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Cuba


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  • Membros

"...lá as coisas nao funcionam como na maior parte do mundo. eles estao uns 40 anos atrasados em tudo por lá"

Gente, quando leio uma frase como essa, a primeira pergunta que me vem à cabeça é: afinal de contas, o que é ser "atrasado"? Ou melhor, são atrasados em relação a quê e a quem, exatamente? Que critérios usamos pra definir o que é "atraso"?

Se definirmos políticas públicas para saúde e educação como parâmetro de comparação do grau de "desenvolvimento" (muitas aspas, por favor, muitas mesmo...) poderíamos afirmar que Cuba está bem à frente de países tidos como "desenvolvidos" (mais aspas...esse termo é praticamente um sinônimo de "capitalistas", "ocidentais", assim como "atrasado" pode ser facilmente associado a qualquer outro sistema, modelo ou cultura diferente do que engolimos como "padrão" a ser adotado).

Cuba é um país onde as taxas de mortalidade infantil são irrisórias, assim como as taxas de analfabetismo, e o são porque há oferta de saúde e educação públicas de qualidade para a população; não é preciso pagar para morar, todos tem casa própria; possui experiências admiráveis de agricultura urbana (quintais agroecológicos, hortas urbanas); lá, as pessoas não passam fome e qualitativamente se alimentam melhor do que muitos de nós; é possível transitar pelas ruas, sem o medo de ser assaltado a qualquer momento...enfim, nada disso me remete a uma idéia de "atraso", especialmente quando os critérios para definir o que é "qualidade de vida" não estão associados à possibilidade de consumir e, principalmente, consumir supérfluos. Claro, tem a questão da privação da "liberdade", do poder ir e vir, questão polêmica e que acaba ocultando os tantos "avanços" conquistados após a revolução. Aliás...e quem é que tem "liberdade" num país capitalista ou o que exatamente isso $ignifica para nós?

Sem querer polemizar...mas atrasado mesmo é preconceito, viu?

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  • Membros

Mano,

 

Cuba é diferente de tudo. Tem os prós e contras. E não vou ficar levantando bandeira.

 

Mas o fato de um Cubano de Cienfuegos, inteligentissimo, dá aula na Universidade local e sequer conhece Trinidad que fica à poucas horas dalí, por ser "extremamente caro" para eles, é um absurdo.

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"...lá as coisas nao funcionam como na maior parte do mundo. eles estao uns 40 anos atrasados em tudo por lá"

Gente, quando leio uma frase como essa, a primeira pergunta que me vem à cabeça é: afinal de contas, o que é ser "atrasado"? Ou melhor, são atrasados em relação a quê e a quem, exatamente? Que critérios usamos pra definir o que é "atraso"?

Se definirmos políticas públicas para saúde e educação como parâmetro de comparação do grau de "desenvolvimento" (muitas aspas, por favor, muitas mesmo...) poderíamos afirmar que Cuba está bem à frente de países tidos como "desenvolvidos" (mais aspas...esse termo é praticamente um sinônimo de "capitalistas", "ocidentais", assim como "atrasado" pode ser facilmente associado a qualquer outro sistema, modelo ou cultura diferente do que engolimos como "padrão" a ser adotado).

Cuba é um país onde as taxas de mortalidade infantil são irrisórias, assim como as taxas de analfabetismo, e o são porque há oferta de saúde e educação públicas de qualidade para a população; não é preciso pagar para morar, todos tem casa própria; possui experiências admiráveis de agricultura urbana (quintais agroecológicos, hortas urbanas); lá, as pessoas não passam fome e qualitativamente se alimentam melhor do que muitos de nós; é possível transitar pelas ruas, sem o medo de ser assaltado a qualquer momento...enfim, nada disso me remete a uma idéia de "atraso", especialmente quando os critérios para definir o que é "qualidade de vida" não estão associados à possibilidade de consumir e, principalmente, consumir supérfluos. Claro, tem a questão da privação da "liberdade", do poder ir e vir, questão polêmica e que acaba ocultando os tantos "avanços" conquistados após a revolução. Aliás...e quem é que tem "liberdade" num país capitalista ou o que exatamente isso $ignifica para nós?

Sem querer polemizar...mas atrasado mesmo é preconceito, viu?

 

Você moraria em Cuba ?

Você venderia tudo que tem para ''investir'' em uma nova vida em Cuba ?

Afinal seus filhos teriam acesso a saúde e educaçao de qualidade ...

 

Desculpe ''polemizar'', mas é fácil ver romantismo em uma ditadura quando não é na nossa pele.

 

Mas isso é assunto para outro tópico ...

 

Grande abraço !!!

 

Rodrigo Cavalcante

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  • Membros de Honra

qué bolá ?!!

 

Igor, carros oficiais são obrigados a dar carona, qq cubano pode viajar desde que tenha um motivo claro até para o controle populacional em cada região da ilha (viver numa ilha é muito distinto de um país continental...)

 

Marco, sugiro tentar trocar sua nota antes em algum hotel ou nas casas mesmo.

 

Rodrigo e Gí, sabe que pensei em algo parecido (até pq não tenho/terei filhos), qdo estive em Cuba a experiência foi tão forte que voltei pensando seriamente em realizar algo construtivo lá, desenvolver algum projeto socioambiental.... enfim, viver lá para realmente conhecer um modo de vida distinto, menos predatório... concordo que é assunto pra outro tópico mesmo, mas não posso deixar de comentar sobre o tema que vc levantou, mesmo que polêmico, ao falar de "romantismo em uma ditadura", pra quem conhece ditaduras como as que tivemos aqui e nos países vizinhos, ditaduras implantadas e desabilitadas pelos EUA (que exemplo de sistema democrático!?! pq será não tocaram em cuba? - apesar de realizarem inúmeros atentados terroristas, tentativas de assassinatos dos líderes etc tentativas de desestabilizar um sistema de governo alternativo)... o que seria desta ilha se não fosse um sistema de governo diferente ?!? como o Haiti, Dominicana, Porto Rico ou Jamaica?? talvez.... ou quiçá essa "ditadura" nesta ilha tenha feito mais pelas pessoas de lá do que as comandadas pelos EUA mundo afora (proporcionais às suas magnitudes), pra não delongar, são perspectivas a se encarar...

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  • Colaboradores

Sobre alguns comentários que li aqui...

 

Sim, muitos cubanos dizem que a libreta não é suficiente pro mês inteiro, mas vale dizer que rodei toda a ilha e não vi um único pedinte e os poucos moradores de rua que vi eram os alcoólicos (o alcoolismo, sim, é um problema no país, pois a cultura de beber rum está arraigada na população). Ouvi muitas críticas ao Fidel, mas nenhuma referente à fome, o que indica que a libreta é complementada com renda extra, porque afinal os cubanos trabalham e recebem seus soldos, como todos nós, não é mesmo? Claro que há desemprego e esse é outro problema no país, já que há uma população extremamente qualificada (quase todos os cubanos tem curso superior completo), mas não há onde empregar toda essa qualificação. Por isso, vemos historiadores dirigindo táxis, ou engenheiros trabalhando em restaurantes. Mas FOME não há.

 

Outro comentário que li por aí é sobre "criar filhos em Cuba". Vou contar o que vi sobre "ser criança" em Cuba. Não há sequer um guri fora da escola e não vi nenhuma criança trabalhando, ou pedindo dinheiro no farol, ou suja, ou com "ramela" saindo por todos os poros. As crianças cubanas são tratadas como porcelanas e todos cuidam deles como se fossem seus próprios filhos. Quando estávamos em Sanctu Spiritus, ficamos observando o horário de saída da escola e o que vimos é que elas viram prioridade na cidade. Carros param para elas atravessarem (e isso é raro em outras circunstâncias, porque os motoristas cubanos são agressivos! rsrs), pedestres cuidam para elas brincarem e a garotada tem uma liberdade que só vejo nas cidades do interior do Brasil. Isso tudo com a vantagem de terem ensino de qualidade nas escolas (sim, o povo cubano é extremamente culto e se vc não acredita bastar puxar papo com um taxista e verá que ele sabe mais sobre geografia do Brasil que muitos brasileiros! rsrs). Então, sim, eu criaria filhos em Cuba.

Tenho certeza que eles teriam mais liberdade (pois é, liberdade! no sentido mais pleno da palavra) do que nossas crianças criadas à playstation e galinha pintadinha, sendo enjauladas nos condomínios fechados de Alphaville, ou equivalentes.

 

Enfim, amo o Brasil e amo Cuba. Ambos tem problemas e ambos tem potencialidades. Radicalismos ingênuos sobre qualquer dos dois países não nos leva muito longe.

 

Abraços,

Ana

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  • Membros

AnaChrist e Pedrada, faço minhas as palavras de vocês, me representam.

Até porque, aqui a maioria é dos que pensam que falar sobre política num site de viagens/viajantes é chato, desinteressante ou "foge" ao tema.

Realmente acreditoque viajar é se abrir pra conhecer o outro, outra cultura, outros modos de vida...

No relato que escrevi com Pedrada sobre nossa viagem à Cuba procuramos ressaltar o quão intensa foi a experiência...difícil passar por isso sem se deixar afetar sobre as outras possibilidades de se organizar politicamente e de estar nesse mundo. Mas claro, não é relevante. Voltemos aos preços, aos câmbios e aos julgamentos preconceituosos, sim, sobre Cuba e os cubanos.

Encerro aqui minha participação nesse tópico.

Grata pela atenção.

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  • Colaboradores

BG,

é triste, mas a realidade é que muita gente viaja para "consumir" o destino e não para vivê-lo efetivamente e conhecer o mundo para além do seu próprio umbigo. Penso que isso que diferencia um turista de um viajante.

O povo que viaja com preconceito vai pra Cuba e segue direto do aeroporto para os resorts all inclusive de Varadero e Cayo Largo sem sequer conversar com um nativo! Ou vai para reclamar que não tem wifi, ou que os prédios são velhos e mal conservados... E, em geral, são os mesmos que acham lindo as ciclovias de Amsterdã e reclamam das ciclovias da Avenida Paulista! hehehehe

 

Infelizmente, o brasileiro ainda viaja por status e não por espírito desbravador. Nisso os argentinos dão banho na gente. Conheço argentinos em quase todas as "aventuras roots" que me embrenho e brasileiros só encontro em lugarezinhos da moda. Provavelmente, os brasileiros estão na Disney, Paris e Bahamas. E quando resolvem ir pra um lugar "rústico" vão pro Atacama, ou pra Jericoacora! (adoro esses lugares, mas tenho muitas restrições ao tipo de turismo que rola nos dois destinos).

 

Vamos ver se com a crise, as coisas mudam. Mas vai ser engraçado ver esse povo na Bolívia... rs

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