datas específicas.

 


Dia 0: O começo de tudo

CWB-GRU, GRU-VVI

Eu já tinha preparado tudo o que precisava, porém estava bem ansioso, não só devido à viagem que acabava de começar, mas também por várias questões pessoais. Fui a uma farmácia pesar minhas mochilas e, sim, minha cargueira de 50 litros estava bem acima do aceitável. Porém, eu decidi ir mesmo assim. Chamei um Uber até a rodoviária depois de visitar minha mãe no hospital. Minha passagem era para 10h. Fiquei esperando tranquilo, até que não ficou tão tranquilo assim. Começou a chegar o horário do ônibus e nada. Conversei com um rapaz da empresa de ônibus e ele me disse que ia atrasar, porém não falou quanto. Comecei a ficar levemente preocupado.

O ônibus chegou depois de um certo tempo. Estava levando alguns lanches e água comigo, pois pretendia jantar lá perto da rodoviária do Tietê, porém, aparentemente, esse plano não era para acontecer... Depois de um tempo de viagem, o trânsito começou a ficar bem lento, até parar completamente. Isso era por volta de 13h.

Quando já fazia um tempo parado, chegou a notícia de um acidente feio na pista entre um caminhão e uma carreta. Estávamos no meio da serra sem internet. Comecei a ficar mais preocupado, pois não tinha atualização da situação. A fila começou a andar só por volta das 17h30, porém de uma forma bem lenta. Ainda estava "longe" da rodoviária do Tietê. O trânsito parou de novo depois de um tempo e eu decidi fazer uma coisa:

Conversei com o motorista e perguntei se dava para eu sair do ônibus, pois eu ia achar alguma maneira de sair dali, senão ia perder meu voo (que era às 22h40 '-'). Eu saí do ônibus, porém, caso o trânsito voltasse a andar, o motorista me disse que não ia parar para eu embarcar novamente. Então, sim, foi uma aposta.

Andei por alguns quilômetros até chegar na barreira da concessionária. Vi um grupo de motoqueiros e ouvi eles conversando sobre o acidente e tudo mais. Decidi ir conversar com eles. Foi aí que conheci o Marcelo, meu anjo da guarda.

Ele me questionou por que eu estava sozinho com duas mochilas ali, e eu só disse: "Preciso chegar na Bolívia". Ele e seus amigos estavam indo para Aparecida do Norte. Depois de um tempo conversando, o inacreditável aconteceu: ele decidiu me ajudar e me dar uma carona até o aeroporto!

Sim, era eu, o Marcelo, sua moto e eu com duas mochilas enormes por quilômetros. Ele decidiu me ajudar com uma condição: que um dia eu fosse a Aparecida com ele. Não como uma forma de pagar "promessa" ou apenas para fazer companhia, mas sim como uma forma de agradecimento.

Devido ao horário que cheguei para o embarque, eu não parei para comer nada desde a hora que saí de Curitiba. As coisas comigo ficam piores em todos os sentidos quando estou com fome. Porém eu estava tão tenso com a situação que não sentia fome nem sede, apenas um cansaço físico e mental absurdo.

Depois de tudo isso, quando já estava no avião indo para Santa Cruz, eu desmaiei. Só acordei quando a comissária veio entregar o "lanche".

Chegando em Santa Cruz, logo depois do pouso, minha internet do celular funcionou tranquilamente. Eu uso Tim, liguei pra operadora pra ativar o roaming internacional para emergência, peguei o pacote mais simples apenas para o dia que ia ficar em Santa Cruz e se por algum motivo não conseguisse comprar meu chip por 7 dias no total. Se eu não me engano, eles têm parceria com a Tigo.
Eram poucos GBs, porém, para WhatsApp e pesquisar, era o suficiente. Minha chegada foi de madrugada, então tinha poucas opções de transporte e hostel. Eu perguntei sobre o valor do táxi pra sair de lá, porém estava 100 BOBS '-'. É, não dava.

Fiquei andando lá dentro do aeroporto até achar uma casa de câmbio que estava "aberta", porém não tinha ninguém. Eu chamava, porém ninguém respondia, nem uma alma viva aparecia. Resolvi ir sacar um valor suficiente para o Uber, tinha visto no aplicativo que estava por volta de 70/80 BOBS. Fui testando meu cartão da Wise em vários caixas eletrônicos lá, e todos cobravam uma taxa de 8 USD para o saque.

Até que cheguei em um que simplesmente travou meu cartão, por exatamente 21 minutos ("É pronto, tô sem meu cartão, casa de câmbio só com o Gasparzinho funcionando, agora vou ter que dormir aqui..."). Depois desse tempo, meu cartão saiu, porém eu decidi ficar lá na frente da casa de câmbio até aparecer alguém.

Chegaram duas moças, ficaram na minha frente chamando ou batendo no vidro, até que apareceu uma velha que estava tirando o soninho de beleza dela. Fiz câmbio e fui ver o valor do carro no aplicativo chamado Yango. Deu 53 BOBS o carro e fui até meu hostel Travelero Hostel & Tours, que paguei 80 BOBS.

Oficialmente, cheguei na Bolívia.

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Depois do meu soninho da beleza, fui tomar um café da manhã e explorar um pouco o centro da cidade. E uma coisa que já falo de antemão: o calor lazarento que é Santa Cruz, nossa! Nesse dia, estava 34 graus.

Eu almocei em um restaurante/bar próximo do hostel, paguei 14 BOBS e fui até um mercado comprar duas garrafas de água de 2L, que paguei 9,5 BOBS. A praça principal é bem bonita, vários museus e prédios históricos, porém era domingo… então fiquei na base do olho.

Fiz câmbio com um cambista na praça. É muito fácil de achar eles, geralmente usam umas bolsas laterais e ficam nas esquinas (é diferente de uma garota do job no caso kkkk). Eu achei um depois de conversar com uma senhora que vendia sorvete (que, sinceramente, era ruim, o gosto parecia remédio). Troquei um pouco de dólar e reais com ele e voltei para comprar um sorvete com a senhora como uma forma de agradecimento pela dica de onde encontrar esses cambistas.

Andei até meu hostel, me despedi do pessoal, fiz o checkout e chamei um Yango até a rodoviária. Andei por lá até ir a uma empresa que me indicaram, era a Flota Capital. Cometi um erro de principiante, eu confesso: não olhei o ônibus antes de comprar a passagem.

Eu negociei com o rapaz da agência, ele me fez o valor de 100 BOBS no "leito", que vi depois que não era leito (Maldita máfia do leito cama). Resumindo: chovia mais dentro do ônibus do que fora, minha poltrona estava estragada, uma das molas não ficava "esticada" completamente, e eu ficava segurando um dos pés para deitar o banco.

Vários vendedores aleatórios circulavam por dentro vendendo coisas aleatórias, tipo pomada milagrosa da Shopee. Algumas galinhas e um cachorro viraram meus companheiros por um tempo.

É, essa viagem de ônibus foi engraçada.

Gastos do dia:

Transporte aeroporto por aplicativo: 53 BOBS 

Hostel Travelero Hostel & Tours: 80 BOBS

Alimentação: 49,5 BOBS

Extras: 21,5 BOBS

Ônibus para Sucre (Flota capital): 100 BOBS

 

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Dia 1 - Sucre, a Cidade Branca

Cheguei a Sucre por volta de 5h da manhã. Depois de um tempo, fui para o meu hostel, o Villa Oropeza Hostel. Paguei 50 BOBS e o anfitrião era muito acolhedor, me recebeu cedo durante uma chuva lazarenta.

Depois de me acomodar, tomar um banho e descansar, decidi começar meu tour na cidade. Porém, antes, fui comprar meu chip da Entel. Paguei 55 BOBS para 10 dias com internet ilimitada. Conheci a Catedral de Sucre e sua história, o Museu do Chocolate, a Praça 25 de Maio, o Convento San Felipe Neri, o Convento Mirador La Recoleta e sua feirinha, dentre outros pontos turísticos conhecidos. Fiz tudo andando, pois, na maior parte do tempo, as ruas eram retas.

Uma dica para câmbio: vá até o Mercado Central de Sucre. Ao redor, tem uma sorveteria, a única por sinal. A cotação estava 11,35 por dólar, e para real estava 1,85. A feirinha lá do Mirador La Recoleta vale muito a pena, porém tem que negociar. Consegui alguns souvenirs assim, na base do choro.

Se possível, compre os chocolates para ti, é o mais famoso em toda a Bolívia, e em Sucre é mais barato devido às lojas direto da fábrica.

Com toda certeza, essa é a cidade mais bonita de toda a Bolívia. Sua arquitetura única, ruas estreitas com calçadas de paralelepípedos… É chamada de Cidade Branca. Só indo lá para entender.

Eu voltei para o meu hostel bem no final da tarde, já tinha feito tudo o que queria. Estava com muita fome e uma sede desgraçada. Chegando ao hostel, fiquei descansando até dar o horário de fazer meu checkout, que, na minha cabeça, ia ser por volta de 20h. Porém, para minha surpresa, tinha uma brasileira no meu quarto. Ficamos conversando ali até 21h mais ou menos, porém, até então, eu não tinha comprado a passagem para Uyuni. Eu ia meio que na sorte e comprar direto.

Quando estava saindo, vi no site Tickets Bolivia que o último ônibus era para 22h30. Eu fui andando com duas mochilas até a rodoviária, não passava um táxi sequer. Quase morri de andar com todo aquele peso...

Chegando lá, para minha surpresa, as únicas empresas que fazem esse trajeto não tinham mais passagem ‘0’ (é, azedou). Não fiquei desesperado nem nada, pelo menos no momento. Comecei a pesquisar passagem para Potosí e, em seguida, Oruro, porém também não tinha mais à venda.

Imediatamente, mandei mensagem para o hostel em que estava e pedi mais um dia. Porém, eu não saí da rodoviária no momento, fiquei na porta do embarque esperando alguma passagem para venda ou alguém que tivesse desistido de ir para Uyuni.

E sim, apareceu um rapaz depois de um tempo me oferecendo a passagem dele por 100 BOBS, basicamente o mesmo preço que pagou. A empresa de ônibus era EMPERADOR, muito boa por sinal, era semi-leito dessa vez.

Mesmo sendo muito confortável, eu não consegui dormir muito bem. Acordei várias vezes durante a noite. A viagem em si foi tranquila tirando essa parte. Chegamos ao Uyuni por volta de 6h.

Gastos do dia:

Taxi rodoviária: 10 BOBS

Hospedagem: 50 BOBS

Alimentação: 84,5 BOBS

Chip ENTEL: 55 BOBS 

Passeios e extras: 124,5

Ônibus para o Uyuni (Emperador): 100 BOBS

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A sorveteria que fiz câmbio

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Dia 2 e 3 - Salar de Uyuni

 

Finalmente chegamos a Uyuni. A viagem foi tranquila, porém, novamente, não consegui dormir -_- Ainda não sou muito bom com isso, mas um dia vou aprender a dormir em um ônibus sem precisar me entupir de Dramin e afins.

Estava um "pouco" frio quando cheguei, nada que eu já não esteja acostumado com o frio do sul. Fui andando até a avenida principal, onde ficam todas as agências de turismo de Uyuni. Depois de alguns minutos, vi uma moça do lado de fora de um café, e ela me chamou para entrar, dizendo que também tinha uma agência de turismo. Como estava com fome e "cansado" da viagem, resolvi entrar. O lugar era bem aconchegante e limpo. Fiquei ali até umas 8h, 8h30, escrevendo em meu diário, até que resolvi sair para fazer cotações. Eu já sabia que os preços estavam mais altos do que o normal devido às chuvas.

Fui a várias agências, mais de 15 por sinal. O passeio de três dias era praticamente o mesmo em todas, e o preço médio que encontrei foi de 1.150 BOBS, mais 162 BOBS de taxas dos parques. O passeio de um dia variava entre 120 e 300 BOBS, dependendo da agência. Algumas levavam bicicletas, o almoço era feito no meio do salar, e as fotos eram tiradas com uma câmera boa — então, em relação ao passeio de um dia, essas eram as diferenças.

Como eu disse anteriormente, mudei meu roteiro várias vezes, e essa foi uma delas. Inicialmente, faria o passeio de três dias, mas, devido ao valor, comecei a cotar o de dois dias, que variava entre 680 e 750 BOBS. Porém, eu sabia que, se deixasse para fechar de última hora, poderia conseguir um valor melhor, já que as agências costumam dar descontos para completar os carros e iniciar o passeio.

Então, parei de procurar agências e fui a algumas farmácias comprar água, além de passar em uma casa de câmbio. Me perdi no mercado municipal — lá é muito louco, no mesmo lugar onde se vende um DVD de qualidade duvidosa, também vendem cabeça de porco.

Eram por volta de 10h15 quando voltei a procurar agências para fechar o passeio. A agência que eu queria já tinha o carro cheio. Depois de um tempo, uma moça me perguntou se eu estava sozinho e para qual passeio eu queria. Eu disse que estava entre o de um dia e o de dois dias. Para minha sorte, ela tinha uma vaga disponível para cada um. O preço inicial para o passeio de dois dias era 750 BOBS, e então entramos em uma longa negociação de 15 minutos. Resumindo, ela aceitou me vender por 500 BOBS, pois ninguém apareceu na agência até o horário de saída dos carros.

 

O Salar

Começamos pelo cemitério de trens, e, por sinal, foi o que eu menos gostei. Não pela sua história, que é sim interessante, mas pelo lugar em si, que é só um espaço com trens onde você pode pegar tétano e fazer fotos "instagramáveis".

Depois disso, fomos a Colchani, onde tem a feirinha do salar (recomendo) e onde você aprende como é feito o processamento do sal, além de visitar o museu. Essa feirinha é muito boa para comprar souvenirs, seja para você ou para a família toda — desde que saiba negociar. Basicamente, nada tem preço fixo.

Almoçamos em um hotel de sal, que também foi o lugar onde dormimos na volta do salar. É um pouco difícil descrever a sensação de ver o salar pela primeira vez e sua imensidão. Tive a sorte de pegá-lo espelhado, o que rendeu fotos incríveis. E o pôr do sol foi um dos mais lindos que tive o prazer de ver.

Devido às chuvas, os carros só andavam a 15/20 km/h, então tem que ter paciência. Qualquer mudança de trajeto significava 1h30 de distância das outras paradas. Visitamos os monumentos no meio do salar, o famoso monumento Dakar e a praça das bandeiras. Faz um calor da desgraça, então vá preparado com roupas com proteção UV e segunda pele, pois na sombra você morre de frio.

Retornamos à noite para o hotel de sal. Já fazia um tempo que eu não estava me sentindo bem, então tomei alguns remédios e fui dormir. De manhã, estava pior. Avisei meu guia, que usou um oxímetro para medir minha saturação — estava em 68%. Ele conversou comigo e perguntou se eu queria parar ali ou continuar. Eu disse que queria continuar e, se piorasse, que me levasse até Oruro.

O passeio do segundo dia então começou. Visitamos uma igreja de arquitetura colonial, a Lagoa Verde, as águas termais e, sim, teve flamingos. Já quase no final do passeio, eu estava me arrastando e pedi para o guia me levar até Oruro. Eu poderia ficar por ali no hospital ou seguir para La Paz, mesmo sabendo que era arriscado. Decidi seguir viagem até La Paz e fui direto para o hospital.

Depois de receber oxigênio e medicação, o médico me recomendou ir até Coroico se eu não melhorasse. Resolvi ficar em La Paz repousando na parte da manhã, até porque estava uma chuva chata.

 

Gastos do dia:

Alimentação: 41 BOBS

Passeios e extras: 614,5 BOBS

Ônibus para o La Paz (Flota Urus): 30 BOBS

 

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Dia 4 -  La Paz e Copacabana

 

Depois de tomar café da manhã, já estava me sentindo um pouco melhor. Passei a manhã escrevendo, já que a chuva lazarenta não parava por nada. Depois de um tempo, conheci alguns brasileiros e decidi sair com eles um pouco. Visitamos alguns museus, igrejas, praças e até andamos de teleférico.

Antes de sair do meu hostel, já tinha feito o checkout e deixado minhas mochilas em um armário na recepção. Só voltei lá para pegá-las e chamar um Yango que custou 8 BOBS. Conversei com algumas pessoas sobre onde pegar a van/ônibus para Copacabana e descobri que é no Cemitério General de La Paz, que ficava a mais ou menos 2 km do meu hostel. Essa dica é interessante, porque de lá você pode sair para Copacabana a qualquer hora do dia, diferente do terminal de ônibus de La Paz, que só tem horários bem cedo pela manhã (6h30/7h30). Peguei uma van por 25 BOB até Copacabana.

Já vou avisando de antemão: os motoristas são MALUCOS! Parece que estão no Velozes e Furiosos—a cada curva na contramão, um infarto. Fora que, para mim, que sou um cara "grande", fui espremido no banco de trás com minhas mochilas, mais as mochilas e sacolas do povo que ia junto. O trajeto dura mais ou menos 3 horas e, no Estreito de Tiquina, é necessário pegar um barco, que custa 2 BOB. Depois, a gente volta para a van e segue até Copacabana.

Mesmo com vários infartos no caminho, depois de um tempo dá para apreciar uma vista linda—para quem senta do lado esquerdo da van, fica ainda melhor (ajuda a distrair a cabeça). Cheguei em Copacabana e fui direto para o meu hostel, o Bella Vista. Não era muito barato, mas, depois de uma negociação, paguei 35 BOB. Eu estava sozinho no hostel, e o anfitrião aguardava a chegada de uma moça do Chile e um pessoal de Israel. Tomei um café da tarde com ele e pedi orientação sobre como subir o Cerro Calvário. Ele me deu um mapa e explicou um jeito "mais fácil" de subir, indo pela direita do cerro, em vez de pegar a subida depois da praça principal. Mesmo assim, foi um sofrimento! A cada cinco passos, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu sabia que ainda não estava bem por causa da altitude, mas era algo que eu queria muito fazer. Demorei mais de uma hora para subir, pois precisava parar para recuperar o fôlego, tomar água.

Quando finalmente cheguei ao topo... nossa, que vista linda! Dá para ver toda a cidade de Copacabana e o Lago Titicaca, é realmente impressionante. Fiquei ali até o pôr do sol. Antes de voltar para o hostel, decidi comer na rua. Fui a vários restaurantes procurando a famosa truta do lago, mas estava MUITO cara—pelo menos nos lugares onde pesquisei, os preços variavam de 80 a 120 BOB. Acabei comendo um hambúrguer mesmo, que foi suficiente para encher o buxo. Queria sair cedo no dia seguinte, por volta de 8h30, já que o primeiro barco saía às 10h custa 30 BOBS.

 

Gastos do dia:

Transporte por aplicativo : 8 BOBS

Hospedagem: 35 BOBS

Alimentação: 42 BOBS

Passeios e extras: 36,5 BOBS

Van para o Copacabana : 25 BOBS

 

Dia 5 e 6 A Ilha do Sol

Depois de acordar e tomar café, descobri que, para onde eu ia, não tinha barco nesse horário—só às 13h. Meu destino era a comunidade Yumani, com parada em Pilkokaina, mas acabei comprando o bilhete errado -_-. Fui parar no porto sul, que fica mais à frente, e só me dei conta disso depois de passar pelo Templo do Sol. Mas tudo bem, eu estava na Ilha do Sol pelo menos. No barco onde eu estava, tinha um guia comunitário chamado Roberto. Caso tenham a oportunidade de conhecê-lo, façam o tour guiado, vale muito a pena. 

Quando cheguei à ilha, estava sem internet, mas tinha salvo o Maps offline. Para chegar à minha hospedagem, eu tinha duas opções: ir pela Escadaria Inca, que eu sabia que ia sofrer, ou procurar um caminho alternativo. No caso, o Caminho dos Burrinhos—um trajeto paralelo ao desembarque do Porto Sul, feito em zigue-zague para os burrinhos descerem até o porto e pegar mantimentos. Mesmo sendo mais fácil, eu sofri. Estava com duas mochilas e mais 6 litros de água.

Demorei para chegar ao Campo Santo que custou 140 BOBS. Depois de arrumar minhas coisas, fiquei descansando e tomando chá de coca, com uma vista linda bem na frente do meu quarto. Mais tarde, decidi jantar no famoso restaurante Pachamama. Posso dizer que foi o MELHOR prato que comi até então! Pedi a truta preparada com limão. Tive que pagar com o cartão Wise porque esqueci a carteira no meu quarto. Deu 50 BOB. Fiquei ali até o pôr do sol, escrevendo. Voltando para meu hostel, arrumei minhas coisas para dormir e percebi uma coisa quando olhei para cima: as estrelas. Nossa, eu nunca tinha visto um céu tão lindo como aquele. Usei minha câmera para fazer um timelapse das estrelas e tirar algumas fotos—foi incrível.

No dia seguinte, acordei para tomar café da manhã e voltei para a cama. Estava um pouco frio e ainda não me sentia bem por causa da altitude. Na parte da tarde, decidi fazer o tour guiado com o Roberto, mas, como era sábado, ele não estava fazendo o passeio. Fiquei lá no porto conversando com ele, e ele acabou decidindo fazer um tour privado comigo. Foi incrível e cansativo também—subi e desci a Escadaria Inca mais de uma vez. Depois de um tempo, ele me apresentou seu amigo, o guia Álvaro, e continuei o passeio com ele, desde o Templo do Sol até o lado norte da ilha. Valeu MUITO a pena!

Hospedagem: 220 BOBS

Alimentação: 120 BOBS

Passeios e extras: 36,5 BOBS

 

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Dia 7 a 15

 

Retornando da Ilha do Sol, decidi não continuar minha viagem para La Paz. Estava chovendo MUITO, e eu não queria fazer nada com pressa. Então, decidi ficar mais um dia em Copacabana para descansar no meu descanso.

Na parte da tarde, resolvi explorar a cidade e fiquei na rua até de noite, quando encontrei um restaurante legal para comer por 35 BOBs, o Juyra Café Bar. O hotel onde fiquei custou 80 BOBs e se chamava Utama. A região estava toda lotada, então foi o único que consegui.

No dia seguinte, tomei um café muito bom, porém "caro", custou 37 BOBs. O nome do lugar era Pit Stop, bem próximo da praça onde param as vans. Logo depois, fui apedrejado por uma chuva de granizo. Kkkk.

Depois de me recuperar das pedradas, peguei um ônibus para voltar a La Paz. Novamente fiquei alguns dias no Hostel Lobo e paguei 43 BOBs pela diária.  Este hostel oferece serviço de lavanderia, que custava 8/10 BOBs por kg. Eu deixava as roupas pela manhã e as retirava à noite na recepção. Existem outros lugares que fazem esse tipo de serviço, porém eu usava o do hostel pela facilidade.

Basicamente, nesses dias em La Paz, fiz vários passeios, alguns pagos e outros não. Conheci muitos museus, restaurantes e lugares aleatórios.

Se alguém tiver a oportunidade de ir à Feira 16 de Julho, é muito interessante e caótica. Ela acontece toda quinta e domingo.

Passeios como Chacaltaia e Laguna Esmeralda eu já tinha conversado com vários turistas e agências para ter uma noção de como estavam, e sinceramente fiquei bem desanimado com as fotos, vídeos e comentários. Então, decidi não fazer nenhum desses. Estava um clima horrível, toda hora chovia ou ficava garoando. A única escolha que tinha era fazer a Estrada da Morte de bike, que por sinal, eu estava bem animado de fazer lá no começo da viagem e durante a fase do planejamento. No entanto, cheguei à conclusão de que não era isso o que eu procurava.

No geral, mesmo depois de 7/8 dias na Bolívia, ainda estava sentindo a questão da altitude, porém de uma forma bem leve. Era como se eu fosse um jogador de futebol, porém fumante. Até pensei em fazer o Pico Áustria ou algum semelhante, mas deixei para decidir na última hora.

Tentei ir sozinho até o Vale de Las Ánimas, mas tive que mudar meus planos. Estava chovendo MUITO, então retornei para o centro e fiquei andando pelas galerias. Me perdi por algumas galerias procurando o "famoso" café boliviano. Achei, nas feiras de rua, desde o café Copacabana, que custava 10 BOBs, até alguns cafés "gourmet" por 200 BOBs. Se eu comprasse um desses, ia ter que durar um ano. Como meu objetivo nos últimos dias era "encontrar café", depois de várias andanças, encontrei um bom e barato: o Café Royal, que fica próximo ao El Prado Capsule Hostel.

Fiz o passeio das cholitas, que, por sinal, é muito engraçado. Paguei 70 BOBs. É tipo um WWE, porém das cholitas. Tem soco, voadora, mortal, tapa na cara, tudo o que uma luta nesse estilo tem direito. O problema foi chegar lá. Era exatamente uma quinta-feira, então pegamos o trânsito caótico de El Alto. Era cerca de 30 minutos para andar 50 metros. E o nosso motorista ainda fez a proeza de andar por quilômetros na contramão atrás de uma ambulância cortando caminho. Isso foi loucura! Se o Detran pega, já era a carteira.

Sobre a comida, economizei bastante comendo na rua e pesquisando. Sempre gostei de ir onde o povo estava e nunca tive problemas com isso. Alguns dias, almocei no Danny Says e pegava o menu do dia, que custava 30 BOBs — uma sopa de entrada, prato principal e um suco. Outros dias, eu almoçava ou jantava na rua mesmo, era muito aleatório, porém a média de valores por refeição era entre 15 a 25 BOBs. Fui também com um amigo no Brosso, que tem de tudo lá, desde sorvetes, bolos, até porções. O ambiente e a música são bons e, no geral, o preço é bom.

Para quem gosta de beber, as cervejas são  caras. Só consegui beber no último dia em La Paz, no Invictos Sport Bar. Tinha chopp em dobro, hambúrgueres, porções. Era bem próximo do El Prado Capsule Hostel, onde eu estava no meu "último" dia em La Paz, e me custou 60 BOBs.

Tive problemas com a polícia, desde ficar sem passaporte até pegarem meu dinheiro. Isso, especificamente, ainda vou escrever em detalhes no relato.

O ônibus de retorno para Santa Cruz foi um caos: problemas mecânicos durante a serra, no sentido Cochabamba e Santa Cruz, pneu furado, motorista que parava para dormir, criança que vomitou na escada do ônibus, banheiro que quebrou... Foi tenso. No último dia na Bolívia, fiquei no Travelo Hostel apenas para descansar dessa longa viagem e sair mais à noite para ir ao aeroporto dormir. Como cheguei cedo, por volta de 20h30, 21h30, fiquei dormindo no chão mesmo até as 3h00, mais ou menos, até o pessoal do embarque liberar a entrada. Minha última refeição em terras bolivianas foi um açaí.

O fato de eu não seguir um roteiro "fixo" da metade da minha viagem até o final foi muito interessante. Não ficava preso a horários, compromissos. Eu apenas pegava "minha" mochila pequena, com água, power bank e meu diário, e ia andando sem destino certo (me perdi várias vezes). Uma hora, eu só ia andando, outra hora pegava um ônibus sem olhar a placa para onde ia, outra hora entrava em uma van que apenas estava escrita com um destino que eu tinha ouvido falar. Conheci muita gente dessa forma. Até entrei na casa de uma senhora para ficar conversando com ela e tomar um chá de coca. Conheci um pintor de rua que estava pintando uma adaptação de um quadro e fiquei por ali, conversando e ajudando ele a pintar. Isso foi em uma galeria aleatória que entrei no Museu da Coca, na rua das bruxas. É só um exemplo de tantas coisas aleatórias que fiz por lá.

Sim, tive medo de muitas coisas durante a viagem: de me perder (me perdi), de perder os ônibus (perdi), de ficar sem internet (fiquei), de ser roubado (sim, fui), de passar mal devido à altitude (aqui vacilei), porém nada disso me impediu de ir, de seguir com meu sonho.

Às vezes, a vida nos convida a sair do caminho seguro e previsível, nos forçando a abraçar a incerteza. O medo, os obstáculos e as dificuldades são parte do processo. Afinal, ao olhar para trás, percebo que as melhores memórias não estão nos roteiros mega planejados, mas nas escolhas espontâneas nos momentos em que me permitia ser guiado pela aleatoriedade da vida. Porque, no final, a viagem não é sobre os lugares que visitamos, mas sobre quem nos tornamos ao longo do caminho.

 

Uma boa viagem a todos.

 

Custo total da viagem:

150 USD
3559,3 BOBs ± 1.935 reais

 

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@Jorge Lucas, maravilhoso seu relato. O que achou do trecho Santa Cruz X Sucre? muita gente diz que não compensa por terra pela demora e dificuldades da estrada. Foi tranquilo?

  • Membros
Postado
5 horas atrás, Franciele Rezende disse:

@Jorge Lucas maravilhoso seu relato, me diz: muita gente acha que não compensa o trecho Santa Cruz-Sucre por terra pelas demora do trecho e dificuldades da estrada. Qual sua percepção? obrigada !

Compensa ou não a depender do valor que esteja o trecho de avião. Se você estiver com pressa, ou dispondo da grana, avião é a melhor. A Bolívia não tem das melhores culturas de trânsito, e a geografia das estradas não são tão fáceis, é só observar a distância pelo tempo gasto dos trechos. Dizer que não é perigoso não seria tão verdade kkkkk Mas fiz esses trajetos de ônibus, e para mim foi MUITO tranquilo. Peguei bons ônibus, dormir a noite inteira, e chegava pronta pra sair já no meu destino. Mas isso depende de muitos fatores: você está com muita bagagem? Tem muita necessidade de usar o banheiro em viagens longas? Consegue dormir em ônibus? E por ai vai....

Boa viagem!

  • Membros
Postado
Em 22/02/2025 em 15:13, Jorge Lucas disse:

Olá, mochileiros,

Eu planejei essa viagem por um certo tempo (um boooom tempo, na real), porém várias coisas no meio do caminho me fizeram adiar esse sonho.
É meu primeiro mochilão sozinho fora do Brasil. Há um certo tempo atrás, eu e meu amigo Bruno fizemos um grupo no WhatsApp para trocar experiências e nos organizarmos para viajar juntos. Aconteceu que não consegui viajar junto com ele e mudei completamente os meus planos. Ressalto tanto a importância desse blog quanto desse grupo que criamos. Foi, é e está sendo importante para quem está se aventurando com uma mochila nas costas e um sonho.

Queria deixar menção à Karine, que hoje chamo de Lindinha. Esteve comigo todos os dias dessa linda viagem, desde os dias mais tensos, em que quase perdi meus voos, até os dias incríveis que tive o prazer de compartilhar.
Até fiz uma ligação de uma "MONTANHA" (1 para a Entel e 0 para a Tim). Minha viagem foi muito especial com você. 

Vou escrever e/ou separar minhas experiências por aqui, dia a dia, para ficar mais fácil de entender e de uma forma cronológica.

Sempre planejei tudo (literalmente tudo). Para essa viagem, eu fiz e refiz esse roteiro mais de 200 vezes, tenho certeza disso. Todas as variáveis possíveis, se acontecesse alguma coisa, eu já estava preparado (e aconteceram VÁRIAS, por sinal). Tudo bem que era um certo receio da minha parte, o medo do desconhecido e tudo mais. Se eu pulasse de paraquedas em qualquer lugar da Bolívia, eu ia saber me virar mesmo sem internet.

Algumas dicas antes de realmente começar esse relato:

- Não reserve nada pelo Booking. Antes disso, pegue o nome do hostel/hotel, pesquise no Google e procure pelo número da acomodação. Geralmente, todos têm WhatsApp. Quando fazia isso, eu perguntava o valor do quarto diretamente com eles e comparava com o Booking. Absolutamente sempre eu pagava bem mais barato dessa maneira.

- Em relação à internet, não fique na noia como se você fosse para outro planeta sem acesso à informação e sem comunicação. Geralmente, hostels, restaurantes, cafés etc. têm Wi-Fi. Alguns você paga, outros não. Sobre o famoso "chip" de internet, é fácil de achar, é só "hablar", apenas. Eu comprei o meu em uma loja da Entel lá em Sucre. Foi "tranquilo" de comprar e ativar.

- Sobre comida, eu não tive "problemas" de comer na rua nem nada. Obviamente, eu comia em lugares com o mínimo de higiene, e sinceramente, por lá você paga por isso. O prato é o mesmo, porém, devido ao local, chega a ser mais que o dobro do valor. Então, é uma questão de pesquisar bem.

- O câmbio. Eu levei quase todo o meu dinheiro em espécie (foi a melhor coisa que fiz e a pior também). Uma parte estava em USD e outra em reais. Ambos os câmbios estavam ótimos. Quase todo o meu dinheiro foi trocado na rua com cambistas e em uma sorveteria lá em Sucre (sim, uma SORVETERIA!). Tinha até loja da Samsung fazendo isso. Eu até pensei em trocar dinheiro nas casas de câmbio em cada cidade que estava indo, porém a cotação era bem ruim em relação aos cambistas. Só troquei um pouco no aeroporto para emergência quando cheguei e, no Uyuni, 50 reais, pois o câmbio estava 1.75.

- As passagens para a Bolívia eu comprei usando milhas com a Gol, totalizando 41 mil milhas. Como fiz uma transferência bonificada via Livelo, fiquei com 19 mil milhas e, como tinha assinado o Clube Smiles anual, ganhei mais 16 mil milhas. Já tinha milhas, então só emiti a passagem com essa diferença. O custo disso foi de R$101,98 + 6400 pontos Livelo, que eu ganhava comprando coisas em sites parceiros e/ou comprando quando tinha promoções em datas específicas.

 


Dia 0: O começo de tudo

CWB-GRU, GRU-VVI

Eu já tinha preparado tudo o que precisava, porém estava bem ansioso, não só devido à viagem que acabava de começar, mas também por várias questões pessoais. Fui a uma farmácia pesar minhas mochilas e, sim, minha cargueira de 50 litros estava bem acima do aceitável. Porém, eu decidi ir mesmo assim. Chamei um Uber até a rodoviária depois de visitar minha mãe no hospital. Minha passagem era para 10h. Fiquei esperando tranquilo, até que não ficou tão tranquilo assim. Começou a chegar o horário do ônibus e nada. Conversei com um rapaz da empresa de ônibus e ele me disse que ia atrasar, porém não falou quanto. Comecei a ficar levemente preocupado.

O ônibus chegou depois de um certo tempo. Estava levando alguns lanches e água comigo, pois pretendia jantar lá perto da rodoviária do Tietê, porém, aparentemente, esse plano não era para acontecer... Depois de um tempo de viagem, o trânsito começou a ficar bem lento, até parar completamente. Isso era por volta de 13h.

Quando já fazia um tempo parado, chegou a notícia de um acidente feio na pista entre um caminhão e uma carreta. Estávamos no meio da serra sem internet. Comecei a ficar mais preocupado, pois não tinha atualização da situação. A fila começou a andar só por volta das 17h30, porém de uma forma bem lenta. Ainda estava "longe" da rodoviária do Tietê. O trânsito parou de novo depois de um tempo e eu decidi fazer uma coisa:

Conversei com o motorista e perguntei se dava para eu sair do ônibus, pois eu ia achar alguma maneira de sair dali, senão ia perder meu voo (que era às 22h40 '-'). Eu saí do ônibus, porém, caso o trânsito voltasse a andar, o motorista me disse que não ia parar para eu embarcar novamente. Então, sim, foi uma aposta.

Andei por alguns quilômetros até chegar na barreira da concessionária. Vi um grupo de motoqueiros e ouvi eles conversando sobre o acidente e tudo mais. Decidi ir conversar com eles. Foi aí que conheci o Marcelo, meu anjo da guarda.

Ele me questionou por que eu estava sozinho com duas mochilas ali, e eu só disse: "Preciso chegar na Bolívia". Ele e seus amigos estavam indo para Aparecida do Norte. Depois de um tempo conversando, o inacreditável aconteceu: ele decidiu me ajudar e me dar uma carona até o aeroporto!

Sim, era eu, o Marcelo, sua moto e eu com duas mochilas enormes por quilômetros. Ele decidiu me ajudar com uma condição: que um dia eu fosse a Aparecida com ele. Não como uma forma de pagar "promessa" ou apenas para fazer companhia, mas sim como uma forma de agradecimento.

Devido ao horário que cheguei para o embarque, eu não parei para comer nada desde a hora que saí de Curitiba. As coisas comigo ficam piores em todos os sentidos quando estou com fome. Porém eu estava tão tenso com a situação que não sentia fome nem sede, apenas um cansaço físico e mental absurdo.

Depois de tudo isso, quando já estava no avião indo para Santa Cruz, eu desmaiei. Só acordei quando a comissária veio entregar o "lanche".

Chegando em Santa Cruz, logo depois do pouso, minha internet do celular funcionou tranquilamente. Eu uso Tim, liguei pra operadora pra ativar o roaming internacional para emergência, peguei o pacote mais simples apenas para o dia que ia ficar em Santa Cruz e se por algum motivo não conseguisse comprar meu chip por 7 dias no total. Se eu não me engano, eles têm parceria com a Tigo.
Eram poucos GBs, porém, para WhatsApp e pesquisar, era o suficiente. Minha chegada foi de madrugada, então tinha poucas opções de transporte e hostel. Eu perguntei sobre o valor do táxi pra sair de lá, porém estava 100 BOBS '-'. É, não dava.

Fiquei andando lá dentro do aeroporto até achar uma casa de câmbio que estava "aberta", porém não tinha ninguém. Eu chamava, porém ninguém respondia, nem uma alma viva aparecia. Resolvi ir sacar um valor suficiente para o Uber, tinha visto no aplicativo que estava por volta de 70/80 BOBS. Fui testando meu cartão da Wise em vários caixas eletrônicos lá, e todos cobravam uma taxa de 8 USD para o saque.

Até que cheguei em um que simplesmente travou meu cartão, por exatamente 21 minutos ("É pronto, tô sem meu cartão, casa de câmbio só com o Gasparzinho funcionando, agora vou ter que dormir aqui..."). Depois desse tempo, meu cartão saiu, porém eu decidi ficar lá na frente da casa de câmbio até aparecer alguém.

Chegaram duas moças, ficaram na minha frente chamando ou batendo no vidro, até que apareceu uma velha que estava tirando o soninho de beleza dela. Fiz câmbio e fui ver o valor do carro no aplicativo chamado Yango. Deu 53 BOBS o carro e fui até meu hostel Travelero Hostel & Tours, que paguei 80 BOBS.

Oficialmente, cheguei na Bolívia.

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Depois do meu soninho da beleza, fui tomar um café da manhã e explorar um pouco o centro da cidade. E uma coisa que já falo de antemão: o calor lazarento que é Santa Cruz, nossa! Nesse dia, estava 34 graus.

Eu almocei em um restaurante/bar próximo do hostel, paguei 14 BOBS e fui até um mercado comprar duas garrafas de água de 2L, que paguei 9,5 BOBS. A praça principal é bem bonita, vários museus e prédios históricos, porém era domingo… então fiquei na base do olho.

Fiz câmbio com um cambista na praça. É muito fácil de achar eles, geralmente usam umas bolsas laterais e ficam nas esquinas (é diferente de uma garota do job no caso kkkk). Eu achei um depois de conversar com uma senhora que vendia sorvete (que, sinceramente, era ruim, o gosto parecia remédio). Troquei um pouco de dólar e reais com ele e voltei para comprar um sorvete com a senhora como uma forma de agradecimento pela dica de onde encontrar esses cambistas.

Andei até meu hostel, me despedi do pessoal, fiz o checkout e chamei um Yango até a rodoviária. Andei por lá até ir a uma empresa que me indicaram, era a Flota Capital. Cometi um erro de principiante, eu confesso: não olhei o ônibus antes de comprar a passagem.

Eu negociei com o rapaz da agência, ele me fez o valor de 100 BOBS no "leito", que vi depois que não era leito (Maldita máfia do leito cama). Resumindo: chovia mais dentro do ônibus do que fora, minha poltrona estava estragada, uma das molas não ficava "esticada" completamente, e eu ficava segurando um dos pés para deitar o banco.

Vários vendedores aleatórios circulavam por dentro vendendo coisas aleatórias, tipo pomada milagrosa da Shopee. Algumas galinhas e um cachorro viraram meus companheiros por um tempo.

É, essa viagem de ônibus foi engraçada.

Gastos do dia:

Transporte aeroporto por aplicativo: 53 BOBS 

Hostel Travelero Hostel & Tours: 80 BOBS

Alimentação: 49,5 BOBS

Extras: 21,5 BOBS

Ônibus para Sucre (Flota capital): 100 BOBS

 

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Dia 1 - Sucre, a Cidade Branca

Cheguei a Sucre por volta de 5h da manhã. Depois de um tempo, fui para o meu hostel, o Villa Oropeza Hostel. Paguei 50 BOBS e o anfitrião era muito acolhedor, me recebeu cedo durante uma chuva lazarenta.

Depois de me acomodar, tomar um banho e descansar, decidi começar meu tour na cidade. Porém, antes, fui comprar meu chip da Entel. Paguei 55 BOBS para 10 dias com internet ilimitada. Conheci a Catedral de Sucre e sua história, o Museu do Chocolate, a Praça 25 de Maio, o Convento San Felipe Neri, o Convento Mirador La Recoleta e sua feirinha, dentre outros pontos turísticos conhecidos. Fiz tudo andando, pois, na maior parte do tempo, as ruas eram retas.

Uma dica para câmbio: vá até o Mercado Central de Sucre. Ao redor, tem uma sorveteria, a única por sinal. A cotação estava 11,35 por dólar, e para real estava 1,85. A feirinha lá do Mirador La Recoleta vale muito a pena, porém tem que negociar. Consegui alguns souvenirs assim, na base do choro.

Se possível, compre os chocolates para ti, é o mais famoso em toda a Bolívia, e em Sucre é mais barato devido às lojas direto da fábrica.

Com toda certeza, essa é a cidade mais bonita de toda a Bolívia. Sua arquitetura única, ruas estreitas com calçadas de paralelepípedos… É chamada de Cidade Branca. Só indo lá para entender.

Eu voltei para o meu hostel bem no final da tarde, já tinha feito tudo o que queria. Estava com muita fome e uma sede desgraçada. Chegando ao hostel, fiquei descansando até dar o horário de fazer meu checkout, que, na minha cabeça, ia ser por volta de 20h. Porém, para minha surpresa, tinha uma brasileira no meu quarto. Ficamos conversando ali até 21h mais ou menos, porém, até então, eu não tinha comprado a passagem para Uyuni. Eu ia meio que na sorte e comprar direto.

Quando estava saindo, vi no site Tickets Bolivia que o último ônibus era para 22h30. Eu fui andando com duas mochilas até a rodoviária, não passava um táxi sequer. Quase morri de andar com todo aquele peso...

Chegando lá, para minha surpresa, as únicas empresas que fazem esse trajeto não tinham mais passagem ‘0’ (é, azedou). Não fiquei desesperado nem nada, pelo menos no momento. Comecei a pesquisar passagem para Potosí e, em seguida, Oruro, porém também não tinha mais à venda.

Imediatamente, mandei mensagem para o hostel em que estava e pedi mais um dia. Porém, eu não saí da rodoviária no momento, fiquei na porta do embarque esperando alguma passagem para venda ou alguém que tivesse desistido de ir para Uyuni.

E sim, apareceu um rapaz depois de um tempo me oferecendo a passagem dele por 100 BOBS, basicamente o mesmo preço que pagou. A empresa de ônibus era EMPERADOR, muito boa por sinal, era semi-leito dessa vez.

Mesmo sendo muito confortável, eu não consegui dormir muito bem. Acordei várias vezes durante a noite. A viagem em si foi tranquila tirando essa parte. Chegamos ao Uyuni por volta de 6h.

Gastos do dia:

Taxi rodoviária: 10 BOBS

Hospedagem: 50 BOBS

Alimentação: 84,5 BOBS

Chip ENTEL: 55 BOBS 

Passeios e extras: 124,5

Ônibus para o Uyuni (Emperador): 100 BOBS

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A sorveteria que fiz câmbio

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Dia 2 e 3 - Salar de Uyuni

 

Finalmente chegamos a Uyuni. A viagem foi tranquila, porém, novamente, não consegui dormir -_- Ainda não sou muito bom com isso, mas um dia vou aprender a dormir em um ônibus sem precisar me entupir de Dramin e afins.

Estava um "pouco" frio quando cheguei, nada que eu já não esteja acostumado com o frio do sul. Fui andando até a avenida principal, onde ficam todas as agências de turismo de Uyuni. Depois de alguns minutos, vi uma moça do lado de fora de um café, e ela me chamou para entrar, dizendo que também tinha uma agência de turismo. Como estava com fome e "cansado" da viagem, resolvi entrar. O lugar era bem aconchegante e limpo. Fiquei ali até umas 8h, 8h30, escrevendo em meu diário, até que resolvi sair para fazer cotações. Eu já sabia que os preços estavam mais altos do que o normal devido às chuvas.

Fui a várias agências, mais de 15 por sinal. O passeio de três dias era praticamente o mesmo em todas, e o preço médio que encontrei foi de 1.150 BOBS, mais 162 BOBS de taxas dos parques. O passeio de um dia variava entre 120 e 300 BOBS, dependendo da agência. Algumas levavam bicicletas, o almoço era feito no meio do salar, e as fotos eram tiradas com uma câmera boa — então, em relação ao passeio de um dia, essas eram as diferenças.

Como eu disse anteriormente, mudei meu roteiro várias vezes, e essa foi uma delas. Inicialmente, faria o passeio de três dias, mas, devido ao valor, comecei a cotar o de dois dias, que variava entre 680 e 750 BOBS. Porém, eu sabia que, se deixasse para fechar de última hora, poderia conseguir um valor melhor, já que as agências costumam dar descontos para completar os carros e iniciar o passeio.

Então, parei de procurar agências e fui a algumas farmácias comprar água, além de passar em uma casa de câmbio. Me perdi no mercado municipal — lá é muito louco, no mesmo lugar onde se vende um DVD de qualidade duvidosa, também vendem cabeça de porco.

Eram por volta de 10h15 quando voltei a procurar agências para fechar o passeio. A agência que eu queria já tinha o carro cheio. Depois de um tempo, uma moça me perguntou se eu estava sozinho e para qual passeio eu queria. Eu disse que estava entre o de um dia e o de dois dias. Para minha sorte, ela tinha uma vaga disponível para cada um. O preço inicial para o passeio de dois dias era 750 BOBS, e então entramos em uma longa negociação de 15 minutos. Resumindo, ela aceitou me vender por 500 BOBS, pois ninguém apareceu na agência até o horário de saída dos carros.

 

O Salar

Começamos pelo cemitério de trens, e, por sinal, foi o que eu menos gostei. Não pela sua história, que é sim interessante, mas pelo lugar em si, que é só um espaço com trens onde você pode pegar tétano e fazer fotos "instagramáveis".

Depois disso, fomos a Colchani, onde tem a feirinha do salar (recomendo) e onde você aprende como é feito o processamento do sal, além de visitar o museu. Essa feirinha é muito boa para comprar souvenirs, seja para você ou para a família toda — desde que saiba negociar. Basicamente, nada tem preço fixo.

Almoçamos em um hotel de sal, que também foi o lugar onde dormimos na volta do salar. É um pouco difícil descrever a sensação de ver o salar pela primeira vez e sua imensidão. Tive a sorte de pegá-lo espelhado, o que rendeu fotos incríveis. E o pôr do sol foi um dos mais lindos que tive o prazer de ver.

Devido às chuvas, os carros só andavam a 15/20 km/h, então tem que ter paciência. Qualquer mudança de trajeto significava 1h30 de distância das outras paradas. Visitamos os monumentos no meio do salar, o famoso monumento Dakar e a praça das bandeiras. Faz um calor da desgraça, então vá preparado com roupas com proteção UV e segunda pele, pois na sombra você morre de frio.

Retornamos à noite para o hotel de sal. Já fazia um tempo que eu não estava me sentindo bem, então tomei alguns remédios e fui dormir. De manhã, estava pior. Avisei meu guia, que usou um oxímetro para medir minha saturação — estava em 68%. Ele conversou comigo e perguntou se eu queria parar ali ou continuar. Eu disse que queria continuar e, se piorasse, que me levasse até Oruro.

O passeio do segundo dia então começou. Visitamos uma igreja de arquitetura colonial, a Lagoa Verde, as águas termais e, sim, teve flamingos. Já quase no final do passeio, eu estava me arrastando e pedi para o guia me levar até Oruro. Eu poderia ficar por ali no hospital ou seguir para La Paz, mesmo sabendo que era arriscado. Decidi seguir viagem até La Paz e fui direto para o hospital.

Depois de receber oxigênio e medicação, o médico me recomendou ir até Coroico se eu não melhorasse. Resolvi ficar em La Paz repousando na parte da manhã, até porque estava uma chuva chata.

 

Gastos do dia:

Alimentação: 41 BOBS

Passeios e extras: 614,5 BOBS

Ônibus para o La Paz (Flota Urus): 30 BOBS

 

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Dia 4 -  La Paz e Copacabana

 

Depois de tomar café da manhã, já estava me sentindo um pouco melhor. Passei a manhã escrevendo, já que a chuva lazarenta não parava por nada. Depois de um tempo, conheci alguns brasileiros e decidi sair com eles um pouco. Visitamos alguns museus, igrejas, praças e até andamos de teleférico.

Antes de sair do meu hostel, já tinha feito o checkout e deixado minhas mochilas em um armário na recepção. Só voltei lá para pegá-las e chamar um Yango que custou 8 BOBS. Conversei com algumas pessoas sobre onde pegar a van/ônibus para Copacabana e descobri que é no Cemitério General de La Paz, que ficava a mais ou menos 2 km do meu hostel. Essa dica é interessante, porque de lá você pode sair para Copacabana a qualquer hora do dia, diferente do terminal de ônibus de La Paz, que só tem horários bem cedo pela manhã (6h30/7h30). Peguei uma van por 25 BOB até Copacabana.

Já vou avisando de antemão: os motoristas são MALUCOS! Parece que estão no Velozes e Furiosos—a cada curva na contramão, um infarto. Fora que, para mim, que sou um cara "grande", fui espremido no banco de trás com minhas mochilas, mais as mochilas e sacolas do povo que ia junto. O trajeto dura mais ou menos 3 horas e, no Estreito de Tiquina, é necessário pegar um barco, que custa 2 BOB. Depois, a gente volta para a van e segue até Copacabana.

Mesmo com vários infartos no caminho, depois de um tempo dá para apreciar uma vista linda—para quem senta do lado esquerdo da van, fica ainda melhor (ajuda a distrair a cabeça). Cheguei em Copacabana e fui direto para o meu hostel, o Bella Vista. Não era muito barato, mas, depois de uma negociação, paguei 35 BOB. Eu estava sozinho no hostel, e o anfitrião aguardava a chegada de uma moça do Chile e um pessoal de Israel. Tomei um café da tarde com ele e pedi orientação sobre como subir o Cerro Calvário. Ele me deu um mapa e explicou um jeito "mais fácil" de subir, indo pela direita do cerro, em vez de pegar a subida depois da praça principal. Mesmo assim, foi um sofrimento! A cada cinco passos, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu sabia que ainda não estava bem por causa da altitude, mas era algo que eu queria muito fazer. Demorei mais de uma hora para subir, pois precisava parar para recuperar o fôlego, tomar água.

Quando finalmente cheguei ao topo... nossa, que vista linda! Dá para ver toda a cidade de Copacabana e o Lago Titicaca, é realmente impressionante. Fiquei ali até o pôr do sol. Antes de voltar para o hostel, decidi comer na rua. Fui a vários restaurantes procurando a famosa truta do lago, mas estava MUITO cara—pelo menos nos lugares onde pesquisei, os preços variavam de 80 a 120 BOB. Acabei comendo um hambúrguer mesmo, que foi suficiente para encher o buxo. Queria sair cedo no dia seguinte, por volta de 8h30, já que o primeiro barco saía às 10h custa 30 BOBS.

 

Gastos do dia:

Transporte por aplicativo : 8 BOBS

Hospedagem: 35 BOBS

Alimentação: 42 BOBS

Passeios e extras: 36,5 BOBS

Van para o Copacabana : 25 BOBS

 

Dia 5 e 6 A Ilha do Sol

Depois de acordar e tomar café, descobri que, para onde eu ia, não tinha barco nesse horário—só às 13h. Meu destino era a comunidade Yumani, com parada em Pilkokaina, mas acabei comprando o bilhete errado -_-. Fui parar no porto sul, que fica mais à frente, e só me dei conta disso depois de passar pelo Templo do Sol. Mas tudo bem, eu estava na Ilha do Sol pelo menos. No barco onde eu estava, tinha um guia comunitário chamado Roberto. Caso tenham a oportunidade de conhecê-lo, façam o tour guiado, vale muito a pena. 

Quando cheguei à ilha, estava sem internet, mas tinha salvo o Maps offline. Para chegar à minha hospedagem, eu tinha duas opções: ir pela Escadaria Inca, que eu sabia que ia sofrer, ou procurar um caminho alternativo. No caso, o Caminho dos Burrinhos—um trajeto paralelo ao desembarque do Porto Sul, feito em zigue-zague para os burrinhos descerem até o porto e pegar mantimentos. Mesmo sendo mais fácil, eu sofri. Estava com duas mochilas e mais 6 litros de água.

Demorei para chegar ao Campo Santo que custou 140 BOBS. Depois de arrumar minhas coisas, fiquei descansando e tomando chá de coca, com uma vista linda bem na frente do meu quarto. Mais tarde, decidi jantar no famoso restaurante Pachamama. Posso dizer que foi o MELHOR prato que comi até então! Pedi a truta preparada com limão. Tive que pagar com o cartão Wise porque esqueci a carteira no meu quarto. Deu 50 BOB. Fiquei ali até o pôr do sol, escrevendo. Voltando para meu hostel, arrumei minhas coisas para dormir e percebi uma coisa quando olhei para cima: as estrelas. Nossa, eu nunca tinha visto um céu tão lindo como aquele. Usei minha câmera para fazer um timelapse das estrelas e tirar algumas fotos—foi incrível.

No dia seguinte, acordei para tomar café da manhã e voltei para a cama. Estava um pouco frio e ainda não me sentia bem por causa da altitude. Na parte da tarde, decidi fazer o tour guiado com o Roberto, mas, como era sábado, ele não estava fazendo o passeio. Fiquei lá no porto conversando com ele, e ele acabou decidindo fazer um tour privado comigo. Foi incrível e cansativo também—subi e desci a Escadaria Inca mais de uma vez. Depois de um tempo, ele me apresentou seu amigo, o guia Álvaro, e continuei o passeio com ele, desde o Templo do Sol até o lado norte da ilha. Valeu MUITO a pena!

Hospedagem: 220 BOBS

Alimentação: 120 BOBS

Passeios e extras: 36,5 BOBS

 

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Dia 7 a 15

 

Retornando da Ilha do Sol, decidi não continuar minha viagem para La Paz. Estava chovendo MUITO, e eu não queria fazer nada com pressa. Então, decidi ficar mais um dia em Copacabana para descansar no meu descanso.

Na parte da tarde, resolvi explorar a cidade e fiquei na rua até de noite, quando encontrei um restaurante legal para comer por 35 BOBs, o Juyra Café Bar. O hotel onde fiquei custou 80 BOBs e se chamava Utama. A região estava toda lotada, então foi o único que consegui.

No dia seguinte, tomei um café muito bom, porém "caro", custou 37 BOBs. O nome do lugar era Pit Stop, bem próximo da praça onde param as vans. Logo depois, fui apedrejado por uma chuva de granizo. Kkkk.

Depois de me recuperar das pedradas, peguei um ônibus para voltar a La Paz. Novamente fiquei alguns dias no Hostel Lobo e paguei 43 BOBs pela diária.  Este hostel oferece serviço de lavanderia, que custava 8/10 BOBs por kg. Eu deixava as roupas pela manhã e as retirava à noite na recepção. Existem outros lugares que fazem esse tipo de serviço, porém eu usava o do hostel pela facilidade.

Basicamente, nesses dias em La Paz, fiz vários passeios, alguns pagos e outros não. Conheci muitos museus, restaurantes e lugares aleatórios.

Se alguém tiver a oportunidade de ir à Feira 16 de Julho, é muito interessante e caótica. Ela acontece toda quinta e domingo.

Passeios como Chacaltaia e Laguna Esmeralda eu já tinha conversado com vários turistas e agências para ter uma noção de como estavam, e sinceramente fiquei bem desanimado com as fotos, vídeos e comentários. Então, decidi não fazer nenhum desses. Estava um clima horrível, toda hora chovia ou ficava garoando. A única escolha que tinha era fazer a Estrada da Morte de bike, que por sinal, eu estava bem animado de fazer lá no começo da viagem e durante a fase do planejamento. No entanto, cheguei à conclusão de que não era isso o que eu procurava.

No geral, mesmo depois de 7/8 dias na Bolívia, ainda estava sentindo a questão da altitude, porém de uma forma bem leve. Era como se eu fosse um jogador de futebol, porém fumante. Até pensei em fazer o Pico Áustria ou algum semelhante, mas deixei para decidir na última hora.

Tentei ir sozinho até o Vale de Las Ánimas, mas tive que mudar meus planos. Estava chovendo MUITO, então retornei para o centro e fiquei andando pelas galerias. Me perdi por algumas galerias procurando o "famoso" café boliviano. Achei, nas feiras de rua, desde o café Copacabana, que custava 10 BOBs, até alguns cafés "gourmet" por 200 BOBs. Se eu comprasse um desses, ia ter que durar um ano. Como meu objetivo nos últimos dias era "encontrar café", depois de várias andanças, encontrei um bom e barato: o Café Royal, que fica próximo ao El Prado Capsule Hostel.

Fiz o passeio das cholitas, que, por sinal, é muito engraçado. Paguei 70 BOBs. É tipo um WWE, porém das cholitas. Tem soco, voadora, mortal, tapa na cara, tudo o que uma luta nesse estilo tem direito. O problema foi chegar lá. Era exatamente uma quinta-feira, então pegamos o trânsito caótico de El Alto. Era cerca de 30 minutos para andar 50 metros. E o nosso motorista ainda fez a proeza de andar por quilômetros na contramão atrás de uma ambulância cortando caminho. Isso foi loucura! Se o Detran pega, já era a carteira.

Sobre a comida, economizei bastante comendo na rua e pesquisando. Sempre gostei de ir onde o povo estava e nunca tive problemas com isso. Alguns dias, almocei no Danny Says e pegava o menu do dia, que custava 30 BOBs — uma sopa de entrada, prato principal e um suco. Outros dias, eu almoçava ou jantava na rua mesmo, era muito aleatório, porém a média de valores por refeição era entre 15 a 25 BOBs. Fui também com um amigo no Brosso, que tem de tudo lá, desde sorvetes, bolos, até porções. O ambiente e a música são bons e, no geral, o preço é bom.

Para quem gosta de beber, as cervejas são  caras. Só consegui beber no último dia em La Paz, no Invictos Sport Bar. Tinha chopp em dobro, hambúrgueres, porções. Era bem próximo do El Prado Capsule Hostel, onde eu estava no meu "último" dia em La Paz, e me custou 60 BOBs.

Tive problemas com a polícia, desde ficar sem passaporte até pegarem meu dinheiro. Isso, especificamente, ainda vou escrever em detalhes no relato.

O ônibus de retorno para Santa Cruz foi um caos: problemas mecânicos durante a serra, no sentido Cochabamba e Santa Cruz, pneu furado, motorista que parava para dormir, criança que vomitou na escada do ônibus, banheiro que quebrou... Foi tenso. No último dia na Bolívia, fiquei no Travelo Hostel apenas para descansar dessa longa viagem e sair mais à noite para ir ao aeroporto dormir. Como cheguei cedo, por volta de 20h30, 21h30, fiquei dormindo no chão mesmo até as 3h00, mais ou menos, até o pessoal do embarque liberar a entrada. Minha última refeição em terras bolivianas foi um açaí.

O fato de eu não seguir um roteiro "fixo" da metade da minha viagem até o final foi muito interessante. Não ficava preso a horários, compromissos. Eu apenas pegava "minha" mochila pequena, com água, power bank e meu diário, e ia andando sem destino certo (me perdi várias vezes). Uma hora, eu só ia andando, outra hora pegava um ônibus sem olhar a placa para onde ia, outra hora entrava em uma van que apenas estava escrita com um destino que eu tinha ouvido falar. Conheci muita gente dessa forma. Até entrei na casa de uma senhora para ficar conversando com ela e tomar um chá de coca. Conheci um pintor de rua que estava pintando uma adaptação de um quadro e fiquei por ali, conversando e ajudando ele a pintar. Isso foi em uma galeria aleatória que entrei no Museu da Coca, na rua das bruxas. É só um exemplo de tantas coisas aleatórias que fiz por lá.

Sim, tive medo de muitas coisas durante a viagem: de me perder (me perdi), de perder os ônibus (perdi), de ficar sem internet (fiquei), de ser roubado (sim, fui), de passar mal devido à altitude (aqui vacilei), porém nada disso me impediu de ir, de seguir com meu sonho.

Às vezes, a vida nos convida a sair do caminho seguro e previsível, nos forçando a abraçar a incerteza. O medo, os obstáculos e as dificuldades são parte do processo. Afinal, ao olhar para trás, percebo que as melhores memórias não estão nos roteiros mega planejados, mas nas escolhas espontâneas nos momentos em que me permitia ser guiado pela aleatoriedade da vida. Porque, no final, a viagem não é sobre os lugares que visitamos, mas sobre quem nos tornamos ao longo do caminho.

 

Uma boa viagem a todos.

 

Custo total da viagem:

150 USD
3559,3 BOBs ± 1.935 reais

 

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Jorge, leio seu relato com a alegria no coração de saber que concluí minha missão de te provar que, de vez em quando é bom se perder. E, só para eu não perder a canção que faz todo sentindo aqui: 

"Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver

Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído espalhar bem-querer"

Parece que seu paraquedas caiu fora da rota, mas, mesmo assim, você foi feliz, viveu e aprendeu curtindo todo o seu 'não planejamento'. 

Como alguém que acompanhou o seu pré/durante/pós viagem, posso dizer que o Jorge Lucas que voltou não vai mais esquecer de tirar férias, e de utilizar seus olhos de fotógrafo para ver a beleza do seu caminho. 

Que você possa sonhar novos sonhos, criar novas memórias, e compartilhá-las conosco. 

Com carinho,

A famosa Lindinha. 

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