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Postado (editado)

[t1]Travessia da Serra do Papagaio, em Aiuruoca, até a Cachoeira da Juju, em Baependi[/t1]

 

Fotos: https://picasaweb.google.com/negrabela/TravessiaAiuruocaXBaependi?feat=directlink

 

Em Setembro do ano passado, vários amigos dos SemLimites e outros amigos “agregados” rs realizaram a travessia da Serra do Papagaio, em Aiuruoca, até o Pico do Chapéu, na Serra da Chapada, em Baependi. Para tal façanha, já que não era uma rota muito realizada pela dificuldade de resgate, foi necessário que pesquisar infos de diversas fontes, confiar num tracklog antigo , desbravar o desconhecido, perder a trilha, abrir trilha fechada na raça e tudo mais. Dessa trip, surgiu o ótimo relato do Fábio e o “Guia-Master” dessa trilha, que é o relato feito pelo Sandro, sem falar em uns 3 ou 4 ue atualizaram o tracklog.

 

Repetir essa travessia, sete meses depois, não parece lá uma grande coisa perto do que eles passaram para concluí-la, já que agora, está tudo mastigado, etc e tal. Mas os caminhantes, os objetivos – e por conseqüência, os desafios - agora eram outros...

 

Quando o Bruno comentou, no início de Março, que pretendia repetir essa travessia no feriado da Páscoa, na companhia de sua esposa, Carla, eu praticamente dei um berro de alegria. Fazia tempo que queria conhecer aquelas bandas, e essa coceirinha aumentou um absurdo depois que vi as fotos da trip de Setembro.

 

Porém, entre o “querer” e o “poder” há um grande abismo: definitivamente obesa (em parte por causa de efeitos colaterais de um tratamento de saúde, e o resto por pura enrolação mesmo para abraçar de vez o preparo físico rs) e fumante, por razoes obvias de planejamento de trip, meu perfil de caminhante não encorajaria muita gente ao convite para uma trip que é puxada mesmo pra quem tem bom condicionamento. O Bruno já caminhou comigo na subida do Marins, e sua pretensão era apenas caminhar e curtir, sem objetivos fixos, e por isso, aceitou de bom grado minha companhia.

 

Junto comigo, ia a Diana, uma das minhas queridíssimas "Fionas" dos AspirasSL, fazendo sua primeira travessia com mais de um pernoite. Tava formado o grupo e estava estabelecido um único objetivo: tínhamos quatro dias pra caminhar de Aiuruoca até onde conseguíssemos chegar, passando por uma região que guarda as mais belas paisagens da região das Terras Altas da Mantiqueira.

 

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[t3]E numa terra nem tão distante assim...[/t3]

 

Como o Bruno e a Carla moram em São José dos Campos e chegar em Aiuruoca de ônibus é uma missão praticamente impossível, combinamos que eu e a Diss iríamos até São José na noite do dia 20, quarta-feira e de lá, seguiríamos no carro da Carla até Aiuruoca, já começando a pernada na quinta pela manha. Como há linha de ônibus regular SP x SJC pela viação Pássaro Marrom, não nos preocupamos em comprar passagens e marcamos de nos encontrar na rodoviária por volta das 22h. Achando que as mochilas estavam leves demais pra 4 dias, diversas vezes nos perguntamos “O que estamos esquecendo, meu Deus?!” rs (e mesmo assim descobrimos que levamos coisas demais... rs )

 

A rodoviária do Tietê era a própria sucursal do inferno naquela véspera de feriadão, e em meio à bagunça, foi difícil encontrar a Diana... Enquanto tentávamos, acabamos encontrando alguns amigos embarcando pra algum destino. Só havia assentos disponíveis para o ônibus da 0h00 e a previsão de atraso, já informada no guichê, era de no mínimo 1h30... Os próprios motoristas informavam que era praticamente impossível chegar ou sair de São Paulo desde as 17h, e que nem no Carnaval tinham visto tamanho movimento... Só conseguimos embarcar as 2h10, chegando em São José dos Campos em cerca de 1h. Vinte minutos depois, entravamos no carro com o Bruno e a Carla, rasgando uma via Dutra totalmente livre até a saída do km 46, próximo a Cachoeira Paulista, uma das principais entradas para o Circuito Terras Altas da Mantiqueira, que engloba diversos municípios do sul de Minas na região da tríplice divisa SP-MG-RJ. De lá, serra a cima até Passa Quatro, Itanhandú, Pouso Alto, Caxambú, Baependi e enfim, o trevo de entrada de Aiuruoca, por volta das 6h30 de uma manhã que prometia ser absurdamente ensolarada.

 

A primeira visão do Pico do Papagaio me causou um susto e paixão automatica. A estrada a partir do trevo de Aiuruoca segue zanzando pelo vale , cercada por morros próximos que não devem ter muito mais que 200m, para os quais eu olhava, meio sonolenta.... e como quem surge do nada, me aparece um "pedrão" muito maior do que qualquer outra coisa que esteja ao alcance da vista. E aquele pedrão vai se desenvolvendo, até mostrar praticamente todo o perfil da Serra do Papagaio....

 

Tomamos um café numa padaria junto a igreja Matriz e voltamos até a entrada da cidade, onde encontramos o Marcos, da Pousada Ajuru, que seria responsável por nos levar ao início da trilha e nos resgatar no final dela. Descobrimos ali que a Diana levou a sério minha “mensagem de Boa Trip” para a galera dos SemLimites, e realmente levou a discórdia na mochila: tava lá a são-paulina, em meio a três outros tricolores me botando um boné do Parmeeeeera na cabeça.... kkkk Nos custou R$ 15,00 por cabeça para o Marcos nos levar até o Sítio do Saulo, e passando a porteira deste, começa uma das trilhas que levam ao Cume do Papagaio.

 

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Ansiosos e felizes...por enquanto rs

 

[t3]PÁÁÁÁÁRA... o alto e avante...[/t3]

 

Eram apenas 8h30 da manhã, mas o sol não deixaria nada a dever a um sol do meio-dia. O céu era de um azul extraordinário e praticamente sem nuvens, e só um “leve aumento de nuvens” era a previsão para os próximos dias. O plano original era tentar chegar ainda naquele dia no Retiro dos Pedros... Mas antes de pensar nele, tínhamos primeiro que vencer a subida dos quase 900m de desnível até os 2093m do Pico do Papagaio...

 

A trilha não tem dificuldade alguma de navegação, subindo ora no descampado do pasto, exposto ao sol , ora em tuneis na mata até chegar próximo ao paredão do pico, contornando ele pela esquerda. Há uma única e óbvia bifurcação, onde se toma o ramo da esquerda e no meio do caminho, um ponto de água. E bota pra subir até chegar a um campo de capim onde as três trilhas que sobem para o Papagaio se tornam uma só.

 

A soma da noite sem dormir, desse meu condicionamento “fofo”, do sol escaldante na cuca e a subida constante já tinham me liquidado na metade da subida. O que nossos amigos subiram em cerca de 3h, já se arrastava por mais de 5h para mim. Pelo menos, o resto do grupo aproveitava as pausas que fazia para me esperar pra dar uma descansada... e assim íamos, devagar e sempre, olhando o visual do vale do Matutu conforme subíamos, e a Cachoeira do Fundão, gigantesca, despencando serra a baixo lá no fundo do vale.... Tenho muito o que agradecer ao Bruno por ser esse poço de paciência, capaz de respeitar meu ritmo de tartaruga e meu cansaço. Não dava pra enganar ninguém, até dar uma acelerada nos trechos mais planos já estava difícil... mas a subida e o sol forte tinham cansado todo mundo tambem...

 

Eram quase 14h quando chegamos no ponto de acesso ao cume do Papagaio. Uma das trilhas que se encontravam ali era a que nos levaria ao Retiro dos Pedros, mas agora era só hora de esconder as mochilas e, apesar do cansaço, seguir a trilha que vai pela direita, para atacar o cume. Sem cargueiras, ficou fácil caminhar, e lá fomos nós seguindo por uma pequena descida, onde encontramos água em menos de 5 minutos de caminhada – o que era ótimo, pois o Bruno nem sabia tinha água ali , nem estava marcado no tracklog (possivelmente, estava seco quando passaram por lá). Cruzamos com um grupo descendo do cume, que avisaram que não havia mais ninguém lá em cima.

 

Levamos cerca de meia hora para chegar ao cume do Papagaio, subindo uma escorregadia escalaminhada entre as rampinhas de pedra. Quando cheguei ao cume, me dei ao direito de chorar (ok, foram só umas lágrimas rs ... mas é choro, e pronto). Chorar, pois apesar do cansaço, apesar do excesso de peso, mais uma vez, eu tinha chegado onde queria. E também, porque sabia o quanto tudo isso poderia ter sido mais rápido e menos “sofrido”.

 

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♫ "tá lá o corpo estendido no chão" ♪...rs

 

A vista lá de cima é encantadora e o tempo ajudava muito para ver um mar de montanhas e morros até perder de vista ... uma diversidade de picos e vales e o paredão formado pela Mantiqueira bem lá no fundo. Naquela hora eu queria muito poder saber o nome de cada pico que estava vendo... tiramos várias fotos, deu tempo até pra um breve cochilo e antes de descer, encontrando ainda alguns conhecidos do Bruno, que estavam subindo pra acampar lá

 

Eram pouco mais de 15h30 quando voltamos ao ponto onde deixamos as cargueiras e parecia que alguém tinha escondido pedras dentro delas rs... Considerando costumam gastar até o Retiro dos Pedros cerca de 2h, dava tempo de chegar até lá, mas no passo cansado em que eu seguia, dificilmente chegaríamos antes de escurecer. Acabamos decidindo ficar por ali mesmo, próximo a bifurcação, na incerteza se teria um local melhor para acampar mais para a frente. Assim teríamos a chance de descansar melhor e aproveitar mais o dia seguinte.

 

Como meu corpo já não estava mais muito a fim de obedecer a cabeça, agradeci a todos por essa decisão, mas cansaço não era um privilégio meu, já que o sol desgastou todo mundo. Eu e a Diss praticamente desabamos dentro da barraca assim que terminamos de monta-la, com preguiça de tudo. Mas bastou o sol se esconder pro frio começar a apertar, então fomos preparar nosso rango a base de arroz, batatas da vapzza e uma salada pronta de atum (recomendo, a marca é Cusine, encontrada facilmente em Hipermercados. O sabor que levei (são vários) tinha atum, arroz, milho, ervilha, pimentão, azeitona e alcaparas; alem de ser uma delícia, é pratica e rende bem). Ficamos todos batendo papo e observando o céu que parecia ter sido polvilhado com purpurina de tantas estrelas, mas como o frio apertou mais, logo nos entocamos nas barracas... e eram apenas 19h! Eu e a Diss ainda ficamos conversando mais um pouco dentro da barraca, mas não demorou muito e o silencio absoluto indicava que as duas desligaram....

 

[t3]Morto... Vivo... Morto... Vivo... Moooorta!rs[/t3]

 

Meu amigo Fábio costuma dizer que eu pareço um urso, porque eu perco o nascer do sol na maioria das trips por pura preguiça de levantar rs.. E daquela vez, eu e a Diss ”morremos” por quase de 10h de sono, tomando coragem pra sair da barraca só por volta das 7h30. O Bruno, que já estava em pé desde muito antes tirou algumas fotos do capim todo coberto por uma geada fina, indicando que deve ter feito um frio da muléstia durante a madrugada – bom... eu não senti nada...rs

 

Então arrumamos as coisas e as 8h40 botamos o pé na trilha... Ela vai seguindo para o “outro lado” do campo de capim, contornando o morro a nossa esquerda e depois vira para a esquerda, para seguir em direção ao Pico do Tamanduá. Foi ali que a vista se abriu para um tapete formado pelas nuvens parecia não ter fim. Todos os picos que vimos no dia anterior estavam encobertos e as nuvens se estendiam 360° até perder de vista.

 

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Cadê o morro que tinha ali atrás???!!!

 

Depois de contornar o Tamanduá, subimos uma rampa de pedra formada por um rochedo, com o medo de altura da Diana disparando seus alarmes. Passamos por uma crista e descemos, entrando de novo numa matinha até sair na descida para um largo campo de altitude até o Retiro dos Pedros. O sol tinha dado uma breve desaparecida atrás das nuvens que vinham aumentando, mas quando ele aparecia, o calor era abrasador. Dali, tínhamos vista para o Pico do Bandeira e o Canjica, a nossa frente, e uma vista sensacional do Papagaio ficando lá pra trás. A esquerda do cercado de pedras do Retiro dos Pedros, há diversas clareiras para acampamento , isoladas umas das outras por arvores (segundo a Carla, são os “quartos” da “pousada” Retiro dos Pedros rs). Eram pouco mais de 11h, duas horas e pouco de caminhada até ali. Aproveitamos para comer e dar uma descansada, seguindo o plano de ir num ritmo bem despreocupado... O olho d’água que, em setembro, era um mero fiapo, agora era um pequeno riachinho com um pouco de lodo.

 

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Rumo ao Retiro dos Pedros

 

 

Ficamos por ali até o meio-dia, retomando a trilha que continua atravessando o olho d’água e sobe um pouco, contornando o Canjica, volta a descer, entrando num trecho de mata e sai em outro campo aberto, que estava forrado de pequenas flores brancas e rosas, deixando o caminho lindo. Dali para frente, todos os descampados e algumas cristas eram assim, um verdadeiro tapete de flores. Outra entrada na mata e saímos num penhasco com vista para o vale da Gamarra, onde outra cachoeira imensa formada pelo Rio Santo Agostinho (ou Rio do Charco) despencava num paredão sem fim desde o meio da encosta oposta aonde estávamos. O Bruno ainda apontava parte do caminho que iríamos percorrer até o fim da travessia, e chegar ao outro lado do vale era apenas uma parte dele. Entramos de novo na mata, descendo o tempo todo até chegar ao descampado onde fica o totem do Santo Daime, as 14h. A continuação da trilha estava escondidinha por ali, mas era um vara-mato punk por falta de uso, reaberto no peito a duras penas pela trupe em Setembro. Agora, já sabíamos que a estradinha que segue a partir do totem atalha esse trecho de mata, e era por ela mesmo que iríamos seguir. E como chegamos ali cedo, o próximo objetivo era alcançar a cachoeira formada pelo Rio Santo Agostinho, uns 7km a frente. Então, toca pela estradinha...

 

Dali pra frente, já tínhamos descido a Serra do Papagaio e íamos entrar num sobe-e-desce que eu xingaria até o final do dia.... A estrada vai por uma sucessão de morros “pastados” em direção a Serra do Charco. Ao olhar para trás, dava pra ver todo o perfil da Serra do Papagaio e junto com ela, todo o caminho que percorremos naquele dia. O visual era absurdamente lindo...

 

Como o Bruno não tinha vindo pela estrada da outra vez, e sim pelo vara-mato, me disse que era só uns dois morrinhos naquela estrada e zupt! disparou na frente, enquanto eu queria matá-lo ao descobrir que nao era bem verdade rs... ainda não sei se ele realmente não sabia mesmo ou se não quis me desanimar com a história do “só falta um morro” hehehe Alias, não sei nem se o vara –mato não era uma alternativa melhor que aquela estrada rs

 

Depois de sei lá quantos sobe-e-desce, a estrada encontrou com o ponto onde tinha saído o trecho de vara-mato que eles enfrentavam, e dali pra frente tinha realmente só mais um morrinho pra subir, até ela sair em uma pequena trilha de crista, que ia descendo o vale até cruzar com um riacho. Tudo isso pra começar um novo sobe-e-desce ainda mais íngreme, porque a trilha atravessa os vales da Serra do Charco. E vale nada mais é que dois morros com um rio no fundo, logo... isso significava descer encostas íngremes de área de pasto, cruzar o rio e subir o morro seguinte do outro lado, só para alcançar o próximo vale e começar tudo de novo rs

 

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Sobe...desce...sobe...desce...

 

 

O próximo rio que atravessamos, apesar de não ter nome,é um afluente do Rio Santo Agostinho, que forma aquela enorme cachoeira que vimos antes, do penhasco – aliás, cruzaríamos vários afluentes dele até chegar ao vale do Piracicaba, no dia seguinte... Ali ele era apenas um riozinho, que cruzamos com um pulo entre as pedras dispostas na margem. E do lado de lá do rio, o próximo morro que tínhamos para vencer era uma piramba de pasto ainda maior. Ali o Bruno e a Carla embalaram na frente sem seguir uma trilha marcada, só varando e subindo em meio ao capim e as trilhas de vaca, enquanto pedi para a Diana me ajudar a reabastecer a água do meu cantil. Conforme fomos subindo, percebi os primeiros sinais de que a Diana também tava no seu limite do cansaço do dia, por causa da sua irritação ao subir aquela encosta sem caminho certo. Nunca tinha visto ela “xingando tudo” daquele jeito : xingava a trilha, xingava o morro, xingava quando tropeçava, xingava o dia que não acabava – tava vendo a hora que ela ia começar a me xingar por ficar tentando acalma-la rs, mas pelo menos eu não era a única pedindo silenciosamente pro dia acabar logo heheh

 

Subido o morro, contornamos o topo em direção ao proximo vale, onde havia outro rio (que também não tinha nome nem no GPS) e mais uma cachoeira pequena , a trilha passava bem próximo do alto da queda. Enquanto ainda descíamos a encosta, o Bruno e a Carla já se banhavam no rio e o sol já ia se escondia atrás da serra, deixando o céu num espetáculo de tons de vermelho, laranja e o cinza de uma nuvem mais carregada. O Bruno informou que ainda faltava cerca de 1 km para chegar na outra cachoeira onde ele pretendia acampar, mas ficaríamos por ali mesmo, apontou um telhadinho (devia ser um pequeno rancho) alguns metros a esquerda onde o terreno parecia mais plano. Tínhamos caminhado mais de 16 km naquele dia e estavam todos cansados.

 

A Diana ainda aproveitou o que restava de luz pra tomar um banho no rio; já eu, fugi da água gelada com a desculpa de ir procurar um lugar plano para armar acampamento antes que escurecesse de vez. Mesmo assim, essa missão parecia impossível: onde o terreno era plano, o mato era alto e composto de pequenos e baixos arbustos que impediam qualquer tentativa de dormir sem um toco no meio das costas. Já estava escurecendo, o resto do terreno era muito íngreme e todos estavam cansados demais para procurar outro local, então acabamos ficando por ali mesmo. Já que eu tinha armado a barraca, a Diss foi um anjo e preparou sozinha nosso jantar, a base de macarrão com frango desfiado e muita azeitona. Comemos, papeamos, olhamos o céu, bebericamos vinho e rimos das dezenas de mariposas transformavam em móbile o cadarço das botas e qualquer coisa que estivesse penduradano telhado e úmida (inclusive as “meias do pântano” da Diana rs). Ficamos ali até o frio e o cansaço nos vencer e nos entocamos nas barracas por volta das 21h para a pior noite de sono que possamos lembrar...

 

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Móbiles de mariposas no cadarçp das "botas do pantano" penduradas

 

[t3]Os dois rios e a estrada sem fim...[/t3]

 

Dormimos absurdamente tortos, os quatro. Um toco acabou perfurando o fundo da barraca da Diana, em algum momento quando ela foi sair da barraca a noite, ainda tentamos mover um pouco barraca de lugar, e em algum momento da madrugada o orvalho "invadiu" a barraca, fazendo a Diana vir parar no meio da barraca, tentando fugir da umidade, sem falar que era sofrido toda vez que me movia, com dores no corpo, porque era difícil se arranjar novamente numa posição que fosse menos desconfortável... “Acordamos” meio mal-humoradas e completamente quebradas por volta das 7h. O Bruno e a Carla já tinham levantado há um bom tempo novamente...

 

Tomamos café, discutindo uma possibilidade que já tínhamos pensado no dia anterior: essa travessia termina, oficialmente, no Pico do Chapéu, mas poderíamos encerrá-la na Cachoeira do Juju, formada pelo rio Piracicaba, curtindo o fim de tarde por lá, de onde acionaríamos o resgate. Assim poderíamos descansar no domingo e curtir a Cachoeira dos Garcias antes de ir embora. Arrumamos nossas coisas preguiçosamente, com o Bruno preocupado porque as pilhas recarregáveis que ele trouxe para o GPS tinha acabado. Em meio a sensação de “cadê o caminhão que me atropelou?”, me lembrei de oferecer as pilhas da lanterna pro Bruno, e por algum milagre, elas estavam cheias o suficiente pra usar o GPS (eu nem lembro a ultima vez que conferi ou troquei as pilhas da lanterna...)

 

Começamos a caminhar já eram pouco mais de 9h da manhã, atravessando o rio e subindo a encosta ao seu lado. O próximo rio já era o Santo Agostinho, que desemboca numa série de quedas abaixo do ponto onde a trilha o atravessava. Era ali que pretendíamos ficar no dia anterior, e deu pra ver claramente próximo topo da cachoeira maior um platô de pedra que não era lá o melhor exemplo do plano, mas certamente ia ser melhor que ter dormido no meio daquele matinho...

 

Em Setembro, ao passarem por aqui, a água estava na altura do peito, então num trabalho de muitas mãos, foi possível passar as cargueiras para o outro lado sem grandes problemas – e teve quem deu seu jeito ninja pra nem precisar entrar na água. Mesmo assim a correnteza era forte, e quase que o Bruno, num escorregão, foi levado pela queda a baixo... Agora, no ponto próximo a queda onde eles haviam atravessado, era impensável. O rio formava um verdadeiro caldeirão ali, tanto em profundidade quanto em correnteza. Fomos tentando subir o rio, procurando outro ponto, mas onde haviam pedras que poderiam facilitar a travessia, a encosta era muito íngreme e não dava acesso. Nessa brincadeira perdemos mais de meia hora investigando o rio, para constatar que tinha apenas uma alternativa mais viável, uns 50m acima da queda, onde o rio parecia mais manso, porém só dava para atravessar a nado... A salvação para as cargueiras foram diversos sacos de lixo de 100l que tanto eu quanto o Bruno carregávamos... já pra mim, não tinha muita salvação naquela situação...

 

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O rio da discórdia...

 

Acho que preciso aqui abrir um parêntese pra explicar que eu sofro de Crise de Pânico, disparada em algumas situações de estresse. Pelo menos, meu caso é diagnosticado como leve, e por isso é facilmente contornavel - o que significa que, com algum esforço, eu consigo sair do estado de "crise" sozinha. O único mal que causou até hoje foi me expor ao ridículo, já que ninguém entende uma reação de medo tão forte a uma coisa simples - pelo menos parece simples pra quem vê... rs E antes de fechar o parentese, tambem devo acrescentar que toda e qualquer situação com agua e profundidade acima de 1,50m é uma baita fonte de estresse... Eu sei nadar, pelo menos o suficiente pra não me afogar, mas rola uma pequena fobia ai, e nem em piscina fico confortável sabendo que ela não dá pé rs

 

O Bruno atravessou primeiro e transmitiu tranqüilidade... Tirando a água estupidamente gelada, três ou quatro braçadas resolviam o problema, já que a correnteza não era forte, havia um trecho de pedras bem raso do outro lado e o trecho profundo era só no meio, não devia ter mais que 1,50m de largura. Ele atravessou as cargueiras ensacadas, logo depois atravessou a Carla e na seqüência, mesmo com receio, lá se foi a Diana levando sua barraca e isolante. E eu simplesmente empaquei kkkk

 

Eu ainda cometi a besteira de deixar pra atravessar por último, e enquanto estava na margem, eu estava tranqüila, afinal, "olha, não é dificil, nao é dificil, não é difícil..." Tssss...foi entrar no rio (automaticamente, era água até a cintura ali) e sentir os pés doloridos de frio que a pouca coragem que eu tinha reunido escorreu rio abaixo, junto com a minha sanidade... rs O Bruno e a Carla, na outra margem, levaram alguns minutos para levarem a sério minha cara de desespero; estavam rindo pois achavam que eu estava brincando ou que era frescura por causa da água gelada. A Diana que percebeu que eu estava tensa, travada. Ela até voltou pra me dar um apoio, me deu o isolante dela pra usar como uma espécie de bóia ... É patético olhar para situação agora, já que num trechinho de rio que mal e mal tinha 4 metros, eu não conseguia acreditar que ia chegar do outro lado. Com a Diana do meu lado e um pouco mais calma, respirei fundo e fui... mas a tal da “bóia” não servia nem como placebo, mais atrapalhava que ajudava, e o desespero-mor bateu no meio do trajeto – só que o rio era tão curto que eu já estava no raso ...rs Acho que até um filhote de gato teria desenvolvido um estilo de natação menos desengonçado do que o meu naquele momento... Obvio: na “segurança” da outra margem, virei motivo de chacota... rs (ainda bem que eu nao tenho medo de altura...rs)

 

Depois agüentar as risadas e de xingar o rio enquanto nos recompúnhamos, percebemos que perdemos mais de uma hora entre encontrar um lugar e efetivamente atravessar o rio... ainda tínhamos toda aquela encosta para subir e sair daquele vale, e era outro baita morro. A adrenalina em mim ainda era tanta naquele momento que eu subi mais da metade do morro no mesmo passo que os demais, sem nem precisar parar pra retomar o fôlego rs A referencia visual que o Bruno tinha era uma cerca no alto do morro e um pequeno casebre, que ele se lembrava da outra vez. No meio da subida, saímos numa trilha que nivelou, cruzando um riachinho e nos levando direto pro casebre. Só quando passamos em frente dele, o Bruno se lembrou que não era por ali a subida – consultando o GPS, vimos que a trilha mesmo subia por outra elevação a direita de onde estávamos, encontrando a cerca lá em cima, a nossa esquerda. Sem o GPS, teríamos errado fácil, já que a trilhinha que seguíamos era bem aberta, mas ia em direção ao fundo do vale... Voltamos até antes do riachinho e percebendo a direção que a trilha certa tomaria, resolvemos atalhar morro acima ao invés de voltar e subir pela trilha (nem preciso dizer que aquele “atalho” era muito mais íngreme que a trilha em si...)

 

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O rio da discórdia ficando para trás...

 

Toca a subir de novo o que parecia ser morro que não acabava mais, ate a trilha nivelar pela crista, dando outro ângulo de visão dos diversos vales que atravessamos desde a tarde de ontem. Nesse momento, era obvio que eu já tinha ficado alguns minutos pra trás na caminhada, já não conseguia nem ver onde os outros estavam, mas isso não me incomodava em nada, porque a paisagem ali era novamente linda e a sensação de caminhar pelo topo de uma imensidão de morros, vales, rios, cachoeiras, montanhas era maravilhosa!

 

A trilha dá um imensa volta para contornar outro vale. Paramos junto a uma pequena queda d’água, perto de um rancho caido, para um lanche. Pouco mais de meia hora depois, subíamos novamente para contornar o morro, e em pouco tempo de caminhada começamos a descer da crista, entrando no fundo do vale do Rio Piracicaba. Marcando o início da crista da Serra da Chapada, ali estava a cereja do bolo da travessia: o rio despenca por umas 3 rampas de pedra desde o alto da encosta até o meio da serra, onde ela forma dois poços seguidos com o efeito de borda infinita, pra despencar de vez numa única e imensa queda de centenas de metros.

 

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Cachoeira do Juju

 

A vista dali era linda, mas ainda restava descer uma íngreme encosta que também devia ter suas centenas de metros de desnível... e lá embaixo, várias barracas ocupavam o espaço plano ao lado do poço. O Bruno foi descendo na frente, e aproveitou pra ir conversando um pouco com a galera acampada. Alguns casais e uma molecada espalharam lixo e bagunça por todos os cantos. Alem deles, tinha uma turma que não dava pra saber se era muito zen ou era muito loca que meditava/praticava yoga/baixava o santo, sei lá.. .rs As meninas e o Bruno não pensaram duas vezes pra se jogar na agua, eu ainda fiquei enrolando, com a preguiça de encarar a água gelada. Diante daquela “festa estranha com gente esquisita”, nem deu vontade de enrolar muito por ali.

 

Do outro lado do poço, subia a trilha que nos levaria pela crista em direção ao Pico do Chapéu, apertando um pouco o passo, dava tempo suficiente de chegar ao Pico do Chapeu ainda naquele dia. Mas o nosso objetivo naquela travessia estava mais que cumprido, e "terminar" ou "deixar de terminar" depende apenas da analise de cada um. Na minha analise, eu completei a travessia Aiuruoca x Baependi, e o Pico do Chapeu fica como uma desculpa pra voltar ali para a região - e porque não em outra travessia em direção ao Pico do Garrafão...

 

Mochila nas costas, e toca a descer pela trilha que sai a direita da “área de acampamento”, seguindo pela encosta íngreme e perdendo altitude muito suavemente. Só nos últimos cinco minutos é que ela resolve descer a piramba de vez, saindo nos fundos de uma casinha, que estava fechada. Tinha até uma Kombi parada ao lado da casa, mas nem sinal de que havia alguém. Muito menos sinal de celular, então o jeito era encarar a estrada mesmo... Logo no começo havia uma linda picape vermelha e outros dois carros parados, torcemos pra conseguir uma carona pelo menos...

 

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A queda de baixo da Cahoeira do Juju, vista da estrada...

 

No começo da caminhada, tínhamos a linda vista do ale do Piracicaba e a imensa queda da cachoeira do Juju... depois, virando sentido noroeste, voltando pelo Vale da Gamarra, dava pra ver as diversas (e imensas) cachoeiras despencando da encosta oeste da Serra do Papagaio e do seu contraforte, a Serra de Aiuruoca. Mas daí pra frente, ela parece querer atravessar por cima de todos os morrotes do caminho... Embaixo do sol escaldante, lá íamos nós caminhando por um, dois, três...seis km de estrada...A água já tinha acabado, as forças estavam acabando e nada de sinal ou final de estrada... Se eu pensei que tinha cansado pra subir o Papagaio, aquela estrada mudou meus conceitos.

 

Enfim o celular pegou, mas o Marcos nos avisou que tinha que resolver outras obrigações antes e que demoraria até que ele pudesse ir nos buscar. Como estavamos a mais de 1h de carro de Aiuruoca, o Bruno entao combinou com ele para nos buscar no bairro do Piracicaba, indicado no GPS - que ficava a mais 4km dali... A picape vermelha passou por nos, na caçamba iam três pessoas e um isopor, mas quando o Bruno pediu carona ou que pelo menos ele levasse um de nós e as mochilas, uma das passageiras na caçamba deixou bem claro que não queria nossa companhia, dizendo que não tinha espaço pra mais nada ou ninguém... não sei se o cara era de alguma pousada e levava turistas , ou se eram todos turistas, mas acho que todos praguejaram em silencio pra que o pneu dele furasse só por causa do jeito ignorante que a moça nos tratou rs

 

Continuamos a caminhada uns cinco minutos depois; encontramos água num riozinho próximo a uma casa, onde o morador nos disse que, tirando o próximo morro, era quase tudo descida. A Diana resolveu ir devagar me acompanhando, enquanto o Bruno e a Carla novamente dispararam na frente, pra não perder o embalo. O que o moço da casa não nos contou é que o “próximo morro” na verdade era uma baita descida para um vale e lá de cima, víamos o Bruno e a Carla já começando a subir pela estrada na outra encosta, que era maior que a que estávamos descendo... O dia chegava ao fim, com o sol se escondendo atrás das serras, enquanto a merda da estrada parecia que continuava por toda eternidade. A companhia da Diana e o bate-papo ajudava o tempo a passar mais depressa, mas se eu já estava acabada, a Diss tambem tava só o pó...rs Chegamos na vila de Piracicaba já no escuro, reencontrando o Bruno e a Carla, que já nos esperavam com uma breja gelada nas mãos.

 

Levou cerca de meia hora até o Marcos chegar para o resgate e acho que nunca a gente ficou tao feliz em ver uma Kombi hehehe. Isso sem falar que o Marcos é um cara hilário, entao veio conversando e nos entretendo com diversas piadas - ou pelo menos entretendo o Bruno, porque eu "morri" pouco antes de terminar os 26km de uma estrada de terra punk até Baependi...

 

[t3]♫ I´m a crazy, but you like it , LOCA LOCA LOCA... ♪[/t3]

 

Chegamos em Aiuruoca por volta das 20h30. O resgate ficou em R$ 60,00 por pessoa, o que achamos justíssimo, já que o Marcos foi nos buscar num lugar que nem ele conhecia direito e a estrada realmente tava complicada. Do jeito que estávamos, livres apenas das botas, estacionamos o carro junto da lotada praça da matriz e fomos para a unica pizzaria da cidade, a Dona Azeitona, causando alguns olhares tortos com a entrada dos "quatro do pântano" rs. Bebemoramos a trip com algumas brejas e devoramos uma deliciosa pizza, rindo das palhaçadas do Bruno e das diversas situações da trip enquanto a Carla aproveitava pra ter noticias da filha e atualizar seu Facebook rs

 

Barriguinhas cheias, voltamos pro carro a fim de seguir pra Cachoeira dos Garcias - e imaginem o quão "do pântano" estava o carro, que ficou fechado com 4 botas, 4 meias imundas e 4 cargueiras suadas kkkk A proximidade com a cidade facilita o acesso, mesmo assim, é um "logo ali" de mineiro, já que são 20km e boa parte, em estrada de terra. Montamos acampamento numa clareira ao lado do rio, na parte alta da cachoeira, que estava vazio - e que pra felicidade completa minha e a da Diana, era PLAAANO!!! rs

 

Dormimos feito pedras, nao faço nem ideia de que horas acordamos, mas os tres dias de orvalhada tinham deixado muitas de nossas coisas molhadas, então literalmente armamos A favela, pendurando as coisas para secar nos galhos das arvores ao nosso redor enquanto tomavamos nosso café da manha. Arrumamos tudo de volta nas mochilas e fomos curtir um pouco a cachoeira "mais famosa" de Aiuruoca...

 

20110430021748.JPG

 

Toda vez que estavamos caminhando, o sol rachava nossa cuca...era só parar e precisar do sol que S. Pedro dava uma de sacana e o escondia atras de uma nuvem - e ooobvio que ali nao ia ser diferente. A unica corajosa para entrar na agua gelada foi a Diana. Ficamos ainda ali por um tempinho esperando pra ver um pessoal que pretendia descer de rapel os 30 metros da queda principal da cachoeira, mas parecia que eles nao iam descer nunca - ou nao queriam mesmo plateia. Subimos de novo a encosta, tomamos um banho no rio e até sairmos de lá, já era mais de meio-dia. Voltamos até a cidade para almoçar antes de encarar a estrada, com alguns pontos de congestionamento até São José, onde nos despedimos do Brunão e da Carla.

 

Só que a aventura nao acabava ainda para mim e pra Diss.. mesmo chegando em Sanja as 18h30, passagem mesmo só para as 21h50, o que complicaria bastante a vida da Diss, princípalmente se tivesse transito - ela mora em Sao Bernardo... Pra nossa total , completa e irrestrita sorte, meus pais passaram o feriado em Passa Quatro, e na hora em que liguei eles tambem estavam a caminho de casa, tinham acabado de pegar a Rod. Carvalho Pinto, em Taubaté. Um pouco de choramingo e convenci meu pai a fazer o retorno e vir nos buscar em Sao José dos Campos hehehe (depois ele me agradeceu, a Dutra corria livre , enquanto a galera que voltava da praia entupiu a Carvalho Pinto e a Airton Senna)...

 

Bão... breves agradecimentos e uma conclusão:

 

Brunão: meu imenso obrigada por me deixar acompanhar voces nessa trip, por aguentar a minha tartatuguice e por rir da minha cara com meu "xilique" no rio kkk Voce e a Carla sempre são cia mais que agradável pra caminhar e espero ter a chance de te acompanhar em outras trips!

 

Diss, minha Fiona querida! A parceira mais ponta firme que eu poderia ter numa caminhada como essa - e acho que a parceira ideal , porque num ouvi uma reclamaçao sobre ronco kkk Parabéns por sua primeira travessia e por ter completado ela ali, sempre no ritmo do Casal 15 hehehe Mas na proxima, a meia do pantano fica fora da barraca, ok?? rs

 

Fábio e Vivi: obrigada por me dizerem que a travessia era pesada e mesmo assim nunca terem me dito "não faça" ou "voce não aguenta"... Eu sai daqui sabendo muito bem no que estava me metendo e com a obrigação de nao pipocar na missão e nem dar trabalho. E cumpri! rs ( o episodio do "rio da discordia" não conta kkkk)

 

Estou feliz por ter a chance de ter feito essa belíssima travessia, na cia de pessoas tão especiais e queridas. Adoro isso e sei que é uma atividade que nao tem dó nenhuma de gordo - ou melhor, nao tem do nenhuma de gente mole. Sinto orgulho porque "Sofrimento é passageiro; desistir é para sempre", e até hoje eu nunca precisei desistir ou pipocar em uma pernada que me propus a fazer. Mas tambem sei o quanto "ser mole" me limita naquilo que posso me propor a fazer e o quanto poderia curtir a mais e "sofrer" menos rs E a temporada de montanha vem ai... vamos ver o que consigo aprontar até lá hehehe

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Cris,

 

Parabéns pela determinação e coragem !!!

 

Muito legal seu relatão, adorei!!!

Tá muito fantástico!!!

Já tinha lido o relatinho do Bruno (muito bacana tb) e não consigo parar de rir, imaginando a cena dos "4 do pântano" entrando na pizzaria...kkkkkkkkkkkkkkkkkk

abraços!!!

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