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PROJETO 5 CUMES - 5 EQUIPES DA AMC EM 5 CUMES DA SERRA DO IBITIRAQUIRE (PR) (Relato do Grupo Tucum 2012) Desde 2002 a AMC – Associação Montanhistas de Cristo desenvolve o “Projeto 5 Cumes”, que consiste em enviar num mesmo fim de semana 5 grupos de montanhistas aos cumes de 5 das maiores montanhas da Serra do Ibitiraquire (o “Himalaia paranaense”, segundo Henrique Paulo Schmidlin, o “Vitamina”, lenda vida do montanhismo no Paraná). As montanhas escolhidas para o projeto sáo: Ferraria (1745 m), Caratuva (1850 m), Pico Paraná (1877 m), Tucum (1736 m) e Ciririca (1760 m). O critério de escolha, além da altitude levou em consideração a possibilidade de comunicação visual entre os cumes, pois cada equipe leva rádios HT e comunica-se com as demais também através de sinais de luz com as lanternas. Este ano (2012), nos dias 14 e 15 de julho foi realizada a 10ª edição desde evento. Novamente 5 equipes subiram as 5 montanhas citadas e estabeleceram seus acampamentos, mantendo contato visual e rádio com as demais equipes nos outros cumes. Nesta, que foi a minha primeira participação numa edição deste evento, fiquei encarregado de guiar o “Grupo Tucum”, que como o nome já indica, subiria o Monte Tucum (1736 m), na porção centro-sul da Serra do Ibitiraquire, montanha da qual se tem uma vista espetacular de praticamente toda a cadeia do Ibitiraquire. Em nosso grupo, inicialmente 6 integrantes: eu, Daniel, Eder, Rosane, Maurício e Ana. O combinado era sair o mais cedo possível de Curitiba para iniciar a caminhada cedo e sem pressa galgar a subida até o Tucum, cujo caminho atravessa ainda o cume do Monte Camapuã (1706 m). Como o Eder e a Rosane são fotógrafos profissionais e soube que o Maurício também, combinamos de fazer um workshop fotográfico na montanha, pois como a trilha até lá não é difícil, poderíamos transportar nossos equipamentos mais pesados, como câmeras DSLR, lentes e tripés, além da tralha normal de trilha e acampamento. Saímos do ponto de encontro no trevo do Atuba às 6:45h em duas viaturas com destino à Fazenda da Bolinha, ponto de partida para a trilha do Tucum e outros morros da região centro-sul do Ibitiraquire, como o Ciririca e Cerro Verde. No caminho fomos brindados com belas vistas das montanhas do Ibitiraquire, nos dando o prelúdio de que o dia prometia muitas imagens bacanas. Na fazenda encontramos o estacionamento lotado, vários carros, alguns deles conhecidos, posto que na véspera (sexta-feira) parte do “Grupo Ciririca” iniciou a trilha “por cima” até aquela montanha. No entanto a quantidade de veículos nos fazia pressupor que haveria grande movimento na trilha. Logo que saíamos dos veículos com as mochilas para iniciar a caminhada topamos com o Luis Delfrate, líder do “Grupo Ciririca – por baixo”, também chegando com mais 2 companheiros. Cumprimentos o pequeno grupo e iniciamos a trilha, cerca de 8:10h. Com o tempo ainda fechado e a mata densa a luminosidade não era das mais favoráveis para fotos, no entanto íamos parando com freqüência para registrar qualquer detalhe digno de menção ao longo do caminho: pássaros, bambuzais, árvores, o rio e as pedras, etc. Tudo foi devidamente devassado fotograficamente. (Foto do grupo no início da atividade) Logo o “Grupo Ciririca – por baixo” nos ultrapassa, especialmente por que teriam que andar bastante (bem mais do que nós) até o seu destino e por que íamos bem tranqüilos. Logo depois encontramos na trilha, voltando prá fazenda, o nosso companheiro de AMC Rafael, que integrava o “Grupo Ciririca – por cima” mas que havia se sentido mal e decidira ficar no Tucum (onde seu grupamento havia pernoitado de sexta para sábado, a caminho do Ciririca – via Cerro Verde). Ele voltava para pegar outra barraca deixada no carro, já que a outra o seu grupo levara consigo ao Ciririca. Combinamos que ele retornaria e nos encontraria lá em cima. Com cerca de 2:30h de caminhada atingíamos a bifurcação das trilhas – Ciririca à frente, Tucum à esquerda e logo galgávamos a subida entre o Pedra Branca do Ibitiraquire e o Camapuã. Chegamos no platô de pedra pouco depois do meio dia e ali fizemos uma longa pausa para descanso e almoço. Deu até para tirar um cochilo sobre a pedra, já que o sol estava ótimo para “lagartear”. (Pedra Branca do Ibitiraquire - também conhecido como Ibitira-Tapira, vista da rampa de subida ao Camapuã) Com mais de 45 minutos parados ali, iniciamos a subida da famosa rampa do Camapuã, famosa por ser uma subidinha em aderência na rocha, bem tranqüila sob o ponto de vista técnico, mas beeem cansativa no aspecto físico e, antes que digam que estamos fora de forma (o que, aliás, é verdade! Rsrs!) todos ali reclamam. A rampa parece não ter mais fim, quando se pensa que ela terminou, eis que surge um pequeno “ombro” e a rampa continua em direção ao céu... Rsrs! Vencida a bendita rampinha, cerca de 14:30h aportamos no cume do Camapuã com uma vista espetacular de 360º em volta. Visual limpo para todos os cumes da região, litoral do Paraná e Curitiba. Sacamos as câmeras e tripés e começamos uma longa sessão de fotografia ao ar livre. Ali rolaram também os primeiros contatos por rádio com os outros grupos, em especial os Grupos Ciririca e PP. Caratuva e Ferraria ainda estavam em silêncio. Logo passa por nós o Rafael, com sua carga, rumo ao Tucum. Iria na frente preparar o acampamento. Uma hora fotografando sobre o Camapuã. Belíssimas fotos, mas o nosso tempo ali acabava. Era hora de seguir caminho até o Tucum, logo em frente, vencendo o vale entre ambos e ainda coletar água para a noite. Começamos a descer o vale e encontramos um grande grupo de pessoas (12?) retornando. A descida nas pedras e trilha enlameada estava bem chata, escorregadia, mesmo com o bastão, exigindo em alguns trechos o uso do “quinto apoio”. Subindo agora a encosta do Tucum, coletamos água no riachinho abaixo da Pedra do Urubu e seguimos pela trilha até o seu cume, atingindo-o às 17h, um verdadeiro recorde de tempo (ao contrário). Rsrs! Quase 9h de subida! (Grupo no cume do Camapuã, anfiteatro do Ibitiraquire central) (Tucum, visto a partir do Camapuã) (Maciço Ibiteruçu, da esquerda para a direita (picos): Ibitirati, União, Pico Paraná e Tupipiá). (Da esquerda para a direita: picos Ferraria e Taipabuçu) (Vista do setor sul da Serra do Ibitiraquire, com destaque para o Pico Siririca) Lá no alto, a primeira prioridade foi captar as imagens do magnífico pôr do sol que se formava para depois armar acampamento. Nesse ínterim fiz contato por rádio com a retaguarda do “Grupo Ferraria” (Turquinho e Fill), que se atrasara demais e estava distanciada do grupo, meio perdida perto do Taipabuçu. O vento já nos castigava e o frio era intenso mesmo antes do sol se pôr. Resolvemos montar nossas barracas enquanto os dois companheiros da retaguarda do “Grupo Ferraria” decidiram acampar no cume do Taipabuçu, fazendo com que na verdade tivéssemos um “6 Cumes”. Com o escuro o frio e o vento só pioraram. Às 20:30 h o termômetro digital de máxima e mínima que levei registrava já 3,5ºC de mínima até aquele momento... Jantamos maravilhosamente bem com a já consagrada polenta campeira no cardápio principal, regada a um delicioso vinho tinto de colônia levado pelo Eder. Prato simples, rápido e nutritivo, ideal para esquentar e repor as energias depois de um dia de subida à montanha. Refeitos após o jantar, passamos a nos dedicar às conversas no rádio com as demais equipes e às fotos noturnas. Teve de tudo: exposição longa, “light painting”, fotos de céu. As montanhas da região estavam quase todas iluminadas: víamos luzes no topo do Ciririca, Itapipiroca, PP, Caratuva, Taipabuçu e Ferraria. Pelo rádio ficamos sabendo que uma barraca no A2 do PP pegara fogo e chegou a ameaçar outras barracas próximas (o A2 estava lotado). Soubemos ainda que no Ciririca havia cerca de 30 pessoas (superlotado) e que o “Grupo Ferraria” havia chegado bem e montado acampamento já no escuro (19h). Também que se viam luzes de lanterna na base do Ferraria, subindo a trilha pela face leste. Porém, a informação mais incrível da noite foi o pedido de noivado ocorrido no alto de uma das placas do Ciririca, onde nosso companheiro Wilson pedira em casamento nossa companheira Hadassa! Haja romantismo na adrenalina! A menina quase caiu do alto da placa, tamanha a emoção! Rsrs! Depois de tantas emoções o frio nos pegou e, junto com o cansaço acumulado, nos empurrou para dentro de nossas barracas e para dentro de nossos sacos de dormir. Logo nosso acampamento era dominado por algumas motosserras. Rsrs! Foi uma ótima noite de sono, interrompida apenas uma vez, cerca de 4h da matina com o barulho do vento batendo mais forte na barraca nova. Como tudo estava aparentemente em ordem, nem saí da barraca. Fui ver de manhã e percebi que um dos espeques espetado em solo pedregoso havia soltado, fazendo com que o sobreteto, frouxo, começasse a “panear”. Quando saí da barraca, cedo, o visual era nulo. Tudo encoberto por uma densa neblina. Mal se enxergava 20m à frente. Esticamos um pouco mais o sono, esperando melhora nas condições metereológicas, sem sucesso. Tomamos café da manhã em meio a uma cerração densa, impregnada de umidade que aderia à nossas roupas. Destaque aqui para a Ana, mãe do Maurício, parceiraça de caminhada em grande forma que nos preparou um excelente café com leite condensado e pão com calabresa acebolada frita... Huuummm! Ainda esperamos um tempo, conversando, quando encontramos, de passagem por ali, o “Feijoada” com seu filho, a caminho do Cerro Verde. Pararam para conversar conosco e ponderaram se fariam ou não o percurso até o Cerro Verde com aquele tempo. Acabaram desistindo. Nós iniciamos a faina de desmontar acampamento e arrumar as mochilas abaixo de uma fina garoa. Cerca de 11h já descíamos a encosta do Tucum rumo ao Camapuã todos encapotados de frio e, cerca de 13h já avançávamos na descida da rampa do Camapuã, bem complicada com tudo molhado como estava. Até aqui nenhum tombo. O tempo piorava a cada minuto e a impressão que nos restava era de que teríamos chuva forte a qualquer instante. Atingida a pedra do almoço dividimos o grupo em dois para retornar a partir dali, tendo em vista que o Maurício e Ana tinham pressa de voltar devido à sua “viagem” até Araucária. Eu e o Daniel ficamos na retaguarda, andando no nosso ritmo, pouco mais lento. Na caminhada pelo mato, no entremeado de bambus e galhos retorcidos que caracteriza a trilha, alguns escorregões e tombos foram inevitáveis, assim como a lama que se formou na trilha, que em alguns trechos se confundia até mesmo com o rio. Assim progredimos com alguns percalços, sendo o meu maior incômodo a bolsa com a câmera fotográfica DSLR à tiracolo... Em vários momentos me atrapalhou e enroscou no mato. Vá bene! Chegamos na fazenda às 16:20h tendo encontrado no retorno novamente com o Luís e seu destacamento do “Grupo Ciririca”. Já na fazenda encontramos também com Cauê e Zeca, que aguardavam outros integrantes do “Grupo Ciririca”, também dividido para a descida. Na chegada tratamos de trocar de roupa e guardar as tralhas no jipe enquanto esperávamos o restante do pessoal. Os nossos companheiros Eder, Rosane, Maurício e Ana já haviam partido poucos minutos antes. Quando chegaram o Wilson e a Hadassa os cumprimentamos e tocamos para o Posto Tio Doca, adiante pela BR-116, para o encontro de confraternização final entre os grupos dos 5 cumes. Lá, no restaurante, encontramos os amigos com quem horas antes falávamos pelo rádio nas montanhas. Encontramos também o amigo Mageta e outros dois companheiros de Maringá, que haviam se juntado ao grupo do Ferraria. Após os momentos de descontração e confraternização no restaurante do posto, com direito a muita chuleta com polenta e bolo dos aniversariantes da semana (Thomas e Soraia), nos despedimos de todos e pegamos a estrada abaixo de chuva rumo à Curitiba. Mais uma missão cumprida! FIM [linkbox]:: Site da Associação Montanhistas de Cristo (antigo) - Projeto 5 Cumes :: :: Blog da AMC::[/linkbox]
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