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Pacaás Novos, floresta preservada na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia


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Parque Nacional de Pacaás Novos / Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, natureza preservada no coração de Rondônia.

 

Parque Nacional de Pacaás Novos (Instagram @pacaasnovos) . 

Jupaú - Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (https://www.jupau.com.br/)

 

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Arara-canindé ( Ara ararauna ) na sede do Parque Nacional de Pacaás Novos em Campo Novo de Rondônia. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

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Paredão da Serra de Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Conforme cita Ricardo Florêncio, analista ambiental do ICMBio. "Este paredão é a marca visual do Parque Nacional de Pacaás Novos. Basta vê-lo que se reconhece imediatamente o parque. E com essa floresta verde e densa ao seu redor fica mais bonito ainda"


 

Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental do ICMBio, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira destaca a grandiosidade de Pacaás Novos. "O Parque Nacional de Pacaás Novos integra um importante mosaico de unidades de conservação no estado de Rondônia, com grande relevância para a conservação pela diversidade dos ecossistemas que abriga (floresta amazônica, cerrado e chapadas)."

 

O Parque Nacional de Pacaás Novos foi criado em 21 de setembro de 1979.

 

A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi declarada de posse permanente dos indígenas em 1985, mas desde pelo menos o início do século XX, os Uru-Eu-Wau-Wau lutaram contra as frentes expansionistas que foram invadindo a região. Então eles são os guardiões dessa imensa floresta, eles são os responsáveis por preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim faço uma homenagem através da Tejubi Uru Eu Wau Wau (@tejubi_uru_eu_wau_wau), eleita em 2023 a primeira mulher na história presidenta da Associação do Povo Indígena – Jupaú.



 

Logística:

Chegando no aeroporto de Porto Velho pega-se um táxi ou algum transporte de aplicativo até a rodoviária.

De Porto Velho até Ariquemes pega-se um ônibus da viação Eucatur.( https://www.eucatur.com.br/ ), existe fartura de horários, inclusive durante toda a noite. Eu comprei a passagem antecipadamente pela Internet.

Na rodoviária de Ariquemes procure os taxistas, eles tem um grupo de Whatsapp entre eles e organizam uma lotação com algumas pessoas até Campo Novo, pois assim fica mais barato para cada um. Não existe linha de ônibus para Campo Novo de Rondônia.




 

Campo Novo de Rondônia

 

Em Campo Novo de Rondônia eu já tive uma amostra da fartura da fauna que encontraria em Pacaás Novos.

 

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Tatu-galinha ( Dasypus novemcinctus ). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Anu-branco ( Guira guira ) predando um sapo do gênero Adenomera.  Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Iguana filhote ( Iguana iguana iguana ) Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Choca-barrada ( Thamnophilus doliatus ). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Gavião-de-anta ( Daptrius ater ). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Periquitão ( Psittacara leucophthalmus ) - Foto : Hilton Monteiro Cristovão  



 

Parque Nacional de Pacaás Novos - Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau

 

Abaixo os mapas georreferenciados dos trajetos e trilhas.

 

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Mapa 1 - Mapa do trajeto de Campo Novo de Rondônia à Base do Jaci no parque.

 

O rio Jaci Paraná é carinhosamente abreviado para rio Jaci.

 

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Mapa 2 - Mapa das trilhas na Base do Jaci.

 

Durante o caminho para Pacaás Novos eu já pude ir tendo mais uma pitada do que encontraria no parque.

 

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Mergulhão-pequeno (Tachybaptus dominicus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Castanheira colossal e ao fundo o paredão da Serra de Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão




 

Chegamos em Pacaás Novos no fim de tarde, foi o tempo de arrumar o acampamento, fazer uma foto ao lado da placa e se preparar para a chegada da noite.

 

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Damião, analista do ICMBio e Hilton. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

E chega a hora do sol ir embora em Pacaás Novos…

 

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Pôr do sol em Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

E a noite toma conta da floresta….

 

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Alojamento da Base do Jaci ilhado na escuridão total da floresta. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Os bichos que estavam acordados de dia caem num sono profundo…..

 

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Cateto (Pecari tajacu) dormindo. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Mas se engana quem pensa que a floresta dorme, ela respira 24 horas e entram novas turmas que se revezam mantendo a floresta de Pacaás Novos acordada e muito viva.

 

E assim o jacaretinga (Caiman crocodilus) que passou o dia dormindo escondido no igarapé Belmonte acorda e passa a noite na espreita esperando pela janta….  Numa noite eu cheguei a ver 5 jacaretingas ao mesmo tempo perto da ponte.

 

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Jacaretinga (Caiman crocodilus) na escuridão do igarapé Belmonte. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Os sapos e pererecas saem de seus esconderijos e sua cantoria inunda o silêncio da floresta.


 

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Perereca quarenta-e-três (Boana raniceps). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O sapo (Rhaebo guttatus) também se posiciona e fica na espreita se fartando dos insetos que passam na sua frente. Apesar de sua cara de bobo, ele é capaz de se defender de predadores.

Ao contrário dos outros sapos venenosos, o sapo amazônico Rhaebo guttatus ao se sentir ameaçado

ativa um mecanismo que esguicha seu veneno voluntariamente através de  movimentações de seu corpo causando a compressão de suas glândulas paratóides. Este comportamento foi descoberto por cientistas do Instituto Butantan liderados pelo pesquisador Carlos Jared em 2011. O sapo esguicha o veneno a uma altura de quase dois metros. Esse fato explicaria o folclore de que as pessoas tinham que tomar cuidado com os sapos, porque eles soltariam jatos nos olhos.

 

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 Sapo (Rhaebo guttatus) que esguicha jato de veneno a quase 2 metros. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

As mariposas também aparecem com a chegada da noite. As mariposas da família Sphingidae conhecidas como mariposas esfinges, também são importantes polinizadoras, ou seja, são cruciais para a sobrevivência da floresta de Pacaás Novos.

 

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Mariposas esfinges. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos é muito imponente, então nada mais justo que hospede também a maior mariposa do mundo, a mariposa-imperador (Thysania agrippina).

 

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Mariposa-imperador (Thysania agrippina), a maior mariposa do mundo. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A aranha-pescadora, também conhecida como aranha-da-cachoeira se aproveita da noite em Pacaás Novos e fica nas margens do igarapé Belmonte na espera de sua janta.

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Aranha-pescadora (Trechalea sp.) com quase 30 cm no igarapé Belmonte. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O besouro rinoceronte só tem tamanho, apesar de enorme, é muito dócil e marca presença na noite de Pacaás Novos. 

 

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Besouro rinoceronte fêmea (Enema pan). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 



 

Existe um mito que atribui ao bacurau o aparecimento da noite, abaixo narrado pelo cacique Djurip Uru-Eu-Wau-Wau e extraído do documentário https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Uru-Eu-Wau-Wau .

 

"O Bacurau falou para a onça abrir a boca, para ele ver o dente da onça. Ela abriu, ele cagou na sua boca, e ela vomitou e quase morreu. Ele voou e foi embora; aí a amiga da onça apareceu e falou: "O que foi?". A onça contou. Sua amiga foi na maloca e queimou todas as espécies de milho, enquanto a onça continuava vomitando. Quando se encostou ao milho preto para queimar, a noite apareceu. A onça ficou sem saber o que fazer; esperou aparecer o dia; tentou acender o fogo mas não pegava. A noite durou uns três dias, a partir daí surgiu um dia e uma noite sempre atrás da outra. A onça, que de tanto vomitar tinha morrido, voltou a viver de novo."



 

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Bacurau jovem (Nyctidromus albicollis) . Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

E a noite termina em Pacaás Novos com o nascimento do sol, assim entram em ação novas turmas do revezamento que mantém a floresta acordada 24 horas….

 

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Nascer do sol em Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O sol ilumina e assim começa o espetáculo das cores da floresta de Pacaás Novos com bandos de aves passando na alvorada.

 

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Arara-vermelha (Ara chloropterus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão




 

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Arara-canindé (Ara ararauna). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Eu estive em Pacaás Novos em setembro e assim pude admirar também a florada dos ipês, como este amarelo abaixo, mas Pacaás Novos tem cores o ano inteiro.

 

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Espectro de cores em Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

A diversidade de insetos em Pacaás Novos é impressionante, a todo momento uma surpresa.

 

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Louva-a-deus (Stagmatoptera binotata). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos é um paraíso da biodiversidade com muitos espécimes raros, como essa jequitiranaboia (Fulgora lampetis) que é raríssima. A jequitiranaboia comum é a Fulgora laternaria. Neste artigo de revisão na figura 4 tem uma prancha comparativa mostrando a diferença entre as espécies. (https://revistas.unitru.edu.pe/index.php/REVSAGAS/article/view/4410/4827).

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Jequitiranaboia (Fulgora lampetis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

O benedito-de-testa-vermelha aproveita o tronco seco para fazer seu ninho.

 

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Benedito-de-testa-vermelha (Melanerpes cruentatus). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

Pacaás Novos hospeda muitos primatas.

 

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Macaco-prego (Sapajus apella). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos, por ser um ambiente equilibrado e com fartura de comida, tem uma infinidade de rapinantes. Segundo informações dos brigadistas do ICMBio que me acompanharam, esse gavião-azul faz ninho todos os anos perto da ponte sobre o igarapé Belmonte. Inclusive eu registrei a cópula do casal.


 

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Gavião-azul (Buteogallus schistaceus). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Muita fartura de cogumelos em Pacaás Novos, isto é característica de uma floresta tropical úmida.

 

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Cogumelo (Heimiomyces tenuipes). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A riqueza de borboletas em Pacaás Novos é impressionante e pelo fato de ficar próximo à Bolívia, tem várias espécies que habitam a Bolívia e atravessam a fronteira (lembrando que bicho não sabe o que é fronteira entre países, limite que foi definido pelos humanos).

 

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Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Acordar de manhã ouvindo o som alto e estridente dos psitacídeos em Pacaás Novos é muito bom. Os Uru-eu-wau-wau tem forte relação com os psitacídeos, a seguir alguns termos: periquito (Kykykyia); curica (Karainha); papagaio (Airuia Airuua).

 

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Psitacídeos de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão



 

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Aves de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão



 

Trilha do Barreiro

 

 No mapa 2 temos a Trilha do Barreiro que tem aproximadamente 1600 m.

 

 

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Cana-de-macaco (Costus scaber). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos é literalmente um paraíso da fotografia da vida selvagem, quem for lá eu recomendo veementemente que não economize no click, fotografe com intensidade total e deixe para identificar na volta. Por exemplo, esta espécie de borboleta tem raríssimos registros no Brasil, sendo mais comum na Amazônia de nossos vizinhos Bolívia, Peru, Equador e Colômbia..

 

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Borboleta coração (Adelpha cytherea cytherea). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A paxiubinha (Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.), também conhecida como paxiúba ou sete pernas, é uma palmeira de grande porte com ampla distribuição na Amazônia brasileira. Seu habitat característico são florestas periodicamente inundadas ou florestas de terra firme próximas de rios e córregos.

 

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Paxiubinha ou palmeiras sete pernas (Socratea exorrhiza). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 

 

Cateto (Pecari tajacu). O filhote do cateto é chamado pelos Uru-Eu-Wau-Wau (Jupaú) de Taitetua .

 

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Cateto (Pecari tajacu). Este da foto está sujo de lama, por isso a faixa branca que o caracteriza não está visível. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Mais um ótimo exemplo de borboleta raríssima no Brasil que fotografei em Pacaás Novos e que ocorre na vizinha Bolívia.

 

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Borboleta (Thestius meridionalis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Essa árvore (seringueira) é a responsável por grandes transformações na Amazônia, inclusive a lendária

estrada de ferro Madeira-Mamoré, uma obra de engenharia que tanto nos orgulha e foi criada por causa do ciclo da borracha.

 

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Árvore seringueira (Hevea brasiliensis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 

 

Eu não me canso de escrever, Pacaás Novos é um paraíso de espécimes raras. Abaixo mais uma borboleta raríssima.

 

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Borboleta (Neruda metharme metharme). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 


 

O pau d´alho tem como característica marcante o cheiro de alho.

 

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Árvore pau d´alho. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A floresta de Pacaás Novos por ser tropical e muito úmida, tem abundância de cogumelos e fungos.

 

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O ouriço é o fruto da castanheira, ele é do tamanho de um abacate e chega a pesar 2 kg. Além de ser muito pesado, é também muito duro, tanto é que não se aconselha ficar debaixo de uma castanheira, pois se cair na cabeça é fatal.

Os animais que conseguem abrir o ouriço para comer as castanhas são a cotia e o macaco prego, assim eles são os dispersores da castanheira. Mas existe um estudo feito pelos pesquisadores Bill Balée e Darrell Posey do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) que indicam que os maiores dispersores foram os indígenas que habitam a floresta Amazônica há milhares de anos.

 

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Ouriços fechados da castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Ouriço aberto e uma castanha descascada (Bertholletia excelsa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O gigantismo das árvores de Pacaás Novos é algo que impressiona e esta samaúma é apenas uma entre milhões. 

 

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Árvore samaúma. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Igarapé perene que secou na estiagem de setembro. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

Este é o barreiro, fim dessa trilha, local de grande concentração de animais que ficam cavando e lambendo o solo para extrair o sal que existe em maior concentração. Os amazonenses dão a esses locais o nome de barreiros e os indígenas denominam de Itiwawa. No tempo da seca (Kuaripé), os indígenas encontram a caça mais fácil perto desses barreiros..

 

Uma frase que jamais esquecerei me foi dita pelo Ricardo Florêncio, analista ambiental do ICMBio e coordenador dos brigadistas de Pacaás Novos. “Não dê chance ao azar. A floresta amazônica é muito bonita, mas também inóspita. Portanto, não caminhe sozinho pelas trilhas, pelo menos em dois, mas o ideal são três pessoas."

 

Ao chegarmos no Barreiro, nos deparamos com um bando de queixadas e num comportamento totalmente natural eles vieram prá cima de nós (eu, Ademir e Damião). Saímos correndo, o Ademir achou uma árvore e me ajudou a subir e em seguida eles também subiram em árvores. Ou seja, se eu estivesse sozinho talvez não conseguisse subir na árvore, por isso a importância de estar em grupo dentro da floresta. Após subirmos em árvores, o bando foi embora.

 

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Barreiro em que os animais lambem o solo para extrair sal. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Trilha da Copaíba

 

No mapa 2 temos a Trilha da Copaíba que tem aproximadamente 700 m.

 

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Babaçu (Attalea speciosa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 

 

Gongo é uma larva de formato arredondado e bastante gordinha. Mesmo com aparência meio repugnante, é comestível, pois se alimenta principalmente das polpas dos cocos, e tem alto teor de proteína sendo usado no meio da floresta como alimento.


 

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Gongo - larva no coco do babaçu. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Cogumelo aproveitando a umidade da floresta tropical de Pacaás Novos.

 

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Cogumelo (Marasmiellus candidus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A planta joão-brandim  (Piper callosum) também conhecida como elixir paregórico, é usada na medicina natural, ela pode também ser usada para mascarar a sede dentro da floresta, pois ao mastigá-la provoca dormência e salivação na boca.

 

 


 

Fartura de aves na Trilha da Copaíba.

 

Damiâo Valdemor de Oliveira, analista ambiental do ICMBio, com mestrado em aves cita que “Pacaás Novos abriga uma grande riqueza e diversidade de aves, tanto de ambiente de floresta Amazônica quanto de ambiente de transição entre Amazônia e Cerrado, e por ser uma região pouco estudada é um paraíso para pesquisadores desbravadores dispostos a descobrirem novas espécies. É um refúgio para várias espécies ameaçadas e uma barreira contra o desmatamento mais ao sul.”

 

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Pica-pau-de-barriga-vermelha fêmea (Campephilus rubricollis olallae). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

 

Desta árvore se extrai o óleo da copaíba que também é conhecido como antibiótico da mata devido as suas propriedades medicinais. 

 

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Copaíba (Copaifera langsdorffii). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

A Trilha da Copaíba margeia o rio Jaci Paraná, abreviado para rio Jaci.

 

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Rio Jaci, nasce na Serra de Pacaás Novos e deságua no rio Madeira. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Peixes no rio Jaci. Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental do ICMBio, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira destaca "O parque se destaca pela riqueza de recursos hídricos, protegendo milhares de nascentes das principais bacias hidrográficas do estado de Rondônia, com pelo menos 12 importantes rios do estado dependendo desse território para conservação. Muitos desses rios fazem parte da bacia hidrográfica do rio Madeira, já reconhecido pela enorme diversidade de peixes, já foram catalogadas mais de 1000 espécies nessa bacia hidrográfica, com dezenas de espécies novas que ainda precisam ser publicadas pelos cientistas. E aqui no parque de Pacaás Novos, com essa riqueza de relevo e ambientes, provavelmente existem muitas outras espécies novas ainda a serem registradas".

 

Uma excelente fonte de consulta dos peixes de parte da bacia hidrográfica do rio Madeira é um inventário produzido pela empresa Santo Antônio Energia em que a Ariana é uma das autoras, disponibilizado gratuitamente neste link.

https://santoantonioenergia.com.br/peixes-do-rio-madeira


 

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Peixes no rio Jaci - Ordem Characiformes. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Este é final da Trilha da Copaíba mostrando como é feita a extração do óleo da copaíba, um método que mantém a árvore viva.

 

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Copaíba caninho (Copaifera langsdorffii). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Igarapé Belmonte.

 

 

 

Igarapé Belmonte desaguando no rio Jaci Paraná.

O igarapé Belmonte nasce na Serra de Pacaás Novos e deságua no rio Jaci, que também nasce na serra. Apesar deles nascerem na mesma serra, Belmonte tem a água gelada e Jaci a água mais quente.

A confluência entre estes dois rios marca o limite noroeste do parque.

(Fonte de consulta : Plano de Manejo do Parque - https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/amazonia/lista-de-ucs/parna-de-pacaas-novos/arquivos/parna_pacaas_novo.pdf )

 

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À esquerda o igarapé Belmonte que desagua à direita no rio Jaci. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

 

 

Nesta região ocorrem várias espécies, tanto na areia quanto nas árvores do entorno.

 

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Casal de pica-pau-de-topete-vermelho - macho esquerda e fêmea direita (Campephilus melanoleucos). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O maçarico-pintado aproveita para procurar alimentos na confluência dos rios.

 

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Maçarico-pintado (Actitis macularius). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O chora-chuva-preto aproveita para almoçar os insetos que moram na confluência dos rios.

 

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Chora-chuva-preto (Monasa nigrifrons). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

As borboletas aproveitam a areia do igarapé Belmonte para extrair sais minerais.

 

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Borboleta fogo-de-rabo (Marpesia petreus petreus). Foto: Hilton Monteiro Cristovão 



 

O martim-pescador-verde pesca na confluência dos rios.

 

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Martim-pescador-verde (Chloroceryle americana). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Peitoril, a andorinha amazônica também marca presença na confluência dos rios.

 

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Peitoril (Atticora fasciata). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A maria-da-praia é mais um passarinho amazônico que adora ambientes aquáticos e frequenta as margens da confluência dos rios em Pacaás Novos.

 

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Maria-da-praia (Ochthornis littoralis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Nos campos ao redor habita a cigarrinha-do-campo.

 

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Cigarrinha-do-campo (Ammodramus aurifrons). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Ir a Pacaás Novos e não tomar banho de igarapé é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Risos… Eu nadei no igarapé Belmonte e também no rio Jaci, a água estava refrescante e recomendo muito.

 

Faço uma homenagem aos colegas de natação da Acqua Club (@clubacqua).

 

 

 



 

Pacaás Novos é cheio de espécimes a serem descobertas e descritas pela Ciência, é literalmente um paraíso para pesquisadores. Por exemplo, eu não consegui identificar essas ninfas abaixo.

 

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Ninfas não identificadas de algum inseto. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

As árvores de Pacaás Novos nascem e sabem que precisam crescer o máximo que puderem para que sua copa alcance um lugar ao sol, então árvores muito altas é o normal.

 

 

 

 

 

 



 

Eu estive em Rondônia no mês de setembro, historicamente é o mês mais quente, estava tão quente que fotografei vários passarinhos com o bico aberto respirando, pois a respiração pelas narinas não estava sendo suficiente. É o mesmo que acontece com nós humanos, quando a respiração está difícil pelo nariz, respiramos pela boca. Também flagrei vários deles se banhando em poças de água.


 

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Passarinhos respirando com o bico aberto e se banhando. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Sobre o fato que muitas pessoas falam que estão acostumadas a não beber água, o Ricardo Florêncio da Silva, analista ambiental com larga experiência nas florestas de Rondônia alerta : "Você pode até achar que não está com sede, mas o seu corpo, principalmente as suas células não acham isso. Beba água, pois um corpo desidratado é porta de entrada fácil para doenças."




 

Faço um agradecimento aos profissionais do ICMBio que me apoiaram antes, durante e depois da expedição, sem a ajuda e assessoria deles, nada teria acontecido.

Samuel dos Santos Nienow, analista ambiental e chefe do Parque Nacional de Pacaás Novos 

Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira. 

Ricardo Florêncio da Silva, analista ambiental com larga experiência nas florestas de Rondônia. 

Damiâo Valdemor de Oliveira, analista ambiental, com mestrado em aves

e demais integrantes da equipe, principalmente os brigadistas que sempre estavam atentos e prontos para me estender a mão para subir ribanceiras, atravessar igarapés e transpor troncos que travavam a passagem e a funcionária Raquel sempre atenciosa que preparou umas comidas sensacionais.

 

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A gloriosa Bandeira do Nosso Querido Brasil sempre me acompanha. Eu sou o último da direita com boné verde do clube Avis Vigilanti de fotógrafos naturalistas que participo. Foto: Hilton Monteiro Cristovão



 

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A gloriosa Bandeira do Nosso Querido Brasil sempre me acompanha. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Campo Novo de Rondônia

 

Campo Novo é uma cidade pequena, bucólica e muito agradável. Uma das coisas que me impressionaram nas ruas foi a largura, todas as ruas e avenidas são muito largas e também as calçadas. Eu medi a largura de uma calçada na rua da sede do parque e deu 6 metros de largura. A população é muito educada, em todos os dias que passei por lá eu não vi um único papel de bala no chão e a prefeitura investe numa campanha mantendo sempre as lixeiras bonitas e atrativas.

 

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Avenidas e calçadas largas e limpas, e as lixeiras muito bonitas. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

Campo Novo de Rondônia nasceu do garimpo, e assim existe um monumento na praça, um garimpeiro segurando a bateia. 

 

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Garimpeiro segurando a bateia. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Nessa praça também existem diversas opções de quiosques, bares e restaurantes.

 

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Tapioca com carne seca, catupiry e creme de maionese com alho. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

A Feira do Produtor Rural de Campo Novo de Rondônia ocorre toda sexta-feira a partir das 10h, vale muito a pena visitá-la. São produtos artesanais produzidos no município.

 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão



 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Porto Velho

Porto Velho é uma capital agradável com uma boa rede hoteleira. Existem diversas opções, eu me hospedei na Pousada Nossas Raízes, pois fica exatamente ao lado de um dos mirantes de observação do Rio Madeira.

 

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Pousada Nossas Raízes - http://pousadanossasraizes.com/  - Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Uma das principais belezas em Porto Velho é o pôr do sol no Rio Madeira. Existem vários mirantes para essa finalidade.

 

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Pôr do sol no Rio Madeira - Mirante Madeira - Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Eu como filho de uma paraense, adoro tacacá. Assim estive no Mirante Izaura, que fica perto da Pousada Nossas Raízes e tomei um tacacá, recomendo.

 

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Tacacá no Mirante Izaura com vista para o Rio Madeira. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Finalizando essa fantástica expedição a Pacaás Novos, estive na bonita Catedral Sagrado Coração de Jesus, onde agradeci pela proteção divina que tive dentro da floresta.

 

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Catedral Sagrado Coração de Jesus - Foto : Hilton Monteiro Cristovão







 

O governo de Rondônia implantou a Operação Verde Amazônia que tem como objetivo a prevenção de queimadas e existe uma campanha forte nesse sentido, inclusive com placas de conscientização nas estradas.

 

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Queimadas que infelizmente enchem o ar de fuligem. Foto: Hilton Monteiro Cristovão


 

Faço uma homenagem às forças de combate e defesa que protegem os rios e florestas e fiscalizam o intenso tráfego de embarcações no Rio Madeira proporcionando uma navegação segura.

 

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Rio Madeira no dia 26/09/2023 - Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

O Rio Madeira é a energia pulsante, dele sai a energia elétrica gerada pelas hidrelétricas, ele funciona como via fluvial para o transporte de mercadorias e pessoas. Enfim, ele é o coração.

 

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Rio Madeira em 26/09/2023 no Barracão do Jair. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

Todos os rios e igarapés que nascem em Pacaás Novos tem como destino final o Rio Madeira, que é o maior afluente do Rio Amazonas. Então termino esse documentário fazendo uma homenagem ao Rio Madeira. Fiz essas fotos a partir do Barracão do Jair, um conjunto de restaurantes e entretenimento que recomendo.

 

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Um pescador solitário, sua canoa e a Usina Hidrelétrica Santo Antônio.  Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

As antigas Cachoeiras Teotônio eram um divisor de duas espécies de botos-cor-de-rosa. Construíram a Usina Hidrelétrica Santo Antônio que continua dividindo, assim abaixo temos a espécie Inia geoffrensis e acima a Inia boliviensis.


 

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Casal de boto-côr-de-rosa ( Inia geoffrensis ) namorando no Rio Madeira. O macho é rosa e a fêmea é acinzentada.  Barracão do Jair -  Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Dicas de proteção dentro da floresta de Pacaás Novos: bota, perneira, calça comprida, camisa de manga comprida UV e refrescante, boné, protetor solar, repelente e um alimento que recomendo muito que protege contra doenças tropicais é inhame, eu como regularmente, talvez seja por isso que nunca peguei nada em todas as minhas andanças pela floresta Amazônica. Os indígenas tem o hábito de comer inhame, eles cultivam inhame. 

 

Para dormir : rede e não se esqueça do mosquiteiro.


 

Agradecimentos adicionais.

- João Alberto Ribeiro e Vitoria Gonçalves da Rosa, ex-gestor e ex-funcionária do parque que me abriram expectativa de visitar o parque.

- Ao meu colega de engenharia no ITA, que por ser nascido e criado em Rondônia, me convidou para conhecer seu estado natal, o Major-Brigadeiro Engenheiro, Eliezer de Freitas Cabral.

- Herpetólogos Paulo Sérgio Berbarde ( @paulosergiobernarde ), Fabrício Oda (@fabricio.oda), Bruno Becacici Loureiro (@bio.especies) e a turma do coletivo Herpeto Capixaba (@herpetocapixaba)

pela ajuda nas identificações.

- Colegas dos clubes Avis Vigilanti (@avisvigilanti), OBSERVAVES (@observavesdf_oficial), Borboletas e Mariposas, BioAnimáticos e AMOAVES (@amoavesdm) por diversas ajudas em identificações e dicas sobre a floresta Amazônica.

- Turma de botânicos do Herbário VIES (@herbariovies).

- Biólogo Diogo Barbalho Hungria (@diogobhungria)  pelas dicas sobre a hidrografia e a ictiofauna do parque.

- Ao guia de aves e biólogo Kenny Uéslei (@kkennybio) pelas dicas de transporte em Rondônia e algumas identificações.

- Ao médico veterinário Marcos Oliveira (@marcos.oliveira.22) e sua esposa que conheci no aeroporto e me ajudaram muito em Porto Velho e também me deram uma brilhante aula sobre a geografia e a história de Rondônia.

- A Ilcilene Cassiano que conheci no Mirante Madeira em Porto Velho e me indicou o Barracão do Jair (@barracao_jair) como ótimo ponto de fotografia do rio Madeira onde consegui fotografar o boto-cor-de-rosa e diversas aves.


 

Para entrar no parque precisa de autorização do ICMBio e da FUNAI. Quando eu solicitei a autorização, eu sabia que estaria entrando num lugar mágico, uma floresta preservada, pouco explorada e perto da Bolívia, eu entraria num paraíso e foi o que aconteceu, fui ao meu limite físico fotografando, acordava todos os dias às 4 horas da madrugada e ia dormir por volta de 01h. Almoçava por volta do meio-dia e descansava até umas 14h, pois nesse período o calor é tão intenso que os bichos se recolhem e não se consegue fazer muitas fotos.

 

Uma viagem a Pacaás Novos é inesquecível, ficará para sempre em minha memória, recomendo muito.

 

Saudações capixabas para todos.

 

Hilton Monteiro Cristovão - (Instagram @hilton.monteiro.cristovao)

Vitória - ES



 

Editado por Hiltonmc
Correção de opilião para aranha-pescadora.
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Em 08/11/2023 em 17:10, Hiltonmc disse:

Parque Nacional de Pacaás Novos / Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, natureza preservada no coração de Rondônia.

 

Parque Nacional de Pacaás Novos (Instagram @pacaasnovos) . 

Jupaú - Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (https://www.jupau.com.br/)

 

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Arara-canindé ( Ara ararauna ) na sede do Parque Nacional de Pacaás Novos em Campo Novo de Rondônia. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

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Paredão da Serra de Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Conforme cita Ricardo Florêncio, analista ambiental do ICMBio. "Este paredão é a marca visual do Parque Nacional de Pacaás Novos. Basta vê-lo que se reconhece imediatamente o parque. E com essa floresta verde e densa ao seu redor fica mais bonito ainda"


 

Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental do ICMBio, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira destaca a grandiosidade de Pacaás Novos. "O Parque Nacional de Pacaás Novos integra um importante mosaico de unidades de conservação no estado de Rondônia, com grande relevância para a conservação pela diversidade dos ecossistemas que abriga (floresta amazônica, cerrado e chapadas)."

 

O Parque Nacional de Pacaás Novos foi criado em 21 de setembro de 1979.

 

A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi declarada de posse permanente dos indígenas em 1985, mas desde pelo menos o início do século XX, os Uru-Eu-Wau-Wau lutaram contra as frentes expansionistas que foram invadindo a região. Então eles são os guardiões dessa imensa floresta, eles são os responsáveis por preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim faço uma homenagem através da Tejubi Uru Eu Wau Wau (@tejubi_uru_eu_wau_wau), eleita em 2023 a primeira mulher na história presidenta da Associação do Povo Indígena – Jupaú.



 

Logística:

Chegando no aeroporto de Porto Velho pega-se um táxi ou algum transporte de aplicativo até a rodoviária.

De Porto Velho até Ariquemes pega-se um ônibus da viação Eucatur.( https://www.eucatur.com.br/ ), existe fartura de horários, inclusive durante toda a noite. Eu comprei a passagem antecipadamente pela Internet.

Na rodoviária de Ariquemes procure os taxistas, eles tem um grupo de Whatsapp entre eles e organizam uma lotação com algumas pessoas até Campo Novo, pois assim fica mais barato para cada um. Não existe linha de ônibus para Campo Novo de Rondônia.




 

Campo Novo de Rondônia

 

Em Campo Novo de Rondônia eu já tive uma amostra da fartura da fauna que encontraria em Pacaás Novos.

 

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Tatu-galinha ( Dasypus novemcinctus ). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Anu-branco ( Guira guira ) predando um sapo do gênero Adenomera.  Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Iguana filhote ( Iguana iguana iguana ) Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Choca-barrada ( Thamnophilus doliatus ). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Gavião-de-anta ( Daptrius ater ). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Periquitão ( Psittacara leucophthalmus ) - Foto : Hilton Monteiro Cristovão  



 

Parque Nacional de Pacaás Novos - Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau

 

Abaixo os mapas georreferenciados dos trajetos e trilhas.

 

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Mapa 1 - Mapa do trajeto de Campo Novo de Rondônia à Base do Jaci no parque.

 

O rio Jaci Paraná é carinhosamente abreviado para rio Jaci.

 

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Mapa 2 - Mapa das trilhas na Base do Jaci.

 

Durante o caminho para Pacaás Novos eu já pude ir tendo mais uma pitada do que encontraria no parque.

 

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Mergulhão-pequeno (Tachybaptus dominicus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Castanheira colossal e ao fundo o paredão da Serra de Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão




 

Chegamos em Pacaás Novos no fim de tarde, foi o tempo de arrumar o acampamento, fazer uma foto ao lado da placa e se preparar para a chegada da noite.

 

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Damião, analista do ICMBio e Hilton. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

E chega a hora do sol ir embora em Pacaás Novos…

 

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Pôr do sol em Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

E a noite toma conta da floresta….

 

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Alojamento da Base do Jaci ilhado na escuridão total da floresta. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Os bichos que estavam acordados de dia caem num sono profundo…..

 

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Cateto (Pecari tajacu) dormindo. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Mas se engana quem pensa que a floresta dorme, ela respira 24 horas e entram novas turmas que se revezam mantendo a floresta de Pacaás Novos acordada e muito viva.

 

E assim o jacaretinga (Caiman crocodilus) que passou o dia dormindo escondido no igarapé Belmonte acorda e passa a noite na espreita esperando pela janta….  Numa noite eu cheguei a ver 5 jacaretingas ao mesmo tempo perto da ponte.

 

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Jacaretinga (Caiman crocodilus) na escuridão do igarapé Belmonte. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Os sapos e pererecas saem de seus esconderijos e sua cantoria inunda o silêncio da floresta.


 

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Perereca quarenta-e-três (Boana raniceps). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O sapo (Rhaebo guttatus) também se posiciona e fica na espreita se fartando dos insetos que passam na sua frente. Apesar de sua cara de bobo, ele é capaz de se defender de predadores.

Ao contrário dos outros sapos venenosos, o sapo amazônico Rhaebo guttatus ao se sentir ameaçado

ativa um mecanismo que esguicha seu veneno voluntariamente através de  movimentações de seu corpo causando a compressão de suas glândulas paratóides. Este comportamento foi descoberto por cientistas do Instituto Butantan liderados pelo pesquisador Carlos Jared em 2011. O sapo esguicha o veneno a uma altura de quase dois metros. Esse fato explicaria o folclore de que as pessoas tinham que tomar cuidado com os sapos, porque eles soltariam jatos nos olhos.

 

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 Sapo (Rhaebo guttatus) que esguicha jato de veneno a quase 2 metros. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

As mariposas também aparecem com a chegada da noite. As mariposas da família Sphingidae conhecidas como mariposas esfinges, também são importantes polinizadoras, ou seja, são cruciais para a sobrevivência da floresta de Pacaás Novos.

 

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Mariposas esfinges. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos é muito imponente, então nada mais justo que hospede também a maior mariposa do mundo, a mariposa-imperador (Thysania agrippina).

 

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Mariposa-imperador (Thysania agrippina), a maior mariposa do mundo. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O opilião que tem hábitos noturnos também se aproveita da noite em Pacaás Novos e fica nas margens do igarapé Belmonte na espera de sua janta.

 

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Opilião com aproximadamente 30 cm no igarapé Belmonte. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O besouro rinoceronte só tem tamanho, apesar de enorme, é muito dócil e marca presença na noite de Pacaás Novos. 

 

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Besouro rinoceronte fêmea (Enema pan). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 



 

Existe um mito que atribui ao bacurau o aparecimento da noite, abaixo narrado pelo cacique Djurip Uru-Eu-Wau-Wau e extraído do documentário https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Uru-Eu-Wau-Wau .

 

"O Bacurau falou para a onça abrir a boca, para ele ver o dente da onça. Ela abriu, ele cagou na sua boca, e ela vomitou e quase morreu. Ele voou e foi embora; aí a amiga da onça apareceu e falou: "O que foi?". A onça contou. Sua amiga foi na maloca e queimou todas as espécies de milho, enquanto a onça continuava vomitando. Quando se encostou ao milho preto para queimar, a noite apareceu. A onça ficou sem saber o que fazer; esperou aparecer o dia; tentou acender o fogo mas não pegava. A noite durou uns três dias, a partir daí surgiu um dia e uma noite sempre atrás da outra. A onça, que de tanto vomitar tinha morrido, voltou a viver de novo."



 

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Bacurau jovem (Nyctidromus albicollis) . Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

E a noite termina em Pacaás Novos com o nascimento do sol, assim entram em ação novas turmas do revezamento que mantém a floresta acordada 24 horas….

 

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Nascer do sol em Pacaás Novos. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O sol ilumina e assim começa o espetáculo das cores da floresta de Pacaás Novos com bandos de aves passando na alvorada.

 

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Arara-vermelha (Ara chloropterus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão




 

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Arara-canindé (Ara ararauna). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Eu estive em Pacaás Novos em setembro e assim pude admirar também a florada dos ipês, como este amarelo abaixo, mas Pacaás Novos tem cores o ano inteiro.

 

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Espectro de cores em Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

A diversidade de insetos em Pacaás Novos é impressionante, a todo momento uma surpresa.

 

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Louva-a-deus (Stagmatoptera binotata). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos é um paraíso da biodiversidade com muitos espécimes raros, como essa jequitiranaboia (Fulgora lampetis) que é raríssima. A jequitiranaboia comum é a Fulgora laternaria. Neste artigo de revisão na figura 4 tem uma prancha comparativa mostrando a diferença entre as espécies. (https://revistas.unitru.edu.pe/index.php/REVSAGAS/article/view/4410/4827).

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Jequitiranaboia (Fulgora lampetis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

O benedito-de-testa-vermelha aproveita o tronco seco para fazer seu ninho.

 

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Benedito-de-testa-vermelha (Melanerpes cruentatus). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

Pacaás Novos hospeda muitos primatas.

 

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Macaco-prego (Sapajus apella). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos, por ser um ambiente equilibrado e com fartura de comida, tem uma infinidade de rapinantes. Segundo informações dos brigadistas do ICMBio que me acompanharam, esse gavião-azul faz ninho todos os anos perto da ponte sobre o igarapé Belmonte. Inclusive eu registrei a cópula do casal.


 

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Gavião-azul (Buteogallus schistaceus). Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Muita fartura de cogumelos em Pacaás Novos, isto é característica de uma floresta tropical úmida.

 

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Cogumelo (Heimiomyces tenuipes). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A riqueza de borboletas em Pacaás Novos é impressionante e pelo fato de ficar próximo à Bolívia, tem várias espécies que habitam a Bolívia e atravessam a fronteira (lembrando que bicho não sabe o que é fronteira entre países, limite que foi definido pelos humanos).

 

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Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Borboletas de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Acordar de manhã ouvindo o som alto e estridente dos psitacídeos em Pacaás Novos é muito bom. Os Uru-eu-wau-wau tem forte relação com os psitacídeos, a seguir alguns termos: periquito (Kykykyia); curica (Karainha); papagaio (Airuia Airuua).

 

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Psitacídeos de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão



 

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Aves de Pacaás Novos. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão



 

Trilha do Barreiro

 

 No mapa 2 temos a Trilha do Barreiro que tem aproximadamente 1600 m.

 

 

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Cana-de-macaco (Costus scaber). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Pacaás Novos é literalmente um paraíso da fotografia da vida selvagem, quem for lá eu recomendo veementemente que não economize no click, fotografe com intensidade total e deixe para identificar na volta. Por exemplo, esta espécie de borboleta tem raríssimos registros no Brasil, sendo mais comum na Amazônia de nossos vizinhos Bolívia, Peru, Equador e Colômbia..

 

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Borboleta coração (Adelpha cytherea cytherea). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A paxiubinha (Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.), também conhecida como paxiúba ou sete pernas, é uma palmeira de grande porte com ampla distribuição na Amazônia brasileira. Seu habitat característico são florestas periodicamente inundadas ou florestas de terra firme próximas de rios e córregos.

 

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Paxiubinha ou palmeiras sete pernas (Socratea exorrhiza). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 

 

Cateto (Pecari tajacu). O filhote do cateto é chamado pelos Uru-Eu-Wau-Wau (Jupaú) de Taitetua .

 

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Cateto (Pecari tajacu). Este da foto está sujo de lama, por isso a faixa branca que o caracteriza não está visível. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Mais um ótimo exemplo de borboleta raríssima no Brasil que fotografei em Pacaás Novos e que ocorre na vizinha Bolívia.

 

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Borboleta (Thestius meridionalis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Essa árvore (seringueira) é a responsável por grandes transformações na Amazônia, inclusive a lendária

estrada de ferro Madeira-Mamoré, uma obra de engenharia que tanto nos orgulha e foi criada por causa do ciclo da borracha.

 

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Árvore seringueira (Hevea brasiliensis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 

 

Eu não me canso de escrever, Pacaás Novos é um paraíso de espécimes raras. Abaixo mais uma borboleta raríssima.

 

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Borboleta (Neruda metharme metharme). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 


 

O pau d´alho tem como característica marcante o cheiro de alho.

 

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Árvore pau d´alho. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A floresta de Pacaás Novos por ser tropical e muito úmida, tem abundância de cogumelos e fungos.

 

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O ouriço é o fruto da castanheira, ele é do tamanho de um abacate e chega a pesar 2 kg. Além de ser muito pesado, é também muito duro, tanto é que não se aconselha ficar debaixo de uma castanheira, pois se cair na cabeça é fatal.

Os animais que conseguem abrir o ouriço para comer as castanhas são a cotia e o macaco prego, assim eles são os dispersores da castanheira. Mas existe um estudo feito pelos pesquisadores Bill Balée e Darrell Posey do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) que indicam que os maiores dispersores foram os indígenas que habitam a floresta Amazônica há milhares de anos.

 

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Ouriços fechados da castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Ouriço aberto e uma castanha descascada (Bertholletia excelsa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O gigantismo das árvores de Pacaás Novos é algo que impressiona e esta samaúma é apenas uma entre milhões. 

 

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Árvore samaúma. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Igarapé perene que secou na estiagem de setembro. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

Este é o barreiro, fim dessa trilha, local de grande concentração de animais que ficam cavando e lambendo o solo para extrair o sal que existe em maior concentração. Os amazonenses dão a esses locais o nome de barreiros e os indígenas denominam de Itiwawa. No tempo da seca (Kuaripé), os indígenas encontram a caça mais fácil perto desses barreiros..

 

Uma frase que jamais esquecerei me foi dita pelo Ricardo Florêncio, analista ambiental do ICMBio e coordenador dos brigadistas de Pacaás Novos. “Não dê chance ao azar. A floresta amazônica é muito bonita, mas também inóspita. Portanto, não caminhe sozinho pelas trilhas, pelo menos em dois, mas o ideal são três pessoas."

 

Ao chegarmos no Barreiro, nos deparamos com um bando de queixadas e num comportamento totalmente natural eles vieram prá cima de nós (eu, Ademir e Damião). Saímos correndo, o Ademir achou uma árvore e me ajudou a subir e em seguida eles também subiram em árvores. Ou seja, se eu estivesse sozinho talvez não conseguisse subir na árvore, por isso a importância de estar em grupo dentro da floresta. Após subirmos em árvores, o bando foi embora.

 

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Barreiro em que os animais lambem o solo para extrair sal. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Trilha da Copaíba

 

No mapa 2 temos a Trilha da Copaíba que tem aproximadamente 700 m.

 

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Babaçu (Attalea speciosa). Foto : Hilton Monteiro Cristovão 

 

Gongo é uma larva de formato arredondado e bastante gordinha. Mesmo com aparência meio repugnante, é comestível, pois se alimenta principalmente das polpas dos cocos, e tem alto teor de proteína sendo usado no meio da floresta como alimento.


 

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Gongo - larva no coco do babaçu. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Cogumelo aproveitando a umidade da floresta tropical de Pacaás Novos.

 

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Cogumelo (Marasmiellus candidus). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A planta joão-brandim  (Piper callosum) também conhecida como elixir paregórico, é usada na medicina natural, ela pode também ser usada para mascarar a sede dentro da floresta, pois ao mastigá-la provoca dormência e salivação na boca.

 

 


 

Fartura de aves na Trilha da Copaíba.

 

Damiâo Valdemor de Oliveira, analista ambiental do ICMBio, com mestrado em aves cita que “Pacaás Novos abriga uma grande riqueza e diversidade de aves, tanto de ambiente de floresta Amazônica quanto de ambiente de transição entre Amazônia e Cerrado, e por ser uma região pouco estudada é um paraíso para pesquisadores desbravadores dispostos a descobrirem novas espécies. É um refúgio para várias espécies ameaçadas e uma barreira contra o desmatamento mais ao sul.”

 

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Pica-pau-de-barriga-vermelha fêmea (Campephilus rubricollis olallae). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

 

Desta árvore se extrai o óleo da copaíba que também é conhecido como antibiótico da mata devido as suas propriedades medicinais. 

 

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Copaíba (Copaifera langsdorffii). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

A Trilha da Copaíba margeia o rio Jaci Paraná, abreviado para rio Jaci.

 

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Rio Jaci, nasce na Serra de Pacaás Novos e deságua no rio Madeira. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Peixes no rio Jaci. Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental do ICMBio, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira destaca "O parque se destaca pela riqueza de recursos hídricos, protegendo milhares de nascentes das principais bacias hidrográficas do estado de Rondônia, com pelo menos 12 importantes rios do estado dependendo desse território para conservação. Muitos desses rios fazem parte da bacia hidrográfica do rio Madeira, já reconhecido pela enorme diversidade de peixes, já foram catalogadas mais de 1000 espécies nessa bacia hidrográfica, com dezenas de espécies novas que ainda precisam ser publicadas pelos cientistas. E aqui no parque de Pacaás Novos, com essa riqueza de relevo e ambientes, provavelmente existem muitas outras espécies novas ainda a serem registradas".

 

Uma excelente fonte de consulta dos peixes de parte da bacia hidrográfica do rio Madeira é um inventário produzido pela empresa Santo Antônio Energia em que a Ariana é uma das autoras, disponibilizado gratuitamente neste link.

https://santoantonioenergia.com.br/peixes-do-rio-madeira


 

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Peixes no rio Jaci - Ordem Characiformes. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Este é final da Trilha da Copaíba mostrando como é feita a extração do óleo da copaíba, um método que mantém a árvore viva.

 

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Copaíba caninho (Copaifera langsdorffii). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Igarapé Belmonte.

 

 

 

Igarapé Belmonte desaguando no rio Jaci Paraná.

O igarapé Belmonte nasce na Serra de Pacaás Novos e deságua no rio Jaci, que também nasce na serra. Apesar deles nascerem na mesma serra, Belmonte tem a água gelada e Jaci a água mais quente.

A confluência entre estes dois rios marca o limite noroeste do parque.

(Fonte de consulta : Plano de Manejo do Parque - https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/amazonia/lista-de-ucs/parna-de-pacaas-novos/arquivos/parna_pacaas_novo.pdf )

 

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À esquerda o igarapé Belmonte que desagua à direita no rio Jaci. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

 

 

Nesta região ocorrem várias espécies, tanto na areia quanto nas árvores do entorno.

 

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Casal de pica-pau-de-topete-vermelho - macho esquerda e fêmea direita (Campephilus melanoleucos). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O maçarico-pintado aproveita para procurar alimentos na confluência dos rios.

 

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Maçarico-pintado (Actitis macularius). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

O chora-chuva-preto aproveita para almoçar os insetos que moram na confluência dos rios.

 

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Chora-chuva-preto (Monasa nigrifrons). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

As borboletas aproveitam a areia do igarapé Belmonte para extrair sais minerais.

 

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Borboleta fogo-de-rabo (Marpesia petreus petreus). Foto: Hilton Monteiro Cristovão 



 

O martim-pescador-verde pesca na confluência dos rios.

 

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Martim-pescador-verde (Chloroceryle americana). Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Peitoril, a andorinha amazônica também marca presença na confluência dos rios.

 

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Peitoril (Atticora fasciata). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

A maria-da-praia é mais um passarinho amazônico que adora ambientes aquáticos e frequenta as margens da confluência dos rios em Pacaás Novos.

 

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Maria-da-praia (Ochthornis littoralis). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Nos campos ao redor habita a cigarrinha-do-campo.

 

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Cigarrinha-do-campo (Ammodramus aurifrons). Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Ir a Pacaás Novos e não tomar banho de igarapé é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Risos… Eu nadei no igarapé Belmonte e também no rio Jaci, a água estava refrescante e recomendo muito.

 

Faço uma homenagem aos colegas de natação da Acqua Club (@clubacqua).

 

 

 



 

Pacaás Novos é cheio de espécimes a serem descobertas e descritas pela Ciência, é literalmente um paraíso para pesquisadores. Por exemplo, eu não consegui identificar essas ninfas abaixo.

 

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Ninfas não identificadas de algum inseto. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

As árvores de Pacaás Novos nascem e sabem que precisam crescer o máximo que puderem para que sua copa alcance um lugar ao sol, então árvores muito altas é o normal.

 

 

 

 

 

 



 

Eu estive em Rondônia no mês de setembro, historicamente é o mês mais quente, estava tão quente que fotografei vários passarinhos com o bico aberto respirando, pois a respiração pelas narinas não estava sendo suficiente. É o mesmo que acontece com nós humanos, quando a respiração está difícil pelo nariz, respiramos pela boca. Também flagrei vários deles se banhando em poças de água.


 

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Passarinhos respirando com o bico aberto e se banhando. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Sobre o fato que muitas pessoas falam que estão acostumadas a não beber água, o Ricardo Florêncio da Silva, analista ambiental com larga experiência nas florestas de Rondônia alerta : "Você pode até achar que não está com sede, mas o seu corpo, principalmente as suas células não acham isso. Beba água, pois um corpo desidratado é porta de entrada fácil para doenças."




 

Faço um agradecimento aos profissionais do ICMBio que me apoiaram antes, durante e depois da expedição, sem a ajuda e assessoria deles, nada teria acontecido.

Samuel dos Santos Nienow, analista ambiental e chefe do Parque Nacional de Pacaás Novos 

Ariana Cella Ribeiro, analista ambiental, com doutorado e especialista em peixes da bacia do rio Madeira. 

Ricardo Florêncio da Silva, analista ambiental com larga experiência nas florestas de Rondônia. 

Damiâo Valdemor de Oliveira, analista ambiental, com mestrado em aves

e demais integrantes da equipe, principalmente os brigadistas que sempre estavam atentos e prontos para me estender a mão para subir ribanceiras, atravessar igarapés e transpor troncos que travavam a passagem e a funcionária Raquel sempre atenciosa que preparou umas comidas sensacionais.

 

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A gloriosa Bandeira do Nosso Querido Brasil sempre me acompanha. Eu sou o último da direita com boné verde do clube Avis Vigilanti de fotógrafos naturalistas que participo. Foto: Hilton Monteiro Cristovão



 

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A gloriosa Bandeira do Nosso Querido Brasil sempre me acompanha. Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Campo Novo de Rondônia

 

Campo Novo é uma cidade pequena, bucólica e muito agradável. Uma das coisas que me impressionaram nas ruas foi a largura, todas as ruas e avenidas são muito largas e também as calçadas. Eu medi a largura de uma calçada na rua da sede do parque e deu 6 metros de largura. A população é muito educada, em todos os dias que passei por lá eu não vi um único papel de bala no chão e a prefeitura investe numa campanha mantendo sempre as lixeiras bonitas e atrativas.

 

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Avenidas e calçadas largas e limpas, e as lixeiras muito bonitas. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

Campo Novo de Rondônia nasceu do garimpo, e assim existe um monumento na praça, um garimpeiro segurando a bateia. 

 

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Garimpeiro segurando a bateia. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Nessa praça também existem diversas opções de quiosques, bares e restaurantes.

 

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Tapioca com carne seca, catupiry e creme de maionese com alho. Foto : Hilton Monteiro Cristovão



 

A Feira do Produtor Rural de Campo Novo de Rondônia ocorre toda sexta-feira a partir das 10h, vale muito a pena visitá-la. São produtos artesanais produzidos no município.

 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão



 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

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Fotos : Hilton Monteiro Cristovão


 

Porto Velho

Porto Velho é uma capital agradável com uma boa rede hoteleira. Existem diversas opções, eu me hospedei na Pousada Nossas Raízes, pois fica exatamente ao lado de um dos mirantes de observação do Rio Madeira.

 

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Pousada Nossas Raízes - http://pousadanossasraizes.com/  - Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Uma das principais belezas em Porto Velho é o pôr do sol no Rio Madeira. Existem vários mirantes para essa finalidade.

 

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Pôr do sol no Rio Madeira - Mirante Madeira - Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Eu como filho de uma paraense, adoro tacacá. Assim estive no Mirante Izaura, que fica perto da Pousada Nossas Raízes e tomei um tacacá, recomendo.

 

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Tacacá no Mirante Izaura com vista para o Rio Madeira. Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

Finalizando essa fantástica expedição a Pacaás Novos, estive na bonita Catedral Sagrado Coração de Jesus, onde agradeci pela proteção divina que tive dentro da floresta.

 

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Catedral Sagrado Coração de Jesus - Foto : Hilton Monteiro Cristovão







 

O governo de Rondônia implantou a Operação Verde Amazônia que tem como objetivo a prevenção de queimadas e existe uma campanha forte nesse sentido, inclusive com placas de conscientização nas estradas.

 

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Queimadas que infelizmente enchem o ar de fuligem. Foto: Hilton Monteiro Cristovão


 

Faço uma homenagem às forças de combate e defesa que protegem os rios e florestas e fiscalizam o intenso tráfego de embarcações no Rio Madeira proporcionando uma navegação segura.

 

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Rio Madeira no dia 26/09/2023 - Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

O Rio Madeira é a energia pulsante, dele sai a energia elétrica gerada pelas hidrelétricas, ele funciona como via fluvial para o transporte de mercadorias e pessoas. Enfim, ele é o coração.

 

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Rio Madeira em 26/09/2023 no Barracão do Jair. Fotos : Hilton Monteiro Cristovão

 

Todos os rios e igarapés que nascem em Pacaás Novos tem como destino final o Rio Madeira, que é o maior afluente do Rio Amazonas. Então termino esse documentário fazendo uma homenagem ao Rio Madeira. Fiz essas fotos a partir do Barracão do Jair, um conjunto de restaurantes e entretenimento que recomendo.

 

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Um pescador solitário, sua canoa e a Usina Hidrelétrica Santo Antônio.  Foto : Hilton Monteiro Cristovão

 

As antigas Cachoeiras Teotônio eram um divisor de duas espécies de botos-cor-de-rosa. Construíram a Usina Hidrelétrica Santo Antônio que continua dividindo, assim abaixo temos a espécie Inia geoffrensis e acima a Inia boliviensis.


 

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Casal de boto-côr-de-rosa ( Inia geoffrensis ) namorando no Rio Madeira. O macho é rosa e a fêmea é acinzentada.  Barracão do Jair -  Foto : Hilton Monteiro Cristovão


 

Dicas de proteção dentro da floresta de Pacaás Novos: bota, perneira, calça comprida, camisa de manga comprida UV e refrescante, boné, protetor solar, repelente e um alimento que recomendo muito que protege contra doenças tropicais é inhame, eu como regularmente, talvez seja por isso que nunca peguei nada em todas as minhas andanças pela floresta Amazônica. Os indígenas tem o hábito de comer inhame, eles cultivam inhame. 

 

Para dormir : rede e não se esqueça do mosquiteiro.


 

Agradecimentos adicionais.

- João Alberto Ribeiro e Vitoria Gonçalves da Rosa, ex-gestor e ex-funcionária do parque que me abriram expectativa de visitar o parque.

- Ao meu colega de engenharia no ITA, que por ser nascido e criado em Rondônia, me convidou para conhecer seu estado natal, o Major-Brigadeiro Engenheiro, Eliezer de Freitas Cabral.

- Herpetólogos Paulo Sérgio Berbarde ( @paulosergiobernarde ), Fabrício Oda (@fabricio.oda), Bruno Becacici Loureiro (@bio.especies) e a turma do coletivo Herpeto Capixaba (@herpetocapixaba)

pela ajuda nas identificações.

- Colegas dos clubes Avis Vigilanti (@avisvigilanti), OBSERVAVES (@observavesdf_oficial), Borboletas e Mariposas, BioAnimáticos e AMOAVES (@amoavesdm) por diversas ajudas em identificações e dicas sobre a floresta Amazônica.

- Turma de botânicos do Herbário VIES (@herbariovies).

- Biólogo Diogo Barbalho Hungria (@diogobhungria)  pelas dicas sobre a hidrografia e a ictiofauna do parque.

- Ao guia de aves e biólogo Kenny Uéslei (@kkennybio) pelas dicas de transporte em Rondônia.

- Ao médico veterinário Marcos Oliveira (@marcos.oliveira.22) e sua esposa que conheci no aeroporto e me ajudaram muito em Porto Velho e também me deram uma brilhante aula sobre a geografia e a história de Rondônia.

- A Ilcilene Cassiano que conheci no Mirante Madeira em Porto Velho e me indicou o Barracão do Jair (@barracao_jair) como ótimo ponto de fotografia do rio Madeira onde consegui fotografar o boto-cor-de-rosa e diversas aves.


 

Para entrar no parque precisa de autorização do ICMBio e da FUNAI. Quando eu solicitei a autorização, eu sabia que estaria entrando num lugar mágico, uma floresta preservada, pouco explorada e perto da Bolívia, eu entraria num paraíso e foi o que aconteceu, fui ao meu limite físico fotografando, acordava todos os dias às 4 horas da madrugada e ia dormir por volta de 01h. Almoçava por volta do meio-dia e descansava até umas 14h, pois nesse período o calor é tão intenso que os bichos se recolhem e não se consegue fazer muitas fotos.

 

Uma viagem a Pacaás Novos é inesquecível, ficará para sempre em minha memória, recomendo muito.

 

Saudações capixabas para todos.

 

Hilton Monteiro Cristovão - (Instagram @hilton.monteiro.cristovao)

Vitória - ES



 

Adorei seu relato, com muita propriedade e sutileza, o Parque Nacional Pacaás Novos é propriedade de todos os brasileiros que respeitam a natureza e preservam essa grande biodiversidade. Gostei muito quando descreveu nossa cidade de Campo Novo de Rondônia, pois usou termos e palavras nobres e agradáveis para fazer a informação. Moramos aqui porque gostamos muito dessa terra, desse povo, e em todos os lugares tem seus problemas, que muitos só sabem apontar, mas, nada se fala das coisas boas.  

Dica: só faltou um lugaimage.thumb.jpeg.15d827bf1bf5a78cdecf62bcb83558e8.jpegr para vocês irem, em cima da serra que carinhosamente nós a chamamos de Serra do Tracoá.

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31 minutos atrás, Márcio Murata disse:

Adorei seu relato, com muita propriedade e sutileza, o Parque Nacional Pacaás Novos é propriedade de todos os brasileiros que respeitam a natureza e preservam essa grande biodiversidade. Gostei muito quando descreveu nossa cidade de Campo Novo de Rondônia, pois usou termos e palavras nobres e agradáveis para fazer a informação. Moramos aqui porque gostamos muito dessa terra, desse povo, e em todos os lugares tem seus problemas, que muitos só sabem apontar, mas, nada se fala das coisas boas.  

Dica: só faltou um lugaimage.thumb.jpeg.15d827bf1bf5a78cdecf62bcb83558e8.jpegr para vocês irem, em cima da serra que carinhosamente nós a chamamos de Serra do Tracoá.

Caríssimo Márcio Murata, me senti muito lisonjeado em receber um comentário positivo de um morador de Campo Novo de Rondônia como você.
O povo de Campo Novo é muito hospitaleiro e simpático, foi uma visita que me marcou muito. As pessoas que eu conheci, conversavam 
comigo como se fôssemos velhos amigos, com o coração aberto.

Muito obrigado por enriquecer o meu relato com uma foto do Pico do Tracoá.

Pacaás Novos é muito grande, quase metade do Espírito Santo (meu estado), fiquei muito longe de conhecer tudo, mas o pouco que conheci me deixou encantado. Posso garantir que aproveitei cada segundo dentro do parque, eu ia dormir por volta de 1 hora da madrugada e acordava às 04h, 
fui ao meu limite físico fotografando, foi uma expedição inesquecível.

Pretendo voltar....

Saudações capixabas de Hilton Monteiro Cristovão
Vitória-ES

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1 hora atrás, Hiltonmc disse:

Caríssimo Márcio Murata, me senti muito lisonjeado em receber um comentário positivo de um morador de Campo Novo de Rondônia como você.
O povo de Campo Novo é muito hospitaleiro e simpático, foi uma visita que me marcou muito. As pessoas que eu conheci, conversavam 
comigo como se fôssemos velhos amigos, com o coração aberto.

Muito obrigado por enriquecer o meu relato com uma foto do Pico do Tracoá.

Pacaás Novos é muito grande, quase metade do Espírito Santo (meu estado), fiquei muito longe de conhecer tudo, mas o pouco que conheci me deixou encantado. Posso garantir que aproveitei cada segundo dentro do parque, eu ia dormir por volta de 1 hora da madrugada e acordava às 04h, 
fui ao meu limite físico fotografando, foi uma expedição inesquecível.

Pretendo voltar....

Saudações capixabas de Hilton Monteiro Cristovão
Vitória-ES

 

Rio Pacaás Novos que nasce em cima da serra tracoá

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Hilton, parabéns pelo seu relato!

Organizado, fluido e de fácil leitura, bastante minucioso, rico de informações preciosas, inclusive técnicas que ajudarão em muito os futuros aventureiros do Parque Nacional de Pacaás Novos. 

Quanto as fotos, simplesmente magníficas que, juntamente com os mapas que identificam alguns locais, nos  fazem imergir em cada uma das descrições e acontecimentos relatados. 

Legal também as curiosidades e elementos da culinária e cultura das cidades de acesso ao Parque: Porto Velho e Campo Novo de Rondônia.

Um verdadeiro show!

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Quando leio relatos escritos com uma narrativa rica em detalhes, fico imaginando e " viajando" com o autor. Uma narrativa me inspira muito mais a viajar do que fotos e vídeos instagramaveis. Muito bom relato.

Aguardando o próximo 😉

Editado por Roberto Brandão
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18 horas atrás, hmcristovao disse:

Hilton, parabéns pelo seu relato!

Organizado, fluido e de fácil leitura, bastante minucioso, rico de informações preciosas, inclusive técnicas que ajudarão em muito os futuros aventureiros do Parque Nacional de Pacaás Novos. 

Quanto as fotos, simplesmente magníficas que, juntamente com os mapas que identificam alguns locais, nos  fazem imergir em cada uma das descrições e acontecimentos relatados. 

Legal também as curiosidades e elementos da culinária e cultura das cidades de acesso ao Parque: Porto Velho e Campo Novo de Rondônia.

Um verdadeiro show!

Henrique, muito obrigado pelo comentário. Fotografar na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau / Parque Nacional de Pacaás Novos e Rondônia foi uma experiência inesquecível, uma biodiversidade gigante e um povo muito educado e hospitaleiro. Pretendo voltar....

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