Membros Este é um post popular. Renpa Postado Fevereiro 20 Membros Este é um post popular. Postado Fevereiro 20 Introdução Oi, meu nome é Renan. Um careca de 36 anos de idade. Não sou aquele magro de 10 anos atrás, muito menos o mesmo condicionamento físico: tenho minha barriguinha um pouco mais saliente, apesar de não tomar cerveja. Faço minhas corridas de rua, faço minhas musculações. Posso dizer que sei correr bem e tenho um bom condicionamento físico. Sou um cara fresco pra comer, viciado em coquinha zero. Essa introdução, apesar de chata, é necessária para você entender os perrengues que passarei a seguir. Onde tudo começou Meio para o final do ano de 2024. Uma atleta minha foi convidada para participar de uma competição e defender a seleção brasileira Nippon. O pai dela me convidou para ir assistir e topei. Ele ajudaria com meus gastos… então pedi ao meu chefe uns dias a mais para aproveitar o Peru. (eu sei, essa frase não caiu bem, engraçadinho hahaha). E a ideia estava feita. O que vou fazer? Conhecer Machu Picchu? Claro!.. fui pesquisando e pesquisando e foi aí que eu descobri: Trilha Salkantay. 4 ou 5 dias de trilha. Era isso! O preço estava nos R$2000,00. Era o que eu conseguiria pagar, no limite. Vi vídeos, achei sensacional, desafiador, topei. Dia 0 – Cusco Chego à noite em Cusco e vou para o Hostel onde minha esposa está. Durmo lá e… cá estamos no “dia 0”. A ideia desse dia era servir para aclimatação e conhecer o centro da cidade. Vamos andando, conversando… peço para ela andar mais devagar, estava um pouco sem ar (nada diferente para uma cidade a seus 3200 ou 3300 mts de altitude). Chegamos no centro, lindo. Igreja gigante ao mesmo tempo que possui as estátuas Incas. Um monte de pessoas por ali, tentando me vender passeios, souvenirs, etc. Vamos andando para conhecer e bora pro mercadão. Comida barata, cheio de artesanatos (que eu particularmente adoro) e um monte de coisa legal. Após tudo isso, vamos até a agência KB Adventures, onde vamos fazer o Salkantay e lá eles dão um briefing dos próximos dias. Voltamos ao hostel e arrumamos as coisas para o outro dia. Ansiedade a mil. Mas hora de descansar. Dia 1 – Laguna Humantay Antes do alarme tocar, meus olhos já estavam pregados. Sabia que era hora de acordar. Me levanto, pego minhas malas e espero a Valéria terminar de pegar as coisas dela. Eu estava pronto. Sabia que a maior aventura das minhas vidas ia se iniciar. O que não sabia, claro, é que ao mesmo tempo que seria incrível, o sofrimento seria tão grande quanto. A van chega na frente do Hostel, pontual. E aí começa a pegar todas as pessoas, nenhum brasileiro no grupo de 14 pessoas, tirando nós dois. O motorista continua a dirigir por 2 horas. Um pequeno medo começa ali, muita chuva, estradas desbarrancadas, com pedras no meio do trajeto, meio catastrófico. Tentava não pensar nisso, ia ser foda. “Ia? Ia sim! Pare com essas dúvidas”. Paramos em um local para tomar café. Bem simples, pedimos um omelete e um suco. Enquanto não ficava pronto, tínhamos que preencher uma ficha com nome, nacionalidade, idade e profissão. Fomos os últimos a preencher e lógico, curiosos como somos, fomos ver dos outros integrantes do grupo. Todos gringos. Alemanha, Suécia, Noruega, Irlanda, Canadá, Alaska… cacete. Essa galera conhece o frio. Cadê os sulamericanos pobres dessa lista? E aí… vem a pior parte: IDADE. 18, 20… 22 no máximo. Um de 30 apenas… e nós dois: Valéria – 34 anos e Renan – 36 anos. Sim, pela primeira vez eu era o tiozinho do grupo. Tentei não ligar muito, idade é apenas um número, já diriam os mais otimistas. Mas esse número fez uma diferença da porra… Entramos na van novamente. Mais 1h30m de direção e chegamos a Challacancha. 2 soles pra ir no banheiro, estava apertado. Melhor que dar vontade no meio da trilha, certo? Pegávamos os bastões e começamos a caminhar na estrada de terra, seguindo o guia. “Nessa estrada aqui, nem vamos precisar dos bastões” – Falava para a Valéria. Mas o que descobri nessa viagem é que a língua PUNE. Claro que não precisava me punir tão rápido assim, hahaha, Segundos depois o guia aponta para o alto de um barranco (e que barranco!) e pede para o seguirem. E lá vamos nós, começar a subir aquele barrancão da desgraça. Após alguns metros, todos param ofegantes. “Cacete, isso vai ser sofrido” – pensava alto. Esqueci de mencionar, mas já estávamos a 3800 metros de altura. O que isso muda? TUDO. Acredite, TUDO meu amigo. Continuamos a caminhar por aquele maldito barranco e chegamos lá em cima, em um caminho meio estranho. Pequeno, mas com um cano ao lado. Era reto, a caminhada saía fácil. Eu e a Valéria como bons tiozinhos do grupo, aproveitávamos para tirar foto de tudo. Piadinhas, risos, estava ótimo. Continuamos a caminhar até chegar a nosso acampamento base daquele dia (3900 mts de altura). Sem energia elétrica, sem banho, mas com privadas para o banheiro. Esperamos pelo almoço. Primeiro, sempre vem a água quente e um cházinho da desgraça. Depois uma sopa aleatória. Eu que não suporto chás e sopas, era uma tortura. Mas tentava tomar, sabia que seria necessário para os próximos dias. E logo em seguida vem o almoço normal, algum frango, arroz e um misto de abacate e algumas coisas que não quis nem olhar. Deu pra deitar uns 20 minutos e … hora de ir a Laguna Humantay. Deixei todas as coisas no alojamento, vou só com os bastões pra não precisar levar as mochilas. Começamos a subir, o cenário é bonito. Cheio de cavalos e uma PUTA de uma subida. Ao ir subindo, fui ficando sem ar. Cada passo era mais dificil que o anterior. Olhava para frente e para cima e logo era o último do grupo. “Tomar no cú… vou conseguir!”. Mas cada vez mais a galera se distanciava. Estava muito sofrido. Fui subindo, subindo e dando pequenas pausas para ver se o oxigênio entrava em meu pulmão. O que pareciam não se conversar muito nesse momento. Chegávamos a primeira casinha, o guia esperando e perguntando se eu estava bem. “Estoi bien, apenas un tiquito cansado” – desde já, dá pra ver que meu espanhol ou portunhol não é meu forte. E nem minha capacidade de mentir, estava só a “capa do batman”. O grupo continuava avançando como se fosse uma matilha de cachorros doidos para pegar uma presa. E eu avançava na velocidade de uma tartaruga manca fazendo moonwalk. Cravava meus bastões no chão, olhava para cima e eu estava longe do pessoal. A bota afundava no meio das pedras, todas molhadas pelas chuvas e tropeçava, escorregava de leve. Mas continuava a avançar. O que mais me preocupava era: “Vou estar quase chegando e o guia vai me mandar voltar… isso vai ser muito frustrante”. A próxima casinha chegou. Estou perto… perto de errar novamente. Faltava muito. Subida desgraçada! Quando virava a esquina e olhava, parece que tinha que subir tudo que já tinha subido. Mas eu que não ia desistir, já tava ali, pô. E após inúmeros passos, cheguei. Morto, ofegante. Respirando como se fosse um macaco véio com asma (e não sou?). Encostei em uma pedra e tomei meu tempo para descansar. Eu e a Valéria tiramos algumas fotos, apesar do tempo não estar dos melhores. Depois o guia falou que dava pra subir mais um pouco e ver ali de cima. Fomos. A famosa frase: o que é um peido para quem está cagado? Tudo bonito, mas hora de descer. Na descida foi mais tranquilo pra mim, mas a Valéria sofreu. Reclamou de muita dor no joelho. A descida não terminava nunca. Preciso dizer que fomos os últimos novamente? Ia soltando umas piadas aqui e ali e tentando animar, mas não tava dando certo. Muito tempo depois, chegamos no acampamento. “Happy Hour” – dizia o guia. E lá fomos, meio sem vontade. Tinha uma pipoquinha, comi. E depois… chá. Sopa. E uma jantinha. O pessoal adorou a comida. Eu sou fresco, queria só um arroz, carne e um ovinho com uma coquinha. Mas comi e fomos deitar. O aviso era pra tomar cuidado com a noite fria, que podia fazer negativo. Entramos dentro do saco de dormir e alugamos um cobertor. Nesse dia, vi a Valéria triste, querendo desistir. Eu que já estava querendo desistir ouvi isso e cortou meu coração. Que merda estávamos fazendo ali? Não somos mais jovens para isso. Fui dormir puto, nunca mais vou fazer uma merda dessas. Mas o próximo dia seria pior, 22km de caminhada (aproximadamente 12 horas). O guia já tinha nos dado a opção de contratar um cavalo para a subida. Não queria fazer isso de jeito nenhum. Não foi pra isso que eu vim, mas estava considerando o tempo todo. Dormi. Parecia que dormi bastante e quando abri os olhos… 00h23. Até 4h30 tem chão. Vontade de ir no banheiro. Saio no meio daquela escuridão da desgraça com a lanterninha do celular e… a diarréia me mandou um olá. Essa cena se repetiu mais uma ou duas vezes durante essa madrugada. Maldita madrugada. O que tô fazendo aqui? Quero ir embora. (continua...) Fotos: Igreja na praça central de Cusco Chafariz na praça principal de Cusco Mercadão de Cusco Valéria biscoitando na praça principal de Cusco Nosso alojamento no dia 1 Laguna Humantay Alguns metros acima da Laguna Humantay Eu e a Valéria na Laguna Humantay Morrendo após chegar na Laguna Humantay 3 1 3 3 Citar
Colaboradores Juliana Champi Postado Fevereiro 20 Colaboradores Postado Fevereiro 20 (editado) Em 20/02/2025 em 05:11, Renpa disse: Oi, meu nome é Renan. Um careca de 36 anos de idade. Não sou aquele magro de 10 anos atrás, muito menos o mesmo condicionamento físico: tenho minha barriguinha um pouco mais saliente, apesar de não tomar cerveja. Faço minhas corridas de rua, faço minhas musculações. Posso dizer que sei correr bem e tenho um bom condicionamento físico. Sou um cara fresco pra comer, viciado em coquinha zero. Expand Oi, meu nome é Juliana. Uma diabética tipo 1 atualmente acima do peso de 44 anos de idade. Não sou aquela moça magra de 10 anos atrás, muito menos o condicionamento físico: tenho barriguinha saliente, apesar de não tomar cerveja. Faço minhas fisioterapias, pilates, minhas musculações. Posso dizer que não aguento correr 5 minutos e tenho um condicionamento físico blé. Sou uma moça boa de garfo, viciada em coquinha zero (e vinho). DITO ISSO queria dizer que já ri demais da sua história e que em menos de 3 meses tb estarei pelas trilhas altas do Perú e Bolívia, hahaha! Eu já fiz trilha acima de 3500 e 4000 e sei que é difícil demais, mas o que está por vir meu corpo ainda desconhece! Continue! Editado Fevereiro 20 por Juliana Champi 1 2 1 Citar
Membros Lucass7 Postado Fevereiro 20 Membros Postado Fevereiro 20 Em 20/02/2025 em 14:38, Juliana Champi disse: Oi, meu nome é Juliana. Uma diabética tipo 1 atualmente acima do peso de 44 anos de idade. Não sou aquela moça magra de 10 anos atrás, muito menos o condicionamento físico: tenho barriguinha saliente, apesar de não tomar cerveja. Faço minhas fisioterapias, pilates, minhas musculações. Posso dizer que não aguento correr 5 minutos e tenho um condicionamento físico blé. Sou uma moça boa de garfo, viciada em coquinha zero. DITO ISSO queria dizer que já ri demais da sua história e que em menos de 3 meses tb estarei pelas trilhas altas do Perú e Bolívia, hahaha! Eu já fiz trilha acima de 3500 e 4000 e sei que é difícil demais, mas o que está por vir meu corpo ainda desconhece! Continue! Expand Eu estou no Peru e ainda estarei nessa data, me avisa quando venha e me comparta seu itinerário haha seria muito bom se eu pudesse encontrar vocês!! finalmente conhecer pessoalmente alguém daqui hehe 1 Citar
Membros willybuss Postado Fevereiro 20 Membros Postado Fevereiro 20 Lendo aqui e me vendo. Tenho 38 e a esposa 40 e vamos em abril. Já estou sentindo falta de ar só de ler, continue... 1 Citar
Colaboradores Juliana Champi Postado Fevereiro 20 Colaboradores Postado Fevereiro 20 Em 20/02/2025 em 19:35, Lucass7 disse: Eu estou no Peru e ainda estarei nessa data, me avisa quando venha e me comparta seu itinerário haha seria muito bom se eu pudesse encontrar vocês!! finalmente conhecer pessoalmente alguém daqui hehe Expand que demais! vou te mandar nossas datas lá no insta! 😎 1 Citar
Membros Davi Leichsenring Postado Fevereiro 21 Membros Postado Fevereiro 21 Eu também vou em Maio. dia 19 eu já comprei a entrada pro Machu Picchu, mas em Cusco vou chegar lá pro dia 15 mais ou menos. 1 Citar
Membros Renpa Postado Fevereiro 21 Autor Membros Postado Fevereiro 21 Opa! Legal que estão gostando galera... assim que tiver um tempinho vou para o dia 2. E apesar desse começo, nao é pra tirar a vontade de ninguem de fazer a trilha não. Foi sensacional kkkkkkk Mas nem tudo são flores como o pessoal vende kkkk 1 Citar
Colaboradores Juliana Champi Postado Fevereiro 21 Colaboradores Postado Fevereiro 21 Em 21/02/2025 em 13:30, Davi Leichsenring disse: Eu também vou em Maio. dia 19 eu já comprei a entrada pro Machu Picchu, mas em Cusco vou chegar lá pro dia 15 mais ou menos. Expand então dá pra combinarmos um pisco, estarei lá de 9 a 19 de maio! 15-16 é minha ida a MP! Citar
Membros Davi Leichsenring Postado Fevereiro 21 Membros Postado Fevereiro 21 Em 21/02/2025 em 16:21, Juliana Champi disse: então dá pra combinarmos um pisco, estarei lá de 9 a 19 de maio! 15-16 é minha ida a MP! Expand Opa, então está marcado! Quando eu chegar em Cusco te mando mensagem. 1 Citar
Membros Renpa Postado Fevereiro 27 Autor Membros Postado Fevereiro 27 (Continuando...) Dia 2 - Salkantay Pass Aahhhh! Nada como uma noite de sono regenerativa para renovar o humor e os ânimos, certo? Claro, se você tiver essa noite. O que não foi o meu caso. Parecia que tinha dormido como uma pedra, me reviro todo e pego o celular que estava sendo carregado por um power bank: 00h13. Puta merda. O pior, uma vontade de cagar enorme. Lá vou pegar meu celular, ligar a lanterninha e sair iluminando tudo e andando por aquele frio da desgraça de madrugada. O bom que nem cheguei a sentar no vaso, já estava tudo resolvido só de agachar. A diarréia me deu um "olá". Essa história se repetiu mais 3 vezes durante essa madrugada que não acabava nunca. A Valéria, por sua vez, dormiu que nem um anjo e acordou bem melhor, sem mais vontade de desistir. A minha vontade de parar por ali tinha se tornado o famoso "sangue nos olhos". Vou terminar essa porra, custe o que custar. “COCA TEAAAAAAA, COCA TEAAAA!”. Eram 04h30. O guia batia de porta em porta levando chá de coca. Ruim que só uma desgraça. Mas vamos lá, respira fundo e manda pra dentro. Arrumamos as coisas no meio da escuridão e fomos tomar café da manhã. Os cavalos levariam alguma sacola nossa, enquanto nós levamos a mochila. Mas os cavalos só podem levar 5kg. Tudo bem, tinha pesado minha sacola e estava com 3kg, certo? Errado. Ao pesar minha sacola, estava com 8kg. A roupa molhada pesa… e como pesa! Então o outro cavalo aqui teve que levar os 3kg a mais. Sim, eu mesmo. Começamos a andar as 05h30 da matina. Muita chuva, cheio de barro mas reto. Vamos seguindo firmes e fortes. Logo mais as subidas começam… e que subidas. Ao olhar para cima, não tinha fim. O pescoço doía e você não via o topo. Nem olhava. Tentava focar apenas em um caminho a curto prazo para subir no meio daquele monte de pedras que fosse menos exaustivo. O ar faltava a cada passo, mas tentava pensar em uma música e seguia cantando ela na cabeça e seguindo para cima. A Valéria me acompanhava, com falta de ar também. Ô altitude que nos maltratou. Subíamos em zigue-zague. Passada após passada, pedra após pedra. Era enorme. Às vezes olhava para baixo e via o que eu já tinha caminhado, o que empolgava um pouco. Paisagem? Nem dava para ver. Muita neblina. Estava em um silent hill. Só que na altitude. E bota altitude. Caminhava...caminhava, e… opa! Estou vendo o topo. Estamos chegando. “Bora amor, falta pouco! É ali em cima” – Falava empolgado. Quando estou chegando lá em cima ouço um estrondo enorme. “Poutz… raio aqui em cima, que perigoso” – pensava. Mas apesar da chuva não dar trégua, não tinha nenhum raio. Penso mais um pouco e então percebo o que estava acontecendo e pergunto ao guia: “Renê! És un avalanche?”. “Si. Avalanche de rocas”. Puta merda. Fico olhando em direção a montanha Salkantay coberto pela neblina. O barulho permanece altíssimo. O guia segue de olho também. Mas não dava para ver nada. Em resumo… nada aconteceu. Mas e o cagaço? Lá em cima, fazemos um ritual para a Pacha Mama. Sensacional. Mas o frio judiava todos do grupo, principalmente os brasileiros tiozinhos aqui. Ou quer dizer… quase todos. A garota do Alaska estava de camisa. Calorzão né? Kkkk Após o ritual, continuamos a descer na chuva. Das 10h30 até as 14h00 descendo e descendo. A cada passo a bota firmava e o pé deslizava. Ótimo para criar bolhas, certo? Certo. Nos próximos dias elas vão conversar comigo mais do que deviam. Paramos as 14h00. Eu sem fome nenhuma. A Valéria comendo bem. Minha cabeça estourando. Mal de altitude total. Masquei mais algumas balas de coca mas nada adiantava. “Devemos estar perto do acampamento” – falo para a Valéria. Mas o guia logo tira minhas esperanças: Mais umas 4 horas caminhando e chegaremos. Meu Deus. Andávamos e andávamos… o pé e os joelhos pedindo socorro. E a paisagem ia mudando, sempre percorrendo ao lado de um rio. Após inúmeras descidas sem ver o fim, chegamos a uma ponte. Estávamos perto. Sorrimos, fazemos piadas, sobrevivemos a o pior dia. Logo chegamos e somos recebidos bem pelo grupo, que comemora os tiozinhos chegando. Tem chuveiro, tem que alugar por alguns soles. Pago sem dó. O problema que apesar da água quente, a janela é um buraco na parede que chovia dentro. Era uma mistura de água quente com fria na cabeça. Mas, água quente e banho! Lá tinha bebidas. Comprei uma coca zero. A coca zero mais feliz da minha vida. Até eu beber. Coca ruim da porra… olho a validade: vencida em novembro de 2024. (estamos em fevereiro de 2025). Mas… tomo. Vou fazer o quê? Comprei um Pringles também que foi devorado em segundos por mim e pela Valéria. Jantamos com o grupo e fomos dormir. O pior dia tinha passado. Estávamos felizes por ter conseguido. Agora sem chance de desistir mais. O mal da altitude passava: eram 2800 mts agora. Tudo mais fácil, inclusive a respiração e a dor de cabeça. Entramos nos nossos “Iglus” e...capotamos até o outro dia. Lá em cima - Salkantay Pass. 4629 mts de altura. Montanha Salkantay e seus avalanches escondidos. O grupo dos jovens nórdicos e os tiozinhos br's. Início da manhã - 05h30 com seu clima "agradável". Perto de chegar ao acampamento base do 2º dia. Paisagem modificada na descida. A felicidade da Valéria ao saber que estávamos chegando após 12h de caminhada. Acabado. Encharcado. Mas vivo (ou quase isso) no acampamento. Acampamento base do 2º dia. 1 1 1 1 Citar
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