Islândia - 10 dias na Ring Road - Outubro 2022

[isaribeiro]

DIA 4 - Dirigir, dirigir, dirigir... e Stokksnes

 

Acordamos ao clarear (os dias estavam cada vez mais curtos) e fomos ao centro de visitantes pegar um café da manhã, que foi tão simples que não pensei em tirar foto ou guardar valores. Esse dia seria longo, basicamente apenas dirigir. Posso soar repetitiva, mas dirigir na Islândia é uma atração também e mesmo nas quase 7h dirigidas, não sentimos tédio em nenhum momento.

 

Como nosso roteiro mudou e pernoitamos em Skaftafell ao invés de Hofn, acabamos perdendo umas horas de viagem já que era uma diferença de 130km e isso no inverno conta muito, já que amanhece tarde e escurece cedo. Tínhamos planejado algumas paradas para esse dia e pernoitar em Myvatn, mas não deu tempo. Acabamos por visitar só uma atração, a montanha Stokksnes.

 

Um pouco depois de Hofn, na beira da estrada, existe uma entradinha com estrada de cascalho que te leva até a montanha. Depois de dirigir alguns km, você vai chegar em um centro de visitantes/café para comprar o ingresso. Em vários relatos que li, pessoas falaram que não vale a pena ir até lá, que os donos (o lugar é privado e é mantido por uma família) eram mal educados, mas achamos tudo bem acolhedor e os funcionários bastante solícitos. Usamos o banheiro, pegamos nossos ingressos (que possuem um qr code para liberar o seu acesso) e seguimos até a parada principal com o mirante da montanha. Além disso, você pode visitar a vila viking (que não é real, foi feita para o cenário da série The Witcher) e também o farol, na beira do mar, onde você tem uma visão do mar e da montanha. Estávamos sem disposição e morrendo de frio e não visitamos o farol, e nos arrependemos MUITO, foi o maior arrependimento da viagem, então fica a dica para não vacilar!

 

A entrada por pessoa custa em média 10 euros. 

 

 

Conforme dirigimos, a paisagem ia mudando. Vimos menos carros turísticos, passamos por áreas mais industriais, a paisagem parecia mais selvagem e imponente, as montanhas mais altas e o frio aumentava a todo tempo. Foi a primeira vez que pegamos a estrada à noite por algumas horas. Depois de dirigir com todo cuidado, escolhemos a cidade de Egilsstaðir como pernoite, fomos de porta em porta procurando um hotel até que achamos o Hérað Berjaya Iceland Hotels e tivemos a melhor noite de sono!! O hotel era muito, muito bom! Valeu muito a pena!

 

De jantar, fomos em uma pizzaria e cervejaria artesanal chamada Askur, tudo muito gostoso! Os preços estavam na média de 8 euros um pint de cerveja artesanal e as pizzas em torno de 18-20 euros. 

[isaribeiro]

DIA 5 -  Seyðisfjörður, Dettifoss, Godafoss, Hverir e Akureyri. 

 

Depois de uma boa noite de sono em uma cama super confortável, fizemos o checkout e fomos tomar café da manhã dentro da van, que ficou no estacionamento da frente. Estava um frio absurdo, as ruas cheias de poças de água congelada, assim como a base da nossa van. Fizemos um misto e um café instantâneo e fomos em direção à cidade de Seyðisfjörður ver o nosso primeiro fiorde! 

 

Antes de continuar, gostaria de deixar um adendo que até esse ponto do país, em nenhum momento deixamos de ver hospedagens, posto de gasolina e mercadinhos. Ao planejar essa viagem, vi que muitas pessoas falaram que era para encher o tanque toda vez que visse um posto, pois eram raros. Essa informação não procede, podem sim existir trechos com mais ou menos postos, mas você sempre vai passar na frente de um. Só abastecemos quando o tanque estava 1/3 cheio. 

 

A cidadezinha de Seyðisfjörður é a coisa mais linda! É legal entender que essa cidade fica a nível do mar, enquanto Egilsstaðir fica bem mais acima, então a estrada é cheia de curvas e 100% descida para chegar e 100% subida para sair. Verifique a tração das rodas caso forem no inverno, nossa van tinha pneus adaptados e não tivemos problemas. A vista é muito bonita, estrada cheia de cachoeiras e paredões de pedra. Chegamos super cedo na cidade e estava muito frio e quase tudo fechado, o que foi bom por que a famosa igreja com a rua de arco iris estava vazia e ruim pq não deu para fazer mais nada rs, então ficamos pouco tempo e fomos seguir para a região norte do país. 

 

 

Configuramos nossa próxima parada para a cachoeira de Dettifoss e conforme iamos subindo a estrada... encontramos NEVE! Muita neve!! Paramos na beira da estrada várias vezes para brincar, uma sensação indescritível! E quanto mais avançavamos na estrada, mais neve aparecia, uma vista infinita de montanhas nevadas. Pegamos até uma "mini" tempestade de neve e foi super empolgante! haha

 

Encontramos várias pontes em que só passa um carro. 

 

A entrada para a cachoeira fica um pouco escondida, a placa e pequena e com o vento branco de neve quase perdemos o caminho. A estrada é um pouco mal cuidada, não faz parte da rodovia e fica totalmente a mercê do tempo. Consideramos se realmente deveriamos seguir caminho, já que passamos por um carro que ficou atolado na neve, mas fomos bem devagar e conseguimos chegar até o centro de visitantes. A entrada é gratuita e no centro existem banheiros. A neve estava com uma altura acima de 1 metro, cobrindo a passarela. Nos localizamos pelas pegadas e as vezes com o apoio de mão da passarela, que ficou a nivel do chão, mas não era dificil de se localizar. 

 

Dettifoss é uma cachoeira gigantesca e imponente, embora ao redor estivesse com muita neve, ela estava em sua plena força, totalmente descongelada. Foi muito interessante ver uma cachoeira no meio de tanto gelo e neve, sem dúvidas uma experiência inesquecível. 

 

 

Ao mesmo tempo que ver a neve foi super empolgante, tivemos que deixar de lado a visitação de 2 atrações, por causa do frio e da neve, o banho termal em Myvatn Nature Baths e a subida na cratera do vulcão Hverfjall, então seguimos para a próxima atração, o campo geotermico de Myvatn... mais uma atração que foi "estragada" pela neve; Como quase tudo na Islândia, esta área tem origem vulcânica. Hverir é um lugar geotérmico sob a montanha Namafjall que pertence à zona de fissura do vulcão Krafla. A fumaça do gás contém sulfeto de hidrogênio que causa um cheiro característico de ovos podres que torna esse lugar muito divertido de explorar. Dizem que o lugar parece o planeta Marte, mas estava tudo cheio de neve e fumaça branca que não deu para ver quase nada, então ficamos pouco tempo e seguimos caminho. 

 

Chaminé de enxofre

 

Demos de cara com vários carros parados em uma cachoeira chamada Godafoss, então decidimos parar para conhecer. Esse foi o momento em que mais passamos frio, com -16º. A cachoeira é bem bonita, mas acredito que toda essa área nas redondezas do lago Myvatn seja mais bonita no verão ou na primavera, sem toda a neve; 

 

 

Depois de quase ter virado picolés, seguimos caminho até parar na cidade de Akureyri. Tinhamos planos de conhecer o centrinho da cidade e a igreja característica, mas o dia escureceu muito cedo e assim como Seyðisfjörður, estava muito frio e tudo fechado, então passamos na frente dos lugares com o carro, apenas para olhar mesmo, e paramos em uma hamburgueria para jantar. 

Ainda estava cedo e não tinhamos sono, então decidimos adiantar o roteiro e ir dirigindo até a próxima cidade, Varmahlíð. Lá, encontramos o ótimo camping Camping Varmahlíð, que tinha toda a estrutura necessária para nós. Encerramos assim, a parte do extremo norte do país. 

 

 

 

Editado Abril 8, 2023 por isaribeiro

[D FABIANO]

E os outros dias???