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  1. 💣***Esse texto não é recomendado para menores de 30 anos***💣 Madrugada de uma terça para quarta feira. Na kitnet recém alugada, mobiliada apenas com alguns caixotes e vasos de plantas (entre eles uma samambaia dessas de supermercado comprada conscientemente semi morta, símbolo último de qualquer esperança que ainda possa me habitar) a barraca montada no lugar de onde habitualmente deveria ter uma cama acabara de dar espaço para um tapete de taboa, onde repouso meu isolante térmico da NatureHike com o já de guerra saco de dormir. No velho hábito, apenas a lanterna de cabeça, agora usada como abajur, ilumina o ambiente. Escrevo num caderno desses pequenos de capa mole e espiral (sim, ainda me sinto mais confortável escrevendo à mão, depois digitando palavra por palavra num rascunho de email no celular onde formatarei para postar) apoiado sobre um livro chamado 'Dinheiro Feliz', de subtítulo 'a arte japonesa de fazer as pazes com o seu dinheiro' que acabara de comprar ha poucos dias e penso: "certamente dinheiro feliz é o meu para esse japonês que o escreveu...". Ainda não li uma linha sequer. Páro, como algumas azeitonas com caroço que intercalo com chocolate granulado virado do pacote direto na boca. Enquanto bebo um pouco de água dessas garrafinhas plásticas ecologicamente irritantes por serem moles e barulhentas, meu pé direito balança no ar numa posição de pernas cruzadas meio sentada, meio largada transbordando ansiedade. Mato um pernilongo com uma frieza que não sei identificar e o pensamento já vai pra lembrança daquilo que um dia a faculdade me ensinou de que apenas as fêmeas de pernilongo nos picam. Pela fresta da janela semi aberta, observo uma única estrela brilhar, conseguindo focá-la apenas quando fecho o olho direito. Esse é um texto sobre solidão. Para começar a escrita, lembro que a última vez que andei por aí foi como romeira no último mês de outubro, saindo da ZL de SP até Aparecida do Norte. Ou seja, há 3 meses fiz aquela que disse ser minha última viagem. E, muito embora já tenha repetido essa ladainha algumas várias vezes nesses 7 anos de vida errante (setênios !), dessa vez faço essa afirmação com um emprego registrado, contrato anual de aluguel e internet com todo o kit Starter Pack da Matrix. De novo. Além de algumas rugas e quilos à mais, afinal cada granulado tem um preço a se pagar. Risos. A verdade é que já falei bastante sobre tudo que me motivou a sair por aí, mas nunca falei sobre os motivos que já me fizeram parar. E uma vez que nunca li nada a respeito, peço licença ao fórum para externizar as divagações desse ego e criar um contra ponto de equilíbrio com a Jovem Mística que me habitava e que já escreveu outrora por aqui. 😁 Pois bem, sei que muitas pessoas têm medo da solidão. Eu não sou uma dessas pessoas. E não afirmo isso com orgulho, afirmo apenas como um fato observável. Nunca me incomodei em ficar só, muito pelo contrário. Talvez pelo hábito enfiado goela abaixo desde tenra infância, sempre me senti confortável comigo mesma. Mas existe um perigo muito poderoso nesse prazer da solidão. A ideia aqui não é discorrer entre solidão e solitude. Vá você experienciar cada qual como um sommelier de vida. Mas como uma pessoa que tem grande gosto por estar só, cito algo que li por aí: melancolia é dor com açúcar. É sobre este prazer melancólico em estar só que estou falando. Nunca fiquei mais de 6 meses viajando direto, e nunca passei mais de 6 meses numa mesma comunidade. E o primeiro motivo que sempre me fez parar de viajar era quando não conseguia mais ficar só comigo mesma. A maior parte do tempo, como viajantes, somos o corpo estranho por onde passamos e onde chegamos. É praticamente inevitável que a clássica "curiada" [cu.ri.a.da. - s.f.: termo que aprendi em Goiás pra quando te chamam pra tomar um café e questionam tudo sobre sua vida e suas intenções por aquelas terras; informações estas que muito rápido serão de conhecimento público] vá acontecer. E quanto menor a comunidade, maior a curiada: totalmente compreensível, proporcionalmente invasivo! Estar constantemente sendo observada, estudada, indagada e justificando ou explicando, em algum momento, cansa. Isso também me lembra uma ilusão que tinha no começo das viagens de carona onde pensava que indo embora para qualquer vilarejo longínquo seria a fonte de toda solitude e paz. Errei feio, errei rude. Então, quando cansava de ter tanta gente curiando a minha vida nas pequenas comunidades, recorria à algumas semanas de férias nos grandes centros urbanos. Nada como a avassaladora solidão de estar fagocitada no transporte público de São Paulo às 18h de uma segunda feira. Mas depois que se resiste bravamente a fase das investidas na curiada e compreendem que você não oferece perigo à comunidade, você passa a ser "aceito" no meio. Digo aceito entre aspas por um motivo. Já explico. Esse ponto no qual a sua postura fala por si e você passa a ser aceito no meio sempre foi muito característico para mim pois era o momento em que paravam de se referir à mim como 'a paulista' e começavam a me chamar pelo meu nome, principalmente as pessoas mais velhas. Um momento glorioso. Mas lembre-se que disse que passamos a ser "aceitos" entre aspas. Isso quer dizer que ainda que você passe muito tempo imerso em convivência, você sempre tende a ser visto como ~o que veio de fora. Isso quer dizer que, ainda que você ame tomar chimarrão, se não nasceu no Sul, você não é de lá; ainda que você ame tomar tacacá, se você não nasceu no norte, você não é de lá. E, ainda que tenhamos o majestoso S.U.S. em território nacional, se você já precisou ser hospitalizado em outro estado, sabe do que estou falando. Essa limitada noção de pertencimento, uma hora, também cansa. Agora, no que tange as razões psicoemocionais, as questões físicas na relação com o próprio corpo e o envelhecimento em algum momento batem à nossa porta, mas, honestamente, sinto serem fatores muito mais adaptativos do que limitantes. Já os fatores mentais são mais desafiadores. Explico: quando comecei a viajar e era uma jovem de 20 e poucos anos, impreterivelmente as pessoas me perguntavam, todo dia, "o que sua família acha disso [de viajar por aí]; e você não tem medo?". Agora, com 30 e poucos anos, impreterivelmente as pessoas me perguntavam, todo dia, "você não tem marido? Não tem filhos" seguido de um "tadinhaaaa...!" de crueldade com precisão acupuntúrica. Isso quando o interesse pelo estado civil não está diretamente relacionado com o pré julgamento de possivelmente eu ser garota de programa. A sociedade definitivamente ainda não está preparada para aceitar o corpo livre da mulher exercendo a sua liberdade. E em algum momento, isso cansa. E muito. Ainda sobre o Machismo-Nosso-de-Todo-Dia, posso citar um fato que me deixou bastante pistola. Em março do ano passado fiz aquela que seria minha última viagem de bicicleta. Coisa pequena, coisa pouca. Saí do Sul de MG e fui rumo ao Nordeste de Goiás, pouco mais de 1000km, em 26 dias pedalados bem lenta e desfrutadoramente. Desses 26 dias, 21 foi o total de vezes que homens me abordaram para """me oferecer ajuda""". Veja bem, não é como se eu estivesse parada com minha bicicleta, com as rodas viradas para cima, sinalizando um pedido de ajuda; não é como se eu estivesse empurrando a bicicleta na contra-mão; não. Eu estava pedalando, exercendo meu direito de ir e vir, e em algum momento surgia um homem do nada me fechando no acostamento ou andando pareado ao meu lado de forma bem perigosa e me abordando para me oferecer """"ajuda"""" para me levar! O pior de todos foi um motoqueiro no meio de uma das infindas monoculturas de pinus em MG que quase me infartou me rodeando com a moto dele me mostrando uma corda. Ele disse que me viu passando no dia anterior e a foi buscar pra eu amarrar na bicicleta e ele me rebocar. !!!!!!!! Não cabem em palavras o susto e o ódio proporcionais, mas vou dizer que minha resposta foi: você tem 5 segundos pra sumir daqui de perto de mim que eu não tô com saco pra olhar pra você! Ele arregalou os olhos, e arrancou. Ajuda boa é aquela oferecida quando solicitada; sou da ideia de que ajuda oferecida e que não foi pedida, não é ajuda. É tentativa de colonização. Além disso, unanimidade entre as avós: de boas intenções o inferno está cheio! O machismo não atinge apenas as mulheres que viajam solo por aí, mas ter que ser forte todo dia solo, uma hora, cansa. E, falando em fazer as coisas solo, deixei um dos motivos mais brabos por último: Alexander Supertramp. Sim, ele estava certo. A porra da felicidade só parece ser real quando compartilhada! Comecei afirmando que não tenho medo de estar sozinha e mantenho a afirmação, mas se sentir sozinho ninguém gosta. Tantas foram e são as paisagens indescritíveis, milagres inefáveis e situações milagrosas testemunhadas em um único dia de viagem que até hoje me pergunto se aconteceram mesmo ou se foi alucinação... Tudo porque não tinha um olhar pra eu trocar e saber que tinha outro universo testemunhando também. E ainda que quisesse dar uma de evoluída metida a Siddharta e tocar o chão para a terra ser minha testemunha, acredite, a terra não vai te chamar de mozão no fim do dia, parça. E, ainda que esteja cansado de curiadas, da sensação de não pertencimento e do machismo diário, quando se enfrenta tudo isso solo é muito mais pesado. Esse é o ponto. E dessa kitnet, cheia de ecos e vazia de ambições, tomando diariamente minhas pílulas azuis de coppertop, deixo registrado alguns motivos que, isolados ou somados, ao longo dos anos, contribuíram para eu escolher parar de viajar. Adiciono que essas são razões aplicáveis à modalidade 'viajar sem dinheiro' ou 'roots', na qual para permear o meio as interações e ligações sociais são essenciais e obrigatórias. Viajando com dinheiro, a maior parte do descrito é irrelevante (salvo machismo, onipresente) uma vez que você obtém o que precisa pagando e não necessitando do sucesso das suas interações sociais. Supertramp, você sempre esteve certo... e isso é uma droga!!!
  2. Saudações! Uma imagem vale mais do que mil palavras. Segue as imagens dos alforges de balde que sempre usei em minhas viagens de bike. A idéia é: usar um bagageiro tubular do mais simprão, todo fixo. Com uma corda de 10m, fazer dois "aros" (como o de basquete) com a corda, um de cada lado. A ideia é que os baldes possam ser facilmente colocados e retirados por esse aro de corda. Para o balde não pegar na roda traseira, prendi um pedaço de ferro com linha encerada e garrotes de plástico e encapei tudo com borracha de câmara. Para o balde não pular, prendi elásticos com garrote por fora do balde. Vantagens do balde alforge: Múltiplos usos (alforge, balde pra deixar roupa de molho, banquinho, apoio de mesa, cajón); melhor custo benefício e fácil reposição do sistema. Longa durabilidade (+3000km de teste). Desvantagem: Um pouco pesados mesmo vazios, fáceis de rachar por impacto mecânico (mas também são fáceis de reparar). 2020.09.12 Coral2020.09.12 Coral2020.09.12 Coral 2020.09.12 Coral 2020.09.12 Coral 2020.09.12 Coral 2020.09.12 Coral 2020.09.12 Coral 2020.09.12 Coral
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