Colaboradores Este é um post popular. luizh91 Postado Quinta às 10:31 Autor Colaboradores Este é um post popular. Postado Quinta às 10:31 3º DIA - 08/01/2025 - USHUAIA (LAGUNA ESMERALDA E MUSEO DEL FIN DEL MUNDO) Dia de trekking! A previsão era de chuva após o meio-dia. Como marquei a trilha da Laguna Esmeralda para início no período da manhã, não teria tanto impacto assim com a mudança de tempo. Aliás, o site Windguru foi literalmente meu "guru" durante a viagem, pois ajudou muito na preparação dos passeios sendo bem assertivo nas previsões (principalmente 48 horas antes). Em El Chaltén, ele foi primordial, como detalharei depois. Bem, neste dia acordei às 07:30, pois a agência ficou de passar no hostel apenas às 09:10. Tomei um café reforçado tranquilo, tomei meu banho e me troquei. Dessa vez, fui vestido com roupas impermeáveis por indicação da Brasileiros em Ushuaia, pois afirmaram que a trilha da Laguna Esmeralda apresentava vários trechos de lama. De fato, a roupa impermeável foi bem útil nesse dia devido a chuva, mas não acredito que fosse necessária em outras condições. Por volta das 09:10, a van passou no hostel e a guia que nos acompanhou no passeio se chamava Luciana. Ela falava um português bem bom e tinha muito conhecimento sobre Ushuaia e região. O restante do grupo que fez a trilha também foi de brasileiros, então o entrosamento foi imediato rs Neste passeio, a agência oferece lanche, bastões de trekking e polainas para realizar a trilha. As polainas não foram necessárias no dia em que fiz, apenas utilizei os bastões mesmo. Após pegar todos os passageiros do passeio, seguimos a Ruta 3 e a entrada para a Laguna Esmeralda fica bem na beira da rodovia, a poucos quilômetros de Ushuaia. Isso explica o motivo de tantas pessoas fazerem por conta: o acesso é fácil, gratuito e relativamente perto (coisa de 15 km). Ao chegarmos no local, a Luciana nos passou algumas instruções sobre a trilha e deu os bastões de trekking para cada um e, assim, começamos a trilha efetivamente por volta das 10:00 da manhã. A trilha da Laguna Esmeralda é autoguiada e bem demarcada, além de ser muito movimentada, o que torna praticamente impossível que as pessoas se percam. A trilha começa em meio a um bosque próximo a uma antiga reserva de cães da neve, hoje desativada. Ela segue por mata fechada por alguns minutos e logo entra em área aberta, que é quando começa a melhor parte da trilha: as paisagens. Início da trilha da Laguna Esmeralda Como pela manhã o tempo ainda estava firme e o céu com algumas nuvens, o cenário que tinhamos na trilha era maravilhoso! São picos nevados para todos os lados, bosque subantártico, turbas, castoreiras, fragmentos de tundra, enfim, tudo no mesmo percurso! É algo fantástico! A Laguna Esmeralda, sem dúvidas, foi meu passeio favorito em Ushuaia. Seguindo, passamos por uma grande área em que há presença de castores, em que a Luciana explica que eles foram introduzidos no século passado na região e acabaram se tornando uma espécie de praga, pois impactaram em grandes áreas. É possível observar diversas castoreiras ao longo da trilha, de diversas dimensões (mas não tive a sorte de ver nenhum castor). Também há um pouco de lama neste trecho. A trilha segue passando por passarelas de madeira e surgem rios de água com cor turquesa, é muito bonito! Em dado momento, a trilha retorna para uma área de mata fechada e neste momento há uma subida mais pronunciada, que não dura mais que 10 minutos. Os bastões são grandes aliados neste momento. Vencida a subida, seguimos no leito do rio com cores de turquesa e chegamos a uma área com solo mais pedregoso. Luciana indicou que a Laguna Esmeralda já estava próxima. Aqui faço uma ressalva: esse passeio foi um que achei o caminho em si mais bonito que a atração final. A Laguna Esmeralda é maravilhosa, claro, mas o trajeto até ela me deixou muito mais extasiado do que a laguna em si. As castoreiras! O trajeto é todo assim, com cenário belíssimo! Já falei que a trilha é linda, né? rs Seguindo pelo solo pedregoso, há uma última subida em área com pedras (nada comparável à terrível subida do Fitz Roy) e finalmente, chegamos à Laguna Esmeralda! A essa altura, já passava das 11:30 da manhã e o tempo estava fechando conforme a previsão havia anunciado. A Luciana disse que passaríamos cerca de uma hora lá em cima, tempo suficiente para lanchar e explorar os arredores da laguna. O local estava cheio, mas menos lotado do que pensei que estaria. A Laguna Esmeralda é formada pelas águas do glaciar Ojo del Albino, um dos que existem na região de Ushuaia e que é visível da laguna. Há trekkings para chegar no glaciar, mas a Luciana disse que é bem exigente. Comi meu lanche, tirei algumas fotos e fiquei ali admirando a beleza da laguna. Um pouco depois, começou a cair os primeiros pingos de chuvas e foi nessa hora que a roupa impermeável fez diferença. Quando saimos da laguna para retornar, por volta das 13:00, a chuva apertou e os pingos começaram a cair de forma mais grosseira. Mesmo assim, não fiquei molhado em nenhum momento. Por isso, acho importante sim incluir um conjunto impermeável nos itens de uma viagem desse tipo, pois o tempo na Patagônia é assim, pode estar sol de manhã e chover depois do almoço, e depois abrir sol de novo rs Finalmente na Laguna Esmeralda! Cheguei! A volta, como quase sempre, foi mais rápida e por volta das 14:30 já estavámos de volta ao estacionamento às margens da rodovia. Em números totais, a trilha da Laguna Esmeralda possui cerca 10 km (5 ida e 5 volta) e a duração média é de 4 a 5 horas mesmo. Iniciamos a volta para Ushuaia e por volta das 15:00 eu já estava no meu hostel. Depois da chuva e um pouco de lama, precisava de um banho quente e assim o fiz. Tomei meu banho e tirei um cochilo de uma horinha enquanto meu celular carregava. O lanche que a agência serviu para o passeio da laguna foi bem grande e, quando acordei, ainda não estava com fome, mas queria tomar um café da tarde para poder seguir aos museus, que era o outro passeio que eu tinha pensado para esse dia. A chuva continuava a cair em Ushuaia, mas era quase que uma garoa. Nada que atrapalhasse a caminhada. Assim, me arrumei e saí na Av. San Martin para ir na Ana y Juana Bakery, uma padaria/confeitaria muito bem recomendada em Ushuaia. Pedi um café expresso com um brownie que, por sinal, foi um dos melhores doces que comi na viagem. O brownie estava divino! De café da tarde tomado, segui para a avenida do porto para ir ao Museu do Fim do Mundo. Aqui vale um parentêses: entre as cidades que visitei na Patagônia, Ushuaia é a que mais oferece atrações de cunho histórico-cultural. Talvez por realmente ter uma história sobre o presídio, colonização e povos tradicionais, além dos famosos naufrágios na região do Cabo Horn, fazem dela uma cidade bem rica culturalmente falando. Eu gosto muito desse tipo de programa, então aproveitei para visitar um dos principais museus da cidade. Chegando no museu, paguei ARS 6.000 na entrada que dava direito ao Museu do Fim do Mundo + visita a Antiga Casa de Governo, que fica na mesma rua. Entrei no museu e o achei bem completo. Possui uma ala específica a contar sobre as navegações na região, trazendo a história e os primeiros exploradores locais. Além disso, possui um outro setor destinado aos povos tradicionais que viveram na Terra do Fogo por milhares de anos, os yagans, explicando quais eram seus modos de vida e como foram impactados com a chegada dos europeus à região. Há, ainda, um outro setor bem grande destinado à fauna e flora da região, explorando as principais espécies de animais e plantas que são comuns por ali. A visita ao museu durou cerca de uma hora e meia, parando para ler tudo com calma. É uma visita que eu recomendo para quem se interessa por Geografia, História e Biologia. Saindo do museu, fui para a Antiga Casa de Governo, que era o outro local que o ingresso dava direito de visita. Essa, na versão, era o antigo local onde os governantes de Ushuaia viviam na época em que existia o presídio. É uma visitação mais voltada à mostrar o estilo de vida dos governantes, havendo móveis em cada cômodo, áreas legislativas, réplicas de relógios. Enfim, interessante, mas nada que seja imperdível. O Museu do Fim do Mundo é muito mais legal. Por volta das 20:30, eu já havia terminado meus programas culturais kkkk e as brasileiras que conheci no barco no dia anterior me mandaram mensagem perguntando se eu estava perto para encontra-las. Nessa hora, a chuva já havia apertado bastante, mas bora caminhar! Encontrei as meninas e fomos bater perna na Av. San Martin, pois a Eliane queria comprar lembrancinhas para levar ao Brasil. Fomos a diversas lojas e terminamos a noite tomando um chocolate quente no Laguna Negra, uma loja de chocolates artesanais. Muito bom! Nesse dia não jantei, pois realmente não estava com fome alguma. Às 22:30 (e ainda claro!) me despedi das brasileiras e fui para o hostel descansar. Nesse dia nem consegui socializar com ninguém no hostel, pois me troquei, deitei e dormi kkkkkkkkkk o próximo dia seria de visita ao Parque Nacional da Terra do Fogo! Brownie e café da Ana y Juana. Excelentes! Museu do Fim do Mundo Museu do Fim do Mundo 3 3 Citar
Membros FCRO Postado Quinta às 16:24 Membros Postado Quinta às 16:24 Ótimo relato que já venha os outros dias haha 1 1 Citar
Colaboradores Este é um post popular. luizh91 Postado Quinta às 23:55 Autor Colaboradores Este é um post popular. Postado Quinta às 23:55 4º DIA - USHUAIA (PARQUE NACIONAL DA TERRA DO FOGO) Último dia completo em Ushuaia! Para este dia, havia agendado com a agência o passeio do Parque Nacional da Terra do Fogo para o período da tarde, pois é quando a previsão do tempo apontava estar melhor. Essa é uma das vantagens de fechar os passeios chegando em Ushuaia: é possível ajustar seu roteiro de acordo com a previsão de tempo que estiver melhor. Desta forma, estava com a manhã livre para circular pela cidade ou ir em pontos em que eu ainda não havia ido. Acordei por volta das 8:00, tomei café e saí para andar pela cidade e aproveitar este último dia por lá. Antes de ir a Ushuaia, já havia lido que a cidade possui diversas pinturas em "muros" realizadas por artistas locais. Por lá, eles chamam de "murales de Ushuaia". Não chega a ser uma atração turística propriamente dita, mas é interessante para quem gosta desse tipo de arte. É semelhante às que existem em Valparaíso, no Chile. Assim, decidi procurar a arte do Messi que eu havia visto na internet. Nem sou muito fã de futebol, mas meu pai é e queria enviar uma foto desse mural para ele kkkkkkkkk Assim, saí para procurar. Esse dia precisei encarar as ladeiras de Ushuaia, pois o mural do Messi ficava em uma área bem acima da Av. San Martin. Andei por cerca de meia hora até chegar lá, mas para quem se interessar também: fica na rua Adolfo Henniger. É uma arte bem grande que pega a lateral inteira de um prédio, e é muito bem feita, por sinal. Mural do Messi Depois dessa pequena epopéia, voltei para a região do porto e fui visitar alguns imóveis históricos que eu ainda não havia ido. Passei pela Casa Beban e o Museo de La Ciudad, que são duas casas antigas que abrigavam antigos moradores da região na época em que Ushuaia ainda era apenas voltada à receber presidiários e vivia da pesca/extrativismo. Dentro das casas não tem muito o que ver, além de móveis antigos que retratam a primeira metade do século passado. São casas semelhantes a Antiga Casa de Governo que falei no post anterior. Interessantes, mas de visita dispensáveis. Demorei cerca de uma hora para visitar os dois locais. A essa altura, já havia parado de chover e o frio imperava. Foi o dia que peguei mais frio em Ushuaia, quando amanheceu com 3ºC. Museo de La Ciudad Casa Beban Dar esses rolês cedo foi bom porque as lojas da Av. San Martin só abrem a partir das 10 horas, e eu queria comprar algumas lembrancinhas para trazer para o Brasil. Fui a diversas lojas na avenida e todas com souvenirs extremamente caros. Aquele esquema que temos no Brasil de comprar "3 chaveiros por 10" simplesmente não existe lá, pois qualquer chaveiro ou imã de geladeira está saindo de R$ 20 a R$ 40,00 na conversão atual. Absolutamente impraticável. No final das contas, prometi presentes pra todo mundo no Brasil, e só trouxe para mim mesmo 😅 Mas para não falar que não encontrei nada, achei uma loja bem grande chamada Monte Oliva que possui souvenirs de diversos tipos e preços, e foi a melhor que achei do gênero por lá. Desta forma, comprei um chaveiro para mim (que faço coleção) e uma miniatura do farol do fim do mundo. E foi isso de souvenir em Ushuaia. Por volta das 12:30 hrs, fui novamente ao Bodegon Fueguino para almoçar. Eu sou assim, se gostei do restaurante, prefiro voltar no mesmo do que procurar outro e acabar sendo ruim kkkkkkkk Desta vez, pedi um nhoque a bolognesa que estava bem gostoso. Mais uma vez ressalto que esse restaurante enche muito rápido e se forma uma fila imensa do lado de fora, portante, cheguem cedo caso pretendam comer lá. Almocei com calma, pois a van da agência só passaria no hostel às 14:00. Pontualmente às 14:00, a van passou para buscar. Dessa vez o grupo era menor e havia um canadense, dois argentinos e dois brasileiros. O guia, Carlos, era nativo de Ushuaia e muito interessado em compartilhar as informações sobre o Parque Nacional, a região e fazer um bom tour. Dessa forma, ele explicou como seria a dinâmica do passeio. O Parque Nacional fica a cerca de 20 km de Ushuaia e a nossa primeira parada seria no famoso "Trem do Fim do Mundo". Dali, seguiríamos para os outros atrativos do parque. Pois bem, embarcados na van, Carlos foi durante todo o trajeto até parque falando curiosidades sobre o Parque Nacional, abordando assuntos que envolviam geografia, fauna e flora. Rapidamente chegamos à estação de trem e eu já tinha em mente que não faria esse passeio. Sem brincadeira galera: é o maior passeio pega-turista que eu já vi na vida. O valor para andar nesse trem é de ARS 62.500 (R$ 355,00), com um percurso de 7 km em que você vê as mesmas paisagens do parque que veria indo de van. Sem condições, até acho que valha a pena no inverno por ser uma paisagem distinta, mas no verão é totalmente pega-turista. Mesmo assim, havia muita gente fazendo. Como optei por não fazer o trem, o Carlos me deixou livre para fazer caminhadas no local até que o restante do grupo voltasse (cerca de 40 minutos). Assim, fiquei andando nos arredores e até conheci a tal estação de trem por dentro. Lá tem um café e uma loja de souvenirs. Estação do Fim do Mundo Fuja desse trem! É melhor pegar CPTM! Após todo o grupo se reunir novamente, subimos na van e nos dirigimos a Baia Lapataia. A essa altura, o tempo já estava aberto e o sol já brilhava esplendoroso no céu. Na região da Baia Lapataia, existe a famosa placa do final da Ruta 3 e claro que tiramos fotos por lá. Além disso, fizemos pequenas trilhas em passarelas que margeiam a grande baia que se forma ali. Achei que foi a parte mais bonita do parque. Em frente aos mirantes da baia, há diversos quadros que mostram a história dos povos yagans e curiosidades sobre a fauna/flora local. Gostei muito. Dali também saem passeios de barco e caiaque que exploram outras regiões do Parque Nacional. Ficamos um bom tempo por ali, mesmo com um forte vento tentando nos expulsar. Era uma paisagem realmente muito bonita. Seguindo, paramos no Centro de Informações Alakush para utilizar banheiros e comer alguma coisa, para quem quisesse. Neste centro, existe uma loja de souvenirs e um pequeno museu que conta sobre a formação das montanhas e dos glaciares na região de Ushuaia. Claro que preferi ficar no museu e, enquanto o pessoal tomava café, eu fiquei lá lendo os murais muito interessantes que apresentavam informações sobre tipos de glaciares e toda sua dinâmica de formação. Depois de cerca de meia hora, seguimos com o passeio para o próximo ponto de parada. Placa do final da Ruta 3 Feliz na Baia Lapataia Baia Lapataia com quadros explicativos sobre arqueologia local Passarelas que levam a Baia Lapataia O último ponto de parada do parque foi no Lago Roca, uma área bem grande que forma uma espécie de praia no parque. É um lugar bem gostosinho para passar o fim de tarde. O Carlos nos deixou a vontade para andar pela região do lado e nos deu um copo de whisky com bombom como cortesia do passeio. Gostei (principalmente do chocolate). Nesta hora o vento estava tão forte que formava diversas pequenas ondas no lago. Por volta das 18:30, iniciamos o nosso retorno à Ushuaia. Lago Roca, uma espécie de praia Um dos murais presentes no centro de informações Alakush Cheguei perto das 19:20 no hostel e fui direto para o banho. Depois, mandei mensagem para a Cibele e combinamos de jantar juntos, já que no dia seguinte nós dois iríamos para El Calafate dar continuidade na viagem. Assim, nos encontramos em frente ao meu hostel e fomos num restaurante bem famosinho na internet, o tal do Casimiro Biguá. A Cibele e o filho pediram um bife de chorizo e eu pedi um pollo com salada que achei bem caro pelo oferecido (ARS 23.400). Mas precisava jantar algo reforçado e era o último dia em Ushuaia. Depois do jantar, seguimos para nossas devidas hospedagens e comecei a arrumar minhas malas para partir no dia seguinte. Infelizmente, estava chegando a hora de me despedir de Ushuaia, que foi tão especial para mim. Mas estava chegando a hora de ir para onde eu vivi um dos momentos mais mágicos da minha vida: El Calafate e ver os glaciares de perto! 😍 3 4 Citar
Colaboradores Este é um post popular. luizh91 Postado Sexta às 16:29 Autor Colaboradores Este é um post popular. Postado Sexta às 16:29 5º DIA - 10/01/2025 - USHUAIA X EL CALAFATE Dia de deslocamento e hora de dar adeus a Ushuaia! Meu voo para El Calafate estava marcado para às 11:10, com isso não precisei acordar tão cedo, já que havia arrumado minhas malas no dia anterior. Levantei por volta das 08:00, tomei o café da manhã e fiz o checkout no hostel. Pedi um Uber para o aeroporto, que saiu por volta de ARS 5.000. Cheguei ao aeroporto próximo das 09:30. Considerações sobre Ushuaia: É uma cidade bem estruturada e preparada para o turismo. Ao contrário de outros locais da Patagônia, ela já possui um porte de cidade maior. Foi a cidade com mais atrativos históricos/culturais da minha viagem. É bem fácil se deslocar por ela, já que a maioria dos pontos turísticos se encontram próximos da cidade. Além disso, a sensação de estar "no fim do mundo" já é especial por si só. Ushuaia mais que recomendada! Seguindo, ao chegar no aeroporto me dirigi ao balcão da Aerolineas e, novamente, eles pesaram minha bagagem. Eu fiquei bem surpreso com a rigidez da Aerolineas em relação à isso, já que no Brasil não é comum. Ao pesar a bagagem de mão e ver que está ok, eles colocam um selo na mala para que na hora do embarque não precise realizar a pesar novamente. O embarque começou no horário marcado e o avião partiu pontualmente às 11:10. O voo até El Calafate é muito rápido, dura cerca de 40 minutos, e a paisagem da janela do avião quando está se aproximando é deslumbrante, pois você já se depara com uma vegetação totalmente diferente de Ushuaia, mais seca, em contraste com os tons de azul vibrantes do Lago Argentino. Em dias claros, ainda é possível avistar o Fitz Roy. Chegando a El Calafate Pousei em El Calafate por volta do 12:00 e o dia estava belíssimo, sem uma nuvem para fazer sombra para nós kkkkkkk assim que desembarquei, procurei o guichê de um transfer muito recomendado aqui no Mochileiros: o Ves Patagônia. Eles são uma empresa que fazem translados entre o aeroporto e El Calafate diariamente. Assim que você sai do desembarque do avião, já é possível avistar o guichê deles no aeroporto. Assim, solicitei um transfer até o meu hostel e custou ARS 11.000, lembrando que o aeroporto de El Calafate fica a pouco mais de 20 km do centro, ou seja, é um pouco longe. Quando você solicita o transfer, eles dão o nome do motorista e se deve esperar do lado de fora do aeroporto. Poucos minutos depois, o motorista informado apareceu e, após esperar mais alguns passageiros chegarem, partiu em direção a El Calafate. Ela faz uma parada inicial no terminal de ônibus e depois começa a distribuir os passageiros nas hospedagens. Como meu hostel era próximo dali, fui o primeiro a descer e fiquei no Folk Hostel. Fiz o checkin no hostel, acomodei minhas bagagens e logo depois já resolvi sair para explorar El Calafate! O trajeto entre o aeroporto e a cidade. A essência da Patagônia! O meu hostel era um pouco distante do centrinho, coisa de 15 minutos, mas nada que atrapalhasse, pois a caminhada era bem agradável de se fazer. El Calafate é uma cidade muito charmosa e que gira em torno dos glaciares. A sua economia é voltada ao turismo e isso é bem nítido na Av. Libertador, a principal da cidade, em que os comércios se estendem por quadras e quadras se dividindo entre restaurantes, agências de turismo e lojas de souvenirs/convêniência. Logo que cheguei à Av. Libertador, já havia uma espécie de parque com um letreiro enorme de El Calafate. Parei ali para fazer umas fotos e observar a vida da população local, que aproveitavam o dia de sol no parque. Nesse dia, até consegui ficar de camiseta por ali. Continuando, passei por uma ponte que atravessa um córrego e cheguei na parte mais comercial da Av. Libertador. De imediato, procurei algum lugar para almoçar, pois estava apenas com o café da manhã na barriga. Parei na cervejaria La Zorra, que também vende hamburguers e me foi recomendada pelo Alan aqui do fórum. Lá, pedi um hamburguer clássico com papas fritas e um refri para, pelo menos, disfarçar a fome do almoço. A cervejaria é um local bem agradável e com preços aceitáveis dentro do padrão Patagônia. El Calafate, aliás, é mais cara do que Ushuaia. O pedido veio rapidamente e eu devorei na mesma rapidez kkkkkk mas estava bem bom. A carne do hamburguer era artesanal e estava bem gostosa. Letreiro próximo à avenida central Vista de cima. O contraste dos pinheiros com a secura ao fundo Com o almoço em dia, segui pela Av. Libertador observando as lojas que havia ali e o que ela oferecia. Em certo momento, avistei a Sorveteria Acuarela, que também tinha sido recomendada pelo pessoal aqui do fórum. Para aproveitar a sobremesa, resolvi pedir um pote pequeno com duas bolas do famoso sorvete de calafate. Gente, que deliciaaaaaaaaaa! O sabor me lembrou acerola, mas é difícil explicar ou comparar, é diferente. Gostei muito do sorvete de Calafate, depois fiz uma combinação colocando uma bola de sorvete de chocolate e ficou melhor ainda! Recomendo! Após a parada para sobremesa, segui andando pela Av. Libertador para ver até onde ela daria. Isso já era por volta das 16:00. Depois de um tempo, cheguei às margens do Lago Argentino e uma placa bem grande de "El Calafate" em frente a ele. É uma espécie de mirador. Percebi que muitos moradores locais utilizam essa orla do lago para praticar esportes e fazer atividades físicas. É uma região bem bonita da cidade. Aproveitei para sentar por ali e descansar um pouco, além de admirar a bela paisagem. Ali não estava muito movimentado, até porque é uma boa andada para chegar até ali. Depois de pouco mais de uma hora, resolvi retornar ao hostel para tomar um banho e decidir o que faria pela noite. Avenida Libertador Sorvete de Calafate. Muito bom! Parte da orla do Lago Argentino Letreiro da cidade às margens do lago No hostel, a Cibele me mandou mensagem e disse que já estava também em El Calafate com seu filho. Deste modo, combinamos de nos encontrar mais tarde para tomar algo e jantar juntos. Então, voltei para o hostel, tomei banho e por volta das 20:00 marcamos de ir no La Zorra novamente. Eu gostei tanto do lugar que já queria levar alguém lá para conhecer também kkkkkk Ela pediu um prato vegano no qual gostou muito, e eu pedi apenas papas fritas. Perto das 21:30 nos despedimos e fomos para nossas hospedagens, pois no dia seguinte um passeio bem esperado por mim começaria bem cedo: a navegação Todo Glaciares. 😍 3 3 Citar
Colaboradores Alisson&Ione Postado Sexta às 18:24 Colaboradores Postado Sexta às 18:24 👏👏👏 mais detalhado impossível, tem ate o numero de cuecas que levou 😅 Já salvei pra ler com calma depois Saudades da Patagônia 1 Citar
Colaboradores Este é um post popular. luizh91 Postado Sábado às 12:37 Autor Colaboradores Este é um post popular. Postado Sábado às 12:37 6º DIA - 11/01/2025 - EL CALAFATE (NAVEGAÇÃO TODO GLACIARES) Primeiro dia de passeio em El Calafate! No dia anterior, a companhia Solo Patagônia, que opera o passeio do Todo Glaciares, entrou em contato comigo informando que passaria por volta das 07:30 da manhã para me buscar no hostel. Esse é um passeio de dia inteiro e realmente começa bem cedo. Desta forma, acordei por volta das 06:00 e comecei a me arrumar, uma vez que o café da manhã no hostel começava a ser servido às 06:30. O Todo Glaciares é um passeio bem tradicional em El Calafate (e que antes tinha o nome de "Rios de Hielo Express"...) e, como tudo por lá, é bem caro. Paguei por volta de R$ 1.300,00 por ele, comprando com dois meses de antecedência. Tomei café e fiquei na área comum do hostel aguardando virem me pegar. Por volta das 07:40, chegou um ônibus e era o pessoal da Solo Patagônia. Aqui fiquei bem curioso, pois ao contrário de outros passeios que geralmente nos pegam de van ou micro-ônibus, neste era um verdadeiro ônibus de excursão mesmo kkkkkkk O ônibus continuou por El Calafate para buscar outros passageiros e seguiu caminho para Punta Bandera, uma espécie de porto em que esse passeio é realizado. É importante mencionar que este passeio e o Perito Moreno não começam no mesmo lugar, ao contrário, estão até bem distantes. Punta Bandera está a apenas 42 km de El Calafate, enquanto para ir ao Perito Moreno é o dobro. Chegando no local, a guia do ônibus (que se chamava Bea) deu as instruções do que deveríamos fazer ali: primeiro, comprar o ingresso para o Parque Nacional de Los Glaciares. Depois, fazer a leitura do QRCode que dava acesso ao barca para fazer o passeio. Desde que começou essa política de cobrança em El Chaltén, eu pensei em várias possibilidades para comprar o ingresso do Parque Nacional sem precisar gastar mais do que eu já gastaria. E a melhor saída (e realmente foi a melhor) foi optar pelo flexipass de 3 dias: ele te dá acesso ao parque em 3 dias diferentes, tanto em El Calafate quanto em El Chaltén, por ARS 90.000. Em El Chaltén vocês vão entender o porquê ele foi a melhor opção. Enfim, como eu já tinha o ingresso do parque impresso, o guardaparque apenas o carimbou e segui rumo a outra fila para apresentar o QRCode do passeio. Na leitura do QRCode, o funcionário da Solo Patagônia indica para qual barco você irá: 1 ou 2. O meu, no caso, era o barco 2. É tudo extremamente organizado e flui de maneira com que o passeio não se atrase. Ao chegar no barco, havia uma outra funcionária que já tinha um mapa em mãos com os lugares que cada pessoa do passeio iria sentar. Ou seja, você não escolhe o assento, mas sim a própria galera da Solo Patagônia. E acredite: isso nem faz diferença, pois passamos mais tempo fora do barco do que dentro dele. Acabei sentando na mesma mesa que outros brasileiros. O barco é bem equipado, com bar que vende bebidas e snacks, além de calefação. Além disso, é bem menor do que aquele que faz o passeio da Pinguinera. Barco da Solo Patagônia O barco partiu pontualmente às 09 horas. O início da viagem é seguindo em direção ao braço norte do Lago Argentino, e poucos minutos depois do início, a tripulação já anuncia que quem desejar poderia ir para o lado de fora do barco. E é claro que eu fui kkkkkkkkkkk Neste dia, o tempo não estava tão firme e o frio aumentava, ou seja, não foi confortável ficar fora do barco. Mas, é o velho ditado, está na chuva é para se molhar, né? Me agasalhei bem e fiquei lá fora com mais meia dúzia de doidos que só queriam aproveitar aquele momento kkkkkkkk Cerca de meia hora depois do início do passeio, já comecei a avistar os primeiros bloquinhos de gelo flutuando na água, que emoção! E assim o barco vai seguindo e o número de blocos de gelo só vão aumentando, e seus tamanhos, também. Por volta das 09:50, passamos pelo primeiro grande iceberg, mas o barco não realizou nenhuma parada, pois o melhor ainda estava por vir. Às 10:10, conseguimos avistar pela primeira vez o grande glaciar Upsala, um dos maiores da América do Sul. De acordo com a funcionária, o barco não se aproxima muito dele devido aos perigos constantes de desprendimentos, pois é um glaciar que está em regressão. Então, só é possível avistar o Upsala de longe. Aqui o barco faz uma parada de alguns minutos para que tudo isso seja esclarecido. Glaciar Upsala, mas só de longe! Perto dali, apareceu um iceberg gigante que havia se desprendido do Upsala e, aí sim, o barco fez uma grande parada para que pudessemos observar. O negócio era GIGANTE! Tinha formas curiosas, parecia até um cavalo ou cachorro kkkkkkk mas foi muito especial estar ali naquele momento e ver algo que eu só via em filmes. É muito grande mesmo! Ficamos por ali por cerca de meia hora, girando em torno do iceberg, para que todos tivessem oportunidades de fazer seus cliques e conseguir as melhores fotos. O grande iceberg com cara de cavalo! Mãe, olha o iceberg! Depois, o barco continuou e começamos a observar os primeiros glaciares de montanha. O Glaciar Seco é um deles, que vem perdendo suas dimensões ano após ano. É triste poder constatar isso por si próprio, pois as marcas passadas do glaciar são bem evidentes no seu vale em forma de "u". Neste momento, já estamos nos aproximando da cereja do bolo do passeio: o grande glaciar SPEGAZZINI! Ponto alto do passeio! O barco começa a se aproximar e aquela geleira se mostra cada vez mais imponente na sua frente, com seus paredões de até 160 m de altura. É algo surreal! Chegamos bem perto do Spegazzini e até conseguimos presenciar alguns pequenos desprendimentos na sua estrutura. O Spegazzini é uma geleira mais estável, o que garante que o barco chegue perto dela sem nenhum risco aparente. E ficamos lá, por mais de uma hora, somente contemplando aquela geleira maravilhosa, frente a frente, algo que eu não imaginava ver nem nos meus melhores sonhos. O Spegazzini é tão alto quanto o Perito Moreno, mas é um glaciar mais "estreito", que acaba "sufocado" pelas montanhas. Uma beleza ímpar! Glaciar Seco A imensidão do Spegazzini O gigante Spegazzini! A essa altura já era perto do meio-dia e, perto do Spegazzini, existe um refúgio em que os barcos param para que os visitantes possam almoçar. Assim, as funcionárias do barco disseram que tínhamos duas horas para ficar ali e aproveitar da forma que achassemos melhor. Havia também uma espécie de praia, cheia de bloquinhos de gelo, e um mirador que avistava toda a grandeza do Spegazzini. Almoçar em frente a uma geleira? Não há coisa melhor! Eu estava com bastante fome e, um dia antes, havia passado no Big Pizza de El Calafate para comprar empanadas e também levado um lanche de presunto e queijo que tinha comprado no mercado. O refúgio também vende diversas coisas, e aproveitei para comprar um refri. Assim, peguei uma mesa ali e fiz meu lanche tranquilo em frente a aquele cenário único. Depois, fui caminhar nos arredores, ver a prainha com blocos de gelo, as centenas de icebergs que flutuavam perto dali. Fui para o mirador para ver aquele montão de gelo de cima, gente, que coisa linda! Não há palavras que descrevam com propriedade como este passeio é grandioso. A prainha de gelo! Mirador de Agostini, e o Spegazzini ao longe! Por volta das 14:30, retornamos ao barco e iniciamos a volta para o porto de Punta Bandera. O retorno não teve nenhuma atração nova, por isso, acabei ficando dentro do barco para descansar um pouco. No caminho, um dos tripulantes pescou um pedaço de gelo e deixou na popa do barco para que todo mundo pudesse ver, tirar fotos ou usar como gelo para suas próprias bebidas kkkkkkkk aproveitei e tirei aquela foto clássica. Chegamos no Punta Bandera às 16:30 e o ônibus da Solo Patagônia já estava nos esperando para ir a El Calafate. Todos embarcados, seguimos rumo à cidade. Cheguei no hostel às 18:00, ainda em êxtase com tudo que vi naquele dia. Eu achei a navegação do Todo Glaciares tão sensacional quanto à visita ao Perito Moreno (que falarei logo menos), então acredito que sejam os dois passeios obrigatórios de El Calafate. E engana-se quem acha que são parecidos: são visitas totalmente distintas. Se completam. A noite, fui até o centrinho para jantar e acabei em uma hamburgueria chamada Wally's, que fica bem no início da Av. Libertador. Não gostei muito, o hamburguer era processado demais, logo, não recomendo. Acabei dormindo cedo, pois no dia seguinte aconteceria um dos meus objetivos (e dilemas) para estar nesta viagem: o minitrekking do Perito Moreno. Fragmentos de iceberg! 2 4 Citar
Membros JanaCometti Postado Sábado às 16:55 Membros Postado Sábado às 16:55 Em 20/01/2025 em 12:05, luizh91 disse: Olá pessoal! Acabo de retornar de uma viagem incrível à Patagônia Argentina, em que visitei Ushuaia, El Calafate e El Chaltén. Foram 14 dias intensos de viagem, entre 06/01 e 19/01, em que aproveitei ao máximo cada momento vivido nestes lugares maravilhosos. Voltei ao Brasil ontem (19/01) e já vou começar a escrever o relato para aproveitar que todas as informações ainda estão frescas na mente hehe mas tudo que vivi na Patagônia foi inesquecível e especial, então, dificilmente vou esquecer tão cedo essas duas semanas incríveis que pude experienciar. Só posso dizer uma coisa sobre essa viagem: SÓ VÁ! Sozinho ou acompanhado, a experiência será igualmente extraordinária. Voltei desta viagem renovado e transformado, tendo superado limites físicos e psicólogicos que nem eu mesmo achava que conseguiria. CONTEXTO Visitar a Patagônia já estava na minha mente há muitos anos, e eu já tinha o roteiro para esta viagem pronto há muito tempo. Porém, faltaram oportunidades para que eu pudesse ir, até que consegui em janeiro de 2025. No final de 2019, eu cheguei a comprar passagens para visitar a Patagônia em abril de 2020. Mas, como todos sabemos, no ano em questão tivemos a fatídica pandemia de COVID-19 que praticamente paralisou todos os serviços de turismo. Na época, a Aerolineas me deu a opção de remarcar a viagem ou reembolso. Tendo em vista a falta de perspectiva quanto à pandemia, decidi pedir o reembolso e, desta forma, a viagem a Patagônia ficou de escanteio. Anos depois, a ideia de visitar a Patagônia me voltou à cabeça e em setembro/24, após uma aula apocalíptica no 6º ano (professores entenderão), resolvi comprar as passagens praticamente de maneira impulsiva e sem pensar muito kkkkk mas já estava feito! Finalmente viajaria para aquele lugar que seria a viagem mais especial da minha vida. Além do roteiro pronto que eu já tinha, comecei a ler e reler os relatos aqui do Mochileiros. Gostaria de agradecer, em especial, a @JanaCometti e o @Alan Rafael Kinder que foram muito prestativos e solicitos ao me ajudarem com dúvidas e questões. ROTEIRO O roteiro que montei seguiu certinho até chegar em El Chaltén, quando tive que fazer algumas alterações depois da árdua trilha da Laguna de Los 3. Mas, no geral, consegui visitar todos os pontos planejados e não tive grandes perrengues. Segue o roteiro: 06/01/2025 - SP x USHUAIA (conhecer a Ushuaia, placas, espaço Pensar Malvinas) 07/01/2025 - USHUAIA (Glaciar Martial e Pinguinera) 08/01/2025 - USHUAIA (Laguna Esmeralda e Museo Del Fin del Mundo) 09/01/2025 - USHUAIA (Parque Nacional da Terra do Fogo) 10/01/2025 - USHUAIA X EL CALAFATE (conhecer El Calafate, placas) 11/01/2025 - EL CALAFATE (Navegação Todo Glaciares) 12/01/2025 - EL CALAFATE (Minitrekking e passarelas do Perito Moreno) 13/01/2025 - EL CALAFATE X EL CHALTÉN (conhecer El Chaltén e Mirador de los Condores/las Aguilas) 14/01/2025 - EL CHALTÉN (Laguna de Los 3 - Fitz Roy) 15/01/2025 - EL CHALTÉN (Chorrillo del Salto) 16/01/2025 - EL CHALTÉN (Lago del Desierto e Glaciar Huemul) 17/01/2025 - EL CHALTÉN (Mirador Cerro Torre e Mirador El Chaltén) 18/01/2025 - EL CHALTÉN X EL CALAFATE (visita a Glaciarium) 19/01/2025 - EL CALAFATE X SP (RETORNO) CÂMBIO E VALORES Que a Argentina está cara, todo mundo já sabe. Mas eu não imaginaria que estaria tãaaaaaaaaao cara! Chega a ser surreal os preços praticados na Patagônia. Para ter uma noção, um mísero chaveiro custa 7.000 pesos, que na cotação de hoje, é R$ 40,00!!!! Soa absurdo para nós, mas é a realidade argentina de hoje. Então, se pretende visitar a Patagônia, vá bem preparado financeiramente falando. Levei R$ 4.100,00 no cartão Wise e R$ 500,00 em espécie, e gastei tudo. A comida, principalmente, é muito cara. Para os valores em pesos que eu falar ao longo do relato, considerem a conversão de 1 real = 170 pesos argentinos. O cartão Wise teve aceitação de praticamente 100% em toda a Patagônia, até mesmo em El Chaltén. Usei o dinheiro em espécie para pagar propina ou comprar coisas de baixo valor, como empanadas e lanches. Para usar o Wise na Argentina, deve-se manter o dinheiro na carteira de dólares, pois a maquininha automaticamente converterá os pesos argentinos. Achei mais vantajoso do que carregar bolos e bolos de notas, o câmbio estava ruim de qualquer forma, não tinha muito o que fazer. Mas é a velha história: quem converte não se diverte. Bora aproveitar a Patagônia como dá kkkkkk Ordenando, da cidade menos cara para a mais cara, fica: Ushuaia - El Calafate - El Chaltén SEGURO VIAGEM Fiz o seguro viagem com a Allianz Travel, por R$ 170,00, mas felizmente não precisei usar. HOSPEDAGENS Nesta viagem, fiquei apenas em hostels e todos foram ótimos. Não tive nenhuma experiência desagradável e a troca cultural foi enorme, pois havia gente de todo mundo. Fiquei em quartos com gregos, alemães, franceses, australianos, estadunidenses e até mesmo brasileiros. Sempre fui muito bem tratado e tentava me comunicar com meu inglês da fisk kkkkkkk. Segue o feedback das hospedagens USHUAIA - ANUM HOSTEL: Foi o hostel que mais gostei da viagem. É um hostel novo, que tem apenas dois anos, mas fica muito bem localizado na esquina com a avenida San Martin, que é a principal de Ushuaia. Os quartos coletivos possuem camas com cortinas, o que lhes dá uma aparência de cápsula, o que achei bem legal e não atrapalha o próximo quando estamos com a luz acesa. Também tem armários espaçosos. O café da manhã também é bom, com pães, frios, medialunas, sucos, café, sucrilhos, leite, etc. Staff bem atencioso e espaço comum suficiente. Nota 10! EL CALAFATE - FOLK HOSTEL: Outro excelente hostel. O Folk foi indicação do Alan aqui do fórum e o hostel possui um excelente custo benefício. Os quartos possuem armários espaçosos para cada cama, e os banheiros são enormes com bons chuveiros. O espaço comum é bem grande e o café da manhã é honesto, com pães, doce de leite, geleia, suco, frutas, café e leite. A localização é fora do eixo do centro (fica a 10 minutos da caminhada), mas bem próximo do terminal de ônibus. Nota 10! EL CHALTÉN - CONDOR DE LOS ANDES: Um bom hostel. Fica localizado próximo da entrada da cidade, perto do terminal de ônibus, o que não foi um problema, já que El Chaltén é um ovo e se faz tudo a pé. Staff extremamente prestativo e atencioso, camas confortáveis e armários espaçosos. Os quartos possuem banheiro privativo e aqui tem algo que me incomodou. O espaço para o banho é bem pequeno e, a cada tomada de banho, o banheiro inteiro ficava uma molhadeira enorme! A moça da recepção já até sabia que eu queria um pano toda vez que descia kkkk O box do chuveiro era de cortina, então a água inevitalmente passava para fora. Enfim, apenas um detalhe. Café da manhã honesto também, com pães, manteiga, geleia, doce de leite, frutas, café e suco. Nota 9! PASSAGENS Paguei R$ 3.600,00 pela Aerolineas Argentinas. Sendo professor, não tem como fugir da alta temporada, então eu já sabia que seria um valor salgado. Fora da alta temporada, o valor média das passagens está em R$ 2.700,00. A Aerolineas Argentinas me surpreendeu positivamente. Vi várias reclamações e estava bem receoso quanto aos voos, mas foram pontuais em todos e não tive qualquer problema. Ao longo do relato falarei mais sobre isso. DOCUMENTOS Fui com passaporte, mas também poderia ter entrado apenas com RG. A imigração na Argentina é bem tranquila, conforme falarei logo mais. O QUE LEVEI? Viajei somente com a bagagem de mão + 1 mochila comum. Minha mala ficou em torno de 8 kg, então não tive qualquer problema, mas ela foi pesada em todos os voos pela Aerolineas. Eles são bem chatos quanto a isso, então, se for somente com a bagagem de mão, tente não passar dos 8 - 10 kg. Para uma viagem à Patagônia, as roupas de frio devem ser prioridade. Usei praticamente tudo que levei, e não levei nenhum short/bermuda pois sabia que seria ocupar espaço na mala porque não usaria (sou friorento). Aquilo que dizem que a Patagônia pode ter "as quatro estações do ano em um dia" é pura verdade, o tempo muda demaaaaaaais e o clima é bem hostil. Levei roupas para 7 dias, e quando cheguei em Calafate, pedi para a lavanderia do hostel lavar as roupas que eu tinha usado até então. Dessa forma, tinha roupas limpas para os 7 dias seguintes. Na minha mala teve: 7 cuecas 2 pares de meias para trekking (selene) - foram bem úteis no dias do minitrekking em diante. Seguraram o tranco e protegeu meus pés contra bolhas maiores (mas mesmo assim, teve). 4 pares de meias comuns 1 fleece (não usei, só ocupou espaço) Conjunto segunda pele (usei todos os dias, extremamente útil. Confortável, comprei na Amazon e é unissex: https://www.amazon.com.br/dp/B0C9FN5K8T?ref=ppx_yo2ov_dt_b_fed_asin_title) 2 jaquetas. Uma mais fina e outra com fleece por dentro, ambas imperméaveis. (item obrigatório. A mais fina foi essa e deu conta: https://www.decathlon.com.br/jaqueta-ecodesign-impermeavel-masculina-de-trilha/p) 1 calça imperméavel (item obrigatório também. Fiquei muito na dúvida sobre comprar ou não, mas ainda bem que levei a calça impermeável. Fiz a maior parte do minitrekking sob chuva e a calça/jaqueta me protegeram bem e aguentaram o tranco. Segue link: https://www.decathlon.com.br/sobrecalcas-impermeaveis-masculina-de-vela-inshore100-navy/p). 3 calças de tactel comuns 1 calça jeans 4 camisetas dry fit (as melhores! Ocupam pouco espaço na mala e são respiráveis). 2 camisetas de algodão Chapéu/boné Gorro Cachecol Luvas Pasta para documentos Bolsinha de remédios (importante!!!) Protetor solar (importante também) Itens de higiene pessoal Doleira Powerbank 10000 mah Garrafinha de água de 1L (para as trilhas de El Chaltén, 1L é o mínimo) Chinelo Bota de trekking (Usei a Vento Finisterre e aguentou muito bem o tranco em todo tipo de terreno, além de boa impermeabilidade. Aprovadíssima!). O que não levei e levaria: HIDRATANTE/PROTETOR LABIAL! A Patagônia, sobretudo El Calafate, é bem seca e árida. Logo, os lábios sofrem com a umidade baixa. Fiquei (e estou) com várias feridas na boca que dói até para comer. Comprei um protetor labial em Chaltén, mas o estrago já estava feito, fui até o final da viagem com as feridas na boca me acompanhando hahaha Mas agora, vamos ao relato! (vou tentar escrever um pouco por dia, e deixo algumas fotos como entrada hahahah) Um prazer ajudar as pessoas a realizar seus sonhos!!!! Ainda mais se for de viagem hahaha Fico feliz que tenha vivido tudo isso! 2 1 Citar
Membros D FABIANO Postado 23 horas Membros Postado 23 horas @luizh91 Pensei o mesmo do passeio Todos los Glaciares quando o fiz em 2014,porém deixa eu fazer a minha publicidade agora (kkkk),foi o mais bonito até ir a Tortel,do outro lado, porém em Chile. Lá,o glaciar parece ser maior,para os curiosos vejam o meu relato da Carretera Austral de 2018. 1 Citar
Colaboradores luizh91 Postado 22 horas Autor Colaboradores Postado 22 horas 49 minutos atrás, D FABIANO disse: @luizh91 Pensei o mesmo do passeio Todos los Glaciares quando o fiz em 2014,porém deixa eu fazer a minha publicidade agora (kkkk),foi o mais bonito até ir a Tortel,do outro lado, porém em Chile. Lá,o glaciar parece ser maior,para os curiosos vejam o meu relato da Carretera Austral de 2018. O passeio do Todo Glaciares é muito majestoso. Superou minhas expectativas, que já era altas kkkk Citar
Colaboradores Este é um post popular. luizh91 Postado 22 horas Autor Colaboradores Este é um post popular. Postado 22 horas (editado) 7º DIA - EL CALAFATE (MINITREKKING E PASSARELAS DO PERITO MORENO) E, finalmente, chegamos ao dia que rendeu um dos meus maiores dilemas da viagem inteira. Sempre que este roteiro esteve em minha mente, fazer o minitrekking não era uma opção, mas sim algo concreto. Eu queria muito ter essa experiência. Além disso, fazer a caminhada sobre o Perito Moreno era um dos meus objetivos dessa viagem junto com a subida à Laguna de Los 3. Porém, ao se aproximar cada vez mais do dia da viagem, observei que o preço do minitrekking estava exorbitante, tipo, estratosférico para os nossos padrões. Inclusive, dei o maior chororô aqui no fórum e até cheguei a falar que desistiria de realizar o minitrekking. Porém, contudo, todavia, ENTRETANTO... Duas semanas antes da viagem, a ideia de fazer o minitrekking ainda me assombrava e, além disso, o possível arrependimento por voltar e não ter feito essa atividade por lá. Digo isso não por ser algo primordial, mas por ser algo que eu queria muito e estava abrindo mão de fazer. Então, novamente entrei no conflito: fazer ou não fazer? Comecei a colocar na balança e o que mais pesou na decisão foi o fato de que, provavelmente, eu não voltarei à Patagônia tão cedo (ou talvez nunca mais, uma vez que dificilmente repito viagens). Sendo assim, duas semanas antes de embarcar, decidi comprar o minitrekking. Essa brincadeira custou R$ 2.500,00 no cartão de crédito, e a única saída que eu consegui achar para não parecer tão caro foi parcelar a compra depois de efetuada (meu banco permite isso), e assim o fiz. Vou paga-lo até outubro kkkkkkkk mas pelo menos fui feliz. Dando sequência ao relato, comprei o minitrekking diretamente pelo site da Hielo y Aventura e só tinha horário para às 08:30 da manhã, o que achei bom, pois não precisaria acordar tão cedo como no dia anterior. Tomei café sossegado, me arrumei e fiquei aguardando no saguão do hostel até que a van da Hielo passasse. Nesse dia, fui com a roupa toda impermeável e realmente foi necessário - foi o pior dia da viagem em termos climáticos. A van passou pontualmente no hostel às 08:30 e conferiu os nomes de quem faria a atividade, além de confirmar a modalidade: se seria o minitrekking 1 ou 2. Recentemente, a Hielo dividiu a atividade em duas modalidades com dois níveis de dificuldade pelo mesmo preço: o minitrekking 1 é mais curto e mais adequado a participação de crianças e idosos, enquanto o 2 faz um trajeto mais extenso e adentra em um espaço maior da geleira. Depois de pegar todos os passageiros, a van parou na saída de El Calafate, descemos e fomos separados em duas vans: uma para aqueles que iriam fazer o minitrekking 1 e outra para aqueles que iriam fazer o minitrekking 2. O trajeto até o Parque Nacional de Los Glaciares leva cerca de 80 km e 1:30 a partir de El Calafate, onde conferem os nossos ingressos do parque (aqui peguei meu segundo carimbo no flexipass de 3 dias). A nossa parada é no Porto Bajo de Las Sombras, onde a guia deu as primeiras instruções do que faríamos ali: tomaríamos um barco para chegar próximo ao Perito Moreno e acessar à área onde seria feita o minitrekking. O tempo nesse dia estava muuuuuuuuito fechado e a chuva era constante, ora forte, ora mais fraca. Além disso, fazia muito frio. Embarcamos no barco e era autorizado ficar do lado de fora, até tentei, mas o frio e vento misturados à chuva tornavam tudo desconfortável. Barco se aproximando do Perito Moreno. Tempo bem ruim! Em cerca de 15 minutos, chegamos a um refúgio onde fomos apresentados aos guias que nos conduziriam pelo minitrekking. Os grupos foram divididos em inglês e espanhol, e eu preferi ir para o espanhol, com o guia Gabriel. No refúgio, é possível deixar as mochilas para ir ao minitrekking o mais leve possível, e aqui, o guia já acena para a obrigatoriedade do uso de luvas no passeio. Caso não tenha, eles emprestam. Depois de tudo guardado, iniciamos uma caminhada de cerca de 40 minutos que vai do refúgio até a base da geleira, em que são colocados os grampones que são obrigatórios para o passeio. Os grampones são bem pesados e no início é dificil de andar, mas com o tempo vai acostumando. Percorremos um pequeno trecho de rochas e, em poucos minutos, já estamos aos pés do Perito Moreno para iniciar a caminhada. Aqui, o Gabriel deu as últimas instruções do minitrekking, falando que todos devem andar em fila indiana, pisar firme com os grampones e não utilizar o celular enquanto estiver caminhando, somente durante as paradas autorizadas por ele. E assim, iniciamos o minitrekking sobre a geleira. Refúgio onde passamos antes do minitrekking Caminhando até a geleira Local onde colocamos os grampones Olha o tamanho dessa belezura! Eu não tenho palavras que dimensionem o quão extraordinário é o minitrekking! A caminhada dura cerca de 1:30 e durante esse tempo percorremos um pedaço legal da geleira. O guia sempre vai na frente para verificar os lugares mais seguros a pisar e explicando tudo sobre o glaciar. Mostra gretas, sumidouros, as morenas, pequenas cachoeiras de águas cristalinas, rios transparentes que cortam a geleira. Meu deus! É algo surreal! Isso sem falar nas cores da geleira, que misturava diversos tons de azul. Há bastantes paradas ao longo do caminho para fotos e a geleira é super bem estruturada, havendo corrimões com escadas de gelo que ajudam muito nas subidas ou descidas. Lembrando que tudo isso foi feito debaixo de chuva. Ou seja, a roupa impermeável é sim mais que necessária em uma viagem como essa. Vi gente passando bastante frio por lá. Em certo momento, o guia faz uma parada perto de um riozinho que percorre a geleira e lá podemos beber água do próprio glaciar (claro que experimentei). Uma deliciaaaaaaaa! Após 1:30 de caminhada, o guia para em um ponto mais estável da geleira e oferece o famoso whisky com águas do glaciar, acompanhado de bombom. Eu nem tomo whisky, mas a oportunidade pedia e não tive como recusar kkkkkkkk Indescritível! Depois do whisky, caminhamos em direção à terra firme e começamos a retirada dos equipamentos e grampones. Depois da experiência, não tenho como dizer que não valeu a pena. Foi SENSACIONAL! É uma experiência única para a vida. Sem os equipamentos, caminhamos por passarelas de madeira até o refúgio novamente, onde lá tivemos cerca de 1 hora para lanchar e descansar do minitrekking. Eles disponibilizam chá, café e água a vontade (o café estava muito bom, aliás). O minitrekking foi tão magnífico que a chuva pouco me atrapalhou, no final das contas. Depois de uma hora, e isso já era por volta das 15:00, voltamos para o barco e seguimos para a nossa próxima parada: as passarelas do Perito Moreno. Do porto Bajo de Las Sombras até lá, leva mais cerca de 40 minutos por uma estradinha bem sinuosa. A guia nos deu 1 hora para percorrer as passarelas e aconselhou que o caminho a fazer fosse o amarelo, que é o que oferece uma visão mais panorâmica e próxima do glaciar. As passarelas oferecem uma experiência similar à que ocorre nas Cataratas do Iguaçu, nas suas devidas proporções. Aproveitei cada minuto ali e atento aos desprendimentos. Sempre que ocorria, era um barulho parecido com trovão, muito forte. O Perito Moreno é sensacional! Por volta das 17:00 iniciamos o nosso retorno para El Calafate e eu estava bem cansado. Mesmo assim, ao chegar no hostel por volta das 18:30, combinei com a Cibele de ir no La Zorra novamente, já que no dia seguinte eu estaria partindo para El Chaltén e não nos veríamos mais. Dessa forma, tomamos um drink, comemos algo e fomos embora. Voltei para o hostel e comecei a organizar minhas malas, pois logo começaria mais uma etapa da viagem: El Chaltén! Whisky do glaciar Passarelas do Perito Moreno Vista das passarelas Editado 17 horas por luizh91 2 4 Citar
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