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Fazia tempo que eu não via a minha Belém dessa maneira (no raiar do sol no horizonte).

 

Há 1 ano atrás eu, Diego Faca, Japa e Kiko estivemos na ilha de Trambioca (Sirituba) para tentar levantar uma trilha. Voltamos de lá sem achar um bom trajeto.

 

Fiquei meio que frustrado, porque eu tinha certeza que aquela região tinha um grande potencial. A região é difícil mesmo, porque é cheia de furos e igarapés. E as tilhas não davam continuidade.

 

Nesse período eu sempre lembrando os meus amigos que iria voltar lá. Tinha certeza que existia algo especial.

 

A ilha de Trambioca é formada por diversas comunidades, dentre as maiores: Sirituba e Cuipiranga. E outras como Utinga e Boa Morte.

 

Tem uma superfície plana, com exuberante fauna e flora. A principal fonte de alimentação é o pescado.

 

Vamos lá...saíamos as 06:30h do trapiche do ver-o-peso em um dos barcos que fazem a linha permanente para Barcarena, município que a ilha pertence.

 

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"Eu vejo Belém, de uma canoa que desce o rio..."

 

Trambioca é distante 14km de Belém em linha reta. O percurso dura em torno de 01:00h, e tem um trajeto muito bonito. Torna-se longe porque temos que desviar das diversas ilhas pelo caminho. Pegando os furos, podemos ficar bem perto das casas ribeirinhas.

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A trilha:

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Nos furos da Amazônia, a sinalização é um meio importante de comunicação, assim como em um transito automotivo: Aqui BORESTE É DIREITA E BOMBORDO É ESQUERDA.

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A velocidade também é controlada para não fazer marolas, evitando assim o assoreamento das margens.

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Barcarena já surge no horizonte, estamos perto de aportar no “quintal” do Balmis.

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E ai vamos nós...Mais 10 minutos de travessia de Barcarena para Trambioca: Aqui existem balsas para bikes, firme!

(reparem no detalhe da rampinha pra descer, é articulável).

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Parada para o lanche e aproveitar a paisagem de um dos furos da ilha.

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Pra quem gosta de pontes de estiva, essa trilha tem pelo menos uma 4 dessas, com uma boa extensão.

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Mais uma ponte entranhada na floresta:

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Após traçar toda a trilha do lado leste da ilha, chegamos na já conhecida praia de Sirituba. É bonita sim, e vale a pena a visita.

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A considerar também por esse filhote que comemos, fresquinho e no ponto: “Nesse caso é quanto melhor, melhor...”.

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Mais uma da praia de Sirituba...

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Depois de tomar um banho pra refrescar, e curtir por algumas horas a beleza do lugar, partimos para finalizar o levantamento: A praia de Sirituba já fica ao fundo.

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Ao longo do percurso vem vindo outras praias: O visual é paidégua!

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Com uma excelente parte costeira de single-track (a trilha sonora nesse ponto foi o barulho das ondas), passando ainda pela comunidade de Porção. Em certas partes parecia que já estava noite, isso tamanha 15:00h.

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Chegando ao asfalto, já voltando para o trapiche da ilha para pegar a balsa-biker em direção a Barcarena. Paramos em uma venda pra tomar chop, cujo o proprietário é o Sr. Beto. Logo me chamou a atenção um equipamento bem original e ecologicamente correto, diga-se de passagem.

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Beto, como funciona isso?

 

- É ma bomba d’água bike, é só montar e pedalar que a água cai na caixa. Pela manhã não tem coisa melhor, aquele friozinho...eu acordo e além de estar me exercitando, eu encho a caixa em 10 minutos.

 

- Fantástico Beto!

 

Depois desse papo inicial, percebi que ele falava a nossa língua. Ele luta naquela ilha contra a devastação, contra a sujeira desordenada. Ele quer transformar os vários terrenos que tem em APP (área de preservação privada). E ainda, está em uma luta com a prefeitura de Barcarena para transformar aquela ilha em uma Reserva Extrativista, coisa que as autoridades não querem de maneira alguma.

 

E é simples de entender: Quando uma área é transformada em Reserva Extrativista, o Município perder alguns poderes sobre aquela área. A coisa passa a funcionar sobre a intervenção Federal. E ai já sabem né, o poder é poder...

 

E mais, a ilha tem um grave problema de coleta de lixo, tipo, a prefeitura não faz a coleta com frequência. Então, ele quer susgestões nossa a respeito.

 

No momento ele está queimando o lixo no quintal, creio que não é a maneira adequada.

 

Quando formos lá gostaria de levar essas sugestões pra ele.

 

E para o Gran Finale:

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O Beto nos ofertou açaí, apanhado na hora do quintal dele.

 

Valew camarada, estamos voltando por ai muito em Breve.

 

Até a próxima aventura...

 

 

Essa é para os biólogos de plantão:

 

Ao ver essa aranha, percebi que ela era diferente. Me pareceu muito com uma viúva negra amarela, uma das mais peçonhentas aranhas que existe.

(lembrando que esse animal só ataca quando ameaçado).

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O que faz um animal irracional, criar amor materno por um outro de espécie diferente. Pra onde essa gatinha vai, os macaquinhos vão grudados nela, e sem nenhuma rejeição.

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