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Buenas galera,

Vou partir em mochilão por todo janeiro por Bolívia e Peru, passando por Cochabamba, La Paz, Copacabana, Puno, Arequipa, Cusco, Nazca, Paracas e Lima, talvez menos cidades, talvez mais, ainda sem rota muito definida mas com fé na Pacha e no meu espanhol kkkk

Já começo o relato antes de ele acontecer inteiro porque é melhor com as coisas frescas. To por começar o rolê de verdade agora quando saia de Cochabamba porque to morando aqui há 5 meses, mas como pude conhecer bastante, já escrevo como a parte inicial do mochilão que em breve começo e venho dar os relatos.

Antes de tudo, algumas infos ou conselhos iniciais que acho importante sobre como dar role por aqui (Bolivia)

1. Chip de celular: pra mim sinceramente não é tão necessário um chip com internet em uma viagem curta, mas se tu sente que é melhor, o mais indicado é a operadora Entel. Conheci muita gente que chegou aqui e por não entender muito como funciona e ter pressa pra conseguir internet, comprou o chip e já de cara fez um plano de 1 mês por 100 bolivianos ou até mais, mesmo pra ficar períodos mais curtos. Galera, não façam isso! Tu compra o chip por mais ou menos 20 bolivianos e depois compra em qualquer tienda de rua uma tarjeta entel, que é o equivalente a botar crédito. Tem de diversos valores, desde 10 até 100 bolivianos. Com isso tu carrega o celular e pode comprar tipo pré pago o quanto tu quiser, eu curto os pacotes diários (o que mais vale pra mim é o de 3 bs), de 5 dias (10 bs) ou de 10 dias (15 bs) que tem algumas opções de quantos megas e whatsapp ilimitado também. Assim tu pode gastar basicamente a quantia que quiser e não desperdiça grana que tu certamente vai precisar pra outra parte do teu rolê

2. O trânsito é louco e tu tem duas opções: ou ser muito cuidadoso, ou ser mais loko que os condutores. A dica geral é nunca confiar em semáforos, nunca confiar em pisca ou em falta de pisca dos carros e tb não confiar em ciclovias e calçadas. 

3. Cochabamba não é muito alta em relação a outros lugares, 2500msnm ainda não é uma altura que costuma dar sorocchi apesar de claramente poder sentir coisas de altitude como muito cansaço, preguiça, sono. Sofri afu com isso e agora mesmo depois de 5 meses, parece que aqui me sinto muito mais cansada de fazer coisas que no Brasil me eram tranqui. A maior dica é o chazinho de coca, eu tomo todo dia de manhã e sinto muita diferença entre tomar e não tomar. 

4. Muuuito cuidado com a comida de rua e a água, sério. Eu vim com mais 7 intercambistas, e de todos nós só o peruano não passou mal. Sei que a comida de rua e os refrescos típicos são uma grande tentação de uma viagem, mas olhem bem onde tão comendo... Tá muito ao ar livre? Tá coberto? Já é fim do dia e parece que tá aí desde cedo? Como tiram o refresco do balde? Parece que tão lavando as mãos e fazendo algum tipo de limpeza onde tão trabalhando? Eu particularmente tive uma intoxicação alimentária bem séria, nunca tinha passado tão mal na minha vida e olha que nem comi algo tão insalubre. Tem gente mais sensível que os outros, espero que vcs tenham mais sorte pq é horrível passar mal em outro país sem ter apoio (eu tinha seguro, sério façam um seguro viagem). Então é isso comam com sabedoria mas tb não tenham medo demais a ponto de não se permitir experimentar, e de jeito nenhum tomem água da torneira, só fervida ou mineral pq isso tenho certeza absoluta que vai te dar uma diarreia

5. aqui em Cochabamba tem um aplicativo chamado Trufi, que é o de transporte público, e de taxi funciona o InDrive. Em Santa Cruz funciona o Moovit e tem Uber. Em outras cidades não sei dizer o que funciona, mas entre essas 4 opções certo que conseguem algo. Sugiro fortemente pegar os trufis pq é uma Experiência que tem q ser vivida aqui, os que andam pela cidade são 2bs, pra pegar tu pode fazer sinal com o braço em qualquer lugar da rua que ele para e pra descer é só falar pro motorista, também em qualquer lugar, algo como bajo en la esquina por favor ou como vc preferir avisar que chegou no seu destino.

6. sobre o perigo: quando cheguei, me botavam muuuito terror dizendo que eu não devia sair sozinha, que não era pra andar na rua, que era pra deixar sempre mochila na frente do corpo, que era pra levar dinheiro e celular em pochete dentro da roupa, que não era pra sair mt cedo de manhã ou depois do fim da tarde, que aqui a galera vem com tesoura e corta tua mochila/bolsa/pochete sem tu ver (!!!!) e tudo mais. O que eu digo sobre isso é: bom, obviamente não se pode ignorar os conselhos de cuidado, mas eu sinceramente me senti bem mais segura aqui que na minha cidade (Porto Alegre). O rolê é que inevitavelmente temos cara de gringo e sempre tem gente ruim por todo lado, mas somos brasileiros e também vivemos em lugares perigosos, no geral sabemos nos cuidar desse tipo de perigo. Ando tranquila por aqui, mas também não fico rateando.

7. dinheiro: eu sinceramente não pesquisei todas as formas de sacar dinheiro pra refletir sobre qual vale mais a pena e tudo mais, então posso não estar fazendo o melhor, mas pra mim parece que Western Union vale a pena. Pros primeiros dias trouxe um pouco de grana em dólar, que é mais fácil trocar tanto no BR quanto aqui, e depois fiz transferência sempre do WU. eles cobram uma taxa de mais ou menos 10 reais por transferência, parece que independente do valor, e sempre achei bom pq no fim me davam mais grana do que aparecia no aplicativo que iam me dar. É bem prático, pra mim vale a pena

E de resto é curtir o rolê.

Isso que tenho de infos iniciais, seguindo no fórum conto dos lugares que conheci e indico na cidade de Cochabamba e no departamento de Cochabamba também, considerando como data fake de início de mochilão tipo 15 de dezembro e com final dia 7 de fevereiro, quando pego o voo de Lima pra São Paulo/Porto Alegre. Pouco menos de dois meses sozinha y ocasionalmente acompanhada pelos Andes.

Minha rota pra daqui alguns dias vai ser algo como: (Sucre) --> La Paz --> Copacabana --> Puno --> Arequipa --> Cusco --> Nasca --> Paracas --> Lima

Gracias y hasta luego!

Editado por miranlauberf
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Sigo os relatos. 

Aqui na Bolívia, assim como no Brasil temos os Estados, aqui temos os Departamentos. Cochabamba é um dos departamentos, e Cochabamba é também o nome da cidade capital do departamento de mesmo nome, e começo com isso pra deixar clara a divisão que vou fazer nesse relato. Primeiro vou falar sobre a cidade de Cochabamba, e depois uma parte sobre o departamento de Cochabamba, que pude conhecer certa parte.

O que fazer na Cidade de Cochabamba

1. Cristo de la Concordia

A coisa mais conhecida da cidade, tem uma vista bonita de todo o vale e das montanhas ao redor. Vão te dizer que é o segundo maior Cristo do mundo mas é mentira, o segundo maior na verdade é o Cristo de Encantado no RS mas ninguém conhece esse kkkk enfim, dá pra subir de teleférico (não fiz isso pq tá em manutenção), caminhando (é alto e cansativo, boa sorte), em taxi (vão querer te cobrar 40 pesos mas isso é demais, no máximo 20 ou 5 por passageiro) ou nos tours grátis que o rolê de turismo da cidade faz (esses passeios podem ver no facebook na página Visita Cochabamba)

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2. Colina San Sebastián y Heroínas de la Coronilla

É o morro que tem do lado do aeroporto/terminal, tem esse monumento das heroínas que é bem bonito, menos movimentado que o Cristo pra pegar um visual da cidade e tal, achei um lugar bem agradável pra passar o tempo e tem ciclovia

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3. La Cancha

Acho bem importante conhecer como as coisas funcionam aqui, a maioria do comércio é informal e feito por meio de tiendas e casetas nesses mercados da Cancha, tem poucos supermercados igual conhecemos nas cidades padrão metrópole. Na Cancha tem de tuuudo tudo tudo, é estreitinho e com muita coisa em todos os lados de todos os tipos, mas é aí que tu ve as pessoas de verdade da cidade e como funciona o rolê do dia a dia. Sugiro que não vão com muita pinta de turista porque é um lugar que tem que se cuidar um pouco, mas é ótimo pra fazer a função comprar coisinhas de viagem pra familia e amigos caso queiram

4. Jardim Botánico Martín Cárdenas

Não é muito grande mas bem agradável, tem partes específicas com tipos de planta tipo cactos, bromélias, amaryllis, plantas tropicais (mesmo que todas as plantas nativas da Bolivia sejam tropicais mas enfim), palmeiras, e ao fundo tem uma área de grama que dá pra ficar tranqui.

5. El Prado

É uma avenida meio principal, com um canteirão no meio, é onde acontece parte dos movimentos da cidade. Agora no Natal por exemplo, tá cheio cheio de luzinha. Nos día del peatón, é onde mais tem atividades acontecendo. Desfiles folclóricos também passam ali, é um centro de comércio com mercados e restaurantes e tal, de lazer pela área verde e também tá entre duas praças importantes, a Plaza de las Banderas e a Plazuela Colón

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6. Plaza 14 de Septiembre

É a praça principal da cidade, com uma superpopulação de pombas absurda. Gosto de sentar ali e ficar vendo o movimento, o que as pessoas fazem e tal, e ao redor dessa praça tem várias coisas principais do centro como umas igrejas, o Teatro Achá, a parte de turismo tá ali, o Correo que é outro lugar cheio de coisinhas bolivianas/andinas à venda etc.

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7. Pasaje San Rafael

Fica en uma transversal entre as calles Colombia e Equador, entre as San Martín e Lanza. Tem umas histórias sombrias e tal, e atualmente tem as paredes cheias de mosaicos de mulheres artistas importantes de latinoamérica.

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O que fazer no departamento de Cochabamba

1. Parque Tunari

É uma vergonha que eu esteja aqui há meio ano e não tenha visitado o Tunari, mas igual coloco ele aqui como o primeiro item porque é importante. Nunca fui como disse, mas tem o pico mais alto de Cochabamba, trilhas, cachoeira e tal. Como chegar: Da região central se pode pegar os trufis 35 da calle San Martín ou 103 da av Ayacucho, esses parecem os dois melhores, mas tam também o G da San Martín ou o 109 da Ayacucho. Esses trufis deixam pertinho da entrada, aí só caminhar um pouco. Custo do transporte entre 2 e 7bs, entrada do parque se não me engano é 10bs.

2. Aguas Termales Liriuni

Bueniissimo, tem a piscina que é aberta e as banheiras que tu pode reservar. É um lugar no meio das montanhas, 30km de Cocha, infelizmente com muitos pinus e eucaliptos mas enfim, eu nunca tinha imaginado que ir em águas termais é tãao bom e relaxante então recomendo bastante. O preço pra piscina pública é 10bs e pras banheiras privadas é 30bs por hora, por mais 5bs tu pode comprar um maço de plantas aromáticas. Como chegar: da calle Oquendo pega qualquer trufi escrito Quillacollo, preço 2bs, e vai até a Plaza Bolívar em Quillacollo, vão te deixar no terminal de micros. Ali tu pega outro trufi rumo a Liriuni, preço 7bs e vai até o fim. Esse transporte só sai quando tem uma quantidade mínima de pessoas, acho que é no mínimo 4, então pode ter que esperar um pouco. Lá é um pico que rola acampar, as duas vezes que fui tinha gente com barraca e tal, e uma dica pra quem vai pras águas termales é chegar cedinho porque eeenche de gente.

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3. Qullpa Qucha ou Salar de Vacas

Tipo um micro Uyuni em Cochabamba, tem 1km de tamanho, fica na cidade de Vacas a uns 90km de CBBA. O caminho é bem bonito, gosto bastante das paisagens dessa estrada e particularmente interessante é que tem um morro que chamam de Elefante, porque parece um elefante deitado com a trombra pra frente, fica o desafio de encontrar pra quem pegue essa rota.

Esse passeio fiz com uma agência, cobraram 99bs por um circuito indo na Lagoa Angostura - Punata - tipo um castelo que não lembro que é nem onde fica - Salar - uma lagoa onde comemos peixe - Cascata Toro Warkhu - parada pra tomar chicha - uma vinícola em Cliza que tinha vinhos péssimos mas igual foi bom conhecer a produção local - Arani pra comer pão de Arani - volta a Cocha. Foi legal acho que vale mais do que ir sozinho só pra ver o salar, nos levaram em coisas bem locais, era uma agência pequena que valoriza bem o que tem de próprio sem "turistagem". 

Mas enfim, se alguém se anima a ir sozinho: tem que pegar um transporte perto do terminal, atrás do Templo San Carlos, av República esquina calle Guayaramerín, imagino que deve custar uns 20bs talvez ou menos. Do centro de Vacas aí eu não sei em detalhes, mas é perguntar e encontrar os bus que leva por essa estrada. 

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4. Cascata Toro Warkhu

Como disse, fui com esse tour. Bem bonita a cascatinha, quando fui tava bem seca com bem pouquinha água mas lá é bem agradável com os paredões de pedra e tal. Se chega a partir do centro de Vacas, também não sei detalhes, tem que pedir informação. Mas eu sinceramente não faria esse passeio só por esse lugar, no contexto de todo o tour foi bom, mas não tem nada de muito extraordinário. (depois faço um edit com o roteiro certinho do tour e a agência)

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5. Villa Tunari

Fica na região que chamam de Chapare, no meio dos Yungas, a 160km. A cidade de Cochabamba e alguns arredores são super secos e tu nem imagina que do nada pode chegar numa floresta maravilhosamente alta com palmeiras tropicais, samambaias arbóreas, árvores de 30m, epífitos e tal. O Chapare é cheio de parques e balneários que tu pode ir conhecer, tomar um banho de rio e ir na mata linda maravilhosa que é a formação dos Yungas. A partir de Villa Tunari é também a rota pro Parque Carrasco, das maravilhas naturais que tem por ali.

Como chegar: transporte pra Villa sem de alguma parada da av. República, atrás do Templo San Carlos.

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Com isso marco o início do meu mochilão, que vai começar amanhã (uuuuu), que é o dia que tenho que sair de onde to morando pelos últimos 5 meses e parto pra viajar todo janeiro.

Próximo destino/rota: (Sucre) --> La Paz --> Copacabana --> Puno --> Arequipa --> Cusco --> Nasca --> Paracas --> Lima 

Ao departamento de Chuquisaca, Sucre, Tarabuco e Parque Nacional y Reserva de Manejo Integrado El Palmar (talvez não dê certo e eu vá direto pra La Paz, pra isso aguarde os próximos episódios depois do ano novo rss)

Valeu, abraço! 

Editado por miranlauberf
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Atualizações dos últimos dias em Cocha:

O que fazer na cidade de Cochabamba

8. Museo de Historia Natural Alcide d'Orbigny

Recomendo muito a visita! Tá bem decadente o museu infelizmente, por fora as plantas crescendo conforme a natureza (o que eu particularmente adoro, mas não é muito atrativo pra entrar no museu), não tinha ninguém lá pra falar alguma coisa do lugar, bem pouco iluminado... mas, apesar disso, é incrível, eu amei visitar. É bem pequenininho, tem uma parte com coisas mais geologia e paleontologia, uma com aves e mamíferos, uma com répteis e anfíbios e outra com insetos. Tem umas peças incríveis, uns megatérios e preguiças gigantes, fósseis de dinossauros, uns pássaros e outros animais empalhados, uma coleção de insetos linda. Sugiro muito a visita porque é super importante que seja conhecido e que o trabalho no museu continue, eles tem uma coleção de rãs nativas da Bolívia (sim, vivas, mas isso não é aberto ao público) que é super importante pra conservação ex situ, cultivando elas, incluindo endêmicas e ameaçadas, pra depois reintroduzir na natureza. Tem também coleções científicas e a parte pros pesquisadores, então é um lugar suuper importante pra ciência nacional. Assim vemos que não é só no Brasil que a coisa tá foda... Uns anos atrás quiseram tirar o museu de lá pra destruir e construir outra coisa, mas o pessoal foi contra, fizeram um movimento por causa das rãs que são super sensíveis e conseguiram manter, mas enfim, sempre essas tretas da desvalorização da ciência. Vale muito a pena conhecer pra saber da história natural boliviana e pra manter o lugar funcionando!

E um contraste que me chamou atenção é que fica colado no Centro Simon Patiño, que é super bem valorizado e cuidado... é uma mansão de um super rico que tinha várias casas na Bolívia, era dos senhores do estanho na época mineira e tal, daí virou um museu con uns jardins retinhos e com plantas exóticas, com um café com pinta de caro e umas visitas guiadas pagas. As visitas são só em horas definidas então não entrei, e também na real não tinha muito interesse, mas passei pelos jardins porque me chamou muita atenção o contraste do cuidado que dão pra essas duas atrações da cidade. Enfim... vale a pena também, mas pra mim o museu é o que tem de mais legal pra ver ali. 

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O que fazer no departamento de Cochabamba

6. Cascadas de Pihusi

Fica em Apote, na cidade de Tiquipaya, a uns 15km de Cochabamba. Pra chegar, pegar o trufi 106 ou 120 desde Cocha que esteja escrito Pihusi, e pedir pra descer na entrada pras cascatas. O transporte custa 2,50bs. Da parada, se tem que subir uma rua até chegar no lugar onde começa o caminho. Dizem que tem que pagar, mas não tinha ninguém pra cobrar e tava todo mundo só indo bem tranqui.

Não é uma trilha muito fácil, e inclusive me impressionou que tinha tanta gente "comum" fazendo. Digo comum porque eu fui com um grupo de biólogos como eu, e tinha umas outras pessoas fazendo escalada e alguns com toda pinta de viajeiros de trekking, mas também tinha famílias com crianças e idosos, grupos de jovens amigos e tal. Digo isso porque realmente não achei uma trilha fácil pra qualquer pessoa, principalmente crianças e idosos, então gostei muito de ver como aqui as pessoas se pilham em se meter nessas pra curtir a floresta.

Não é uma trilha fácil porque, primeiro, não é sinalizada e tu tem que ir seguindo os caminhos, e segundo porque tem que seguir o caminho do rio e isso é bem desafiante em alguns momentos pra quem não tá acostumado, com umas pedras grandes pra subir, e tem que se meter na água até a cintura em alguns trechos pra conseguir seguir. Vale muito a pena, é uma montanha linda com uma vegetação exuberante de árvores ao redor do rio, várias flores lindas, e uma sequência de três cachoeiras conforme vai subindo.

Não cheguei na terceira, que são as cascatas gêmeas, mas fui até lá perto onde tu chega numa vista liiinda das montanhas. Demora umas 2 horas pra subir eu diria, mas não sei exatamente porque como fui a ver plantas com meus amigos botânicos, nos tardamos 6 horas ida e volta parando pra coletar e tirar fotos. Indo tranqui pra curtir o lugar, acho que umas 3 horas contando pausas pra admirar a floresta e se banhar no rio é um bom tempo.

Tem algumas poças pelo caminho onde dá pra se banhar, mas a água é friiia porque vem das montanhas. Não é muito alto, tá a 2800m (a cidade de Cochabamba tá a uns 2500), mas pra mim foi importante mascar uma coquinha pra me dar forças na subida. Recomendo, pra que seja mais fácil. 

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***

Cheguei hoje em La Paz, no fim não pude ir a Sucre/Tarabuco/Palmar, mas tranqui, é assim mesmo os imprevistos de viagem.

Minha rota segue sendo Copacabana --> Puno --> Arequipa --> Cusco --> Nasca --> Paracas --> Lima até 7 de fevereiro.

Saludosss

 

Editado por miranlauberf
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PARTE 1: 10 dias em La Paz

Antes tarde do que nunca sigo, foi impossivel escrever durante a viagem porque tava ocupada curtindo e pq vendi meu computador, mas vamo lá! 

***

Dia 1 (8/1/24) - Rumo a La Paz e reconhecimento da cidade

Desde Cochabamba, comprei a passagem no terminal. Foi super caro, tinham me dito que era entre 30 e 45bs, maaaximo 60, mas no dia que fui o valor mínimo taca 90. Ta né, fui... Tava super cômodo o bus, emoresa Bolívar se não me engano.

Cheguei lá e fui pro hostel Wake Up, é bem central, uma quadrinha do Mercado de las Brujas. Do terminal até ali paguei uns 15bs, queriam cobrar mais né mas sempre tem que pechinchar rsss

Nesse dia cheguei de noite e saí pra dar uma caminhadinha, logo do lado do hostel tinha a Basilica San Francisco e tava rolando umas batalha de rap. Dei uma voltinha na quadra e isso, voltei e dormi, no hostel só tinha gringo, meu quarto de 8 camas tinha 4 pessoas. Foi tranqui a chegada, fui descansar pro outro dia.

 

Dia 2 (9/1) - Centro histórico e museus

De manhã fui pra rua Linares, a clássica dos guarda chuvas e por onde ta o Mercado de las Brujas. É uma rua de lojinha de presentinho pra turista basicamente, bem bonitinha, o role é que tem que pechinchar tudo pq né o preço pra cara de gringo é mais alto e tb muda bastante de uma loja pra outra, bom perguntar em varias antes de comprar alguma coisa

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Saí sozinha pra dar role pelos museus, fui almoçar num vegetariano chamado Tomate a 25bs almoço completo e não me liguei que na Bolivia tudo fecha pelo meio dia, então fiquei viajando pela rua de um lado pro outro até chegar as 14:30 quando abria tudo.

La Paz é uma cidade de pura ladeira, é tri pesado caminhar por lá, por isso chegou um momento do dia que resolvi pijchar pq já tava super cansada e tava começando a me dar dor de cabeça e ser mais difícil respirar. não passei nenhuma dificuldade (até esse momento), e a dica que quero dar é: NÃO espera passar mal pra dale na coca... se sentir qualquer coisinha já masca ou usa do jeito que achar melhor, pq não vale a pena perder a viagem por causa de sorojchi. se quiser prevenir, já dale mesmo antes de sair pra ter certeza que vai ficar tudo bem pq né, já vimos relatos aqui de gente que teve que chamar médico, usar oxigênio, passar toda a semana no alojamento... ninguém quer passar por isso.

Durante todo o dia tinha um cara fazendo a mesma rota que eu, pelo fim do dia resolvi falar com ele já que estávamos sempre nos mesmos lugares e recorremos um pouco juntos, depois ele foi importante por me indicar uns rumos como o mirador e a montanha que subimos juntos uns dias depois. Agora um pouquinho de cada museu:

 

1. Museo Nacional del Arte

entrada 20bs pra estrangeiros. tava uma exposição só de artistas mulheres bolivianas, que influenciaram as bolivianas ou que viveram na bolivia, começando desde a época colonial até os dias atuais. gostei bastante, pra quem curte arte vale a pena visitar

 

2. Museo de Etnografia y Folklore

também 20bs. eu pireeei nesse museu, absurdamente foda, amei demais. devo ter passado umas 3h só aí, tem uma sala sobre tecelagem, outra de cerâmica, outra das roupas típicas, uma das máscaras e danças, uma sobre o uso de penas, outra sobre a mineração, um andar inteiro sobre a música e os instrumentos tradicionais, outra sobre um fotógrafo boliviano com suas fotos e a última era sobre as faixas que se usam na barriga.

acho que algumas são fixas e outras vão mudando. o museu é muuuito bem organizado, as peças são incríveis, os textos e videos super explicativos, dá pra conhecer muito da bolívia, recomendo demais. importante saber que não é permitido tirar fotos, pra fazer isso tem que comprar a licença de fotografia que custa mais 20bs além da entrada. tirei algumas escondidinha, ninguém viu... mas bem poucas pq né, não queria que me pedissem pra pagar mais 20 conto. enfim, recomendo demais esse museu

 

3. Calle Jaen

nessa rua tem o museu de instrumentos musicais e o museu do litoral boliviano, não fui no primeiro pq tava fechado e não fui no segundo pq quando cheguei lá só tinha 20 bol, a entrada era esse preço e eu não queria gastar com isso nesse momento

é uma rua estreitinha, com umas casinhas coloridas, que no periodo colonial era o ponto de venda de lhamas. pra ir nos outros museus e camihnar pela cidade, vcs provavelmente vão passar por aí.

 

4. Galeria Mamani Mamani

entrada gratuita, na base dessa ruazinha, muito lindas as obras, vale a pena passar pq é rapidinho e bem precioso ver os quadros dele bem coloridos e com temáticas nativas.

 

5. Museo de la Coca

15bs a entrada, te dão uma balinha de coca pra provar (pra que depois tu compre, já que eles vendem ali isso e outros produtos feitos de coca) e no meu caso, que fui 18:30, o cara disse que eu podia voltar no outro dia sem pagar de novo já que fecha às 19h.

gostei muito também, achei uma abordagem super importante sobre a coca, tem a parte cultural e histórica e depois uma parte sobre a descoberta da cocaína e todas as influencias que isso tem na bolívia e no mundo. gostei que não é um museu neutro, eles tem um ponto de vista sobre o uso da coca, o monopólio da coca-cola sobre a coca legal, como a coca ilegal afeta negativamente em questões de narcotráfico e tal, termina falando da regulamentação das substâncias e como isso seria bom pra manutenção da cultura andina e também pra que a coca valha pra quem realmente é "dono" dela, e não pros gringo rico que se aproveitam de tudo. enfim, é bem completo com bastante fotos e textos, acho essa visita fundamental pra conhecer o contexto andino em relação a essa planta ancestral e perder alguns preconceitos.

 

sobre o geral dos museus: gostei que eles tem uma rota definida de visitação, meio que tu não pode ir pra qualquer lado como quiser, tem que seguir a rota pq eles tão organizados de maneira a contar uma história e que uma informação vai complementando a outra, então tu realmente vai aprender bastante em cada lugar que for visitar

 

Dia 3 (10/1) - Mirador Killi Killi

um amigo de cocha veio pra cá e ficamos fazendo umas funções burocráticas com ele, então não tenho muito que falar desse dia. a única coisa foi que fomos ao Mirador Killi Killi, fica a uns 30min a pé do mercado de las brujas e tem uma visão 360º da cidade e seus arredores. gratuito, aberto o dia inteiro, é super lindo, a única dificuldade é que é uma subida meio foda, íngreme e meio grande, bom deixar isso mais pro fim da tua visita por la paz ou subir em trufi/micro/taxi. nem pensei nessa possibilidade porque gosto de caminhar e tal, mas é uma boa escolha pra quem prefere poupar as pernas e pulmões.

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Dia 4 (11/1) - Subindo o Charquini até a Laguna Esmeralda

Graças ao colombiano do dia dos museus, fui subir o Charquini com ele. É uma montanha com glaciar de 5000 e tantos metros de altura, tem uma trilha de mais ou menos 400m de subida que tarda mais ou menos 1h30 pra terminar, chegando na laguna. Fizemos pela agência Red Line Biking, 150bs, achei bem valendo. Saímos pelas 8h, paramos no mirador Jilarata, no cementerio Milluni e seguimos pra montanha. Nos deram umas comidinhas e um bastão de caminhada, a guia foi super tranqui e paciente com os que estavam com dificuldades pra subir.

Fui uma delas. Foi suuuper difícil, mas subir a montanha é maravilhoso. Tive que parar a cada pouquinho pra retomar o ar, às vezes precisava sentar, pijchava todo o tempo. A coca é super mágica, quando eu não podia respirar, dava umas mordidinha no bolo que tava na minha bochecha e quase de imediato retomava o ar. Mas teve uns dois momentos que senti um arrepio no corpo todo, me deu um enjoo que parecia que eu ia querer vomitar, perdi total o ar, mas durou só um pouquinho e passou.

Senti medo, pensei que a qualquer momento ia parar de respirar e não ia ter volta... Muito doido. Mas seguia, oferecia umas folhinha de coca pra pacha pedindo que me ajudasse e seguia... Super intenso. E altos visu pelo caminho, vistas maravilhosas, os nevados, as montanhas erosionadas, as rochas, a laguna, os bofedales, as plantinhas floridas bem pequenininhas. Foi suuuper, recomendo, mas saibam que é bem duro o rolê.

Cheguei no hostel pelas 16h e fui dormir direto, tava mooorta de cansada, mas valeu muito.

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Dia 5 (12/1) - Consequências do Charquini e Parque Laikakota

Esse foi um péssimo dia. Na volta do charquini eu tava com dor de cabeça, tomei remédio e mesmo assim não passou, acordei mal, dormi afu até o meio dia e levantei pra almoçar, mesmo mal. Entrei no restaurante e começou a chover super do nada... Quando saí já tinha parado e resolvi ir andando até o parque laikakota. Fui chovendinho de novo, e foi horrível pq me senti suuuper sem ar, como nunca tinha sentido antes de subir o charquini. De alguma maneira me afetou afu, não podia andar 5 passos sem sentir mal. Mas fui indo. Não sei se o parque todo é assim, mas pelo menos cheguei numa parte super decadente, tudo meio destruído e sem gente, parecia um lugar abandonado, sei lá. Eu seguia sem ar, com dor de cabeça, tava me molhando da chuva, tava frio e eu com pouca roupa e ainda por cima tentando ir pra um lugar que parecia no meio do nada. Peguei um trufi qualquer que tava passando ali perto com um cartaz que minimamente podia me localizar, parei mais ou menos perto do hostel, cheguei com mais dor de cabeça do que ja tava, morrendo de cansada e dormi até de noite depois de tomar mais remédio. Recomendo descansar  no dia seguinte se forem subir montanhas, e não vão ao laikakota, a não ser que descubram um outro lado dele que seja bonito e valha a pena.

Dia 6 (13/1) - Coroico e Senda Verde

Outro amigo de cocha veio me visitar e fomos juntos pros yungas ver animais resgatados em reabilitação na senda verde, em coroico. É a mesma cidade que tem o caminho da morte que a galera desce de bike e tal, no meio dessa floresta maravilhosa q é a vegetação dos yungas.

Pra chegar, tem que ir no terminal minasa e pegar um minibus ou minivan até coroico, entre 30 e 35 bolivianos. O melhor pra senda verde é descer antes, em Yolosita, e pegar um taxi pra entrada da senda verde. Da pra ir a pé também, mas a gente tava bem em cima da hora e não dava tempo.

Tem alguns passeios diferentes lá pra ver os animais, de 100, 150 e 200bs dependendo  o que tu quer ver. Os de 150 incluem ou felinos e ursos ou polinizadores, e o de 200 é pra ver tudo tudo. Leva mais ou menos 1h30 e é bem tri, tem tudo que é bicho e a guia falava muito bem deles, da importância de não ter animais selvagens como pets, de como eles resgatam e cuidam dos bichos.

É meio caro, eu sinceramente não teria ido se meu amigo não tivesse pago tudo pra mim, mas pra quem se interessa pela fauna é bem interessante, curti afu ter ido.

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Dia 7 (14/1) - Valle de las Animas

Esse dia saí do hostel wake up e fui pra um couchsurfing pra gastar menos e pra interagir com bolivianos. Quando tava saindo do hostel uma argentina falou comigo, ela tava com barraca também e combinamos de nos encontrar em uma semana em Copacabama pra acampar juntas no Titicaca.

De tarde fui com um amigo pro Valle de las Animas, pra chegar se toma um trufi escrito Chasquipampa por 3bs e pede pro motorista te deixar no lugar mais próximo do vale, é na parada 60 ou 63. De aí, meio que qualquer trufi vai pra entrada do vale, pergunta e pede pra te avisar quando chegar, 2bs a passagem. Do centro de La Paz leva mais ou menos 1h.

O vale é bem roots em sentido de estrutura, não foi feito nada pra turista e tal, é tu por ti mesmo, o que particularmente gosto. Mas a altira do Charquini ainda tava me afetando afu, e eu não conseguia dar 5 passos sem me sentir exausta... Foi bem frustrante, no fim desisti de fazer o caminho, mas igual deu pra ver uns visus lindissimos. Como meu amigo é fotógrafo de plantas e somos botanicos, sentamos numa sombra com nossas câmeras e ficamos tirando fotos de florzinhas. Depois de umas horas consegui seguir um pouco mais o caminho, mas mesmo assim bem pouco. Ou seja não tenho muito pra falar disso, só que recomendo muito e espero que consigam fazer tudo pq é super maravilhoso.

Na volta, deixamos escurecer e tivemos dificuldades... A noite nos Andes cai muito rápido, tá tudo claro e do nada escurece, e depois não tem mais transporte. Um trufi parou pra nos pegar depois de mt tempo esperando, mas foi de favor pq ele ja tinha parado de trabalhar, nem quis nos cobrar nada. Voltamos pro pueblito da parada 60 ou 63 e pegamos outro trufi pra la paz, chegamos pelas 21h.

Eu tinha reservado um walking tour pelos teleféricos que era às 17h, o que obviamente não tive tempo de fazer, mas rolou depois.

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Dia 8 (15/1) - Resolvendo coisas...

Nada pra contar desse dia, tive que resolver umas funções, fui pro centro, passei na linares pra comprar mais ums presentinhos e fiquei preparando minhas coisas pros próximos dias. Mas foi só nesse dia, 3 depois da subida na montanha, que me senti tranqui outra vez pra caminhar sem me sentir exausta. Finalmente...

Dia 9 (16/1) - Museu de Arqueologia e teleféricos

Esse dia tava meio querendo ir embora já, meio que não sabia mais o que fazer, não tive tempo pra ir pro Valle de la Luna pq tinha saido pra resolver coisas de manhã e de tarde tava a fim de fazer esse tour dos teleféricos. Isso foi uma sugestão do colombiano do outro dia. Decidi isso no próprio dia, mas já não dava mais ora reservar pelo site... Mandei mensagem direto ora guia, que no outro dia tinha me mandado msg com indicações então eu tinha o contato, perguntando se podia ir e ela disse que sim. O tour tá no site guruwalk:

https://www.guruwalk.com/es/walks/48349-explorando-la-paz-desde-las-alturas

Mas enfim, antes disso eu tinha que fazer algo pq tava na rua e não dava tempo de voltar pra casa da pessoa que tava me alojando, então fui no museu de arqueologia. Custa 30bs pra estrangeiros, mas como tenho visto de estudante pedi pra me cobrarem menos. Só cobram o valor de estudante (5bs) pra bolivianos e sou brasileira, mas como tava estudando na bolivia me deixaram pagar o valor pra bolivianos que é 10bs. Meu migué, mas pra vcs seria 30.

Me passaram um guia, foi uma visita bem pesada e cansativa vendo cerâmicas de várias culturas e escutando ele. Gostei mas foi bem cansativo, e gosto de ler as explicações por mim mesma e não dava tempo então pra mim faltou isso. Sinceramebte acho que não vale a pena se tu já foi no museu de etnografia, que tb tem cerâmicas apesar de não ter explicações sobre as diferentes culturas. Pra mim o que valeu muito foi a exposição temporaria das mumias, tinha uns corpos que usaram pra fazer pesquisas microbiológicas e descobrir a causa da morte a partir dos microrganismos, e também algo sobre as modificações cranianas que faziam nos mais nobres. Isso sim foi o que mais valeu no museu. A visita guiada durou mais ou menos 1h30.

E tá, de aí fui pra estação do teleférico celeste pro tour. A rota foi pegar 7 linhas do teleférico, acho que ao total são 9 ou 10. Cada passagem custa 3bs e tem que oagar em cada linha, então demos esse valor pra guia botar no cartão de passagens dela e partimos.

Achri que seria melhor pq o colombiano tinha falado suoer bem ds guia, ela nos dava algumas infos sobre a cidade mas pensei que ia ser mais rico. De qualquer jeito foi super legal, aprendi coisas sobre a cidade e ver de cima é muito massa, adorei ter ideia de como ocorreu o processo de urbanização e aumento de la paz. Em uma das linhas do teleferico tem umas fotos antigas que ajudaram nisso. Fomos até el alto e voltamos pro mesmo ponto na linha celeste.

A melhor parte foi a de ir e voltar de el alto, são os melhores visus e tá na hora do por do sol, tu ve a cidade anoitecendo viajando pelas alturas. E aí no fim tem a propina, a pagar pra guia o quanto tu acja que merece ou o quanto pode. Um gringo deu 50 euros, outra gringa deu 10bs, eu dei uns 20 que é o mesmo valor que paguei nos museus, achei justo pras minhas condições.

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Dia 10 (17/1) - Indo a Copacabana

Queria sair cedinho tipo 7:30 mas tava com minhas roupas na lavanderia e sou um drama pra fazer mala, no fim saí só pelas 3 da tarde. Paguei 20bs desde La Paz até Copacabana, se pega esse micro no terminal que fica no cementerio general. Umas 3 horinhas de viagem, bem tranqui. 

Da chegada sigo no próximo relato

 

Considerações sobre La Paz: curti muito a cidade, mas realmente depois do Charquini se complicou tudo com a respiração. Os museus são super bons, tem bastante coisa pra fazer na cidade, fiquei triste de não ir pro valle de la luna e tiwanaku, queria também ter recorrido o valle de las animas mas enfim, respeitar o corpo é mais importante. Meus planos eram ficar uns 5 ou 6 dias e acabei me tardando 10, gosto de viajar assim mas no fim acabei desistindo de algumas cidades e correndo em Cusco pra ter tempo, mas enfim, isso sigo nos próximos relatos.

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PARTE 2: 4 dias em Copacabana

Dia 10 (17/1) - Viagem a Copacabana e primeira mirada na cidade

Nesse dia passei a manhã toda no meu drama de arrumar as malas. A couchsurfing que tava me hospedando em La Paz disse que era pra pegar a minivan no cemitério bem cedinho porque mais tarde demorava pra sair, já que normalmentr esses transportes não tem horário e saem quando enche, mas não tive problema. Tive que esperar mais que o planejado com minhas roupas na lavanderia, então deu tempo tranqui de arrumar as mochilas e sair entre as 15 e 16 pra ir a Copacabana.

Era um onibus tipo os puma katari de La Paz e não teve que encher, foi com pouquinha gente, paguei 20 bolivianos pela passagem. Fui em trufi até esse terminal que tem do lado do cemitério central, quase desisto de ir a Copa e pego um transporte pra Desaguadero que pare em Tiwanaku pq não tive tempo de visitar, mas enfim, não mudei os planos e segui rumo a Copacabana.

Bem tranqui a viagem, tava confortável o bus. Levei umas 4h de viagem, sentri do lado esquerdo pra ter a vista do Titicaca ao longo do caminho.

Chegando a Tiquina tivemos que descer do bus e pegar uma balsa que atravessa o lago, custou 2 bolivianos, mas foi bem estranho pq só eu, um casal de brasileiros e mais dois caras desceram, o respo ficou. Depois conversei com alguém que me disse que no geral os locais não descem, é mais pros estrangeiros que não sabem que podem ficar e pagam os 2bs da travessia. Pelo menos é baratinho.

Mais um pouco de viagem e cheguei em Copa, não tinha reservado nada pra dormir então saí com minhas mochilas caminhando perto da praça. Um amigo boliviano tinha me dito que conseguia hostel na av 6 de Agosto por 20bs, mas acabei achando um por 25 e fiquei ali, Hostel La Luna. A dona é super querida e amorosa, os quartos são de 2 camas cada, mas as camas não são muito boas e só tinha uma tomada perto da porta que funcionava super mal. Os filhos da dona ficaram jogando bola no pátio interno até unas 10 da noite e isso me incomodou porque tava super cansada e queria silêncio, mas enfim, depois dormi bem.

Logo depois de deixar minhas coisas no hostel fui dar uma caminhada pro primeiro reconhecimento da cidade, andei da praça principal pela 6 de agosto até a costa do Titicaca e de aí fui me afastando da muvuca, tinha muita gente, achei uma doideira o tanto de barquinho pedalinho cisne uns polvo inflavel girando gente as banquinha de comida os restaurantinho enfim, não curti essa acumulação de gente e coisa, mas fui me afastando pra ver o lago com mais calma e fiquei ali até anoitecer. Fica bem frio de noite. Depois a dormir no hostel.

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Dia 11 (18/1) - Subindo a Horca del Inka

Acordei e me desesperei um pouco porque tava completamente sem grana e não achei endereço de western union na internet, não sabia o que fazer, mas a dona do hostel me levou pra um lugar que disse que tinha mas não tinha e o atendente do local me indicou o caminho correto, que fica na plaza sucre, banco fie.

Fiz a transferencia e fiquei esperando, mas na real não tinha feito o pix pro wu e fiquei ali feito besta na praça esperando entrar minha grana e nada... Depois de me ligar na minha bestice resolvi caminhar um pouco, já que igual não precisaria de grana até o fim da tarde. Vi no mapa um tal de Mirador del Inca ou Horca del Inca e fui indo nessa direção.

Não tava preparada pra subir morro assim esse dia... Mas cheguei lá, paguei os 10bs da entrada e fui indo bien despacito, parando pelo caminho pra torar foto de planta e respirar um pouco. Encontrei um alemão no caminho que falava muito bem espanhol, trocamos uma ideia, combinamos de nos vermos nos próximos dias já que os dois estavamos sozinhos, ele me disse que o final da subida, onde tem uma bandeirinha branca, não é o ponto mais alto da trilha e pode ir seguindo mais até o topo. Descansei e bieeen despacito segui. Depois da bandeira fica mais difícil subir porque não tem um caminho, umas partes tem que dar uma escaladinha nas pedras, mas vale bem a pena. Chegando no topo comi meu sanduichinho e fiquei por lá, acho que levei umas 2h pra subir mas pq eu não tenho pressa e não to em boa forma das perninhas kkkkk a vista de cima é linda linda, de um lado a cidade e o Titicaca, do outro as montanhas mais internas de Copacabana. Fiquei mais 1h aí no topo viajando, recomendo. Pra mim essas subidas difíceis fazem vir uns pensamentos lá de dentro, acaba sendo super meditativo.

No fim não encontrei o alemão, mas a argentina que conheci em La Paz chegou e ficou no hostel comigo, tava esperando ela pra ir pras Islas. Jantamos uma pizza média a 30bs na av 6 de agosto no Rojayju, tava bem boa e baratinha, as outras desse tamanho por ali tavam por mais. Compramos passagem pra ir às 9h pra Isla de la Luna e Isla del Sol.

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Dia 12 (19/1) - Isla de la Luna e Isla del Sol

Acordei querendo muito um banho, mas o chuveiro do hostel tava frio. Um banho de gato e dale... Fomos por conhecer as ilhas. Tem varias opções pra ir, umas senhoras das agências me explicaram todas. Dá pra ir pra Isla del Sol direto pro norte ou direto pro sul a 30bs, elas recomendam ir pro norte se tu quer caminhar porque do norte pro sul as subidas são mais tranquilas que o caminho inverso, lembrando que passa dos 4000m em alguns pontos. Pra ir pra Isla de la Luna tu tem que pegar um barco que passa ali e depois vai pro norte da del Sol, pra passar pela de la Luna não tem como parar no sul e os barcos Sol-Copacabana não passam pela ilha menor. Essa viagem Copa-Luna-Sol norte custa 40bs, te deixa 1h na Isla de la Luna e segue rumo, e tu pode ficar lá na ilha ou voltar seguindo o tour de um dia. Esse compramos, e nessa parte deixo pra contar o perrengue más adelante. Depois, pra voltar da ilha, tem a opção norte-islas flotantes-copa a 40bs ou a 30bs a volta normal do norte ou sul da ilha, sendo que do sul tem mais opções de horários.

Bueno, saímos às 9:30 do porto, em mais ou menos uma hora chegamos na Isla de la Luna, 10bs a entrada na ilha e 1h pra ver as ruínas.

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Depois mais 1h até a Isla del Sol baixando en Challapampa, mais 10bs a entrada na ilha e fomos com um guia local até o Templo del Sol. Foi bem corrido porque os que iam seguir o tour de um dia tinham só uma hora e nós que íamos ficar acabamos ficando sem guia pra ver toda a ruina. Mas foi meio paja que no fim o guia quase que nos obrigou a pagar 10bs pra ele, sendo que não tinha comentado nada antes sobre isso e ninguém tinha falado sobre o guia estar ou não incluido.. Enfim, igual foi bom ter ele mesmo que corrido.

Nesse momento desistimos de caminhar de norte a sul porque as descidas e subidas são meio intensas e estávamos com nossos equipos de camping. Resolvemos pegar o mesmo barco e descer no sul da ilha, mas nos enganamos com o condutor, não nos entendemos bem e fomos parar no continente de novo... Pensamos que as tais islas flotantes ficavam na ilha e iamos descer aí, mas na real as tais "islas flotantes" eram um restaurante nas Playas Blancas, e depois de aí voltava pra Copacabana como sendo um tour de um dia. Mas de aí queríamos voltar pra ilha... Nos encontramos com dois brasileiros que tiveram a mesma dificuldade de comunicação que nós e encontramos um local que nos levaria de barco por 50bs até o porto... Bem no sul ou por 70bs até o porto do pueblito. Y pues como somos aventureiros quisemos caminhar (e economizar).

O barco era de um pescador, não as lanchas fechadas que levam os turistas. Desses baixinhos, sem colete nem nada, nós 5 no barco com todas nossas mochilas. Eu morro de medo de água né, a viagem assim de quase 1h me apavorou muito mas tava muito maravilhoso, só foi tenso quando o cara bem de boa pegou um baldinho e começou a tirar água do barco bem tranquilo, olhei pra ele pensei meu deus do céu pachamama deixa eu chegar em terra por favor e me agarrei no barco, não via a hora de chegar, mas mesmo assim o trajeto era encantador... E assustador... Um misto de sentimetos kkkkk fingi que era paranoia minha o fato do barco ter afundado um pouquinho, deu tudo certo.

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Pues seguimos caminhando desde o porto mais ao sul, demoramos mas chegamos no pueblo. Os dois brasileiros foram pra um hostel e eu e a argentina montamos a barraca do lado da igreja, em um terreno com duas casinhas que o pessoal da isla disse que podíamos tranquilo dormir ali. Foi lindissimo passar a noite de frente pro Titicaca. Passei bastante frio porque meu saco de dormir é simplesito e não tinha isolante térmico, saí pelas tiendas catando papelão, mas igual dormi bem. As estrelas de noite são fascinantes.

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Dia 13 (20/1) - Voltando da ilha e entrando em crise

Acordei às 5 da manhã pra ver o sol nascendo, mas tava meio nublado. Preparei um mate e subi até uma parte mais alta, mesmo sem as cores do amanhecer tava lindo ver o Illimani nevado atrás do Titicaca ao clarear do dia. Voltei, ordenamos as coisas e decidi descer pro porto com a argentina.

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Minha intenção era subir de novo e passar mais uma noite na ilha, mas depois de descer não quis subir de novo e volteo com ela. Na volta o barco tava lotado, deve ser porque pra ir pra ilha tem muitos mas pra voltar tem pouquinhos. Voltei em cima do barco, 3 pessoas ficaram sem colete salva vidas pq tinha acabado e não tinha mais espaço dentro do barco, a Bolivia é uma loucura em quesito segurança, pero bueno. Eu tinha meu colete, tava tranqui kkkkk e depois do que tínhamos passado ontem no barquinho indo das playas blancas até o sul da ilha, nada mais me dava medo em relação ao Titicaca. Todo o trajeto fiquei charlando com um senhor boliviano que sabia muito de história e folclore.

Almoçamos uma trucha num restaurante menu sopa, segundo e postre a 25bs, tava bem bom, mas eu tava começando uma crise porque o colombiano de La Paz me mandou mensagem perguntando se queria ir no dia seguinte a Tiwanaku e eu fiquei na tentação de voltar a La Paz, afinal queria mt esse passeio e não fui mais por falta de companhia que por tempo.

Fiquei super confusa com o que fazer... Meu plano inicial era pegar um bus pra Puno na mesma hora que a aegentina ia pegar o dela pra Cusco, mas não parecia boa ideia pq eu não tinha alojamento, não quis reservar pq parecia tudo caro e não tinha couchsurfing, e eu chegaria pelas 9 ou 10 da noite. Voltar a La Paz faria com que eu gastasse mais, talvez teria que tirar Puno do meu roteiro, e o colombiano não respondia a que horas chegaria, então eu não sabia se talvez o role não ia me atrasar dois dias a viagem... Podia dormir mais uma noite em Copa, mas eu já tava com minhas mochilas e já tinha saído do hostel. Daí fiquei me sentindo bem mal e confusa, e depois de tomar uma decisão, passei perrengue e fiquei pior ainda.

Tinha encontrado um camping, Suma Samawi a 15bs, e como tava com barraca resolvi ir pra lá e viajar a Puno às 13:30 do dia seguinte. Fui montar a barraca, que comprei em Cochabamba por 100bs, e adivinha se ela não quebrou um dos pau... Montei igual toda torta mesmo, joguei tudo pra dentro e saí pra comprar coisas pra gambiarra, como boa brasileira que sou. Uma fita isolante e catar papelão pra usar de isolante térmico, ninguém tinha pra me dar ou não queriam e não me tratavam bem, só fui ficando mais mal e ansiosa. Também disseram que tava pra chover, e minha barraca mais barata do mundo não é impermeável... Comprei uns 2m de lona transparente, tudo pronto pra gambiarra, eu só queria chegar o mais rápido possível porque tava super ansiosa e não queria mais falar com ninguém.

Gambiarra feita meio na base do ódio, decidi mudar a barraca pra uma área coberta no segundo andar das cabanas do camping que ainda ta em construção então tava ótimo pra não correr risco de me molhar. Tive azar de novo com o chuveiro, um não ligava, o outro era frio e o outro além de frio não tinha porta kkkkk mas dale né esquentou um pouco por uns minutos antes de pifar de novo, fui dormir bem mal mas sabendo que tudo já ia se resolver e que é normal passar umas crises viajando sozinha... Sabia que ia acordar melhor.

Dia 14 (21/1) - Viagem a Puno

a passagem comprada pras 13:30, de manhã arrumei minhas coisas, dei um ultimo role na prainha do titicaca e parti pra pegar meu bus e ir pro peru.

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considerações sobre copacabana: queria ter passado mais uns dias na isla del sol pra conhecer, andei pouco por lá e é maravilhoso, uma ilha sem carros, galera vivendo de forma bem tradicional tirando a parte turistica, vistas lindas, queria muito ter ficado pelo menos mais uma noite mas neh, depois de descer montanha tu olha pra cima e n da mais vontade de subir outra vez.

a cidade em si de copa é pequenininha e beeem turistica, achei bem role cidadezinha de praia. Queria ter tomado um banho no titicaca mas não deu, sempre que podia ja tava sem sol e muito frio. Teve dois morros que não subi, o calvario e o outro que ta do lado da horca del inka, queroa ter ido mas enfim, sempre bom deixar coisas pra próxima viagem.

pra mim o que mais mais vale ali é ir pra isla del sol e ficar lá. O titicaca é muito maravilhoso, e a parte boa de ir embora foi que eu tava indo só pro outro lado do lago e ia continuar com ele pertinho por mais uns dias.

Em breve sigo com relatos de Puno

Editado por miranlauberf
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Bom, já deu pra ver que minha rota mudou ao longo da viagem justamente porque eu não tinha planos muito concretos.

Fiquei em Cochabamba desde 12 de agosto de 2023 até 8 de janeiro de 2024, isso em intercâmbio até dezembro e depois tentando me despedir da cidade

8 a 17 de janeiro: 10 dias em La Paz

17 a 21 de janeiro: 4 dias em Copacabana e ilhas

21 a 24 de janeiro: 4 dias em Puno e ilhas

24 a 31 de janeiro: 7 dias em Arequipa, incluindo Mollendo

1 a 5 de fevereiro: 5 dias em Cusco

6 de fevereiro: 1 dia em Lima

7 de fevereiro: viagem a SP e Porto Alegre

Deixando aí pra não esquecer, logo sigo as histórias~

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muito legal seu relato. Amo a Bolivia (ja fui 4 vezes e nem conheci tudo que você relatou, ou seja, logo vou de novo). Acho que a Bolivia é a melhor escola para qualquer mochileiro, especialmente os iniciantes, porque tem de tudo - de selva a neve, passando por grandes cidades como La Paz e desertos como o Salar - muita alegria e algum perrengue pra deixar a mochila mais grossa rsrss

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Que Relato incrivel, parabéns demais, eu fui pra bolivia, fizemos um roteiro muito parecido, ficamos la 14 dias, e pelo visto vou ter que voltar, hehehe! Passamos alguns dias em La paz, depois lago titicaca, depois salar, depois minas de potossi.

"Sinceramente, vc tinha que escrever um livro, pois você escreve muito bem."

Achei que tinha visto boa parte mas esse relato realmente me surpreendeu.

Um ótimo guia para quem está começando, eu e minha mina deixamos um relato no youtube, pois gostamos de filmar e fazer alguns vlogs.

Nome do youtube: BackupAlien

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PARTE 3: 4 dias em Puno e ilhas

Dia 14 (21/1): Viagem a Puno

De fato acordei melhor. Dei um rolê de manhã, arrumei minhas coisas, fui almoçar um prato de trucha e parti de viagem, a passagem no geral tava 60bs mas encontrei uma agência boa a 50, bem na esquina que é o terminal. Uma dica pra visão da viagem é que se tu quer ficar olhando pro lago, senta do lado direito do bus, ao contrário da viagem de La Paz a Copacabana que pra vista do lago tem que sentar do esquerdo.

Agora chega o perrengue né galera, sempre tem... quando chegamos na fronteira Bolívia Peru, descemos pra fazer a migração. Como eu tava com visto de estudante tinha que pagar 172bs pra sair do país, mas a pessoa que tava cobrando não tava ali e fiquei esperando, fui a última a sair da migração e daí vi que o onibus não tava mais ali fora e me desesperei. Perdi um pedaço do relato da viagem de Cocha a La Paz que eu tinha escrito e tive que reescrever, e nessa reescrita não coloquei que o bus simplesmente deixou 3 passageiros na parada pra comida e banheiro que fizemos, então quando vi que o bus não tava ali me desesperei de verdade. Perguntei pras caseritas se tinham visto o bus de tal empresa passando, disseram que sim e que devia estar ali parado no lado peruano. Ok, atravessei a fronteira, tinha um estacionamento ali e cadê meu bus... daí perguntei a outra caserita e ela disse que tinha visto passar. Dai bah, comecei a chorar pensei que tinham me largado na fronteira e que que eu ia fazer, já tava no Peru e meu chip boliviano não funcionava mais... foi horrível.

Mas tá né, que que vou fazer, segui caminhando e chorando e lááááá..... na frente vi um bus que parecia o meu, tinha andado afu o bus, tava esperando lá depooois da migração do lado peruano. Cheguei ali e o motorista perguntou bem grosso pq eu ainda não tinha passado na migração peruana... fui ali e ok, tudo certo, passou o desespero mas foi um baita susto. Migração feita, dale seguir rumo a Puno.

Não tinha hostel reservado porque pelo booking achei caro, então resolvi chegar lá e procurar. Péssima ideia, eu tava com 3 mochilas e apenas 2 braços e uma costa, peguei um taxi do terminal pra plaza de armas, acho que foi uns 20 soles ou 30 até, não me lembro. O câmbio fiz na fronteira, na migração tinha. Fui vendo no mapa, como ainda não tinha chip peruano lembrei de baixar o mapa e deixar já pesquisado hostel pra não passar perrengue na chegada, só que fui indo nos endereço do google maps e os hostel só não existia... tava super cansada com minhas 3 mochila no lombo, acabei ficando no primeiro hostel que encontrei aberto, meio caro mas já não conseguia mais ficar dando rolê depois de uns 3 hostel que simplesmente não existiam. Koala ou Kantaya o nome do hostel, são meio que dois mas meio que é um só, então é um único lugar com 2 nomes kkkk 40 soles a noite, achei meio caro pro padrão Bolívia em que o mais caro que paguei foi 40bs em La Paz, que são 20 soles... enfim, ali fiquei, tava bem bom, só não curto que tem muito gringo, só tinha alemão, meu inglês tá bem enferrujado e minha pilha é conhecer latinoamericanos. Na real o quarto de 6 camas tava 35 e o de 10 camas 45, mas ela me deu um descontinho. Bem grande o hostel, tem uns 3 andares de quartos, mais pra cima tem sauna, academia, um terraço, o café da manhã tri bom com panqueca feita na hora, cafezinho, suco, cozinha disponível pra usar e água quente na térmica com chá disponível o dia todo. Carinho mas recomendo, se a gente pensar nos valores de hostel no Brasil ainda foi mais barato então ok. Outra coisa boa é que tinha água quente!!! pq eu já tava com bem poucos banhos desde Copacabana pelo azar que dei no hostel e no camping, mas foi só uma pausa porque na sequência do relato tenho mais uma série de chuveiros não funcionando pra contar. 

Cheguei em Puno justo em dia de festa, era domingo e tava as ruas fechadas pro desfile, não era um desfile oficial com os trajes e tal mas um ensaio pra Candelaria que é o carnaval de Puno, então tava todos os grupos de várias danças diferentes mas sem os trajes, só desfilando assim como um ensaio. Igual era uma festona, galera super louca tomando trago, eu amo que todo mundo que desfila também tá com seu traguinho na mão, uma lata de cerveja, alguns com garrafa de whisky e um copinho, e ainda tem os que entram no meio do desfile e ficam oferecendo bebida pros dançarinos e músicos, muito tri, amo as entradas folkloricas. Nessa tinha sikuris, caporal, morenada, diablada, tinkus e tobas, se não me engano essas que vi. Fiquei um tempo, tomei uma cerveja "al tiempo" pq lá não é tão proibido socialmente tomar cerveja quente é inclusive normal (isso no Brasil é crime né), curti um pouquinho e voltei pra descansar. 

Dia 15 (22/1): Fazendo nada e indo ao Mirante del Condor

Saí de manhã pra comprar um chip, a operadora é Claro (a mesma que temos aqui) e tem a loja na rua Arequipa, a uma quadra da plaza mayor. O chip custou 20 soles e fiz uma recarga de 10 soles que me durou o resto da viagem e ainda sobrou. Fui pro porto dar uma olhada, é cheio de gente querendo te vender passeio e tal mas não é tão turistico pq na real até achei meio feinho, não sei não tem nada de muito atrativo por ali, tem um farolzinho pequeno, uns pedalinho, umas banca de artesanato e cevicheria mas o Titicaca é tri poluído, dá pra ver na cor dele... porque Puno tá em uma parte meio separada do Grande Titikaka que chama, o lago é meio fechado formando uma baía com 2 penínsulas e ali acaba tendo uma cor bem verde de eutrofização das coisas que vem da cidade.

Andei ali um pouco, comprei umas coisinhas que precisava, almocei num restaurante super bom vegetariano chamado Loving Hut e voltei pro hostel pra passar o dia ouvindo musiquinha e lavando roupa na mão lá no terraço, porque já tava sem o que usar pelo caminho. Roupas lavadas e estendidas, resolvi ir pra esse Mirador del Condor. 

Segui a pé do hostel até chegar numa escadaria que dá no mirador. Fui subindo... eterna subida... cada vez mais perto do condor que tem lá em cima. Mil anos depois subindo bem devagarinho pq né altitude subida cansaço e tal, chegando lá fui andando e pirei... sou botânica né, olhei pro lado e vi uma planta muito foda a Puya reimondii, é a maior bromélia do mundo que só tem no Peru e na Bolivia, todo o tempo que fiquei em intercâmbio em Cochabamba queria conhecer ela mas nunca tive oportunidade... dai bah que se dane a estatuazinha do condor, pirei na planta e fiquei ali olhando ela linda maravilhosa com sua inflorescência de 15m de altura, tremenda. Tinha um casal transando na escadaria que dava pra planta, mas normal né deixa a juventude curtir, passei reto e fui ver minha planta kkkkkkkkkkkkk A vista dali é bonita, mas eu que já tinha passado pela Isla del Sol não vi nada de encantador. 

Na primeira foto é a subida desde baixo, parece menor que realmente é... e na segunda foto, passada a metade da subida mas ainda com infinitos degraus até o condor. Depois eu felizona com minha planta e a foto falha com timer pra mostrar como realmente é imensa.

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Na volta passei pelo centro de novo, entrei em uma galeria de arte que tava com uma exposição de artistas locais, bem linda era, não lembro bem onde mas é numa rua peatonal pertinho da Plaza Mayor. Daí fui no Mercado Central comprar uns rangos pro meu passeio do dia seguinte, amei o mercado porque tinha um monte de fruta que nunca tinha visto na vida tipo lucuma, pepino (é outra coisa, não o que a gente conhece por pepino), uns pacay gigantes, moriche (que é o buriti).

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Comprei um passeio no hostel mesmo pras ilhas do Titicaca peruano, pra Uros, Amantani e Taquile dormindo uma noite em Amantani em casa de locais, me saiu 130 soles com café da manhã, almoço e janta do primeiro dia, não incluindo os rangos do segundo dia. Voltei pro hostel e ajeitei minhas coisas pro rolê, deixei a mochila pronta pra só voltar das ilhas e já partir pro próximo destino (qual seria? eu não sabia kkkkk).

Dia 16 (23/1): Islas Uros e Amantani

Acordei bem cedinho e saí pra excursão. O roteiro ia ser passar por duas das Islas Flotantes de Uros, depois ir pra Amantani, subir até o Templo de Pachamama, dormir na casa de uma família local, de noite uma festa tradicional que preparam pros gringos, daí no dia seguinte ir cedinho pra Taquile, almoçar e voltar pra Puno. 

A primeira coisa que notei foi a diferença das embarcações de Copacabana pra Puno, se em Copa peguei um barco que ligou o motor e entrou uma fumaceira dentro da cabine e seguiu essa fumaceira louca metade do trajeto, em Puno o barco era fechado, com banco estofado, banheiro a bordo e até uma banda pra tocar. Outro padrão de turismo, bem menos roots e mais voltado pros gringos mesmo.

Depois de uma meia hora eu acho chegamos a Uros. Eu sinceramente nem tinha vontade de conhecer aí, mas como me convenceram de que valia mais a pena pagar o tour do que ir por minha conta passar uma noite em Amantani ou Taquile então fui pq fazia parte do trajeto. Como já era de se esperar, bem rolê pros gringos, chegamos na ilhazinha, nos explicaram a história dessa ocupação flutuante, nos mostraram como são construídas com a totora, nos mostraram dentro das casas, ofereceram pra vender artesanato, andamos num barco de totora que não tinham dito que tinha que pagar à parte, daí fomos pra outra ilha, passamos um tempinho ali e partimos.

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É bem chato que ficam te empurrando afu os artesanatos, são lindos mas fica meio incômodo negar, elas apelam muito pro emocional, tavam dizendo assim "si tienes corazón comprame mamita" e bah é foda, mas também entendo que vivendo ali é o jeito que eles tem de gerar renda. O guia falou que com os filhos deles indo pra cidade, talvez em algum anos a população das ilhas se extingua e vire algo totalmente turístico, com os hotéis flutuantes de 200 soles a noite e só coisas assim meio de luxo pros gringos ricos. 

Seguimos viagem. Uros fica dentro dessa baía que eu falei, já as outras duas ilhas ficam na parte grande do Titicaca e demora umas 2h pra chegar. Deram uma empanada e mais alguma coisinha pra gente comer no barco. O guia quando estávamos perto de chegar contava um pouco sobre Puno, sobre o Titicaca, da cultura da região e tal, falava em inglês e depois repetia em espanhol. Particularmente achei o guia bem chato mas é que não tenho muito saco pra essas coisas assim muito turismo convencional. Chegamos em Amantani pelas 13h e nos dividiram entre as famílias locais, eu fiquei junto com um casal que a mulher era peruana que mora na Europa e o marido dela um espanhol que tava saindo da Europa pela primeira vez na vida, nos hospedamos na casa da Nelly, uma local que vive com a mãe, uma abuelita que só falava quechua. Quando chegamos tavam nos esperando com um almoço pronto, sopa de quinua, arroz, batata, salada e um queijo frito e um chá de muña. Hora da sesta, descansar um pouquinho pra 16h subir a montanha pro Templo de Pachamama.

A casa que eu fiquei era bem perto do porto, então tivemos que sair uns 30min antes pra subir a montanha até o ponto de encontro. O Titicaca tá a uns 3800msnm, então a subida é pesadeira mesmo sendo só 300 metros até o topo de 4100. A vista do caminho até o estádio (ponto de encontro, literalmente um estádio com arquibancadas e tal a 4000m de altitude pra galera da ilha curtir a vida, lá rola competições e tudo) era muito linda e eu que fico vendo as plantas tava encantada. Depois do ponto de encontro fomos até o topo no Templo de Pachamama, é tranquilo que o guia nos larga e deixa a gente subir cada um no seu próprio tempo, o que é ótimo porque né, tem gente melhor e pior preparada pra essa caminhada. Tem a opção de subir de moto ou de burro, pagando pro motorista ou pro dono do burro. Subimos, o guia nos deixou livres pra caminhar por lá, depois tinhamos horário pra descer, encontrar nossa família, voltar pra casa, jantar e subir pro povoado pra ir na festa.

As fotos são a vista do morro antes de subir, uma foto no meio da subida nos terraços inka e lá em cima, visão do templo de la pacha

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A janta foi uma sopa de massa, arroz, massa, batata e salada. O casal resolveu ficar em casa e eu subi com a Nelly. O rolê da festa é que tu coloque as roupas tradicionais da cultura de lá e dance junto com o pessoal e a banda que toca. Fiquei meio assim com essa parte... acaba sendo meio forçado, sinceramente achei que os locais tavam com bem pouca vontade de ir lá dançar com a gente e tavam fazendo mais porque é o trabalho deles receber turista e tal. Ficamos um pouco, tinha eu de brasileira, de hispanohablantes um uruguaio e um espanho, e mais uma meia duzia de gringo europeu. A banda tocou um pouco, dançamos um pouco, voltamos cada um pra sua casa e dormimos.

Agora umas considerações sobre essa parte do rolê, como disse eu tava com um casal. O cara me incomodou muito, um típico europeu eurocêntrico afu que não tem a mínima noção de nada da vida real fora do contexto europeu com grana que ele vive lá na Espanha, além do comportamento de homem adulto casado completamente dependente da esposa e incapaz de fazer qualquer coisa sozinho. Eu tentava conversar com a Nelly, perguntar pra ela como é viver na ilha, queria saber como foi pra ela ir pra Lima quando foi visitar os irmãos que moram lá, queria saber mais de verdade fora das representações pra turista como é a vida deles e tal, e o europeu simplesmente não me deixava conversar com ela! Ele respondia tudo que eu perguntava com sua visão de que não aqui é muito boa a vida né, tranquila, Lima é muito grande e caótico não tem como preferir viver lá, mas meu amigo eu NÃO to perguntando pra TI, pelo amor de deus te coloca no teu lugar!!! E ele simplesmente não deixava a Nelly falar. Ele nem pensou na possibilidade de que é uma vida difícil estar em uma ilha isolada a 2h de uma cidade, como pode ser duro pra duas mulheres viverem sozinhas a 4000m de altitude tendo que subir montanha pra chegar no povoado, subir as coisas do porto até a casa, ter pouco acesso a alimentos de fora da ilha e a coisas tipo um hospital por exemplo, não ter água encanada... claro que não sei realmente como é, porque o cara não me deixou escutar da Nelly, mas eu pelo menos penso na possibilidade que a vida é muito mais complexa que a tranquilidade de viver numa ilha isolada no meio do Titicaca... enfim, isso foi bem frustrante pra mim e chocante também por ver como tem gente sem noção. Ele também era completamente dependente e não fazia nada sozinho, a esposa tinha que ensinar tudo tudo desde usar a pia (que era um bande de água com uma torneirinha na parte de baixo), o banheiro (que não tinha descarga, tinha que pegar água com um baldinho de um galão), pedia pra ela falar as coisas por ele, uma hora pediu pra MIM pedir o telefone de uma japonesa que tava no rolê... pelo amor de deus né amigo se tu quer alguma coisa faz né, enfim, fiquei de cara com o Homem Branco Europeu.

Fora isso, refleti bastante sobre como será que é pra eles viver assim exclusivamente do turismo. Como será que é pra uma família receber um gringo que não fala português e trata eles como se fossem serviçais de uma hospedagem? Porque ouvi esse relato de um casal italiano que conheci depois. Mas tem famílias que não aceitam os turistas e não vivem desse jeito, também é interessante que a cada grupo de turistas os gringo vão pra casas diferentes, comunidades diferentes, restaurantes diferentes (em Taquile, pq Amantani a gente só fica nas casas) pra ter uma rotatividade entre todos os habitantes e todos serem beneficiados de forma equivalente pelo turismo. Enfim, foi bem complexo tudo e um pouco frustrante não ter podido conversar com a Nelly, mas seguimos o relato.

Dia 17 (24/1): Taquile, regresso a Puno e viagem a Arequipa

Acordamos cedinho pra viajar de Amantani pra Taquile, a outra ilha. Chegando lá, o guia nos deixou sozinhos outra vez pra subirmos até o povoado, a uns 3900m e algo. É uma subida bem mais tranquila que em Amantani porque ela vai costeando a ilha, então não é íngreme, só é bem longa (e linda). Tínhamos até o meio dia pra chegar no povoado. Chegando lá, nos explicaram sobre a tecelagem tradicional, os costumes da ilha, a história (ali foi um presídio) e tocaram/dançaram um sikuri pra nós. Almoçamos (eu não pq não quis pagar 35 soles, tinha levado meu pãozinho com abacate, limão e sal já tão clássico na minha viagem) e cruzamos pro outro lado da ilha pra pegar o barco de novo e voltar pra Puno.

As duas ilhas são beem diferentes uma da outra. Enquanto Amantani tem um povoado bem espalhado, com as casas bem separadas, Taquile parece mais uma cidadezinha. Também o padrão turístico é diferente, em Amantani é esse turismo vivencial de estar nas casas de família, comer com eles e conviver, já em Taquile tem pousadas, restaurantes e tal. 

Achei que valeu a pena fazer esse passeio em um tour pra ver essas diferentes realidades em um período pequeno de tempo, também não achei caro porque me convenceram de que fazendo isso por mim ia gastar muito mais. Na real não tenho certeeza, mas gostei das impressões que todo o rolê me trouxe entre questionamentos e incômodos, mas também a apreciação do espaço e a tranquilidade que aquela ilha me proporcionou. Se eu voltar pra Puno um dia, quero pegar um barco direto no porto pra Amantani, encontrar uma família pra me hospedar e ficar lá uns dias aproveitando. A dona do restaurante que fui no outro dia me disse que é só chegar e perguntar no porto da ilha se alguém pode me hospedar que eles encontram alguém, muitas famílias hospedam, e daí acaba sendo bom pra eles por ser uma renda não esperada dependente do turismo das agências e tal. Recomendo a vivência do tour, mas essa também é uma boa ideia. 

Nas fotos o centrinho de Taquile e uma vista da subida desde o porto até o centrinho.

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Chegando outra vez no hostel, fui cozinhar pra viagem e pensar no meu rumo. Pra onde eu ia? O plano inicial era partir pra Arequipa, mas em La Paz a mulher que me hospedou em couchsurfing me convenceu com bons argumentos de que valia mais a pena ir pra Cusco. Ela disse que tem mais opções de ônibus de Arequipa a Lima do que de Cusco a Lima (minha rota inicial era Puno - Arequipa - Cusco - Lima), e além disso a minha argentina de Copacabana já tava em Cusco enquanto eu tava em Puno e tínhamos combinado de nos encontrar... mas sei lá o que aconteceu, simplesmente ignorei isso tudo e decidi duas horas antes do bus ir pra Arequipa. E dale, fui (mas já adianto que o melhor, no sentido objetivo do rolê, ter ido pra Cusco). No terminal, paguei 60 soles a passagem de Puno a Arequipa num bus cama, o semicama era 40 mas quis me dar esse luxo pra passar a noite toda viajando.

Considerações sobre o Titicaca: Copacabana ou Puno?

São duas cidades bem diferentes e não muito comparáveis entre si. Copacabana é mais pequena em tamanho mas maior em movimento e turismo, enquanto Puno é maior no tamanho mas bem mais tranquila e mais "cidade normal" não assim tãão turística. Das cidades, o Titicaca é mais lindo de Copacabana, porque, como disse, em Puno é uma parte meio fechada do lago que mantém a poluição que vem da cidade e também tem o porto e a cidade chega até a beira do lago, enquanto em Copa é mais um padrão prainha que dá pra curtir, inclusive acampar e tal. Agora sobre as ilhas, que em ambas as cidades ficam na parte grande do lago, já não é tão diferente a ilha em si, mas sim o padrão de turismo e o tipo de coisa que tu vai fazer lá. A Isla de la Luna é meio uma ilhazinha de passagem, não sei se rola dormir lá e passear muito pela comunidade, pelo menos eu não vi como poderia fazer isso. Já as outras três rola ir por si e visitar, assim como rola ir em tour, mas Amantani tem essa coisa do turismo vivencial que tu fica em casa de locais, e em Taquile e Isla del Sol é mais hospedagem. A Isla del Sol é bem maior e tem mais coisas pra ver, apesar de eu não ter recorrido muito; tem vários templos, dá pra caminhar um monte e é tudo lindo, já em Amantani tem meio que as comunidades e o Templo de Pachamama e Taquile é mais a cidadezinha e acho que tem uns lugares legais pra tomar banho no Titicaca. 

Se eu soubesse de tudo que passei lá e tivesse que indicar pra alguém com pouco tempo só um lado do lago pra visitar, eu com certeza sugiro Copacabana. As vistas são lindas por toda parte, mas em Copa tem o plus super especial de da Isla del Sol tu poder ver uma montanha nevada no fundo e isso é bah muito maravilhoso de ver. Eu também prefiro poder fazer as coisas como quero e sem depender de guia, e isso é mais fácil visitando as ilhas em Copa que em Puno, inclusive o turismo é bem menos estruturado, como dá pra ver no meu exemplo das embarcações. Foi tudo muito legal, se tiverem tempo sugiro fazerem tudo isso e inclusive mais, mas se não rolar, na minha opinião melhor ir pra Copacabana. Tem também todo o resto do Titicaca, né... mas isso deixo pra minha próxima viagem pra fronteira Bolivia/Peru.

Em breve sigo com as histórias de Arequipa, Cusco e Lima. 

Editado por miranlauberf
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Em 24/02/2024 em 18:48, vhCode da backupalien disse:

Que Relato incrivel, parabéns demais, eu fui pra bolivia, fizemos um roteiro muito parecido, ficamos la 14 dias, e pelo visto vou ter que voltar, hehehe! Passamos alguns dias em La paz, depois lago titicaca, depois salar, depois minas de potossi.

"Sinceramente, vc tinha que escrever um livro, pois você escreve muito bem."

Achei que tinha visto boa parte mas esse relato realmente me surpreendeu.

Um ótimo guia para quem está começando, eu e minha mina deixamos um relato no youtube, pois gostamos de filmar e fazer alguns vlogs.

Nome do youtube: BackupAlien

Gostei muito do seu canal! bem documentada esta trip por La paz. Seguindo lá!

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