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Três dias no Uruguai: Montevideo e Colonia del Sacramento (2010)


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Primeiro dia – chegando em Montevideo (e detalhes operacionais) – 1º/4/10 (quinta-feira)

 

O voo de ida para Montevideo foi meio capenga. Não que me importe com isso, mas a maioria considera desagradável fazer várias conexões. Parti de Confins às 6.00am e fiz conexão em Congonhas e Porto Alegre. Até o Aeroporto Salgado Filho fui de TAM e, a partir de lá, de onde se iniciou o trecho internacional propriamente dito, era um voo code share da Pluna. As passagens foram todas reservadas no site da TAM. Em geral eu tenho curiosidade de conhecer as companhias aéreas, até mesmo para poder separar as que valem a pena das que jamais voarei novamente, ou para dar dicas para amigos, etc.

A Pluna, partindo de Porto Alegre, utiliza um avião pequeno, do estilo dos jatos que são usados pela Azul atualmente: duas fileiras de assentos de cada lado, assentos de couro. As comissárias foram okay: nem grosseiras, nem exatamente um exemplo de simpatia. Entretanto, para minha surpresa, talvez para não dizer ingenuidade, o serviço de bordo era cobrado, em dólares, no estilo das companhias low fare da Europa. Ainda bem que havia tomado um café em Congonhas e lanchado no voo CGH-POA.

 

Não houve atraso em nenhum dos trechos, talvez uma meia hora em Porto Alegre, no máximo. Fato é que cheguei ao Aeroporto Internacional de Montevideo – Carrasco, no início da tarde. Após os trâmites de imigração, bagagem, dutyfree shop (tive a sorte de pegar o aeroporto extremamente vazio) estava no saguão do aeroporto e sai à rua para tentar perceber se o ponto de ônibus para a cidade era de fácil localização como me fora dito. Realmente o ponto de ônibus é bem na porta do Aeroporto e os ônibus são bem identificados. Trata-se de ônibus comuns, tipo coletivos de cidade mesmo. No máximo em dez minutos passou um (empresa COPSA, se não me engano), mas estava cheio (não entupido, mas não havia lugar para sentar). Eu realmente poderia ter ido neste, mas por pura preguiça e conveniência, eu resolvi optar pelo táxi. Ainda sobre o ônibus, a minha decisão de não pegá-lo somente se baseou no fato de que não havia lugar para sentar, e eu estava com uma mala média e uma mochila, e que deveria prestar atenção no local de descida, pois era minha primeira vez em Montevideo. Desde já adianto que é muito tranqüilo conseguir informações lá e que realmente é fácil localizar os locais, portanto não seria difícil identificar o ponto de descida. Mas já que havia me decidido a pagar um táxi, retornei ao saguão do aeroporto e me dirigi a uma empresa de remises – os “rádio táxis” de lá. Além disso, vale ressaltar que como em qualquer aeroporto brasileiro, no Aeroporto de Carrasco somente se pega táxis próprios do aeroporto, ou seja, que custam muito mais do que os táxis de rua.

 

E realmente são mais caros: uma corrida de Carrasco para a Ciudad Vieja, onde me hospedaria, custou-me 950 pesos uruguaios, à época 95 reais (exatamente o mesmo preço de um táxi de aeroporto que faz o trajeto Confins-centro de BH). Na volta, eu pedi um dos táxis de confiança do hotel, e o mesmo trajeto, feito às 4am, custou-me 450 pesos uruguaios (45 reais). Portanto, menos da metade. Ainda sobre o táxi do aeroporto, como não tinha tantos pesos uruguaios comigo, paguei com cartão de crédito.

 

Táxis no Uruguai, assim como na Argentina, são muito baratos. Como estava sozinho e não teria com quem dividir, bem como considerando que não fazia muita questão mesmo, não investi neste luxo, exceto nestas duas ocasiões e voltando mais tarde da noite para o hotel.

Desta forma, com o táxi, fui levado para a Ciudad Vieja. Um trajeto de meia hora, aproximadamente (acho que menos), no qual aproveitei para tentar ver tudo o que foi possível das primeiras paisagens uruguaias que apareciam.

 

O motorista conhecia o endereço do hotel, e acho que conhecia o hotel também. Já falando sobre este, trata-se do Hotel Palacio, que fica na Bartolomé Mitre 1364, esq. Sarandí, http://www.hotelpalacio.com.uy. Peguei referências deste hotel com um amigo que havia recém estado lá. É um hotel simples, mas muito bonito e bem conservado. É um prédio antigo, estilo anos 30/40, que não oferece café da manhã, mas os preços compensam. Compensa, também, o fato de se ter banheiro no quarto e muita segurança e silêncio. Todos os meus contatos por email com o pessoal do hotel foram prontamente respondidos, e as senhorinhas da recepção foram extremamente prestativas e educadas. Recomendo demais, e um casal de amigos já se hospedou lá, devido a minha indicação, e gostaram muito também. Todas estas dicas também podem ser conferidas e encontradas no site d´O Viajante, sendo este o guia que levei para o Uruguai, que tem dicas muito boas e precisas.

 

Fiquei num quarto “simples”, com banheiro particular, por 35 dólares/dia. Da janela dava para se ver a parte esquerda da Plaza Independencia, a principal da cidade e sede do governo uruguaio.

 

Voltando ao relato do primeiro dia e primeiros momentos, após me instalar e tomar um banho, fui procurar algum lugar para comer e já começar a explorar a cidade. Saindo do hotel, virando à direita e subindo meia quadra, chega-se à Calle Sarandí, uma das principais da Ciudad Vieja. Logo na esquina tem o Don Pepperoni, pizzaria muito boa, prédio antigo e decoração antiga, mas muito boa mesmo. Descendo a Calle Sarandí, indo em direção oposta à Puerta de la Ciudadela, encontra-se a Plaza Constituicion, ao redor da qual temos o Cabildo de Montevideo, a Matriz e diversas lojas, como Adidas. Há também o McDonald´s e o Burger King, para quem quiser. Em frente ao Cabildo, há uma feira de coisas antigas, quinquilharias e artesanato. Ficarei devendo o dia no qual se realiza a feira, mas era uma quinta-feira e ela estava terminando quando cheguei... e no sábado cedo ela também estava funcionando.

 

Foi nesta Calle Sarandí que encontrei as melhores casas de câmbio, quero dizer, com a melhor cotação real x peso uruguaio. Em geral, estava 1 real por 10 pesos. Algumas casas faziam a 9.90... já outras, especialmente onde troquei, cada real estava sendo trocado por 10.25 pesos, muito bom! Ainda bem que troquei mais dinheiro nesta casa de câmbio, pois no dia seguinte era sexta-feira santa, e não encontraria nada aberto.

 

Neste primeiro dia fui somente até a Matriz. Tirei muitas fotos da praça, Cabildo, etc, dei meia volta e comecei a “subir” a Calle Sarandí até a Puerta de la Ciudadela. Este portal de pedra é o resquício da fortificação que havia na época da colonização, origem da cidade de Montevideo. Estando ali, já se está na Plaza Independencia, como já disse, a principal da cidade, onde se encontra o prédio sede do governo uruguaio. Do outro lado da praça, bem em frente à Puerta, está o Palácio Salvo, cartão postal de Montevideo. Trata-se de um prédio estilo neoclássico, que, salvo melhor juízo, já foi até sede do governo também, mas que agora é um prédio comercial comum. A praça é tranqüila, muito bem freqüentada, um local bem agradável mesmo. No meio da praça há uma grande estátua, na verdade um grande monumento, ao General Artigas, um dos responsáveis pela independência do país. Em determinados dias da semana consegue-se descer uma escadaria abaixo da estátua/monumento, chegando-se ao Panteão onde se encontram os restos (dentro de uma urna daquelas que se tem quando o corpo é cremado) do referido herói uruguaio. Neste primeiro dia não estava aberto, mas no sábado (dia 3/4/10) estava. Achei simples, mas bem interessante descer ao Panteão, um ambiente solene com a presença daqueles soldados com farda de gala e totalmente imóveis (como a famosa guarda real britânica).

 

Passada a Plaza Independencia, continuei minha caminhada pela Avenida 18 de Julio, a principal do centro de Montevideo. Fazendo um aparte geográfico, entendi que a divisa entre a Ciudad Vieja e o centro é justamente a Puerta de la Ciudadela. Abaixo, descendo a Calle Sarandí, é a cidade velha, acima, a partir da Plaza Independencia, o centro e demais bairros. Não percorri muito mais que 10 quadras da 18 de Julio, mas fui adorando tudo que via, pois Montevideo tem um ar antigo. Li certa vez que se trata de uma versão “pocket” de Buenos Aires, e concordo. É a mesma atmosfera que se percebe estando nos arredores da Corrientes, Florida, 9 de Julio, Plaza de Mayo, de Buenos Aires, porém, em versão muito menor e menos movimentada. Aliás, o país inteiro pareceu-me muito tranqüilo, especialmente por ser o feriado da Semana Santa. Bom, fui subindo estas quadras da 18 de Julio e nesta avenida tem-se de tudo. Muitos bares, restaurantes, lojas de todos os tipos, galerias... é realmente bem sortido. E é por lá que passam a maioria dos ônibus que ligam esta parte da cidade a outros bairros, como Pocitos e Punta Carretas. É onde se pega, também, ônibus para o terminal de Tres Cruces, a rodoviária/shopping de Montevideo. Há muitas praças grandes também, bem como a Universidade de la República Oriental del Uruguay, a Biblioteca Nacional, o Ateneo, tudo que visitei nos outros dias.

Esta caminhada, que começou descendo a Sarandí até a Matriz, e subiu pela 18 de Julio, terminou já mais à noite, quando parei num dos inúmeros bares/restaurantes e pedi uma Norteña, a cerveja mais conhecida daquela região. Depois de umas e outras, comi um chivito. Comidas e bebidas no Uruguai, em geral, são bem baratos e come-se bem. Claro que há opções para todos os gostos e orçamentos. O viajante mais econômico consegue comer muito bem com menos de 20 reais. As opções mais caras, claro, encontram-se nos restaurantes mais “da moda”, e dos hotéis, bem como nos ditos “tradicionais”, que servem parrilladas ou no Mercado del Puerto, que é capítulo à parte nesta viagem.

 

Não me demorei muito nesta noite. Subi a 18 de Julio pelo lado direito de quem sobe e desci pelo lado oposto, o lado direito de quem desce. Vale lembrar que o trânsito em Montevideo, apesar de ter pegado uma época de pouco movimento, e de ser uma cidade de apenas 1 milhão e 500 mil habitantes, lembra muito o do Brasil, ou seja, os pedestres têm que tomar algum cuidado para atravessar as ruas. Não é como na Alemanha, Suíça ou Estados Unidos, por exemplo. Já estando de volta à Plaza Independecia, ao invés de seguir direto por ela até a Puerta e Sarandí, dobrei à direita, descendo uma quadra, onde encontrei um hotel com cassino. No Uruguai o jogo é legalizado, haja vista a fama de Punta del Este.

 

2º dia - 02/04/10 (sexta-feira) - Montevideo e Colonia del Sacramento

 

Acordei cedo na sexta-feira santa e logo sai para procurar um local para tomar café da manhã. Na 18 de Julio, muitos dos vários restaurantes abrem para servir o café da manhã, e os preços são muito convidativos, dando direito a um desjejum bem bom. Infelizmente não me lembro o nome do local onde encontrei o “combo” de café da manhã, mas tudo por 129 pesos uruguaios (12,9 reais, aproximadamente). Café preto ou chá, suco de laranja, torradas, geléia, manteiga, leite, medialunas (croissants). Achei bem razoável.

 

Saindo do restaurante, continuei subindo a 18 de Julio, tirando fotos de quase tudo. Como era sexta-feira santa, estava tudo fechado, somente algumas casas de câmbio, restaurantes e bares abertos. O tráfego também estava bem parado, o que deixou a cidade com ares de “somente pra mim”. Fui conhecendo tudo, com muita calma, tirando minhas fotos.

 

O destino final era o famoso estádio Centenário, e, para tanto, sobe-se a 18 de Julio até o final, quando esta termina no Boulevard General Artigas, onde se tem o Obelisco a los Constituyentes. Tirei muitas fotos neste local. Esta avenida, marcada pelo obelisco, é onde se pega a Avenida Dr. L. Morquio, que dá acesso ao Parque Battle, um grande e muito arborizado parque onde se encontra o Estadio Centenario. É uma longa caminhada desde a Puerta de la Ciudadela até o Estádio, mas vale muito a pena.

Esta avenida termina numa rotatória/praça com chafariz. Seguindo-se pela arborizada avenida principal à direita, vemos alguns bustos de personalidades uruguaias e já se está dentro do parque, onde se tem várias facilidades esportivas. Rodei um pouquinho até encontrar o Estádio, mesmo porque ele não é tão grande, e, consequentemente, avistável de longe, como um Maracanã ou Morumbi.

 

Lá chegando, confesso que é meio decepcionante, pois não está nada bem conservado, não é aberto ao público (pelo menos não encontrei qualquer entrada com cara de aberta) e é muito pequeno. Parece um destes estádios secundários que as capitais brasileiras têm... não sei se consigo comparar com algum, mas creio que, mesmo sendo maior que o Pacaembu, ele dá impressão de ser bem pequeno.

 

Saindo de lá, tomei a mesma avenida central do parque, porém, mudei radicalmente meus planos. Já que não havia nada aberto, e já que a cidade estava muito vazia, resolvi procurar no mapa onde ficava o Terminal de Tres Cruces e para lá me dirigir. Saindo do parque, chegando ao Boulevard General Artigas (onde está o Obelisco), vira-se à direita e segue-se passando pelo Hospital Italiano, que é uma construção muito interessante, até o Terminal. Em frente ao Terminal há um espaço, como uma praça mesmo, onde há um monumento a Rivera, outro herói da independência uruguaia. Em frente, atravessando a Avenida, há a Plaza de la Bandera, onde há uma enorme bandeira uruguaia.

 

Entrando no Terminal, o andar no nível da rua é um shopping com praça de alimentação, onde almocei. Nada caro, mas também, com poucas opções. O local é até bem organizado, tem lojas de todos os tipos. Aproveitei e olhei datas, horários e preços do ônibus para Colonia del Sacramento... na verdade, fui de caso pensado em dar um pulo na cidade, já que Montevideo estava parada. Há ônibus quase que a cada 2 horas, indo e vindo. Era por volta de 12:30pm e comprei passagem para o ônibus de 1:30pm, considerando que chegaria lá por volta das 3. A passagem de volta, que já garanti a compra também, saia de Colonia às 10pm. As passagens muito baratas, da empresa Tucsa, custaram por volta de 585 pesos (58,50 reais). É incrivelmente barato.

O terminal é muito bem organizado, muito limpo e seguro. A empresa que mencionei é muito pontual e o ônibus, executivo, limpo e confortável. Foi uma viagem muito agradável, na qual eu pude ver um pouco das paisagens rurais do Uruguai, bem como um pouco da periferia de Montevideo, na saída da cidade. Eu realmente gosto de ver estes lados de um local, de uma viagem, não somente os pontos turísticos e de interesse.

A mudança de programação se deu mesmo pois Montevideo estava toda fechada. Planejava ficar na capital mesmo, e deixar Colonia para a tarde de sábado (mais adiante, falarei de Colonia). Mas não me arrependi, pois chegando em Colonia, a cidade estava muito movimentada, lotada de turistas. Disseram-me que dá para ver Colonia em uma tarde, o que confirmo. Claro que a cidade merece um dia, ou uma tarde com uma noite...

 

A rodoviária de Colonia me lembrou um pouco a de Gramado/RS, pequena e arrumadinha. Saindo de lá, bem ao lado, há um escritório de informações turísticas, onde há mapas da cidade. Recomendo, pena que eu não o encontrei aberto. Estava com meu guia O Viajante, que tem um mapa somente da parte histórica da cidade, ou seja, considerando que a rodoviária, bem como o terminal de buquebuses ficam do lado de fora desta, tinha que aprender como chegar lá. Como a ida a Colonia foi de supetão, o mapa da cidade, que já tinha, havia ficado no quarto do hotel. Estava tentando ver, através do zoom da minha câmera, o mapa afixado dentro desta salinha, quando apareceu um senhor e me ofereceu um mapa. Não sei de onde ele veio, nem o que ele era, mas fui muito útil.

 

A caminhada da rodoviária até o muro e portão de entrada da cidade histórica não é longa, percorre-se, à pé, nuns 5 minutos.

 

Logo após a porta de entrada, está-se no centro histórico de Colonia, a Plaza Mayor - 25 de Mayo. Esta praça é o “buxixo” da cidade: bares, restaurantes, sorveteria Freddo, o museu português e o museu espanhol... nos arredores vários albergues e hotéis.

 

O muro que cercava a cidade velha ainda está, em parte, de pé, pode onde se entrar na cidade, conforme disse. Já é a primeira atração turística. Uma outra atração é o Farol, logo ao lado da Plaza Mayor. Pode-se subir ao topo (não me lembro mesmo quanto se paga, ou até mesmo se é cobrado), mas tinha uma filinha para subir... Além disso, nesta Praça estão os dois principais museus da cidade: o Português e o Espanhol. Vale a pena, e se paga 50 pesos uruguaios (R$5,00) para um ingresso que vale para estes dois e o museu do azulejo.

 

Nesta praça eu comi, num restaurante que fica bem na esquina “de baixo” com a Calle del Comercio, um arroz de mariscos muito bem feito, temperado e servido, por 139 pesos uruguaios, uma ótima pedida. Aliás, creio que os restaurantes desta praça são todos uma ótima. Mesas na calçada, muito movimento, um clima muito bom.

 

Depois do tardio almoço, fui andar mais e a recomendação que dou é se perder por ali mesmo. A cidade é pequena e muito bonita e bem cuidada. Comprar alfajor nas lojinhas é uma outra ideia...

 

No final, sentei na sorveteria Freddo, tomei 2 bolas de dulce de leche esperando a hora de caminhar de volta para a rodoviária... lá esperei um pouquinho e pontualmente o ônibus saiu. Tenho que falar da roubada que entrei, por minha culpa. Abril, no Uruguai, o clima é bem bom (para meu gosto): nem quente, nem frio, pouca chuva. Durante o dia faz sol e a temperatura é agradável, e como sou “calorento”, usava bermuda e camiseta de malha (tipo t-shirt). Desta forma eu fui pra Colonia. Porém, à noite, a temperatura cai, e não foi diferente na noite voltando para Montevideo. E isso, somado ao ar-condicionado do bus, me fizeram trepidar de tanto frio. E olha que eu curto frio, sentir frio....

Chegando no Terminal de Tres Cruces, peguei um táxi que me deixou na Puerta de la Ciudadela e caminhei para o hotel...

3º dia - 03/04/10 (sábado) - Montevideo (Mercado del Puerto, Ramblas, Pocitos, Punta Carretas)

 

Eu fiquei até pouco tempo no Uruguai, mas não tinha dias para tirar de folga ou férias no trabalho... então o sábado foi o último dia lá. Dia dedicado a terminar de ver um pouco de Montevideo.

 

Novamente acordei cedo (eu nunca badalo muito quando estou viajando, justamente para aproveitar mais o dia mesmo), tomei o tradicional café da manhã com medialunas e suco de laranja, e fui bater perna pela Ciudad Vieja primeiro. Fui descendo a Sarandi e fiz um roteiro pela Plaza Zabala, Banco Central, Museo Histórico, até chegar ao Mercado del Puerto. Esta área é muito antiga, tem muita casa antiga, comércio em construções antigas, que lembram o centro do Rio, por exemplo.... mas é uma área que tende mais para o degradado. Durante o dia, não vi problema algum, mas acho que não seria uma boa ideia passar ali após o escurecer. Creio que o limite de segurança seria a Matriz: abaixo dela, tomar cuidado depois de certa hora.

 

Depois de muito tirar fotos, cheguei ao Mercado, que ainda estava abrindo as portas. Aproveitei para escrever cartões postais, e logo que abriu mesmo, entrei. Muito interessante o lugar, imperdível mesmo. Muitas lojas de artesanato e lembrancinhas, bem como vários restaurantes e bares. O próprio local onde se encontra é de uma arquitetura interessante. Ele fica bem em frente a uma das entradas do porto de Montevideo e da seda da Marinha uruguaia. Nada muito bonito, mas vale a pena dar uma olhada, já que se está lá.

 

Terminada esta etapa, queria andar pelas famosas ramblas, que são calçadções que margeiam o rio/mar. Lembrando que Montevideo fica na parte mais larga do estuário do Prata, onde já é praticamente somente mar mesmo... subi do mercado até a famosa Sarandi e fui descendo esta até o início da Rambla Francia... nesta caminhada final pela Sarandi é que percebi o mais próximo de “violência” em Montevideo: uma garota meio mendiga que aparece do nada, e parecia estar meio drogada, sei lá... muito brutalmente me pedindo dinheiro. Falei “grosso” que não tinha (saber bem espanhol ajuda numa horas dessa) e apertei o passo...

 

As ramblas seguem, uma após a outra, todo o litoral... Francia, Gran-Bretaña, República Argentina, Sur, Presidente Wilson, Mahatma Ghandi... é uma caminhada muito longaaaaa, mas extremamente agradável. Nesta caminhada passamos pela Plaza Republica Argentina, o Palacio Sede do Mercosul, Playa Ramirez, Igreja da Santa Trindade (Holy Trinity)... e ao final, já em Punta Carretas, tem o Monumento ao Holocausto, numas pedras... Ali, em Punta Carretas já se está quaaase em Pocitos, o local mais badalado da cidade. Como eu já havia andado por horas a fio, resolvi sentar numa parada de ônibus do Boulevard General Artigas e pegar um coletivo até o centro, para almoçar. Isso já era o final de tarde mesmo, e somente tive tempo de trocar algum dinheiro para comprar as últimas lembranças, fui a duas praças da 18 de Julio as quais ainda não havia passado: Plaza Cagancha e Plaza de los 33 Orientales, e fui para o hotel. Descansei, saí à noite para um pub e para comer algo, e dormi cedo, para acordar às 3am, tendo em vista que o vôo era às 6am.

 

Resumindo o Uruguai: um país encantador, que vale muito a pena ser visto. Fiquei muito pouco tempo lá, mas o suficiente para me fazer querer voltar. Recomendo demais e estou à disposição para quem quiser conversar a respeito, dicas, etc, etc...

  • 4 meses depois...
  • 3 semanas depois...
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Olá!

 

Gostei do seu relato e com certeza irá me ajudar na minha viagem...vou para Montevideo dia 11/11 lá pelas 21:30 e chego por volta da 01:30 da manhã...infelizmente vou pegar taxi, preferia ônibus, por ser mais barato...volto dia 15/11 umas 15:30...

 

Vou ficar em um Hostel que fica a duas quadras da av 18 de julio...preferi, pq conheço os principais pontos a pé e é onde passam os ônibus, como vc disse...o nome do Hostel é El Viajero Downtown Hostel & Suites, tem duas unidades na cidade, uma na ciudad vieja e este que vou ficar que é no centro...achei bonito e vi que tem boas recomendações, ele tem café da manhã e uns outros serviços...como vou com minha irmã, peguei um quarto com banheiro privativo...

 

No nosso roteiro, além de andar pela cidade e conhecer os principais pontos...quero conhecer Punta Del Leste e principalmente, Punta Ballena...

 

Tenho algumas dúvidas...vc sabe como é o clima lá em novembro? onde eu posso estar trocando o dinheiro aqui no Brasil, já que vou chegar de madrugada e vou precisar pagar o taxi...a não ser que tenha o aeroporto...

 

Obrigada!

  • Colaboradores
Postado

Olá RaquelCris!

 

Desculpe pela demora em respondê-la.... obrigado pelo elogio ao meu breve relato. Foi curta minha passagem, naquela época, pelo Uruguay, mas o suficiente para me fazer apaixonar pelo país e recomendá-lo sempre!

 

Bom, vc disse que vai chegar lá de madrugada.... apesar de não ser um país, e uma cidade, perigosos, eu também pegaria um táxi nesta situação. Quando relatei dos ônibus que ligam Carrasco à Ciudad Vieja/Centro, me referia a um dia útil e durante horário comercial. Não saberia dizer se estes ônibus circulam de madrugada e qual frequência. Em suma, acho muito acertada a sua ideia.

 

Eu conheço o El Viajero da Ciudad Vieja, e uma amiga minha acabou de voltar de lá. Super recomendo mesmo. Não creio que entre uma unidade e outra haja muita diferença...

 

Vc me perguntou sobre clima... bom, Uruguay e a região de Buenos Aires tem um clima parecido com o do Rio Grande do Sul... novembro é primavera, então imagino que esteja mais quente e tendencioso a chuvas. Mas não estou afirmando, somente conjecturando mesmo. Eu fui em abril, que é outono... mas sério, acho que não terás problemas com chuva, muito menos com frio. Recomendo procurar na seção Uruguai aqui do site para ver se há alguém que tenha ido em novembro para tirar sua dúvida com certeza.

 

Troca de dinheiro: eu troquei alguns reais por pesos uruguayos no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Cotação péssima, mas justamente pensei como você: vou chegar lá, vou pegar bus ou táxi, e não tenho dinheiro local. Não sei por qual aeroporto vc deixará o Brasil, mas sei que em Guarulhos há câmbio de pesos uruguayos, como sei que aqui em Belo Horizonte não há. Mas não se preocupe, pois saindo no saguão, há câmbio e a empresa de táxi aceita cartão de crédito. Se pagar com o cartão, o bom é que vc deixa pra trocar seu dinheiro na Calle Sarandi, onde a cotação é muitoooooooo mais vantajosa.

 

Espero ter ajudado!

 

Abraço!

 

DANIEL

  • Colaboradores
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Ei Daniel, joia? Amei seu relato, muito bom mesmo!! Irei a Montivideu e Punta del Leste, passarei 4 dias em Montivideu!! Pretendo passar um dia na Colônia del Sacramento. Seu relato me ajudou bastante!! Você conhece Punta?? Se sim, pode dar dicas? Qq coisa, pode me contatar no msn: jepsi07@hotmail.com

Abraços

Jeane

  • Colaboradores
Postado

Oi jeanepsi!

 

Que bom que meu breve relato pode ajudá-la um pouco. Sinta-se à vontade para sanar quaisquer dúvidas que tiver...

 

Eu já fui a Punta, mas quando adolescente e com meus pais. Foi outro lance de viagem, ficamos no Conrad, então não me sinto à vontade para dar dicas não, mesmo pq o esquema foi outro, não explorei a cidade, nem mesmo o cassino (era menor). É uma cidade muito bonita e feita pra turistas ver, ou seja, acho que dificilmente vc deixaria de gostar. Imagino (e isso é suposição mesmo) que os preços sejam mais caros lá justamente por ser uma cidade mais frequentada pela turistada com dinheiro pros cassinos... eu tenho amigos que recém foram a Punta e curtiram muito tmb, sempre no esquema de ficar em Montevideo e ir passar o dia lá.

 

Abraço!

 

DANIEL

  • 4 anos depois...
  • Membros
Postado

Botei o texto abaixo em outo post daqui, mas tomei a liberdade de replica-lo aqui para alertar a quem vai a Colonia do lance do cartão:

 

Estive em Colônia em Jan/2015. O único "porém" é que quase não achei restaurantes/bares que aceitassem cartão de crédito/débito. Na sorveteria La Cigale o rapaz chegou a mostrar a máquina mas mandou um papo que tava sem sinal, eu mostrei para ele que no meu celular e no de minha esposa (cada um com operadora diferente) tinha sinal !! Como vínhamos de Montevideo onde todos os lugares de comida aceitam cartão, fiquei desapontado. Mas se vc está com bastante pesos, não tem com que se preocupar. Eu achava que lugar com tanto turista deveria aceitar cartão em todos os restaurantes/bares, até por que tem o abatimento do imposto (IVA se não me engano), o mero fornecimento da nota fiscal não te da estorno na receita uruguaia do aeroporto.

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