Membros leonardo.fuzetto Postado Dezembro 22, 2015 Membros Postado Dezembro 22, 2015 Olá Amigo! Gostei muito do relato apesar de fazer 4 anos que a fez, gostaria de saber se voce tem o tracklog dessa trilha, gostaria muito de fazer o mesmo trajeto, ou se puder nos indicar como consigo baixar ficarei muito grato! Att Leonardo http://jorgebeer.multiply.com/photos/album/182/Travessia_da_Serra_Preta" onclick="window.open(this.href);return false; A TRAVESSIA DO COELHO PERDIDO Já fazia tempo q meu amigo e fotógrafo outdoor André Dib comentava em doses homeopáticas do seu inédito e ambicioso projeto pela Serra Preta - enorme espigão q se espicha no sentido noroeste/sudeste na região da Serra da Canastra – e consistia na viabilidade de uma mega-pernada através de td sua extensão. Sua idéia foi ganhando consistência no decorrer dos meses e logo a realização da mesma era pura questão de tempo. Por ser quintal de sua casa, o incansável repórter da revista “Aventura & Ação” através de vários ataques, pesquisa e dicas do pessoal local conseguiu enfim traçar um roteiro cru q serviu de base da travessia. Entretanto, isso não significava q a trip fosse a tradicional “viagem CVC” pois havia trechos bem acidentados q eram verdadeiros ptos de interrogação a serem vencidos na raça. Q sejam. Como adoro perrenguinhos e servir de cobaia não pensei duas vezes em aceitar seu tentador convite em integrar a empreitada, ainda mais na cia de um pessoal oriundo dos mais diversos rincões deste país. E la fui eu nesta jornada pelo cerrado mineiro de mais de 70kms percorridos em 4 dias intensos, q partiu de Delfinópolis e terminou em São João Batista da Glória, passando por recantos tão agrestes qto bucólicos neste pedaço pouco visitado da Canastra, a Serra das Nascentes. DELFIS Bem, esse breve prólogo foi apenas pra contextualizar a bodega e dar um salto temporal já pra noite de quarta-feira, véspera de feriado, qdo eu, Vivi, Fabio e Lu chegamos em Delfinópolis após as 21hrs. Espremido entre a Serra Preta e a Represa do Peixoto, o pacato vilarejo situado no sudoeste mineiro já dormia profundamente pois não se via “vivalma” por suas escuras ruas. Buscamos algum lugar econômico pra pernoitar mas td estava lotado, claro, com exceção de uma rústica pousadinha com vaga apenas pra um casal. Resultado: Fabio e Vivi encararam a dita cuja, a Lu aninhou-se no interior do carro e eu peguei o isolante, saco-de-mimir e me acomodei num local estratégico do gramado fofo do campo de futebol, próximo da deserta rodoviária de nome “Mãe Véia”. Não havia nuvem alguma no firmamento e a previsão era favorável, razão pela qual optei dormir ao relento apenas coberto por um manto negro cintilando de zilhões de estrelas. A noite transcorreu tranqüila, fresca e sem nenhuma intercedência, com exceção de um momento onde um veiculo pilotado por “pé-verméios” manguaçados começou a dar “cavalinhos-de-pau” no campo de futebol. E o sereno? Bem, o cansaço acumulado da viagem foi suficiente pra esse detalhe passar desapercebido. Madrugamos bem cedo na quinta-feira do feriado e rumamos imediatamente ao pto de encontro programado, às 5:30 na Padoca Lima. O sol mal tinha lançado seus cálidos e aconchegantes braços sobre a cidade enqto tomávamos um farto desjejum regado a café com leite, pão na chapa e, claro, pão-de-queijo fresquinhos. Lá nos juntamos ao restante da trupe: Dib & Cassandra, q dispensam apresentações; o montanhista Rubão e a corredora de aventura Paola, de Ribeirão Preto; a veterana trekkeira gaúcha Beatriz Azevedo (http://cucadeprata.blogspot.com/" onclick="window.open(this.href);return false;); o músico Bernardo e a namorada Renata, de Belo Horizonte; e finalmente os monitores-biólogos locais, Serjão e Marcão, q embora conheçam tds as trilhas da região estavam igualmente curiosos em desvendar essa nova travessia q até então eles tb desconheciam. RASGANDO A SERRA PRETA Após o desjejum e feitas as devidas apresentações zarpamos pra Fazenda do Ézio, localizada ao pé da serra e próxima dali, acessível atraves de poeirentas estradas de terra. Lá deixamos os veículos, ajeitamos as cargueiras e adquirimos duas garrafas da iguaria local, uma deliciosa pinga mineira pra turbinar as noites q se seguiriam. E tb o dia diga-se de passagem. Pusemo-nos a andar propriamente dito antes das 7hrs da manhã, saindo da cota dos quase 600m de altitude da fazenda pra mergulhar numa bucólica florestinha q rapidamente nos levou a uma bela cachu com o mesmo nome da fazenda. Prosseguindo pela mesma picada, bastou apenas acompanhar o Ribeirão da Forquilha em seu suave trajeto serra acima, neste trecho com declividade imperceptível. A medida q se ganha altitude olhávamos por sobre o ombro e víamos a pacata Delfis ficando cada vez mais pequenina, à margem do espelho dágua da Represa do Peixoto refletindo um céu azul impar. Mas após um tempo de trilha sussa a declividade apertou consideravelmente em meio a um paredão rochoso e a tendência natural foi a de cada um seguir seu próprio ritmo, distanciando-nos uns dos outros. No caminho q alternava carreiro de quartzito claro, pedregulhos soltos ou simplesmente terra batida, a vegetação logo diminuiu de tamanho ao mesmo tempo em q o bucólico riacho q bordejávamos exibia cachus e mini-cânions consecutivos à nossa direita. Uma rústica placa indicava uma picada saindo da principal q eu e o Fabio fomos conferir q, através um breve e curto trecho de desescalaminhada facil, nos levou à magnífica Cachu do Lajeado, onde um enorme véu dágua despencava de um paredão rochoso de quase 30m de altura. Voltando a caminhada, agora com o sol martelando nossa cachola com força maior, não tardou pro suor escorrer farto pela ponta do nariz, e ao atingir o primeiro patamar serrano nivelado tivemos nosso primeiro pit-stop às margens de um belo poção formado pelo Forquilha q serviu pra aguardar os retardatários, descansar e molhar a goela. A caminhada tem continuidade rasgando a campina em nivel durante um tempo, mas logo aperta outra vez numa ultima ingreme piramba q vence o ultimo degrau serrano e nos leva finalmente ao alto dos 1127m da Serra Preta, de acordo o GPS do Fabio. São apenas 10hrs qdo os horizontes se ampliam pra tds as direções e a paisagem descortina os escarpados espigões da Serra do Cafundó e da Furna antecedendo a enorme muralha q corre paralela à nossa e pela qual seriamos norteados desde então, a imponente Serra do Cemitério. Uma vez no topo bastou tocar pra sudoeste sem trilha alguma, mas de forma tranqüila e desimpedida em meio à campina dourada, até cruzarmos com a “Chora Muié”, centenária vereda q atravessa a Serra Preta no sentido norte-sul. Seguindo sempre pela crista, começamos a bordejar a serra pela esquerda qdo surgiam elevações e escarpas maiores à nossa frente. Estes desvios foram nos separando uns dos outros cada vez, principalmente do Bernardo & Renatinha, q por sua vez era iniciada numa travessia pauleira e tava sentindo o tranco na pele. Mas por volta das 11hrs fizemos nossa segunda parada afim de juntar td o rebanho e beliscar alguma coisa, onde nos esprememos embaixo de uma mirrada arvorezinha afim de desfrutar sua disputada sombra, na cota dos 1176m. Tb pudera, o sol estava de rachar miolos e não havia brisa alguma, o q por sua vez potencializa a desgastante sensação de calor. O consumo de água aumenta e nos acautela de racionar nosso precioso liquido afim de não sermos assombrados pelo fantasma da sede. A pernada prossegue pelo alto da serra ate q somos obrigados a buscar forma de descer num pequeno vale se interpondo no caminho. Felizmente a descida não é demasiado acidentada e a perda de altitude não é tanta, mas sorte maior foi encontrar filetes de água q abastecem os cantis menos favorecidos. Subindo arduamente pra prosseguir pelo alto da serra, a caminhada não demora e desemboca numa antena de altura razoável apontando pro céu despido de qq vestígio de nuvens, ao meio-dia. Claro q aqui temos outra parada á espera dos retardatários. Nesse meio-termo decido subir a antena feito um “King Kong do cerrado”, e la em cima tenho uma vista panorâmica tão privilegiada de td ao meu redor, num ângulo de 360 graus! Pelo menos aqui de cima os inconvenientes mosquitinhos sanguessugas onipresentes durante td o dia aqui não deram as caras. Quiçá tenham medo de altura.. %2C8aj8XPPUvJmvOMMK04w&nmid=438110926' alt='laugh.png' alt='xD'>%2C8aj8XPPUvJmvOMMK04w&nmid=438110926'> Na sequencia a pernada prossegue atraves de uma precária estradinha no sentido desejado, provavelmente uma estrada de manutenção da antena. A caminhada se mantem agradável e sem desnível algum por um bom tempo até q topamos com os restos de um tamanduá morto, no exato momento em q a Bea nos conta suas invejáveis aventuras montanhisticas pelo mundo, sejam pela Asia, America ou Europa. A vista daqui tb não deixa por menos: à esquerda o majestuoso paredão da Serra do Cemitério se mantêm soberano o tempo td, emoldurado pela muralha adjascente da Serra da Canastra, logo atrás; à direita, por sua vez, avistamos os vilarejos de Olhos Dágua e Ponte Alta, e mais ao fundo o desenho geométrico e inconfundível da cidade de Passos destoando da horizontalidade da planicie. Mas td q é bom dura pouco. O terreno novamente aperta e logo nos vemos subindo, descendo e contornando morrotes, separando a galera uns dos outros em mais de uma ocasião. Após cruzar com a Estrada do Monjolinho, pular uma cerca e ladear uma íngreme encosta serrana, novamente desembocamos nos altos descampados do alto da serra, onde já temos uma bela vista do q vem a seguir. O Vale do Rio Bateia reluz dourado ao sol escaldante das 15hrs, encaixotado por serras de ambos lados, sendo q numa delas avistamos perfeitamente o desenho da famosa “Estrada do Céu”, rota cicloturista q serpenteia o alto dos serrotes do entorno. Vale salientar q o circulo de montanhas ao redor q se fecha ao redor das nascentes do Bateia forma um desenho de feições impressionantes, q são destacadas pela iluminação favorável daquele horário. Pausa pra fotos, claro. Entretanto, como não há possibilidade de descer diretamente ao Vale do Bateia temos q contornar a serra pela direita, acompanhando um precário trilho pedregoso em meio a campos rupestres onde temos a constatação q nem td são belezas por aqui. Hordas de motoqueiros perambulam indiscriminadamente pela serra detonando a paisagem e contribuindo com sua erosão, condenando a vegetação nativa do entorno. Mas se servir de consolo, assim q caímos numa estrada de terra um destes “Hell Angels do cerrado” passou pela gente e virou-se pra apreciar o “derrière” da Vivi, pra simplesmente descuidar da própria rota e levar um tombo de gargalhar no chão... Com horário relativamente avançado e já bastante cansados, descemos tropegamente o restante do trajeto através daquela enfadonha estrada de terra q nos levou ao fundo do Vale do Bateia, onde chegamos um pouco antes das 18hrs, já com o sol mergulhando atrás das montanhas. O Marcão, Serjão e Bia haviam apressado o passo e acamparam um pouco antes da gente, q optou por permanecer num gramado arenoso às margens do Rio Bateia, na cota dos 1000m, próximo de um córrego onde a água era potável. Assim, montamos acampamento e nos presenteamos com um bom banho antes do manto negro da noite se debruçar sobre o vale. Cansado da viagem, da noite mal dormida e do extenuante de caminhada de 20km daquele dia não me fiz de rogado e mal entrei na barraca q apaguei por completo, não atendendo a chamado algum nem por ordens expressas do alto comando. A Lu idem. Mal pudemos integrar o animado grupo q se formou durante a janta coletiva, à noite, onde entre um delicioso rango regado a bom vinho tb comemorou-se o aniversario do Dib. Paciência, fica pra próxima. A noite fora incrivelmente limpa e isenta de qq nuvem corrompendo o firmamento. Já prevendo isso nem coloquei o sobreteto da barraca e pude ter o privilegio de dormir apreciando um céu tão transparente q mesmo a escuridão entre um pto e outro era matizada por fina poeira estelar, onde cada grão demarcava outra estrela a uma distancia incomensurável. De madrugada saí pra “regar a moita” apenas pra constatar nosso acampamento td iluminado pelo enorme disco prateado de uma linda lua minguante, dispensando a necessidade de headlamp ou lanterna q fosse. E tornei a ser abraçado pelos acolhedores braços de Morpheus ao som hipnótico do Rio Bateias marulhando ao nosso lado. PELA SERRA DO RIO GRANDE E SERRA DA MATINHA “Alvoradaaa!”, canta o nosso galo-mor Dib naquela manhã de sexta q irrompe tão espetacular qto à do dia anterior. A tendência é do saco-de-dormir nos segurar mais um pouco junto ao seu aconchego, mas a disciplina em manter um cronograma enxuto fala mais alto. Assim q o sol toca as barracas, as goticulas de orvalho se desfazem deixando apenas uma leve lembrança da umidade com q a noite fora contemplada. E após um desjejum farto e sem pressa, o acampamento é rapidamente desmontado e o equipo desaparece, engolido por volumosas e pesadas cargueiras. Comecamos a pernada daquele dia as 8:15 subindo a estrada q acompanha o Rio Bateias, q aqui troveja cada vez mais e mais encachoeirado conforme ganhamos altitude. Mas não deu nem 10min q tivemos de cruzá-lo por cima de uma rústica ponte de madeira e dar num descampado onde encontramos o Serjão, Bea e Marcão arrumando suas tralhas. Foi aqui q tivemos a primeira baixa da trupe: Renata julgou prudente não atrasar a trip pois aquele dia prometia ser mais puxado q o anterior, e nisso seu consorte Bernardo decidiu abortarem aquele dia, uma vez q havia a possibilidade deles rumarem pralgum vilarejo próximo e dali (mediante carona ou taxi) nos aguardar na Fazenda do Facão. Decisão mais q sensata pq o dia se mostraria bem pauleira de fato. Deixamos então a estrada e rasgamos a campina rumo o pé da serra, onde uma larga rampa entremeada de brejo e capim aparenta desembocar no alto da serra sem gdes recortes ou dificuldades no trajeto. Dito e feito. E la vamos nós, chapinhando pela encosta encharcada sempre ao lado de um borbulhante córrego, ganhando altura de forma rápida e desimpedida. Antes de atingir o topo, as 10:30 temos uma breve parada pra descanso como pra beliscar alguma coisa e abastecer por completo nossos cantis, pois a partir daqui não haverá água ate o final do dia. Como não poderia deixar de ser me permito um refrescante tchibum num poção próximo q me renova e desperta por completo. Uma ultima olhada pro q foi andarilhado descortina uma vista deslumbrante do vale interno onde pernoitamos, e q geograficamente separa a Serra Preta da Serra Grande. Uma vez na cota dos 1200m do alto da serra nossos horizontes novamente se alargam com vistas primorosas da Represa do Peixoto e Rio Grande (direita) e da Serra da Gurita (esquerda). Sempre sentido sudeste, este trecho tem uma precária trilha q basta apenas acompanhar desimpedidamente atraves de um largo descampado de pasto ralo. Pelas infos do Dib, estavamos próximos do trecho “critico” de td travessia, e ele não tardou a aparecer. De repente a picada sumiu e a crista se estreitou de tal forma q se limitou a uma sucessão de cocorutos rochosos, terrivelmente escarpados e cobertos de vegetação de cerrado. Foi aqui q a navegação em conjunto das infos do Dib, o GPS do Fabio e a intuição do Rubão, Serjão e Marcão foram testadas à exaustão. As 12:30 temos um breve descanso pra repôr as energias à sombra de precários arbustos do forte sol daquele horário. Estamos no meio de nada e lugar nenhum, no alto da estreita crista da Serra Grande num pto marcado por um marco geodésico com abismos caindo de ambos lados. A vista proporciona tanto vislumbres de Passos como da Faz. Luquinha, mas o q chama a atenção são as costelas serranas adjascentes q afunilam um vertiginoso cânion à sudoeste, provavelmente no q culmina na famosa Cachu do Luquinha. Foi entre uma conversa e outra q ressurgiu o divertido papo do “coelho perdido”, q terminou decididamente cunhando a travessia. A jornada avança então arduamente por entre rochas, cactos e muitas canelas-de-ema, q compõem pequenos cenários nesta paisagem rupestre, embelezada por vistosas sempre-vivas q destoam do entorno agreste. Ainda subindo e descendo constantemente naquele calor infernal e sem brisa alguma o consumo de água aumenta, claro, mas o bom senso aconselha a economizar o precioso liquido. Sem arbustos maiores cada nuvem passageira era bem-recebida com sua refrescante e efêmera sombra naquela ralação q parecia não ter fim. Mas graças as indicações precisas do Fabio desviávamos de cocorutos rochosos, contornando-os em nível evitando assim galgá-los sem necessidade, economizando assim fôlego e energias necessários pra continuidade da pernada. Contudo td tem sua recompensa, pois ao olhar pra trás tínhamos uma vista de beleza impar q se assemelhava à da Serra Fina, emoldurada por contornos de cerrado. Indescritivel. As 14hrs alcançamos os largos descampados q assinalavam o final daquele trecho “critico”. Pra alegria geral nos presenteamos com um breve lanche à sombra de um mirrado arbusto. Na sequencia vem um sobe-e-desce suaves por campinas bucólicas, onde temos uma vista privilegiada das serras ao redor. O paredão da Gurita quebra de forma abrupta dando lugar a novos fundos vales correndo no sentido noroeste-sudeste. Estamos adentrando nos domínios do Chapadão da Babilonia. Após cruzar uma nova antena, as 15:30, caímos enfim numa precária e interminável estrada de terra q assinala os domínios da Serra da Matinha, e é pelo alto dela q prosseguimos este trecho tranqüilo e plano, sempre sudeste. Uma placa nos leva sentido Roça Feia em detrimento da Serra Branca, q nos levaria pra famosa Casca D´Anta. Mas daqui já é possível avistar nosso destino ao longe: a Serra de Santa Maria eleva-se ao sul destacando um pontinho claro num dos seus cumes, q nada mais é a capelinha q caracteriza o Pico das Cruzes, local de muitas peregrinacões. Mas o silencio contemplativo desta paisagem é logo quebrado pela passagem de trocentos ruidosos e barulhentos motoqueiros. Sim, sempre eles. O tempo passa e o cansaço aliado à sede logo se fazem presentes. Tds tem alguma seqüela e reclamam dos pés maltratados, q o digam a Vivi, Fabio e Lu. Esta ultima estava sem agua e eu, como gentil cavalheiro q sou, cedi parte de meu estoque pra carente dama. É nessas horas q a gente aprende a dar valor ao precioso liquido. Contudo, as paradas pra descanso aqui tb são escassas uma vez q os mosquitos aqui não permitem pausas mais demoradas. Um inferno na forma de pequenos pontinhos vermelhos na pele q coçam horrores. Sorte e deleite da Paola, cujo sangue parece não apetecer os minúsculos sanguessugas alados. As 16:50 deixamos a estrada rasgando a campina ao sul, como se fossemos indo em direção à Serra de Santa Maria, cada vez mais próxima. O sol de final de tarde tinge os campos q vão de tons dourados ate o escarlate, tornando a paisagem um quadro de deixar qq impressionista corado de inveja. Descendo pela campina suavemente temos outra constatação de crime ambiental, alem da causada pelos motoqueiros. Mineradoras trucidam a montanha separando o quartzito em camadas q por sua vez é cortada em lajotas (a famosa Pedra de São Tomé) e as sobras deste processo estão presentes aqui em enormes montes de placas q maculam a paisagem reinante. Uma pena. Nossa intenção era pernoitar no Vale do Rio Facão, mas o horário avançado e o cansaço geral nos obriga a jogar as cargueiras num largo descampado as margens de um plácido córrego, provavelmente afluente do rio supracitado, as 18hrs. Ao ir me banhar um susto: ao segurar uns arbustos sinto uma forte picada na mão e o medo de ter sido uma peçonhenta vem logo a mente. Felizmente eram espinhos de uma plantinha, mas q mesmo assim seu poder urticante empolou minha mão durante o resto da noite. Acampamento montado assim q o sol se debruçou sobre a serra, logo veio o sagrado ritual da comilança. Uma fogueira improvisada em local estratégico juntou td mundo ao redor do fogo acolhedor daquela noite q se insinuava fria. Pra esquentar mais o ambiente rodou entre a galera um “balde” de uma deliciosa caipirinha providenciada pelo Serjão, assim como uma saborosa pinga curtida das mãos do Marcão. A Bea distribuindo um kg de castanhas e pastiche afim de aliviar peso em sua mochila complementou minha mirrada janta a base de miojo cru q, diga-se de passagem, nunca esteve tão delicioso. Dib & Cassandra providenciaram uma chiquérrima janta onde so faltou a luz de velas. Não q iluminação fosse necessária naquele contexto. A noite nessas montanhas é uma experiência deslumbrante qdo o céu esta isento de qq vestígio de nuvens. Nenhuma cidade próxima mancha o horizonte com sua indefectível poluição luminosa e, sem brumas, zilhões de estrelas logo apontam acima das arvores ou da silhueta recortada das montanhas vizinhas. A noite transcorreu sem nenhuma intercedência, onde a suave brisa destes campos altos manteve as barracas secas por completo. E o sono dos justos foi mais q bem-vindo pra recobrar as energias daquele exaustivo dia de quase 20kms percorridos. NO VALE DO FACÃO E ATRAVESSANDO O RIBEIRÃO GRANDE A manha sgte começa com reclamações de invasão de propriedade, no caso, enormes saúvas resolveram sair de suas tocas e adentrar nalgumas barracas promovendo tanto mudanças no meio da noite como destruição de patrimônio. “Meu, essas formigas invocadas gingavam pra cima de mim quinem capoeiristas!”, queixava-se uma indignada Vivi, apontando prum rombo na tela de sua tenda. Queixa partilhada por td mundo, com exceção deste q vos escreve e da Lu. Vai ver as bichinhas julgaram q não havia nada a detonar na minha já moribunda igluzinha da Náutica. Enqto alguns fogareiros ronronavam afim de esquentar um delicioso leite quente, fui dar uma passeada pelos arredores agora com o sol despontando por cima das montanhas e encontrei o q parecia ser o piso lajotado das ruínas de uma maloca com restos de fogueira. Depois o Serjão confirmou q antigamente mtos foragidos de Passos vinham se esconder por aqui, ao lado de vistosas orquídeas q agora são espetáculo pra nos, foragidos do estresse e agito da cidade grande. A Bea não se fez de rogada e, não dispondo dos seus costumeiros sherpas, carregadores ou portadores habituais em suas andanças pelo mundo, gentilmente solicitou pra levarem parte de sua bagagem, q eu e o Dib dividimos entre nossas mochilas. Isso não diminui em nada a determinação dessa gaúcha retada q, no auge dos seus 58 anos serve de exemplo pra mto marmanjo jovem por ai! Iniciamos a jornada daquele dia as 8hrs, ainda descendo pela campina suavemente pro sul e não demorou a desembocarmos numa precária estrada erodida e cascalhada possível de ser percorrida unicamente por veículos de tração, q as infos davam conta de ser a velha “Estrada do Facão”. E foi atraves dela q, margeando as ultimas encostas montanhosas do caminho, pudemos enfim dar inicio à descida final ao Vale do Facão. A medida q perdemos altitude, uma paisagem espetacular se descortina diante nossos olhos sob a forma de uma planície forrada de um tapetão verde-claro cercada de montanhas q logo identificamos como: à nossa esquerda (norte), os ultimos contrafortes da Serra da Matinha q culminam na bela Cachu do Facão, espremida numa vertiginosa fenda vertical; à nossa frente (leste) as majestuosas elevações da respeitável Serra do Quilombo, onde um risco alvo desenhado em suas encostas revela a estrada q dá acesso ao famoso Vão da Babilônia, local onde nasce o Ribeirão Grande; e à nossa direita (sul,) o único serrote q corre transversal a esse sistema td e q serviu de referencia o dia anterior, a Serra de Santa Maria, com o Morro das Cruzes reluzindo sua capela ao sol daquela linda manhã. Uma vez no vale, as 9:30, a estrada desembocou nos fundos da bucólica Fazenda do Facão, de propriedade do falador seu Zé Casemiro e sua numerosa familia. Lá reencontramos o Bernardo e a Renata acampados e q se juntaram à trupe novamente. Esta região tem um aspecto humano interessante. Por ser pobre e remota, funcionou quase como um sistema fechado e com pouco intercambio externo. Muitos dos moradores tem algum grau de parentesco próximo e se não nascidos na região, lá moram há mto tempo, o q contribuiu para uma mentalidade um tanto antiga das pessoas. Esse fato pudemos constatar no descaso e indiferença para com um pobre vira-lata q gania de dor numa de suas patas, visivelmente machucada. Logicamente q a cena não passou batida pra Cassandra, q imediatamente tratou de passar um spray cicatrizante no dodói do desafortunado pulguento. Bem, como a eletricidade chegou aqui a pouco tempo e a estrada foi relativamente melhorada, quiçá as feições humanas daqui passem a mudar. Pra melhor. A pernada tem continuidade agora por uma empoeirada estrada de terra q vai virando pro sul, contornando a Serra de Santa Maria, mas logo a abandonamos em prol das campinas encharcadas à nossa esquerda. Saltando o Córrego da Matinha, num piscar de olhos nos vimos ganhando altitude através das encostas serranas à nossa frente. A trilha é batida e se alterna num obvio carreiro de boi. À nossa direita, ao longe, avistamos a chiquérrima Pousada Vale do Céu e sua muvuca inconfundível de carros com som no ultimo volume. Caímos então noutra estrada de terra rumo leste, q acompanhamos um tempo e nos levou ate outras dependências mais rusticas da Pousada Vale do Céu, q na carta consta como Faz. Mata do Ribeirão, as 11:40. O local é um charme. Alem da vista privilegiada, detém um bucólico lago nos fundos e uma simpática igrejinha ao lado. E o melhor, sem muvuca. Por pouco q o Bernardo e a Renata não estacionam aqui em definitivo. Mas foi no confortável gramado deste plácido lugar q fizemos uma breve parada pra lanche e descanso. Um pé de limão-mexirica complementou nossa larica no exato momento em q nublou e algumas gotículas cairam do céu, mas felizmente td não passou de ameaça pq depois o sol e calor escaldantes ressurgiram com força redobrada. Meia hora depois tomávamos caminho sentido uma tal Cachu Maria Augusta, cruzamos o córrego do mesmo nome e continuamos pela estrada rumo leste, subindo. Entretanto, logo a deixamos em favor de uma discreta picada q mergulhava na mata na mesma direção, onde demos adeus definitivo ao Vale do Facão. Agora adentrávamos noutro fundo vale onde o Ribeirão Grande corre sinuoso pro sul, formando convidativas praias fluviais e cavando vertiginosos cânions. Assim sendo fomos ladeando uma íngreme encosta coberta de pasto, canelas-de-ema e muitas sempre-vivas, sempre no sentido leste, onde nosso destino era a encosta serrana oposta na qual havia uma trilha visivel q a galgava ao topo pra então prosseguir no vale sgte. No caminho surgem algumas outras picadas mas a navegação da dupla Dib-Fabio é implacável, nos mantendo sempre na vereda q vá no sentido desejado, isto é, leste. O calor das 12:30 está de rachar e o som de água abundante la embaixo soa como música aos meus ouvidos. “Eu quero tchibum!”, penso comigo mesmo. Descendo atraves de uma trilha lajotada, bordejando uma muretinha e vencendo um ultimo trecho na base da desescalaminhada, eis q finalmente atingimos o fundo do vale. Contudo, o acesso à trilha avistada do alto nos obriga a retroceder por uma precária estrada de terra q serpenteia o restante do pé-da-serra. As 14:30 alcançamos as margens do largo e relativamente raso Ribeirão Grande, próximo da Cachu Rasga Saco (tb conhecida como Cachu do Beco) , onde o rio despeja suas águas atraves de vários afloramentos rochosos e salientes de uma altura considerável. Pausa pra descanso e refresco, claro. Eu ainda tratei de buscar formas de atravessar o rio, q me pareceu fundo demais, e fui parar no alto da Cachu, onde me deparei com um enorme e esverdeado lago. Saltando de rocha em rocha, logo percebi q o acesso à outra margem não era por ali, uma vez q topei com um enorme dique q so seria transposto a nado. E de cargueira, sem chance. Mas felizmente meus colegas de trip já haviam descoberto um trecho raso onde era possível cruzar a correnteza do Ribeirão Grande. Pois bem, a travessia do rio foi o pto alto e refrescante de td caminhada, a meu ver. Alguns foram na dianteira, testando a profundidade se firmando nas pedras à disposição e pisando o chão com td cautela possível. Qq pisada em falso era banho na certa. A Vivi q o diga, pois mal entrou na água, rodopiou pelo peso da cargueira e tchibum. Felizmente retomou o equilíbrio apenas pra constatar q nada havia molhado no interior de seus pertences. Qdo os primeiros alcançaram a segurança da outra margem, foi a vez de ajudar os demais. Foi ai q se formou uma legitima corrente humana. Mochilas passavam de mãos em mãos, auxiliando aqueles q tinham alguma dificuldade em transpôr o rio. Adrenalina e emoção é isso ai. Enfim, meu pedido de tchibum havia sido atendido com juros. Mas uma vez reunidos na outra margem, nos regateamos com uma merecida meia-hora de descanso e refresco nos remansos fluviais formados ao longo do leito pedregoso. A pernada é retomada as 15hrs pela trilha avistada, costurando a forte declividade da montanha em largos ziguezagues sob o sol causticante do meio da tarde. Ao atingir o alto, uma ultima olhadela por sobre o ombro afim de vislumbrar td trajeto percorrido ate então, assim como nos despedir do vale do Ribeirão Grande. Caminhando agora em nível, a picada dá lugar a uma estrada e logo as vistas se alargam. Um espigão do Chapadão da Babilonia, a Serra das Palmeiras, se espicha no sentido sudoeste; mas é a horizontalidade de uma extensa planície q toma conta de td quadrante sul, destacando a cidade de Passos, ao fundo. As 16:20 alcançamos a bem-vinda Pousada Mirante, q nunca nos pareceu um oásis em meio ao deserto. Cervejas, refrigerantes e porções nunca foram tão saboreadas como naquele fim de tarde. Afinal td ralação deve ter sua devida recompensa. Mas não podíamos nos dar luxo de exagerar na gula pois ainda havia um bom chão ate o local de pernoite. Entretanto, o conforto e aconchego da pousada segurou parte da trupe por motivos diversos, boa parte deles relacionados a bolhas ou alguma dor nos pés. Desfalcados da Vivi, Fabio, Lu, Bernardo e Renata, o resto da galera deu continuidade à pernada estrada abaixo, as 17hrs, agora com o sol se pondo rapidamente atrás das montanhas. Mas não deu nem uma hr de caminhada q jogamos as mochilas em definitivo num belo descampado à beira da estrada, munido de água farta ao redor. Acampamento montado, o ultimo pernoite selvagem pra mim parece ser repeteco do primeiro; mal entrei na minha tenda q apaguei por completo, provavelmente pelo alto teor etílico correndo no sangue e dos quase 15km feitos. À noite, q fora fresca e agradável, dei uma rápida espiada pela entrada da barraca e pude vislumbrar o bréu do firmamento sendo corrompido pela luminosidade resplandecente das luzes de Passos e São João Batista da Glória. É A GLÓRIA! Desta vez madrugamos mais cedo q o habitual por conta da Béa, q precisava estar o qto antes em Passos afim de pegar condução e não perder seu vôo. Sem falar q ainda faltavam algo de 13km a pé até o Glória. Dessa forma nosso galo-mor cantou pontualmente as 5:30, antes mesmo do sol esticar seus braços sobre as barracas. Num grupo menor e mais compacto nossa rapidez em desmontar acampamento foi tamanha q as 7:15 já estavamos colocando novamente o pé-na-estrada. Antes disso, porem, um inesperado presente do gentil Rubão na forma de minúsculos ovinhos de chocolate (“Serenata de Amor”) pra td mundo nos lembrava q aquele dia era o tradicional domingo de Páscoa. Agora não tinha mais erro pois o trajeto prosseguiu ate o final mediante estradas q desciam a monanha o tempo td e suavemente. No caminho, uma breve parada pra dar um visu na Cachu e Cânion Garrida, cujo riozão despenca serra abaixo ate formar o Rio Tamanduá. Foi tb durante a descida q, já com sinal de celular, tivemos a má-noticia q nosso frete/resgate não iria mais nos buscar no Glória devido a pane no veiculo, o q alarmou alguns. Mas dane-se, imprevisibilidade faz parte tb da trip e uma vez na cidade daríamos algum jeito de voltar pra Delfinópolis atrás dos respectivos veículos. E a pernada pela estrada prosseguiu constante e inipterrupta, qdo um trecho de encosta alto e áspero surge cercado q chama a atenção do Marcão. “Isso deve ser coisa do governo!”, palpita Serjão. Dito e feito, depois soubemos q o lugar atende pelo nome de “Letreiro” e guarda pinturas e inscrições rupestres. Após um ultimo ombro serrano abre-se um verde e insuspeito vale, encravado na planície q vem na sequencia, alem de uma vista privilegiada da Cachu Maria Augusta riscando a serra ao longe. Nisso, a Paola sente um incomodo nos ombros e eu a aconselho a afivelar melhor a barrigueira da mochila, tática q surte efeito no ato. Uma vez na planície veio uma interminável estrada de terra cuja poeira comíamos em doses generosas a cada veiculo q passava no sentido contrario. Um inferno q nos distanciou bastante uns dos outros. Mas após algumas fazendinhas aqui e ali, eis q um caminhão encosta do meu lado e me oferece carona faltando algo de 2km ate a cidade. Engulo meu ultimo pingo de orgulho e não penso duas vezes em aceitar, claro. Francamente, andar por enfadonhas estradas de terra e comendo poeira sob um sol infernal pra mim não tem graça alguma, e quase tds concordaram q a travessia havia terminado de fato na Pousada do Mirante. E la vou eu sacolejando no trepidante veiculo, em meio a engradados e garrafas vazias, me segurando firme pra não ser ejetado pra fora da caçamba. Saltei do caminhão em São João Batista da Glória faltando pouco pras 11hrs e encostei num boteco na entrada da cidade afim de aguardar o resto, q decidiu findar a pernada a pé mesmo, resolutos a comer poeira ate o fim. Ao chegar aqui o q se vê é o típico arraial do interior de Minas: pequeno, simples, acolhedor e limpo. Um charme, enfim. Já bebericava prazerosamente minha segunda cerveja qdo o pessoal enfim chegou, meia hora depois, onde rumamos pro centro da cidade. Lá mandamos ver mais cervejas e porções, claro. Pra minha surpresa reparei q a bagagem da Cassandra aumentara ao invés de diminuir. Ela havia recolhido um simpático cãozinho abandonado no lixo à beira da estrada. E fazendo jus à alcunha de “Mãe Tereza dos Bichos”, a simpática chica simplesmente adotou o felizardo cãozinho q viria posteriormente a se chamar de Leo e tornou-se a mascote da trip. Rumamos então pra Praça do Cruzeiro onde reencontramos a galera q havia permanecido na pousada Mirante e recem-chegara ali se valendo de um salgado taxi. Tds reunidos novamente demos continuidade à bebemoração noutro boteco, regada a mais cerveja e mais porções, pra alegria geral. Nesse meio-termo Dib, Cassandra, Rubão e Paola zarparam num taxi pra Delfis; Bernardo, Renata e Béa tomaram outro com destino a Passos; e o restante aguardou ate as 15:30 o teoricamente econômico busão pra Delfis. Durante as respectivas despedidas destas novas amizades consolidadas durante estes 4 dias coletivamente é natural q os laços se estreitem, e por isso prometemos a nos mesmos em manter contato pra novas e vindouras aventuras em comum. Tomara. Já devidamente manguaçados e sem nada mais pra beber, começamos a tomar os vinhos q trazíamos pra janta e mandamos ver qdo embarcamos no latão. Se arrependimento matasse estaríamos fritos, pois o cata-jeca do busão tardou quase 3hrs pra completar meros 60km! Uma viagem infernal de calor absurdo e interminável com paradas demoradas nos vilarejos de Ponte Alta e Olhos DÁgua. Antes tivéssemos ido de taxi, pois a diferença de preço não era lá tão significativa. Chegamos em Delfinópolis as 18:30 já à noite, e imediatamente fomos tomar um banho revigorante na casa do Serjão onde conhecemos a Luciana e a Maria Rita, respectivamente sua hospitaleira esposa e filhinha espoleta. Na sequência fomos de encontro com Dib, Cá, Rubão, Paola e , claro, o cãozinho Leo, q já brincava td serelepe em sua nova residência. E foi na Pousada da Lua, amigos da Cá, onde tivemos uma breve social pra comemorar mais uma vez o niver do Dib, desta vez com comida mais refinada q a liofilizada dos dias anteriores. Sonados de cansaço, logicamente haveria q descansar antes de pegar estrada de volta pra Sampa. Gentil e prestativo Serjão ofereceu pouso pra galera, q não recusamos nem por ordens expressas do alto comando. Nisso nos despedimos do Marcão, q ia pegar estrada pra sua cidade natal, Sta Rita do Passa Quatro. Mas como tds tínhamos compromissos na segunda-feira, nosso descanso não passou das 2hrs da madrugada, horário em q levantamos pra zarpar de volta pra Paulicéia Desvairada. Entupido de café e energético, o valente Fabio pisou fundo rumo nosso destino, no qual so chegamos as 9hrs da matina. Logicamente q atrasados pra nossas respectivas atribuições, mas contentes pelos dias no mato em tão boa companhia e revigorados pra encarar mais uma árdua semana de labuta. Finalizando, não existe outra região q deixe a impressão de tão grandes espaços como a Serra da Canastra. Sua geografia é feita de amplas serras, chapadas e vales, iluminadas pela luz sempre presente de um céu enorme. Nesse contexto, esta inédita travessia q pode atender tanto pelo nome de “Travessia da Serra Preta”, “Travessia Delfi-Glória” ou simplesmente como “Travessia do Coelho Perdido” é apenas mais uma nova, desafiante e interessante opção q foge do lugar comum. No entanto, as cartas topográficas sugerem dúzias de alternativas e variantes pela região, sejam a pé, bike ou ate mesmo rapel. E sempre q houver disposição pra trilhar e acampar pelos altos campos um pouco alem dos limites das cidades q bordejam a Canastra, pode apostar q terá sempre acesso a vales secretos e paraísos ainda mais perdidos na forma de novas travessias. Citar
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