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Breve relato de 10 dias de viagem entre 3 e 12 de novembro de 2024.

Cheguei em Manaus na madrugada de domingo. Fiquei pelo aeroporto esperando amanhecer e peguei o primeiro ônibus que passou por volta de 05:30. A passagem em Manaus custa R$ 4,50. A linha é a número 306 e vai até o centro.

Fiquei no Aldeia Hostel. A dona Valda comanda o lugar e é muito simpática e atenciosa. Ela disse que aos domingos tinha uma feira na rua Eduardo Ribeiro, mas achei bem fraca.

Dali, fui esperar um ônibus até o MUSA (Museu da Amazônia). Aos domingos os horários são reduzidos então fiquei mais de meia hora no ponto. Uma das linhas que vai pra lá é a 560 e demora um bocado. Passa por uns bairros periféricos e leva cerca de 1h15min até o MUSA, que já é no fim da cidade e início da floresta. A entrada custa 40 reais.

Lá no MUSA tem várias espaços. O borboletário estava praticamente vazio pois quase não tinham borboletas por causa da seca. No serpentário a maioria das cobras estavam sonolentas já que elas são noturnas. A parte das aranhas é mais interessante e os guias explicam bem, acendendo uma lanterna pra gente ver melhor as aranhas que são da cor da terra e as caranguejeiras dentro das tocas. A parte mais interessante mesmo é a trilha de uns 900 metros até a torre de observação da floresta onde contei 235 degraus pra subir até o topo (embora eu possa ter me destraído e serem mais degraus…)

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Fiquei umas 2 horas lá no MUSA e na saída é ponto final da linha 448 que vai até o Centro e já tinha um pra sair. Mais 1 hora de ônibus.

Calor massacrante de 36 graus. 🥵

Fui pra praça do Teatro Amazonas onde tem o recomendado Restaurante Tambaqui de Banda. Pedi umas cervejas e um prato de pirarucu. Os preços desse restaurante são bem ok. Achei bem na média até dos que tem aqui na minha cidade.

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No dia seguinte fiz um passeio de bate volta pra Presidente Figueiredo. Fechei pelo hostel por 270 reais. Os preços desse passeio podem variar de 250 até 400 reais dependendo da quantidade e distância das cachoeiras visitas. No caso do que eu fiz, visitei as cachoeiras da Asframa, Araras e Iracema. O almoço na cidade de Pres. Figueiredo também está incluído nesse valor. Gostei muito da cachoeira da Iracema. O mais legal é que são cachoeiras de água morna, bem diferente da água gelada das cachoeiras aqui de Minas. O ponto negativo do bate volta é o tempo que você passa dentro da van pra ir e voltar. São 2 horas (ou até um pouco mais) cada trecho. Então se você tem mais dias pra curtir a região, sugiro fortemente que se hospede em Presidente Figueiredo. As cachoeiras são lindas e merecem mais tempo.

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Na terça fui cedo no Mercado Municipal, por volta de 8h, pra fechar um passeio pro Encontro das Águas. É fácil fechar por ali, tabelado nos 100 reais, não adianta pesquisar muito.

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O passeio sai às 9h e vai até perto da Ponte Rio Negro onde tem o nado com os botos. É opcional e custa 20 reais. Pelo que percebi, o “encantador de botos” fica com um peixe nas mãos pra atrair os botos. Só pra enganar mesmo, eles não comem nada.

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Depois vamos no Encontro das Águas, a junção do rio Negro com o Solimões é bem nítida.

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Parada pra almoço num restaurante flutuante, lá quem quiser brincar de pescar pirarucu pode usar 3 iscas por 10 reais. Não tem anzol, é só brincadeira mesmo.

Depois do almoço, ali perto, fomos numa aldeia. A aldeia mesmo tá lá pra trás, por causa da seca o barco não tá chegando lá, então os índios montaram uma tenda de lona preta perto do restaurante flutuante e fazem uma apresentação de dança. As índias fazem uma pintura no rosto dos turistas cobrando 10 reais. Minha opinião: achei tudo muito forçado pra turista ver e não curti.

Depois o passeio retorna a Manaus, chega de volta às 15h.

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Na quarta, tirei o dia pra andar por Manaus. Fui ao Museu da Cidade, é grátis mas não tem muita coisa. Um pouco ali pra trás, numa rua do centro histórico de Manaus, tem o Centro Cultural Oscar Ramos, com algumas exposições e perto dali um mirante no quarto andar de um espaço comercial onde dá pra ter uma boa visão do Rio Negro e da ponte. Depois fui pro famoso Teatro Amazonas, único espaço cultural da cidade onde se paga uma entrada que custa R$ 20 e a visita é guiada e leva 45 minutos.

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Faça um exercício de imaginação e veja a torre Eiffel de cabeça pra baixo no teto do teatro. Influências...

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Lá fora caía uma chuva amazônica. Depois do almoço fui ao Palácio Rio Negro, tinha uma visita guiada que eu peguei já na metade, mas mesmo sem guia dá pra ver as coisas lá. O mais legal é o enorme jardim do palácio. Depois da chuva a tarde ficou nublada e com temperatura agradável, foi bom de dar uma volta pelo jardim.

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Terminei o dia no mercado municipal, hora de comprar quinquilharias nas lojinhas, experimentar o tradicional x-caboquinho e ali perto tem várias lojas que vendem redes e ia precisar de uma pra viagem de barco no dia seguinte e comprei a rede por 50 reais

Na quinta, hora de começar uma experiência antropológica que eu precisava muito fazer: uma viagem raiz num barco amazônico de passageiros. Tinha comprado a passagem 1 semana antes pelo whatsapp da empresa, mas não precisava, no porto ainda conseguia comprar pelo mesmo preço: 150 reais, mais 5 reais da taxa de embarque no porto. Meu barco era o Ana Beatriz que sai nas quintas-feiras ao meio-dia. Os barcos da amazônia são conhecidos pelo nome. Só de, por exemplo, dizer Ana Beatriz, as pessoas já sabem que dia sai, como é o barco, quanto tempo leva, e outros detalhes mais. Nos outros dias, saem outros barcos, como o Imperador, Golfinho do Norte e outros (esses, no caso, no trecho Manaus – Santarém). O que fiquei sabendo lá é que o barco chega de Santarém na quarta e se você quiser já ir com a rede pro barco na quarta, pode dormir nele e já economizar uma diária na cidade.

Eu me instalei no barco por volta das 10h. Tinha comprado também o par de cordas pra amarrar a rede mas no meu caso a rede era bem grande, se eu não quisesse usar as cordas só a rede dava, só ia ficar um pouco alta. Como tinha comprado as cordas, amarrei só pra deixar a rede mais baixa.

O barco não foi lotado, tinha um espaço bom entre as redes vizinhas, dava até pra balançar. O barco, na verdade um ferry boat, leva carretas e veículos lá em baixo, tem 2 andares de redes, restaurante, camarotes pra quem quiser pagar mais caro por uma cama (acho que era uns 800 ou 900 reais o camarote), a lanchonete com seu alto som de tecnobrega de umas 10 da manhã até meia-noite e um terraço aberto onde era bom de subir no por do sol. Tédio não passei, dava pra conversar com as pessoas, ouvir tecnobrega, tomar cerveja, olhar a paisagem… enfim… eu achava que a beira do Rio Amazonas era mais desabitada, mas a verdade é que a todo momento você vê uma casinha isolada na margem do rio e alguns vilarejos ribeirinhos são frequentes. Se quiser dá pra comprar um passe de wi-fi pra viagem toda, mas o legal mesmo é ficar desconectado, embora por várias vezes apareça um sinal de celular quando passa perto de um vilarejo um pouco maior. As refeições são vendidas no restaurante, almoço e jantar saem por 25 reais e o café da manhã por 15 reais. O barco saiu de Manaus já era mais de 12:30, passou por Itacoatiara às 21h, na manhã seguinte às 9h em Parintins, às 15h em Juruti já no estado do Pará, às 18h em Óbidos e chegou em Santarém à meia-noite de sexta pra sábado, depois de quase 35 horas de viagem. Disseram que o normal são 30 horas mas como o rio tava mais baixo, bem no auge da seca na amazônia, a viagem demorou um pouco mais. Também é possível continuar na rede até amanhecer o dia, que foi o que eu fiz.

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Passando por Parintins

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Saí do barco ao amanhecer de sábado, fui andando por desertas ruas de Santarém até uma pracinha onde passava o ônibus pra Alter do Chão. A passagem custa 5 reais e leva 1 hora até lá. Fui pra Pousada Tapajós, que é hostel também. Deixei esse primeiro dia pra ficar de boa na lagoa. Fui pra Ilha do Amor, dá pra atravessar a pé mesmo na época da seca, água no tornozelo. Fiquei a tarde toda no barraquinha da praia, só cobram a consumação e preço bem padrão, uma garrafa de 600ml da paraense cerveja Tijuca custa 16 reais.

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No domingo fiz o passeio ao Flona (Floresta Nacional do Tapajós). Custa 200 reais (inclusive é um preço padrão de todos os passeios em Alter), mais 50 reais do almoço e seria 50 pro guia também mas como a gente era um grupo de 8 pessoas ele cobrou 40 reais de cada. A trilha na floresta tem 9km e leva umas 4 horas. Na parte da floresta preservada, como as copas das árvores são muito altas, você caminha na sombra e com temperatura um pouco mais confortável. Tem um igarapé de água geladinha pra se banhar também. Tem um mirante onde dizem ser possível ver o rio Tapajós e até a outra margem mas toda a região tava tomada de fumaça de queimadas, tava foda.

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Na segunda fui ao passeio do rio Arapiuns, parada pra banho em umas 3 praias, almoço na comunidade da Coroca onde tem o lago das tartarugas e um apiário. Novamente a fumaça das queimadas embaçou o rolê. Do barco mal conseguia avistar a margem do rio.

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Na terça fiz a trilha da serra da Piroca (há quem diga piruoca pra amenizar, mas não adianta não, o nome é piroca mesmo ::lol4::) trilha fácil, com 2 horas dá pra ir e voltar, só a subida no final que é um pouquinho puxada. O tempo tava mais nublado mas tudo misturado com fumaça, a vista lá de cima acabou não sendo das melhores.

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Finalizei o dia e a viagem de novo tomando umas na barraquinha da praia da Ilha do Amor.

Considerações:

- Manaus é uma metrópole, engarrafamento do cão. Na ida e volta pra Pres. Figueiredo ficamos um bom tempo agarrados.

- Depois que anoitece o centro fica deserto. Só tem movimento nos bares da praça do Teatro Amazonas. As ruas do entorno fecha tudo, não fica ninguém transitando nas ruas, nem carros. Eu saía da praça por volta de 19h pra ir pro hostel caminhando por ruas desertas, não via ninguém e quando via eram “figuras estranhas”, parecia que era alta madrugada. Me deu uma sensação de insegurança nas ruas centrais depois das 18h.

- Alter do Chão tava tomada de fumaça em todos os dias que fiquei por lá. Em Manaus já estavam ocorrendo algumas chuvas, mas no Pará as queimadas ainda tavam cortando na alta ::vapapu::

- Senti calor pra um cacete. Em Manaus, depois das chuvas a tarde seguia nublada e a temperatura mais agradável (25°), mas nos dias que não chovia o calor era terrível, algo de 31° depois que anoitecia e não tinha vento nenhum. Era bizarro ver os bares com mesa externa e ventiladores ligados em cima da turma que tava nas MESAS EXTERNAS! Nunca vi isso ::mmm:

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@Rezzende Conheço Manaus em outra época, as chuvas de 2012,quando fui a Venezuela, mas os lugares são esses mesmo, mais a praia de Ponta Negra.Acho que o calor lá não diminui nunca.Alter não fui,combinei com uma menina daqui ir passar um fim de ano lá, mas não deu certo. Fiquei assustado com os valores cobrados que você relata.

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