Colaboradores Rezzende Postado Agosto 15 Autor Colaboradores Postado Agosto 15 Quinta, 23 de maio de 2024 Dia de bater perna em Veneza. Fiquei hospedado em Mestre, a cidade vizinha que fica no continente e de lá tem muita opção de transporte pra ir pra Veneza e com muitos horários. O ônibus custa € 1,50 e o trem € 1,45. Os ônibus pareciam mais cheios. Eu preferi ir de trem, comprei os bilhetes nas maquininhas da estação, não esperei nem 5 minutos e a viagem não dura nem 15 minutos, pouco mais de 10 minutos na verdade. Do hostel em Mestre até a estação Santa Lucia em Veneza, não gasta nem meia hora. Confesso que cheguei bem receoso em Veneza… Já era fim da viagem, então já bate aquele desânimo de fim de festa… Muita gente tinha me dito que Veneza era lotada de gente, que tinham passado raiva em Veneza; e eu já tava cansado das hordas de turistas que peguei em Roma e Firenze, principalmente depois de dias tranquilos nos Alpes. Tinha todos os ingredientes que faziam pensar que eu não ia curtir Veneza… Mas o bom de uma viagem é que ela é viva! Ela vai se moldando e as coisas vão acontecendo… Saindo da estação, de cara já vejo muitos barcos e uma bela igreja do outro lado do canal. Veneza tinha acabado de instituir uma taxa de visita de 5 euros nos finais de semana, mas como era quinta-feira, não tinha taxa. Passei a primeira ponte e logo a cidade vai se dividindo em várias vielas. E as pessoas também. A medida que eu ia adentrando a cidade, os becos iam ficando mais calmos e eu já começava a curtir o momento. De início pensei que precisava olhar o Maps pra chegar nos lugares mas tem umas plaquinhas tradicionais e até características da cidade que vão indicando a direção pra chegar na Ponte de Rialto e na Piazza San Marco, assim como na volta vão indicando o caminho da ferrovia e da Piazzale Roma (de onde saem os ônibus) Eu até sabia disso, mas ver que Veneza não circula nenhum carro, nem bicicleta, nada, só pedestres, é muito gostoso! E o transporte público realmente é só pelos canais, com os vaporettos que funcionam como ônibus coletivos, barcos de moradores que você vê regularmente estacionados nas portas de casas e claro, as icônicas gôndolas. Eu optei por andar somente a pé. Gôndola definitivamente eu não tinha interesse, por estar sozinho e não me chamar a atenção, além de custar módicos 90 euros pra um passeio de meia hora! Até pensei em andar um trecho de vaporetto mas só pra dizer que naveguei nos canais de Veneza, sei lá, por fim acabei não indo. Não é tão barato também e parecia sempre abarrotado de gente. A maioria das igrejas de Veneza cobram entrada, mesmo que baratas mas cobram. Na Basilica de San Marco era 3 euros mas como tem a parte de oração que é grátis eu entrei nela e me dei por satisfeito. Resolvi pagar para subir a torre do Campanário. Com 98 metros é o edifício mais alto de Veneza e o único lugar de onde você poderá ver a cidade do alto. Custa 10 euros e achei que vale muito a pena. O mais legal de Veneza é andar aleatório, embrenhar pelos becos, deixar-se perder… Pedi um gelato de um sabor que tava escrito Slurp. A moça disse que era chocolate, menta e pistacchio. Pra mim foi o mais saboroso da Itália 😋 Passei pelo parque Garibaldi, já quase no final da cidade e não imaginava que Veneza tivesse um parque arborizado assim. Segui andando aleatório e voltando pra estação. Peguei o trem pra Mestre umas 17h. Como tinha 2 dias, não tinha pressa. Voltaria depois pra andar um pouco mais. Terminei o dia no hostel onde rolou um animado karaokê com a gringaiada. Sexta, 24 de maio de 2024 Novamente fui andar aleatório em Veneza. Dessa vez fui andando em outra direção. Ao invés de cruzar a ponte em frente a estação, segui reto, passei pela igreja de Santa Lucia onde está exposto o corpo de Santa Lucia (já disse que tá cheio de corpos de santos e/ou partes deles pelas igrejas italianas né?!) Só olhei da porta pois pra entrar lá dentro era € 2,50 Na igreja de Madonna dell’Orto onde também tinha uma bilheteria na entrada e nem perguntei preço, mas provavelmente também girando em torno de 3 euros. Entrei na Livraria Acqua Alta que é famosa, instagramável e sei lá que mais, mas é uma livraria 🤷♂️ tem uns livros empilhados, outros que parecem que foram molhados pela alta da maré, enfim, tava passando perto e entrei mas não achei nada demais. Eu tava curtindo mesmo era andar aleatório. O medo de não curtir Veneza já tinha passado. A cidade não tava lotada, tava bem trafegável. Uma cidade muito pitoresca, diferente, grande, com muita coisa pra ver e que dá pra usar 2 dias sem enjoar. Aproveitar pra curtir com calma, parar num bar e pedir um drink, essas trivialidades… Não quis ir conhecer as ilhas de Veneza: Murano, Burano e Torcello. Não queria ver fábrica de vidro, não queria ver casas coloridas porque já tinha visto demais pela Itália, queria mesmo andar aleatório. E tudo bem. Fui até a Igreja de Santa Maria Salute, essa sim é grátis e tem um painéis de Tiziano. Muita gente fala que Veneza fede. Eu não senti cheiro nenhum. Não sei se o clima interfere pois estive lá em dias com temperatura máxima de 21 graus, clima ameno. Talvez dias de calor possam causar algum cheiro ruim, mas não sei. Nos dias em que estive, nada de cheiro ruim. Voltei pra Mestre um pouco mais cedo pois só me faltava conhecer Veneza à noite, então fui pro hostel ficar um pouco de bobeira com a intenção de voltar em Veneza bem no finalzinho do dia. Enquanto estava na área comum do hostel, tentando achar alguém pra enturmar, vi 3 moças com suas cuias de mate, pensei que fossem argentinas ou uruguaias e fui mandando um buenas tardes pra puxar papo. Falamos em espanhol até descobrir que eram gaúchas Eram Letícia, sua irmã Nice e sua amiga Diana. Elas tinham acabado de chegar, estavam meio sem saber o que fazer. Disse que ia em Veneza ver como a cidade era a noite e elas toparam ir comigo. Pegamos um trem escurecendo, era quase 20h, andamos até a ponte de Rialto e voltamos. Eu achei Veneza muito escura à noite, a cidade não é bem iluminada como eu pensava e fica beeem mais vazia. Voltamos pra estação era umas 22h e tinha pouca gente nas ruas, alguns restaurantes já tinham até fechado e os abertos estavam bem vazios. Pra mim ficou a impressão que a vida de Veneza é diurna. Sábado, 25 de maio de 2024 Dia de deslocamento, nada relevante. Tinha comprado, uns 5 dias antes, uma passagem da Flixbus para Roma que custou 15 euros. O ônibus tem ponto em frente a estação de trem de Mestre, passou 11h, fez uma parada pra lanche no Autogrill em Bologna, parada pra embarque e desembarque em Firenze e cheguei em Roma, estação Tiburtina, às 17:30. Só aproveitei a viagem pra ir olhando as paisagens no caminho, refletir sobre os dias vividos na Itália na viagem que chegava ao fim. Em Roma, peguei metrô e desci na estação Castro Pretorio, a 2 quadras do hostel. Resolvi ficar de novo no Yellow Square pois já conhecia a região e queria gastar mais tempo curtindo a noite de sábado do que me aventurando num novo hostel. Só deixei minhas coisas no quarto e já fui andar, afinal já tinha passado o dia sentado num busão. Deixei pra comprar as quinquilharias de lembrancinhas nesse dia pra não ter que carregar um monte de coisa pelo país todo. Nas outras cidades comprei só coisinhas pequenas e leves. Fiquei até pouco depois de 22h nas ruas centrais de Roma, fui até o Pantheon, que é lindo à noite e passei pela Fontana de Trevi lotada o tempo todo, até perto das 22h ainda bem cheio. Voltei pro hostel e quando já não dava mais nada pela viagem, conheci no quarto uma chilena e um indiano, descemos pra balada do bar e ficamos curtindo até 3h da manhã. Fim de festa né, hora de comemorar. Domingo, 26 de maio de 2024 Agora sim, último dia do rolê. Comecei tomando café num barzinho que tava tocando reggae. Ainda fiz algumas andanças em Roma. Fui na Basílica de Latrão, que ainda não tinha ido. Passei na Piazza del Parlamento, que eu ainda não tinha passado (Roma tem muita coisa pra ver, sem dúvida ainda deixei muita coisa pra trás) No mais, fiquei andando mais de boa, almocei num restaurante chamado Vacanze, tinha a Ramona que atendia no caixa, servia na mesa, fazia tudo sozinha, era muito simpática, deixei uma avaliação no Google, mostrei pra ela e ela me deu uma dose de limoncello de brinde Passei de novo pela Piazza di Spagnia, Via del Corso, Piazza Navona... Hora de curtir uns barzinhos pra bebemorar. Um caso engraçado: certa vez em Fortaleza, eu pedi uma tapioca e me trouxeram uma Ypioca, agora foi a vez de eu pedir um aperol e me trazerem uma cerveja peroni. Será que eu falo enrolado e não me entendem? tudo bem, tomei a cervejinha. Mas depois parei num outro bar, pois precisava de um aperol de saideira. E foi ali, no Pepy’s Bar, na Piazza Barberini, de frente ao chafariz da Fontana del Tritone e um prédio com um letreiro escrito Bernini, que eu tomei meu último Aperol do rolê enquanto passava mentalmente uma retrospectiva do que me passou nas últimas 3 semanas: De como eu me encantei ao andar pelas ruas de Roma, ver o Foro Romano e o Coliseu. De eu ter visto o papa passando na minha frente! Quanta gente não gostaria de ver o papa passando na sua frente e eu vi! Eu tive uma oportunidade que muitos que desejam tanto jamais terão. As ruas de Firenze e seu inesquecível pôr do sol. A foto bacana que eu consegui na Torre de Pisa A galera legal que conheci no hostel de La Spezia A ida em Portovenere de última hora Genova que fui sem querer querendo e tive o prazer de conhecer a Maga Milão e o reencontro com meu amigo Gabriel O lago de Como e sua tranquilidade As dolomitas, deslumbrante! Áustria..,eu não imaginava que eu ia na Áustria e no decorrer dos acontecimentos eu fui parar na Áustria!! Veneza que eu fui com medo de não gostar e acabou sendo um dos que eu mais curti E agora ali de novo em Roma, fechando essas 3 semanas inesquecíveis. Com um aperto no peito, mas com sensação de dever cumprido e gratidão, voltei pro hostel, peguei minha mochila, fui pra Termini, peguei o ônibus da Terravision pra Fiumicino e o voo da TAP pra Lisboa onde fiz conexão pra voltar pra BH. E é isso! E não é só isso A Itália é muito grande pra conhecer em 3 semanas. Ainda ficou pra trás a parte sul, Nápoles, Pompeia e tantos outros lugares que não deu tempo de visitar. Eu sou muito crítico de viagens corridas, de gente de faz 10 países em 3 semanas...eu fiquei 3 semanas só na Itália e não foi suficiente. Mas, como cantava Chorão: “O tempo às vezes é alheio à nossa vontade, mas só o que é bom dura tempo o bastante para se tornar inesquecível” Arrivederci 1 1 Citar
Membros D FABIANO Postado Agosto 16 Membros Postado Agosto 16 @Rezzende Você disse e eu já sabia que não entra carro em Veneza.Mas os hotéis principais e mais caros ficam lá.Como faz o povo do $$$ para chegar a eles?Mestre tem algo para ver ou é só dormir mesmo e a estação de trem? Citar
Colaboradores Rezzende Postado Agosto 18 Autor Colaboradores Postado Agosto 18 O povo do $$$ não precisa se preocupar pois eles tem $$$ e podem pegar um barco táxi pra levar até a porta do hotel por uns 50 ou 60 euros. Já o povo sem $ pode pegar um vaporetto por 9 euros e descer no ponto mais perto do hotel e ir arrastando a mala pelos becos, que aliás, foi o que eu mais vi por lá, tinha muita gente arrastando mala de rodinha pelos becos ou com seus mochilões nas costas a caminho de algum lugar. Tanto vaporetto como barco táxi dá pra pegar em frente a estação de trem, tem um ponto lá. Mestre é só pra dormir, por isso é mais barato. Se tem algo interessante, nem vi, nem fiquei sabendo 1 Citar
Membros D FABIANO Postado Agosto 18 Membros Postado Agosto 18 9 euros?E eu pensando que o metro de Paris estava caro,🙄pois a tarifa olimpica esta em 4 euros. Citar
Membros lacanmetallic Postado Agosto 22 Membros Postado Agosto 22 Em 30/05/2024 em 09:42, Rezzende disse: Fui com um orçamento de 100 euros por dia, Estou atoa no trabalho hoje e passei o período da tarde toda lendo seu relato kkkk. Gostei muito! Você acha que 100 euros por dia foram suficientes, não passou "apuros"? 1 Citar
Colaboradores Rezzende Postado Agosto 22 Autor Colaboradores Postado Agosto 22 Para o meu estilo de viagem, ficando em hostel, foi tranquilo. Procurava refeição em torno de 10 euros e as vezes comprava comida no mercado pra fazer no hostel. Tirando comida e hospedagem que é o mais pesado e pode levar aí numa média de 70 euros/dia, ainda sobra um pouquinho pras biritas, lembrancinhas e tal. Pra mim foi um orçamento justo mas sem apuros. Citar
Membros lacanmetallic Postado Agosto 23 Membros Postado Agosto 23 Que ótimo. Também fiquei contente de saber que conseguiu se virar com o inglês básico; esse é minha maior insegurança para viajar para países que não são de língua latina Citar
Membros Cintya Postado Agosto 26 Membros Postado Agosto 26 (editado) A farda da guarda do Vaticano é muito engraçada, parece um Jokey do baralho!!! hahahah IMG_4264.heic Editado Agosto 26 por Cintya Citar
Membros Daniel48 Postado Outubro 16 Membros Postado Outubro 16 Em 30/05/2024 em 09:42, Rezzende disse: Ciao Galera Mochileira! (Ciao pra mim é pra ir embora, ainda não me acostumei com a ideia de usar Ciao pra cumprimentar quando se chega ) Depois de ver quase esgotadas minhas opções de viagem para lugares de língua espanhola, esse cidadão que vos fala, com inglês básico (mas bem mais virável do que eu pensava ) precisava se aventurar por outras línguas… Seguindo minha receita de ir aos poucos expandindo fronteiras, como já tinha ido até a Espanha, decidi, também pela história, cultura e paisagens, que minha próxima terra a ser desbravada seria o território italiano. Escolhi maio, mês de primavera, nada daquele calor sufocante do verão nem aquela chuvinha chata do inverno que atrapalha pra andar. Peguei dias ensolarados, só um dia de chuva fina que pouco atrapalhou, temperaturas máximas entre 21° e 27° e aquele friozinho gostoso nas montanhas. Tinha 3 semanas pra viajar e ao contrário de muita gente que viaja 10 países em 20 dias, eu fiquei só na Itália mesmo (e um dia na Áustria que será compreendido mais pra frente) e digo que não foi suficiente sequer pra Itália, já que nem pro sul deu pra eu ir (imagina quem quer “ver” a Europa toda em 3 semanas…) Esse foi meu roteiro: ROMA – FLORENÇA – CINQUE TERRE – GÊNOVA – MILÃO – DOLOMITAS – VENEZA Fui com um orçamento de 100 euros por dia, contando tudo, tudo, tudo (exceto as passagens aéreas) e sobraram alguns centavos… Levei tudo nos cartões Nomad e Wise, saquei 200 euros quando cheguei lá só pra gastar onde não passasse cartão ou com coisinhas baratas e o resto, passava tudo no débito. Vai vir aí um relato looongo e cheio de fotos...Senta que lá vem história! 🔝Top D+ o seu relato de viagem🔝 1 Citar
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