Membros Este é um post popular. FelipeMendes Postado Abril 24, 2023 Membros Este é um post popular. Postado Abril 24, 2023 (editado) Salve, pessoal. Segue um relato sobre uma viagem de 12 dias (sem contar os dos voos) entre Cidade do Panamá (stopover da Copa por 2 dias) e Cuba - passamos por Havana (3 dias e meio), Trinidad (2 dias inteiros) e Varadero (4 dias - seriam três, mas decidimos ficar mais um). Não farei um relato cronológico, mas apontarei alguns tópicos que acredito que possam ser úteis. Quem tiver dúvidas e achar que eu poderei ajudar, só entrar em contato por aqui. Um ponto importante: apesar de ter comprado as passagens com antecedência considerável, uma questão familiar fez com que praticamente desistíssemos da viagem poucos dias após a compra. Só voltamos a pensar na viagem a cerca de três semanas do embarque, então, boa parte das coisas foi programada com pouca antecedência. É um tipo de viagem em que é recomendável se organizar e se programar mais, mas foi o que deu. Vai pra Cuba! Quando as pessoas me perguntam sobre a viagem, respondo sempre da mesma forma: se você tem vontade e a oportunidade de ir, vá. É uma experiência de vida única. Você vai conhecer um lugar completamente diferente de todos que já conheceu. A simples experiência de caminhar por ruas que não são tomadas por lojas e anúncios já torna a viagem algo muito particular. Você também vai conhecer as melhores pessoas do mundo. Os cubanos são gentis, divertidos, atenciosos, extremamente cultos, orgulhosos de tudo que aquela ilha consegue fazer mesmo vivendo sob um embargo sufocante. Porém, o mesmo embargo torna a viagem sujeita a "perrengues" que você provavelmente não vai passar em outros lugares para onde brasileiros costumam viajar. Vou contar alguns deles no texto. Se você não tem vontade, curiosidade ou disposição para encarar essas dificuldades, provavelmente vai achar a viagem ruim. E aí só lamento. Quem não estiver disposto a encarar alguns pequenos apertos vai perder a chance de conhecer um lugar maravilhoso. Fachada de hospital em Havana com um recado importante de um grande médico Passagens Ir a Cuba sempre foi um desejo, meu e de minha companheira. Além disso, fomos "mandados" tantas vezes para lá, por parentes, conhecidos e desconhecidos, que sentíamos que tínhamos uma obrigação a cumprir. Era algo que estava no radar, mas não era a prioridade neste momento. Entretanto, apareceram passagens com preços bem abaixo do que tinha visto nos últimos anos. Pagamos em torno de R$ 2.600 por pessoa, na Copa. Como tinha curiosidade sobre o canal do Panamá desde criança, e o stopover era praticamente grátis, incluímos dois dias no Panamá na ida. A compra foi feita pelo site da Copa, sem cobrança de IOF. Saímos do Rio na madrugada de de 31 de março para 1º de Abril. São cerca de 7 horas de viagem Rio-Panamá; pouco mais de 2 horas Panamá-Havana. Na volta, fizemos os dois voos em sequência. Hospedagens Parece ponto pacífico que a melhor forma de se hospedar em Cuba, ao menos fora das cidades litorâneas muito turísticas, é nas casas de famílias cubanas. É algo comum, extremamente seguro (regulado pelo governo), prático (é possível reservar via AirBnb ou pelas outras ferramentas de reserva que conhecemos) e ajuda a ter melhor entendimento sobre a sociedade cubana, já que você tem a oportunidade de conviver e conversar com pessoas comuns, conhecendo uma fração de seu dia a dia. Ficamos em três casas de família (duas em Havana e uma em Trinidad) e só temos boas coisas a dizer sobre todas. Os preços são muito acessíveis (coisa de 10 dólares por noite, sem café da manhã). Nos hospedamos primeiro no bairro de Vedado, em Havana, onde ficam pontos como o Hotel Nacional e a Praça da Revolução. Em Vedado, ficamos na casa do Nestor. É um casarão, com pé direito altíssimo. Ficamos em uma suíte ampla, com uma cama de casal e duas camas de solteiro. Em Trinidad, na casa de Nancy e Jacinto. Fica bem no centro histórico, é uma casa de dois andares, além de um terraço muito bacana. Os quartos de hóspedes ficam no segundo andar. Em Havana Velha, ficamos na casa da Magda e do Ignacio. É um apartamento com sala, quarto, banheiro e uma pequena cozinha equipada. O casal mora no apartamento ao lado, porta com porta. Em todos os casos, todas as pessoas das famílias fizeram de tudo para que nos sentíssemos em casa. Conseguiram. Além disso, nos hospedamos no Hotel Residencial Mexico, na Cidade do Panamá (um hotel simples, sem luxo ou café da manhã, mas bem localizado, perto do metrô (que agora chega ao aeroporto). Pagamos 30 dólares (em dinheiro na recepção), tendo feito a reserva pelo Hoteis.com. Em Varadero, decidimos ficar num hotel com tudo incluído. Escolhemos o Occidental Arenas Blancas, que estava por cerca de 110 dólares por noite. Reservamos pelo site oficial do hotel e pagamos em cartão de crédito na chegada. Câmbio Importante: desde 2021, Cuba deixou de ter duas moedas oficiais. Antes haviam os pesos cubanos e os CUC (pesos cubanos conversíveis, usados para turismo). Agora, só os pesos cubanos. O câmbio oficial é extremamente desvantajoso, e ao mesmo tempo é muito fácil trocar dinheiro em restaurantes ou nas casas de hospedagem. Foi o que fizemos. Ainda do Brasil, combinei com o Nestor, da primeira casa onde ficamos, e ele entrou em contato com um amigo dele para fazermos a troca. Embora muita gente diga que o euro é mais vantajoso que o dólar devido a questões ligadas ao embargo, para nós não foi o caso. O cara ofereceu 175 pesos por 1 euro ou 170 pesos por 1 dólar. Na ponta do lápis, valia mais a pena o dólar, considerando as cotações vigentes no Brasil na época. Por lá, vimos pessoas oferecerem câmbio por todo lado, em pequenas lojas, nas ruas etc. Toda vez que vimos, estava próximo disso. Algumas vezes 180 por 1 euro, ou 165 por 1 dólar, mas com pouca oscilação. Nos últimos dias, mais de uma pessoa falou que o peso cubano estava desvalorizando, mas não fez diferença. O dinheiro que trocamos deu certinho até o último dia. Em algumas regiões de Havana e na parte turística de Trinidad, dólares e euros circulam livremente. Há vários lugares com preços em dólar e/ou euro, por exemplo. Nem tentei trocar reais, pois todos os relatos que li disseram que não havia essa possibilidade. Não sei dizer se dá se virar bem com cartão de crédito. Eles são aceitos em alguns lugares, mas não em todos. No Panamá, a moeda corrente é o dólar (embora exista uma moeda oficial, chamada Balboa, ela não tem cédulas - apenas moedas - e o valor é exatamente igual ao do dólar). Documentos O visto para turistas brasileiros em Cuba (exceto quando estão indo dos Estados Unidos, aí é diferente e não sei explicar) é um documento simples em papel, vendido nos guichês de check in das companhias aéreas. Compramos no balcão da Copa no Galeão, no Rio, sem complicações (mesmo com o stopover que faríamos no Panamá no começo da viagem). Vende também no balcão na cidade do Panamá, caso no Rio esteja esgotado. É possível comprar com antecedência também nos consulados cubanos no Brasil. Custa 20 dólares, pagamos em cartão, sem IOF (a maquininha estava no Brasil). Também é obrigatório preencher um formulário online com informações aduaneiras, chamado DViajeros. Nada de mais, mas é algo chatinho, com várias informações. É possível preencher a partir de três dias antes da entrada em Cuba. Ao final, ele gera um QR Code, que pode ser apresentado impresso (recomendável) ou na tela do celular na chegada ao país. O site para preencher o formulário é este. Outra coisa obrigatória é o comprovante de vacinação contra febre amarela. Eles cobram mesmo, tanto no embarque quanto na chegada a Cuba. Levamos comprovante de vacinação contra Covid impresso, mas não foi exigido. No Panamá não é exigido visto de Brasileiros. Comunicação em Cuba Muita coisa tem mudado em Cuba, e comunicação é uma delas. Hoje em dia boa parte dos cubanos tem telefones celulares com acesso à internet, e há um chip disponível para turistas, que custa cerca de US$ 35 e deve ser comprado pela internet, com cartão de crédito. Eu não sabia disso, achei que dava para comprar na chegada e quase fiquei sem. Por sorte a moça da loja da Etecsa (estatal cubana de comunicação) foi solícita e me ofereceu a internet dela para fazer a compra. O site para comprar é este aqui. Depois de fazer a compra, você vai receber um código por e-mail, e deve apresentá-lo em uma das lojas da Etecsa para retirar o chip. Tem no aeroporto de Havana (onde retiramos o nosso) e em vários pontos das principais cidades. Pode acontecer de não ter em uma loja, e então ser preciso ir atrás de outra. Mas atenção: não compre de pessoas na rua. Uns amigos que estavam conosco compraram de um cara na porta de uma loja da Etecsa em Havana, onde o chip supostamente estava em falta. Era algum tipo de golpe, no dia seguinte o chip deixou de funcionar. A conexão é um pouco lenta, mas quebra muito bem o galho, e considero um investimento essencial, já que você passa a ter acesso ao Google Maps e a diversos tipos de sites e aplicativos que são muito úteis quando está no exterior. Além disso, você fica com um número de telefone cubano para os dias de viagem, podendo fazer e receber chamadas normalmente. Em tempo: estávamos em duas pessoas e compramos um só chip. Usávamos o recurso do celular de rotear a internet, e do outro telefone acessávamos normalmente, conectando via wi-fi do próprio aparelho. Jamais tivemos problemas, e a cota de internet foi suficiente (acho que são 6 giga no total). Alguns sites e aplicativos, por conta do embargo, não funcionam. De cabeça, lembro do Mercado Livre (!), mas há outros. Porém, Google, Instagram, Facebook, Tripadvisor, enfim, a maior parte das coisas funciona normalmente. Deslocamentos Li muitos relatos positivos sobre a Vía Azul, a companhia de ônibus estatal cubana que oferece passagens pela internet. Entretanto, o serviço parece ter mudado um pouco, e as viagens têm demorado mais. O trecho entre Havana e Trinidad, por exemplo, tem demorado cerca de 7 horas, devido a várias paradas no meio do caminho. Por isso decidimos fazer os trajetos de táxi compartilhado, que são um pouco mais caros, mas bem mais rápidos. Ainda no Brasil, entrei em contato com taxistas cubanos (procure por "taxi cuba" no Google - encontrei vários em um grupo deles no Facebook e falei por Whatsapp) e fiz uma pesquisa de preços. Em média, uma viagem de 4 horas (entre Havana e Trinidad ou entre Trinidad e Varadero, por exemplo) fica entre 30 e 35 dólares por pessoa. A viagem entre Varadero e Havana, de cerca de 2 horas, em média 20 dólares. Do aeroporto de Havana até a cidade, o preço é meio tabelado. Se chorar muito você talvez consiga por 20 dólares. Chegamos a combinar a viagem de retorno nesse valor, mas o cara que nos levaria ficou sem combustível (falo mais sobre isso pra frente no texto) e nos indicou um amigo dele para fazer o trajeto, e esse amigo cobrou 25, mesmo preço que pagamos na chegada (várias pessoas te abordam na saída do terminal). Dentro das cidades cubanas, só andamos a pé. Como nos hospedamos em dois pontos diferentes de Havana (Vedado e Habana Vieja), conseguimos visitar as coisas que gostaríamos sem precisar pegar táxi ou ônibus. Em Trinidad, a parte histórica é bem pequena. Só pegamos um táxi para ir à praia Ancon e voltar de lá. No Panamá usamos muito Uber. Dentro da cidade as viagens são bem baratas, não lembro de nenhuma que tenha custado mais de 5 dólares, mesmo para o centro de visitantes do Canal, que fica bem longe. Do aeroporto para a cidade foi bem caro, uns 17 dólares. Porém, não sabíamos: o metrô já chega ao aeroporto. É um sistema rápido, seguro e eficiente. Quem vai ficar perto de estações de metrô (acho que é o caso da maioria das pessoas) e não estiver com muita bagagem pode usar essa alternativa. É preciso fazer uma ou duas baldeações, dependendo do local para onde você vai, mas é muito tranquilo e barato - acho que não chega a 1 dólar do aeroporto para a cidade. E ainda é possível fazer o pagamento com cartão por aproximação direto na catraca. Preços Por conta do embargo, que causa escassez de alguns produtos, muitas coisas em Cuba são mais caras do que a gente está acostumado a pagar, mas a maioria das coisas é relativamente barata (seria muito barato se o real não tivesse se desvalorizado tanto nos últimos anos). É possível comer bem com algo próximo de 500-600 pesos (3 a 4 dólares); comer muito bem por uns 900 a 1000 (menos de 6 dólares). Uma lata de cerveja na rua fica entre 120 e 200 pesos (mais ou menos 1 dólar). Uma garrafa de 1,5 litro de água entre 150 e 200. Em Trinidad, que é pequena e extremamente turística, achei as coisas mais caras que em Havana, de maneira geral. E há locais consideravelmente mais caros (um drink na Floridita não sai por menos de 700 - para comparação, um mojito delicioso em um restaurante estatal na Plaza Vieja de Havana custa 130). Em Varadero não sei nada, não saímos da praia do hotel, onde tínhamos tudo incluído. No Panamá as coisas são mais caras, mas, para quem está acostumado com os preços de São Paulo e Rio (nosso caso), não assusta tanto. Comemos muito bem no restaurante do mercado de peixes da cidade, por exemplo, pagando cerca de 10 dólares, incluindo prato, entrada e bebida. Encontramos no Tripadvisor um restaurante chamado El Trapiche que se oferecia como de comida panamenha. Tem bastante opção, você vê que é um lance um pouco turístico, mas é muito bom, estivemos lá duas vezes. Ele tem mais de uma unidade pela cidade. A cidade do Panamá é bastante americanizada, não tem tantas opções de restaurantes tradicionais por lá. Apertos devido à escassez de produtos Quando você vai a Cuba, sabe que vai estar mais vulnerável a apertos que não são tão comuns em outras viagens. Neste momento pós pandemia, o país vive uma crise econômica muito importante, várias pessoas disseram que é a pior desde o fim da União Soviética, nos anos 1990. E o embargo é cada vez mais sufocante. Com isso, em alguns momentos você vai lidar com essa dificuldade. Antes de embarcarmos, li alguns relatos sobre falta de papel higiênico e dificuldade de acesso a sabonetes. Decidimos levar alguma coisa desses itens. Em alguns restaurantes, por exemplo, não havia papel, então foi útil. Sabonetes que levamos não precisamos usar. O momento mais complicado da viagem foi no dia que iríamos de Trinidad a Varadero. Como é uma rota muito comum, feita por muitos visitantes, sempre há táxis compartilhados saindo de uma cidade e indo para a outra. No dia combinado para nossa viagem, o motorista mandou uma mensagem às 8h15 (tínhamos combinado às 8h) dizendo "já busco vocês". Porém, a hora foi passando e nada. Liguei para ele e ele disse algo como "amigo, o táxi que vai te levar está sem combustível. Mas já estamos resolvendo". Depois de mais algum tempo, desistimos de esperar e saímos pela rua em busca de outro táxi. Para tentar resumir a história: um rapaz nos abordou, disse que era agente e tentou contato com outros taxistas. Nenhum deles conseguiria ir de Trinidad a Varadero naquele dia, devido à falta de combustíveis, que era generalizada na cidade (e, descobrimos depois, em todo o país). Fomos andando com ele até um ponto da cidade onde se concentram motoristas e agentes de viagens e estava uma confusão. Nos aproximamos de um casal que faria a mesma viagem e combinamos que estávamos juntos com eles. Saímos de lá com "promessas" de uns quatro caras de que "daqui 15 minutos" chegaria um carro para levar a nós quatro. De fato chegou, mas depois de meia hora. Era um carro antigo, daqueles clássicos "rabo de peixe" que circulam em Cuba. Ficamos com receio de não chegar, mas a viagem foi tranquila, dentro do tempo esperado. Passamos por outras situações, bem menos incômodas, mas que mostram como as coisas funcionam por lá. Um dia fomos a um restaurante em Havana e pedi peixe. A atendente disse que não tinha nada de frutos do mar. Então comi um frango. Um ou dois dias depois voltamos ao mesmo restaurante, e então pedi aquele mesmo prato de frango, que estava muito bom. Só que... naquele dia não tinha frango - mas tinha todos os frutos do mar. Em outro momento, na véspera de irmos embora, tivemos de caminhar por cerca de meia hora para conseguir encontrar água mineral à venda. Isso, infelizmente, tem sido recorrente. E provavelmente seguirá sendo enquanto não derrubarem esse embargo esdrúxulo. Segurança (e pequenos "golpes") Os relatos que lemos sobre segurança em Cuba se confirmaram. É muito comum receber abordagens de cubanos nas ruas oferecendo serviços e produtos, mas as abordagens quase sempre são tranquilas e eles te deixam de lado se você diz que não quer. Só um cara em Havana que foi meio mala, ficou pegando no nosso pé, e tive que ser mais incisivo para pedir para ele nos deixar em paz (isso depois de uns 10 minutos andando com a gente e puxando assunto de maneira meio inconveniente). Muitas partes das cidades são extremamente escuras, quase breu. Mesmo nesses locais, todo mundo relatou - e não tivemos experiências ruins - que é seguro andar. O maior perigo é você pisar em um buraco no asfalto e cair. O que nos deixou um pouco decepcionados foram alguns pequenos golpes que tentaram (e eventualmente conseguiram) nos aplicar em Trinidad, um destino bastante turístico. O primeiro deles foi na Praia Ancon, onde sentamos em cadeiras de um restaurante. Um rapaz veio falar conosco, como se fosse trabalhador do restaurante, e nos ofereceu bebidas. Pedimos um coco e uma cerveja. Quando as bebidas vieram, ele disse que o coco deveria ser pago com antecedência, e nos cobrou consideravelmente mais do que estava dito no cardápio. Só então ele disse que não trabalhava no restaurante, e sim numa barraca próxima. Como já tínhamos bebido, preferimos pagar, mas deu raiva. Outro caso aconteceu em um local chamado Factoría Santa Ana, que é uma cervejaria que tem um restaurante. Fomos lá em um dia conhecer, estava bem recomendado no TripAdvisor. Nesse primeiro dia só bebemos, já tínhamos comido antes, mas vimos o cardápio em um quadro negro com bons preços e boas opções. Decidimos voltar no dia seguinte e pedimos alguns pratos que vimos no cardápio, mas sentamos longe do tal quadro com o cardápio. Na hora de pagar, fomos surpreendidos com um preço que não condizia. E, detalhe, a conta tinha a lista do que comemos e bebemos, mas sem discriminar os preços de cada item. Pedi, então, que a atendente descrevesse o preço de cada coisa. Ela foi com a conta e voltou com um preço já 200 pesos menos caro que o original que ela tinha nos apresentado. Ainda estava acima do que imaginávamos que pagaríamos, então reparei que um prato foi cobrado coisa de 600 pesos, mas no cardápio dizia 250. Era um espaguete com vegetais e cogumelos. "No cardápio diz só espaguete com cogumelos, sem vegetais", argumentou a moça. Eu perguntei se o simples acréscimo de vegetais mais que dobrava o preço. Ela ficou sem alternativa e então me devolveu mais uns 300 pesos. Se eu tivesse insistido mais, certamente teria recebido mais dinheiro de volta, mas não quis me estressar. Enfim, a Factoría Santa Ana tem ótimas cervejas, boa comida, mas, se for, fique atento aos preços. E teve ainda um terceiro caso, em uma cervejaria chamada Casa de la Cerveza, que funciona em um local parecido com ruínas. É um lugar muito frequentado por cubanos, e eles claramente cobram o preço de acordo com a cara da pessoa. Se tem cara de estrangeiro, vai pagar mais caro. Isso parece ser uma prática relativamente comum (e compreensível) em Cuba, mas nesse lugar eles apelam bastante, coisa de cobrar umas 5 vezes mais, pelo menos. Enfim, nada que vá tirar o sono de alguém, mas ficam os alertas. Como diz um famosíssimo comentarista e palestrante brasileiro, em Cuba "apenas" três coisas funcionam: saúde, segurança e educação. Não perca a oportunidade de ver isso de perto. Editado Maio 7, 2023 por FelipeMendes 5 Citar
Membros D FABIANO Postado Abril 24, 2023 Membros Postado Abril 24, 2023 Duas perguntas de quem foi para Cuba em 2019 e adorou:Naquela época não funcionava esse monte de site lá e para ter acesso a net tinha que ser próximo a uma loja da ETECSA por ter sinal,pois o Wifi era praticamente inexistente Comprava-se cartões por 1 euro o acesso de 1h. Pelo que diz, o preço desse cartão mudou ou há outros acessos? Os cubanos tinham outro tipo,mas era muito caro,segundo eles. Viazul renovou os ônibus? Quando fui disseram que ia renovar após terminarem um investimento nos portos do país, para loucura da velha direita brasileira? Citar
Membros FelipeMendes Postado Abril 25, 2023 Autor Membros Postado Abril 25, 2023 20 horas atrás, D FABIANO disse: Duas perguntas de quem foi para Cuba em 2019 e adorou:Naquela época não funcionava esse monte de site lá e para ter acesso a net tinha que ser próximo a uma loja da ETECSA por ter sinal,pois o Wifi era praticamente inexistente Comprava-se cartões por 1 euro o acesso de 1h. Pelo que diz, o preço desse cartão mudou ou há outros acessos? Os cubanos tinham outro tipo,mas era muito caro,segundo eles. Viazul renovou os ônibus? Quando fui disseram que ia renovar após terminarem um investimento nos portos do país, para loucura da velha direita brasileira? Então, há outras formas de acesso. Esse chip para os turistas funciona bem por praticamente todo o país, é uma rede 4G normal (mais lenta que as redes das maiores cidades brasileiras, mas funciona). Sei que ainda existem os cartões, e aparentemente aumentaram os pontos onde é possível usar. Por exemplo, tenho quase absoluta certeza de que se você tem o cartão e está em uma casa que tem Wi-Fi, pode acessar a rede dali usando seu cartão. Não sei falar sobre os preços, também, pois não usei. Acho que pra quem vai ficar vários dias, o chip compensa muito, até por não te deixar presos. E, pelo que vi, a maioria dos cubanos tem acesso à internet hoje em dia. Na prática, todos os que atendem turistas têm, mas por todo lado você vê o pessoal usando celular, quase igual ao que acontece em uma cidade brasileira. Sobre a Vía Azul, esta foi a primeira vez que fui, então não tenho base de comparação anterior. Os ônibus que vi me pareceram decentes, bem cuidados, mas não andei neles, só vi de fora. Abs! 1 Citar
Membros mochileiraencardida Postado Abril 28, 2023 Membros Postado Abril 28, 2023 Maravilha! Me ajudou muito! Vou a Cuba na próxima quarta-feira, e também vou fazer stopover no Panamá, porém na volta. Essa informação sobre o metrô foi um alívio. Dá pra comprar o ticket em dólar? Quanto ao chip em Cuba, ainda estou na dúvida, pois não sou muito "interneteira", escolhi Cuba justamente pensando num "detox digital". Vou precisar de internet para usar o maps, falar com o pessoal do Airbnb e comprar na Viazul. Segundo alguns usuários aqui no mochileiros os aplicativos com operações financeiras funcionam sob VPN, vamos ver. Quanto ao embargo, minha anfitriã em Vinales me pediu pra comprar pra ela um mundo de medicamentos (vitamina C, dipirona, paracetamol, complexo B) Espero que o pessoal no aeroporto SÓ me ache hipocondríaca mesmo 😅 Citar
Membros FelipeMendes Postado Abril 28, 2023 Autor Membros Postado Abril 28, 2023 10 minutos atrás, mochileiraencardida disse: Maravilha! Me ajudou muito! Vou a Cuba na próxima quarta-feira, e também vou fazer stopover no Panamá, porém na volta. Essa informação sobre o metrô foi um alívio. Dá pra comprar o ticket em dólar? Quanto ao chip em Cuba, ainda estou na dúvida, pois não sou muito "interneteira", escolhi Cuba justamente pensando num "detox digital". Vou precisar de internet para usar o maps, falar com o pessoal do Airbnb e comprar na Viazul. Segundo alguns usuários aqui no mochileiros os aplicativos com operações financeiras funcionam sob VPN, vamos ver. Quanto ao embargo, minha anfitriã em Vinales me pediu pra comprar pra ela um mundo de medicamentos (vitamina C, dipirona, paracetamol, complexo B) Espero que o pessoal no aeroporto SÓ me ache hipocondríaca mesmo 😅 Que bom, fico feliz por ter ajudado! Sobre o metrô do Panamá, se você tem cartão de crédito por aproximação, passa direto com ele na catraca, basta estar liberado para uso no exterior. Se não tiver, tem que comprar o tíquete, aí é com dólar mesmo. Tem máquinas e, dependendo da estação, atendentes. O Google maps me foi muito útil em Cuba. E também a disponibilidade de comunicação com o pessoal das casas e dos serviços que usei. Compreendo sua dúvida, mas acho que facilita muito a rotina por lá. Eu consegui usar normalmente o app do Banco do Brasil por lá, inclusive paguei contas e boletos que venciam nos dias que eu tava por lá. Acho que depende do aplicativo, na real. Não tem uma regra. E, sobre os medicamentos, acho que não vai ter problema. Levamos bastante coisa, também, mas se configura uso pessoal (ou seja, se você não tá levando dezenas de medicamentos repetidos), não me parece que seja algo que eles implicam. Boa viagem, aproveite muito! Com certeza vai ser inesquecível! 1 Citar
Membros D FABIANO Postado Abril 28, 2023 Membros Postado Abril 28, 2023 @FelipeMendesMetro está chegando a Tocomen?Que prejuízo para os taxistas que cobram 30 dólares por saída,motivo que fui 1 vez,conheço e não volto mais. Citar
Membros Marcela A Postado Abril 28, 2023 Membros Postado Abril 28, 2023 Felipe, obrigada por compartilhar o relato. Viajo para Cuba no fim de maio e minha anfitriã não me recomendou fazer planos que dependessem de avião pois os voos domésticos não estão operacionais justamente pela escassez de combustível. Por isso, não iremos mais a Cayo Largo e estamos considerando Varadero ou Cayo Santa María, que não estavam no nosso roteiro original, para os três últimos dias da viagem, que gostaríamos de passar na praia. Poderia falar mais sobre sua experiência em Varadero? O que achou da praia? A princípio estava tendendo para Santa María, mas estou sentindo que pela proximidade de Havana talvez seja mais prudente reservar algo em Varadero mesmo. Abs! Citar
Membros FelipeMendes Postado Abril 28, 2023 Autor Membros Postado Abril 28, 2023 4 horas atrás, Marcela A disse: Felipe, obrigada por compartilhar o relato. Viajo para Cuba no fim de maio e minha anfitriã não me recomendou fazer planos que dependessem de avião pois os voos domésticos não estão operacionais justamente pela escassez de combustível. Por isso, não iremos mais a Cayo Largo e estamos considerando Varadero ou Cayo Santa María, que não estavam no nosso roteiro original, para os três últimos dias da viagem, que gostaríamos de passar na praia. Poderia falar mais sobre sua experiência em Varadero? O que achou da praia? A princípio estava tendendo para Santa María, mas estou sentindo que pela proximidade de Havana talvez seja mais prudente reservar algo em Varadero mesmo. Abs! Oi, Marcela! Eu achei a praia de Varadero maravilhosa, é de um azul inacreditável, temperatura da água ótima. Nossos planos eram ficar 3 dias, mas acabamos ficando um a mais pois foi sensacional. Já estive em Cancún e Punta Cana, e a praia de Varadero foi a mais bonita e agradável entre as três. Qualquer dúvida é só falar! Abraços! Citar
Membros bandsmet Postado Novembro 14, 2023 Membros Postado Novembro 14, 2023 Em 24/04/2023 em 16:40, FelipeMendes disse: Salve, pessoal. Segue um relato sobre uma viagem de 12 dias (sem contar os dos voos) entre Cidade do Panamá (stopover da Copa por 2 dias) e Cuba - passamos por Havana (3 dias e meio), Trinidad (2 dias inteiros) e Varadero (4 dias - seriam três, mas decidimos ficar mais um). Não farei um relato cronológico, mas apontarei alguns tópicos que acredito que possam ser úteis. Quem tiver dúvidas e achar que eu poderei ajudar, só entrar em contato por aqui. Um ponto importante: apesar de ter comprado as passagens com antecedência considerável, uma questão familiar fez com que praticamente desistíssemos da viagem poucos dias após a compra. Só voltamos a pensar na viagem a cerca de três semanas do embarque, então, boa parte das coisas foi programada com pouca antecedência. É um tipo de viagem em que é recomendável se organizar e se programar mais, mas foi o que deu. Vai pra Cuba! Quando as pessoas me perguntam sobre a viagem, respondo sempre da mesma forma: se você tem vontade e a oportunidade de ir, vá. É uma experiência de vida única. Você vai conhecer um lugar completamente diferente de todos que já conheceu. A simples experiência de caminhar por ruas que não são tomadas por lojas e anúncios já torna a viagem algo muito particular. Você também vai conhecer as melhores pessoas do mundo. Os cubanos são gentis, divertidos, atenciosos, extremamente cultos, orgulhosos de tudo que aquela ilha consegue fazer mesmo vivendo sob um embargo sufocante. Porém, o mesmo embargo torna a viagem sujeita a "perrengues" que você provavelmente não vai passar em outros lugares para onde brasileiros costumam viajar. Vou contar alguns deles no texto. Se você não tem vontade, curiosidade ou disposição para encarar essas dificuldades, provavelmente vai achar a viagem ruim. E aí só lamento. Quem não estiver disposto a encarar alguns pequenos apertos vai perder a chance de conhecer um lugar maravilhoso. Fachada de hospital em Havana com um recado importante de um grande médico Passagens Ir a Cuba sempre foi um desejo, meu e de minha companheira. Além disso, fomos "mandados" tantas vezes para lá, por parentes, conhecidos e desconhecidos, que sentíamos que tínhamos uma obrigação a cumprir. Era algo que estava no radar, mas não era a prioridade neste momento. Entretanto, apareceram passagens com preços bem abaixo do que tinha visto nos últimos anos. Pagamos em torno de R$ 2.600 por pessoa, na Copa. Como tinha curiosidade sobre o canal do Panamá desde criança, e o stopover era praticamente grátis, incluímos dois dias no Panamá na ida. A compra foi feita pelo site da Copa, sem cobrança de IOF. Saímos do Rio na madrugada de de 31 de março para 1º de Abril. São cerca de 7 horas de viagem Rio-Panamá; pouco mais de 2 horas Panamá-Havana. Na volta, fizemos os dois voos em sequência. Hospedagens Parece ponto pacífico que a melhor forma de se hospedar em Cuba, ao menos fora das cidades litorâneas muito turísticas, é nas casas de famílias cubanas. É algo comum, extremamente seguro (regulado pelo governo), prático (é possível reservar via AirBnb ou pelas outras ferramentas de reserva que conhecemos) e ajuda a ter melhor entendimento sobre a sociedade cubana, já que você tem a oportunidade de conviver e conversar com pessoas comuns, conhecendo uma fração de seu dia a dia. Ficamos em três casas de família (duas em Havana e uma em Trinidad) e só temos boas coisas a dizer sobre todas. Os preços são muito acessíveis (coisa de 10 dólares por noite, sem café da manhã). Nos hospedamos primeiro no bairro de Vedado, em Havana, onde ficam pontos como o Hotel Nacional e a Praça da Revolução. Em Vedado, ficamos na casa do Nestor. É um casarão, com pé direito altíssimo. Ficamos em uma suíte ampla, com uma cama de casal e duas camas de solteiro. Em Trinidad, na casa de Nancy e Jacinto. Fica bem no centro histórico, é uma casa de dois andares, além de um terraço muito bacana. Os quartos de hóspedes ficam no segundo andar. Em Havana Velha, ficamos na casa da Magda e do Ignacio. É um apartamento com sala, quarto, banheiro e uma pequena cozinha equipada. O casal mora no apartamento ao lado, porta com porta. Em todos os casos, todas as pessoas das famílias fizeram de tudo para que nos sentíssemos em casa. Conseguiram. Além disso, nos hospedamos no Hotel Residencial Mexico, na Cidade do Panamá (um hotel simples, sem luxo ou café da manhã, mas bem localizado, perto do metrô (que agora chega ao aeroporto). Pagamos 30 dólares (em dinheiro na recepção), tendo feito a reserva pelo Hoteis.com. Em Varadero, decidimos ficar num hotel com tudo incluído. Escolhemos o Occidental Arenas Blancas, que estava por cerca de 110 dólares por noite. Reservamos pelo site oficial do hotel e pagamos em cartão de crédito na chegada. Câmbio Importante: desde 2021, Cuba deixou de ter duas moedas oficiais. Antes haviam os pesos cubanos e os CUC (pesos cubanos conversíveis, usados para turismo). Agora, só os pesos cubanos. O câmbio oficial é extremamente desvantajoso, e ao mesmo tempo é muito fácil trocar dinheiro em restaurantes ou nas casas de hospedagem. Foi o que fizemos. Ainda do Brasil, combinei com o Nestor, da primeira casa onde ficamos, e ele entrou em contato com um amigo dele para fazermos a troca. Embora muita gente diga que o euro é mais vantajoso que o dólar devido a questões ligadas ao embargo, para nós não foi o caso. O cara ofereceu 175 pesos por 1 euro ou 170 pesos por 1 dólar. Na ponta do lápis, valia mais a pena o dólar, considerando as cotações vigentes no Brasil na época. Por lá, vimos pessoas oferecerem câmbio por todo lado, em pequenas lojas, nas ruas etc. Toda vez que vimos, estava próximo disso. Algumas vezes 180 por 1 euro, ou 165 por 1 dólar, mas com pouca oscilação. Nos últimos dias, mais de uma pessoa falou que o peso cubano estava desvalorizando, mas não fez diferença. O dinheiro que trocamos deu certinho até o último dia. Em algumas regiões de Havana e na parte turística de Trinidad, dólares e euros circulam livremente. Há vários lugares com preços em dólar e/ou euro, por exemplo. Nem tentei trocar reais, pois todos os relatos que li disseram que não havia essa possibilidade. Não sei dizer se dá se virar bem com cartão de crédito. Eles são aceitos em alguns lugares, mas não em todos. No Panamá, a moeda corrente é o dólar (embora exista uma moeda oficial, chamada Balboa, ela não tem cédulas - apenas moedas - e o valor é exatamente igual ao do dólar). Documentos O visto para turistas brasileiros em Cuba (exceto quando estão indo dos Estados Unidos, aí é diferente e não sei explicar) é um documento simples em papel, vendido nos guichês de check in das companhias aéreas. Compramos no balcão da Copa no Galeão, no Rio, sem complicações (mesmo com o stopover que faríamos no Panamá no começo da viagem). Vende também no balcão na cidade do Panamá, caso no Rio esteja esgotado. É possível comprar com antecedência também nos consulados cubanos no Brasil. Custa 20 dólares, pagamos em cartão, sem IOF (a maquininha estava no Brasil). Também é obrigatório preencher um formulário online com informações aduaneiras, chamado DViajeros. Nada de mais, mas é algo chatinho, com várias informações. É possível preencher a partir de três dias antes da entrada em Cuba. Ao final, ele gera um QR Code, que pode ser apresentado impresso (recomendável) ou na tela do celular na chegada ao país. O site para preencher o formulário é este. Outra coisa obrigatória é o comprovante de vacinação contra febre amarela. Eles cobram mesmo, tanto no embarque quanto na chegada a Cuba. Levamos comprovante de vacinação contra Covid impresso, mas não foi exigido. No Panamá não é exigido visto de Brasileiros. Comunicação em Cuba Muita coisa tem mudado em Cuba, e comunicação é uma delas. Hoje em dia boa parte dos cubanos tem telefones celulares com acesso à internet, e há um chip disponível para turistas, que custa cerca de US$ 35 e deve ser comprado pela internet, com cartão de crédito. Eu não sabia disso, achei que dava para comprar na chegada e quase fiquei sem. Por sorte a moça da loja da Etecsa (estatal cubana de comunicação) foi solícita e me ofereceu a internet dela para fazer a compra. O site para comprar é este aqui. Depois de fazer a compra, você vai receber um código por e-mail, e deve apresentá-lo em uma das lojas da Etecsa para retirar o chip. Tem no aeroporto de Havana (onde retiramos o nosso) e em vários pontos das principais cidades. Pode acontecer de não ter em uma loja, e então ser preciso ir atrás de outra. Mas atenção: não compre de pessoas na rua. Uns amigos que estavam conosco compraram de um cara na porta de uma loja da Etecsa em Havana, onde o chip supostamente estava em falta. Era algum tipo de golpe, no dia seguinte o chip deixou de funcionar. A conexão é um pouco lenta, mas quebra muito bem o galho, e considero um investimento essencial, já que você passa a ter acesso ao Google Maps e a diversos tipos de sites e aplicativos que são muito úteis quando está no exterior. Além disso, você fica com um número de telefone cubano para os dias de viagem, podendo fazer e receber chamadas normalmente. Em tempo: estávamos em duas pessoas e compramos um só chip. Usávamos o recurso do celular de rotear a internet, e do outro telefone acessávamos normalmente, conectando via wi-fi do próprio aparelho. Jamais tivemos problemas, e a cota de internet foi suficiente (acho que são 6 giga no total). Alguns sites e aplicativos, por conta do embargo, não funcionam. De cabeça, lembro do Mercado Livre (!), mas há outros. Porém, Google, Instagram, Facebook, Tripadvisor, enfim, a maior parte das coisas funciona normalmente. Deslocamentos Li muitos relatos positivos sobre a Vía Azul, a companhia de ônibus estatal cubana que oferece passagens pela internet. Entretanto, o serviço parece ter mudado um pouco, e as viagens têm demorado mais. O trecho entre Havana e Trinidad, por exemplo, tem demorado cerca de 7 horas, devido a várias paradas no meio do caminho. Por isso decidimos fazer os trajetos de táxi compartilhado, que são um pouco mais caros, mas bem mais rápidos. Ainda no Brasil, entrei em contato com taxistas cubanos (procure por "taxi cuba" no Google - encontrei vários em um grupo deles no Facebook e falei por Whatsapp) e fiz uma pesquisa de preços. Em média, uma viagem de 4 horas (entre Havana e Trinidad ou entre Trinidad e Varadero, por exemplo) fica entre 30 e 35 dólares por pessoa. A viagem entre Varadero e Havana, de cerca de 2 horas, em média 20 dólares. Do aeroporto de Havana até a cidade, o preço é meio tabelado. Se chorar muito você talvez consiga por 20 dólares. Chegamos a combinar a viagem de retorno nesse valor, mas o cara que nos levaria ficou sem combustível (falo mais sobre isso pra frente no texto) e nos indicou um amigo dele para fazer o trajeto, e esse amigo cobrou 25, mesmo preço que pagamos na chegada (várias pessoas te abordam na saída do terminal). Dentro das cidades cubanas, só andamos a pé. Como nos hospedamos em dois pontos diferentes de Havana (Vedado e Habana Vieja), conseguimos visitar as coisas que gostaríamos sem precisar pegar táxi ou ônibus. Em Trinidad, a parte histórica é bem pequena. Só pegamos um táxi para ir à praia Ancon e voltar de lá. No Panamá usamos muito Uber. Dentro da cidade as viagens são bem baratas, não lembro de nenhuma que tenha custado mais de 5 dólares, mesmo para o centro de visitantes do Canal, que fica bem longe. Do aeroporto para a cidade foi bem caro, uns 17 dólares. Porém, não sabíamos: o metrô já chega ao aeroporto. É um sistema rápido, seguro e eficiente. Quem vai ficar perto de estações de metrô (acho que é o caso da maioria das pessoas) e não estiver com muita bagagem pode usar essa alternativa. É preciso fazer uma ou duas baldeações, dependendo do local para onde você vai, mas é muito tranquilo e barato - acho que não chega a 1 dólar do aeroporto para a cidade. E ainda é possível fazer o pagamento com cartão por aproximação direto na catraca. Preços Por conta do embargo, que causa escassez de alguns produtos, muitas coisas em Cuba são mais caras do que a gente está acostumado a pagar, mas a maioria das coisas é relativamente barata (seria muito barato se o real não tivesse se desvalorizado tanto nos últimos anos). É possível comer bem com algo próximo de 500-600 pesos (3 a 4 dólares); comer muito bem por uns 900 a 1000 (menos de 6 dólares). Uma lata de cerveja na rua fica entre 120 e 200 pesos (mais ou menos 1 dólar). Uma garrafa de 1,5 litro de água entre 150 e 200. Em Trinidad, que é pequena e extremamente turística, achei as coisas mais caras que em Havana, de maneira geral. E há locais consideravelmente mais caros (um drink na Floridita não sai por menos de 700 - para comparação, um mojito delicioso em um restaurante estatal na Plaza Vieja de Havana custa 130). Em Varadero não sei nada, não saímos da praia do hotel, onde tínhamos tudo incluído. No Panamá as coisas são mais caras, mas, para quem está acostumado com os preços de São Paulo e Rio (nosso caso), não assusta tanto. Comemos muito bem no restaurante do mercado de peixes da cidade, por exemplo, pagando cerca de 10 dólares, incluindo prato, entrada e bebida. Encontramos no Tripadvisor um restaurante chamado El Trapiche que se oferecia como de comida panamenha. Tem bastante opção, você vê que é um lance um pouco turístico, mas é muito bom, estivemos lá duas vezes. Ele tem mais de uma unidade pela cidade. A cidade do Panamá é bastante americanizada, não tem tantas opções de restaurantes tradicionais por lá. Apertos devido à escassez de produtos Quando você vai a Cuba, sabe que vai estar mais vulnerável a apertos que não são tão comuns em outras viagens. Neste momento pós pandemia, o país vive uma crise econômica muito importante, várias pessoas disseram que é a pior desde o fim da União Soviética, nos anos 1990. E o embargo é cada vez mais sufocante. Com isso, em alguns momentos você vai lidar com essa dificuldade. Antes de embarcarmos, li alguns relatos sobre falta de papel higiênico e dificuldade de acesso a sabonetes. Decidimos levar alguma coisa desses itens. Em alguns restaurantes, por exemplo, não havia papel, então foi útil. Sabonetes que levamos não precisamos usar. O momento mais complicado da viagem foi no dia que iríamos de Trinidad a Varadero. Como é uma rota muito comum, feita por muitos visitantes, sempre há táxis compartilhados saindo de uma cidade e indo para a outra. No dia combinado para nossa viagem, o motorista mandou uma mensagem às 8h15 (tínhamos combinado às 8h) dizendo "já busco vocês". Porém, a hora foi passando e nada. Liguei para ele e ele disse algo como "amigo, o táxi que vai te levar está sem combustível. Mas já estamos resolvendo". Depois de mais algum tempo, desistimos de esperar e saímos pela rua em busca de outro táxi. Para tentar resumir a história: um rapaz nos abordou, disse que era agente e tentou contato com outros taxistas. Nenhum deles conseguiria ir de Trinidad a Varadero naquele dia, devido à falta de combustíveis, que era generalizada na cidade (e, descobrimos depois, em todo o país). Fomos andando com ele até um ponto da cidade onde se concentram motoristas e agentes de viagens e estava uma confusão. Nos aproximamos de um casal que faria a mesma viagem e combinamos que estávamos juntos com eles. Saímos de lá com "promessas" de uns quatro caras de que "daqui 15 minutos" chegaria um carro para levar a nós quatro. De fato chegou, mas depois de meia hora. Era um carro antigo, daqueles clássicos "rabo de peixe" que circulam em Cuba. Ficamos com receio de não chegar, mas a viagem foi tranquila, dentro do tempo esperado. Passamos por outras situações, bem menos incômodas, mas que mostram como as coisas funcionam por lá. Um dia fomos a um restaurante em Havana e pedi peixe. A atendente disse que não tinha nada de frutos do mar. Então comi um frango. Um ou dois dias depois voltamos ao mesmo restaurante, e então pedi aquele mesmo prato de frango, que estava muito bom. Só que... naquele dia não tinha frango - mas tinha todos os frutos do mar. Em outro momento, na véspera de irmos embora, tivemos de caminhar por cerca de meia hora para conseguir encontrar água mineral à venda. Isso, infelizmente, tem sido recorrente. E provavelmente seguirá sendo enquanto não derrubarem esse embargo esdrúxulo. Segurança (e pequenos "golpes") Os relatos que lemos sobre segurança em Cuba se confirmaram. É muito comum receber abordagens de cubanos nas ruas oferecendo serviços e produtos, mas as abordagens quase sempre são tranquilas e eles te deixam de lado se você diz que não quer. Só um cara em Havana que foi meio mala, ficou pegando no nosso pé, e tive que ser mais incisivo para pedir para ele nos deixar em paz (isso depois de uns 10 minutos andando com a gente e puxando assunto de maneira meio inconveniente). Muitas partes das cidades são extremamente escuras, quase breu. Mesmo nesses locais, todo mundo relatou - e não tivemos experiências ruins - que é seguro andar. O maior perigo é você pisar em um buraco no asfalto e cair. O que nos deixou um pouco decepcionados foram alguns pequenos golpes que tentaram (e eventualmente conseguiram) nos aplicar em Trinidad, um destino bastante turístico. O primeiro deles foi na Praia Ancon, onde sentamos em cadeiras de um restaurante. Um rapaz veio falar conosco, como se fosse trabalhador do restaurante, e nos ofereceu bebidas. Pedimos um coco e uma cerveja. Quando as bebidas vieram, ele disse que o coco deveria ser pago com antecedência, e nos cobrou consideravelmente mais do que estava dito no cardápio. Só então ele disse que não trabalhava no restaurante, e sim numa barraca próxima. Como já tínhamos bebido, preferimos pagar, mas deu raiva. Outro caso aconteceu em um local chamado Factoría Santa Ana, que é uma cervejaria que tem um restaurante. Fomos lá em um dia conhecer, estava bem recomendado no TripAdvisor. Nesse primeiro dia só bebemos, já tínhamos comido antes, mas vimos o cardápio em um quadro negro com bons preços e boas opções. Decidimos voltar no dia seguinte e pedimos alguns pratos que vimos no cardápio, mas sentamos longe do tal quadro com o cardápio. Na hora de pagar, fomos surpreendidos com um preço que não condizia. E, detalhe, a conta tinha a lista do que comemos e bebemos, mas sem discriminar os preços de cada item. casinoonlinedinheiroreal.com Pedi, então, que a atendente descrevesse o preço de cada coisa. Ela foi com a conta e voltou com um preço já 200 pesos menos caro que o original que ela tinha nos apresentado. Ainda estava acima do que imaginávamos que pagaríamos, então reparei que um prato foi cobrado coisa de 600 pesos, mas no cardápio dizia 250. Era um espaguete com vegetais e cogumelos. "No cardápio diz só espaguete com cogumelos, sem vegetais", argumentou a moça. Eu perguntei se o simples acréscimo de vegetais mais que dobrava o preço. Ela ficou sem alternativa e então me devolveu mais uns 300 pesos. Se eu tivesse insistido mais, certamente teria recebido mais dinheiro de volta, mas não quis me estressar. Enfim, a Factoría Santa Ana tem ótimas cervejas, boa comida, mas, se for, fique atento aos preços. E teve ainda um terceiro caso, em uma cervejaria chamada Casa de la Cerveza, que funciona em um local parecido com ruínas. É um lugar muito frequentado por cubanos, e eles claramente cobram o preço de acordo com a cara da pessoa. Se tem cara de estrangeiro, vai pagar mais caro. Isso parece ser uma prática relativamente comum (e compreensível) em Cuba, mas nesse lugar eles apelam bastante, coisa de cobrar umas 5 vezes mais, pelo menos. Enfim, nada que vá tirar o sono de alguém, mas ficam os alertas. Como diz um famosíssimo comentarista e palestrante brasileiro, em Cuba "apenas" três coisas funcionam: saúde, segurança e educação. Não perca a oportunidade de ver isso de perto. Obrigado por este texto Citar
Membros RODRIGO FR Postado Janeiro 7 Membros Postado Janeiro 7 Felipe, Que coisa boa ler a sua experiência... estive em cuba em 2018... um espetáculo... vou novamente agora no final de janeiro 2024, mas estou com dificuldades de escolher o seguro saúde internacional... vi que a Assist Card atende .... vc saberia me dizer alguma outra agência que é aceita pelo governo cubano? Muito obrigado. Citar
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