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  1. Ola pessoal, depois de muito tempo estou escrevendo novamente um relato de viagem. Viajamos para a Patagonia Argentina entre 01/05/24 e 10/05/24. Dessa vez fomos de aviao, ao contrario das nossas outras viagens pela Argentina e foi uma excelente experiencia. Fomos eu, minha esposa e nossa filha de 1 ano e 5 meses. Moramos em Florianopolis, mas encontramos passagens mais em conta saindo de Curitiba, de onde iniciamos a nossa viagem. Nosso roteiro foi o seguinte: 01/05/24 - Curitiba -> Buenos Aires -> El Calafate 02/05/24 - El Calafate - Visita ao Glaciar Perito Moreno 03/05/24 - El Calafate - Dia livre 04/05/24 - Bate e volta ate El Chalten 05/05/24 - El Calafate -> Ushuaia 06/05/24 - Ushuaia - Dia livre 07/05/24 - Ushuaia - Visita ao Parque Nacional Tierra Del Fuego e Glaciar Martial 08/05/24 - Ushuaia - Visita ao Tren del fin del mundo e passeios pela cidade 09/05/24 - Ushuaia - Passeio pela ruta 3 e pela cidade 10/05/24 - Inicio do retorno - Ushuaia -> Buenos Aires -> Curitiba Como viajamos com uma bebe, fizemos uma viagem bem calma, sem tentar visitar e explorar todos os pontos turisticos. Dia 01/05/24 O primeiro dia foi apenas de deslocamento, saimos de Curitiba as 09:40hs e chegamos em Buenos Aires em torno das 12hs. Aguardamos ate as 15hs e pegamos o voo para El Calafate, onde chegamos as 19hs. Nesse voo, ganhamos um upgrade de assento e nos colocaram na primeira fileira, onde havia mais espaco para a gente e para a bebe. Ponto para a Aerolineas Argentinas, que nos surpreendeu pelo excelente atendimento. Durante a parte final do voo para El Calafate, pegamos um lindo por do sol. O terreno abaixo estava todo branco de neve e ao fundo era possivel ver o Fitz Roy na chegada a El Calafate, foi simplemente demais! Deu um certo trabalho retirar o carro alugado, porque meu cartao de credito nao tem os numeros impressos nele e estavam relutando em aceitar pegar os numeros pelo app do cartao. Tive que tirar uma foto e mandar para eles. Pegamos um Etios Sedan, estava bem rodado, mas nao tivemos problemas. Alugamos tambem cadenas, por precaucao, porque estavam pedindo elas para entrar no parque Nacional Los Glaciares. Saimos do aeroporto perto das 20hs, uma escuridao total, mas ao olhar para o ceu, outro espetaculo. Ceu limpo e estrelado, sem nenhuma nuvem, porem devia estar uns -2c naquele momento. Dirigimos por uns 20 min ate a cidade, paramos em um posto ypf onde pegamos sanduiches, agua e medialunas para o cafe da manha do dia seguinte e logo chegamos no airbnb que alugamos. Foi um dia cansativo, mas deu tudo certo. Nossa bebe se comportou muito bem nos dois voos e foi bem tranquila a viagem. Algumas fotos: Aeroporto de Curitiba Decolando... Buenos Aires ao fundo Por do sol com o Fitz Roy ao fundo Apreciando a paisagem Muita neve! Mais neve!
  2. Boa tarde! Tenho 2 semanas para conhecer a Patagonia entre Dezembro e Janeiro (27/12 a 11/01), partindo de Santiago, e estou na fase de montar o roteiro. Como sinto que é pouco tempo, estou à procura de dicas das cidades e pontos imperdíveis. Quais vocês recomendam conhecer? Qual cidade seria melhor para passar a virada do ano (considerando que estarei sozinha, seria bacana algum movimento na virada, como um festejo mais animado). E quanto a segurança, alguém tem informações sobre viagens solos para mulheres pela Patagonia? Quais cidades são possíveis de visitar sem um carro, somente contando com onibus/avião e contratando passeios? Acham que o roteiro passando por El Calafate, El Chalten, Ushuaia, Puerto Natales e Punta Arenas é bacana de fazer em 15 dias? Ou fica muito corrido? Possuem sugestões e/ou dicas de onde ter mais tempo? Eu não sou uma pessoa acostumada com longos trekkings, então não faria nada que durasse mais de 7h, vale a pena visitar cidades da Patagonia mesmo assim? Muitas dúvidas ainda, rsrs! Obrigada pela atenção.
  3. Mochileiros, como vocês estão? Planejando seus próximos destinos? Espero que estejam todos bem. Antes de tudo, já começo agradecendo a ajuda e todo o suporte que tive lendo relatos do site e conversando com pessoas que já haviam caminhado pelo destino que eu estava querendo fazer, e agora, sou uma dessas pessoas também! @Alan Rafael Kinder @Davi Leichsenring @jjcardoso @primporai @schitini @ThiagoHM Ushuaia, o começo da aventura! Abro o relato com muitas palavras transitando um mar de ideias que surgiram e que certamente surgirão ao longo do tempo, voltei recentemente, mais precisamente no último domingo (17/11), e comecei a escrever hoje, terça-feira (19/11). Sinto que voltei diferente, nunca havia viajado sozinho para fora do país, e é um sentimento complicado de explicar no momento, é como se precisasse de mais tempo para absorver tudo que foi vivido nesses últimos dias, mas buscarei palavras para expressar o quão imenso foi essa viagem. Os dias descritos vão seguir a ordem do roteiro, a viagem aconteceu entre 04/11 a 17/11. Dia 01: Aeroporto, imigração e montanhas nevadas. Resumo dos voos do primeiro dia: Curitiba > Buenos Aires (Aeroparque Jorge Newbery) Buenos Aires (Aeroparque Jorge Newbery) > Ushuaia Acordei cedo, mesmo já estando em Curitiba e perto do Aeroporto, optei por fazer as coisas com calma. Meu primeiro voo com destino a Buenos Aires foi próximo das 10h. Tudo ocorreu bem, sem atrasos, algo engraçado que aconteceu (agora é engraçado haha) quando passei pela imigração, foi que, o homem do guichê pediu o número do voo, e eu não lembrava de jeito nenhum do número, e o pior, não encontrava o maldito bilhete. Foram poucos minutos ali, procurei em todos os cantos da mochila e nada, tentei abrir no celular o ticket e lembrei que ainda não tinha internet no celular haha, resumindo, foi um caos de alguns minutos, até lembrar que o arquivo estava baixado no celular, apresentei e pude seguir adiante. “Lembrem o número do voo de vocês, sempre hahaha.” Já em solo Argentino, saquei alguns pesos num ATM do aeroporto para comer e usar no Uber quando chegasse em Ushuaia, utilizei o cartão Wise na operação. Ah, acabei de lembrar outra coisa, ainda em solo Brasileiro, tive vários produtos (desodorante, shampoo, protetor solar), enfim, todos produtos de higiene e beleza com mais de 100ml foram recolhidos, bem triste, foram muito rígidos nessa parte. Interessante que na volta para o Brasil, a minha mochila sequer foi aberta, vai entender. Voltando ao relato, o meu próximo voo seria apenas às 17h55, então tive bastante tempo de espera, almocei qualquer coisa, besteira mesmo, e próximo ao horário do voo fui ao Café Martinez, fica no segundo piso do aeroporto, os preços são acima da média por ser dentro do aeroporto, mas o café, o misto quente e o alfajor estavam uma delícia. O horário de embarque havia chegado, e eu já me encontrava empolgado, a cafeína e o açúcar atuando juntos, a dose perfeita para o melhor momento do primeiro dia. Diferente da ida, dessa vez eu estava sentado na janela (recomendo o lado direito), e pude acompanhar as diferentes vistas que apareciam aos olhos conforme o avião avançava. Nem havia chegado e a emoção já saltava os olhos, acima das nuvens, o sol se encontrava num alinhamento praticamente perfeito conosco, talvez um mero acaso, mas a vista era como uma pintura, era uma tarefa difícil tirar os olhos daquilo. IMG_3808.mp4 Se aproximando da Terra do Fogo, pude compreender um pouco melhor o que são territórios em áreas remotas, sobrevoar aquele espaço foi mágico! Obs: a palavra mágica será utilizada em mais partes do relato, não é brincadeira haha. Eu não fazia ideia de que estaríamos sobrevoando incontáveis montanhas nevadas, foi um choque observar aquela imensidão, eu estava muito feliz. Mesmo focado na janela e suas vistas, meus ouvidos faziam o trabalho de captar comentários precisos, e foi num momento, que ouvi: Estamos próximos de Ushuaia. Eu buscava com os olhos qualquer vestígio da cidade, porque até o momento havia visto poucas cidades, e eram distantes uma das outras, até que pude ver, lá longe, o destino final, Ushuaia. O avião já iniciava manobras e anúncios de que estávamos entrando na fase de descida, faltava pouco. IMG_3816.mp4 IMG_3815.mp4 A cidade iluminada contrastando com a escuridão das montanhas e a imensidão do lugar foi um cartão de visitas interessante, se assim posso dizer. Quando a aeronave finalmente tocou o solo e estabilizou, iniciaram-se aplausos, não sei dizer o real motivo, tivemos pequenas turbulências, mas acredito que era por outra razão, acho que todos ali esperavam aquele momento. Saindo da aeronave por volta das 22h, comecei a entender o clima Patagônico, o frio e o vento se mostraram imponentes, eu já havia escutado sobre os ventos daquela região, mas não fazia ideia do que estava por vir. De touca e luvas saí para encontrar um Uber, eu tremia tanto, minhas roupas térmicas estavam na mochila, mas optei por encarar aquilo com a roupa que estava no momento, na minha cabeça não seria daquele jeito, vai entender, a cada dia da viagem eu aprendia algo novo. Depois de alguns minutos tremendo, o Uber chegou, o carro estava aquecido, ainda bem, e a partir daí, meu contato com o espanhol começou de fato, ao decorrer da viagem percebi que minha fala e minha audição melhoraram muito, não sou fluente no idioma, mas foi muito tranquilo se comunicar. O primeiro dia estava terminando, mas ainda haviam minutos para passar vergonha, quando o Uber parou, peguei o dinheiro, nem lembro quanto foi, contei as notas e entreguei, ele olhou e disse que estava faltando dinheiro, de fato, eu ainda não estava acostumado com a quantidade de zeros nas notas, que dia longo hahaha. Enfim, encontrei o lugar onde passaria os próximos dias, conversei um pouco com o dono da casa (Franco, o melhor anfitrião), conheci a casa, os pets (o gato era o dono do quarto onde eu estava haha), tomei um banho e capotei. O primeiro dia foi assim, perrengue no aeroporto, vistas absurdas de incontáveis montanhas, frio e vento imponentes, mas eu estava lá, no lugar que antes, eu só acessava pela internet, a viagem apenas começava! Tentarei escrever um pouco todos os dias, abraços, e até qualquer hora.
  4. Gostaria de deixar o meu primeiro relato com a certeza de que ainda viram muitos outro! Como nos concentramos apenas em Ushuaia, por questão de logística, pois não tinha voos diretos de Ushuaia para Calafate nesse período específico, decidi deixar meu relato do ponto de vista de alguém que tentou aproveitar ao máximo o que Ushuaia tem a oferecer. Poderia ter economizado muito mais do que o fiz, mas como a maioria das viagens de ultima hora, paguei um preço a mais. O fato de ter ido em baixa temporada, amenizou um pouco a situação. Minha viagem foi no começo de maio/2019 e durou uma semana. Comprei pacote aéreo (aerolíneas) + hotel pela decolar. O voo saia de São Paulo para Ushuaia com escala de 6h em Buenos Aires e com troca de aeroporto, pois voos internos são operados no Aeroparque. A aerolíneas disponibiliza transfer gratuito, é só entrar no site deles ir em: serviço ao cliente -> serviço de transfer -> preencher seu sobrenome, o código de reserva e e-mail, dai você recebe os vouchers por e-mail tanto o de ida quanto já o da volta em QR code, é só apresentar na hora de pegar o transfer. No site tem os horários que, se não me engano, é a cada hora, o transfer é operado pela empresa Manuel Tienda León. Os passeios que cotei ainda estando no Brasil estavam muito caros e decidimos olhar os preços quando chegamos lá, uma vez que, sendo baixa temporada, não teríamos o risco de ficar sem vaga. Negociando diretamente com a agência, o preço é totalmente diferente, muito mais barato, fechamos todos os passeios com a Brasileiros em Ushuaia que montou um roteiro de passeios de acordo com nossa disponibilidade. Com exceção da Expedição Off Road 4x4 + caiaque (que é opcional, mas vale a pena), dos outros passeios que fiz, não era realmente necessário fazer por agência. Lembrando que, certos passeios, são feitos em determinada época do ano e outro são feito o ano todo. 1. Letreiro 1º Dia - Chagamos as 8h e pegamos o transfer, que já estava incluso, até o hotel, ficamos no Hostal del Bosque, nos instalamos e fomos ver os passeios, fechamos tudo já no primeiro dia, mas lembrando que durante a viagem foi possível rever a ordem dos passeios para a que melhor nos atendesse. Devido ao cansaço, ficamos pela cidade conhecendo alguns ponto turísticos como o letreiro, a avenida San Martín que é a principal e é onde fica tudo e aproveitamos para visitar o museu marítimo e presídio. Para fazer a visita no Museu, é preciso pagar a entrada, estando lá dentro, pudemos explorar as galerias onde tinham as exposições e mais a frete o presídio, seus anexo e as selas. Cada sela conta um pouco da história do lugar com fotos, representações dos presidiários que passaram por lá. Dentre os anexos, há um que esta preservado como foi deixado a anos e a sensação de entrar lá é surreal, vale muito a pena a visita. A noite fomos relaxar no pub Dublin que é sempre cheio de gente e um dos melhores bem estilo Irlandês. 2. Placa Ushuaia FIn del Mundo 3. Museo Maritimo y del Presidio de Ushuaia 2º Dia - Trem do Fim do mundo + Parque Nacional Terra del Fuego - Da pra pegar um táxi e ir para a plataforma do trem, comprar o ticket e fazer o passeio tudo por conta, depois para o parque precisa outra condução. O trem em si é bem simples mesmo, mas o que vale a pena é a paisagem pelo caminho, realmente parece que se esta dentro de um filme. O trem faz uma parada e é possível descer tirar fotos e explorar um pedacinho do lugar. Na entrada ganhamos um fone de ouvido e durante todo o trajeto, é possível escutar sobre a história dele, em vários idiomas. No parque nacional, vemos alguns lagos, entramos na floresta e caminhamos até um café que tem um pouco mais acima onde a vista é incrível e é possível degustar um chocolate quente maravilhoso. Nesse mesmo passeio, foi ao correio do fim do mundo, tem que dar sorte de ele estar aberto, pois os horários de funcionamento são meio bagunçados. Demos sorte de achar aberto e pudemos carimbar o passaporte com o selo de lá, o lugar é em interessante, vende cartão postal e funciona como um correio normal. 4. Passeio no trem do fim do mundo 5. Parque Nacional Terra do Fogo 6. Correio do Fim do Mundo 3º Dia - Glaciar Martial + Bar de gelo - Para o glaciar é só pedir um táxi até a casa de chá que fica no pé do glaciar e de lá da pra subir tranquilo. Como era outono, a pista de esqui não estava aberta, por isso dava para subir o glaciar por ela. A caminhada até a parte de cima não é pesada e é tranquila de fazer e mais uma vez a vista surpreende em cada cantinho daquele lugar. O bar de gelo é tipo uma câmara fria a -20ºC que server bebida durante 20 min, não achei muita graça, da pra passar sem, mas como fazia parte da experiência, la fomos nós. 7. Glaciar Martial 8. Bar de Gelo 4º Dia - Trekking Laguna Esmeralda - Para mim que nunca tinha feito trekking foi muito bom ter ido com a agência, mas pra quem já é acostumado, é o mesmo esquema, táxi ate a entrada e de lá segue até a laguna. Esta sinalizado e sempre tem gente por conta fazendo o trajeto. É uma caminhada de 4h ida e volta, passamos perto de represa de castores, dentro do bosque, lugares com lama, riachos, até chegar na laguna é um pouco cansativo então é bom reservar um dia para esse passeio. 9. Laguna Esmeralda 5º Dia - Navegação Canal Beagle - No porto tem as empresas que vendem o ticket para a navegação, que se não me engano é de manhã e a tarde. Também tem que pagar uma taxa no porto na hora do embarque, não me lembro o valor mas não é nada absurdo. Vimos o Farol Les Eclaireurs, conhecido como o farol do fim do mundo e ilhas com leões marinhos e aves, não era época de pinguins. 10. Farol Les Eclaireurs (Farol do Fim do Mundo) 11. Colonia de Aves no Canal Beagle 6º Dia - Expedição Off Road 4x4 + caiaque sunset - É uma passeio noturno, vale muito a pena, o caiaque como já disse, é opcional, mas é muito legal o passeio e vale a pena também. De dois em dois, entramos no caiaque e remamos no lago escondido seguindo o guia, o fundo do lago é cristalino e incrível, ficamos até o pôr do sol admirando a vista. Depois voltamos a rota adentrando a uma floresta já a noite e paramos perto do lago fagnano. O passeio termina com um churrasco numa clareira no meio do floresta, com direito a fogueira e marshmallow. É uma ótima maneira de fechar a viagem com chave de ouro. 12. Lago Escondido 13. Caiaque sunset, Lago Escondido 14. Lago Fagnano 15. Churrasco e Marshmallows 7º Dia - Foi o ultimo dia então tiramos para comprar algumas lembrancinhas, como tinha nevado nas montanhas, pegamos um táxi e voltamos ao glaciar para ver como estava e era outra paisagem tudo branquinho de neve. 8º Dia - Pegamos o transfer as 07h e fomos para o aeroporto pegar o voo de volta. SEGUE ALGUNS VALORES QUE TINHA ANOTADO!👇👇👇 -Passagem Aérea + Hospedagem = R$2.319,22 Passeios Trem do fim do mundo + parque nacional Tierra del fuego Glaciar Martial + Bar de gelo Trekking Laguna Esmeralda Navegação no Canal Beagle Off Road 4x4 + Caiaque Sunset Total dos passeios = R$1.457,00 -Seguro Viagem= R$174,25 Onde fiquei tinha café da manha incluso, no passeio da laguna tem lanche, em outro passeio que não me lembro qual, teve um almoço antes do passeio, para comer comprávamos no mercado e uma vez ou outra comíamos fora. Daí não sei esse valor ao certo porém, não achei os preços muito caros. Vale lembrar que não era alta temporada, que provavelmente influenciou no preço. Qualquer dúvida, estou as disposição! O Post ainda precisa ser melhorado, qualquer sugestão é bem vinda! 😃
  5. Oi, pessoal! Eu sou a Carol e vou viajar pela primeira vez sozinha, e escolhi Ushuaia como destino! ❄ Comprei passagens pela Aerolíneas Argentinas e terei uma escala de 4h15min, onde precisarei trocar de aeroporto, indo do AEP para o EZE. Vocês sabem me dizer se é fácil e seguro pegar um Uber para fazer essa troca de aeroporto? Vocês mencionaram bastante a Tienda León, mas vou chegar às 4:50 no AEP e o próximo ônibus só sai às 6:30. Como meu voo é às 8:30, estou com receio de não ter tempo suficiente para embarcar.
  6. Fala pessoal, boa tarde! Vou para Ushuaia no final do ano acampar e, como não pode transportar gás para os fogareiros nas bagagens do avião, queria saber se alguém conhece alguma loja la em Ushuaia de artigos e equipamentos para camping que tenha os cartuchos de gás. Obrigado
  7. Viajo para el calafate agora dia 05/07 por 4 dias e depois mais 6 em ushuaia. Minha dúvida é que vou chegar no sábado de manhã em el calafate e tenho medo de não encontrar casas de cambio abertas. Pelo que pesquisei o ideal é western union ou nomad/wise. A western union estará fechada de acordo com o google, nomad tenho apenas o cartão virtual e tenho medo dos estabelecimentos não aceitarem aproximação. Qual seria a melhor forma de conversão?
  8. Olá, viajantes! Depois de ler tantos relatos, receber tanta ajuda e dicas do pessoal aqui no Mochileiros, nada mais justo que deixar uma contribuição sobre a minha experiência pela Patagônia. E também fico a disposição para ajudar no que estiver ao meu alcance! Meu insta é https://www.instagram.com/primporai/, se tiverem alguma dúvida e quiserem trocar alguma ideia, podem me chamar lá. 😊 Espero que gostem! Antes de iniciar o relato sobre a viagem, vou deixar algumas dicas importantes aqui: - O meu objetivo com essa viagem era realizar algumas trilhas. Caminhei muito (cerca de 250km) e tive bastante contato com a natureza. - Eu fiz a viagem sozinha. Para quem tem dúvidas só tenho uma coisa a dizer: vá sem medo. As pessoas de lá são muito simpáticas e estão sempre dispostas a ajudar. Fiz várias amizades durante as trilhas, nos ônibus, na rua, etc. 😂 - A fama de rolar caronas por lá é verdadeira. - Mesmo sendo verão, na Patagônia ainda é frio. - Os dias são longos, entre 4h00 e 5h00 o sol já está raiando e ele se põe depois das 22h. Dá pra fazer MUITA coisa. - Não deixe de fazer absolutamente nada por causa do mal tempo. O clima por lá muda bastante, então saia com chuva ou sol e esteja preparado para as mudanças. - Leve sempre na sua mochila de ataque uma jaqueta e calça que sejam impermeáveis e corta vento. - Em todos os lugares tem calefação, então use e abuse do sistema em camadas e leve pijama curto para dormir. - Faça cambio na Argentina. Minha conexão em Buenos Aires era de madrugada, então não consegui fazer cambio fora do aeroporto, e mesmo assim compensou muito mais que trocar no Brasil. Fiz no Banco Nación dentro do EZEIZA, acho que fica aberto 24hrs. No site deles dá pra acompanhar a cotação oficial (http://www.bna.com.ar). - Comprei todos os tickets de ônibus na Rodoviária de El Calafate. Também é possível comprar online. - Peguei um Chip para usar internet da empresa Movistar. Só precisa ir até a loja deles com um documento e solicitar o chip, depois ir até um kiosco e fazer uma recarga. A internet funcionou bem na Argentina, exceto El chaltén que lá nem o wifi funciona direito. - Tanto na argentina quanto no chile eles não dão sacolas nos mercados. - Achei os preços bem interessantes em Ushuaia, pra quem não sabe, é uma área livre de impostos. Vi perfumes, gopro, roupas de frio com preços bons. Meu cronograma foi o seguinte: 20/12 – Florianópolis – Buenos Aires 21/12 – Buenos Aires - Ushuaia 22/12 – Ushuaia – Laguna Esmeralda 23/12 – Ushuaia – Pinguineira, Canal Beagle e Glaciar Martial 24/12 – Ushuaia – El Calafate (avião) 25/12 – El Calafate – Dia Livre, volta de bike 26/12 – El Calafate – Perito Moreno e Minitrekking 27/12 – El Calafate – Puerto Natales - Chile (ônibus) 28/12 – Puerto Natales – Full Day Torres Del Paine 29/12 – Puerto Natales – Trekking até Base deTorres del Paine 30/12 – Puerto Natales – El Calafate – El Chaltén (ônibus) 31/12 – El Chaltén – Cerro Torre 01/01 – El Chaltén – Chorrilo Del Salto 02/01 – El Chaltén – Fitz Roy 03/01 – El Chaltén – Laguna Electrica 04/01 – El Chaltén – Loma Del Pliegue Tumbabo 05/01 – El Chaltén – El Calafate (ônibus) 06/01- Chegada em Florianópolis Vou começar pelo dia 2, porque o primeiro se resumiu apenas em chegar até Buenos Aires 😂😂 21/12 BUENOS AIRES – USHUAIA Cheguei de madrugada no Aeroporto de Ezeiza, fiz o cambio e meu voo até Ushuaia saia do Aeroparque. A Aerolíneas disponibiliza de um transfer gratuito se você emitir um voucher no site deles. A empresa que presta esse serviço é a Manuel Tienda León, só procurar o guichê deles na parte externa do aeroporto. O voo de Buenos Aires até Ushuaia dura +/- 4 horas. Acordei quando estava perto de pousar e ao abrir a janela o céu estava azul, as montanhas com os picos nevados e diversos lagos. Desembarquei em Ushuaia às 8h10 e como não despachei mala, fui direto ver o transfer até o meu hostel, para não esperar muito optei pelo remis, é um trajeto rápido e custou ARS 300. No hostel, tomei café da manhã e fui tomar um banho para sair. E para minha surpresa ao sair do banho, chuva e muito vento (coisas da patagônia 😂). Nesse momento, ainda não entendendo como funcionava o clima por lá, fiquei esperando a chuva passar. Depois de um certo tempo sai na chuva mesmo. Estava com o dia livre e fui bater perna para conhecer a cidade, andei pela Avenida San Martin que é a rua de comércios em Ushuaia, muito simpática, com algumas construções coloridas, pelas calçadas apreciando o Canal Beagle, fui até a famosa placa. Hospedagem: Antártida Hostel. Localização é ótima, perto da Avenida San Martin, do porto e mercado. Estrutura de quartos, banheiros e cozinhas são boas e sempre estavam limpos. Staffs simpáticos, sempre dando dicas e conversando. Vista do avião Foto clássica na placa "fin del mundo" Canal Beagle 22/12 – USHUAIA – LAGUNA ESMERALDA Pedi no hostel informações sobre o transfer até o inicio da trilha para a Laguna Esmeralda, eles me venderam por ARS 450 ida e volta. A van passou no hostel as 10h, o dia estava nublado e sem chuva. A trilha de modo geral é bem tranquila e bonita. Você caminha por bosques, passa por rios, vales, paisagens bem diferentes. Durante todo o trajeto há “plaquinhas” azuis nas árvores indicando o caminho. Possui algumas subidas, não são muito longas e nem íngremes. Após mais ou menos 6km cheguei na Laguna Esmeralda e que lugar incrível, meu preferido de Ushuaia. A água realmente é verde esmeralda, mesmo com o dia nublado. Explorei alguns lugares mais altos, contornei a Laguna para vê-la vários ângulos. Logo mais começou uma ventania, coloquei todos os meus casacos, gorro, procurei um abrigo do vento e sentei pra comer para depois começar meu caminho de volta. Na volta o vento não deu trégua e eu podia ver a chuva se aproximando. Choveu um pouco e depois o céu ficou azul. Cheguei ao inicio da trilha perto das 14h para aguardar a van. No caminho de volta para o hostel o tempo virou de novo, choveu e ventou MUITO. Fiquei pensando se tivesse optado por voltar com a van das 17h kkkk Trilha com as plaquinhas azuis nas árvores, indicando o caminho. Empacotada de casacos depois que cheguei na Laguna Esmeralda 23/12 – USHUAIA – PINGUINEIRA, CANAL BEAGLE E GLACIAR MARTIAL Último dia em Ushuaia começou bem cedo, o dia estava lindo, céu azul, pouco vento. Às 7h30 o ônibus saia do Porto em direção a Estancia Harberton, para depois pegar um barco até a Isla Martillo, onde estão os pinguins. Fechei esse passeio com a Piratour por USD 179. No caminho até a Estancia paramos num local bonito, com um lago e do outro lado da estrada um vale, onde é possível observar como as árvores crescem tortas devido aos fortes ventos. Fomos divididos em 2 grupos para pegar o barco e ir até a ilha dos pinguins. Estava bem frio e com bastante vento. Ao descer na ilha a guia passa algumas instruções e durante todo o passeio explica sobre a ilha, pinguins, predadores, etc. Você não fica “solto” na ilha, precisa caminhar com o grupo. A ilha é realmente cheia de pinguins, estão por toda a parte e são uma gracinha, dá vontade de pegar um e botar embaixo do braço. Obs.: Não é permitido se aproximar dos pinguins, acho que são 3 mestros. E tome muito cuidado para não pisar nos ninhos. Minha dica é: fique na frente do grupo, um pouco afastado. No momento que estava conversando com a guia um pinguim se aproximou de mim e pude vê-lo de pertinho, até tirei uma selfie com ele. Depois vamos até o museu marítimo onde é realizada uma visita guiada em inglês e espanhol. O museu é muito interessante possui ossadas de mamíferos marinhos. O tour é realizado por biólogos, as explicações são riquíssimas, cheias de informações novas. Pra finalizar o passeio seguimos até um catamarã para uma navegação de 3 horas pelo Canal Beagle, até chegar ao porto de Ushuaia. Confesso que achei essa parte um porre e dormi boa parte do trajeto kkkk acordei para ver o Farol, que é lindo. Nesse momento estava chovendo e bem cinza, parecia filme de terror. Mais tarde passamos por uma ilha onde ficam vários leões marinhos, paramos ali por alguns minutos para observa-los. Eles dormem todos juntinhos, fazem barulhos, são folgados e desajeitados. Desembarcamos no porto de Ushuaia pelas 15h, almocei com uma família que conheci durante o passeio e as 19h30 combinamos de nos encontrar para subir o Glaciar Martial. Nessas horinhas já tinha parado de chover e o sol brilhava, no entanto um pouco antes de sair e encontrar meus novos amigos, o tempo virou completamente e inclusive choveu granizo (acho que nunca vou ver tempo tão louco como ushuaia). Após muita indecisão, criamos coragem e começamos a subir o Glaciar Martial, debaixo de chuva mesmo. Estava muito úmido, então a sensação térmica castigava. No meio da trilha já havia parado de chover, olhamos para trás, o céu estava limpo e no mar dava pra ver um lindo arco-íris. A subida é bem íngreme, senti a minha panturrilha queimar. Subimos até encontrar os pontos com gelo, tomamos a agua trincando e começamos a descida com vista para Ushuaia, o céu estava com cores lindas. Por isso eu vou reforçar mais uma vez: NÃO DEIXEM DE FAZER ABSOLUTAMENTE NADA NA PATAGÔNIA POR CAUSA DO TEMPO. Patagônia e suas surpresas 😍 Por enquanto é isso gente, conforme for sobrando um tempinho vou escrevendo e postando aqui!
  9. Depois de anos pesquisando, cotando, programando, esse ano saiu!!! Patagonia Argentina Austral S2!!! Data da viagem de 6 a16 de janeiro. Voo comprado com meses de antecedência todos os trechos pela Aerolíneas Argentinas, o busão dos ares: GRU-Ushuaia(escala em BS As), Ushuaia-Calafate e Calafate -GRU(escala em BS As), valor por volta de R$2700. Dia 1 - 6/1- o voo que era as 01:10 atrasou e foi reprogramado para as 02:00. Inicialmente teria uma escala de 4 horas no Aeroparque para o voo pra Ushuaia, mas mudaram o voo de Ushuaia pra Ezeiza. Nao quis fazer essa conexão de madrugada, liguei no 0800 da Aerolíneas, fui rápidamente atendida (em portunhol) e fonos colocados num voo as 15:50 saindo do aeroparque. Chegamos as 5 da manhã, pegamos um cabify (mais barato que Uber) até a hospedagem que eu tinha reservado, Hostel Del900, no Congresso, pra descansar umas horas, deixar as malas e dar uma volta e trocar dinheiro em Buenos Aires. Vi a hospedagem pelo booking, mas por conta da política econômica de Milei de desvalorização do peso, as hospedagens reservadas por essa plataforma passaram a custar o dobro. Então negociei um valor diretamente com a hospedagem, fiz contato dois dias antes pra confirmar tudo e qual não foi minha surpresa quando cheguei lá e não tinha quarto reservado pra nós!! As quase 6 da manhã depois de uma viagem na madruga. Maridão rodou a baiana, disse que ia chamar a polícia , sei que em 10 minutos tinha um quarto disponível para nós. Até agora não entendi muito bem o que aconteceu, no meu entendimento eles reservaram a noite seguinte, já que chegaríamos no dia 6( mas reservei a noite do dia 5 pro dia 6). Detalhe, não nós cobraram a hospedagem depois desse rolo todo, e pudemos ficar até a hora que quiséssemos, pq a reserva pro outro dia era nossa ... Bom, umas 10h saímos, fomos ao mais brazucas na Calle florida cambiar, lembrando que agora meio que tudo mudou, mas nosso planejamento tinha sido feito antes de Milei, né, e inicialmente nem iríamos pra Buenos Aires. Então tínhamos comprado dólar pra cambiar no sul, acabamos trocando 1 dólar por 970 pesos, o real tava 1 pra 185. Fomos tomar o desayuno 2100 pesos café com.leite e día medialunas num restaurante na Avenida Córdoba, uma quadra abaixo da 9 de julho. Passamos a manhã caminhando pela região do Congresso, Corrientes, Palacio Barollo. O voo pra Ushuaia também atrasou e passou para as 16:30. Fomos com antecedência para o Aeroparque, acabamos comendo no Mac Donald's pq o aeroporto estava lotado e queríamos algo rápido. Cabify do aeroparque ao Congresso 27 reais cada trecho Número do MacDonalds uns 25 reais. Voo para Ushuaia umas 3h20, a chegada lá é muito emocionante, sobrevoar a Cordillera Fueguina com neve tocando o mar é uma daquelas cenas que não serão esquecidas tão cedo. Chegamos em Ushuaia, o aeroporto é lindo todo em madeira, lá tínhamos reservado um carro pela Hertz, 4 diárias cerca de 800 reais com seguro Full, pago pelo cartão de crédito no Brasil. Pegamos o carro e fonos pra hospedagem, reservamos pelo booking Loft Los Ñires num bairro mais afastado do centro, no Barrio Pipo, lindo e do lado do Canal Beagle. Pagamos uns 700 reais por 4 noites (preços para 3 pessoas nas hospedagens), bem bonitinho, chuveiro bom, varando com vista pro glaciar martial, janela com vista pro Beagle. Deixamos as malas e já fomos pro mercado Lá anónima , fizemos aquela primeira compra, água, coisas pra café da manhã, pra lanches pra levar prós passeios, vinho, cerveja, massa recheada, queijo, pasta de azeitona, chocolate, gastamos uns 300 reais. Pra casa, cozinhar, relaxar,começoooou.
  10. Em março de 2023 finalmente realizamos nosso sonho de ir até o extremo sul do nosso continente de carro, conhecendo as belezas das paisagens da Patagônia. Fui eu e minha esposa em um jipe Suzuki Jimny, o carro foi muito valente, não deu nenhum problema. Os pneus mais parrudos (mud 215 75 r15) e a tração 4x4 ajudaram nos trechos de rípio (estrada de cascalho), dá pra andar um pouco mais rápido nesses trechos com esses recursos. Mas não é essencial, com calma dá pra ir com QUALQUER carro, inclusive a maioria dos viajantes que vimos percorrendo os mesmos caminhos eram até motoqueiros, de todas as partes do mundo. É uma viagem fantástica, que relatos ou fotos não podem descrever plenamente a sensação de fazer. Antes de começar, no planejamento, parece loucura, as grandes distâncias, horas dirigindo, possíveis perrengues. Mas depois que começa a viajar, a ansiedade vai sumindo, o roteiro vai se desenrolando naturalmente e a grande maioria dos trechos de estrada são muito prazerosos de percorrer. Faço esse relato para auxiliar na logística, planejamento e incentivar quem também está sonhando viver essa aventura. Se tiver esse sonho, faça o devido planejamento de tempo, finanças, documentação, esteja com a manutenção do seu carro em dia e simplesmente vá, não pense muito mais do que isso! Embarque na viagem que dá certo, se joga! DICAS GERAIS Dinheiro no Uruguai: país caro! Tudo lá é mais ou menos ⅓ mais caro que aqui. Trocamos reais em espécie por pesos uruguaios. Dinheiro na Argentina: país barato! Com a cotação blue sai tudo mais ou menos a metade do preço do Brasil. Fizemos 4 transferências grandes que sacamos tudo de uma vez na Western Union de Buenos Aires. Pagamos toda a alimentação e gasolina da viagem em espécie, e algumas hospedagens também quando não aceitavam cartão. Também levamos um cartão C6 Global com US$ para pagar as hospedagens. No dia 5 do relato explico melhor. Dinheiro no Chile: país caro! Tudo lá é mais ou menos ⅓ mais caro que aqui. Levamos dólares em espécie que trocamos por pesos chilenos. Alguns gastos no cartão global. Documentação: leve passaporte! Facilita muito os trâmites e ainda dá para carimbar nas fronteiras, Peninsula Valdes e Ushuaia. Versão impressa do documento (CRLV) do veículo e carteira de habilitação foram pedidos em todas as fronteiras e blitz policiais. Algumas vezes Carta Verde. Até fiz o Soapex do Chile mas não pediram nenhuma vez. Ítens do carro: levei dois triângulos, extintor novo e carregado, kit de primeiros socorros. Tenho cintas de reboque no carro também, mas nada disso foi pedido nenhuma vez. Mantimentos: como várias regiões remotas e isoladas são percorridas, sempre levávamos pelo menos 3L de água no carro e comida para um dia pelo menos, no caso de algum problema com o carro e demora no socorro, mas ainda bem que nada ocorrreu. Dia 1 - Campinas(SP) => Tubarão(SC) (880 km) Dia de iniciar o deslocamento ao sul, pegamos muito trânsito na Régis Bittencourt na serra do Cafezal devido a um tombamento de carreta, e também na BR101 próximo da divisa PR/SC devido à obras. Depois tudo parado também em Itajaí(SC), viagem longa e desgastante de aproximadamente 12h, o que já era previsto. Dia 2 - Tubarão(SC) => Barra do Chuí(RS) (840 km) Dia mais legal que o anterior, praticamente sem trânsito. Entre Porto Alegre e Pelotas já começam os trechos de pista simples, mas sem muitos caminhões. De Pelotas até o Chuí, estrada linda, retas sem fim e passagem pela reserva ambiental do Taim. Nos hospedamos em Barra do Chuí porque queríamos ver a divisa no litoral entre Brasil e Uruguai, são apenas 10km a mais, acredito que vale mais a pena, é muito mais bonito, em Chuí não tem muita coisa pra ver. Ficamos em uma pousada de chalés simples mas que proporciona uma vista sensacional do arroio Chuí, do farol e dos molhes, se chama El Faro del Pajarito, fica literalmente na rua mais ao sul do Brasil. Dia 3 - Barra do Chuí(RS) => Montevideo (420 km) Antes de sair do Brasil, ENCHA O TANQUE de combustível. A gasolina no Uruguai tá muito cara, praticamente o dobro da nossa. Atravessamos a rua que divide os dois países, trocamos reais por pesos uruguaios em uma casa de câmbio e seguimos até a aduana. Estava sem filas, fizemos a migração com os passaportes, nos pediram também o documento do carro impresso (CRLV), habilitação e o seguro carta verde. Depois da fronteira a primeira parada foi a fortaleza de Santa Teresa, fica perto da estrada e é muito bonita. Depois seguimos para conhecer Punta del Diablo e a Playa de La Viuda, uma praia com lindas dunas antes do mar, bem tranquila. A próxima parada foi Valizas, uma vilinha bem roots, com várias casinhas direto na areia da praia. Nos mantivemos na ruta 10, uma estrada menor e mais próxima do litoral, até chegar em La Paloma. É uma cidade maior, com vários restaurantes e um farol bem bonito. De lá seguimos, obrigatoriamente tivemos que voltar à ruta 9 passando por Rocha, mas assim que pudemos retornamos até a ruta 10 em Las Garzas. De Las Garzas até José Ignacio passamos por um trecho bem bonito e deserto da estrada, beirando o mar e percorrendo área de reserva ambiental. Em José Ignacio já começam a aparecer mais casas modernas e de alto padrão, só paramos para ver o farol e seguimos até Punta del Este. Pegamos um pouco de trânsito, não gostamos de praias urbanas assim, só tiramos uma foto no monumento da mão e fomos até a Casapueblo. O ingresso é um pouco caro, mas vale muito a pena para quem gosta de arquitetura e arte. E se estiver com o tempo aberto, o pôr do sol lá com a recitação da poesia é um momento muito bonito. De lá fomos até Montevideo, onde chegamos já anoitecendo, estrada muito boa até lá. Dia 4 - Montevideo => Colonia del Sacramento => Buenos Aires (200 km) Saímos cedo de Montevideo em direção a Colônia. A cidade é bem charmosa, chegamos próximos da hora do almoço, tem bastante opções de alimentação, mas lembrando que o custo de vida lá para nós do Brasil é um pouco mais alto. Demos um rolê ali no Barrio Historico até chegar o horário da balsa Buquebus, que aliás está bem cara (aproximadamente R$1000 duas pessoas mais o carro até Buenos Aires). Chegando em Buenos Aires só chegamos na hospedagem e saímos pra jantar por perto. Dia 5 - Buenos Aires => Bahía Blanca (650 km) Já tínhamos reservado a manhã para os procedimentos de câmbio de dinheiro. Sei que dá para pegar os pesos próximos da cotação blue na Calle Florida, mas preferimos a segurança da Western Union, já havíamos feito as transferências anteriormente e fomos sacar os valores em uma agência grande e oficial, localizada nesse endereço (Perú 160-118, C1067AAC, C1067AAD CABA). O horário de abertura era às 09h, chegamos lá umas 08h45 e já havia uma pequena fila. Fizemos o primeiro saque bem rápido, mas devido aos diversos relatos de falta de dinheiro nas agências e limites para saques, acabamos fazendo por precaução duas transferências menores de um para o outro. Isso nos fez perder mais 1h30 de fila para sacar de novo, acho que se tivesse feito apenas 1 transferência grande teria dado certo nessa agência, chegando cedo para garantir. Pela praticidade, acabamos sacando já o dinheiro suficiente para a viagem inteira, deu um calhamaço de notas, ocupando duas pochetes grandes inteiras. Apesar do risco, não queríamos perder tempo com os saques novamente, fora a disponibilidade limitada em cidades menores. Para complementar o dinheiro da viagem, levamos também um cartão C6 Global carregado em dólares, utilizado basicamente apenas para pagar as hospedagens. Antes não valia a pena, mas desde dezembro de 2022 está em vigor uma nova modalidade de conversão de moeda quando se utiliza cartão estrangeiro na Argentina, chamada popularmente de dólar tarjeta. Não chega a ser o dólar blue praticado pela Western Union mas chega próximo, e pagando o hotel com cartão você tem a isenção do imposto por ser estrangeiro. Então esta agora é a melhor forma de pagar hospedagens na Argentina, com cartão. Gasolina e alimentação foi tudo no dinheiro vivo, vale mais a pena. Saímos de Buenos Aires já era umas 13h, é uma distância considerável até Bahía Blanca, começamos a descer pela Ruta 3, depois da cidade de Azul pegamos a RP51, é o caminho mais curto pelo pampa, asfalto um pouco ruim em alguns trechos mas bem menos caminhões. Dia 6 - Bahía Blanca => Puerto Madryn (717 km) Ao invés do caminho sugerido pelo Google Maps, pela ruta 22 e depois 251 até San Antonio Oeste, fizemos tudo pela Ruta 3, passando por Viedma, acrescentando uns 70km ao trajeto, mas queríamos percorrer a Ruta 3 o máximo possível. E valeu a pena, entre Viedma e San Antonio Oeste é um trecho bem deserto e com duas retas gigantescas, foi legal ter passado por esse trecho. Chegamos em Puerto Madryn no final da tarde, já com o frio e o vento patagônico dando as caras. Dia 7 - Puerto Madryn => Península Valdés => Gaiman (300 km) Nesse dia amanheceu chovendo, nosso plano seria percorrer toda a Península Valdés (Punta Delgada, Caleta Valdés e Punta Norte), mas quando chegamos já na porteira de entrada da península, no istmo, nos informaram que as estradas poderiam estar intransitáveis devido às chuvas. Quando chegamos em Puerto Pirámides fomos informados que um ônibus havia derrapado na lama e bloqueado a estrada para acessar a Caleta Valdés. Havia uma viatura da polícia informando para não passar para o interior da península, porque as estradas estavam péssimas. Mesmo com nosso 4x4 e pneu mud, não autorizaram. Mas mesmo assim foi um passeio muito bonito, conhecemos Puerto Pirámides, fomos nos miradores. Haviam alguns brasileiros de motorhome por lá, nos deram a dica de ir na loberia próxima de Puerto Madryn, para não perdermos o dia e vermos os lobos marinhos. No caminho de volta a Puerto Madryn ainda passamos no mirador Isla de los Pajaros, a 2km do centro de visitantes da península, lugar sensacional, vale a pena esse desvio pequeno de rota. Em Puerto Madryn almoçamos e fomos no mirador da Loberia Punta Loma, haviam muitos animais lá, bem legal. Depois um pouco mais a frente fomos até a Playa Cerro Avanzado, totalmente deserta, onde acaba a estrada. De lá seguimos até Gaiman, uma cidadezinha galesa bem legal perto de Trelew, infelizmente chegamos tarde para o tradicional chá da tarde, mas vale conhecer essa cidadezinha. Dia 8 - Gaiman => Trelew => Punta Tombo => Comodoro Rivadavia (500 km) Chegamos em Trelew para ir no Museu dos Dinossauros, mas infelizmente estava fechado para reformas por tempo indeterminado, a previsão de reabertura é em junho/23. Seguimos para Punta Tombo, uma das maiores colônias de pinguins de Magalhães do mundo. É uma reserva muito bem estruturada com um centro de visitantes legal, que dá um contexto da reserva antes do passeio pelas passarelas. O passeio é bem bonito, dá pra ver muitos animais e chegar bem perto. Depois do asfalto um pouco de rípio até chegar na Punta Tombo, inclusive na volta percorremos o mesmo caminho de ida até a ruta 3, o Google Maps estava sugerindo voltar pela ruta 32, o que seria um caminho mais curto mas totalmente de rípio e provavelmente bem deserto. ATENÇÃO: esse trecho de Trelew até Comodoro Rivadavia é um dos mais problemáticos da viagem em questão de postos de combustível, principalmente se incluir a visita até Punta Tombo, que acrescenta uns 100 km no trajeto. Também começa a ventar muito, o que aumentou bem o consumo de nosso carro, em mais de 1 km/L. Na ruta 3 aparece um posto YPF Alamo no Google Maps que simplesmente não existe. Depois de Estancia La Concepción também havia um posto no meio do nada que não dá pra confiar se vai estar aberto ou se vai ter combustível, no nosso caso estava aberto mas só tinha diesel. O posto essencial para abastecer nesse trecho é um YPF que fica em Garayalde, o que dá uns 350 km de Trelew, incluindo a Punta Tombo. E mesmo lá há relatos de falta de combustível, mas conseguimos abastecer tranquilamente lá. Como a autonomia de nosso carro é baixa (400 km, talvez menos dependendo do vento), por segurança levamos um galão de combustível extra de 20L que abastecemos em Trelew e amarramos no bagageiro de teto. Também já começam a aparecer bastante animais na beira da pista, guanacos e nhandus (uma espécie de ema patagônica). Tem que ter precaução nos pontos sem visibilidade da estrada (curvas e ladeiras), eles ficam bastante no meio da pista, e correm às vezes para frente do carro, principalmente os guanacos. Chegando em Comodoro Rivadavia vale a pena conferir o El Farallon, uma formação rochosa gigantesca próxima da costa, que tem uma colônia com muitas aves marinhas, ali é bem bonito no pôr do sol. Dia 9 - Comodoro Rivadavia => Rio Gallegos (778 km) Dia de muita estepe patagônica. Nos primeiros quilômetros após Comodoro o caminho da estrada é lindo, vai beirando o mar, no começo da manhã estava bem bonito. Depois é um caminho com muita estepe deserta, muitos guanacos atravessando a pista e o vento patagônico fazendo jus à fama. Em alguns momentos é absurdo, chega a interferir na direção e frear bastante o carro em alguns momentos, o consumo de combustível sobe. Mas é um trecho mais tranquilo em questão de combustível, tem mais opções e são mais confiáveis, por segurança abasteci em Fitz Roy, Três Cerros e Comandante Piedrabuena, sempre quando abaixava de meio tanque. Dia 10 - Rio Gallegos => Rio Grande (375 km) Muitas pessoas vão direto para Ushuaia nesse dia, mas acredito que a parada em Rio Grande é a melhor estratégia. Os procedimentos das duas fronteiras podem demorar se tiver fila, e tem a fila da balsa do estreito de Magalhães também, ficamos mais de 1h. Fora que o trecho entre Rio Grande e Ushuaia é muito bonito e merece ser feito com calma, com a luz do dia boa. E ainda ganha um tempo livre de manhã em Rio Gallegos para visitar o Barco Marjory Glen, um barco enorme encalhado na praia há mais de um século. Vale muito a pena ir lá ver esse barco, dá uns 50km ida e volta da ruta 3. Os trâmites na fronteira Argentina/Chile foram tranquilos, sem filas. Depois da fila da balsa, a travessia do estreito de Magalhães é rápida. Entrando novamente na Argentina, abastecemos no posto YPF que fica ao lado da aduana argentina em San Sebastian (não vale a pena abastecer no Chile em Cerro Sombrero, após a travessia de balsa, a gasolina no Chile em geral é caríssima). De San Sebastian até Rio Grande, uma estrada boa, asfaltada. Chegando lá o frio já estava forte. Dia 11 - Rio Grande => Ushuaia (212 km) Trecho de estrada lindo, a estepe patagônica vai dando lugar às montanhas e bosques andinos, lagos maravilhosos no caminho (Fagnano e Escondido), vimos raposas zorro em um dos mirantes e até fizemos um pequeno off-road em uma estradinha beirando o lago Escondido. Ela começa em um dos mirantes do lago, vai beirando o lago e começa a subir, paramos no meio do caminho de subida e demos meia volta, mesmo de jipe. Não era seguro prosseguir até o final, estávamos sozinhos e pelo visto a estrada subia uma pirambeira de serra com erosões até o Paso Garibaldi. Voltamos pro asfalto e subimos a serra, a vista lá de cima do Paso Garibaldi é sensacional. A estrada volta a descer para um vale bem bonito entre as montanhas e finalmente chegamos em Ushuaia, nem dá pra descrever a emoção e sensação de ver o portal da cidade, depois de todo o caminho percorrido até lá. Almoçamos um cordeiro patagônico delicioso e ainda deu tempo de fazer o passeio de barco, já que o tempo estava bom tinha que aproveitar. Fomos com a empresa Três Marias, que faz o roteiro tradicional e mais o trekking na Isla H, a ilha mais ao sul da Argentina, mais até que a própria Ushuaia. O legal é que com eles o passeio é feito em um barco menor, não igual as outras empresas com catamarãs e grupos enormes de turistas. Fora o capitão e o guia que eram muito simpáticos e explicaram com detalhes tudo sobre o passeio. Demos a sorte de ver baleias respirando e mergulhando. As ilhas no caminho até o farol Les Eclaireurs são lindas, cheias de lobos, leões marinhos e aves. O farol é fantástico, e o trekking na Isla H foi o ponto alto, ver uma paisagem e vegetação que só existe lá, parece cenário de filme. Voltamos para o porto de Ushuaia já bem no final da tarde, com vento e muito frio. Dia 12 - Ushuaia => Parque Nacional Tierra del Fuego => Ushuaia (80km) É uma atração imperdível de Ushuaia, reserve um dia para passar lá, principalmente se estiver um clima bom. Um parque muito bem estruturado e nem dá pra descrever a beleza dos bosques, rios, montanhas, só indo e fazendo as trilhas para sentir isso. Fizemos apenas trekkings curtos (cascata Rio Pipo, mirador Lapataia, Castorera), de carro passamos pela agência do Correio do Fim do Mundo para carimbar os passaportes, almoçamos no Centro de Visitantes Alakush e finalizamos indo até a placa do final da ruta 3 na Bahia Lapataia, após 3045 km desde Buenos Aires. Dia 13 - Ushuaia => Rio Grande (212km) Aqui a dica de mais uma parada estratégica em Rio Grande. Em meu roteiro original estava para chegar em Puerto Natales no Chile nesse dia, mas sentimos que seria extremamente cansativo pela grande distância e a demora de mais um trâmite de fronteira e balsa novamente. Pudemos curtir a manhã tranquilos no centro de Ushuaia, compramos pesos chilenos, umas lembranças nas lojinhas e almoçamos. Estava chovendo e muito frio, quando estávamos saindo da cidade ainda demos a sorte de ver a neve caindo ali no portal da cidade. No caminho para Rio Grande, muita chuva, chegando lá frio e um vento absurdo. Dia 14 - Rio Grande => Puerto Natales (564km) Enchemos o tanque em San Sebastian e entramos no Chile, tudo rápido na fronteira. Chegamos na balsa e embarcamos logo em seguida. No caminho entre a balsa e Puerto Natales não tem quase nada de civilização, é uma região remota. Tem a vila abandonada de San Gregorio com o naufrágio do Vapor Amadeo, prédios em ruínas, um pouco depois o único posto de combustível no caminho, um Petrobras minúsculo na entrada do Puerto Sara, abastecemos lá (ATENÇÃO: o posto só funciona de dia e só aceita pesos chilenos em espécie). Segue pela ruta 255 até o entroncamento com a ruta 9, onde tem mais um posto. De lá muitos retões e vento até Puerto Natales. Dia 15 - Puerto Natales => Parque Nacional Torres del Paine => Puerto Natales (350km) O Parque Nacional Torres del Paine é famoso por seus circuitos de trekking, mas é perfeitamente possível conhecer as principais atrações percorrendo o parque de carro, intercalando com trilhas curtas a pé para chegar nas atrações. Fizemos tudo em 1 dia devido ao tempo apertado da viagem, mas o ideal seria ter mais um dia no parque para percorrer com mais calma e fazer mais algumas trilhas a pé. A logística de voltar todo o caminho para Puerto Natales de novo (mesmo pelo asfalto da ruta 9) também não foi a ideal. Seria melhor ter encontrado uma hospedagem no parque ou em Cerro Castillo, já perto da divisa com a Argentina no Paso Rio Don Guillermo, mas eram caríssimas e escassas. Então percorremos todo o parque sentido sul -> norte -> leste e voltamos para Puerto Natales. O ideal é percorrer o parque de carro nesse sentido, entrando pela Portaria Serrano (ATENÇÃO: SÓ ACEITAVAM PAGAMENTO DO INGRESSO EM CARTÃO), porque assim você fica boa parte do caminho indo de frente para as montanhas icônicas Cuernos del Paine. Dentro do parque existem apenas estradas de rípio, alguns trechos em bom estado, outros nem tanto, mas todos os veículos passam tranquilamente. Após a portaria fomos ao Lago Grey e fizemos a trilha até o mirador do lago (1h a pé). É um lugar lindo, o contraste do lago cinza com os icebergs de azul bem vivo é fantástico, estava muito frio, vento e começou a chover. O clima do parque é imprevisível, tem que ir preparado com luvas, touca e casaco impermeável. Depois almoçamos umas empanadas que levamos (tem opções de alimentação dentro do parque mas são bem caras), o tempo melhorou e fomos até o mirador do Lago Pehoé, vista linda, mas os Cuernos del Paine ainda estavam encobertos. De lá seguimos para a vista da Hostería Pehoé e sua ponte, e depois até o Mirador do Salto Grande, depois de fazermos uma trilha curta a pé. A cachoeira Salto Grande é absurda de bonita, a cor da água impressiona, e lá também enfrentamos os ventos mais fortes de nossa viagem, às vezes até desequilibrava um pouco. De lá já dava pra ver bem as torres, que pudemos ver melhor um pouco mais adiante no caminho para o mirador do lago Nordenskjold, outro lugar fantástico. Seguimos então para a portaria Laguna Amarga, e de lá para a Laguna Azul. Nesse último trecho o rípio estava um pouco pior, talvez por ser um caminho menos percorrido. Essa laguna é vazia, bem tranquila e tem uma vista linda das torres se o tempo estiver aberto. Saímos do parque em direção a Cerro Castillo para pegar a ruta 9, fomos surpreendidos com mais rípio do que esperávamos nesse trecho, a estrada quase toda está em reformas e com desvios. De Cerro Castillo voltamos tranquilamente para Puerto Natales pela ruta 9. Dia 16 - Puerto Natales => El Calafate (355km) Saindo de Puerto Natales rápido chegamos em Cerro Castillo (o bar/café da fronteira parece cenário de filme de velho oeste) e o Paso Rio Don Guillermo. Passando pelo trâmite de aduana chileno, em poucos km chegamos à fronteira com a Argentina, onde começa uma estrada de rípio em bom estado. Em 1 ou 2 km passamos pela aduana argentina, de lá mais um pouco de rípio até chegar na Ruta 40. ATENÇÃO: a rota padrão do Google Maps entre Puerto Natales e El Calafate pega o caminho mais curto, e de forma irresponsável manda os viajantes pelo antigo traçado da ruta 40, entre Estancia Tapi Aike e El Cerrito. É um trecho totalmente de rípio, deserto e que dizem estar em péssimo estado, há muitos relatos de viajantes que sofreram para passar por lá. Também inexistem postos de combustível indo por lá. Faça a rota colocando Esperanza como parada. É uma volta longa, acrescenta mais de 100 km ao caminho, mas é o traçado atual da Ruta 40, totalmente asfaltado e com abastecimento seguro em Esperanza no posto EPA (Energia Patagônica). A partir de Esperanza, as belas paisagens da Ruta 40 com muito vento até El Calafate. Dia 17 - El Calafate => Parque Nacional los Glaciares (Glaciar Perito Moreno) => El Calafate (160 km) O Parque Nacional los Glaciares é fantástico, ver o glaciar é uma experiência emocionante. DICA: não faça o passeio de barco a partir do primeiro porto (puerto Bajo las sombras), de lá o passeio percorre o lado do glaciar que a água fica menos bonita, meio acinzentada. Continue a estrada até o final, deixando o carro no estacionamento perto do Restó del Glaciar, já compre ali perto os ingressos para o passeio de barco que sai pelo Canal de los Tempanos. Esse canal é um dos que dá origem ao grande lago Argentino, estava um dia ensolarado e a cor da água estava incrível. Por ali além do porto do passeio dá pra fazer também um dos roteiros de passarelas, se quiser fazer os outros com os mirantes mais altos e principais dá para subir a pé pelas passarelas ou então pegar um ônibus circular que passa constantemente, não dá pra ir de carro na parte de cima do parque. Ver o glaciar de todas as formas e ângulos, andar por todas as passarelas, é um passeio sensacional que deve ser feito com calma, dedicando um dia inteiro, é um lugar incrível. Dia 18 - El Calafate => El Chaltén (220km) Provavelmente o dia com as melhores paisagens da viagem. De El Calafate seguimos pela ruta 11 e ruta 40 até o entroncamento com a ruta 23, o caminho para El Chaltén. Beirando o lago Viedma, a estrada percorre uma paisagem linda, pegamos também ventos fortíssimos contrários nesse trecho, o carro mal desenvolvia 90km/h em 4a marcha, o consumo subiu bastante. Conforme vai se aproximando de El Chaltén, o monte Fitz Roy se faz cada vez mais presente. Alguns trechos com longas retas e a visão do Fitz Roy ao fundo com certeza devem ser alguns dos mais bonitos trechos de estrada do mundo. Mais alguns mirantes fantásticos no caminho, passamos pelo portal do Parque Los Glaciares e então chegamos a El Chaltén, uma das cidades mais novas da Argentina, que mantém o clima pacato de vila de trilheiros e mochileiros. A atmosfera da cidade é bem legal, certo contraste com o turismo já um pouco massificado em El Calafate. Almoçamos lá, fizemos check-in em nossa hospedagem e já saímos em direção ao camping Lago del Desierto, onde começa a trilha para o glaciar Huemul. De El Chaltén até lá, são 35km de estrada rípio em condições razoáveis. Pagamos o ingresso da trilha na entrada do camping e começamos a subida, é uma trilha curta mas com um forte aclive, bem cansativa, estávamos sedentários na época e fomos devagar na subida, demoramos mais ou menos 1h, no trecho final mais inclinado tem o auxílio de algumas cordas, mas é bem seguro, sem exposição à queda ou risco algum. É uma trilha muito bonita, que percorre os bosques e vai beirando o riacho que drena a água do lago do glaciar. A chegada até o lago e a vista do glaciar depois do esforço da subida é recompensadora e impressionante, a cor da água é inacreditável, misturada com cor da vegetação no início do outono, com certeza uma das paisagens mais bonitas que já vimos na vida. É um passeio um pouco fora do radar de quem só vai para El Chaltén focando nos acampamentos e trilhas, devido à distância do centro da cidade. Mas na minha opinião, pela paisagem da trilha, do lago e do glaciar, é um passeio obrigatório para fazer por lá, e que pode fazer ser feito rapidamente e com pouco esforço em apenas meio período. Dia 19 - El Chaltén - Parque Nacional los Glaciares - Trilha Laguna Capri e Mirador Fitz Roy (10km a pé ida e volta) A trilha começa no final da avenida principal da cidade, tem uma subida menos inclinada mas com o dobro da distância da trilha do Glaciar Huemul, haviam pessoas de todas as idades fazendo a trilha, a subida é cansativa mas é tranquila se fizer sem pressa. O caminho da subida é bonito, e a vista do maciço do Fitz Roy a partir da Laguna Capri e do mirador é fantástica, as fotos não conseguem transmitir aquela beleza. De lá dá pra continuar a subida para ir mais perto do Fitz Roy, até a famosa Laguna de los 3, mas aí já seria uma trilha de nível difícil fisicamente, mais íngreme e demorada, não estávamos preparados, ficou para a próxima. Almoçamos na beira da laguna Capri e fizemos a descida de volta à El Chaltén. Dia 20 - El Chaltén => Perito Moreno (652km) Após curtir mais uma vista estonteante do Fitz Roy na ruta 23 saindo de El Chaltén, foi dia de enfrentar a ruta 40 em seu estado mais bruto. Após a cidade de Tres Lagos existe um trecho de 73 km de rípio, conhecido como “Los 73 Malditos” pelos motociclistas e viajantes. Não é incomum esse trecho ficar interditado e intransitável quando chove muito, porque o pavimento é de rípio com uma terra bem fina, que se transforma em uma argila quando molhada. Se tiver chovido nos dias anteriores, é bom perguntar no posto YPF de Tres Lagos como está a estrada. Não havia chovido, e quando chegamos no rípio, foi até tranquilo, os automóveis não estavam tendo maiores dificuldades, já as motocicletas estavam sofrendo mais, tem uns trechos com o rípio bem solto e fofo que elas desequilibram bastante. Esse trecho aliás atravessa uma das paisagens mais desertas e desoladas que percorremos na viagem, é bonito. Demoramos um pouco mais de uma hora para chegar de volta ao asfalto. ATENÇÃO: o trajeto entre El Chaltén e Perito Moreno também é problemático em questão de abastecimento de combustível e tem mais uma armadilha do Google Maps. Ele indica o caminho mais curto por um antigo traçado de rípio da ruta 40, deixando de fora a cidade de Gobernador Gregores, que depois de Tres Lagos é a única com posto de combustível até Perito Moreno. Não vá por lá que a falta de combustível será certeira. Então faça a rota incluindo Gobernador Gregores como parada. Mesmo assim, de lá até Perito Moreno são 360 km sem nenhum posto pelo caminho, a não ser as bombas de gasolina no meio da rua do pitoresco vilarejo de Bajo Caracoles, que dizem que muitas vezes não tem combustível ou ninguém para atender. Não dependa desse posto. Esse foi mais um trecho que utilizei o galão de combustível extra para ter mais segurança, devido a baixa autonomia do Jimny. Não precisou usar o galão, mas chegamos com o combustível piscando na reserva em Perito Moreno, o vento mais uma vez aumentou bem o consumo. Dia 21 - Perito Moreno => Esquel (537km) Mais um dia de muita estepe patagônica entremeada por morros na Ruta 40. Trecho mais tranquilo para abastecimento, paramos nas cidades de Rio Mayo e Gobernador Costa. É o dia de retorno à civilização, cidades maiores, chegamos tranquilamente em Esquel no final de tarde, lá tem muitas atrações para conhecer, como o parque nacional Los Alerces, pena que não tínhamos mais tempo de viagem. Se puder reserve um tempo para conhecer por lá também. Dia 22 - Esquel => Bariloche (284km) Deixando Esquel após um curto trecho a estrada já começa a mudar, ficando mais sinuosa e subindo as montanhas até Bariloche, passando por El Bolson. O trânsito de veículos e caminhões aumenta bastante, tem que percorrer esse trecho com mais cautela. O caminho passa por lindos lagos e mirantes até chegar em Bariloche. Chegando lá fizemos check-in, almoçamos e fomos percorrer o circuito Chico, com as várias atrações turísticas tradicionais. Gostamos muito de conhecer a sede da cervejaria Patagonia que tem lá, ótimo lugar para passar o final de tarde curtindo a vista para o lago e uma cerveja muito boa. Dia 23 - Bariloche => San Martin de los Andes (191km) Dia de percorrer a Ruta dos 7 lagos, provavelmente um dos trechos mais bonitos da Ruta 40. Paramos para almoçar em Villa La Angostura e começamos a percorrer os lagos, tem placas explicativas em cada parada e mirante, com as distâncias até o próximo ponto. Caminho sensacional, lindas vistas dos lagos, na maioria deles dá para acampar próximo, também é outra região onde dá para passar dias explorando e curtindo. Dia 24 - San Martin de los Andes => Parque Nacional Lanin => Neuquén (553km) Chegando em Junin de Los Andes nos dirigimos ao parque nacional Lanin para ver de perto o gigante vulcão Lanin. Pagamos o ingresso na portaria e logo chegamos em um mirante no lago Huechulafquen, vista sensacional, lago transparente com o vulcão nevado ao fundo. O parque é grande, percorremos mais de 30km no rípio até chegar ao final do parque, nos pés do vulcão, com outra vista sensacional dele mais próximo. Tem muitas áreas para camping bem estruturadas por lá, ficamos com vontade de passar semanas só curtindo ali dentro do parque. De lá tomamos o caminho para Neuquén, já deixando a Patagônia. Não fizemos o caminho do Google Maps, nós nos mantivemos na ruta 40 até Zapala. Foi a melhor decisão, é um caminho belíssimo, no começo bem árido com paisagens desérticas, depois sobe para um platô de onde podemos continuar observando o vulcão Lanin ao longe, mesmo a mais de 100 km de distância. Depois de Zapala entramos na ruta 22 e seguimos pelas retas enormes até Neuquén. Dia 25 - Neuquén => Bahía Blanca (534km) No roteiro original estava que nesse dia chegaríamos em Buenos Aires, percorrendo mais de 1000 km. Mas percebendo melhor a dinâmica da estrada e o cansaço pelo final da viagem, resolvemos não forçar a barra e incluir essa parada em Bahía Blanca. Nesse trecho a ruta 22 sai das estepes patagônicas e alcança os pampas argentinos, retas enormes, depois da cidade Choele Choel percorremos uma reta com pelo menos 130 km de extensão. Chegamos no final da tarde à Bahía Blanca. Dia 26 - Bahía Blanca => Buenos Aires (636km) Mesmo caminho da ida, chegamos umas 16h em Buenos Aires, ainda deu tempo de curtirmos um show de tango de noite. Dia 27 - Buenos Aires => Uruguaiana(RS) (674km) De manhã fizemos um tour rápido por BsAs, Plaza de Mayo, San Telmo, Caminito, saímos de lá meio dia em direção a Uruguaiana. Estrada ótima, caminho todo duplicado na ruta 14 até Paso de los Libres e a fronteira brasileira. Mesmo atravessando as províncias de Entre Rios e Corrientes, conhecidas pela corrupção policial, não tivemos problema algum e não fomos parados nenhuma vez. Percebemos que já no sentido contrário, em direção à Buenos Aires, haviam muitas blitz e muitos carros sendo parados. Dia 28 - Uruguaiana(RS) => Osório(RS) (724km) Atravessamos os pampas do Rio Grande do Sul pela BR 290, o dia mais cansativo de toda a viagem, pista simples e muitos caminhões. Trecho para fazer com calma e paciência nas ultrapassagens porque é perigoso. Pista dupla só a partir de Porto Alegre, chegamos em Osório já de noite. Dia 29 - Osório(RS) => São José dos Pinhais(PR) (627km) Dessa vez demos sorte na BR101, a viagem fluiu muito bem até São José dos Pinhais, última parada antes de casa. Dia 30 - São José dos Pinhais(PR) => Campinas(480km) Viagem tranquila até finalmente chegar em casa, depois de aproximadamente 13800 km rodados incluindo todos os passeios nos parques. Sonho realizado!
  11. Bom dia, Boa tarde ou Boa Noite! Pessoas, fev/2024 irei fazer mochilão de bicicleta na américa do sul junto a um amigo meu. Sairemos de Estância Velha/RS com destino ao Ushuaia, iremos passar por diversas cidades antes de chegar ao destino. O percurso, a princípio, levará 7.000 quilômetros de ida, e como vai ser nossa primeira viagem, agradeceríamos de receber algumas dicas em relação a dinheiro, acampar, alimentação, cuidados, o que levar/não levar, COMO DEIXAR AS ROUPAS LIMPAS?!!, etc. Serão 120 dias pedalando, passando desde Punta del Este, Buenos Aires, Villa Epecuén, Futaleufú, Rio Baker, Río Gallegos até chegar ao Ushuaia. Agradeço desde já, Bons ventos!
  12. Olá, amigos do fórum. Entre os dias 22 e 29 de abril, fiz uma viagem de uma semana em Ushuaia, na Tierra del Fuego. Obtive muitas dicas importantes na internet sobre esta viagem e muitas delas eu consegui aqui, no mochileiros.com Por tanto, quero deixar uma pequena contribuição, que na verdade são apenas mais dicas e um relatinho sem vergonha, mas com algumas informações que eu não consegui encontrar sobre “Campings”. Sim, talvez, estas pequenas dicas sejam mais úteis para quem quer fazer uma trip mais “roots”, onde possa otimizar o maximo de custos possíveis. As fotos ainda não foram editadas. Estão totalmente "crus", então não se importem com a exposição, enquadramento e etc. Bom, vamos lá. Mas antes: É possível acampar em Ushuaia e fazer uma viagem com pouca grana? Sim. Explico na última dica, então se vc só está interessado nessa informação, pule tudo e vá direto até o último tópico. ________________________//___________________________ 1° Dica: Câmbio Leve sua grana em Dollar. A cotação do dólar para Pesos está mais atrativa do que a do Real, e em todos os relatos que li, mesmo nos mais antigos, diziam a mesma coisa. Eu paguei R$2,39 no dólar, em São Paulo, antes da Viagem. Onde fiz câmbio: Em um Cassino chamado Cassino Status. Ele fica em uma rua chamada Cômod. Augusto Lassere. Não me lembro o número, mas é uma travessa da San Martín (como quase todas as ruas da cidade), subindo. Você deve entrar no hall do cassino e dizer que quer fazer câmbio. Eles vão pedir para você entrar dentro do salao e seguir até o final, onde você encontrará dois caixas, e será acompanhado de uma mulher com cara coronel e de poucos amigos. Real: 4 Pesos para cada 1 real. Dólar: 10, 50 Pesos para cada 1 dólar. (*_*) Maravilhoso! Não achei nenhum lugar com estes valores. A maioria, inclusive o taxista cobravam 8 Pesos para 1 dólar. ___________________//______________________ 2° Dica: Hospedagem Na minha pesquisa, eu queria muito saber sobre campings. Não apenas porque é mais barato, mas porque eu realmente queria ficar acampado em Ushuaia, pelo menos metade dos dias em que estive lá. 1° para testar minha barraca. 2° para passar um friozinho e testar minhas roupas e meu saco de dormir. 3° porque me parecia ser animal acampar no fim do mundo. No final das contas, desisti, porque minha mochila estava pesada e eu estava levando quase 4 kg de equipamento, sem ter a certeza se na cidade eu conseguira um lugar para ficar acampado. Optei por um hostel. É a segunda opção mais barata. Escolhi o Antártica Hostel, depois de descobrir que este era o que mais parecia ser adepto a ideia de colocar as pessoas para se falarem dentro do Hostel. Lá existe uma área comum, com sofás onde você troca ideia com outras pessoas que estão hospedadas e acaba descolando alguns amigos, ou um romance, se esta for sua intenção. Onde fiquei: http://www.antarticahostel.com Diária: 140 Pesos (Café da manhã incluso – Ovos, Pães, Geléia, Doce de Leite, Manteiga, Suco, Café, Leite, Cereais), Toalhas para banho inclusas. Internet em um PC e Wi-Fi incluso. *Se você considerar que a diária está saindo por R$35,00 na nossa cotação, vale realmente a pena pensar se você quer mesmo acampar. Isto porque este café da manhã (se você for monstro como eu), elimina a necessidade do almoço, que pode ser simplesmente trocado por um lanche simples e alguma outra bobeira. *Além do café comum, eu incluía nessa refeição 3 ovos mexidos, fritos na manteiga, o que tornava meu café-da-manhã literalmente um “pequeno-almoço”. Isso me dava sustento para fazer os meus passeios durante todo o dia, comendo alguma coisa pra enganar até que eu chegasse no Hostel novamente no fim da tarde e preparasse meu jantar. Observações sobre o Hostel: Na minha opinião, vale muito a pena, mas considere o seguinte: - Não espere uma cozinha com utensílios novos e totalmente livres de gordura, mas no geral é limpo. - Você compartilhará duas geladeiras com outras pessoas. Apenas deixe suas coisas em um saco plástico em um cantinho e ninguém vai mexer. - Os banheiros são como um vestiário. Os chuveiros são quentes. As vezes BEM quentes. Você controla a saída de água fria e quente ao mesmo tempo, mas as vezes ele tem uns surtos e ferve mais do que deveria. Então, quando tiver conseguido o “ponto”, relaxe e goze (mas não literalmente, porque existe o pequeno problema de que sua cabine será inundada alguns minutos após o início do seu banho (acho que os ralos devem ter pouca vazão ou serem entupidos de cabelo) e você ficará com os pés cobertos de água. (Só de pensar nessa possibilidade, eu tenho vontade de por meus pés de molho em um balde com cândida) - Você precisará passar por uma área aberta, ao sair do chuveiro ou se quiser levantar a noite para fazer um Pip`s feroz. Isso porque os banheiros ficam na parte de baixo e os quartos na parte de cima. A cozinha dá acesso a uma porta que dá em uma varanda que é aberta e te leva aos três ou quatro quartos que há no andar de cima. Isso realmente não foi um problema pra mim, já que fiquei no primeiro quarto e o tempo de exposição ao frio eram só 3 segundos - As camas são beliches (3 em cada quarto) e não fazem nenhum barulho quando você se mexe. - Os quartos possuem calefação e você não passa o mínimo frio lá dentro. Dá até pra dormir de cueca. Mas eu estava indeciso se a Argentina que estava na cama da frente iria gostar disso, então resolvi não arriscar. - Acho que o preço de R$35 Dilmas e todos os pontos positivos desse Hostel, incluindo a atenção bacana que o pessoal, inclusive o Gabriel, o dono, realmente compensam todos os pontos negativos. ___________________//______________________ 3° Dica: Comida Acho que não contei que comprei minhas passagens com milhas acumuladas no meu cartão de crédito e que estava sem grana e que planejei uma viagem qualquer muito rápido, apenas porque meus pontos iriam vencer e eu perderia 3 anos de acúmulo. Então, eu sinceramente não estava preparado para essa viagem e não tinha dinheiro suficiente para fazê-la. Por tanto, a possibilidade de comer todos os dias fora estava totalmente fora de cogitação. Por isso, eu fui com uma missão: sobreviver uma semana de miojo, já que eu nunca tinha cozinhado na minha vida e tão pouco criado interesse de aprender nos dias antecedentes à viagem. Eu pensei, de verdade, que eu poderia me garantir no Miojão maroto e naquele arroz semi-pronto e temperado, que você só precisa botar para cozinhar (tipo Arroz-Tio-João) ou qualquer coisa assim que eu já tinha visto por aqui. O problema foi chegar lá e descobrir que não havia nem miojo, nem arroz semi-pronto no supermercado. Maluco do céu, bateu um desespero e por um segundo e eu me arrependi amargamente de nunca ter visto minha mãe cozinhar um macarrão. Mas eu não sou tão idiota quanto pensei, e numa mescla de coragem e determinação, comprei algumas coisas pra tentar cozinhar uma gororoba qualquer pra não morrer de inanição em Ushuaia, confiando no querido Google para me ensinar a preparar os alimentos. Onde comprei: Supermercado La Anonima *Fica no quarteirão de cima da rua do Antártica. 4 minutos de caminhada. O que comprei (Que eu me lembre / em duas visitas ao supermercado) 1 kg de arroz 1 pacote de macarrão 3 bifes de carne de vaca (não sei dizer que parte do boi era aquela carne, mas era bem saborosa.) 1 caixa com 4 ou 6 ovos (dispense, tem no hostel – basta esconder alguns no seu canto da geladeira, após o café da manhã) Uns 8 litros de Água entre garrafa grande e pequenas 2 caixas de suco 1 Água tônica 2 Cervejas de 500 ml 1 tempero para carne 1 tempero para arroz 1 Sal (dispense, obviamente tem no hostel, assim como óleo e etc) 1 Desodorante e um sabonete (Fui só com um mochilão dentro do avião, então jogaram meu sabonete líquido e meu aerossol fora, porque o imbecil aqui se esqueceu de que isso não podia embarcar, sem ser despachado) Preço: Não tenho certeza, mas tudo custou mais ou menos uns 200 Pesos (R$50) Bom, eu sou totalmente sem noção de cozinha, então minha comida ficou horrível. O arroz duro e o macarrão sem sal. Haha Mas eu sou bem despreendido e não me importei em seguir as receitas ou tentar incrementar minhas refeições com coisas tipo salada, ou temperos diferentes e blá blá blá. Eu chegava morto no hostel, jogava o arroz na panela, tacava sal, o temperinho que comprei, fritava um bife e mandava ver. Ficou tudo “engolível”, por assim dizer e eu não passei fome, pelo menos. Reservei 2 dias para comer fora. Queria experimentar dois pratos típicos da região. O cordeiro patagônico e a Centolla (o famoso Caranguejo gigante). Acabei provando apenas o cordeiro. Muito gostoso, mas a carne de boi estava melhor (eu dividi com uma mexicana que conheci e decidimos pedir cada um, um prato e comer metade do outro). Acho que custou uns 140 Pesos, o meu prato, em uma das dezenas de opções na San Martín ou na Maipú. A Centolla, acabei não comendo. A mexicana foi embora e eu pensei que ir sozinho ao restaurante seria chato, então resolvi comer no hostel mesmo, já que era meu último dia. Este prato custava mais ou menos uns 200 Pesos na maioria dos lugares onde olhei. Observação: *Não deixe de experimentar as empanadas. Não achei o tal do dieguito (sim, você vai ouvir o pessoal falando sobre a tal empanada do Dieguito), mas sendo bem sincero, eu nem procurei direito. Comprei as minhas no El Vagon ($9 e $11, dependendo do sabor), um restaurante que parece um vagão do trem que levava os prisioneiros da cidade para trabalhar no parque nacional. Peça a de presunto e queijo (não me lembro como se chama, mas no final está escrito “queso”) Elas explodem um sabor delicioso na boca. Uhmmm, delícia! ___________________//______________________ 4° Dica: Transporte e Passeios. Sobre o taxi, do aeroporto até o centro, você vai gastar mais ou menos $60 Pesos, ou $5 Dólares. Não aconselho a ir a pé, mochileiro selvagem. Isso vai te custar tempo e pernas. Sobre os passeios, eu resolvi que faria os seguinte: 1° Dia Conhecer a Cidade Tirei esse dia para conhecer a cidade, decidi o que eu ia fazer, ir ao mercado, e dar uma andada a pé. /// 2° Dia Canal de Beagle. Onde comprei o tícket: Ushuaia Extreme Travel (http://www.ushuaiaextremotravel.com) Fica na San Martín. Preço: $450 (ui) Pesos (Valor praticamente tabelado para todas as agências) Duração: 2,5 h mais ou menos Você vai falar com a Janaína. Ela, o marido e um cachorro se mudaram para a cidade a três meses e têm uma página no Facebook chamada “Brasileiros em Ushuaia” (https://www.facebook.com/BrasileirosemUshuaia?fref=ts) Pode fazer perguntas a vontade pra eles, que são super gentis, te respondem e te auxiliam em tudo. Quando você realmente estiver pronto para ir, eles poderão te recepcionar, te buscar no aeroporto, fechar passeios e etc. Trabalham em parceria com essa agência Extreme. Recomendo que você feche tudo com eles, até para dar uma força porque eles realmente merecem só pela simpatia. Não conheci o Mario pessoalmente, mas a Jana é super gente boa e trocamos uma boa ideia durante um bom tempo. Foi engraçado, quando cheguei no aeroporto e vi um cara pegando dois brasileiros e conversando com eles, no caminho até o carro. Eu imaginei que fosse o Mário, mas só descobri que realmente era depois, ao perguntar para sua esposa. Por tanto, vale a pena você trocar ideia com eles, se quer ter um auxílio no seu planejamento e chegada na cidade. Observação sobre o passeio: O passeio para andar com os pinguins não estava disponível, porque em abril eles já se foram fugindo do frio, então eu decidi ir no tal do barco Catamarã e paguei. Poxa, cara, foi legal, mas não sei se faria de novo. Eu estava sozinho, então acho que isso influencia um pouco porque você vê um monte de velhinhos e de casais e talvez não curta vibe do rolê realmente. Eles te levam bem perto de uma ilha com lobos marinhos, e outra com comorones, que são pássaros que se parecem com pinguins. Além, é claro, do farol Les Eclaireurs, que não, não é o último farol do continente, ou o farol do fim do mundo, ou farol do livro do Júlio Verne e etc. e tal., como você descobrirá em suas pesquisas. As paradas são bem rápidas, por tanto, a maior parte do tempo você passa navegando. Ah, você também desce em uma ilha, para caminhar durante uns 10 minutos. O ponto mais positivo foi que lá, eu conheci a Mexicana, que também estava sozinha . Nota: *Agasalhe-se bem. Faz frio pra caramba, na parte de fora do catamarã. *A ilha dos lobos e dos comorones tem um cheiro horrível de coco. *Você ganhará uma cópia bem infantil de um certificado de que navegou pelo canal de Beagle. (ooooohhhh) e ganhará um vale brinde para ir em uma loja de artigos para presentes pegar um mapa da Terra do Fogo. Isso é realmente legal. /// 3° Dia Glaciar Martial Tome um taxi e peça para ele te levar até o Glaciar. Custa em torno de $60 Pesos. Também sugiro que você não suba a pé, porque a subida é bruta. Leve um lanche e um suco. Observações sobre o passeio. *Show de Bola. A visão lá de cima é animal! * Os teleféricos não estavam funcionando. *A subida é puxadinha, mas mesmo que você seja gordo ou velho, você conseguirá chegar até o final, devagarzinho. * Esqueci de tomar o chá que todo mundo fala pra você tomar, na hora que você desce (nem ligo), porque desci discutindo a política do brasil com um casal muito gente boa de argentinos, e como eram professores e estavam na pindaíba que nem eu, decidimos rachar o taxi para descermos juntos até o centro novamente. Por isso, nem tive tempo de lembrar do tal chá. * Não quis me arriscar pela neve lá no topo. Dizem que você pode subir durante mais 1 hora, eu acho. Não foi por falta de coragem, foi por preguiça mesmo. Estava cansado. Mas se tiver disposto e se sentir seguro, vá! /// 4° Dia Laguna Esmeralda - A entrada fica na única estrada que liga Ushuaia ao resto do mundo. - Você pode ir de Taxi, o que te custará bem caro (O preço oficial da cooperativa dos taxistas é tabelado $300 Pesos, e você poderá negociar), ou pegar um transfer por $110 ida e volta (com direito a uma rosca recheada e um copo de chá bem quentinho). Você pode solicitar no seu hostel, ou ir até a av. Maipú, não me lembro ao certo onde, mas você com certeza verá o ponto dos Transfers, andando por esta avenida. Eles ficam todos no mesmo lugar. A Laguna está localizada ao final de um trilha que começa no Vale do Lobos. Existe a possibilidade de você começar uns 200 mts antes do parque, por uma trilha em que você não precisará pagar os $20 Pesos, que é a taxa para passar pela propriedade, que também conta com um lugarzinho aconchegante para você comer e tomar um chocolate. Você receberá um pequeno mapa e algumas dicas sobre a trilha. Verá também os cães que no inverno puxam o trenó naquele mesmo vale. Coitados. Ficam presos. Observações sobre o passeio. *Indispensável. Obrigatório para todos que vão a Ushuaia. *O caminho não é fácil. Sugiro um pouco de preparo ou pelo menos força de vontade. O terreno, em alguns lugares, é um charco de terra molhada, onde você com certeza, em algum momento, afundará seus pés e talvez canelas. Por isso, sugiro uma bota ipermeável para não sofrer tanto. Contudo, acrescento que vi pessoas fazendo com tênis comum. É claro que não estavam se importando com a maneira como terminariam aquele passeio, com relação a sujeira e pés molhados. *Dê a volta do lago e veja a vista do outro lado. É lindo! /// 5° Dia Aluguei uma Bike. Nesse dia, eu acabei acordando mais tarde do que planejei e estava em dúvida se iria para o Parque Nacional e dormiria no abrigo que tem lá, ou se apenas iria e voltaria para retornar no dia seguinte. Fiquei procurando na cidade barraca para camping e saco de dormir para alugar. O saco de dormir eu encontrei, mas a barraca não encontrei, então resolvi pegar uma bike e ir até lá para ver como era. Aluguei a bike na mesma agência em que fechei o Canal de Beagle, a Extreme Travel Ushuaia. $140 Pesos meio dia ou $200 Pesos 24 horas. Acabei conseguindo negociar para ficar mais horas do que metade do dia. Fui até a entrada do Parque Nacional Terra do Fogo, para ver as paisagens até lá. O caminho é basicamente por uma estrada em sua maior parte de terra. Então localize-se, pergunte o caminho e depois é só seguir em frente. Você verá coisas incríveis e poderá fazer um desvio para ir até a estação do fim do mundo, de onde fazem o passeio pelo parque de trem. Tomei um chocolate por lá. Bem caro! Mochileiros, não invente de fazer o passeio de trem. Totalmente fora de cogitação pra quem quer economizar. Sem contar, que não faz sentido você ir a um parque daqueles pra andar de trem. Na volta, dei uma andada nos arredores da cidade, passando por lagos, praças e etc. /// 6° Parque Nacional Terra do Fogo No domingo, fui conhecer o Parque Nacional. Acordei bem cedo e pedi para Staff solicitar que o Transfer me pegasse antes das 9h, porque queria ir na primeira partida (Eles partem, de onde saem os Transfers na av. Maipú de 1 em 1h). Paguei meu ticket em aproximadamente 30 minutos estávamos na entrada do parque. Para minha deliciosa surpresa, o primeiro transfer aos domingos entra de graça. Então, essa é mais uma dica pra você economizar $100 Pesos, organizando este passeio para esse dia. Você receberá um mapa com as trilhas que pode fazer dentro do parque. Eu não fiz todas (não é possível fazer muitas em um só dia, porque os transfers estão voltando com a última van as 17h, então se você ficar lá depois desse horário, vai ter que dar uma boa caminhada de volta, ou pedir uma carona. Escolhi fazer a Senda Costeira, que é a maior trilha do parque, com duração aproximada de 4h. Você andará boa parte da trilha margeando o Canal Beagle. Observações sobre o passeio: *Trilha bem demarcada. Você poderá se perder, mas nada grave. É só retornar um pouco e reencontrar seu caminho, seguindo as estacas amarelas. A dificuldade é média. A paisagem é show! *Leve Água É no início desta trilha que você pega o tão famoso carimbo do fim do mundo no seu passaporte (você lerá todo mundo mandando você não esquecer disso). Por tanto, não faça como eu, que levou o passaporte e esqueceu de passar na pequena agência de correios da argentina e pedir o tal do carimbo. Para quem se esquecer, existe uma agência de correios na av. San Martín que também dão o maldito carimbo de graça (uffa!! Quase vim sem meu carimbo.) Quando terminar esta trilha, você sairá na estrada por onde circulam os carros, transfers, bicicletas, motos e etc. É a única estrada que corta todo o parque. Na verdade, esta é o final da rota 3. A famosa estrada que corta a Argentina e liga o fim do mundo à Rota Panamericana, aquela que vai até o Alaska por toda a América. Por isso, você verá vários cicloturistas nessa estrada em sua peregrinação até o fim do mundo, já que o fim da rota 3 em Ushuaia é onde está a Baía Lapataia, onde fica aquela placa Marrom que todo mundo tira foto (inclusive eu, veja aí embaixo). - Ao sair da trilha Costeira, continue pela estrada ou siga seu mapinha de trilhas para continuar parte do caminho por outras trilhas menores que desviam o caminho da estrada principal e passam por mais um pouco de mato (achei desnecessário. Não havia nada demais, e em dado momento precisei escalar um pequeno paredão de rocha para voltar para trilha. Então talvez, os mais preguiçosos não curtam. - Não deixe de fazer o pequeno desvio para ver a Laguna Negra. É realmente show de bola! Foi ao continuar na estrada que conheci a pessoa que mudou todo meu conceito sobre viagem roots (não que eu tinha um). Conheci a Marion, uma francesa maluca que está viajando por toda a América do Sul de carona e andando. Ela estava vindo desde São Francisco nos EUA, assim. Ela viaja com duas mochilas pesadas e acampa todo tempo. Foi assim que eu descobri que poderia ter acampado facilmente no parque. Existem pontos para camping independente (encontrei a Marion em um desses) e outros organizados, onde você provavelmente paga uma taxa para ter acesso a luxos como chuveiro, pia e etc. Não cheguei a ver, mas com certeza é barato. Um funcionário me disse que para dormir em um abrigo, custava cerca de $100 Pesos, então imaginei que o camping fosse bem mais barato. A Marion estava desarmando suas coisas por volta das 13h, quando eu acenei para ela e ela acenou de volta. Fui até ela e começamos a conversar (eu me amarro em mochileiros! Imagina em MOCHILEIRAS!!! ). Ela me contou sobre sua viagem. Eu dei meu últimos 200 ml de água para ela e ela me agradeceu com um abraço apertado e muito sincero. Assim, ficamos amigos, ajudei ela a montar seu acampamento e continuamos juntos até a Baía Lapataia. Eu levei sua mochila (Não sei como uma menina daquele tamanho leva um chumbo daqueles por tanto tempo.) Ela me deu várias dicas de como fazer uma viagem assim, sem gastar muito ou quase nada, já que eu tenho um desejo reprimido de viajar pela América de mochilão nas costas, pouca grana no bolso e muito pé na estrada. Fomos até a Baia Lapataia e ficamos de bobeira trocando ideia e dando muitas risadas. Conversamos sobre várias coisas lindas. Eram umas 16h e eu teria que esperar meu transfer até as 17h, pois lá seria um dos pontos onde ele passaria para pegar quem quisesse voltar para a cidade. A Marion cogitou a possibilidade de pular a cerca que delimitava o fim da área onde se podia ir e continuar por uma trilha que ia baía a dentro. Um motorista disse que era possível, mas que aquela trilha, mesmo estando no mapa, estava fechada e que se algo acontecesse com ela por lá, ninguém a iria encontrar. (Uouuuuu!!!) Mas para a surpresa do motorista, a francesa abriu um sorriso e disse que mesmo assim iria, porque seria uma aventura e tanto (*_* Que menina legal!!!) O motorista do outro transfer deu 2 litros de água fechados para ela. Vocês não imaginam a festa que a garota fez. Eu me cocei para ir com ela. Queria muito ter tido mais tempo para conversar com a Marion e fazer uma bela amizade com ela, mas infelizmente eu enão teria como voltar a tempo para o transfer. Ela disse que eu poderia dividir a barraca, mas ela temia porque não caberíamos os dois em um só saco de dormir e que o frio era terrível a noite... (Que figura, aquela garota!!!) Eu sabia disso obviamente e desde o início sabia que não daria pra mim. Ajudei ela a colocar o protetor de chuva nas duas mochilas (começou a chuviscar), coloquei o Mochilão em suas costas. Tirei meu alfajor e um chocolate (minhas últimas comidas) e dei pra ela (mais um longo abraço de agradecimento) e antes de nos despedirmos, me lembrei que não havia pago os $100 Pesos de entrada no parque e quis retribuir aquela benção, abençoando a garota com uma graninha para ajudar na viagem. Ela quis recusar, porque insistiu que era muito dinheiro e etc. Hahaha Eu insisti que ela deveria pegar, porque eu tinha planejado gastar aquela grana então pra mim não faria diferença alguma. Ela finalmente aceitou. Nos despedimos com um longo abraço e trocamos nossos contatos. Fiquei observando aquela garota incrível ir sumindo da minha vista e entrando na natureza, com toda aquela força e coragem exibida em duas mochilas. Ela olhava para trás de quando em quando para acenar mais uma vez e gritar: “Adeus Thiago!”. E assim, ela sumiu das minhas vistas, e eu me virei, com uma mistura de nostalgia e alegria por ter conhecido uma pessoa tão incrível com ideias tão incríveis sobre a vida, para caminhar até o transfer que já tinha chegado. Por todo o restante da viagem eu lembraria da garota e pensaria seriamente em chegar em Sampa, vender meu carro, e partir para talvez me tornar alguém tão interessante quanto a Marion. Voltei para meu Hostel e fui descansar. O outro dia era livre e eu pretendia ir aos Museus. Acabei desistindo, e só fui até a entrada olhar como era a Base Naval, já que ficava do lado do Antártica hostel. Acabei me arrependendo depois. Apesar de não ser um mega passeio, eu gostaria de ter visto alguma história de cidade e visto informações interessantes no Museu do Presídio, principalmente. Bom este dia foi meio perdido. Fiquei mofando o dia todo no sofá do hostel conversando com alguns amigos que conheci lá, depois só saí para dar uma volta, comprar umas empanadas e passar na loja de lembrancinhas. Prepare-se. São bem caras, as coisinhas. No outro dia bem cedo, pedi um taxi para o Staff, paguei minha conta, tomei um café e fui para o Aeroporto esperar o horário do meu voo que era as 9h. ___________________//______________________ 5° Dica: Reconsidere seus passeios Existem muitas coisas para se fazer em Ushuaia, que você não vê todo mundo falando. Geralmente, todos te indicam o mesmo passeio. Se você, ao contrário de mim, está com uma grana sobrando para esta viagem, considere pesquisar sobre outros glaciares, sobre ir de ônibus até a cidadezinha de Tolhuin, outra cidade da província, e passar uma noite lá, sobrevor de avião a cidade (isso com certeza, custará mais de $2000 Pesos) e até mesmo de mergulhar em Ushuaia (http://www.ushuaiadivers.com.ar). Também não é barato, mas deve ser massa! ___________________//______________________ 6° Dica: Como gastar menos e fazer uma viagem realmente “Roots”, no estilo Marion, a francesa (entenda, lendo o tópico 4) Bom, baseado nas minhas próprias percepções e no que a Marion me contou, aí vão algumas dicas. Acampe: (Isto, claro, considerando que você não viaje no inverno) • Você pode ficar acampado no Camping Andino. O único camping com estrutura na cidade, que eu consegui achar. O dono é um cara chamado Fernando. O problema é que esse cara não responde email e nem sei nada sobre o lugar, já que fica um pouco afastado do centro e eu estava sem coragem de ir lá perguntar. • Fique acampado quando for até a Laguna Esmeralda. Eu teria ficado. Teria sido muito bom! O lugar é simplesmente incrível! Arme sua barraca um pouco mais a dentro da floresta e seja feliz. • Acampe no Parque Nacional. Sobre tudo, porque você vai economizar a segunda ida ao lugar. Aliás, fique pelo menos dois dias no parque para aproveitá-lo bem. • Acampe em qualquer lugar. Sério. Se você se afastar um pouco mais da cidade, você poderá acampar em qualquer lugar. O mundo lá fora, não é todo como o Brasil. Ninguém vai te fazer nenhum mal, mesmo porque a percepção do pessoal sobre esse tipo de coisa é totalmente diferente da nossa. Na área mais rural, eu vi realmente vários lugares onde eu poderia chegar e montar minha barraca, se eu quisesse, sem que ninguém me incomodasse por isso. É claro que em seu planejamento, você precisa considerar em seu roteiro, alternativas para intercalar entre campings com estrutura e campings sem, se não você vai se dar mal. Você também pode intercalar com alguns dias no hostel. É realmente barato e considerando isso, acampar só é necessidade para quem quer curtir uma trip com essa vibe, especificamente. Economize: • Não use taxi de jeito nenhum. Para a maioria do lugares dá pra ir de Transfer (vãs com itinerários fixos), então não caia na bobeira de pegar um taxi e ser estuprado pelo taxista. Para o parque e para a Laguna Esmeralda, eu enxerguei a possibilidade de ir de carona. Carona em países como Argentina, Chile e Uruguai são bem mais comuns do que por aqui. Pelo menos é isso que tenho ouvido de pessoas que andam de carona por lá. Além disso, a estrada que liga Ushuaia ao Parque Nacional, é uma só. O mesmo acontece com a Laguna, então, todos que passarem por você, a partir do momento que você estiver na estrada, passarão pelo seu lugar de destino. Isso aumenta significativamente sua chance de conseguir uma carona. • No trajeto do aeroporto até o centro, tente dividir o taxi com alguém que esteja indo para lá. Eu fiz isso e economizei uma merreca. Se você estiver realmente disposto, vá andando, mas dá uns 4 km. • Não leve fogareiro. Você corre o risco de não encontrar o combustível correto para seu modelo por lá, já que você não vai poder levar daqui, se for apenas com uma mochila e não estiver a fim de despachar no avião e correr o risco de perder suas coisas no meio da viagem e chegar lá sem nada. Esse foi meu medo. Aprenda a fazer um fogareiro, utilizando apenas álcool, na internet. A Marion fazia seu rango e fervia água com um desses. • Programe-se para entrar no Parque Nacional no domingo, no primeiro Transfer. Você vai economizar $100 Pesos. • Não faça passeios como o Bus Tour, por exemplo. Você não precisa pagar para conhecer os principais pontos de Ushuaia. Uma busca no google e algumas pernadas vão te garantir isso, sem gastar um tostão. • Considere se realmente quer fazer o passeio pelo Canal Beagle. Acho um pouco caro demais pelo que é, para quem não está a fim de gastar tanta grana. Existem outros passeios que eu acho que seriam mais interessante, pelo menos pra mim, e custariam bem menos ou quase nada. A Marion, por exemplo, chegou em Ushuaia sem roteiro algum. Ela não planeja seus destinos. Simplesmente chega, e decide o que conhecerá. Ela gostou muito da ideia de navegar pelo Beagle. Mas quando ouviu o preço, na hora descartou a possibilidade. Já sobre a Laguna Esmeralda, adorou saber que era grátis e que podia chegar até a trilha andando ou de carona. Então, invoque esse espírito Marion e se desprenda dos custos. • Não coma fora. Isso é de lei. Se você quer economizar, não tenha esse luxo. Não é tão necessário assim. Você vai economizar uma boa grana fazendo teu próprio rango. Bom amigos, acho que é isto. Acabou ficando mais extenso do que eu imaginei. É que você começa a escrever e aí, acaba perdendo a noção do tamanho do texto.. Espero que sirva para alguém. No que eu puder ajudar, me coloco a disposição de todos. Um grande abraço e boas trips!!!
  13. Boa tarde pessoal, estou planejando ir com + 2 amigos para Ushuaia de carro, no fim de 2023, entre setembro e novembro. Somos do interior de SP, pensamos em ir até Foz do Iguaçu e começar a viagem a partir de lá. A ideia é acampar boa parte dos dias, e alguns ficar em hostel/hotel. Gostaria de dicas de quem já fez essa viagem a partir do Sul do Brasil, qual foi o roteiro e que equipamentos levar. Valeu galera, abraço.
  14. Tudo bem pessoal, Em fevereiro deste ano fomos para o Ushuaia, saindo de Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Foram 26 dias conhecendo as belezas da região. Descemos pela Rota 40 até o Ushuaia, e voltamos pela Rota 3. Tentei resumir nesse material as informações que muita gente está me perguntando. Meu gasto total com gasolina foram R$ 2.600 Gasto total da viagem R$ 7,000. (total 2 pessoas) Tem um pdf em anexo com o roteiro, abração Roteiro Patagônia- Fora de Àrea.pdf
  15. Bom pessoal, há muito tempo venho querendo realizar essa aventura, porém historia normal que se segue, trabalho, dinheiro e tempo, acredito que essas são os principais contra tempos para realizar viagens deste porte. Porém recentemente surgiu a oportunidade de tirar 20 dias de ferias, então realizarei o sonho de viajar até o Ushuaia de carro. (barraca, camping, roots), em 20 dias, sozinho. Venho aqui compartilhar e pedir a vocês dicas de roteiros, viagem, estrada... Como so fiquei sabendo agora que vou conseguir ir (motivo este também de eu ir sozinho), estou montando o roteiro agora, tenho praticamente menos de 2 meses para ver tudo oque preciso e conto com ajuda de vocês. A ideia é sair de Uruguaiana dia 20/12/2019 e chegar sem muitas estadias em 3 ou 4 dias até o Ushuaia (3.700km), de lá ficar alguns dias pela região (creio eu que uns 5 dias), após isso, ir viajando em direção a Santiago no Chile, fazendo estadias nas cidades mais interessantes, de Santiago volto a Uruguaiana. Que são 1700km. Conforme vou atualizando o roteiro e coisas da viagem vou postando aqui.. Agradeço..
  16. Oi, pessoal! Tudo joia? Meu nome é Juliana e sou nova por aqui. Achei esta página por acaso e adorei! Já vi várias dicas legais! Estou planejando uma viagem de carro saindo daqui do estado de SP, indo até o Ushuaia, de lá subindo pela costa do Oceano Pacífico (Rod. Panamericana) até o Alaska, e depois retornando para o Brasil. Estou bem no início do planejamento, e chuto uns 15 meses no total pra esse trajeto de ida e volta. A ideia é fazer os deslocamentos nos fins de semana (+- 1.000 km/fds), e estacionar de 2a a 6a em alguma cidade maior (vou continuar trabalhando online). O plano inicial é sair em 20 de dezembro de 2022 e retornar ao estado de SP lá pra 20 de março de 2024. Perguntinhas: 1) Alguém sabe se um carro "normal" (sem ser 4x4) aguenta esse trajeto? Tenho um Up TSI que é uma delícia de dirigir e uma maravilha de econômico. Pensei em ir com ele mesmo. 2) É muito perigoso pra uma mulher ir sozinha? Não tenho medo algum de viajar sozinha e amo dirigir, mas fico com receio de passar por situações perigosas em virtude das condições que vou enfrentar pelo caminho. Seria fantástico se houvesse algum tipo de comboio, com mais gente viajando junto, em vários veículos, pra que todos pudessem ter mais segurança e apoio. Será que estou sonhando alto demais? Kkk! Abração!
  17. Olá pessoal Vamos marcar uma viagem de moto para o Ushuaia no primeiro semestre de 2022? Sem restrição ao tipo de moto, para rodar em torno de 800 km/dia. Acredito que uns 20 dias de viagem. Quem topa?
  18. Olá pessoal, esta será a minha primeira viagem fora do país, meu inglês é bem fraco e espanhol é apenas o que eu aprendi assistindo a Usurpadora e Maria do Bairro kkk, da um pouco de medo, mas let it go! Vou ir deixando registrado aqui o que estou planejando para o meu mochilão, talvez sirva de ideia para algumas pessoas e super aceito dicas também. Muitas coisas do que eu estou planejando tem como referência depoimentos e dicas que li na internet. As passagem de avião pesquisei pelo app KAYAK, o app mostra os dias mais baratos para viajar e isso ajudou bastante. Também fazei viagem de ônibus, deixarei o link dos locais que comprarei as passagens. Trajetos: Avião Dia 24/02 - São Paulo (GRU) ---> Buenos Aires (EZE) chegada 09:55am Dia 27/02 - Buenos Aires (AEP) ---> Ushuaia (USH) chegada 08:10am Ônibus 29/02 - Ushuaia ---> Punta Arenas 55,37 DÓLARES Saída 9am Chegada 19:30 pm 29/02 - Punta Arenas ---> Puerto Natales 11,88 DÓLARES Saída 21pm Chegada 00:15 am 03/03 - Puerto Natales ---> El Calafate 23,72 DÓLARES Saída 7:30 am Chegada 13:30 pm 06/03 - El Calafate ---> El Chalten Saída 8 am Chegada 11am 10/03 - El Chalten ---> El Calafate 152,38 reais (ainda vou decidir o horário) Avião 10/03 - El Calafate (FTE) --> São Paulo (GRU) As passagem de avião ficaram em torno de 1860 reais incluindo uma bagagem de mão e uma mala. Hospedagem Eu escolhi hostels pelo booking, dando preferência para os que serviam café da manhã e eram próximos de rodoviárias. Agora só preciso me organizar para fazer um roteiro de passeios e trilhas.
  19. Estoy saliendo del uruguay día 01/01/2021 de montevideo hasta Foz do Iguaçu y de foz hasta ushuaia de carona alguien quiere aventura? Whatsapp: +598096221755
  20. Resumo: Itinerário: Buenos Aires (Argentina) → Puerto Madryn (Argentina)→ Rio Gallegos (Argentina) → Punta Arenas (Chile) → Ushuaia (Argentina) → Puerto Natales (Chile) → El Calafate (Argentina) → Comodoro Rivadavia (Argentina) → San Carlos de Bariloche (Argentina). Período: 10/03/2001 a 01/04/2001 10-12: Buenos Aires 13-15: Puerto Madryn 16: Rio Gallegos 16-18: Punta Arenas 18-21: Ushuaia 21-23: Puerto Natales 23-25: El Calafate 26: Comodoro Rivadavia 27-29: Bariloche 30: Buenos Aires 01/04: SP-Rodoviária do Tietê Ida: Voo de São Paulo a Buenos Aires pela KLM, previsto para sair às 9h15 do Aeroporto de Guarulhos, pago com pontos do programa de fidelidade da KLM. Volta: Ônibus de Bariloche a Buenos Aires e depois a São Paulo (Rodoviária do Tietê), previsto para sair perto de 16h ou 17h da Rodoviária de Bariloche. Paguei cerca de 105 pesos (equivalente a 105 dólares na época) pelo trecho de Buenos Aires a São Paulo, Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então albergues, pousadas, pensões, hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Depois de tanto tempo os preços que eu citar serão somente para referência e análise da relação entre eles, pois já devem ter mudado muito. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis na internet. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Em toda a viagem houve bastante sol. Chuva e neve foram raras, ocorrendo geralmente de maneira breve e na região mais ao sul. As temperaturas na região de Buenos Aires, Bariloche e Puerto Madryn estiveram bem razoáveis, chegando até perto dos 30 C em alguns dias. Mais ao sul, em Comodoro Rivadavia, Rio Gallegos, Puerto Natales e principalmente Punta Arenas e Ushuaia estiveram bem mais baixas, chegando a ficar abaixo de zero à noite. O vento foi muito forte em toda a Patagônia, o que tornava a sensação térmica ainda menor. Na região perto de Punta Arenas o tempo mudava muito rapidamente, havendo várias situações diferentes durante o dia. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil 👍. Disseram-me que poderia não ser muito bem tratado em Buenos Aires, mas se enganaram. Fui muito bem tratado em toda a viagem, com uma única exceção numa visita a uma loberia em Puerto Madryn e, assim mesmo, porque creio que houve um mal entendido. Tive alguma dificuldade em entender a língua no Chile, principalmente quando conversando com pessoas com forte sotaque regional. As paisagens ao longo da viagem agradaram-me muito, passando por monumentos, parques e construções interessantes nas cidades e por áreas costeiras, praias, montanhas, lagos, cavernas, geleiras, glaciais, florestas, rios e outros . Pude ver também vários animais durante a viagem, a maioria em seu habitar natural. Isso incluiu lobos e leões marinhos, focas, elefantes marinhos, pinguins, delfins, guanacos. flamingos, tatus etc. Pensei em fazer a travessia de Bariloche a Puerto Montt, passando pelo Vulcão Osorno, mas desisti, pois naquela época demorava 4 dias, por não haver estradas em boa parte do trajeto, e eu não dispunha deste tempo. Surpreendeu-me que nas viagens de ônibus na Argentina estavam incluídas no preço pago as refeições (almoço e jantar) 👍. A viagem no geral foi tranquila. Não tive nenhum problema de segurança. Eu era (e ainda sou) vegetariano. Como a base da alimentação nesta região é a carne, foi um pouco difícil conseguir comida vegetariana, mas nada que supermercados não solucionassem. Gostei muito dos sanduíches de miga na Argentina, do doce de leite e dos vinhos, que tomei pouco . Os preços na Argentina estavam muito altos, pois havia a paridade do peso para o dólar e o real tinha sofrido a desvalorização alguns anos antes. A Viagem: Fui de SP a Buenos Aires no sábado 10/03/2001. A saída do voo estava prevista para as 9h15. Durante o voo uma senhora argentina de cerca de 60 a 70 anos falou-me de como eu iria gostar de Buenos Aires (ela disse: “há muito o que ver, Buenos Aires não é feia como São Paulo” ). Falou-me que seu filho ou sobrinho estava procurando por emprego há tempos, após se formar e não conseguia (o que me parecia um sintoma do agravamento da crise). Achei a travessia da foz do Rio da Prata espetacular . Cheguei perto da hora do almoço e me receberam muito bem no aeroporto 👍. Deram-me gratuitamente bastante material sobre a Argentina e me indicaram um ônibus que me deixaria na Praça San Martín. Peguei e de lá, após obter informações sobre onde me hospedar, fui andando até a região da Recoleta. Para as atrações de Buenos Aires veja https://turismo.buenosaires.gob.ar/br. Os pontos de que mais gostei foram os monumentos, os equipamentos e eventos culturais, os parques e a cidade como um todo. Fiquei hospedado na Recoleta por 22 pesos a diária (na época equivalente a 22 dólares). Acho que era o Hotel Lion d’Or (https://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g312741-d317288-Reviews-Hotel_Lion_d_Or-Buenos_Aires_Capital_Federal_District.html). Depois de me hospedar fui dar uma volta nas redondezas. Gostei bastante do local, bem cuidado. Passei por um cemitério que me chamou a atenção pelas estátuas. Resolvi entrar e lá fiquei por mais de 1 hora, apreciando as obras de arte que existiam nos túmulos, alguns dos quais de pessoas famosas, até internacionalmente. Nunca tinha feito uma visita destas a um cemitério, mas gostei bastante. Depois passeei pelo bairro apreciando suas ruas e lojas. Parecia um local elitizado. Se bem me lembro ainda fui a Puerto Madero à noite. No domingo 11/03 fui conhecer os outros pontos da cidade, incluindo o centro com seus monumentos e órgãos do Estado, e pontos específicos com seus equipamentos culturais e esportivos. Saí perto de 9h da manhã e voltei por volta de 23h. Andei muito. Pude visitar a Casa Rosada, a Praça de Maio, os órgão legislativos e judiciários, a catedral, o obelisco, centros culturais, confeitarias históricas, vários monumentos, o Rio da Prata, áreas arborizadas, a Boca, o Caminito (com suas casas coloridas), ver o estádio de La Bombonera por fora, ver casais fazendo apresentação de Tango na rua etc . Num dos dias jantei algo como nhoque num restaurante de rua e no outro jantei no shopping. Interessante como no shopping os atendentes perceberam que eu era brasileiro e até falaram palavras em português comigo 👍. Na 2.a feira 12/03, fui para o outro lado, conhecer o Jardim Japonês e os parques da região do bairro de Palermo. Gostei muito . Eram parques enormes, sendo que o jardim japonês fazia jus ao nome, com várias estruturas nipônicas, que se encaixavam muito bem na paisagem. Voltei para o hotel perto da hora do almoço e no início da tarde peguei um ônibus para Puerto Madryn, já na Patagônia. A viagem durou perto de 18h. Passamos por Bahia Blanca no início da madrugada. A paisagem ao longo da viagem agradou-me bastante 👍. Recebemos jantar incluído no valor da passagem. Cheguei bem cedo na 3.a feira 13/03, hospedei-me num hotel simples (acho que o nome era parecido com Vaskonia). Como era bem cedo, fui ver se era possível fazer excursão à Península Valdez ainda naquele dia. Achei uma agência de turismo que dava desconto para hóspedes do hotel em que estava e, pesquisando algumas outras, vi que era a melhor opção. Acabei comprando com eles o passeio pela Península. O dono brincou comigo perguntando se eu lembrava do jogo entre Argentina e Brasil na Copa de 1990, quando Maradona atraiu a marcação de 3 e lançou Caniggia sozinho para driblar Taffarel e fazer o gol. Para as atrações de Puerto Madryn e da Península Valdez veja https://www.patagonia-argentina.com/puerto-madryn/ e https://www.patagonia-argentina.com/peninsula-valdes/. Os pontos de que mais gostei foram os animais, as formações rochosas e a natureza como um todo. Saímos pouco depois da 9h, se bem me lembro. No nosso grupo havia um espanhol da região basca, uma inglesa, um suíço, um casal de argentinos e acho que alguns outros. O espanhol mencionou que desejava conhecer outros locais, mas que a Argentina era muito grande e tudo muito distante. Perguntou-me se o Brasil era tão extenso quanto a Argentina . Passamos por locais de avistagem de pinguins, lobos marinhos e elefantes marinhos. Não vi orcas. Numa das paradas, perguntei se poderia nadar e o guia disse que sim. Enquanto nadava, disseram-me que um pinguim nadou atrás de mim. Numa outra ocasião vi um pinguim perseguindo um peixe. Nunca imaginei que um pinguim fosse tão rápido nadando. Parecia um torpedo. No caminho apreciamos também a paisagem patagônica, desértica, com vários guanacos (ou seus parentes). Conversando com o argentino, que se me lembro era advogado, ele me falou da patagônia, dos possíveis aproveitamentos econômicos, da população, de Buenos Aires e da situação da Argentina como um todo. No fim, quando estávamos nos despedindo, encontramos um tatu, que parecia já acostumado a humanos. Regressamos no meio da tarde. Aproveitei e ainda fui dar um passeio na praia. Reencontrei o suíço, mas acho que ele não me reconheceu. Na 4.a feira 14/03 fui conhecer a Loberia de Punta Luma, onde havia lobos marinhos e montanhas. Fui caminhando pelas estradas de terra ou similar. Num dado momento fui para a costa, pois achei que seria mais belo o passeio. Passei por uma linda jovem argentina que me orientou sorridente sobre o caminho. Encontrei pequenos grupos de lobos marinhos e cheguei bem perto, o que me permitiu observá-los bem. Acho que foi um erro, pois devo tê-los deixado nervosos. Na hora não avaliei isso bem. Mas não houve nenhuma reação de ataque ou surto visível, embora tenha percebido que eles pareciam ter ficado tensos. Devido a isso, resolvi afastar-me e não mais me aproximar tanto. Encontrei uma monitora que me explicou sobre lobos e leões marinhos. Por ter ido pela costa e praias, acabei não vendo a placa que dizia que alguns locais não eram permitidos e que tinha que pagar uma taxa. Quando cheguei à entrada principal, o responsável disse que eu não poderia ter passado por uma área de que vim, perguntando-me se não tinha visto a placa na estrada ou não tinha querido ver. Ele parecia irritado. Pediu-me o ingresso. Como a monitora não havia me cobrado, achei que poderia ser indevido e lhe disse que ela não me havia cobrado. Ele se irritou bastante e disse que ele estava cobrando, já em tom bem mais alto 😠. Eu paguei, ele acalmou-se, deu-me algumas informações sobre as montanhas e o local. Fui dar um passeio e conhecer as montanhas, que tinham aparência interessante, diferente, parecendo até de outro planeta. Realmente grandiosas . Depois, já perto do pôr do sol, voltei a pé. No caminho, acho que ele passou por mim com sua caminhonete. Na 5.a feira 15/03 peguei um ônibus para Rio Gallegos. Novamente belas paisagens, mas desta vez bem mais desérticas. Neste ou em outros trajetos pude ver guanacos, criações de ovelhas e fazendas com fileiras de álamos próximos às casas, que segundo me explicaram eram plantados para cortar o vento, muito forte na Patagônia. Cheguei lá na 6.a feira 16/03 pela manhã. Estava bem mais frio 🥶, obrigando o uso da roupa mais pesada (fleece) e da jaqueta (anoraque). Conversei com uma atendente pública local, que me explicou sobre a região, os pontos a conhecer e me falou sobre as precauções a tomar com o frio. Dei um passeio pelo centro da cidade e fui a uma agência de turismo perguntar sobre os possíveis passeios. Embora tenha achado interessante o lago na cratera de um vulcão, achei muito caro e distante. Resolvi então contemplar a orla e o centro. Achei a paisagem do mar muito bela 👍. Para as atrações de Rio Gallegos veja https://www.patagonia-argentina.com/rio-gallegos-ciudad/. Os pontos de que mais gostei foram os monumentos, a cidade, a orla e o mar. Parti no próprio dia para Punta Arenas. A ida para Ushuaia via terrestre era inviável, porque passava pelo Chile e as companhias argentinas não faziam diretamente. Saí no início da tarde e cheguei na parte final da tarde. No ônibus um judeu me perguntou de que cidade eu era, e quando disse que era de São Paulo, ele fez um ar de admiração e falou “uma cidade muito perigosa”. Falou de um jeito que imaginei que conhecesse São Paulo . No caminho paramos para fazer a saída da Argentina e entrada no Chile. No escritório havia um mapa bem amplo da região e descobri que existia uma reserva florestal em Punta Arenas, pela qual me interessei. Em Punta Arenas fiquei hospedado numa casa que funcionava como hotel, aparentemente de uma mulher judia. Ainda saí para dar uma volta nos arredores e conhecer um pouco da cidade. Encontrei uma pequena empresa de informática e lhes perguntei sobre como eram as condições de trabalho ali. Quando voltei, Eli (acho que este era o nome da dona) me disse “Metió sus patitas en el barro.” ou algo parecido, quando eu pedi desculpas e fui lhe pedir um pano ou vassoura para limpar a sujeira que tinha deixado. À noite deste ou do dia seguinte (ou em ambas), fui jantar num restaurante, pedindo espaguete e tomando vinho 👍. O vento era muito forte e frio, o que fazia a sensação térmica diminuir muito. A temperatura estava perto de zero graus 🥶. Para as atrações de Punta Arenas veja https://chile.travel/pt-br/onde-ir/patagonia-e-antarctica/punta-arenas. Os pontos de que mais gostei foram a reserva florestal e a paisagem do mar. No sábado 17/03 dei um passeio por Punta Arenas e depois fui conhecer a Reserva Florestal de Magalhães, que havia descoberto na estrada. Antes passei pela Ordem Salesiana para conhecer suas obras e pelos edifícios mais famosos da cidade. Depois, de acordo com o mapa, rumei para a reserva. Havia uma ladeira, que fazia um corredor de vento para o mar. Quando estava chegando lá em cima, o vento era tão forte, que eu andava para frente sem sair do lugar. Aí andei os metros finais agachado, diminuindo minha superfície e, portanto, a força que o vento exercia sobre mim . Caminhei até a reserva passando por paisagens naturais de que gostei. Gostei muito da reserva também , com seus bosques preservados, sua vista de montanhas e paisagens naturais, os sinais da presença de castores, embora não tenha visto nenhum, suas árvores típicas da região e a vista ampla da região, a partir de alguns pontos mais elevados. Depois retornei no fim da tarde. Neste dia o tempo amanheceu nublado, depois garoou, depois abriu o sol, depois choveu com média intensidade, voltou a abrir o sol, nevou fraco e parou . Uma amostra de como o tempo muda rápido nesta região. A noite voltou a fazer muito frio novamente 🥶, que era mais sentido devido ao vento muito forte. Se bem me lembro, foi aqui que minhas mãos começaram a perder o movimento, depois que o sol se foi. Era difícil até esfregá-las. Eu não levei luvas. Tentei colocá-las dentro da roupa, mas adiantou pouco. O sangue parecia estar parando de fluir. Quando cheguei ao hotel, reaqueci-as e senti a vida voltar. Como deve ser difícil ficar numa situação destas como ocorre com os montanhistas em situações inesperadas. No domingo 18/03 resolvi ir para Ushuaia, mesmo sabendo que aos domingos não havia transporte direto. Peguei um ônibus até Puerto Porvenir, já na Terra do Fogo. Para chegar lá precisamos pegar uma balsa para atravessar o Estreito de Magalhães. Acho que foi aqui que pensei em nadar enquanto esperava, mas a água estava muito fria e não me arrisquei. Achei a travessia muito bela, com vistas espetaculares . Vários delfins (eu acho) 🐬 acompanharam o barco. Quando chegamos lá acho que houve algum problema de um dos veículos que vieram no barco com um policial, o que fez a viagem atrasar e ficarmos parados um tempo. Na viagem havia vários americanos, alguns de Wyoming, que sabiam falar um pouco de espanhol. Havia também uma queniana (ou descendente de quenianos) radicada na Bolívia. Conversei com os americanos sobre a viagem, suas expectativas e como o ambiente se parecia com o local onde moravam. Conversei com a queniana-boliviana sobre a Reserva do Masai Mara. Combinei com ela de irmos juntos ao Parque Nacional da Terra do Fogo no dia seguinte, se bem me lembro, encontrando-nos na porta por volta de 8h. As paisagens naturais do resto da viagem também me pareceram belas. Chegamos à noite. Depois de pesquisar um pouco, resolvi experimentar um hostel (pela primeira vez na vida), visto que com a dolarização, os hotéis regulares pareciam-me caros. Foi o primeiro de muitos . Para as atrações de Ushuaia veja https://turismoushuaia.com/?lang=pt_BR. Os pontos de que mais gostei foram o parque, o glacial, as paisagens naturais e a vista da cidade e do mar. Na segunda-feira 19/03 fui até o Parque Nacional da Terra do Fogo. Perdi a hora de manhã e cheguei 1h atrasado ao encontro marcado . A moça não me estava esperando (imagino que desistiu). Fui caminhando e adorei o parque. Assim como a Reserva Florestal de Magalhães, havia muitas paisagens naturais a observar, cursos de água, montanhas, árvores e vegetação típicas etc . Fiquei lá o dia inteiro. Encontrei um japonês no meio do caminho que me disse que achava frio para acampar ali. Saí no pôr do sol. Desta vez fui tirar o barro dos meus tênis num local que parecia um tanque no banheiro. Voltei à noite ao hostel. Lá conheci um casal de europeus, americanos ou canadenses (não me lembro bem). Não percebi no hostel que na cama de baixo havia uma moça e troquei de roupa no próprio quarto num dos dias . Ela, que era eslovena e estava quase dormindo, virou para o outro lado. Depois, quando percebi que era uma moça, fui pedir desculpas. Na 3.a feira 20/03 fui explorar a cidade e seus arredores. A vista do oceano em direção à Antártica parecia linda. Tentei verificar a possibilidade de ir até lá, nem que só um pouquinho, mas achei inviável o tempo necessário. Não tinha me preparado para tal. Após andar pela cidade e reencontrar o casal do hostel, fui em direção ao Glacial Martial (https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g312855-d313939-Reviews-Glacier_Martial-Ushuaia_Province_of_Tierra_del_Fuego_Patagonia.html). Nunca tinha ido a um Glacial. Não sabia o que esperar. Não estava preparado em termos de equipamentos. Fui de tênis de pano (ou couro). Mas adorei . Era uma geleira pequena, mas subi nela até onde achei seguro, para não escorregar. Sentei até um pouco, para apreciar a maravilhosa vista, tanto das montanhas acima e do glacial, como da paisagem abaixo, com a cidade e o oceano. Achei ambas espetaculares. Mas era frio. Depois de apreciar bastante e quase ficar meditando um tempo lá, voltei para a cidade e fui apreciar novamente a orla. Na 4.a feira 21/03 peguei um ônibus para Puerto Natales, no Chile novamente, para ir conhecer Torres del Paine. Tivemos que fazer entroncamento, posto que a rota regular, se bem me recordo, era direto para Punta Arenas. Não me recordo bem se cheguei a ir até Punta Arenas (acho que não) ou se parei num ponto intermediário (acho que é mais provável). Cheguei em Puerto Natales no meio da tarde e me hospedei num pequeno hotel. Saí para dar uma volta na cidade, antes do pôr do sol. Para as atrações de Puerto Natales veja https://chile.travel/pt-br/onde-ir/patagonia-e-antarctica/puerto-natales. Os pontos de que mais gostei foram Torres del Paine, a caverna com o animal extinto e as paisagens naturais. Na 5.a feira 22/03 fui até o Parque de Torres del Paine (https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_Torres_del_Paine). Se bem me lembro, havia um ônibus de turismo que ia até a porta do parque e depois pegava as pessoas no fim do dia para retornar (acho que eram vários horários de retorno). Na ida passamos por paisagens que achei espetaculares, das montanhas nevadas e da vegetação nativa. Paramos num espelho d’água formado por um lago com montanhas ao redor, como eu só tinha visto em filmes e quadros. A partir da porta do parque fui caminhando em direção às torres. Achei toda a paisagem espetacular . Até bebi água em um riacho, mas a temperatura da água era muito baixa. Tive algum tipo de torção ou mau jeito no joelho, pois devido ao horário de volta do último ônibus resolvi acelerar. Achei espetaculares as torres e toda a paisagem no seu entorno . No retorno, pouco depois do meio do caminho, encontrei dois geólogos brasileiros, que trabalhavam para companhias de petróleo. Eles me deram carona até a entrada e afastaram qualquer risco de perder o último ônibus. Inclusive, se bem me lembro, acho que devido a isso peguei o penúltimo. Estavam fazendo pesquisas devido à similaridade daquela região com o fundo do mar, onde se explora petróleo. Falaram que era o primeiro local turístico em que foram trabalhar. Na 6.a feira 23/03 fui até uma caverna com registros pré-históricos que era próxima da cidade. Talvez fosse a Cueva del Milodon (https://chile.travel/pt-br/onde-ir/patagonia-e-antarctica/torres-del-paine/monumento-natural-cueva-del-milodon). Achei interessante a caverna com seus registros humanos pré-históricos e o Milodon, um animal extinto há muito tempo 👍. Se bem me lembro fui e voltei de ônibus. No meio da tarde peguei um ônibus para El Calafate. Cheguei no início da noite e fiquei hospedado numa casa. A dona avisou-me para tomar cuidado quando fosse ao Lago Argentino, porque havia muito barro no entorno. Para as atrações de El Calafate veja https://www.patagonia-argentina.com/el-calafate/. Os pontos de que mais gostei foram o Glacial Perito Moreno, o Lago Argentino, com seus flamingos e as paisagens naturais. No sábado 24/3 peguei uma excursão para conhecer o Glacial Perito Moreno (https://pt.wikipedia.org/wiki/Geleira_Perito_Moreno). Logo de manhã combinei a excursão com uma agência e fomos num micro-ônibus. A guia sugeriu que tapássemos os olhos no caminho e só abríssemos quando ela avisasse, para termos a surpresa de ver o glacial. Gostei bastante da paisagem, com geleiras e depois gostei do Glacial, com o lago em que estava inserido . Pegamos um barco e fomos até certo ponto, para vê-lo de mais perto. Disseram-me alguns anos depois, que não se ia mais de barco até perto do glacial, devido ao aquecimento global e aos deslizamentos. Não sei como está atualmente. Havia uma escada com muitos degraus, que a guia disse para aqueles que poderiam ter alguma dificuldade de mobilidade (idosos por exemplo), avaliarem se compensava descer. Eu fui até o último degrau e apreciei a paisagem de cima e de baixo. Gostei bastante da paisagem. Vimos algumas quedas de blocos de gelo, imagem famosa em vídeos. Na época não tão comum quanto atualmente. Na volta ganhamos um chocolate quente ☕. Depois, mais tarde, eu fui dar um passeio numa parte do Lago Argentino que era próximo. Achei o lago espetacular . Os flamingos no meio, em grande quantidade, embora já estivesse perto do entardecer, davam um colorido que tornava a paisagem ainda mais bela. Sujei bastante meu tênis com a lama do entorno. Quando voltei, perguntei para a filha da dona se ela poderia limpar meu tênis, comigo pagando, e a mãe, ouvindo, disse “Eu não te avisei” . Achei que a moça não gostou muito da ideia, pois daria um trabalhão e resolvi eu mesmo lavar no dia seguinte. No domingo 25/3 fui dar uma volta nos arredores, andando por boa parte da margem do Lago Argentino e apreciando a paisagem. Gostei muito de tudo 👍. Durante o passeio, quando estava bem longe da cidade, 2 cachorros 🐕 começaram a me acompanhar. Como gosto de cachorros, fiz agrado para eles e fizemos parte do passeio juntos. Mas eu pensei que depois eles ficariam por ali. Quando comecei a voltar, eles começaram a me acompanhar. No começo não me importei e pensei que iriam desistir. Depois fiquei preocupado, pois claramente não sabiam andar nas ruas e já estávamos chegando perto da estrada e da cidade. Tentei espantá-los, mas não havia meio de voltarem. Achei que poderiam morrer atropelados, pela total falta de traquejo que demonstravam com as ruas. Falei com um homem que estava na rua, perguntando sobre como resolver aquela questão. Ele riu da minha dúvida e disse que não sabia de quem eram os cachorros e me disse para atirar uma pedra neles. Eu não podia fazer isso. Eu gosto muito de cachorros. Mas andei mais um pouco e eles quase foram atropelados. Aí, com enorme dor no coração, atirei uma pedra do lado deles. Mas eles não entenderam e continuaram atrás, novamente, indo pela rua e quase sendo atingidos por carros. Aí resolvi atraí-los para fora da rua, peguei uma pedra não muito grande e acabei atirando no dorso, de modo a causar o mínimo impacto possível. Nunca vou esquecer a fisionomia de decepção dos cachorros, que me seguiram com amor e me viram atirar pedras neles. Foi uma facada na minha alma 😢. Mas eles pararam de me seguir e acho que voltaram para os campos. Talvez tenha funcionado, mas acho que o preço foi alto. À noite peguei um ônibus para Comodoro Rivadavia. Cheguei no dia seguinte, 2.a feira 26/3, entre o princípio e o meio da manhã. Considerando o tempo que eu tinha disponível e as atrações a conhecer, resolvi ficar somente um dia e pegar um ônibus para Bariloche no fim do dia. Para as atrações de Comodoro Rivadavia veja https://www.comodoroturismo.gob.ar e https://manualdoturista.com.br/comodoro-rivadavia. Os pontos de que mais gostei foram o Museu do Petróleo, as informações sobre as Malvinas e a guerra, as construções na cidade, a praia e a vista do oceano. Fui a um escritório de turismo municipal perguntar por sugestões de pontos a visitar. Além da cidade e do museu, foi sugerido conhecer a Praia de Rada Tilly. Perguntei se não seria mais interessante conhecer um campo com alguns aerogeradores de energia eólica (naquela época nunca tinha visto nenhum). O atendente disse-me que era muito longe, num caminho que não tinha outras atrações e era deserto, o que poderia me deixar à mercê de algum acidente ou problema nas pernas ou pés. Resolvi então seguir a sugestão e ir a Rada Tilly, que achei uma praia muito bonita, porém cuja aproveitabilidade ficava comprometida pelo clima frio. Mas a paisagem agradou-me, incluindo o caminho 👍. Antes tinha ido ao Museu do Petróleo, que achei bastante interessante 👍. Nele ou em algum local anexo, havia uma exposição sobre as Malvinas, com informações sobre a guerra, que achei bastante interessantes também, apenas pontuando que era a visão argentina do conflito, que apesar disso me pareceu razoavelmente isenta, mas ainda assim sob a ótica argentina. Dei também um passeio pela cidade, sua catedral, seus edifícios históricos etc. Depois de voltar de Rada Tilly, peguei o ônibus para Bariloche. A viagem durou quase 1 dia, se bem me lembro. Conversei com algumas pessoas durante a viagem, sendo que me falaram de cidades na região de Bariloche que tinham pouca população, mas concentravam muitos artistas e amantes de filosofia e artes. Durante a viagem, após saber que eu era brasileiro, o jovem comissário do ônibus perguntou-me “Pelé ou Maradona?” ⚽. Respondi que Pelé tinha feito mais de 1.200 gols e Maradona menos de 200, Pelé tinha sido 5 vezes campeão do mundo e Maradona só 1 etc. Ele retrucou para mim que Pelé jogava com os mestres. Continuamos um pouco na conversa, mas olhei para os outros passageiros e percebi que muitos estavam me olhando. Para não causar confusões, falei então “Cada um no seu tempo”, que é algo em que creio e que acho que apaziguou os ânimos . Cheguei no início da tarde da 3.a feira 27/3. Achei a paisagem da viagem magnífica , principalmente na região de Bariloche. Havia muitos lagos e montanhas entremeados, além das paisagens com vegetação natural aparentemente preservada. Hospedei-me numa casa, que funcionava como hotel. Consegui gratuitamente mapas com informações e sugestões de passeios 👍. Para as atrações de Bariloche veja https://barilocheturismo.gob.ar/br/home. Foi um dos pontos de que mais gostei . O que mais me agradou foram as paisagens naturais, os lagos, a vista do Monte Campanário e os locais naturais e típicos do Circuito Pequeno (Chico). Inicialmente, como ainda havia luz do sol, fui dar uma caminhada acompanhando o curso do lago que ficava perto da área central. Durou umas 2 horas. Achei magnífica a paisagem. Nos 2 dias seguintes fui realizar o Circuito Pequeno (Chico) e subi no Monte Campanário. Decidi subir pela trilha, que estava com a infraestrutura bastante comprometida, mas nada que me parecesse ameaçar a segurança, apenas causando maior necessidade de esforço físico e fazendo sujar os calçados e as roupas. A vista lá de cima foi uma das mais belas que já vi , englobando a paisagem natural, com lagos, montanhas, picos nevados, florestas, vilas etc. Andando pelo circuito, pude ver muitos atrativos naturais, paisagens de que muito gostei. Houve também a Colônia Suíça, que achei interessante. Na 5.a feira 29/3 à tarde fui pegar um ônibus para Buenos Aires e posteriormente a São Paulo. Optei pelo ônibus porque o preço da passagem aérea só de volta era mais alto do que o de ida e volta . A porta da casa estava trancada, eu tocava a campainha, batia palmas e ninguém aparecia para abrir. Comecei a ficar preocupado em perder a hora. Aí comecei a gritar e a atendente veio abrir a porta. Acho que ela ficou com medo, talvez não sabendo quem estava na porta. Imagino que quando reconheceu minha voz veio abrir. Talvez por ser chilena e não conhecer bem a cidade ou por estar em alguma situação irregular, tenha ficado com medo se fosse um desconhecido. Peguei o ônibus por volta de 17h. A viagem até Buenos Aires novamente teve belas paisagens 👍, mas não tão espetaculares quanto a anterior. Durou 1 dia. Chegando lá na 6.a feira 30/3, comprei uma passagem para São Paulo pela Viação Pluma (https://www.pluma.com.br). Fizemos a entrada por Paso de los Libres e Uruguaiana no fim da madrugada. O atendente da Polícia Federal olhou-me com cara feia, após carimbar meu passaporte e eu avisar que era brasileiro e que não precisava ter carimbado como entrada de viajante. Acho que pensou que eu era estrangeiro . Depois de entrar no Brasil, já não havia mais refeições incluídas no preço da passagem. A viagem pelo Brasil, pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo apresentou paisagens que achei magníficas . Fomos pelo interior e passamos por cânions, campos, amplas áreas com vegetação nativa, montanhas etc. No sábado 31/3 almoçamos numa churrascaria em Passo Fundo. Eu sou vegetariano e não peguei carne. Num dado momento, o moço que servia o rodízio veio oferecer-me gentilmente linguiça calabresa. Eu disse que não tinha comprado o rodízio, mas ele disse que era cortesia. Falei então que não comia carne e vi sua cara de decepção. Fiquei um pouco tocado por ter rejeitado a sua gentil oferta. No Rio Grande do Sul, ainda mais naquela época, imagino que vegetarianos deveriam ser raríssimos. A viagem foi cansativa 😫, as pernas, os glúteos e as costas ficaram doendo um pouco, mas as paisagens foram muito belas. Cheguei em São Paulo perto de 5h da manhã do dia 01 de abril, data em que fazia 32 anos.
  21. Desorganização e mau tratamento da agência Rumbo Sur.Pediram para caminhar 5 quadras ou perderíamos o passeio, 30 minutos antes do que escreveram no voucher e assim perdemos nosso café da manhã.Então ficamos nós e os outros turistas esperando o ônibus por cerca de 10 minutos na calçada debaixo de garoa, temperatura de 5 graus e de frente ao canal beagle, onde venta muito. Fiz passeio com outras 3 agências e a Rumbo Sur é a única empresa que não busca turista no hotel.Quando fomos reclamar do mau tratamento o guia deles não aceitou nossa insatisfação, gritou conosco no meio da rua para não voltarmos mais e nos obrigou a escutar um áudio com falsas desculpas sobre o porque de todos os transtornos, pedi que parasse o áudio ou sairia do passeio, não fui respeitado e tive que sair do passeio.No dia seguinte fui a empresa e aceitaram devolver o dinheiro do passeio. O triste é que não me procuraram antes e quando estive lá não quiseram saber nossa versão do ocorrido
  22. Olá pessoal!! Tenho um grande sonho pela Patagônia tanto chilena quanto Argentina e sonho em conhecer Ushuaia, porém não tenho noção de valores, não me importo com hotéis chiques, gostaria de saber se com 3mil reais é possível conhecer esse lugar por pelo menos 1 semana?
  23. Oi, amigos e amigas viajantes! Antes da pandemia fizemos um mochilão de carona em alguns países da América do Sul. Uma das primeiras partes da viagem foi conhecer Buenos Aires e descer até o Ushuaia (tudo de forma econômica e de carona!!). É possível ir inteiramente de carona? Sim! Nós fomos e foi demais. Na Patagônia argentina é muito comum as pessoas darem carona. A estrada para a cidade do fim do mundo é incrível, repleto de lugares diferentes, misteriosos, vários animais diferentes e muito mate. Estamos postando alguns vídeos no YouTube sobre este trajeto e nosso mochilão, se você tiver interesse, dúvidas e curiosidades, fale com a gente, se inscreva no canal!!! Pegamos muitas dicas aqui no blog antes de cair na estrada, e queremos ajudar outras pessoas com este sonho. O link do canal é este: https://www.youtube.com/channel/UC_s6lPHmcwshOyB8FlFNO0A Prazer! Sou a Vivi e meu parceiro de viagem é o Trumai :D Qualquer dúvida nos envie mensagens no insta: @vivinakano e @trumaiii
  24. Olá gente! Nem acredito que chegou a minha hora de deixar um relato de viagem haha eu pesquisei muito aqui nesse fórum e uma das grandes razões da viagem ter saído do papel e eu ter feito o meu primeiro mochilão sozinha foi as informações que encontrei por aqui. Primeiramente, a base da minha viagem foi o relato da @appriim que está completinho nesse link aqui. Encontrei ela aqui no Mochileiros e no fim somos da mesma cidade e temos vários amigos em comum (e em breve espero que saia o encontro pessoalmente né Ana? haha) Fiz algumas alterações porque eu tinha alguns dias a mais que ela, então segue abaixo uma visão geral do meu roteiro e depois nos comentários vou escrevendo dia a dia. 17/12/2019 - Florianópolis > Ushuaia 18/12/2019 - Ushuaia - Carimbei o passaporte, comprei o ônibus para Punta Arenas e fiquei andando na cidade sem rumo 19/12/2019 - Ushuaia - Passeio na Pinguinera + Canal Beagle e trilha no Glaciar Martial 20/12/2019 - Ushuaia - Laguna Esmeralda 21/12/2019 - Ushuaia - descanso e andei pela cidade sem rumo de novo 22/12/2019 - Ushuaia deslocamento > Punta Arenas - 12h de ônibus durante o dia 23/12/2019 - Punta Arenas - fiz o câmbio e andei pela cidade, pela orla, fui ao mirante e cemitério as 17h peguei o ônibus para > Puerto Natales - 3h 24/12/2019 - Puerto Natales - Aluguei um carro com o pessoal do hostel e fomos até o Parque Torres del Paine, fazendo o "Full Day" que vende em agências de forma privada 25/12/2019 - Puerto Natales - Descanso 26/12/2019 - Puerto Natales - Trilha Base de Torres del Paine 27/12/2019 - Puerto Natales deslocamento > El Calafate - 7h de ônibus durante o dia 28/12/2019 - El Calafate - Laguna Niemez, Lago Argentino e andei pela cidade 29/12/2019 - El Calafate - Mini Trekking no Glaciar Perito Moreno 30/12/2019 - El Calafate deslocamento > El Chalten - 3h de ônibus saindo as 8h 31/12/2019 - El Chalten - Laguna de los Três / Fitz Roy 01/01/2020 - El Chalten - Descanso 02/01/2020 - El Chalten - Chorrillo Del Salto 03/01/2020 - El Chalten - Mirador de Los Condores e Las Aguilas 04/01/2020 - El Chalten - Laguna Torres / Cerro Torre 05/01/2020 - El Chalten - Madre e Hija 06/01/2020 - El Chalten - Descanso 07/01/2020 - El Chalten deslocamento > El Calafate - 3h de ônibus, saindo as 8h, andei sem rumo pela cidade 08/01/2020 - El Calafate - Lago Argentino, andei pela cidade e meu voo saiu as 19:30h para Buenos Aires > Florianópolis 09/01/2020 - Chegada em Florianópolis Gastos aproximados: DESLOCAMENTO: R$ 3.000,00 R$ 2.139,00 passagem aérea Aerolíneas Argentinas | Ida: Floripa > Buenos Aires > Ushuaia | Volta: El Calafate > Buenos Aires > Floripa R$ 180,00 entre taxi, uber, transfer aos lugares R$ 530,00 deslocamentos de ônibus R$ 135,00 aluguel de carro por 1 dia em Puerto Natales (o carro foi dividido em 4 pessoas) HOSPEDAGEM: R$ 1.280,00 Ushuaia: ANTARCTICA HOSTEL Punta Arenas: HOSTEL ENTRE VIENTOS Puerto Natales: WE ARE PATAGONIA BACKPACKERS (pagamento em dólar estamos isentos de 19% do imposto) El Calafate: FOLK HOSTEL El Chalten: LO DE TRIVI El Calafate: FOLK SUITS Reservas feitas pelo Booking e HostelWorld PASSEIOS: R$ 1.650,00 Mini Trekking Perito Moreno - R$ 700,00 - comprado no Brasil valor com cartão de crédito e IOF Pinguinera + Canal Beagle - R$ 742,00 - pago no Brasil valor com cartão de crédito e IOF | observação importante: se fazer a caminhada com os Pinguins em Punta Arenas é metade do preço e rola reservar lá mesmo no próprio hostel pro dia seguinte. Entrada Parque Torres del Paine - R$ 185,00 (paguei o preço de 2019 ainda) ALIMENTAÇÃO: R$ 1.200,00 (tem mercado, cerveja, vinho e alfajor nessa conta haha) BAR: R$ 200,00 (isso são os extras dos dias que fui pro bar e só consumi álcool) SEGURO VIAGEM: R$ 215,00 TOTAL GASTO R$ 8.000,00 (contando souvenir, extras que eu possa ter esquecido de anotar e etc) Conversões realizadas: 1 real > 13,60 pesos argentinos (Aeroporto Ezeiza de Buenos Aires) 1 real > 185 pesos chilenos (Casa de Câmbio em Punta Arenas) 1 real > 16 pesos argentinos (Restaurante Casimiro em El Calafate) Fiz umas outras conversões zoadas porque tive perrengue de dinheiro que conto depois hahah mas essas três foram as principais que acho que vale citar. TOTAL QUE GASTEI EFETIVAMENTE: R$ 8.900,00 (perdi R$ 900,00 por um golpe na conversão do câmbio no Banco do Aeroporto Ezeiza, eu dei R$ 3.200,00 e eles me converteram como se eu tivesse trocando R$ 2.300,00, fui perceber só agora que já estava no Brasil, foi falta de atenção minha como recém mochileira que achava que tinha pensado em todos os detalhes, só que não... 💔💔) Aos poucos vou contando aqui sobre a viagem dia-a-dia, ah eu também fui postando tudo no meu Instagram (@anavoando), os stories estão salvos no destaques e fui escrevendo no feed também. Ah, leiam o post da Ana que citei lá no começo, eu li e reli um milhão de vezes e ela dá várias dias ótimas!! Espero que gostem! Continuarei aos poucos, Ana Caroline
  25. Porteira da Estância Túnel Início: aterro sanitário de Ushuaia (desagradável, mas dá para evitar) Final: Playa Larga Distância: 21,9km Maior altitude: 327m Menor altitude: 0m na foz do Rio Encajonado Dificuldade: fácil por ser por trilha bem marcada (ou estradinha fechada a carros) e desnível positivo de apenas 308m. A leste da cidade de Ushuaia, às margens do Canal de Beagle, está o balneário de mar dos fueguinos, a Playa Larga, uma praia de pedrinhas de cerca de 1km de extensão. Continuando pela costa se encontram algumas estâncias (fazendas), sendo a mais próxima a Estância Túnel. Depois dela chama a atenção um rio que corre por dentro de um profundo cânion antes de desaguar no Beagle, o Rio Encajonado (encaixotado). Para não ir e voltar pelo mesmo caminho até o Rio Encajonado desenhei um percurso que chega à Estância Túnel pela serra e retorna pela costa. Essa foi a diversão desse dia, que começou ensolarado e terminou com muita chuva e vento frio, típico de Ushuaia. Esse percurso de ida pela serra tem o inconveniente de passar ao lado do basural, o aterro sanitário de Ushuaia. Não é tão horrível, mas para quem preferir evitar basta fazer o mesmo trajeto pela costa na ida e na volta. 17/02/2020 - Saí do hostel um pouco tarde, às 9h35. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Os argentinos por exemplo muitas vezes iniciam as caminhadas no meio da tarde. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (fevereiro). Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci às 10h10 no ponto da Rua Pioneros Fueguinos quase esquina com a Perito Moreno, que ali é uma rodovia. Cruzei a Moreno e procurei o melhor lugar à direita para descer ao Rio Olívia. Cruzei-o por uma ponte estranha (altitude de 19m) e tomei a estrada de terra poeirenta para a esquerda, subindo. Para mim, pior que o basural é esse trecho de 530m em que os carros e caminhões de lixo passam e cobrem a gente de poeira. Mas passado o portão do basural não circulam mais carros. Cerca de 920m após a ponte chego às 10h25 a uma porteira azul de ferro com cadeado mas com um portão ao lado. Ali a estradinha faz uma curva para a direita (leste) e sobe mais forte. Para trás a visão de Ushuaia e do Canal de Beagle vai se ampliando. Foz do Rio Encajonado Quase no topo da estrada há uma bifurcação em que se deve seguir à esquerda fazendo uma curva em S ou tomar uma trilha-atalho no meio das duas ramificações (não seguir na estrada à direita). A estrada toma o rumo leste e vai percorrer a distância a face sul do Cerro Le Cloche. Foi aí, após uma porteira, que eu procurei uma trilha (relato aqui) para subir esse cerro e não encontrei. Seria preciso subir pelo bosque sem trilha e depois pela encosta de pedras/lajes soltas sem caminho definido também, creio eu, o que chega a ser um pouco arriscado. Continuando pela estradinha, às 11h33 cheguei a um largo com uma casa de madeira que parecia em construção. Não havia ninguém. Cruzei o riacho pelas pedras e subi à esquerda. Cerca de 520m depois da casa surge uma trilha bem marcada entrando no bosque à direita. Esse é um outro caminho que desce à costa mas eu queria tomar a descida que dá diretamente na Estância Túnel, portanto tinha de continuar até o final da estradinha. Logo atingi o ponto mais alto da caminhada, 327m. Às 12h07 passei por um curral vazio à direita e com mais 7min a estrada vira uma trilha entrando no bosque. Na bifurcação 90m depois uma seta aponta para a direita mas vou para a esquerda. Mais 70m e continuo em frente num cruzamento de trilhas. Parei para almoçar junto a alguns troncos caídos. Apesar de não ter visto sinal de vida comecei a ouvir barulho de motosserra. Retomei a caminhada às 12h45 e a trilha toma o rumo sul, descendo. Apareceram algumas vacas e logo cruzei com um homem a cavalo e seu fiel cachorro. Às 12h57 apareceu uma bifurcação, fui para a direita, mas tanto faz pois se encontram mais abaixo. Às 13h19 entroncou uma trilha à direita que é uma das ramificações daquela primeira trilha de descida. Com mais 210m cheguei à Estância Túnel, às 13h25. Ali há uma casa e currais com vacas e cavalos, mas não vi ninguém. Meu próximo objetivo era o Rio Encajonado, a 2,8km dali caminhando pela costa no rumo leste. Fui então para a esquerda. A trilha corre um pouco alta, não pela margem do canal. Cruzei com três pessoas voltando e depois com mais três ou quatro. Interessante notar ali as árvores que cresceram completamente inclinadas pela ação do vento! Ao chegar ao Rio Encajonado às 14h20 encontrei um argentino que tinha chegado de bicicleta até ali. Ele disse que cruzou o rio junto ao canal e não viu continuação da trilha. Disse que a água estava gelada. Nesse local de chegada se vê o rio correndo lá embaixo no fundo do cânion. Há até uma "ponte" sobre ele mas exige muito equilíbrio e sangue frio pois é um tronco fino com duas cordinhas finas como corrimão. Nem pensar que eu passaria ali, aliás não conseguia chegar nem perto dessa "ponte" pela altura das paredes do cânion. Com informações contraditórias restou a dúvida se a trilha continua ou não. Provavelmente sim mas eu não quis entrar naquela água gelada para explorar do outro lado. Seria só uma exploração para voltar em outra ocasião já que não havia tempo para seguir mais à frente e voltar no mesmo dia à cidade. A nota ruim ali naquele local bonito era um touro que despencou e jazia bem na embocadura do rio... Será que venta muito? Depois chegaram mais três garotas mas logo foram embora. Iniciei o retorno às 16h06, passei pelas casas da Estância Túnel às 17h e continuei pela costa. Cruzei a porteira de entrada da fazenda e uma placa ali aponta o Rio Encajonado à direita, subindo. Não devem querer que fique gente passando bem na porta da casa deles. Às 17h17 cheguei a uma bifurcação onde o melhor caminho é pela direita, o da esquerda é ruim, desce e sobe muito. Entrei num bosque e na saída dele vem da direita outra ramificação daquela primeira trilha de descida. Cruzei um riacho (com origem naquela casa de madeira lá em cima) por dois troncos e saí do bosque. Ali à esquerda num morrote está o Mirador San Sebastian. Algumas vacas na trilha, um extenso bosque e cheguei às 18h13 a uma porteira. Uma placa ali alerta para o futuro desaparecimento dessa trilha por causa da construção de uma estrada! Com mais 4min cheguei a um final de estrada de rípio com um estacionamento e cinco carros. Há ali uma torre de ferro chamada Baliza Escarpados pertencente à Marinha Argentina. Comecei a andar pela estrada e veio a chuva. Parei para vestir a roupa impermeável, comer alguma coisa e ver se a chuva parava - que nada... Continuei pela estrada com chuva mesmo e às 19h avistei a Playa Larga (Praia Comprida) bem abaixo a esquerda. Ao fundo Ushuaia, mas a paisagem estava toda cinzenta pela chuva. Apareceram alguns acessos secundários à praia mas o principal veio às 19h18. A areia está além de um gramado que tem churrasqueiras de alvenaria. Algumas pessoas pararam o carro ali no estacionamento e foram visitar a praia com aquele tempo horrível. Uma placa mais adiante dá as boas-vindas à "Reserva Provincial, Cultural y Natural Playa Larga". A estrada faz uma curva para a direita, se afasta da praia e depois cruza o Rio Olívia, o mesmo que cruzei de manhã antes do aterro sanitário. Cheguei à Avenida Perito Moreno às 19h45 e dobrei à direita para tomar o ônibus da linha B no mesmo local onde saltei de manhã, Rua Pioneros Fueguinos. Informações adicionais: . para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto da Rua Pioneros Fueguinos quase esquina com Perito Moreno . o valor da passagem em fev/20 era AR$24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche) Rafael Santiago fevereiro/2020 https://trekkingnamontanha.blogspot.com.br
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