Amapá

[Márcia S.]

Oi Pessoal! Venho aqui fazer um relato sobre a minha experiência de turista no Estado do Amapá. Várias questões me motivaram a fazê-lo. Primeiramente, porque não encontrei relatos de viagem sobre o Amapá por aqui e segundo, porque tive dificuldades em encontrar as informações em um só lugar. Precisei ficar garimpando e mesmo assim não encontrei de modo detalhado.  Por fim, porque muitas vezes eu me beneficiei com as informações deste site, e sempre que penso que a minha experiência será útil para outras pessoas, gosto de retribuir.  

A viagem ocorreu entre os dias 17/05/2023 e 24/05/2023. O mês de maio ainda é considerado inverno no Amapá, o que significa que chove bastante. Dependendo do objetivo da sua viagem é importante ficar atento a esse aspecto. 

Na minha avaliação as chuvas não podem ser consideradas um obstáculo desmotivador para a realização dos passeios. Por várias vezes, amanheceu chovendo torrencialmente e, pouco tempo depois, abriu um sol de rachar. Dica: esteja sempre preparado para dar continuidade aos seus planos quando a chuva passar. Outro fato curioso é a questão da previsão do tempo, várias vezes estava chovendo e no aplicativo do celular aparecia que não estava. Dica: não se baseie nas informações da previsão do tempo. Pode acreditar que no Amapá elas não funcionam, pelo menos não funcionaram comigo. 

Não vou relatar como foi minha viagem, porque como fiquei muitos dias não consegui aproveitar os dias como eu gostaria. Acho mais útil falar sobre os lugares que tive a oportunidade de conhecer e a minha impressão de cada local. 

SECRETARIA DE TURISMO: quando fomos não encontramos um centro de atendimento ao turista. O equipamento público que encontramos e que mais se aproximava da sua função foi a Secretaria de Turismo. Lá conseguimos pegar alguns folhetos, mas como já estava no final da viagem não fizemos perguntas, só pegamos os informativos para saber se algo mais poderia acrescentar.

FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ: fiquei com a impressão de abandono: sem guia, sem informativos dentro da fortaleza. A atração é gratuita e funciona de segunda a sábado das 8h às 17h. É possível visitar a fortaleza por dentro no tempo de uma hora e fazer a caminhada do lado de fora em meia hora. 

Trapiche Eliezer Levy - estava interditado a mais de um ano. Sem acesso.

Marco Zero do Equador - quando visitamos a parte do museu estava fechada. Tirei apenas fotos no relógio. É um atrativo que se esgota em pouco tempo. É possível combinar com outras atrações no mesmo turno. Atração gratuita.

Museu Sacaca: é um museu aberto que conta um pouco da história do Amapá. A atração funciona de terça a domingo, das 9h às 17h. O local não é grande, dependendo do seu objetivo é um passeio que é possível de ser feito em duas horas. Se você tiver sorte de ter algum funcionário que pilote o barco, você pode ter a experiência simulada de navegação pelo rio Amazonas. Nós infelizmente não tivemos a oportunidade.

Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva: é um local que conta um pouco da história do Amapá. A visita é guiada e tivemos a sorte de sermos acompanhados por uma das funcionárias do local, que explicou de forma paciente e dedicada cada parte do museu. A experiência foi ótima. Destaque para a parte arqueológica do museu. Recomendo. Você consegue fazer a visitação em uma hora aproximadamente, dependendo do seu objetivo. Atração gratuita. Funciona de segunda a sexta das 9h às 18h. 

FLOR DA SAMAÚMA

É um passeio realizado em três etapas. Primeiramente, você precisa contratar um transfer até o local, ou contratar uma empresa que ofereça o transporte e o passeio. Contratamos o passeio diretamente na empresa Flor da Samaúma e entramos em contato via Whatsapp: 96991084814. A própria empresa nos indicou o serviço de translado do sr. Menezes. O passeio custou R$ 120,00 e o translado R$ 100. 

A primeira etapa do passeio consistiu na navegação até o rio Amazonas, onde permanecemos por um tempo para contemplação.

A segunda etapa consistiu na visitação de um local em que foi realizada uma explicação sobre o manuseio do açaí. Depois realizamos uma caminhada de cerca de 800 metros. Todo o percurso foi realizado em uma trilha de palafitas e no final tiramos a foto na árvore Samaúma. Por fim, fizemos a degustação do açaí com farinha, café de açaí e biscoitos de castanha do Brasil. Parte gostosa do passeio.

A terceira etapa, consistiu na visitação a vinícola onde são produzidos os vinhos de açaí e onde realizamos uma degustação. 

 

Recomendo muito esse passeio. Na minha avaliação é o mais organizado para os turistas. Outro detalhe, quando fomos a vinícola não ficava no mesmo local da trilha da Samaúma. O deslocamento precisa ser realizado de carro e já estava incluso no preço do translado. Os passeios ocorrem de terça a domingo, no turno da manhã: 8h30 às 11h30 e no turno da tarde às 15h30 às 18h30. 

ILHA DE SANTANA: esse passeio foi contratado por meio da empresa Cunani Turismo, cujo o dono é o Sandro. Sandro tem um conhecimento muito aprofundado sobre a temática do turismo no Amapá. Fazer o passeio com ele enriqueceu bastante a experiência. O valor do passeio vai depender da quantidade de pessoas, como estávamos em duas, pagamos R$ 400,00. O passeio tem duração média de cinco horas. Ele começou com o Sandro nos buscando no hotel em seguida com deslocamento até o porto de Santana. Em seguida, pegamos um barco construído pelos nativos e nos deslocamos até a ilha. Não me recordo quanto tempo durou o deslocamento, mas posso chutar que foi cerca de 35 minutos. Na ilha realizamos uma caminhada para observação da fauna e principalmente para a observação das Samaúmas. No retorno tem a possibilidade de banho no Rio Amazonas.

Dica: é possível fazer a trilha de chinelos, mas recomendo o uso de papete ou sapatilhas de trilha. Ir de tênis vai deixá-lo impróprio para uso por causa da necessidade de andar na lama. 

VILA CURIAÚ

O local foi um quilombo que refugiou pessoas africanas que foram escravizadas para trabalhar na Fortaleza de São José de Macapá. No local, funcionam vários restaurantes que possibilitam o banho em uma área alagada. O local é muito bonito. Vale a pena ir para almoçar e se refrescar do calor do Amapá. Detalhe: quando fomos não tinha sinal de dados móveis. Verifique antecipadamente como será o retorno. Em breve será inaugurado o Balneário da foto. Quando fomos ainda estava fechado.

CASA DO ARTESÃO: lá é possível encontrar artesanatos locais. Vale a visita.

MERCADO CENTRAL: é possível encontrar várias opções de alimentação.

TOP INTERNACIONAL - Duty Free: Macapá é uma zona franca. Assim, é possível comprar produtos importados mais baratos. Na cidade existem várias lojas identificadas como importadoras. Eu não me dediquei a comparar o preço das mercadorias para saber se vale a pena ou não, contudo deixo aqui mais essa dica.

BIOPARQUE DA AMAZÔNIA: é um local muito bonito, bem cuidado, e que não está abandonado. É um local para toda a família. Tem redário, venda de lanches. ´É possível realizar a observações de animais que foram resgatados de situações de maus tratos, como jacaré, onça, macacos. Não é um zoológico. O local oferece uma trilha de quatro quilometros que é realizada na companhia de uma guarda-parque. A trilha é de nível fácil. Para as pessoas que são acostumadas com turismo na natureza, provavelmente será um passeio sem muitas emoções, mas se você tiver um turno livre na cidade, vale a pena incluir no roteiro. 

PRAIA DA FAZENDINHA: É uma praia do rio Amazonas. O local é bonito e possui vários restaurantes.

OIAPOQUE: É uma cidade que fica na fronteira com a Guiana Francesa. Para atravessar pela ponte, precisa de visto francês que custa 50 euros e precisa ser solicitado no Consulado da França. Não tem em Macapá. Além disso, é necessário o seguro do carro de 160 euros. É possível visitar o lado da Guiana por barco, cerca de 10 minutos de travessia. O barqueiro nos cobrou 100 reais para levar nós dois, e disse que se tivessem mais pessoas ficaria mais barato. Não fizemos a travessia. 

É possível ir atravessar a fronteira brasileira, a pé ou de carro e tirar uma foto na placa da Guiana Francesa.

Em Oiapoque sugiro a visita à fábrica de chocolate Cassiporé. Não visitamos porque ficamos sabendo só depois. 

Dica: para quem quiser ir de carro saindo de Macapá precisa ficar atento com a questão do abastecimento. Os postos de gasolina em Macapá abrem a partir das 6h, e o próximo posto fica em Lagoa Antônio Teixeira a 100km de Macapá. 

CALÇOENE: Em Calçoene localiza-se o Sítio Megalítico Rêgo Grande I. Para visitá-lo é preciso pedir autorização prévia ao Arqueólogo responsável pelo local. A solicitação pode ser feita por whatsapp ou email. 

PRAIA DO GOIABAL: essa foi a maior frustração da viagem. O acesso a praia estava interditado em decorrência das precárias condições da estrada. Sugiro que se informem sobre as condições da estrada antes de se aventurar. Depois pensamos que poderíamos que contratado algum moto taxi para tentar chegar. Fica a dica caso não seja possível chegar de carro e a vontade de conhecer seja grande. 

Macapá é um local que me surpreendeu positivamente pelo potencial para o turismo, comida deliciosa a preço justo, pela facilidade de circulação pela cidade e pela sensação de segurança. Contudo tem muitos pontos negativos, falta muito investimento no turismo, principalmente informações, transporte público precário, faltam ônibus para a população se deslocar (achei um dos maiores absurdos), além de péssimas condições de deslocamento para as cidades mais distantes. Acredito que nos próximos anos deve melhorar bastante. 

Antes de terminar quero deixar uma dica para conhecerem o município de Afuá, considerada a Veneza Amazônica e localizada na Ilha de Marajó. É uma cidade toda construída sobre palafitas, sendo a bicicleta o único meio de transporte. Infelizmente não é possível se programar com antecedência, pois o deslocamento até a ilha depende da maré, o que vai interferir no horário da saída das embarcações. Assim, se tiver tempo livre você pode ir até o ponto de saída dos barcos e verificar o horário de saída. O local fica em frente a Peixaria Amazonas. A lancha rápida faz o deslocamento em aproximadamente duas horas.

Espero que gostem do relato e que possa contribuir positivamente para futuras viagens. 

 

Editado Maio 30, 2023 por Márcia S.
Inclusão de informações

[pmichelazzo]

@Márcia S.

Parabéns pelo relato e muito obrigado. Este é um dos dois estados do Brasil que ainda não conheço (o outro é o Acre, mas como dizem que o Acre não existe...) e que tenho vontade de ir. Seu post certamente contribuirá na minha viagem quando a fizer.

👍

 

[StanlleySantos]

Ótimo relato, conseguiu fazer uma boa limonada com o fato de serem poucas as infos sobre o turismo no estado. Na oportunidade futura de pisar lá (nem que seja para completar a meta de pisar em cada estado brasileiro antes de morrer ) já terei uma base. 

 

[D FABIANO]

@Márcia S.Único estado do Brasil que não conheço e estou vendo foto agora. Há relato sobre Tumucumaque,mas sobre Macapá não. Quem sabe,as deficiências turísticas do estado vão mais além da falta de vôos ao Sudeste,mas devem passar pelos políticos locais. 

[D FABIANO]

@pmichelazzoFui ao Acre 1 vez como passagem ao Peru.Lá tem muito pouco a apresentar, até a casa de Chico Mendes, que é museu, estava fechada.Faz bem em não ir na minha opinião, só não arrependo porque a estrada a Puerto Maldonado e linda,e na época(2015)estava novinha. No Amapá, a estrada para a Guiana atrairia. Mas tem o tal do visto! 

[Márcia S.]

Fico feliz em poder contribui, principalmente por ter me beneficiado por inúmeras vezes e agora ter a oportunidade de retribuir. @StanlleySantos pisar em todos os Estados Brasileiros também é um objetivo, no momento sem data para ser concretizado. @D FABIANO certamente não existe vontade política, escutei isso de várias pessoas que conversei por lá.