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Pretendo fazer um relato prático, sem muitas firulas com informações precisas de hospedagem, passeios e valores pra quem quiser programar uma viagem por lá.

 

Já adianto que o meu relato não é da viagem mais econômica do mundo, pois não sou a favor de economizar em férias. O meu negócio é aproveitar o tempo da melhor forma possível, então não espere que eu escreva que pedi carona, viajei em caminhão de bóia-fria, que andei estradas de terra de 10 km sendo que podia pegar um transporte. Por outro lado, não sou favor de certos abusos de agências de Lençóis que queriam cobrar R$900 pela Travessia do Pati em 3 dias. Ao todo gastamos aproximadamente R$1500 por pessoa em 15 dias, contando vôos, taxis, pousadas, alimentação (sem privação alguma), pacotes carnavalescos de hotéis, locação de carro, passeios, cervejas, etc...

 

Dia 1 – 22/02/2011 – São Paulo / Salvador

 

Embarcamos com destino a Salvador pela TAM graças às milhas acumuladas. Chegamos lá pela 1 da manhã e pegamos taxi Coometas (R$89). Fomos diretos para o Ibis Rio Vermelho (R$129).

 

Dia 2 – 23/02/2011 – Salvador / Lençóis

 

Saímos às 6h com o taxi (R$20) já nos esperando na porta do Hotel. Nosso ônibus sairia às 7h da rodoviária de Salvador pela Real Expresso (aprox. R$50 cada trecho) com destino a Lençóis. Este trecho não levou nem 20min, ainda deu tempo de tomar café na rodoviária. As passagens já haviam sido compradas aqui em São Paulo, lá bastava pagar uma taxa de embarque baratinha. A previsão de chegada em Lençóis era 13h30min, entretanto, devido a uma colisão na estrada envolvendo nosso ônibus e a demora da polícia rodoviária em fazer o boletim, chegamos em Lençóis às 16h. Ao chegarmos à rodoviária, o pessoal da pousada/albergue Pouso da Trilha (R$80/casal, quartos simples, arejados, excelente café da manhã, localização e atendimento) nos esperava com o carro para nos levar à pousada que é bem próxima de tudo. À noite rodamos pela cidade, tomamos uma gelada (Dica importante: Skol é mais barata e bem melhor que Original naqueles lados).

 

Dia 3 – 24/02/2011 – Passeio Grutas e Pai Inácio

 

Fechamos um tour com a agência Fora da Trilha (tem convênio com a pousada) para conhecer o Poço do Diabo, Gruta Lapa Doce (R$10), Pratinha (R$15), Gruta Azul e o Pai Inácio. O preço saiu R$90 p/ pessoa. Fizemos as contas e saiu um pouco mais caro que alugar um carro na Lukdan (R$100 período de 12h / R$150 período de 24h), porém mais conveniente por não termos burocracia e risco de carro alugado. Sobre os passeios, Poço do Diabo é uma trilha curta com um bom poço para banho. Lapa Doce é uma gruta muito interessante apesar de não haver formações distintas nem muitas galerias. Na Pratinha demos muita sorte em pegar a água transparente, pois quando repetimos o passeio nos dias seguintes uma tromba d’água havia deixado o rio sujo. Não fizemos o mergulho (R$30 p/ pessoa) devido ao tempo escasso, aproveitamos para ficar nadando no rio e almoçar (tem um barato e bom restaurante lá). Gruta Azul é interessante, mas sinceramente o efeito daquele azul só pude ver através da fotografia, pois a olho-nu me pareceu uma gruta com água parada e suja. Quando chegamos ao Pai Inácio desabou o mundo em água, mesmo assim fiz a curta trilha de subida (15min.) pra não ver nada e passar frio. A noite jantamos no Tex-Mex da cidade, Burritos e Taquitos, gostei muito.

 

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Dia 4 – 25/02/2011 – Travessia Lençóis – Capão

 

Iniciamos a travessia partindo da pousada a pé às 8h30min. Fomos em direção ao hotel Portal de Lençóis, a trilha parte de lá. A única informação que tinha era um tracklog de uma trilha de bike que partia de um bairro mais distante, o Barro Branco. Eu me baseei na direção deste track de bike para conseguir me orientar na trilha a pé. No começo da trilha ganhamos altitude e vamos deixando Lençóis para trás. Após uns 5 km andando a trilha nítida vira um lajedo e é onde tenho certa dificuldade para encontrá-la após a cachoeirinha, mas nada que uma “palmilhada” na trilha não resolva para encontrá-la. Adentramos na Serra de Sobradinho, paisagem linda, aqui andamos cercados pelos chapadões, cruzamos rios e riachos e ao norte temos o Monte Tambor ou Morrão como referência de nossa pernada. Após horas de caminhada e quase nos aproximando ao Morrão, intercepto a trilha de bike do meu track e sem mais erros sigo direção à Capão e chego ao destino quase anoitecendo após 25 km e quase 7hrs de caminhada. Lá nos hospedamos na Pousada Pé No Mato (R$95/casal, tudo excelente neste pousada).

 

Tracklog: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=1532874

 

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Dia 5 – 26/02/2011 – Cachoeira da Fumaça

 

Guias cobrando R$90/casal para fazer a Fumaça. Eu já estava prevenido e sabia de onde partia a trilha e tudo mais. Subida inicial de 2 km que pode cansar quem não está com o fôlego em dia. A trilha na parte superior é uma avenida intercalada com trechos alagadiços que é necessário retirar a bota. Atenção ao trecho após um grande lajedo onde acredito ser o único ponto de erro. Eu acabei caindo em uma trilha que senão me engano vai para a parte baixa da cachoeira, refiz o caminho prestando atenção e achei a trilha correta que é a mais batida. No mais foi só curtir o lindo visual. Apesar de hoje em dia ser uma trilha bem batida, não deixa de ter sua beleza. Ficamos horas admirando seu cânion e sua queda d’água, uma das mais altas do Brasil. Dica gastronômica: à noite comemos em uma pizzaria ao lado da Igreja. Pizza de massa integral, muito boa, uma das melhores que já comi. Fica mais gostosa ainda com o Mel com Pimenta caseiro, produzido no próprio Capão.

 

Tracklog: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=1532934

 

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Dia 6 – 27/02/2011 – Vale do Capão

 

Dia de curtir um pouco o vilarejo do Capão, tava rolando uma feira hippie, roda de capoeira e artistas circenses tentando ganhar um trocado. Nos alimentamos bem, descansamos, curamos as bolhas, consertamos as botas já abrindo o bico (ou pelo menos tentamos) e fizemos algumas compras para partirmos para a Travessia do Pati. Conseguimos uma carona com o Sr. Enilson até o vilarejo do Bomba por R$50/casal. Para encontrá-lo, pergunte a Dani da pousada Pé no Mato, este senhor é o pai da garota. Ele possui uma D20 adaptada, pode levar grupos grandes. A estrada está péssima e com as chuvas há um cruzamento de rio onde só veículos mais altos e com tração passam.

 

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Dia 7 – 28/02/2011 – Travessia do Pati – Dia 1

 

Naquelas bandas, parece um sacrilégio dizer que você vai fazer a travessia sem guias, mas me parece muito mais um sacrilégio nos cobrar R$900 pelos 3 dias. Já prevenido disso, estava munido de relatos, mapas e tracklog. O Sr. Enilson nos deixou no Bomba e mal começamos a caminhar já tivemos trabalho pra passar os 3 cruzamentos de rio antes da placa do Ibama devido a chuva da noite anterior. Vamos ganhando altitude, apreciando a paisagem e os Gerais ao fundo. Fizemos uma breve parada no Rancho, onde havia um guia e 3 garotas inglesas almoçando por lá. Decidimos continuar a trilha por cima das Gerais dos Vieiras, caminho muito bonito, aqui percebo que não é a toa a fama de travessia mais bonita do Brasil. O visual de cima é fantástico, o que dificultava um pouco além da longa distância de 25 km eram os charcos, muitos. Fim do dia, ao chegarmos ao início da descida da rampa, temos o melhor visual da travessia. Após a descida, passamos direto pela bifurcação para a igrejinha e tocamos direto para a casa do Sr. Wilson. Fomos muito bem recebidos por ele e sua humilde família. O valor do pernoite é R$60 p/ pessoa e inclui cama, janta e café da manhã fartos, melhor do que muita pousada, sem contar a hospitalidade. O vale possui outras casas próximas, acredito que quem não leve barraca nem comida, não encontrará problemas para achar acomodação.

 

Tracklog: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=1532915

 

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Dia 8 – 01/03/2011 – Travessia do Pati – Dia 2

 

Por estar mais interessado em curtir o caminho da travessia e também pelo tempo escasso, decidi não ir aos Funis nem ao Castelo, o Cachoeirão ficou para uma próxima também. Saímos da casa do Sr. Wilson e fizemos nossa parada na Prefeitura para almoço. De lá a trilha segue por mata fechada com pouco visuais até enfim chegarmos à ponte de concreto que cruza o Rio Lapinha e nos dá acesso à casa de Dona Linda. O pernoite também é R$60 p/ pessoa. Por mais que muita gente ache um valor salgado, há de pensar que este valor é mais uma questão de necessidade e ajuda aos moradores do vale do que comercial. Há também as casas do Sr. Joia e Massu, respectivamente irmão e pai de Dona Linda. Ambas ficam do outro lado do rio 2 km à frente. Não fiquei lá, pois em caso de chuva cruzar o rio pode ser complicado, além do mais a trilha que parte da casa de Joia sobe diretamente a Ladeira do Império e, portanto é mais puxada do que a trilha que parte de Linda que sobe bordejando a ladeira mais suavemente.

 

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Dia 9 – 02/03/2011 – Travessia do Pati – Dia 3

 

Dia final da travessia, partimos de Linda e subimos a Ladeira do Império. O trecho final é mais íngreme e cansativo. Após 2h de caminhada terminamos a subida aí é só ladeira para Andaraí. Ao todo levamos quase 5h para chegarmos a Andaraí onde pegamos o ônibus para Tanquinho (R$3,50) às 14h. Quando o ônibus chega a Tanquinho, já havia taxi esperando para levar passageiros para Lençóis. Dividimos o carro com outros dois locais e pagamos R$5 cada. Chegando a Lençóis, negociamos para ficar com um carro alugado por 4 dias para fazer os outros passeios planejados.

 

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Dia 10 – 03/03/2011 – Mucugê

 

De carro partimos para Mucugê, nos demos ao direito de certo luxo na viagem e ficamos no Hotel Estalagem Alpina (R$200 p/casal, tem piscina). Andamos pela cidade e conhecemos o Cemitério Bizantino. À noite comemos na Pizzaria Point da Chapada.

 

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Dia 11 – 04/03/2011 – Cachoeira do Buracão – Ibicoara

 

Partimos cedo de Mucugê em direção a Ibicoara. Ao entrarmos na cidade já vimos placas da ACVIB onde fechamos um guia para o Buracão por R$60 p/ casal. Por se tratar de um parque municipal o guia é obrigatório e deve ser nativo da região.

 

A cachoeira do Buracão dispensa comentários. Nadar dentro de seu cânion foi uma das coisas mais incríveis da viagem, chegar perto de sua queda d’água então nem se fala. Com certeza é a cachoeira mais linda que já visitei. Infelizmente não foi dessa vez que consegui ir a Fumacinha, que acredito eu, ter beleza semelhante.

 

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Dia 12 – 05/03/2011 – Igatu

 

Deixamos Mucugê e logo pegamos o caminho para Igatu, a cidade de pedra. A estradinha é transitável para qualquer veículo, mas seu carro nunca mais será o mesmo, garanto. Conhecer Igatu foi bem mais que eu esperava, foi uma agradável surpresa na viagem. A vila é charmosa e seus moradores simpáticos. Andamos um pouco pelas suas ruas e conhecemos outro cemitério Bizantino e também ruínas do Garimpo. De volta à estrada, ao chegarmos próximo a Andaraí, havia um acidente com um caminhão interditando a pista, o que nos obrigou retornar a cidade e aguardar. Infelizmente este transtorno nos fez abortar a visita ao Poço Azul. Chegamos a Lençóis e como já era Carnaval, os preços de pousada estavam bem abusivos. O melhor preço que consegui foi R$500 pelo pacote de carnaval no Hotel Tradição (Nossa avaliação: Hotel categoria Pulgueiro Master). A noite foi só curtição, tomamos umas Skol e curtimos o carnaval de rua meio improvisado de Lençóis.

 

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Dia 13 – 06/03/2011 – Morro do Pai Inácio

 

A cidade ficou bem muvucada com o carnaval. Pra nós que chegamos dias antes quando estava o paraíso, estranhamos o movimento. Como a Roberta adorou a Pratinha, fomos repetir o passeio. O que encontramos foram rodas de pagode, churrasco ao lado do rio, filas de carros, pessoas mal-educadas deixando seu lixo no chão e uma tromba d´água na noite anterior que havia deixado o rio enlameado. Almoçamos e deixamos o lugar, fomos para o Pai Inácio e dessa vez curtir o lugar com tempo bom. Pela noite fui ao Bode Grill e experimentei a famosa carne de bode, muito boa e barata.

 

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Dia 14 – 07/03/2011 – Ribeirão do Meio. Lençóis / Salvador

 

Diferente do sudeste, lá estava muito calor. O jeito era aproveitar os rios próximos e nos banhar. Chegando ao Ribeirão tava rolando aquele churrascão e a galera amontoada. Tratamos de descer o rio e encontrar um poção sossegado para ficar lá e curtir. Ficamos lá um bom tempo até a galera do The Others (Lost) descobrirem a gente, mas tudo bem, o apetite apertava e voltamos à cidade para bebemorar o carnaval mais um pouco. À noite fomos ao restaurante Cozinha Aberta e pedi um prato de Frango Thai c/ curry muito bom. As 23h30min pegamos o ônibus de Lençóis para Salvador.

 

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Dia 15 – 08/03/2011 – Salvador / São Paulo

 

O ônibus chegou por volta das 6h da manhã, pegamos o taxi na rodoviária (R$69) para o aeroporto. Nosso vôo estava marcado para as 13h30min. Por sorte conseguimos adiantar o vôo e embarcamos às 8h30min para São Paulo.

 

As demais fotos da viagem estão em: http://diarionamochila.multiply.com/photos

  • 1 ano depois...
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Maneiro o seu relato! Queria pegar mais detalhes do custo de transporte... Quanto que ficou o custo do aluguel do carro?

 

Tava afim de fazer algo parecido com sua viagem, talvez cortando algumas trilhas pra ganhar tempo. Qual vc sugere? E a hospedagem em Lençois, foi quanto? Abraços

  • 1 ano depois...

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