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A gente deu uma pesquisada quanto tava a gasolina em San Pedro (1400/L) e de fato era mais caro (1.900/L), mas podia ser bem pior.

A gente colocou bastante pra poder aproveitar o dia sem perrengue e foi bem suave. Não era gasolina adulterada, a coisa foi feita ali bem perto da rua, não levaram a gente pra uma garagem escura, tudo tranquilo. Mas por favor, se forem fazer Atacama de carro, ABASTEÇAM EM SAN PEDRO.

Eu sabia que tinha uma outra laguna ali perto que era linda e eu queria visitar, mas quem disse que eu lembrava o nome dela? Aí vimos uma placa pra laguna Lejia, olhamos umas fotos dessa na internet, era linda, pensei: deve ser essa, vamos. E aí, se o medo da pane seca não tinha sido o suficiente, essa estrada certamente foi.

A laguna Lejia é linda pelas fotos, super justificável a gente querer ir, estrada de terra, estreitinha que nem o esperado, tudo tranquilo, bora.

Passamos as últimas casas de Socaire, a estrada começou a ter umas curvas fechadas, quase 180º que não dava pra ver do outro lado, se tinha pedra e tals, mas tranquilo. Aí começou a ter subida de areia fofa. Lembrem que a gente tava num Swift 1.0, o medo de atolar era bem real, mas a gente continuou na fé de que ia dar bom (e a cidade cada vez mais pra trás). Como se não bastasse a areia fofa, a estrada começou a ter pedra. Não pedrinhas pequenas, mas pedras bem grandes no meio da estrada (que era estreita, um precipício do lado e de areia fofa, vamos lembrar). Aí vc tinha que ir rápido pra não atolar, mas devagar pra ver as pedras e não bater.

A gente já tinha parado umas 3x pra checar se os pneus tavam intactos (tavam), acabamos batendo em uma pedra, mas não parou por aí...

A cidade cada vez mais longe (a gente tava mais ou menos na metade do caminho que tinha uns 40km) e o que era ruim, ficou pior. Começou a ter vala na estrada, às vezes o carro tava só com 2 rodas no chão. Um carro 4x2 com só uma roda que tem tração no chão, parece ótimo. 

E aí esse foi completamente meu limite, eu já tava bem assustada, aquela estrada cada vez pior, a gente não sabia se ainda ia piorar, a cidade cada vez mais longe, imagina a gente sem carro a 30km da cidade, sem saber o que tinha pela frente, era perrengue demais pra mim. Pedi pra gente voltar, pelo menos o que tinha atrás a gente conhecia. Voltamos. 

Fora a batida no para-choque, o carro não sofreu nenhum dano permanente.

O dia já tava meio no fim, aí decidimos ver o pôr do sol na laguna Tebenquiche. Longe dali, mas no caminho pra San Pedro e eu sabia que era um lugar que o pôr do sol era bonito. O pôr do sol ia ser quase 18h, chegamos na Tebenquiche antes de 17:30h, mas ela já estava fechada, fecha 17h, o que ainda estava aberto eram os poços perto, os chamados ojos del salar. Eles têm uma cor super escura e refletem o que tem em volta, é bem bonito.

O pôr do sol a gente acabou vendo mesmo da estrada, que eu descobri que é o que as agências fazem, porque vimos várias mesinhas armadas com drinks ao longo do caminho.

Volta pra San Pedro e finalmente fomos comer uma comida de verdade em algum restaurante com menu del dia por 7.500 que encontramos por lá.

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Achei que ia voltar, não voltei, mas finalmente agora vou contar o resto dessa viagem. As coisas não estão tão frescas na cabeça, mas tô usando de apoio uns áudios que mandei contando da viagem pra evitar esquecer as coisas mais importantes. Vamos de dia 13/06 então.

Inicialmente eu tinha colocado no planejamento ir apenas em uma lagoa de sal e tínhamos escolhido as escondidas de Baltinache, mas como não conseguimos entrar nas lagoas, decidimos que iríamos na Cejar. Descobrimos que lá vc precisa comprar o ingresso com antecedência no site (se chegar lá de carro sem ingresso eles emprestam o wi-fi pra vc comprar na hora, vimos uma família fazendo isso). Eu acho que foi 20.000 pesos por pessoa a entrada, mas não tenho certeza. Lá eles fazem uma divisão que eu achei ótimo, particular tem que ir de manhã e agência tem que ir de tarde. Aí no site que compra ingresso você marca a hora que vai chegar também e tem 1h para visitar o local (porém não tem ninguém cuidando do tempo que vc fica, a gente acabou ficando 1:40h, por aí).

Lá tem 3 lagoas e um caminho delimitado que a gente pode fazer pra olhar a paisagem e essas lagoas. A laguna que pode entrar se chama Laguna Piedra. Como fomos de manhã e não pode agência nesse horário, tava bem vazio, só tínhamos nós dois e mais uma família. A gente escolheu o horário de 10h pra não ser tão frio (12h a laguna fecha e só volta a abrir de tarde, a gente preferiu pegar o de 10h do que o de 11h que achamos que ia ser corrido), mas mesmo assim tava friozinho sim. Tava sol, mas tinha umas nuvens no céu, cada vez que uma nuvem passava na frente do sol a gente sentia aquele vento mais geladinho. 

Apesar do frio, a gente entrou na vibe do "não sei se algum dia eu volto aqui" e entramos na lagoa. Tava bem gelada, bem gelada mesmo, a parte de cima da água mais gelada que a de baixo, mas deu pra entrar. A gente gostou bastante, realmente não afunda, é bem divertido. No parque eles recomendam não ficar muito tempo e eu imagino que essa recomendação faça sentido no verão, mas no inverno não tinha nem como ficar muito tempo sem congelar, pelo menos pra mim. Por causa da quantidade de sal também não pode mergulhar a cabeça nem deixar água cair nos olhos.

A pele fica branca, cheia de sal e depois tomamos banho nas duchas que têm lá (geladas) e voltamos pra San Pedro. Eu realmente não vou lembrar onde a gente almoçou e nem se a gente almoçou porque já faz um tempinho, mas lembro que trocamos dinheiro (real pra Boliviano, não lembro a cotação) e que de tarde fomos pras termas de Puritama.

 

 

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As termas de Puritama você também compra o passeio online e agenda o horário pelo site. É o passeio mais caro que fizemos (a entrada é 35.000), mas eu amei esse passeio e recomendo sim pra quem puder.

Lá tem uma estrutura bem boa, são 08 piscinas e tem passarelas e decks com escada pra entrar em cada uma das piscinas, vestiários pra poder se trocar e tem armário pra deixar tudo, mas tem que levar cadeado. A água não é extremamente quente não, ela varia de uns 25 a 30 graus, sendo a piscina mais de cima (número 1) mais quente que a de baixo. A gente começou de baixo, nas menos quentes, e foi subindo. Não fomos em todas, acho que paramos em umas 3 ou 4 piscinas. Dá pra ir escolhendo pela que tá menos cheia, se tem ou não cascata, enfim...
A piscina 1 é a maior de todas (e mais quente), tem toda uma área pra deixar as coisas degraus pra entrar, enfim, dá pra ver que foi sim bem mexida pelo homem e nenhuma piscina lá é muito funda. Foi maravilhoso aquela água quentinha e doce (pra contrapor com a água salgada da manhã), mas não tão maravilhoso sair da piscina com o vento gelado do lado de fora.

Se for possível no seu roteiro, eu recomendo ir de manhã, de tarde faz sombra e pra sair é um pouco sofrido. A gente ainda tinha que devolver o carro em Calama, então saímos de Puritama e voltamos pra San Pedro. Existe também a Purilibre, que é o mesmo rio só que mais pra baixo, sem a estrutura (passarelas, decks, vestiários, etc) e é de graça, mas a água vai esfriando conforme desce o rio e Purilibre é mais embaixo que Puritama. Não consigo comparar porque não fui e talvez no verão faça menos diferença, mas indo no inverno e sendo uma carioca super friorenta, eu senti diferença entre a piscina 08 e a 01, obviamente ia ser mais difícil entrar ainda mais pra baixo do rio.

Voltamos pra San Pedro, no dia seguinte a gente ia fazer o salar de Uyuni. Thiago foi pra Calama devolver o carro e eu fui comprar uns lanchinhos pra levar e um óculos porque o que eu tinha levado quebrou e não dava pra ir pro Uyuni sem óculos escuros.

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Editado por Julia K
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Uma observação que eu não vi ninguém falando e a gente percebeu porque Thiago é fumante. Os parques do Atacama são reservas indígenas e nessas reservas, em sua maioria, não pode fumar. Quem for fumante, fuma sempre antes de entrar porque dentro não pode.

Vou deixar aqui, como eu prometi lá no início os preços de alguns passeios nas agências. Os preços estão em pesos e são de junho, não sei o quanto já mudaram...


Vale de la Luna: entre 30.000 e 38.000 + entrada (10.800)
Cejar + tebinquiche: entre 30.000 e 38.000 + entrada (20.000)
Geyser: entre 35.000 e 45.000 + entrada (15.000)
Piedras Rojas + altiplânicas: entre 50.000 e 60.000+ entrada (15.000) Nos folhetos que eu trouxe diz que a entrada pra estrangeiros é de 23.000, mas eu e Thiago não somos chilenos e pagamos 15.000 cada, vale verificar no site pra negociar com a agência)
Puritama: entre 25.000 e 30.000 + entrada (35.000)
Lagunas escondidas de Baltinache: entre 35.000 e 45.000+ entrada (10.000 na alta temporada e 5.000 na baixa, que não pode entrar)
Astronômico: entre 25.000 e 30.000, mas se cerifiquem de pagar pelo que é mais importante pra vcs, seja a foto ou seja a aula de astronomia.

Editado por Julia K
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Tudo certo, fomos dormir que no dia seguinte iam nos buscar perto de 7:30h pra ir pra Bolívia.

Antes da gente entrar na Bolívia deixa eu contar um pouco como foi a minha escolha de tour. Quando a gente decidiu fazer essa viagem no inverno eu sabia que não ia topar ficar em hotel que não tivesse aquecimento. Se eu tiver passando frio eu não durmo e se eu não dormir, não consigo aproveitar direito, não é algo que eu quero pras minhas férias. Na maior parte dos lugares isso não parecia ser um problema, mas em Uyuni era. Eu procurei muito algum esquema que fosse um hotel ok com aquecimento, mas só encontrei 3 tipos de tour, o do quarto compartilhado em abrigo, o do quarto privativo, mas também sem aquecimento, o hotel mga chique. Quando eu entendi de fato que pra ter aquecimento tinha que ser hotel caro em tour privado, aceitei que ia ter minhas 2 noites de princesa e fui tentar olhar a opção que me parecesse mais barata. 

O mais barato mesmo foi com uma empresa que recomendaram aqui (não vou lembrar nome, mas acho que custava uns 500 dólares por pessoa, não tenho certeza), mas eles cobravam só o preço do serviço de guia e transporte, todo o resto era por fora e por nossa conta de fazer reserva e tals. Além disso, o guia que eu estava conversando disse que eu teria que optar entre dormir em um hotel com calefação ou ir nas termas polques, que não dava pra fazer os dois e eu queria a experiência de me aquecer nas termas e dormir quentinha no fim do dia. Além disso podia ser que no fim não ficasse mais barato, porque eu não consegui descobrir, por exemplo, o preço separado da janta em um desses hotéis chiques.

No fim conversei com mil agências e optei pela Atacama Mistica Travel. Desde o início falei com o Andrés e ele foi incrível, respondendo todas as minhas dúvidas. Pagamos 700 dólares por pessoa (1.400 no total), fizemos a transferência de 400 dólares pela western union e o resto pagamos em dinheiro no primeiro dia do tour.
O que não estava incluso nesse valor: entrada nos parques, lanches, bebidas na janta nos hotéis, banheiro nos parques.

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14/06

Explicado isso, no dia 14 às 7:30h da manhã uma van nos buscou no nosso hotel de Atacama e demos adeus pro Chile.

O trâmite todo de fronteira foi bem tranquilo, não tinha muita fila. Alguns momentos a gente precisa ficar esperando do lado de fora e tava bem frio, mas fora isso, foi ok. A gente foi até o lugar que ficam os 4x4, tomamos café da manhã enquanto aguardávamos nosso guia. Andrés nos encontrou lá, pagamos o resto do passeio e seguimos pra reserva nacional Eduardo Avaroa.

O ingresso do parque não tava incluso, então ele pegou o dinheiro com a gente e foi lá pagar. Eu aproveitei pra ir no banheiro e o guia me ajudou com as moedas, porque o banheiro não aceitava notas e a gente não tinha moedas ainda, aí trocamos com eles algumas notas por moedas para podermos usar.

Começamos o passeio conhecendo as lagunas blanca e verde, são bem perto uma da outra e bonitas demais. Na Laguna verde o vento tava muito forte, de dar para se jogar contra o vento e não cair de tão forte, então era difícil ficar muito tempo, logo eu voltei pro carro. 
Aí passamos pelo Deserto de Dali e chegamos nas termas Polques. Lá a água é realmente quente, não só morninha igual em Puritama. Tava bem mais frio do lado de fora (cerca de 8 graus) e a água devia estar uns 35 graus. O mais difícil, com certeza, é tirar a roupa e depois sair das termas e trocar de roupa de novo. Ela é bem rasinha, mais rasa que Puritama, tem que ficar bem abaixado pra conseguir deixar o ombro submerso. Não é recomendado ficar muito tempo dentro da água, eu quando saí senti minha pressão baixando bastante e fiquei meio tonta, isso tudo a 4.000m de altitude, então colocar de volta a roupa seca foi tipo correr uma maratona (de cansaço).

 

 

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Editado por Julia K
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Enquanto a gente ia nas termas o Andrés preparava nosso almoço, aí almoçamos por lá em um restaurante todo de vidro (abrigado do vento, mas podendo ter a vista de tudo) e de lá seguimos pro segundo gêiser, o sol de la manhana. Lá é bem diferente do geyser del tatio, tem um cheiro de enxofre bem forte e a lama borbulha a uns 200 graus. De novo, parece que vc está em outro planeta, é muito louco mesmo.

E aí veio a estrela do parque Eduardo Avaroa, a laguna colorada. Não tem foto que realmente represente a beleza da lagoa. É muito flamingo, a lagoa vermelha, algumas partes brancas, azuis, verdes, aquele cenário, as cores, enfim... Indescritível. A gente pode andar em um caminho que tem ao longo da lagoa e também subir em um mirante (que tem banheiros e uma cafeteria). O vento é forte e é bastante frio, mas é um lugar incrível demais.

Terminamos o dia no hotel Malku Cueva, que é feito literalmente na beira de uma montanha, as paredes internas todas de pedra. Jantamos lá e tava bem vazio o hotel, tinha a gente e mais um grupo grande que acho que era de ingleses. O banho era quente, não lembro de passar perrengue não, mas o quarto acabava não esquentando tanto. O que me salvou foi a existência dessa maravilha que chama lençol térmico, nunca tinha usado. Pra pisar no chão era sofrido, mas na cama tava bem quentinho. Thiago passou um pouco mal por conta da altitude.

 

 

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15/06
Acordamos e tomamos café da manhã no hotel e partimos pra mais um dia de travessia.

Começamos observando diversas formações rochosas bem impressionantes, as pedras avermelhadas, bem bonito. Copa do mundo, Itália perdida, entre outras. O Andrés parou em alguns pontos pra gente poder caminhar, subir nas pedras, ver as vizcachas e tirar fotos. 

Depois disso fomos em uma lagoa que eu não achei o nome em lugar nenhum, mas que tinha uma criação de lhamas bem pertinho e elas ficam soltas por ali e tinha uma quantidade enorme de flamingos. Essa lagoa a gente podia chegar bem perto da água, então vimos flamingos bem mais de pertinho do que tínhamos visto na laguna colorada.

 

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