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Salve amigos, bem-vindos ao meu relato! Esse rolê pela China nasceu absolutamente aleatório (pela Coreia mais ainda), mas foi surpreendente e maravilhoso, o quanto eu aprendi não tá escrito! Comprei passagens pra China pq estavam baratas, e o que eu sabia é que lá ficavam as muralhas da China! Todo o resto - que nem era muito e que eu achava que sabia - eram ideias superficiais, preconceituosas, arcaicas ou erradas. O que eu não sabia ainda é infinito! Percebi isso no momento em que comecei a estruturar essa viagem! Como eu não sabia nada sobre a China, como a gente não sabe nada fora do eixo eurocêntrico né? Gente, esse relato vai sair completão (vulgo longo, rs), pq além de terem poucos aqui no fórum, e serem mais antigos, tem muita informação desencontrada ou propositalmente errada em português. Além de contar minha viagem, espero que seja útil a quem deseja ir pra China num futuro próximo ou mesmo empolgue quem nunca tenha pensado em ir! ROTEIRO E DESLOCAMENTOS A China até estava na minha wish list de viagens, mas não era prioridade. Quando o Melhores Destinos postou que tava rolando promoção pra lá eu cliquei como clico milhares de vezes em promoções do tipo só pra dar uma olhadinha haha! E a promoção tava boa mesmo! Comecei a revirar a internet freneticamente pra saber se eu daria conta de ajeitar um rolê desse sozinha! Pouco mais de 2h depois, convencida de que seria difícil, mas que eu conseguiria, e com o COMPRA JULIANA resignado do senhor meu marido hauaha, a gente ia pra China! As passagens de ida e volta pra duas pessoas ficaram cerca de 7500 reais. Esse é normalmente um preço normal para 1 pessoa! Eu não podia perder. Nossos voos pra China seriam operados pela British/Iberia (conexões em Madri e Londres tanto na ida quanto na volta), mas faltando um mês pra viagem um dos trechos da volta (Pequim > Londres) foi descontinuado pela cia aérea e consequentemente, cancelado. Foram semanas de briga para nos realocarem em outro voo, pois eles me ofertavam apenas o cancelamento! Resumindo aqui nessas poucas linhas parece que foi bobagem, mas foi bem estressante, a petição inicial tava pronta, rs! Faltando bem pouco tempo pra viagem acontecer, depois de muita insistência minha, finalmente resolveram nos realocar num voo da British mesmo, sem passar por Madri, com conexão só em Londres, mas praticamente 3 dias depois da data que eu ia voltar originalmente (pois o voo passou a ser ofertado em dias específicos da semana e não mais todo dia como antes, segundo eles). Mas vamos pro roteiro! Eu ia chegar e sair por Pequim (onde ficam as muralhas) e tb queria visitar Xangai. Sabia que seria um roteiro circular, até pq as passagens multidestinos estavam bem mais caras quando comprei. Tb queria colocar rolês de natureza - que tem demais na China - no roteiro. Depois de alguma pesquisa percebi que vou ter que voltar pra China várias vezes pq muita coisa que descobri que queria MUITO fazer não ia dar tempo, ou a logística do país continental não ajudava. O roteiro ficou assim (cidades com pernoites): Brasil > Pequim > Xian > Chongqing > Yangshuo (Guilin) > Xangai > Seul (Coreia do Sul) > Pequim > Brasil. Foi muito difícil escolher onde ir na China, mas muito mesmo. Acho que foi a vez que mais sofri por escolher! Pelo menos dois lugares que considerei imperdíveis ficaram de fora! Aí cê me pergunta o que que a Coreia do Sul foi fazer aí no meio já que tinha tanta coisa pra ver na China né? E eu digo... foi por causa da nova passagem de volta que foi emitida com 3 dias a mais! Eu já tinha comprado um trecho aéreo interno, então desta parte da viagem pra trás não conseguiria mexer pra incluir mais destinos dentro da China. Eu poderia mexer só a partir de Xangai-Pequim. Eu tb poderia ficar só nestas duas mesmo, nesta parte final da trip, mas achei que seria muito tempo a toa em Pequim principalmente... aí comecei a pensar no que botar nesse caminho, rs... e a Coreia tava logo ali do lado! Os outros destinos que deixei de fora eram muito distantes e não rolava encaixar infelizmente, então partiu Coreia! Deslocamentos: Aéreo (foram 9 voos, passando por 10 aeroportos diferentes e voando com 8 companhias diferentes): ida com 4 voos (LDB > CGH, GRU > MAD > LHR > PKX) e volta com 2 (PKX > LHR > GRU) mais um voo interno - Yangshuo (Guilin) > Xangai (KWL > PVG), e mais 2 de ida e volta pra Seul (PVG > ICN e GMP > PKX)! De São Paulo pra Londrina, na volta, viemos de busão, pois não tinham voos em horários compatíveis. De trem (foram 3, fora os regionais): Pequim > Xian, Xian > Chongqing e Chongqing > Yangshuo. Sobre as passagens de trem: Os trens da China e a malha ferroviária de modo geral são de outro mundo, absolutamente nenhum país chega perto. A China está a anos luz na frente do resto do mundo em relação a mobilidade e planejamento urbano (eu trabalho com isso). Não tem opções de sites chineses onde vc possa comprar as passagens de trem sem ter um documento de identificação e um cartão de crédito chinês, então a compra é feita por meio de sites terceirizados e realmente convenientes para nós. Eu usei o https://br.trip.com/ pela facilidade de pagar em reais, mas tem outros bons. No trip vc pode comprar os tickets com antecedência de dois meses, mas a venda de fato abre duas semanas antes da data que vc vai viajar, e aí “passagem” é comprada automaticamente e enviada no seu email. Esse trip.com é o booking deles. Assim que foi possível eu fiz as reservas e as mensagens de compra chegaram certinho no meu email. Se eles não conseguem comprar eles te avisam e devolvem seu dinheiro, o que aconteceu... O primeiro trecho de trem que comprei tinha custado cerca de 860 reais... no dia que abriu venda eu recebi email de cancelamento e estorno no cartão. E pq? Pq o preço tinha subido, aí eles não bancam a diferença. Tive que comprar de novo pagando mais caro! E ah, não tem uma passagem ou ticket de fato... é só uma mensagem de reserva, rs, pq pra entrar no trem vc escaneia seu passaporte apenas. Eu comprei passagens de trens de duas diferentes modalidades. Os trens “G” são os “bala”, mesmo assim tem variação entre eles. Os “D” são um pouco mais lentos... e tem muitos outros, incluindo os noturnos! Os de alta velocidade (350km/h ou pouco mais) são bem carinhos, assim como foi no Japão! Com bastante tempo ou num mochilão sabático dá pra viajar somente nos trens lentos - que viajam a 180-200km/h ou 100-120km/h - e que são bem mais em conta! Durante o relato conto como foi! Outra coisa é que tive que cancelar duas reservas de trem já pagas, e o processo de reembolso pelo trip foi bem rápido e indolor. Preços (pra duas pessoas em reais): Pequim > Xian: (trem bala, segunda classe) – 977,92 Xian > Chongqing: (trem bala, segunda classe) – 710,93 Chongqing > Yangshuo: (trem comum, segunda classe) – 538,74 Sobre passagens aéreas acessórias: Interna na China: de Guilin à Xangai tem muito, mas MUITO chão e as opções de trem não eram boas! Eu ficaria o dia todo dentro de um e achei que desperdiçar meu tempo escasso na China era ruim demais. Descobri pesquisando no google flights e tb no trip.com as cias aéreas que faziam esse trecho, e em apenas 2 horinhas! Eram diversas cias, mas a que tinha melhor preço e horário mais conveniente pra nós era a JUNEYAO. Vi que eles voavam com Airbus e operavam trechos internacionais, como pra Europa, então boa, partiu de Juneyao. Mais uma cia aérea esquisita pra conta, no relato conto como foi esse voo! Eu comprei direto na cia aérea como de costume, mas dava pra comprar no trip.com tb! Preço (pra duas pessoas em reais): 1748,64 (314usd) – achei os aéreos caros na China tb, assim como os trens! Coreia: As passagens pra Coreia do Sul eu comprei pelo trip mesmo, arreguei, kk (e amei)! As companhias aéreas da China (Ásia no geral, essas menores) são difíceis de fazer cadastro, a mensagem não chega, o código não valida, eles são bem fechados neste sentido! O voo de Xangai a Seul foi operado pela CHINA EASTERN AIRLINES e a de Seul pra Pequim pela CHINA SOUTHERN AIRLINES. Preço (pra duas pessoas em reais): 1889,11 Obs.: nossa carteira de motorista não é válida na China, mesmo com a PID. É preciso tirar uma carteira de motorista lá pra poder dirigir. Desta forma, não alugamos carro desta vez, triste! Na Coreia nem cogitei a ideia já que ficaríamos em uma cidade só. DOCUMENTOS E VISTO China Além dos documentos básicos de qualquer viagem (passaporte, seguro viagem – a gente sempre usa o do cartão, receitas médicas em inglês se aplicável e essas coisas) a China exige visto dos brasileiros, e ele é meio chatinho pq tem que ir na embaixada/consulado aplicar. Depois descobri que dá pra emitir visto não presencial, por meio de agências, mas ele fica com validade de seis meses apenas, então fica a opção de um visto curto e mais simples (porém mais caro). E tem alguns casos de não necessidade de vistos tb, para diferentes cidades por determinado tempo, é sempre bom checar! Gente, existe muito terrorismo na internet pra geral contratar agência (que cobra 750 reais por pessoa pra tirar visto chinês – eles só preenchem o formulário pra vc e te acompanham na entrega de documentos)! Tb tem os blogueiros falando isso o tempo todo pq são a) ricos; b) inaptos intelectualmente ou; c) patrocinados. O visto chinês é SIMPLES. Só tem a burocracia de ter que ir na embaixada/consulado! Caso sua opção seja de visto de longa validade. Pra nós seria mais perto ir pra São Paulo, mas optamos por Brasília pq lá não precisa marcar hora, e tb pq aí emendei um rolê no Goiás, kk. Algumas regras de visto mudaram ao longo desse ano, como a validade dele, vou deixar umas dicas aqui mas lembre-se sempre de pesquisar atualizações na data da sua trip! Basicamente é preencher o formulário abaixo e ir! Preste bastante atenção na hora de preencher, qualquer erro ocasiona em recusa da aplicação do visto. https://cova.mfa.gov.cn/qzCoCommonController.do?show&pageId=index&locale=en_US Vc deve comparecer na embaixada com este formulário preenchido, enviado, impresso e assinado, passaporte, cópia das passagens aéreas e das hospedagens. Isso no visto pra turista, claro que outros vistos tem outras exigências. Ao contrário dos EUA, que vc aplica o visto antes de programar sua viagem, no caso da China (e muitos outros países) a viagem já deve estar programada (veja se isso mudou na data que for aplicar seu visto). Não há entrevista, só entrega e conferência de documentos, foto e digitais. Não tem essa de NEGAR o visto se vc apresentar tudo o que precisa. Vc não vai pagar e perder o seu dinheiro igual ocorre com os EUA, eles só vão orientar a pagar, lá na hora, se a sua documentação estiver correta. Caso contrário, vc corrige, volta no outro dia e aplica, só aí vc paga. A taxa do visto de turismo está 475 reais por pessoa (valores 2024), e desta forma o visto é emitido em 4 dias úteis (dá pra pagar uma taxa extra de 200 e poucos reais pra emitir no dia seguinte se precisar). Vc pode voltar lá buscar, pagar/pedir alguém pra buscar, ou optar pelo envio pelo correio, bem conveniente pra nós. Aplicamos o visto numa quinta-feira, em Brasília-DF, na quarta da semana seguinte os passaportes estavam em casa, em Londrina-PR. No formulário eu marquei entrada única, mas foi emitido visto de múltiplas entradas com validade de 10 anos! (Antes só emitiam visto de no máximo 5 anos de validade e o preço pra múltiplas entradas era mais alto). Coreia do Sul Para a Coreia do Sul não há necessidade de visto para brasileiros, mas tem que ter uma autorização eletrônica de viagem, o K-ETA (bem estilinho do que estão querendo implantar pra Europa). É só preencher o formulário e pagar. O formulário é simples e a K-ETA chega por email algumas poucas horas depois de solicitado. Eu fiz uma cagada aqui, preste atenção pra não fazer tb kk! Uma amiga que estava pra ir pra Coreia me mandou um site que não era o oficial e sei lá pq tb não desconfiei disso. Ela ia com agência e não tirou seu próprio K-ETA, a culpa foi minha de não checar e pesquisar mais, me afobei! Neste site eu preenchi um formulário bem simples, paguei, e emitiram a autorização muito rápido. Blz! Achei que tava tudo certo! Agora é que vem a história! No dia seguinte dessa história toda de Coreia, e faltando menos de 3 semanas pra viagem, fui jantar na casa de uma amiga e comentei com ela que ia pra Coreia. Ela é a doida dos doramas kkk, apaixonada pela Coreia, mas não é muito viajadeira e não tinha coragem de ir sozinha! Nem ela nem a família curtem muito viajar na real! Bom, o fato é que ela endoidou pra ir junto, foi na minha casa no dia seguinte e compramos a passagem dela pra Coreia, pela Qatar! Ela ia somente pra Coreia encontrar a gente. Aí fui atrás de tirar o K-eta dela tb, mas desta vez pesquisando direito... achei o site oficial: https://www.k-eta.go.kr/portal/apply/index.do Por meio deste site aplicamos o K-eta dela, mas o formulário era diferente, pedia mais dados, mas enfim, custou muito mais barato (coisa de 7 euros). Então para fins de informação, o K-ETA custa cerca de USD 7,5. O preço é em Won (moeda sul coreana), mas ela varia pouco frente ao dólar. Depois que tirei o K-eta dela bateu um desespero... será que eu tinha caído num golpe? Mas eu chequei neste site (oficial) e nosso K-eta tava lá tb! Fiquei um dia inteiro com muito ódio por ter sido distraída e gastado dinheiro a toa, mas foda-se... shits happen! CÂMBIO E ORÇAMENTO China O Yuan (CNY) é a unidade da moeda Renminbi (RMB) - que é a moeda oficial da República Popular da China. Eu vou chamar de CNY ok? Comprei tudo na WISE e minha cotação média ficou 1 yuan = 0,76 reais. A melhor opção de câmbio é no Bank of China, caso precise, boa cotação e sem taxas. Saquei uma miserinha de yuan do cartão da Wise usando terminais deste banco. Mas nem precisava. Coreia do Sul A moeda da Coreia é o Won (₩ ou KRW), tb tem na Wise, mas tive notícias de que cartões bandeira Visa no geral não funcionam direito por lá! Mesmo assim comprei um pouco de KRW na WISE e no relato conto como foi. Tb levei dólares impressos e auditáveis rs, troquei 200usd lá! Considere para fins de melhor compreensão que 1000 Wuons valem mais ou menos 4,5 reais. HOSPEDAGENS (e clima e datas) A China é um país continental e bastante diverso em relação ao clima, mas de forma geral outubro é o mês dourado, hauaha, acompanhado de maio e setembro... as estações intermediárias né (embora setembro tenha sido bem quente e chuvoso no sul este ano). MAS CUIDADO COM OS FERIADOS! Eu descobri depois que comprei as passagens que do dia 1 a 7 de outubro (cheguei na China dia 6) são AS GRANDES FÉRIAS DELES hahaua - uma semana de tradicionais viagens internas: a Golden Week. É o segundo (ou terceiro, dependendo da fonte) feriado mais importante da China! A multidão se desloca intensamente e as hospedagens ficam escassas! Portanto, tratei de me adiantar! Obs.: O feriado mais importante deles é o ano novo Chinês, comemorado em data móvel geralmente no mês de fevereiro. O dia do trabalho tb é MEGA importante e disputa com a proclamação da República Popular da China (1 de outubro) o segundo lugar! Como já disse anteriormente, o principal site que utilizado pra reserva de hospedagem é o trip.com - mas por conveniência e hábito eu reservei algumas hospedagens no booking, até pq estavam mais baratas, e outras no trip. O que acontece no booking é que tem bem menos opção do que existe na prática já que eles mesmos não usam essa plataforma! Vale a pena olhar nos dois! Nossas escolhas foram: Pequim (2) – no trip: Qiuguo Hotel Xian (3) – no booking: Holiday Inn Express Xi'an Bell Tower, an IHG Hotel Chongqing (2) – no trip: Tianqing River View Hotel Yangshuo (3) – no trip: Yishan Yunshui Hotel Xangai (3) – no booking: Green Court Residence City Center Seul (3) – no booking: Travelers A Korea Hostel Pequim (3) – no booking: Howard Johnson Paragon Hotel Beijing Central Todas as hospedagens tinham localização excelente e muito privilegiada, algumas com café da manhã! Conto mais detalhes no decorrer do relato. Em média gastamos 350 reais por noite, preço pra 2. Foram todas MUITO boas na China, na Coreia foi ok. INTERNET E O “GREAT FIREWALL” Esse é um assunto fundamental quando se trata de China, vc precisa de internet. E é fato que vc não conseguirá acessar de maneira constante nada do que conhece pra se comunicar e se deslocar (gmail, google maps, whatsapp, redes sociais em geral, youtube) se não tiver VPN. O VPN vai mudar sua localização e permitir que vc acesse os apps que são bloqueados na China. Outra coisa é que isso tb não resolve tudo, rs! O google maps por exemplo não tem sua base de dados atualizada há anos por lá, então não funciona direito... mas eu usei muito, basta ter algum senso de direção! Vou deixar essa questão do mapa pra depois, vamos primeiro desenrolar a internet! Essa DICA DE OURO veio de uma amiga que viaja com frequência pra China e passa meses lá a trabalho a bastante tempo: CLARO PASSAPORTE MUNDO. Esse plano tem cobertura em mais de 80 países no momento em que escrevo este relato e na China funciona sem necessidade de VPN, o que é muito prático! Vc já chega no destino com seu celular funcionando! Tb funciona na Coreia. Agora outras companhias telefônicas estão correndo atrás disso tb, veja se sua operadora oferece algo do tipo. Se não for o caso, vai ter que descolar um e-sim compatível com seu telefone! Escolha os que não precisam de VPN (como o Holafly ou Airalo), pois do contrário terá que assinar um app de VPN. Neste caso tem uns macetes... pra usar app chinês vc tem que desligar o VPN por exemplo. APPs China Tem apps que são essenciais em se tratando de China, não tem como ir sem de verdade (numa viagem independente, claro). São eles o WECHAT, o ALYPAY e o METROMAN, pra ver os caminhos de metro nas principais cidades chinesas. Eu não seria nada sem eles! Tb baixei o BAIDU (o google maps dele, somente em mandarim), mas pouco usei, mais pra confirmar algumas localidades mesmo. O We Chat é tipo o whatsapp deles, mas muito plus, rs! Eles usam pra tudo, é difícil até de explicar... é bom ter pra se comunicar e tb se precisar pagar caso dê algo ruim no alipay. Tem coisa que vc só compra por lá inclusive! Eu li em toda parte que pra vc se cadastrar no We Chat vc teria que ser validado por outro usuário, inclusive eles têm limite de validações anuais... mas eu me auto validei colocando meu cartão de crédito e deu tudo certo. O AliPay (o mais essencial de todos) é o mais usado para pagamentos e deslocamentos... gente, quase não existe pagar coisas com cartão ou dinheiro, é bem raro. Não tem maquininha de cartão em quase lugar nenhum. É tudo com QR Code. Com o Alipay vc tb paga o transporte público (o mais prático do mundo, deos) e chama o Uber deles, que chama Didi. Vc cadastra seu cartão (no meu caso o da Wise) e paga absolutamente tudo usando QR CODE. Vc gera o seu QR code que é lido por quem está te cobrando (ou lê o QR da pessoa) e o montante é descontado do seu cartão, simples assim! Ouvi relatos de que o Didi dentro do alipay pode falhar, então baixei o Didi independente tb, mas das vezes que usei funcionou então nem usei o Didi fora do Ali. Coreia do Sul O google maps tb não funciona lindamente na Coreia, eles não permitem que dados de mapas sejam armazenados por empresas estrangeiras. Baixei o Naver Map em inglês mas quase não usei (ele só funciona lá), fui só de google maps mesmo. Tb baixei dois apps de metro, um mapa de Seul apenas e o subway Korea (este segundo nem usei). E Uber não funciona direito por lá (é novo parece). Li em alguns lugares que é melhor evitar taxis e carros no geral, que eles são bem barbeiros (FATO). MALAS Nós tínhamos direito a despachar malas em todos os voos (23kg) e trens (em tese sem limite). E para informação, os trens tem as mesmas restrições de aviões quanto aos líquidos em spray e objetos cortantes. Mas a gente não gosta mais de despachar mala... aprendemos a amar a liberdade de viajar com pouco e não estressar com extravios, que era um risco sério nesta viagem já que as conexões da ida tanto em Madri quanto em Londres eram BEM apertadas! Vcs vão ver no relato que essa foi a decisão mais acertada da vida! Fomos de mochila e mala de mão. Quase todas (só a última que não) as nossas hospedagens na China tinham máquina de lavar gratuitas. Leve na mochila: Desodorante (eles não usam... pq não precisam, é difícil achar se precisar), medicamentos básicos (dor de cabeça, enjoo, febre, alergia e essas coisas), talheres de plástico (camping) se não for fluente em hashi e adoçante! Não é tão simples encontrar estes itens! Depois de uma longuíssima introdução... acho que podemos partir não? (CONTINUA)
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China - Pequim, Pingyao, Xian, Xangai, HK (2,5 semanas)
mcm postou um tópico em China - Relatos de Viagem
Como já mencionei no relato (3 dias no Qatar) que efetivamente começa esta viagem, Depois de 2 anos sem férias (troca de emprego = menos férias), 2019 era novamente vez das férias de 20 dias. Alvo era novamente Ásia. Japão, China, Indonésia, Filipinas, Coreia, o leque era grande. Com as passagens no Brasil escalando Himalaias, já na virada do ano comecei a prestar muita atenção nas promoções que surgiam no celular (Melhores Destinos) e email. E eis que surge a Qatar com 3 pratas para a China, partindo de São Paulo. Achei o preço muito bom, e logo fechamos. Ainda acho que foi um ótimo preço – no entanto foi a passagem mais cara de todas as viagens que já fizemos nesta década. Como era pela Qatar, tivemos a chance de programar um stop-over em Doha e conhecer a cidade, o que relatei aqui. Antes do relato, vou traçar umas considerações gerais. China? Sim, China! Conheço uma penca de outras pessoas que já foram, mas quase todas a negócios. Mergulhei em relatos – li diversas vezes os dois excelentes relatos que tinham aqui no mochileiros.com – e identifiquei que, se por um lado é um lugar moderno e em constante modernização, teríamos problemas com língua, costumes e afins. Presumidamente mais que em outros cantos do mundo em que já estivemos. Isso nos atraiu, de certa forma, e gerava uma certa ansiedade e curiosidade. Aquela coisa de sair da zona de conforto. Mas onde na China? País grande demais, tinha de escolher onde ir. Chegada e partida de Pequim, que era nosso porto. De cara buscamos as cidades mais ‘famosas’ (ao menos no nosso subconsciente), Xangai e Hong Kong. HK, aliás, hoje pertence à China, mas funciona meio que de modo separado. É China, mas não é. É por aí. Entre Pequim e Xangai tem Xian, famoso local dos guerreiros de Terracota. Rapidamente Xian entrou também. Por serem cidades grandes, alocamos uma quantidade razoável de dias para cada cidade (5 em Pequim, 4 em Xangai, 4 em HK), para permanecer mais dias nas cidades e se deslocar menos. País continental, quanto mais deslocamento, menos tempo curtindo. Imaginamos também o tempo de deslocamento *dentro* das cidades. Mas sobrava alguma folga. Fiquei fascinado com Zhangjiajie, mas Katia não se empolgou tanto. De modo que acabou sacada da viagem – ficou para uma próxima vez. Adoraria ir ao Tibete, mas a longa distância e o eventual perrengue (eventualmente a entrada fica proibida) me fizeram descartar também. Entre outras opções consideradas, no fim das contas incluí Pingyao nos dias faltantes. Ficava entre Pequim e Xian e parecia uma charmosa cidade pequena, coisa que faltava no nosso roteiro. Era tipicamente um lugar que incluiríamos num fim de viagem (tipo Cesky Krumlov, Bled, Bruges), mas que acabou no começo por força logística. Olhando para trás, eu mudaria muito pouco. Talvez cortasse um dia de HK, e teria incluído um para Suzhou. O galho é que as distâncias são grandes, ainda que preenchidas de forma veloz pela formidável malha ferroviária chinesa. Tendo mais tempo, teria ido a Hua Shuan, explorado os arredores desde Pingyao, mais ainda os arredores de Xian, Tibete e tantas outras coisas que tem por lá. Como foi? Foi ótimo, deu tudo certo. Curtimos demais, andamos demais, conhecemos demais, maravilhamo-nos demais. Tivemos menos problemas que o esperado. Quando voltei, sonhei com a China durante toda a semana seguinte. De noite saciava a seca assistindo a Pula Muralha e 2 a Mais, 2 interessantes e divertidos canais no Youtube com temática chinesa. Visto Rolou certa burocracia para emissão do visto. Felizmente moramos muito perto do consulado, então resolvíamos tudo rapidamente. Em nossa primeira ida, Katia não podia entrar de bermuda (!!), tinha de ser calça abaixo do joelho. As instruções dizem para preencher todos lugares onde iremos e estaremos (hotéis), e assim fizemos. Chegando lá, descobrimos que, mais importante que isso, é manter a formatação de 4 páginas. Então, contradizendo as instruções, melhor suprimir informação. No fim das contas, refazer o formulário. Para fechar, precisávamos de 2 entradas (iríamos a Hong Kong no meio da viagem, e, embora seja tecnicamente China, conta como saída), mas isso nos foi negado por conta de o passaporte ter validade somente até o fim do ano. Para 1 entrada, ok. Para 2, precisava de 9 meses de validade. Mas o cônsul deu a dica: se vc renovar o passaporte, te dou entradas múltiplas. Pensei rapidamente e optei por essa alternativa. Renovamos, ainda usamos na viagem ao Peru semanas antes, e depois pegamos o visto. Tudo certo, amém. Escrita, língua, etc. Segundo o Lonely Planet a China tem 8 grandes grupos de dialetos. Dentre vários outros pelo país... O mandarim é o mais famoso e oficial, o cantonês vem em seguida. Sobre a escrita está dito que sabendo de 1200 a 1500 dá pra se virar. Sabendo de 2000 a 3000 já dá pra ler jornal. Um indivíduo mais educado usa de 6000 a 8000 dos caracteres. Ou ideogramas, seja como for. Era para eu ter aprendido minimamente alguma coisa de chinês, mas a verdade é que aprendi praticamente nada além de oi e obrigado em chinês. Lá se vão os tempos em que cheguei a aprender cirílico para me virar na Rússia, agora tenho tido cada vez menos tempo de planejar. Foi bem complicado de se comunicar em geral – e, ainda assim, foi menos complicado do que eu esperava. Talvez tenha criado expectativas de quase não comunicação. Mas existe gestual, existe mímica, existem as palavras que a galera já sabe (beer!) e existem os tradutores. Seja do google, seja algum local – usei algumas vezes, e usaram comigo também. Quando digo que foi complicado se comunicar é pra reforçar o que se diz em geral: são raros os que falam inglês. Comparativamente, eu diria que deve ser próximo ao que um estrangeiro se depara ao visitar uma cidade brasileira: não há praticamente nada em inglês. Levamos o nosso livrinho icoon, de ilustrações que ajudariam na comunicação, achando que finalmente dessa vez iríamos precisar! Mas não usamos. Na hora da dificuldade, ou rolava a desistência, ou chamavam alguém que falava inglês, ou usávamos algum tradutor digital. Compramos o icoon no começo da década. Hoje parece defasado. Ah, de tanto ouvirmos galera contando até três para tirar foto, memorizamos algo como “i, ar, san”..., ou coisa semelhante. Então sabemos contar até 3 em chinês. Pessoas Em 10 entre 10 relatos que li, a galera relatava que se depararam com chineses que não eram lá muito amigáveis, ou que eram antipáticos, ou que se recusavam a ajudar, etc. Alguns textos chegavam a desprezar a população local. Acho que tive sorte: só tivemos contato com pessoas legais. Em diversas ocasiões em que caímos no lost in translation as pessoas buscaram nos ajudar. Chamavam alguém que falava alguma coisa em inglês, ou usavam algum aplicativo tradutor local, ou facilitavam logo as coisas (uma guarda não conseguia nos fazer entender que precisávamos do passaporte para obter os ingressos de um museu, então decidiu nos dar logo os ingressos), usavam as mãos, ou muito simpaticamente nos faziam entender que não haveria como nos comunicarmos, etc. Claro que vimos fura-filas (mas só pegamos micro-filas) e outras coisas de que nem me lembro direito, mas nada que se comparasse ao que li antes de viajar. Achamos os chineses pessoas legais e sorridentes em geral. E lá rolou uma coisa que vivemos na Índia, que é a galera pedir para tirar foto conosco (ou efetivamente nos fotografar). Curtimos bastante, tiramos várias fotos juntos. Filas Novamente, dez entre dez relatos sobre a China me alertavam para eu relaxar e me acostumar ao fato: haverá filas. Relaxei e esperei por isso. E, creiam, não peguei filas na China. Nem eu acredito nisso. Deve ser até manchete de jornal, mas é verdade. Não me refiro a fila de 2 ou 3 pessoas à sua frente, nem considero isso. Tô falando das filas de que se espera na China, quilométricas, com dezenas ou centenas de pessoas. Não pegamos. De novo: li que era para esperar por isso, e, repito, li isso em TODOS os relatos. Mas nada. Era uma surpresa atrás da outra. Na chegada na imigração (onde?), na hora de comprar ingresso (cadê a fila?), na hora de entrar na atração (fila, onde?), seja para entrar no Aeroporto ou estação de trem (para embarcar tinha, naturalmente), nada. No nosso último dia, enfim, nós vimos uma fila – para entrar na Praça da Paz. Era dessas que esperávamos ao longo de toda a viagem. E desistimos, o combinado era conhecer o Mausoléu do Mao somente se não houvesse fila. Era um sábado pela manhã. Até hoje fico impressionado com isso, e por isso repito: não pegamos fila na China. Comidas Busquei sempre comer coisas locais, evitei ao máximo a tentação da comida ocidental (mas cedemos à indiana!). Acho que tolero bastante comida apimentada, mas houve umas duas vezes em que estava MUITO apimentado (tive de comer em etapas, ehehehe). Comemos desde churrasquinho de rua até em restaurantes um pouco mais refinados – mas nem tanto, o Lonely Planet classificava com dois cifrões de um máximo de 3. Comi muita coisa boa, e outras tantas que não me disseram nada. Não desgostei de coisa alguma, mas em muitas vezes achei que não havia muito sabor. Pode ser em decorrência de as coisas não terem muito sal nem muito açúcar (ou melhor, de ter muito pouco de cada). Por exemplo, num trem eu comprei uma pipoca. Parecia ser de sal, mas não tinha gosto nem de sal, nem de açúcar. Fui até o vagão restaurante atrás de um saquinho de sal (a conversa foi desenrolada via tradutor deles) – e não tinha! A pipoca era daquele jeito mesmo. Visitamos diversos food stalls. Sempre que havia algum, percorríamos. Era muito bacana, vimos diversas coisas das quais não fazemos ideia do que se trata. Vimos comidas com cores maravilhosas – lembro de comer uma massinha com recheio algumas vezes, que pelo visto eles coloriam. Não sei o que era, mas eu gostava, era levemente doce. Lembro de ver diversos bichos e partes de bichos nos espetos. Algumas coisas identificávamos, outras não sei até hoje. Muito diferente e distante do que estamos habituados. Patas de galinha, rabo de alguma coisa, pata de porco (ao menos parecia), sapo, alguma coisa que se parecia com um pintinho, tudo isso vimos em espeto para churrasco. Comi espetinhos do que presumo que era carne de porco e ou carneiro. Era bom e geralmente barato. Katia comeu espetinho de polvo, e também gostou. Comemos vários quitutes (?) que comprávamos pela beleza, mas o sabor, como falei, não me dizia muita coisa. Não havia regra: comemos muito bem em locais bem populares e guerreiros. Comemos bem em restaurantes mais caros. Não comemos mal em canto algum. Em geral curtimos muito, mas observávamos mais do que comíamos. Via de regra, em viagem, só temos uma refeição – a janta. Ah! Em n cantos eu li e em n ocasiões ouvi: “não coma comida de rua”. Ignoramos. E foi muito legal! Segue então um flood de fotos de comida: Chás Bebemos inúmeros chás de garrafinhas, que comprávamos em qq vendedor de rua. No fim da viagem já conseguíamos identificar alguns de que gostávamos mais. Chás mais refinados de casas de chá, não fomos. Eventualmente pedimos nos restaurantes, mas preferimos sempre cerveja, ahahaha. A rigor, não somos muito de chá, embora eu, carioca, beba muito Mate. Café é uma coisa que achei bem cara por lá. Compramos (pó? granel? de) chá numa lojinha de Pingyao, que levamos para o resto da viagem. Esses eram muito bons. Então tomávamos chá antes de dormir todas as noites, pq em toda hospedagem na China tem garrafa térmica – tal qual Inglaterra. Restaurantes Os pratos vão chegando conforme ficam prontos, não tem isso de servir tudo junto. Tal qual outros cantos da Ásia, aliás. Os pratos são sempre apimentados. Vc pode evitar de comer os pedaços de pimenta, no entanto. Eu sugiro treinar o paladar. Ou apelar para comidas ocidentais, o que evito – e evitei. Eu não sou de comer pimenta no dia a dia (Katia sim, todos os dias), mas encaro numa boa. Achei a comida na China bem mais apimentada que na Índia, por exemplo (na Índia não comi carne). Esqueça essa coisa de carne sem gordura, sem osso, sem cartilagem. Lá vai tudo. Na China não tem 10% na conta. Em HK tem. Pagamentos Nós, turistas, pagamos em cash mesmo. Mas vi a galera local pagando tudo com celular via QR code. Google Toda a plataforma google é bloqueada, é verdade. Nada de gmail, nada de google.com, nada de maps, nada de Instragram, nada de whatsapp.... Mas whatsapp funcionou em alguns poucos momentos, não entendi o pq. Funcionou eventual e pontualmente entre Pingyao e Xangai. Isso NÃO se aplica a Hong Kong e Macau, onde o google funciona normalmente. Muita gente que não vive sem google acaba pagando por um VPN para burlar a censura. Katia fez isso e funcionou. Eu desencanei e preferi ficar sem google mesmo. Em geral, achei a Internet lenta por lá, provavelmente por ser controlada. A rede social predominante por lá é o we chat. Vimos em vários cantos. Mapas Li em diversos cantos que o google maps seria inútil por lá. Como o Google é bloqueado e sequer é possível baixar os mapas para ver offline, de fato não haveria como. No meu caso o google maps até aparecia, acho que os mapas ficaram no cache. Mas atesto: o google maps na China é fora de prumo, não é preciso. A dica é usar o maps.me – esse app foi salvador! Em alguns casos é até melhor que o google maps – ele fornece, por exemplo, a rota a pé de um ponto a outro, mesmo offline. Baixei os mapas antes e marquei alguns dos pontos que eu havia mapeado. Funcionou quase 100%, somente um ou outro ponto que estava mapeado errado. Então #ficaadica, na China usar MAPS.ME. Templos Via de regra limpíssimos e quase sempre parecendo novíssimos (repintados, ou conservados, seja o que for). Exceção somente para templos menores que visitamos em Pingyao, que pareciam estar mais empoeirados. Hábitos Vimos e ouvimos escarradas sim. Arrotos também. É relativamente comum, embora praticado por pessoas mais velhas. Mas não vi essa prática em locais públicos muito limpos, como metrô, estação de trem etc. – digo, não via escarrar no chão, nesses casos a galera ia escarrar na lixeira. Em HK ouvimos muito menos. Confesso que não vi, ou não reparei, se a galera come de boca aberta – essa era outra impressão que li de outros viajantes. Também não vi xixi em copo ou crianças com a parte da bunda aberta (mas a verdade é que não reparei). Mas vi campanhas educativas pelas cidades, sobretudo em vídeos no metrô: parar para pedestres atravessarem, estacionar em faixas determinadas, não fazer xixi nas ruas (e sempre havia banheiros públicos grátis!). Banheiros Encontrados com muita facilidade em tudo quanto era canto. Em Pequim, por exemplo, todo hutong tem banheiro. Às vezes mais de um e próximos uns dos outros. Eram sinalizados nas cidades, e em geral limpos. Para mulheres era mais complicado por conta do padrão chinês/asiático (squat position) – Katia conta que nem todos os femininos tinham privadas ‘ocidentais’ ou divisórias. Limpeza As ruas (e parques, e praças, e tudo quanto era lugar) das cidades onde estivemos na China são em geral MUITO limpas. Sem padrão de comparação com a imundície das grandes cidades brasileiras. Vi sim pessoas jogando coisas no chão na maior cara de pau, mas sempre havia alguém para limpar isso também. Lixeiras eram encontradas com facilidade. HK é visivelmente mais suja. Mas, ainda assim, muito menos que o Rio de Janeiro, por exemplo. Vale dizer: via de regra os jardins são MUITO bem cuidados, lindos. E as flores parecem perfumadas. Cheguei a desconfiar que borrifam perfume nos jardins. O trânsito e as ruas Em Pequim é tipo Brasil: o pedestre está em último na escala de prioridades. O mais forte vem em primeiro lugar. Bicicletas e elétricas têm pista exclusiva, no canto das avenidas. Largamente desrespeitada por carros, que por muitas vezes vi estacionados nelas, quando não havia divisória. Geralmente motos e elétricas transitam por lá, na área reservada a elas, mas não era incomum estarem nas calçadas também. Tal qual Brasil, ciclistas e motociclistas entendem que sinalização de trânsito serve apenas para carros. Seja sinal vermelho ou mesmo contramão. Habituados ao esquema Brasil, atravessávamos a rua do nosso jeito também. Em regra, ao atravessar ruas e avenidas, olhe para todos os lados, inclusive para trás. Lembre-se, vc como pedestre está em último na escala de preferências. Dito isso, reitero: para brasileiros não é muito diferente do que vivemos no dia a dia. Em geral as placas de proibido bicicleta, em áreas de pedestres, são solenemente ignoradas por bicicletas mecânicas, elétricas e motos. Buzinas avisam que vc deve sair da frente de quem tem prioridade na prática. Achei o trânsito mais organizado em Xian e Shanghai; Pingyao não conta muito. Em Hong Kong era mais 1º mundo. Em Hong Kong, nada de motos e bicicletas e elétricas. Lá havia trams e ônibus dois andares. Metrô e transportes internos Muito tranquilo de se usar. Máquinas com menu em inglês em todas as estações. Basta indicar a sua estação final e pagar que tudo se resolve. Necessário guardar os bilhetes até a saída. Se vc decidir mudar de planos durante a viagem? Sem galho, só pagar a diferença na estação de saída (tem guichê para isso). Metrôs novos e modernos, e muito, muito limpos. Em Pequim o painel de cada vagão indicava em qual porta sair na estação seguinte. Muito útil no rush! Mas não era em toda e qq linha. Tendo um guia à mão, é bom saber qual a melhor saída para sua atração. Poupa tempo. De qq forma, as estações têm mapa. Em vários vagões reparamos em vídeos educativos que (presumo) o governo patrocine para educar os modos da galera. Do tipo: ceder lugar aos mais velhos, grávidas ou portador de necessidades; não cuspir; não sujar; deixar o lado esquerdo livre nas escadas rolantes (neste caso funcionava somente algumas vezes, tipo Brasil), etc. Mas não vi galera retirando a mochila das costas em vagões lotados. Para entrar no metrô vc sempre precisa passar por raio x e detector de metais. Mas só pra constar, a inspeção é leve. Em HK não tem isso de raio x e detector. Vimos algumas estações com guardas. Eles entravam em alguns vagões também. Esses guardas do vagão sempre desembarcam e aguardam sinal de embarque para retornar. E impedem outros de entrar quando o sinal toca. Vimos tbm pessoas pedindo informações a eles. Ônibus é complicado pq todas as infos estão em chinês. Mas em HK andamos de ônibus, as infos estavam bem descritas em inglês em cada ponto. Leões nas portas Isso é algo que vc vai ver em tudo quanto é canto. Seja cidade pequena, seja nos grandes centros. As entradas estão guarnecidas por dois leões de pedra. Normalmente o macho está com a pata sobre uma bola e a fêmea tem a pata sobre um filhote (parece esmagar, mas na verdade está acariciando – ou protegendo?). Estão lá para espantar maus espíritos. Tomada Levamos um adaptador universal, mas não foi necessário. A tomada de dois pinos funciona numa boa por lá – em um lugar que ficamos em Pequim ficava meio mole. Mas deu pra carregar geral. Compras Não fizemos (não fazemos habitualmente). Segurança Relaxe. Não há padrão de comparação com grandes cidades brasileiras. Hospedagem Cidade – hotel - diária Beijing - 161 Wangfujing Courtyard Hotel – 405 CNY Pingyao - Pingyao Hongyuyuan Guesthouse – 92 CNY Xian - So Young City Center Hostel Huiya Tianmu Shop – 138 CNY Shanghai Blue Mountain Bund Youth Hostel – 499 CNY ibis Hong Kong Central and Sheung Wan – 473 HKD Novotel Beijing Xin Qiao – 437 CNY Via de regra escolho a região onde ficar em 1º lugar, e depois o mais barato que não seja (muito) esculhambado. Localização, quarto casal com banheiro, nada de não reembolsável. Nesse caso, acho que elevamos o padrão um pouco. E achei os hotéis nas grandes cidades bem caros. A diferença, por exemplo, entre os preços pagos em Xangai e Pingyao, de 5x, não se traduz na qualidade. Esperava por preços de hotéis mais na linha Sudeste Asiático. Mas eles estavam mais para Singapura grandes maiores. Em cada região, escolhi onde ficar. Wangfujing e arredores em Pequim, centrão em Pingyao, dentro da muralha em Xian (diria hoje que é desnecessário, mas felizmente dei sorte de ficar relativamente perto do Muslim Quarter), perto (mas nem tanto assim...) do Bund em Xangai e HK eu acabei não ficando onde queria, que era do outro lado do rio. Por conta dos preços, e da qualidade que eu via, acabei optando por uma boa promoção (não reembolsável, mas foi o jeito) do Ibis. Foi ótima opção, acertei sem querer (mas se voltasse ficaria mais perto do Soho). Na volta em Pequim, tinha reservado um albergue (Station hostel) e depois vi uma promoção do Novotel mais barato que o albergue (mas ambos caros). Achei aquilo bizarro, e não recusei o esquema-patrão. Padrão dos banheiros de hotéis, pousadas e albergues que ficamos era ter: 2 escovas com pasta, 1 pente. Xampu e sabão líquido, 1 sabonete sólido. Transportes Trecho - preço por cabeça Avião: RJ x SP – Gol – 162 BRL SP x Doha x Pequim – Qatar - 1500 BRL Trens: Beijing West – Pingyaogucheng – 183 CNY Pingyaogucheng - Xian North – 150 CNY Xian North - Shanghai Hongqiao – 670 CNY Avião: Shangai Hongqiao x Hong Kong – China Eastern – milhas Hong Kong x Pequim - China Southern – milhas Pequim x Doha x SP – Qatar - 1500 BRL SP x RJ – Latam – 132 BRL Comprei tickets de trem adiantadamente com a China Highights, agência online. Pedi para entregar no nosso hotel em Pequim. Paga-se taxa para tudo isso, optei pela comodidade. E deu tudo certinho. Tickets estavam lá no nosso hotel quando chegamos, instruções foram perfeitas, tickets todos certinhos conforme compramos. A ideia, que li em 10 entre 10 relatos, de filas e miscommunication para comprar nas estações de trem me levaram ao conforto de antecipar essa parte por agência. Usamos trens D e G, que são de alta velocidade. G é o de mais alta. Trens (e metrô) tinham informações e anúncios em inglês. Mas não era tudo traduzido, era somente o necessário. Sobre os trens, preferimos sempre os de noite, como qualquer outro transporte. Olhando para trás, talvez pegasse algum sleeper. Rola um barato também de viajar de dia, observar visual e tal. De noite é dormir, ou ler (e sempre lia o guia, livro, Piauí, etc.) OU ainda netflix. Dez entre dez relatos e guias dizem que estrangeiros não tem como comprar passagens pela inet no site oficial, e nem mesmo nas máquinas automáticas das estações. Nem tentei. Eu faria os trechos internos para e de Hong Kong de trem também, mas em ambos os casos me tomaria um dia inteiro de viagem, mesmo em alta velocidade. Então optamos por avião. Acabou que consegui usar milhas de longa data que tinha da Flying Blue, e que estavam prestes a expirar!, para emitir passagens para os dois trechos. Amem!