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NOA - Noroeste da Argentina em 13 a 15 dias


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4º dia – 06/01/2023

De Hualfin a Antofagasta de la Sierra – 215 km

O café na hosteria municipal de Hualfin era servido só a partir das 8 h e custava 500 pesos, menos de 10 reais. Mas sinceramente não valeu a pena, um café com leite aguado, duas manteiguinhas e 3 pãezinhos redondos, Mas ok, comi e parti. Primeiro fui até o posto comprar gelo e as 9 h sai para a estrada. Se eu tivesse saído 1  h ou 1:30 h mais cedo teria visto uma neve forte no caminho, mas tudo bem pois cheguei a encontrar um pouquinho de neve caindo e neve na beira da estrada.

Saindo de Hualfin toma-se a ruta 40 sentido sul e a uns 6 kms da cidade entra-se na ruta 36 que logo adiante se transforma na ruta 43. A estrada neste trecho passa por paredões de pedra muito lindos. O asfalto dura até a ponte depois da cidadezinha de Vila Vil.  A partir dai são mais ou menos 38 km de estrada de terra bem conservada em que se pode rodar tranquilo. Na cuesta de Randolfo retorna o asfalto um pouco ruim, mas razoável se se tomar as devidas precauções. O asfalto se mantém até Antofagasta de la Sierra,

Depois da cuesta a paisagem ficou maravilhosa, ao longe comecei a avistar montanhas cheias de neve no topo e alguma neve perto da estrada tbm. Tinha que parar e tirar fotos a cada 2 a 5 km. Num certo ponto começou a garoar, mas ai vi que a garoa estava estranha, se dissolvendo no para brisa. Parei imediatamente e tomado de felicidade sai do carro para ver a neve. Ela era muiiiiito fininha e fraca, mas deu para alegrar esse cinquentão aqui que nunca viu neve forte. Um dia quero ver uma bela nevasca. Peguei um pouco de neve recém caída na beira da estrada só para sentir a textura.

A partir dai centenas de fotos nos mais variados ângulos por toda a estrada, cada foto melhor do que a outra. Quando cheguei a pequenina vila de El Peñon já passava do meio dia. Achei por indicações um comedor (restaurante) La Coqueña e lá me ofereceram uma cazuela a 1800 pesos. Prato muito gostoso com carne de lhama, abobora, pimentões, cenoura e queijo derretido por cima. Antes de sair falei com a dona do estabelecimento se ela conhecia um guia para ir ao campo de piedras pomez, ela falou que seu filho que lá estava poderia ir e que ele cobrava menos que os guias locais. O rapaz tinha 18 anos e cobraria 9000 pesos, Eu na verdade já sabia ir ao local pois estive lá a muitos anos atrás, porém como eu estava com um carro que não é 4x4 preferi contratar o “guia” pois se precisasse desatolar o carro sozinho seria complicado.

Seguimos eu e o Rodrigo pela 43 por uns 5 km até a entrada da estradinha que leva até o campo de Piedra Pomez. No caminho até o campo tem dois areiais com uns 50 a 80 m cada. Foi só sentar a bota em segunda, passar algum medinho e sair pro abraço. Não foi tão difícil quanto eu achei.

Aquele lugar é mágico, aquelas rochas brancas de inúmeras formas, pequenas, gigantes. Você vai imaginando rostos, animais, seres mitológicos a cada pedra do caminho. Caminhei dentro por cerca de uma hora pois a altitude estava pegando, um pouco de falta de folego, mas nada exagerado. É um lugar que se você quiser caminhar por 4 horas não vai ser cansar de ver aquelas belezas.

Depois do passeio levei o “guia” para o restaurante da mãe dele e enfrentei os últimos 63 km até Antofagasta de la Sierra. Uma meia dúzia de vulcões pequenos acompanham a estrada e também um grande capa de lava negra retorcida que parece ter alguns quilômetros de diâmetro. Perto de Antofagasta mais uma beleza que é uma laguna aos pés do vulcão Antofagasta com dezenas de lhamas pastando.

Na cidade fui direto na hosteria municipal que é meio antiga mas tem bom atendimento. O preço é que não era mais tão camarada como antigamente 7000 por noite. Fiquei por ali mesmo e junto da hosteria já marquei o tour pelo vulcão galan que vou fazer amanhã. 12.500 pesos por um passeio de quase 10 horas.

Jantei na hosteria mesmo uma milanesa de lhama com salada. A carne estava bem passada demais, ficou seca e dura, mesmo assim gostei.

Refeições:

Café 500

Almoço 1800 + Quilmes 400

Janta 1800 + Quilmes 400

Para o lanche do tour do vulcão = pães e presunto e queijo 1000

Guia para Campo de Piedras Pomez 9000

Hospedagem:

Hospedaria municipal de Antofagasta de la Sierra 7000

 

Editado por Marcelo Manente
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5º dia – 07/01/23

Antofagasta de la Sierra

Tour ao vulcão Galan

Como combinado anteriormente com o guia, Sr. Jorge, após o café as 8  eu estava esperando por ele na frente da hospedaria. Fiquei sabendo no dia anterior que ele consegui mais três garotas para dividir o valor do passeio que se fosse sozinho seria muito caro. Quando ele chegou entrei em sua Toyota SR5 branca e fui me apresentar para as garotas, E qual a minha suspresa ao saber ali que todas as 3 eram deficientes auditivas e por isso falavam com muita dificuldade e uma delas quase não falavam!!! Fiquei meio sem jeito, Quando queria falar com elas eu tinha de me virar para trás e falar bem devagar o meu espanhol fraco misturado com um pouco de português. Foi difícil, mas nos demos bem.

O dia foi muito atípico, tivemos sol, granizo, neve, chuva, mas nem isso estragou o passeio que foi fabuloso e recomendo a todos pelas paisagens apaixonantes que pude ver. As fotos não fazem jus a toda beleza que presenciei. O tour começa por cânions, passa por arte rupestre nas pedras no chão, lagunas de cor diamante, lagunas com milhares de flamingos e formações rochosas as mais diversas e deslumbrantes.

Os picos nevados a redor abrilhantavam mais ainda o passeio. Neve que no verão é meio rara, mas tive sorte de poder ver em diversas montanhas e ao vivo caindo. Não era uma neve forte, mas deu pra curtir um pouco.

O caminho é todo off-road forte, de modo que só viaturas altas, com 4x4 e reduzida conseguiriam passar. Tivemos subidas e descidas de uns 35 graus eu acho. Também passamos por um canion apertado que quase raspava na pick-up e ainda trechos de muita pedra pontiaguda e terreno totalmente ondulado e ruim de modo que tínhamos de passar com 1ª marcha reduzida a 5 por hora. Uma emoção que só indo lá para ver.

Pena que no último trecho do passeio até chegarmos a El Peñon foi sob chuva e muito nublado de modo que as paisagens estavam encobertas. Fiquei imaginando fazer um passeio num dia de sol depois de nevascas no topo das montanhas, deve ser de ficar bobo,

Chegamos a El Peñon e tomamos a ruta 43 que eu já tinha passado no dia anterior e fomos seguindo parando nos mirantes e atrações que eu não conhecia no caminho. O tour terminou as 18:30 h. Valeu cada centavo gasto, recomendo muito.

Custos:

Refeições:

Janta 1800 + 300 refrigerante

Salgadinhos 1000

Guia 12500

Hospedagem 7000

Editado por Marcelo Manente
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Em 05/01/2023 em 22:16, Marcelo Manente disse:

3º dia – 06/01/23

De Termas de rio Hondo a Hualfin via cuesta Clavilla e cuesta la Chilca

Finalmente um dia de viagem que valeu muito a pena.

Tomei o café simples no Termas Hotel Analia, Como relatado é um hotel bem simples, porém muito bem localizado, rua Juan B. Justo 89. Recomendo para pessoas desapegadas. A cama era boa, tinha uma banheira meio improvisada no banheiro. Pena que eu peguei o quarto que dava para a rua. Tinha muito barulho por lá.

Sai uma 8:20 h. Abasteci no posto YPF np preço de 167 pesos. O menor até agora deu R$ 2,73. Abasteci um galão com 15 litros pois não sabia como seria o dia de hoje em relação a postos.

Segui direto para a cidade de Concepcion de Tucuman e lá dei início ao trecho de terra que entrava no parque Aconquija pela cuesta de Clavilla com suas centenas de curvas fechadas. O visual do caminho era como uma serra do mar do Brasil com florestas grandes e rios de pedra com agua transparente. Tem que se ter muita atenção  nesta estrada por causa da quantidade de curvas fechadíssimas. Tem uma placa solicitando que se buzine nas curvas mas fechadas, Apesar da estrada até a entrada da vila Yanca Suma ser de  terra ela esta muito bem conservada inclusive sendo constantemente passada a patrola como pude ver na subida e na descida. A partir de Yanka Suma até a bifurcação que da acesso a San Fernando del Vale de Catamarca são 20 km de asfalto.

Neste trecho sobe-se até uns 1900 m (não prestei a atenção) pelo meio da selva e depois vai baixando até uns  1100 m onde começam os diversos vilarejo sendo Aconquija o maior deles, Esses vilarejos ficam em um vale  majestoso que vai transmutando a sua vegetação de florestas, para árvores baixas, depois para campos e no final quando se desce a cuesta La Chilca a vegetação é desértica com grandes cactos (cardones) e muita terra exposta, é uma aula de geografia e clima ao vivo.

As vilas do vale são um charme, com diversos locais próprios para camping, com churrasqueiras e mesas. Rios de água transparente cruzando o vale de um lado para outro e casinhas que parecem de outro continente perdidas aqui e ali.

Ao final do vale tem duas opções de saída, uma asfaltada que volta para Tucuman e outra de terra que vai para a província de Catamarca passando por Andalgala, Belén e Hualfin, onde estou hospedado. Escolhi a de terra claro.

A cuesta La Chilca é espetacular para quem gosta de emoção e aventuras. Uma estrada de pedras pontiagudas que poderá detonar pneus se vc não cuidar. Também com centenas de curvas de uma emoção absurda. Fechadíssimas e a beira de abismos de 1000, 900, 800m de altitude, Seu local mais alto ficava a 1820 m. Amei cada instante a estrada. Como na subida da outra cuesta nesta vc deve buzinar nas curvas fechadas e andar a 10, 20 km/h no máximo. Ao final de seus quase 35 km de decida a estrada vai se direcionando até a cidade de Aldalgala e depois a Belén,

A estrada depois de Belén é a famosa ruta 40 e entra por um tortuoso corredor seguindo um rio de degelo com pouca água. Depois desse trecho sinhuoso ela segue subindo sempre até uns 1850 m e segue assim até Hualfin.

Antes de chegar a Hualfin fui ver como estavam as termas da cidade que na outra vez que fui lá estavam abandonadas. O local esta bem melhor cuidado. Tem até um trecho de asfalto até sua entrada. Agora as banheiras estão arrumadas, tem duas piscinas externas, porém não é um lugar bonito para ir ver. Mesmo no meio da semana as pequenas banheiras fechadas tinham fila para se entrar e as pequenas piscinas estavam lotadas. Não tive coragem de entrar.

Eu decidi posar aqui em Hualfin pois em 2014/15 eu e mais 5 amigos(as) ficamos nesta cidade na viagem que fizemos em duas viaturas para essa mesma região.

Estou na hospedaria municipal da cidade (antes só tinha essa, agora tem mais). Uma boa hospedagem, com quartos limpos e grandes por um precinho camarada 41 reales (2500 pesos sem café da manhã).

 

Custos:

Combustível:

6000 pesos em Rio Hondo = 100 reais – média 12 km/l

Galão de 15 litros 2500

6000 pesos em Hualfin  100 reais, 12 km/l

Alimentação:

Água + energético = 2500

4 empanadas (almoço) = 1000

Janta = Milanesa e papas fritas (bife a milanesa e batatas fritas)  + 2 Stela Artoirs 3500

Divida os valores em pesos por 61 para saber o custo.

Que relato legal! Obrigada por compartilhar tantos detalhes!!

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