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Para começar, abram o Google Maps, cliquem na foto do perfil se vocês, cliquem em "meus mapas offline", enquadrem e baixem o mapa de toda a região desde Praia de Carneiros até Maceió. Quando estiverem sem dados móveis - situação mais comum na região de Milagres e nas estradas do interior que vêm de Maceió, o resto é bem coberto - o mapa off line segue normalmente a navegação e vocês não se perdem. Usem o Google Maps aberto também em um computador para acompanhar as dicas abaixo. 

Entre Maceió e Maragogi, dá cerca de 1h30min/2h, o caminho passa por São Luis do Quitunde e desce uma serrinha até Japaratinga para seguir pela costa, de forma que em toda a Costa dos Corais as coisas são muito perto umas das outras. Confiram as distâncias no Google Maps. Não pegamos grandes congestionamentos, exceto na balsa entre Japaratinga e Porto da Pedra. Mas pegamos movimento na volta das praias do norte de Maragogi, sobretudo no entardecer. O trânsito flui pela AL-101, mas às vezes vai mais devagar. 

Ao chegarmos na região de Maragogi, percebemos que o passeio de buggy pelas praias pode ser bom para quem não está de carro e que a visita às piscinas naturais pode ter lá a sua beleza, é muita gente querendo vender esses passeios, mas seriam os caminhos mais curtos para tomarmos um torrão sob aquele sol escaldante e com som alto incessante. Na maré baixa o mar recua, então a água, quanto mais rasa e ideal para as piscinas (marés 0,1 a 0,5) mais quente fica, sobretudo na beira do mar. Quente como um chuveiro no modo inverno, parece inacreditável mas é real. Um horror para quem quer se refrescar. Melhor uma maré de 1,5 a 2,0 para um banho de mar mais fresco (levemente morno) e com água pelo peito. Maré além de 2,0, pode inviabilizar o banho de mar em algumas praias que algumas delas já não têm muita areia mesmo na maré baixa. A linha de areia úmida ou com restos de algas é um bom indicador de até onde a água pode subir. Contem 1h30min desde a maré mais baixa se tiverem ido lá longe mar adentro e então comecem a voltar devagar, pois a água começa a subir aos poucos e você não percebe. O risco de afogamento existe, e tem vários sites que informam a situação da maré em tempo real (tabuademares.com.br). Certas regiões que na maré baixa tinham água pelo calcanhar podem ficar com água pela cintura e regiões de água pela cintura não darão mais pé. Alguns barcos fazem sinal para que você vá voltando, mas não espere a situação de risco acontecer. 

Quais as praias mais bonitas sempre é uma questão relativa. Considerando que queriamos banho de mar, sombra de coqueiros e belas paisagens, vou ser categórico depois de ter visitado bastante coisa desde Milagres até Carneiros: apesar da beleza do mar na maré baixa, as praias desde Maragogi até o norte (divisa com Pernambuco) são todas muito iguais e não têm muita sombra, a única que se destaca pelo que buscávamos é Ponta do Mangue na altura do hotal Grand Oca, uns 200m à direita de quem chega na praia. Muita sombra de coqueiros e alguns caídos para tirar fotos na beira do mar. Belíssima e com bares de praia próximos a preços justos. Não é atrolhada de gente. Barra Grande, Xaréu e Antunes não correspondem em nada às fotos do Google Maps, não são nem de longe mais bonitas que Ponta do Mangue e têm muita gente na areia. Não valem a pena. Em Pernambuco, para quem está na região, vale visitar a maravilhosa Praia de Carneiros, 1h10min de carro desde Maragogi, com sua igrejinha à beira mar e águas calmas levemente mornas, muitos ambulantes vendendo comidas e bebidas. Apesar de cheia, tem bastante sombra de coqueiros. Coloquem no Google Maps o acesso à capelinha de Carneiros e deixem o carro no estacionamento ao lado. Vocês caminharão pouco. Custa R$ 30,00 por veículo o dia inteiro e fica gente por ali até as 17:00/17:15. No entanto, cuidado ao dirigirem pela continuação da estrada no lado pernambucano, pois seu estado é vergonhoso, com crateras capazes de quebrar a roda de um carro.

Embora Maragogi seja uma praia com infraestrutura de cidade, com bares, restaurantes, bancos, mercadinhos, conserva o charme de uma praínha, tem boas opções de diversão para crianças no calçadão, os poucos prédios são baixos e é absurdamente segura inclusive à noite, para os padrões brasileiros. Muita gente de todas as idades na rua, lojinhas abertas. O ponto negativo é a existência de esgoto a céu aberto, fato que surpreendentemente não afetou a balneabilidade. No entanto, a beleza que buscávamos estava mais concentrada ao sul, entre Japaratinga, Porto da Pedra e São Miguel dos Milagres. Japaratinga tem a bela Praia da Ponta do Boqueirão, a beleza do pôr do sol no pontal com vista para a charmosa Porto da Pedra com seu rio, sua igrejinha e seu farol. Já em Porto da Pedra, tem a bela Praia de Lages/ou da Lage, com sua linda vista em direção aos coqueirais do Patacho no entardecer e excelentes comidinhas de praia, dá para colocar como destino a Barraca da Veia. Mais ao sul, além da beleza das casinhas antigas ao longo da via, tem muito artesanato até a entrada para a deslumbrante Praia de Tatuamunha (coloquem Barraca do João no Google Maps) e se deliciem com o pôr do sol no encontro do rio com o mar e com as delícias da culinária praieira do João, a preços justos. Seguindo mais ao sul, começa a cidadezinha (sem grandes atrativos) de São Miguel dos Milagres. A Praia do Toque não tem nada de mais. A Praia do Riacho é bela sobretudo ao nascer do sol e ao pôr do sol, pois tem vista para a famosa capela à beira mar, mas não tem sombra, o banho não nos pareceu atrativo e na desembocadura do riacho tomem cuidado para não chutar as pedras escondidas na areia na beira do mar, desviem pela areia até a capelinha. E por nada neste mundo deixem de visitar por um dia inteiro a Praia do Marceneiro, o melhor banho de mar e a enseada mais bonita de todas as praias que fomos. Mas levem o que comer. Se quiserem economizar tempo, vão direto até a Praia do Marceneiro e caminhem até o pontal, pois de lá a capelinha da Praia do Riacho está muito próxima. Outro detalhe importante é que entre Japaratinga e Porto da Pedra (melhores cidades para se hospedar considerando a beleza das praias ao redor) há duas balsas (4 e 8 veículos) que operam das 6:00 até as 0:00. Custa R$ 20,00 por veículo a travessia e economiza o cansaço do motorista, pois a alternativa é desviar pelo interior, em Porto Calvo. A duração da viagem semelhante, já que a balsa costuma ter fila de espera. Vale muito a travessia de balsa de dia pelo passeio. 

De Maragogi para as praias do norte até a divisa com Pernambuco se pode ir nas vans que saem das proximidades da Maternidade e custam de 4 a 6 reais. Elas vão percorrendo a rodovia AL-101 e vão largando os passageiros nos acessos. Demora cerca de 10 min para ir caminhando da rodovia até a praia. Para ir à Praia da Ponta do Mangue, peçam para descer no Hotel Grand Oca. Tem um acesso lateral de terra. O último horário das vans na volta pela estrada, é 18:00, basta fazer sinal para elas pararem, mas não fiquem na praia até depois das 17:00/17:30 porque em final de dezembro o sol se põe pelas 17:45, e você corre o risco de a van já vir lotada e o motorista não parar. Desconheço vans para as praias ao sul, mas deve ter, porque vi umas em Maragogi indicando "Porto Calvo - Maceió", de forma que devem passar por Japaratinga. Nada sei sobre vans de Porto Calvo (mais para o interior) para Porto da Pedra (na barra do rio), mas deve haver. Recomendo mesmo é o aluguel de carro no Aeroporto de Maceió porque dá mais mobilidade, as estradas em Alagoas são muito boas mesmo no interior, mas cuidado com a quantidade imensa de quebra-molas, com os pedestres despreocupados na beira e mesmo dentro da pista das rodovias nas áreas urbanas e, sobretudo, com os motoqueiros, grande parte deles imprudente, dirigem sem capacete, levam criancas pequenas na motocicleta, andam colados na traseira do teu veículo, ultrapassam pela esquerda e pela direita sem avisar e sem ter espaço suficiente. Estávamos com o carro estacionado em Maragogi e quando voltamos vimos que o farol esquerdo traseiro estava quebrado. Provavelmente foi algum motoqueiro imprudente. Pelo fato de termos pedido a "proteção de vidros e pneus" ao alugar, nada tivemos que pagar. Eu diria que 40 km por hora nas áreas urbanizadas das rodovias evita algumas incomodações. 

Vamos às dicas de comidas e bares/restaurantes. Os pratos são geralmente para duas pessoas, muito mais baratos do que em São Paulo e mais baratos do que no Sul. Bebida a mesma coisa. Em Maragogi, os únicos restaurantes pé na areia que valem pra caramba mesmo são o Niku e o Odoyá. Ainda na avenida da beira do mar tem o excelente Russo Gastrobar e o bom Parmeggiano, bem como o excelente Acarajé da Amanda, no calçadão. Na Praça de Alimentação a céu aberto, o Caldinho da Nise é fantástico e sem luxo. Os demais restaurantes do calçadão, sobretudo os mais próximos da Praça de Alimentação a céu aberto, com todo o respeito, não são bons e são mal atendidos, as avaliações no Google Maps falam por si, mas tivemos experiências desagradáveis. Se tiverem condições de gastar mais, vale cada centavo a fenomenal Casa da Lagosta, em Japaratinga, um bistrô com vista para o mar. Na Praia de Lages, a Barraca da Véia serve excelentes caldinhos e frutos do mar a preços justos. Na Tatuamunha, tem o genial (e mais caro) "Na Boa", nos fundos de um jardim. Além disso, tem a fenomenal Barraca do João na foz do rio da Tatuamunha, a melhor comida praieira caseira que comemos no litoral alagoano (caldeirada de frutos do mar). Lagostas nós comemos na beira da praia a R$ 50,00 por duas. Não deixem de provar o filezinho de aratu, uma espécie de caranguejo, os caldinhos de marisco e as caldeiradas e moquecas. No Parmeggiano de Maragogi há um excelente prato com carne de sol e queijo coalho, acompanhando feijão tropeiro. Aliás, quem gosta de carne vermelha não passa trabalho em Maragogi, pois ela está em diversos cardápios. Quanto aos drinks, os melhores são os do Russo Gastrobar, um achado. Sorvetes, os melhores são os da Kedi, em Maragogi, artesanais entre os melhores que já comi, valem cada centavo. Entre a Praça de Alimentação e o Russo, na avenida da beira do mar, há uma ótima loja de produtos regionais que vende desde cajuína até erva mate, inclusive cachaças, passas e docinhos de caju. 

Não levamos nenhum tipo de casaco. Maragogi e arredores é quente inclusive de noite, embora haja uma estação mais chuvosa, vale consultar. Vale levar muito protetor solar, chapéu de abas largas e sempre levar para a praia 1,5 litros de água mineral por pessoa, que se compra em qualquer mercadinho. Vale levar frutas/bolachas locais para algumas praias sem tanta infraestrutura de bares, como Praia do Pontal do Boqueirão e Marceneiro.

Os habitantes locais são muito educados e profundamente honestos. Ninguém tentou nos passar a perna por sermos de fora. No entanto, tenham muita compreensão, porque a cultura é diferente do sul/sudeste, o tempo das coisas é outro no atendimento. 

Ficamos no excelente Maragogi Hostel, coordenado pela Hosana, gentileza em pessoa, que inclui excelente café da manhã. Independente de onde forem ficar, se não estiverem acostumados com o calorão, peguem um local com ar condicionado, pois foi fundamental no nosso conforto. Como chegamos em Maceió no amanhecer e o nosso check-in no hostel era apenas às 14:00 (flexível para após esse horário), já armamos uma mochila de praia e fomos de carro alugado para a belíssima Praia da Ipioca, ao norte de Maceió, já a caminho da Costa dos Corais. Ainda deu tempo de pegar a bela luz de fim de tarde na descida da serrinha e tomar um banho na Japaratinga e em Maragogi antes de iniciarmos a estadia. 

Em Maragogi vimos Banco do Brasil, CEF e Banco do Nordeste. Vale sacar algum dinheiro por segurança, embora uma grande surpresa foi que a cobertura de dados móveis na região toda seja excelente mesmo em praias mais desertas do norte (sem exagero) e todos os ambulantes das praias aceitam pix. Na região de Porto da Pedra e Milagres as barracas de praia que fomos trabalham com cartão e pix, o sinal de celular não é tão bom.

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8 horas atrás, Roberto Brandão disse:

Apesar de conhecer 70% dessa roteiro (fiz em partes), é sempre legal ler um relato de um destino conhecido. Parabéns pelo relato com detalhes e dicas.

Obrigado! A ideia foi contribuir com informações úteis para quem se aventura pela região pela primeira vez. A vontade de voltar lá é grande, mas dessa vez eu ficaria hospedado entre Japaratinga e Porto de Pedras, pois poupa tempo e deslocamento até as melhores praias. Ademais, vi passeios de barco para piscinas naturais até mesmo em praias mais improváveis fora de Maragogi, como Praia de Lages e Marceneiro. 

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