Membros de Honra edmilson vieira Postado Janeiro 13, 2008 Membros de Honra Postado Janeiro 13, 2008 Em se falando de costumes, o alvo festivo do pernambucano não é só o carnaval. Tem uma tradição que consegue arregimentar verdadeiro exército com ramificações por outros estados do Nordeste: a vaquejada. Esse evento que deixa dois seres humanos felizes por derrubarem um boi pelo rabo acontece em qualquer época do ano e geralmente longe dos centros urbanos. Quando a porteira é aberta, o animal sai correndo numa verdadeira rebelião estudantil e atrás dele, vêm os dois cavaleiros como se fizessem parte de uma tropa de choque. A queda do boi tem de ser num determinado lugar da pista e o ruminante mergulha na areia parecendo o atleta Gustavo Borges nas piscinas olímpicas. A vaquejada transcorre numa pista comparada ao tamanho de um campo de futebol. O local é plano, mas o turista que não conhece pode pensar que é lugar para lançamento de foguete. Além da perseguição ao animal, a vaquejada congrega atrações diversas como feira de artesanato e shows. Quem está curioso pra conhecer e pensa que vai encontrar o vaqueiro nordestino, está enganado. Hoje em dia é um desfile de chapéus e cintos "made in Barretos", que por sua vez os paulistas vêm copiando da Casa Branca há anos-luz. O povo embarca nas arquibancadas que ficam dos lados e como se estivesse em Bagdá, palavra árabe não falta, como por exemplo, “mourão”. No intervalo, a festa é embalada pelos aboiadores: dois homens cantando uma música arrastada, penosa, que deve ser de origem árabe e a civilização portuguesa trouxe até o Nordeste brasileiro. Os guerreiros passam três dias no evento de "derrubação de boi", dando valor à história, promovendo o que era dos antepassados. Infelizmente, a festa em um instante chega ao fim. Que pena!" Edmilson Vieira é artista plástico e escreve crônicas. Citar
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