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Este texto nasceu a partir da enumeração rápida e açodada de dicas de viagem para a cidade de Buenos Aires que comecei a redigir quando uma amiga avisou-me que passaria uns dias na capital portenha.

 

Como eram muitas as informações que tinha a transmitir, o “roteiro” é dividido em duas partes: naturalmente, não fui capaz de me lembrar de tudo o que tinha a dizer num só dia; daí porque comecei a redigir numa noite e terminei na seguinte. É possível que haja trechos repetitivos ou inaplicáveis à sua proposta de viagem: acolha com espírito livre (e evidentemente crítico / adaptativo). Tentarei organizar uma mensagem didática:

 

PARTE 1.

 

1. Antes de tudo, saiba que para o ingresso na Argentina (como em qualquer país que faz parte do Mercosul, a exemplo do Chile, do Uruguai e do Paraguai) não é necessário passaporte, basta a Carteira de Identidade. Provavelmente você tem passaporte, nesse caso, leve-o. É o melhor documento para o exterior. Tire cópias das partes principais de seu passaporte e não ande com ele na rua. Deixe-o no hotel (seja em algum cofre disponível no quarto ou mesmo em sua mala, desde que com aquele clássico pequeno cadeado). Lembrar que documentos que no Brasil são equiparados à Carteira de Identidade não servem para ingresso na Argentina. Não serve, portanto, a Carteira de Motorista (CNH) ou Carteira de Trabalho etc. Antigamente, a vantagem de levar o passaporte era a possibilidade de apenas com o passaporte fazer compras no freeshop. Hoje me parece que até mesmo no dutyfree de Buenos Aires já é possível comprar com a nossa Carteira de Identidade (confirmado: para a compra no freeshop basta mesmo a identidade ou passaporte e a sua passagem aérea. É preciso ter feito check-in para comprar no dutyfree).

 

2. Segundo ponto importantíssimo: o dinheiro. Você levará dólares, levará reais para converter lá, ou usará cartão de crédito? Bom, nessas viagens eu costumo levar dólares americanos e faço o câmbio lá no país. Hoje o câmbio do dólar está controlado no Brasil, mas passei por problema em certa viagem na Europa que, usando o cartão de crédito com o dólar a R$ 1,20, quando cheguei de volta ao Brasil, o dólar havia passado a R$ 2,80. Ou seja, levei uma puta pernada, porque o valor do dólar válido para pagamento do cartão de crédito é aquele do dia do efetivo pagamento, e não da data da compra. Sacou? Isso foi em 1999, na Itália. Hoje o dólar está bem mais estável e é seguro usar o cartão de crédito se você assim preferir. Recomendo que, mesmo que decida pelo cartão, leve certa quantidade de dólar em espécie. Imagine que o cartão dê algum problema. Sua viagem ficará bastante restrita!

 

2.1. Ainda sobre o dólar. Tenha muito cuidado ao cambiar seu dinheiro em Buenos Aires. Ao chegar, no próprio aeroporto, troque algum dinheiro, sei lá, uns U$ 100,00... Explico. Recebi em Buenos Aires (doravante apenas BA) duas notas falsas: uma de 20 pesos e outra de 50 pesos. O estrago não foi tão grande, mas já dá pra chatear o turista! Cada US$ 1,00 equivale a $3 pesos. Provavelmente recebi essas notas falsas ou recebendo troco ou numa casa de câmbio no centro da cidade (na calle Florida, eu acho!). Daí porque o câmbio do aeroporto é um pouco desvantajoso pra gente, as taxas são um pouco piores, mas o dinheiro é limpo e seguro! Converte, pois, um pouco de dólar em peso assim que chegar na Argentina, até que você tenha noção de quanto pretende gastar. Relato melhor adiante.

 

2.2. Você usará pesos argentinos para pouquíssima coisa: pagar táxi, dar uma gorjeta, pagar a entrada do museu, ou a entrada do passeio no Teatro Colón... De resto, todos os restaurantes, todas as lojas, quase todo o comércio praticamente, aceita dólares americanos. Eles têm interesse em receber a moeda estrangeira, que é mais valorizada. E a rigor a taxa de conversão do comércio chega a ser melhor que a taxa das casas de câmbio, porque não cobram qualquer tipo de quota pra cambiar. Exemplo: quando estive em BA a taxa média era de 3 pra 1 (digo, U$ 1,00 = 3 pesos). Algumas lojas, pra atrair clientes e abocanhar os dólares, chegam a usar taxas de 3,1 ou 3,2... o que é mais vantajoso pra gente. Isso implica dizer que é desnecessário cambiar muitos dólares, você pode usar o dinheiro americano quase que normalmente em BA.

 

2.3. Como identificar notas falsas de pesos? Não é difícil. A falsificação que recebi era grosseira. Se comparada a uma nota genuína ao lado, era bastante perceptível. O problema é que nós não estamos acostumados àquela moeda. Pois bem. Não tenha a mínima vergonha de, na cara do caixa de quem recebeu o troco ou na casa de câmbio, simplesmente meter as notas de alto valor (de 100 pesos e de 50 pesos principalmente) contra a luz, e procurar a marca d´água. Igualzinho às nossas notas! As falsificações são bem grosseiras, o papel é diferente (a textura), e nem têm marca d´água. Agora, o pulo do gato é que no lado direito superior das notas há o número correspondente ao valor delas. Tipo, na nota de 50 pesos, há o número "50" pequeno do lado direito superior da nota. Esse número é cintilante, ele brilha com o reflexo da luz. Basta girar a nota contra a luz e verá que esse númerozinho "brilha", feito em tinta furta-cor. Se não entender isso, me ligue depois que explico melhor ao telefone. Essa técnica de identificação eu aprendi lá e é infalível. Repito: não tenha vergonha de temer a nota contra a luz, analisar bem. Eles fazem isso com as nossas, quando as entregamos a eles. Ok?

 

2.4. Ao sair de uma casa de câmbio, após trocar dinheiro, guarde-o antes na bolsa direitinho, com cuidado. Depois de guardado o dinheiro saia, e não fique parada em frente à casa de câmbio, pois há milhares de gatunos colecionares de moeda estrangeira (ou mesmo nacional)... hahahaha. Em BA, como em qualquer grande centro, há muito batedor de carteira e espertalhão.

 

2.5. A locomoção por táxi é tranqüila, fácil (há fatura de taxistas pelas ruas portenhas) e relativamente barato. O único pórem é o seguinte: quando for pagar as corridas (que em geral deverão custar algo entre 5 e 15 pesos dependendo da distância... pequenas corridas no centro da cidade, por exemplo), pois bem, tente ter em mãos notas de baixo valor para com elas pagar a corrida. Por quê? É que o grande golpe que os taxistas aplicam nos turistas estrangeiros consiste em receber uma nota de 50 pesos para pagar uma corrida que custou 8 pesos... eles rapidamente guardam a nota de 50 pesos e aparecem com uma de 5 na mão. E reclamam... “Senhor, a corrida custou 8 pesos... o senhor me deu apenas 5”.... Você pode ficar aturdido, naquela correria. Imagine que o táxi parou num ponto de ônibus ou numa avenida movimentada, o que, aliado, à falta de fluência no idioma e ao desconhecido em geral, podem ser elementos fatais para que caia no golpe. Portanto, tente pagar as corridas de táxi com notas de baixo valor, ou melhor ainda, pagar exatamente. É costume arredondar pra cima, a título de gorjeta. Quem me ensinou o “famoso golpe” foi um taxista, a quem fui pagar determinada corrida e me advertiu para os golpes e para as notas falsificadas (conforme expus no item 2.3). Isso porque eu fiquei reclamando sobre o fato de ter recebido uma nota falsa. Enfim, chega de falar de dinheiro e de burocracia.

 

3. Atrações imperdíveis em Buenos Aires. Os principais pontos turísticos são a Catedral (não deixe de entrar), la Casa Rosada, o Cabildo, a Avenida 9 de Julho (a mais larga do mundo, ou como dizem "la más ancha del mundo"), as casas de Tango (esse ponto merece um tópico à parte), o Obelisco, o Cemitério de la Recoleta (para ver o túmulo de Evita Perón [lá consta Eva Duarte, porque é o sobrenome dela, o Perón, evidentemente, veio do marido], o Museu de Bellas Artes, o Museu de Artes Moderna Latino-Americana, o Caminito, o Puerto Madero, o Teatro Colón, o passeio de El Tigre, o metrô mais antigo das Américas.

 

4. Você fala espanhol? Independentemente de falar ou não, recomendo que compre um bom guia de viagens. Leia a respeito de cada atração e monumento desses. Não adianta ir defronte a obra sem conhecer o background do artista a priori. Só vamos usufruir os pontos históricos (e turísticos) se conhecermos os dados importantes, o contexto social da época. Enfim, você conhece "o sermão"... Leia o máximo que puder a respeito de Buenos Aires antes de viajar.

 

5. O programa mais "caro" que vou te indicar é um show de tango. Realmente, não é barato, mas vale cada centavo. O show de tango, incluindo traslado "hotel -- casa de tango -- hotel", jantar (com direito a bife de chorizo e bastante vinho), custa U$ 70,00. Sei que não é barato realmente, mas digo que vale a pena. Os dançarinos e os músicos são excelentes. Gostei muito e recomendo a casa chama "Señor Tango", é a mais "turística". O show é sensacional, deslumbrante e marcante. Equipara-se a muitos espetáculos legais que vi na Europa, a exemplo do Lido de Paris, e das apresentação de dança flamenca espanholas. Há outras casas de tango, cujos preços variam pouco, também muito boas... esqueci agora os nomes, mas a mais tradicional chama-se "El Viejo Almacén". Esta última, contudo, acho que não tem show... é uma casa de tango onde você vai pra dançar, o que não era o meu caso!!

 

6. Fazendo um rápido parêntese aqui pra falar de comida. O bife de chorizo é o corte de carne mais típico da Argentina. É uma espécie de contra-filé, mas bastante macio e suculento (não tem a quantidade de gordura que tem o nosso contra-filé). Se quiser algo sem gordura e absurdamente macio, vá pro bife de colón (filé mignon). Peça os acompanhamentos típicos: empanadas (são pastéis com recheios variados, deliciosos!). Eles costumam comer a carne com batatas assadas (lembro que pedi uma recheada com queijo "roquefort"). Putz, tá até dando água na boca só de lembrar. Ah, em outro dia comi um "costillar de cordero" (costela de cordeiro) -- é enorme, quase passo mal de tanto comer --, acompanhado de purê de maçã. Bom, eu sou bom de garfo, adoro boa comida. E adorei Buenos Aires, porque a comida de lá é sensacional.

 

7. Bebidas? Não deixe de provar a cerveja argentina "Quilmes", é razoável. Mas a grande sensação, evidentemente, são os vinhos da uva MALBEC. É uma uva que se adaptou perfeitamente bem ao terroir argentino, o qual produz os melhores exemplares desta uva atualmente. Recomendo alguns rótulos e isso vai depender muito do orçamento. Não sei quanto pretende gastar e nem até que ponto isso é uma prioridade, mas o preço dos vinhos é razoavelmente atrativo no restaurante. Dá pra jantar sempre com um bom vinho, sobretudo se não estiver sozinho, fazendo com que possa dividir a garrafa etc. Às indicações: Trivento Golden Reserve Malbec, os vinhos da vinícola Norton são bons (se os preços forem atraentes, procure beber os "reserva"), Luigi Bosca... são muitos os rótulos, nem sei quais indicar direito... hehehe.

 

7.1. No shopping que fica no bairro de Palermo (não me recordo o nome do mall, mas fica perto dos museus) há uma winestore excelente. Na Calle Florida e imediações também se encontra boas lojas de vinho. Comprei umas garrafas lá para trazer pro Brasil. É pesado carregar garrafa de bebida, sobretudo porque muitos acabam comprando uísque no freeshop (onde aliás há ótimos rótulos de vinhos franceses e italianos que valem a pena). Quero dizer com isso que, se for comprar vinho pra trazer do exterior, não tenha dó em gastar (lógico, na medida do razoável e do possível). Só que o trabalho, o peso pra trazer de volta e o risco de eventualmente pagar excesso de peso na volta exigem que você compre poucas garrafas e só rótulo excelente. Quando voltei de BA com minha irmã, não resisti, trouxe 12 garrafas: foi muito, se eu estivesse sozinho talvez pagaria excesso de bagagem. Só que levei pouquíssima roupa, já antevendo a necessidade de uma mala leve pra trazer 6 reserva malbec comprados em BA e 6 europeus (franceses e italianos, os quais comprei no dutyfree).

 

8. Os dois museus portenhos não são grandes, mas me aparentaram ter boa qualidade de obras. São bem diversificadas... há desde Frida Khalo, Diego Rivera, Tarsila de Amaral (o Abaporu está lá), Di Cavalcanti, Portinari... Picasso, Degas, até esculturas de Rodin. Enfim, você vai gostar! Ambos merecem visita.

 

9. O passeio pelas dependências do Teatro Colón -- um dos maiores teatros do mundo, equiparando-se ao Ópera de Paris e ao Scala de Milano -- é excelente, penso que valha a pena também. Contudo, ouvi dizer que estaria em reforma, iniciado um pouco depois que visitei BA. A visita é linda, vale a pena sim.

 

10. Ah, lembrei que você me perguntou sobre hotéis... não sei qual sua programação, seu orçamento. No centro da cidade há bons hotéis com preços muito razoáveis. Fiquei num hotel antigo, mas relativamente com "luxos". Custou algo em torno de U$ 120,00 por 4 diárias. Eu comprei um pacote que incluía hotel, traslado do aeroporto e um city tour. Comprei em uma agência de viagem com certa antecedência. Nestas viagens pra fora, eu nunca vou no escuro, ainda mais em épocas de alta estação. Prefiro sempre fazer as reservas dos hotéis antes de viajar. O nome do hotel onde ficamos é "Edward Johnson da Vinci", fica extremamente bem localizado. Só acho que o preço de tabela dele não seja atrativo. O ideal seria ir a uma agência antes de ir, e procurar por um pacote. Sempre há descontos que valem a pena, principalmente se incluirem o traslado do aeroporto pro hotel, e vice-versa.

 

10.1. O aeroporto de Buenos Aires fica muito afastado do centro da cidade. Fica num distrito chamado Ezeiza... não gastei com táxi, como disse, porque comprei esse pacote que incluía o traslado. Os táxis em geral são bem mais baratos na Argentina que no Brasil... mas diante da distância, talvez seja melhor procurar algum meio alternativo ao chegar no aeroporto, uma van ou ônibus, ou mesmo o pacote que inclui traslado, a não ser que o orçamento não seja problema (ou você esteja com um grupo de mais 3 ou 4 pessoas. Dividindo ficará barato).

 

10.2. (repetido, mas com outras palavras) Falando em táxi, sempre que pegar um, procure não pagar com notas de alto valor, tipo, de 50 e 100 pesos. Os taxistas são bastante espertos em BA. Eles têm alguns golpes clássicos. Primeiro: você paga com nota alta e o troco vem em notas falsas. Corrida custa, p.ex., 8 pesos. Você paga com nota de 100, há risco de receber a de 50, no troco, falsa. Segundo golpe: a corrida custa 8 pesos. Você paga com nota de 50, ele rapidamente troca a de 50 por uma de 5... e com a nota de 5 balançando na mão fala: "Señora, son ocho pesos.... me has dado solamente 5 pesos"... E você, com a cara de tacho, paga novamente. Resultado: ele embolsa os 50. O melhor a fazer é sempre pagar o valor certo ou, quando não for possível, o mais aproximado. Entretanto, não fique com medo ou angustiada. Os táxis são meio de transporte barato e os taxistas, em regra, são bem legais e honestos. Há aqueles que desvirtuam, mas são exceções.

 

 

PARTE 2.

 

Pois bem. Seguem mais algumas observações de lembrança noturna.

 

1. Não deixe de ir, de modo algum, aos restaurantes do Puerto Madero. É uma antiga região portuária de Buenos Aires que foi transformada em atração turística. Recebeu um cassino, dezenas de restaurantes, uma universidade etc. Há alguns que conheci e posso indicar: Bice, Callabrezzeria (não tenho certeza se é assim que se escreve). Nestes restaurantes, a rigor, são servidas as famosas carnes argentinas: bife de chorizo, bife de colón, costillar de cordero etc. Os preços não são muito suaves. Mas também não é nada exorbitante. Vale muito a pena, ao menos pra jantar um dia... o segundo restaurante que indiquei, p.ex., tem excelente custo-benefício, não é caro. Mas há restaurantes bem chiques e caros neste Puerto Madero... aí vai depender do orçamento. E mais: existem vários tipos de culinária, mas, é claro!, dê preferência à parrillerias (churrascarias). O Bice é italiano, já o segundo indicado – que é uma delícia de lugar – é uma churrascaria Argentina: imperdível.

 

2. Outra atração do Puerto, como disse, é um cassino. Eu não fui. Mas amigos meus foram e até gostaram. Quem sabe valha a pena conferir se houver tempo (salvo engano, a entrada ao cassino é franca. Só se gasta pra jogar mesmo).

 

3. A terceira vedete do Puerto Madero é a "Ponte de la Mujer". Uma lindíssima ponte, em homenagem à mulher, que simboliza um casal dançando tango... imperdível.

 

4. Por derradeiro, ainda no Puerto, fica localizada uma das várias filiais da heladería FREDDO. O sorvete argentino equipara-se ao sorvete italiano (morei em Firenze e isso posso afirmar com exatidão). Apesar de o sorvete de tiramissú italiano ser o melhor do mundo, não há dúvida de que o sorvete argentino de doce de leite é disparamente o melhor. Há vários sabores de doce de leite: recomendo o "dulce de leche tentación". Esse sorvete tem que ficar anotado. É uma loucura!

 

5. Sim, quase esqueço, há ainda no Puerto Madero um navio-museu.... confira. Eu sinceramente não fui, mas ouvi falar bem a respeito.

 

6. Esqueci de mencionar na parte 1 a visita ao Estádio do time Boca-Juniors, também uma visita clássica. “La Bombonera”. Muita gente que gosta de futebol não deixa de conhecer o famoso estádio, que tem a peculiaridade de a arquibancada ser coladinha ao campo...

 

7. Perto deste estádio está "El Caminito", no bairro de "La Boca". O caminito é algo indescritível em palavras. Pelas cores, lembra o pelourinho de Salvador. É uma espécie de favela, em zona pobre da cidade, mas que foi transformada em ponto turístico, porque os casebres eram pintados em várias cores de tintas diversas... É super-clássico esse passeio. Não deixe de ir. Mas não fique andando à toa pelo bairro de "La Boca" à pé. Na região do Caminito não há o menor perigo. Mas nas ruas transversais podem ocorrer "batidas de carteira". Por isso, eu fui no caminito num city-tour... bastante seguro. Se não fizer isso, pegue um táxi pra ir e voltar pro centrão. Fico bastante próximo do centro. E não tenha medo ou receio, não é um lugar perigosíssimo, vale a pena ir muito, só nào recomendo que vá à pé ou fique à toa batendo perna por lá... ok?

 

8. No bairro de Palermo -- fica ao lado de la Recoleta -- há o monumento Floralis... uma enorme flor de metal que se abre durante o dia e se fecha à noite. Obra de arte super-polêmica, pois custou uns 2 milhões de dólares, no auge da recessão argentina. Confira a obra, é linda.

 

9. Há um livro (guia turístico) bem barato que comprei numa livraria do shopping... chama-se "GTB - Guia do Turista Brasileiro, Buenos Aires"... não é um guia completo ou sensacional, mas foi bem barato e contém bastante informação relevante. Compre e leia (é bem pequeno) antes de ir. Conta a história da cidade rapidamente, o que julgo importante para melhor desfrutar o passeio.

 

10. AH SIM! Buenos Aires é a cidade das livrarias e dos sebos! Você verá aos montes na calle Corrientes, por exemplo. Imperdível conhecer esses sebos antigos, que têm de um tudo!

 

11. Além das carnes e do doce de leite sensacional, a Argentina é famosa pelos churros e pelos alfajores. Encontrará aos montes na rua. Não deixe de provar os vários sabores de alfajor! hum... delícia!

 

12. A linha "A" do metrô (ou, como dizem eles, do "subte") foi fundada em 1913, é o mais antigo metrô da América Latina. Lembre-se de que Buenos Aires, no início do século passado, equiparava-se a uma cidade européia. Eu notei isso perfeitamente ao chegar lá. O povo se crê europeu. As avenidas querem ser européias (vide a 9 de julho, que lembra muito a Champs Elysées). Daí porque quando Paris teve metrô, os portenhos correram e fundaram o seu em 1913. Não deixe de conhecer a linha "A".

 

13. Outro ponto badaladíssimo é o famoso CAFÉ TORTONI. Vá conhecer... ponto super-turístico.

 

14. Agenda cultural, confira: www.bue.gov.ar/agenda

 

15. Veja também se há alguma peça ou ópera em cartaz no teatro colón (www.teatrocolon.org.ar). Só a visita a ele já vale a pena. É um dos maiores e mais elegantes do mundo. Mas se puder ser um espetáculo lá, aí sim, sensacional. Este ponto ficou prejudicada, pois ouvi recentemente que o teatro está em reforma.

 

16. Janeiro: temperaturas médias --- mínima 17 graus, máxima 29 graus... Junho, quando vocês irão, não faço a mínima idéia, mas deve estar um clima bem ameno.

 

17. As elegantes lojas de departamento "Galerias Pacífico" merecem ser conhecidas. Lembra muito a Galerie Lafayette de Paris... como dito, a cidade quer ser européia. A arquitetura antiga é bem européia... sempre querendo seguir o ritmo parisiense.

 

18. Há uns bares badalados para sair à noite. Que me lembre agora, posso mencionar o tal "Maracanã"... é de brasileiros. Quem sabe boas copas -- bastante cerveza -- por lá.

 

19. Para comprar lembranças pros pais e amigos, recomendo a Calle Florida. Fica bem no Centro da cidade... tem lojas mil: desde roupas e todo tipo de souvenir baratinho. Bom pra agradar a todos com o suado "pocket money".

 

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É isso aí, pessoal. Como disse no início, essa foi uma carta (e-mail) que resolvi escrever pra uma amiga que ia a Buenos Aires. Está escrita e salva no computador há muito tempo. Achei que podia servir para outras pessoas, razão por que decidi publicar aqui no site mochileiros.com, como espécie de relato de viagem. Espero que ajude os mochileiros! Até a próxima. Aquele abraço! Edimar.

  • 3 semanas depois...
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ermargotto, parabéns pelo Guia!

Em julho, será a minha quarta vez em Buenos Aires! Mas sempre leio tudo o que aparece sobre a capital dos hermanos, pois adoro aquele lugar! Seu guia conta com ótimas dicas, principalmente sobre o câmbio e os táxis.

Eu também só levo dólres e quase não troco dinheiro. Assim como você, vou pagando as coisas em dólres e recebendo o troco em pesos.

Vale repetir que, quase sempre, as lojas têm cotação melhor do que as casas de câmbio!

Também só pego táxi com dinheiro trocado e arredondo o pagamento para cima! É a melhor forma de prevenir calotes!

Abraço!

  • 1 mês depois...
  • 2 semanas depois...
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Ótimo Guia, vou até levar impresso

 

Lerei novamente antes da minha viagem em julho

 

Abraços

 

Pois é, Andrey. Que bom que gostou. Escrevi de bobeira, pra brincar de guia... deu nisso. Agora pra todo mundo amigo que viaja pra Buenos Aires eu mando o guia e acabei decidindo postá-lo para divulgar as informações. Qualquer dúvida -- se eu ainda tiver na memória! -- estou à disposição. Aquele abraço. Edimar.

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Forte presença brasileira faz real virar moeda corrente em Buenos Aires

Na capital argentina, é possível comer, assistir aos espetáculos e comprar lembranças com a moeda brasileira

 

BBC Brasil | 24/05/2011 06:06A+A-

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A forte presença de turistas brasileiros na Argentina transformou o real em moeda corrente nos principais pontos turísticos do país e especialmente na capital, Buenos Aires. Empresas de táxi, lojas no aeroporto internacional de Ezeiza, restaurantes, cafés, lojas de produtos de beleza, camelôs e casas de tango são alguns que aceitam a moeda brasileira.

 

É possível comer, assistir aos espetáculos e comprar lembrancinhas com reais no bolso. Cada comerciante oferece a sua própria cotação, que pode variar entre 2,40 a 2,50 pesos por real - preço semelhante ao das casas de câmbio.

 

Leia também:

Buenos Aires lidera lista de destinos em 2011

As amigas paulistas Sueli Mazer, de 58 anos, e Ana Paula Silva, de 28 anos, disseram que compram "de tudo" com reais em Buenos Aires. "Compramos roupas, xampú, presentes. Tudo com reais", disse Sueli. Mas elas fazem uma ressalva. "É preciso apenas ficar atento ao valor que nos oferecem pela nossa moeda. Às vezes, pode não valer a pena."

 

As amigas entraram na loja Dodo, uma rede de produtos de beleza, no calçadão da rua Florida, onde se lia um pequeno aviso na vitrine: "Aceitamos reais". Na loja, as vendedoras María Joana, de 23 anos, e Juliana Martins, de 24 anos, disseram que a presença de clientes brasileiros é crescente. "Trabalho aqui há três anos, mas só recentemente a loja passou a aceitar reais. É que são tantos brasileiros que assim as vendas ficaram ainda mais fáceis", disse María Joana.

 

Segundo dados do governo da cidade de Buenos Aires, os brasileiros lideraram o ranking de turistas que chegaram à cidade em 2010 e nos primeiros quatro meses deste ano. Nas casas de câmbio da turística rua Florida é comum ver filas de comerciantes trocando reais por dólares ou pesos. Em algumas lojas vê-se um aviso na entrada: "Neste estabelecimento falamos português".

 

 

Foto: Márcia Carmo / BBC Brasil

Santiago Bustamante, gerente do restaurante Chiquilín, no centro de Buenos Aires

Poupança em real

 

O artesão Darío Ruben, de 31 anos, disse que está até poupando em reais para viajar de férias com a mulher para o Rio de Janeiro. "Só aceito real, euro, dólar e peso argentino. Neste ano já poupei R$ 1,4 mil com o que recebi dos brasileiros", disse.

 

A estudante mineira Thaissa Fernandes, de 22 anos, oferece shows de tangos para brasileiros a partir de R$ 120. O pagamento também é feito na moeda brasileira. Promotora da agência Magic Travel, na mesma rua Florida, ela ergue um cartaz oferecendo shows e city tours. "Eu ganho comissão, mas graças a esta imensa presença de brasileiros ganho muito mais aqui do que ganhava no Brasil. Aqui ganho 4 mil pesos por mês e em Minas, como estagiária, recebia 300 reais", disse.

 

As amigas paulistas Ângela Toniello, Regina Marques e Neide Granja, aposentadas, contaram que pagaram, com reais, quase todas as compras no shopping Galerias Pacifico, em Buenos Aires. "Estou vindo de Ushuaia e de El Calafate, na Patagônia, e lá também aceitaram meus reais", contou Ângela. No aeroporto de Ezeiza, pelo menos uma das empresas de táxis, a Vip Car, aceita pagamento em reais. Entre os cafés e restaurantes, a lista é ampla.

 

Casos, por exemplo, dos restaurantes La Dorita, nos bairros da Recoleta e Palermo, e Chiquilín, no centro. "O real está valorizado e muitos turistas brasileiros chegam aqui com a moeda no bolso. Então, pra gente vale a pena. Depois, trocamos ou guardamos", disse Santiago Bustamante, gerente do Chiquilín.

 

Mas fora do circuito turístico a moeda brasileira não tem aceitação. Os paulistas Vinícius Martins e Dagmar Pedroso, de 31, disseram que nada puderam comprar com reais no bairro do Onze, conhecido por ampla concentração de lojas e preços no atacado.

 

A cabeleirera María Romero, dona do salão Estúdio Recoleta, disse que recebe dezenas de clientes brasileiros por semana. Ela não aceita reais."Mas mesmo assim muitos fazem cabelos e unhas e, principalmente, compram xampú. E pagam com dólares", disse.

 

Fonte: http://economia.ig.com.br/forte+presenca+brasileira+faz+real+virar+moeda+corrente+em+buenos+aires/n1596974565631.html

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