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  1. Subindo para o Pq. Nacional da Serra da Bocaina Parte técnica Utilizamos os links abaixo para montar grande parte do nosso roteiro e acredito que poderá ser bastante útil também para o seu planejamento. Fomos no feriado de 9 de julho, portanto as informações ainda estão recentes... travessia-marins-itaguare-com-a-trilha-do-ouro-t48120.html http://www.clubedosaventureiros.com/guia-de-trilhas/listagem/72-guia-de-trilhas-do-parna-serra-da-bocaina-rj-sp/889-trilha-do-ouro trilha-do-ouro-na-semana-da-pascoa-2011-sao-jose-do-barreiro-ate-paraty-mapa-da-trilha-t45943.html Optamos por fazer o roteiro em 3 dias, com uma “esticadinha”, de 1 dia antes e 1 dia depois da Trilha, entre chegada à São José do Barreiro e depois mais uma noite em Mambucaba, depois da trilha, suavizando assim, em parte, esta travessia. Em S. José do Barreiro, optamos por ficar em uma pousada indicada pelo pessoal da Pousada Barreirinha, Pousada dona Maria (12) 3117-1281, que fica bem no centro, é bem simples, mas limpa e com um bom espaço nos quartos. Não oferece café da manhã nem refeições, mas você consegue ambos pelo centro. Custo: Casal: R$ 60,00 e criança (até 12 anos), pagamos R$ 30,00 o pernoite. Outros hotéis e pousadas em S.José do Barreiro: http://www.hotelinsite.com.br/procura/resultado.asp?cid=sao+jose+do+barreiro Para a Trilha do Ouro, é necessário reservar junto ao Parque –Parna Serra da Bocaina: http://www.icmbio.gov.br/parna_bocaina . Telefones: (12)3117-1225-2183 ou Linha Verde: 0800-618080 sua entrada. Nós fizemos nossa reserva com o pessoal da Pousada Barreirinha, fone: (12) 3117-2205 onde passamos nossos dados (nome, endereço, cpf, identidade e telefone) e eles se encarregaram de efetuar a reserva junto ao Parque. Na autorização recebida, somos esclarecidos que :...”a autorização é necessária para o ingresso de hóspedes e visitantes com destino às residências situadas no interior do PNSB e a segurança das pessoas relacionadas, é de inteira responsabilidade do anfitrião. Os veículos estão somente autorizados a se dirigir ao destino discriminado, sendo expressamente vedado trânsito diverso no interior deste Parque Nacional e a parada em outros pontos que não o local de destino, bem como a saída por outros locais diferentes da portaria oficial”... De fato, é “interessante” porque você tem acesso único, pela Portaria. Você tem o registro que entrou, mas lá embaixo (ou em nenhum outro lugar), o registro que você saiu. Fica a sugestão que deveria ter uma segunda portaria (nem que seja uma guarita), para dar baixa na sua saída, dentro do tempo previsto. A Portaria contava com vários funcionários, mas já sabíamos que a Trilha é por sua conta e risco. Quem pode te apoiar dentro do Parque, são seus anfitriões, realmente, porque esperam sua chegada e avisam o próximo anfitrião. (previamente agendados)[/picturethis] A caminhonete do Roger Para a subida até o Parque Alguns contatos: -Zé Pescocinho: (12) 3117-1368, famoso “prestador do serviço”, indicados nos links citados, mas conversamos com ele e já está aposentado. Valeu a prosa gostosa, por telefone, algumas dicas e a principal, acredito, foi a compra de um mapa na papelaria do Fábio (perguntem, todos na cidade conhecem) e que apesar de não estar em escala correta, nos auxiliou nos nossos momentos de dúvida. Preço do mapa (xerox) R$ 2,50. -Roger: (12) 3117-2050, fizemos a subida com ele. Valores: R$ 180,00, com jipe para até 5 pessoas e R$ 200,00 para até 10 pessoas, com caminhonete. Bastante prestativo também, ainda contactou o pessoal da Padaria O Ponto, para que nos reservasse lugar para o nosso café da manhã antes da subida. Outros telefones: -Augusto (12) 3117-2146 ou (12) 9701-3248 .Obs: vimos reclamações sobre o serviço deste http://www.clubedosaventureiros.com/guia-de-trilhas/listagem/72-guia-de-trilhas-do-parna-serra-da-bocaina-rj-sp/889-trilha-do-ouro veja na parte de comentários, no final da reportagem. Melhor checar antes de contratá-lo. -Eliezer: (12) 9737-1787 ou (12) 3117-2123 . No link acima referenciado, o pessoal contratou este profissional e recomendou seus serviços. Pousada do Tião Hospedagens no Parque Para o primeiro dia: -Pousada Barreirinha (12) 3117-2205 Valor: R$ 70,00 por pessoa, incluido a pernoite, o banho, jantar e café da manhã Existe o opcional de vc esticar mais uns 4 km e ficar na Pousada da D. Palmira . (infelizmente, pesquisamos mas não achei o telefone dela). Para o segundo dia: Não temos o telefone, na realidade, não há telefone no local. Ficamos na Pousada do Tião, e o próprio pessoal da Pousada Barreirinha fez o contato com o proprietário e nossa reserva. Valor: R$ 80,00 por pessoa, incluido a pernoite, o banho, jantar e café da manhã Para o terceiro dia: saindo da Trilha do Ouro e translado até Mambucaba O pessoal da Aldeia do Mar http://www.pousadaaldeiadomar.com/,'>http://www.pousadaaldeiadomar.com/, Valor: Casal: R$ 150,00 + cama adicional: R$ 60,00, com café da manhã. (24) 3362-6690 ou 3362-6744 Deise ou Carla, que consegui com minha amiga Luciana, http://aquelaviagem-luciana.blogspot.com onde ficamos para descansar depois da Trilha, conseguiu o telefone do Daniel (24) 9261-4629, com um Dobló, que fez o translado por R$ 50,00 (para todos, 5 pessoas).[/picturethis] Estou escrevendo tudo isso, porque foi bastante complicado acharmos um denominador comum para a logística de transporte, e também de Hospedagem, uma vez que a grande maioria das Pousadas em Mambucaba estavam com seus quartos alugados para os trabalhadores da constutora, e depois iríamos esticar até Ilha Grande, e que coloco aqui, para dar uma idéia para quando você planejar sua ida. Também cotamos com outras duas pessoas: -Valdo (24) 9949-1701, que cobrou R$ 30,00 por pessoa, ou seja, ficaria R$ 150,00 no total; -Cláudio (24) 9972-7055, que cobrou R$ 150,00 no total, mas que teria que fazer o translado em duas viagens, porque seu carro não comportaria todos nós mais as bagagens. Pelo preço pedido, desconsideramos estas duas alternativas, por ter ficado muito caro. Haviam algumas variáveis e combinantes, seguem aqui para dar uma noção: -opção 1: Roger :Entregar o carro em Mambucaba e pagarmos estacionamento em Angra Por pessoa: R$ 40,00 Por grupo: R$ 200,00 Estacionamento: média R$ 25,00/dia x 4 dias = R$ 100,00 -opção 2: Roger: Entregar o carro em Angra Por pessoa: R$ 66,00 Por grupo: R$ 400,00 (para dois carros, cada carro sendo cobrado R$ 200,00 -opção 3: Daniel nos buscar na Ponte de arame e trazer até Mambucaba Por pessoa: R$ 10~15,00 Por grupo: R$ 55~60,00 -opção 4: Daniel nos buscar na Ponte de arame, trazer até Mambucaba e depois nos levar até S.José do Barreiro: (pacote) Por pessoa: R$ 90,00 Por grupo: R$ 450,00 Poderíamos fazer o trajeto de ônibus? Sem dúvida, existe a possibilidade, então liguei para verificar os horários de ônibus e os possíveis translados: - Na rodoviária em Barra Mansa, comprar bilhete da Viação Colitur até Bananal (vários horários). Já na Rodoviária de Bananal pegar o ônibus da Viação Pássaro Marron que segue para São José do Barreiro (também vários horários). -Horários de Barra Mansa para Bananal (Viação Colitur): 6:10, 7:10, 8:10, 11:30, 13:20, 15:20, 17:20 e 18:50 hs (diariamente). -Horários de Bananal para São José do Barreiro (Viação Pássaro Marron): 05:30, 10:00, 14:00 Colitur: (24) 3323-8640 / (24) 3323-1480 e 18:30 hs (diariamente). Pássaro Marrom: (11) 6221-0244 / (12) 31321380, Rodoviária de Barra Mansa: (24) 3323-4091 / (24) 3322-4275 Teríamos que verificar ainda, quais os horários de Angra para Barra Mansa, que consegui ligando: 5:30. 7:00, 8:15, 9:40, 11:30, 13:30 (os horários da manhã) Seguem os preços dos ônibus, para uma idéia (informação recente também, liguei para confirmar nas empresas) Angra para Barra Mansa (Colitur) Passagem por pessoa: R$ 26,50 Barra Mansa para Bananal (Colitur) Passagem por pessoa: R$ 7,30 Bananal para S.José do Barreiro (Pássaro Marrom) Passagem por pessoa: R$ 8,55 Bom, diante disto, sabendo que teríamos que fazer o translado: Ilha Grande- Angra-Barra Mansa-Bananal-S.José do Barreiro, onde os horários não seriam uns seguidos dos outros,e levaríamos o dia todo para este transporte, acabamos optando pela opção 4, e ele acrescentou mais R$ 30,00 ao pacote, para não termos que voltar até Mambucaba de Angra e subir a serra direto, totalizando portanto R$ 480,00 no total, (ficando R$ 96,00 por pessoa) para 3 serviços: 1-buscar na Ponte de Arame, trazer até Mambucaba; 2-nos buscar no cais, em Angra, para não pegarmos o ônibus; 3-translado até S.José do Barreiro.[/picturethis] Eu sei, extremamente confuso , se alguém precisar de maiores detalhes, mando as planilhas que costumo fazer de preços e condições comparativas, só mandar uma mensagem. Cabe aqui ressaltar, outra alternativa, que soubemos só depois, e se soubéssemos antes, teríamos utilizado esta alternativa sem dúvida: O Sr. Sebastião, da Pousada Barreirinha, ofereceu um outro modo de fazer a trilha: Ele faz o translado de S.José do Barreiro até a entrada do Parque por R$ 180,00. De lá, entra com as mochilas e leva até a Pousada(cobra R$ 10,00 por mochila carregada no carro), e você segue somente com a mochilinha de ataque do dia, sem aquele monstro todo nas costas. 19 km com mochilinha é um alívio considerável! Você começa a carregar a cargueira só no segundo dia, para a ida até o Tião. No terceiro dia, ele pega o carro, (que vc deixou em S.J.Barreiro) e leva até a Ponte de Arame por R$ 150,00 o carro. Ele pode levar até dois carros, pois o filho também pode levar o outro carro.Tranca o carro e faz o caminho inverso e encontra com você no meio da trilha, para entregar a chave do carro. Bem mais fácil, não? Cabe citar ainda, o receptivo local, MW Trekking: http://www.mwtrekking.com.br/paginas/programa_detalhe.asp?chave=267, com várias opções de passeio, inclusive a Trilha do Ouro, por um valor aproximado de R$ 350,00 ~400,00 por pessoa. Igreja Matriz em S. José do Barreiro Relato de viagem Primeiro dia- Chegada em São José do Barreiro Mais informações da cidade, http://www.saojosedobarreiro.sp.gov.br/index.php Saímos bem tranquilos de casa, por volta das 6:30 hs, afinal estávamos de férias e não tínhamos horário para chegar. Caminho normal, via Carvalho Pinto, Dutra e depois pela Rodovia dos Tropeiros, entrando em Cachoeira Paulista, passando pelas cidades de Silveiras e Areias, que são bem graciosas. 180 km de distância, que seriam percorridas teoricamente em 2 hs e meia, mas como fomos parando, tirando fotos, parando para tomar café, etc..., chegamos na cidade por volta das 11:30 hs. Cidadezinha típica, com a Igreja matriz no centro, mais a praça, e o coreto. Procuramos a Pousada da D.Maria, e não foi nada difícil de encontrar, havia uma plaquinha indicando, mas na verdade era a casa dela, que logo veio nos receber e nos conduziu à Pousada mesmo, que fica na mesma rua, um pouquinho mais para baixo. Nos instalamos rapidamente, ela nos indicou o quarto da Tânia, e saímos em reconhecimento da cidade. Achamos a papelaria e compramos o mapa do Fábio, que o Seu Zé Pescocinho nos indicou, fica ao lado da padaria, todos na cidade indicam. A D. Maria nos contou que estava ocorrendo o Festival Gastronômico na cidade, onde os pratos eram baseados em três ingredientes: mandioca, tilápia e banana. Os restaurantes locais portanto, estavam com vários pratos com estes ingredientes, apresentados das formas mais diversas: mandioca frita, tilápia em postas fritas, pirão, escondidinho de carne seca e carne moída, bolos e tortas, entre outros... ai,ai,ai, imaginem! Almoçamos no Restaurante O Rancho, sistema self service ou kilo, como havíamos tomado um ótimo café da manhã na estrada, no Graal, optamos por kilo. Fizemos uma horinha, andando na cidadezinha para mais um reconhecimento, passamos pela MW Trekking, conversamos um tempão com a equipe que estava lá e só no final descobrimos que estávamos falando com o famoso Zé Milton, http://www.mwtrekking.com.br, o receptivo de São José do Barreiro, e conhecido pelo seu trabalho. Fizemos questão de conhecer pois uma amiga viajante, Valéria (que perdi o contato, infelizmente) sempre me disse que se fosse fazer a Trilha do Ouro, deveria fazer com eles. Logo depois, a Tânia chegou com o Felipe. A tarde passou rapidinho, ajudando na organização da mala dela e do Felipe, para tentar diminuir a bagagem o máximo possível. Tânia, os detalhes de tudo ensacadinho nos saquinhos zip foram um grande aprendizado para a gente!!! Tudo organizado e tirando o ar, a bagagem acabou ficando beeem mais enxuta que a nossa!! Saímos para andar novamente pela praça e quando estávamos tomando uma cervejinha básica, fomos abordados por um casal, Gabriel e Flávia, que veio confirmar se nós éramos o pessoal que o pessoal da MW falou que iríamos subir para o Parque no dia seguinte. Depois, tratamos de encontrar o Roger para deixar os nossos carros estacionados em frente a sua casa, combinar os últimos acertos para a subida ao Parque Nacional e o café da manhã no dia seguinte, na padaria O Ponto. A padaria abre normalmente às 7:00 hs, mas seria tarde já, porque marcamos para as 7:30 hs para começar a subida, mais que isso, vc começa a trilha muito tarde, então como o Roger reservou para nós, ela abriria às 6:30 hs, tempo suficiente para tomarmos o café da manhã. Voltamos para a Pousada, mais uma enroladinha por lá, e ao anoitecer, começamos a ver a movimentação das pessoas na rua, carregando mesas das suas casas e logo em seguida, como uma procissão, mais pessoas saindo de suas casas com pratos de bolos, doces, alguns pratos cobertos ainda, mas víamos que eram fresquinhos e que acabavam de sair do forno... tínhamos acabado de comer, não estávamos com fome, mas, “o chamado” foi mais forte e voltamos para a praça para ver o que se passava.... daí para puxar umas cadeiras e uma mesa foi um pulinho e já estávamos nas barraquinhas pedindo as iguarias... comemos de tudo um pouquinho, escondidinho de carne-seca, escondidinho de carne moída, bolo de banana, pudim de mandioca, uma porção de filés de tilápias fritas e pastéis de banana com canela. Foi só para experimentar, vejam, não estávamos com fome...hehehehe..... Ainda havia um grupo que se preparava para uma apresentação de dança típica portuguesa e vez ou outra, um conjunto tocava uma música aqui, outra acolá, mas estávamos cansados já, estava frio e precisávamos acordar cedo para o início da trilha no dia seguinte, então fomos para a Pousada descansar. Até tentamos, mas o som do Festival deve ter durado até por volta das 2:00 hs da manhã... Definitivamente, não temos sorte com nossas viagens de julho, sempre tem um Festival de Inverno, sempre tem música alta e sempre dormimos mal na cidade, o negócio é fugir para o mato correndo! Nossa turma no começo da Trilha Segundo dia- O início da Trilha do Ouro- da Portaria do Pq. Nacional até a Pousada Barreirinha O início da Trilha do Ouro, propriamente dita. Acordamos cedo, nos arrumamos e 6:30 hs, já estávamos rumando para a padaria O Ponto, num frio!! Já estava aberto a nossa espera mesmo, a atendente nos indicou o salão lá em cima, mais resevado e quentinho!! O Roger nos esperava já com a caminhonete e lá de cima no salão, vimos a Flávia e o Gabriel chegarem. Como sabíamos que iríamos sacolejar na caminhonete, nada muito forte, um pão na chapa, café preto, bem básico. Saímos por volta das 7:30 da cidade, rumo ao Parque Nacional da Serra da Bocaina, subida devagarzinho, na carroceria aberta, admirando a paisagem de frio, com aquela neblina subindo, o céu de um azul indescritível, batendo papo com os amigos, trocando idéias e experiências, coisa boa! Paramos um pouco para tirar fotos, o frio apertando, e 2:00~2:30 hs e cerca de 27 km depois, chegamos na Portaria do Parque, com muito frio. Nossas autorizações já estavam na Portaria, com nossos nomes, deixados pelo pessoal da Pousada Barreirinha, conforme o combinado, assinamos a autorização, os Guarda-Parques nos informaram que a temperatura havia sido naquela manhã de -1º C!!, daí o frio que ainda sentíamos! Pegamos uma informação básica do caminho, pois o que mais nos preocupava era errar o caminho e não conseguir chegar nas pousadas, mas eles disseram que não tinha erro, era só seguir a estrada, então, para frente e avante! Bem, não foi assim, tãaao, para frente e avante... O Gabriel e a Flávia estavam com problemas em acomodar todos os equipamentos, pois eles iriam ficar acampados, não nas pousadas, então havia muuuita carga e víamos que a Flávia estava sentindo muito o peso da mochila, enorme!!! Também seria a primeira travessia mesmo, da Tânia e do Felipe e até a mochila “incorporar” em você e começar a fazer parte do seu corpo, demora, assim como nós, destreinados com o peso, tivemos que começar bem devagarzinho para que o cérebro e o corpo assimilasse que aquele peso enorme agora fazia parte do seu ser... Entre arrumadas de mochila, tirar saquinho, colocar saquinho, ajustar alças, pensar 50 vezes que deveria ter deixado metade da comida na cidade, se perguntar porque tinha que ter uma camiseta limpa para cada dia, por que tínhamos que trazer tanta roupa de praia, e coisas do tipo, entramos na trilha de fato, por volta das 10:30 hs, quase 11:00 hs. Compramos um pedômetro desta vez, do modelo mais básico possível e levamos para “teste” na Trilha do Ouro. O manual já dizia que não era muito indicado para terrenos irregulares, mas a teimosia foi maior e pendurei na minha cintura para testar. A trilha, apesar de temermos muito nos perder, por causa de alguns relatos, foi na maior parte do tempo, tranquila, com relação à sinalização, mas tentaremos dar o “passo a passo”, para reforçar o caminho. Nos dois primeiros dias, basicamente é seguir a estrada e nos pontos onde poderia causar alguma dúvida, tinha uma indicação. Como o Gabriel e a Flávia estavam com problemas com a carga, acabamos deixando eles para trás e seguindo a trilha. Cachoeira Santo Isidro No comecinho da trilha mesmo, cerca de 1,5 km como dizem os relatos e o mapa do Fábio,você encontra a Cachoeira Santo Isidro, ponto de parada obrigatória. Existia plaquinha indicando. A descida é bastante íngreme, e aqui, aconselhamos deixar a mochila bem no começo da trilha e pegá-la na volta. Desça só com água ou alguma coisinha que quiser comer, por exemplo, e só. Acreditamos que todos que estejam dentro do Parque não teriam nenhum interesse especial na sua mochila. É um peso completamente desnecessário, e alivia bem a subida depois. Não deixe de visita-la, é realmente muito bonita! Depois, o mesmo caminho de volta, subindo e continuar a trilha na estrada. Depois de subirmos e andarmos um pedacinho, encontramos um grupo que estava com carros 4 x 4, nos cumprimentamos e eles disseram que estavam com as mochilas de um casal que tinham arrebentado a alça e estavam voltando para a Portaria... logo encontramos o Gabriel e a Flávia mais para a frente. Eles passaram pela gente enquanto estávamos lá em baixo na cachoeira, e infelizmente deixaram de fazer a travessia, por causa da alça arrebentada mesmo, deu um aperto no coração, ver eles voltando...uma pena! Nada de muitas novidades na Trilha em si. Seguindo o mapa que tínhamos em mãos, só identificamos a parte que diz: Atalho- trilhinha, onde existe uma placa também, indicando o atalho (portanto, não tinha como não ver). De acordo com o desenho do mapa, deve cortar bem o caminho e é o único trecho dentro da mata, neste primeiro dia. Já começamos a perceber neste atalho, o que nos aguardava nos dias seguintes... muito úmido, por causa da mata fechada, a terra bem úmida, em vários trechos molhada mesmo e bem escorregadia, além de algumas pedras soltas... Cachoeira das Posses O pedômetro se mostrou como dizia o manual, completamente ineficaz neste tipo de terreno. Neste ponto marcava cerca de 5,5 km e estávamos inconformados... Sabíamos pela indicação do excelente relato onde baseamos 90% da nossa viagem http://www.clubedosaventureiros.com/guia-de-trilhas/listagem/72-guia-de-trilhas-do-parna-serra-da-bocaina-rj-sp/889-trilha-do-ouro, que perto do km 8, encontraríamos a Cachoeira das Posses. Havia também, uma placa indicando a Cachoeira. O Felipe estava já bem cansado e ele ficou no começo da trilha, guardando as nossas mochilas (lição aprendida!) para descansar um pouco, enquanto íamos visitar a cachoeira. Como diz o relato, existem locais muito bons para armar barraca, uma clareira grande, e uma casa abandonada, onde se estivéssemos preparados para acampar, seria por aqui mesmo que ficaríamos. O acesso para a Cachoeira é bem tranquilo, a descida não é tão grande como para a Santo Isidro. Comemos um lanchinho rápido, e voltamos para o começo da trilha, com o Felipe já reestabelecido para continuarmos a trilha. Voltamos para a estrada e depois de cerca de 1,5~2 km, a estrada começa a subir, subir, e encontramos uma placa indicando o acesso para Arapeí, á esquerda e a trilha indicando a estrada principal. Ficamos meio em dúvida, mas quando achamos a placa indicativa da Trilha do Ouro e Mambucaba para a esquerda e da Pousada Vale dos Veados a direita, há 4 km, ficamos muito felizes, pois pelo menos até lá estávamos certos! Depois deste trecho de subida, como o relato diz mesmo, continuamos subindo, e a paisagem vai se abrindo, realmente um dos pontos mais bonitos da travessia. Os vales tingidos com aqueles tons de lilás e laranja misturados nos brindaram com visuais incríveis. Começávamos a ficar preocupados, pois o entardecer durou bem pouco tempo, e logo anoiteceu. A lua ainda não estava cheia, mas já clareava bem o caminho. Insistimos com as “crianças” em não acender a lanterna, pois a luz da lua era suficiente para clarear o caminho, novidade para elas. Sempre comentamos da luz da lua para a Júlia, mas foi somente aqui que ela pôde visualizar de fato...mas conforme fomos descendo, o caminho foi ficando mais cheio de pedras, algumas fendas nas longas descidas, e o risco de cair aumentando, então, todos de lanterna.[/picturethis] Entardecer no Parque O desânimo, o cansaço, a fome, a dor nos ombros, nas pernas e nos pés, o desespero de não achar a “p” daquela capelinha, para sinalizar se estávamos perto ou não (de acordo com o relato, no km 17 mais ou menos) foi tomando conta..e conforme o mapa (e como o Felipe falava muito preocupado para mim: “-ainda nem viramos a primeira página!...”) ainda deveria faltar um bom pedaço! Andamos quietinhos, encorajando as crianças (e nós mesmos por dentro, “continue a andar, continue a andar...”), falta pouco, falta pouco...passamos pela capelinha finalmente, e infelizmente a descrição da vista lindíssima não foi possível avistar, diante da escuridão... Depois de 1,5 km, 2 km, vimos lá no fundo do vale, uma luzinha fraca, que deve ser a mesma sensação (ai que exagero, eu sei, mas acho que foi o que me passou pela cabeça naquele momento...) daqueles que estão no deserto e encontram um oásis... fomos literalmente, quase nos arrastando até a entrada da Pousada Barreirinha. Já nos esperavam, o S.Sebastião e a D. Vanda, preocupados com nosso atraso. Deveria ser cerca de 20:00 hs! Desabamos no sofá, largados, por um tempo... O S. Sebastião se assustou com a nossa carga para três dias de caminhada! Explicamos que grande parte era da tralha para a praia... Já nos conduziram para os nossos quartos, (a luz de velas), um banho quentinho, de serpentina, gostoooso, aconchegante, nos encaminharam para outra sala ao lado, uma mesa grande com várias cadeiras, lareira acesa, para nos aquecer e jantar! Esplêndido, caseiro, farto, onde fomos à cozinha, com fogão á lenha, pegar a comida da panela mesmo, mais “casa de vó” impossível, com arroz, feijão, salada, frango empanado e mandioca frita! Sempre comento que não sei se era a fome ou o cansaço, mas estava muuuuito bom! Acho que a D.Vanda fez para eles jantarem depois, e temo não ter sobrado muita coisa para eles depois, coitados! Bom, daí para a cama, não consigo lembrar quando nos “teletransportamos” para a cama... Lindos visuais no segundo dia de trilha Terceiro dia- da Pousada Barreirinha para a Pousada do Tião Acordamos já mais tarde, um dia lindo de sol, ainda quebrados... O café da manhã já nos esperava, com pão, bolo, café, leite, achocolatado e queijo branco. Como havíamos conversado no dia anterior, o S.Sebastião falou que até a segunda pousada, o outro Tião, era uma caminhada tranquila, acabamos ficando, tomando café bem tranquilamente, brincando com o porco do mato de estimação do Matheus , conversando com o S.Sebastião e a D. Vanda na mesa da cozinha, como a gente faz na casa de mãe, depois é que fomos arrumar as malas, acabamos saindo da Pousada Barreirinha só às 11:00 hs! A dica aqui do S. Sebastião, foi sempre pegar à direita, em todas as bifurcações. Como detalhado no roteiro do Clube dos aventureiros, cerca de 2 km depois, passamos pela bifurcação, mantenha sua direita. Encontramos a Pousada da D. Palmira, uma casinha azul e branca, mas não havia nenhum viajante e a Pousada estava fechada. Só confirmamos com algumas pessoas que passavam por lá. Daí a importância de você agendar antes e combinar, não é uma Pousada (nenhuma delas, na verdade, são as casas dos colonos que funciona como hospedagem). O Zé Milton, da MW Trekking comentou que costuma ficar nesta pousada, quando passamos por São José do Barreiro. Seguimos em frente, e a trilha sobe um pouco, passamos por campos bonitos, com um lago, um visual bem bonito, passamos por vales salpicados de araucárias, ficamos em dúvida num local onde no mapa do Fábio marcava que “entrando um pouco no mato, encontra-se uma pequena cachoeira” e tinha uma trilha bem pequena à direita. O João foi perguntar para um pessoal que capinava o morro, perto das araucárias, e a Tânia com o Felipe seguiram em frente. A indicação neste ponto seria só seguir a estrada principal mesmo, passando por um pequeno sítio, e do lado direito tem uma subidona bem puxada.[/picturethis] Depois deste trecho de subida, a estrada começa a descer, achamos que encontramos o “trecho de mata fechada” descrito no mapa e também o começo do calçamento colonial. O grande problema do calçamento (e olha que nós pegamos o tempo aberto, sol pleno), é sua irregularidade, as pedras grandes, soltas, pelo tempo em que foram colocadas lá, o terreno arenoso, que não fixava mais as pedras, escorregadias de fato e ainda que todos seguíssemos os conselhos de tentar não pisar sobre as pedras, todos levamos alguns tombos... uma grande ajuda aqui, (imprescindível, no meu caso, por causa do problema com os joelhos) foram os bastões de caminhada. Acredito que se não estivéssemos com este equipamento, os tombos teriam sido em muito maior número e os joelhos estariam detonados no final do dia... Depois, só tivemos dúvida num trecho da trilha onde havia uma porteira à esquerda e a trilha continuava à direita. Estávamos na frente, e a Tânia e o Felipe um pouquinho mais para trás. Deixamos a Júlia no meio da trilha, perguntar o caminho (vacilada nossa, depois é que nos demos conta...) e seguimos eu e o João para dentro da propriedade. Encontramos uma senhora numa das casas e perguntamos da Pousada do Tião. Ela disse que era um pouquinho mais para baixo e ele já estava nos esperando. Voltamos de novo para a porteira,pegar a Júlia e nos deparamos com um senhor à cavalo, seguidos pela Tânia e o Felipe sorridentes, dizendo que tinham encontrado o Tião... fizemos aquela cara de ué... e ele falando para entrar, que nós tínhamos chegado na casa do Tião, e a gente não entendendo nada, e seguindo o homem...a Tânia olhando para a gente, como, e aí, o que é que vocês estão estranhando... e nós nos perguntando, mas quem será esse sujeito...uma coisa bem esquisita... Aí perguntamos do outro Tião, e aí ele foi falando que ele era o tio dele, a senhora era a mãe do Tião, mas que a gente poderia ficar lá, que ele estava mostrando a propriedade que lá caberiam 500 pessoas para dormir, que era bom a gente publicar isso na internet, se a gente não queria tomar uma cerveja, foi mostrar o quarto dele, uma árvore “linda” que só existia na casa dele, e a gente querendo fugir daquela situação estranha. Quando ele viu que não íamos ficar mesmo, e fomos nos afastando, disfarçadamente, nos despedindo e agradecendo...ele foi mostrar um “atalho” para podermos voltar para a estradinha e depois de uma pequena travessia numa pinguelinha, ele nos abordou de novo perguntando se a gente não tinha nenhum tipo de remédio. Dissemos que sim,”- mas que tipo, para dor, para gripe, qualquer coisa serve”, comentamos que se passássemos os medicamentos para ele, ficaríamos sem, caso precisássemos e saímos mais que depressa! Neste ponto, atenção, trilheiro, não entre à direita, na porteira, é só continuar a estrada, à esquerda, a não ser que você faça questão de conhecer o tio do Tião e sua árvore exclusiva! O João antes de cair da gaiola Estávamos bem cansados, não queríamos ser pegos pela noite mais uma vez, e estávamos em descida, terreno que eu e a Júlia “tiramos nosso atraso” e saímos em desembestada carreira. Não nos demos conta de quão rápido estávamos, até a Tânia reclamar que estávamos muito rápido e desaceleramos um pouco, para ficarmos todos juntos, pois acabamos todos ficando com medo do homem voltar atrás da gente, sabe-se lá, tem cada tipo de coisa que a gente vê e ouve hoje em dia... Logo em seguida passamos pela Fazenda Central, mais um ponto de referência do mapa do Fábio, o S.Sebastião havia mostrado a foto, daí também sabíamos que estávamos no caminho certo, e como ele também havia dito, como uma árvore havia caído, logo avistaríamos a gaiola para atravessar o rio Mambucaba para o Tião.Detalhe: avistamos inúmeras das árvores “exclusivas” do outro Tião no meio do caminho. Neste dia, trocamos de “hospedeiro” e quem estava com o pedômetro era a Júlia. S.Sebastião havia dito que seriam cerca de 10 km de caminhada e este marcava exatos 10,56 km... Estávamos muito felizes de ter conseguido chegar ainda claro, de estar “a salvos” e encontrado nossa segunda Pousada. Foram o Felipe e a Júlia testar a gaiola primeiro. O Tião logo percebeu que havíamos chegado e já apareceu do outro lado para ajudar a puxar a corda. Em seguida fomos eu e a Tânia, ela agachada, de prontidão, caso acontecesse alguma coisa e precisasse pular na água para me pegar, mas foi tudo tranquilo, e depois ficou o João sozinho. Ele foi tentar ajudar a ser empurrado, se desequilibrou e caiu na água... Foi uma gritaria, (como vcs podem ver no link do título do post do planejamento, no nosso blog), mas ainda bem que não aconteceu nada de grave! O Tião, correu feito um louco, rio abaixo para tentar resgatar algumas coisas, coitado! Conseguiu trazer boa parte, ficou ensopado e o resto (na verdade, só foram embora um casaco e um cobertorzinho de trilha) foi levado rio abaixo!! O pessoal que estava na Pousada veio ver a nossa algazarra, e logo fomos subindo. O Tião comentou que sempre acaba caindo alguém, dando risada.... Refeitos do susto, do tombo e pegando só cantil e lanterna decidimos ir até a Cachoeira dos Veados, um dos (se não o maior) atrativo da Trilha do Ouro. Toca subir na gaiola de novo... Descemos correndo quase pela trilha, pois já estava começando a ficar escuro, mas a noite nos pegou de novo. Nos deparamos com outra pinguelinha para chegar até a Cachoeira. A Tânia e o Felipe decidiram voltar, o João atravessar a ponte e eu e a Júlia ficamos com medo de atravessar aquela ponte no escuro e ficamos esperando o João voltar no meio da mata, à noite. Não foi nada muito confortável, ainda mais depois de tantos sustos... O João voltou depois de quase meia hora, disse que era muito bonito, mas como já estava escuro, não deu para ver muito bem... Voltamos correndo para a Pousada, atravessar a gaiola de novo, íamos passar direto por ela, não fosse a Tânia e o Felipe nos sinalizarem com as lanternas e nos chamarem do outro lado do rio. Tomamos um banho quentinho, gostoso, com água quente de serpentina de novo. O jantar foi mais simples desta vez, arroz, feijão, galinha caipira, salada de repolho e macarrão. Comemos, ficamos um pouquinho na frente da casa, nos aquecendo na fogueira, até bater o cansaço de novo e irmos descansar. Cachoeira do Veado Quarto dia- da Pousada do Tião até o final da Trilha do Ouro No dia seguinte, café da manhã com bisnaguinha, bolo, queijo branco, manteiga, leite, café e achocolatado. Dei o recado para o Tião do Zé Milton, da MW que provavelmente na semana seguinte, ele estaria por lá com um grupo (daí também pude comprovar que os recados chegam assim, através de outros viajantes, ou como nós, através da Pousada Barreirinha, ou de alguma forma semelhante, esqueça internet ou telefone) Como disseram em todos os relatos que o terceiro dia era o mais puxado, tentamos sair o mais cedo possível, e às 8:00 hs já nos despedíamos do pessoal. Já começamos errado logo de saída. Saindo do Tião, você não precisa atravessar de volta a gaiola, é só seguir direto, beirando o rio Mambucaba. Acontece que pegamos uma trilha que subia o morro e fomos parar no curral dos cavalos, achando que estávamos no caminho certo... Quem veio nos socorrer foi um outro hóspede, o Rogério, que havia chegado um dia antes, e estava percorrendo toda a Serra só que a cavalo. Ele disse que não foi ele que viu que erramos o caminho. Disse que o burro (é verdade, gente, não é história!), que estava perto do cavalo que ele estava selando para o seu passeio, levantou as orelhas, alertando que havia alguma coisa errada! Foi aí que ele começou a olhar e viu que estávamos subindo o morro, em vez de descer e veio em nosso socorro. Ele perguntou se havíamos feito a trilha antes, dissemos que não, e gentilmente, (na verdade, ele estava bem preocupado com a gente- o que nos fez ficar (mais) preocupados também) nos levou até a porteira, explicando que deveríamos seguir sempre o rio e procurar o calçamento colonial. Disse ainda que havia feito este percurso a pé, no ano passado e à cavalo no dia anterior, e para seguirmos sempre o calçamento. Também disse para prestarmos atenção entre os kms 8 e 10, depois da primeira bananeira, haveria um marco, e entrando cerca de 50~100 m, encontraríamos as ruínas de uma construção antiga... Nos despedimos, muito agradecidos e continuamos nosso caminho. Mais um erro, que deve ter nos custado uns 500 m de “andada” a mais, pois na primeira bifurcação, acabamos descendo, à direita, tentando seguir o rio, logo à direita, mas como não achamos o calçamento, subimos tudo de volta e depois da bifurcação, à esquerda, encontramos os sinais do calçamento. Isso ocorre por volta de 3 km depois da saída da Pousada do Tião, e a subida referida do Clube dos Aventureiros. Também, de acordo como mapa do Fábio, deve ser a parte que diz sobre “... início da subida (subida difícil!)- Atenção! Trilha estreita, seguir pegadas de mulas... “Aqui avistamos também a Cachoeira dos Veados, só de longe... mas ainda assim, uma visão impressionante! Também referenciado no mapa do Fábio .[/picturethis] O famoso calçamento de pedra Depois deste trecho, praticamente é só descida. Tudo o que já foi falado sobre o calçamento de pedra, é real, e novamente, os tombos foram inevitáveis... Mas passamos por trechos muito bonitos, como uma pequena cachoeira, com uma “ponte de pedra”, por volta dos 7 km. Procuramos por volta do km 8 ao 10 a primeira bananeira, mas já havíamos passado por várias bananeiras no caminho, e lógico, que não conseguimos achar o marco, e tão pouco as ruínas da construção, fica aqui a dica, quem sabe você consiga encontrar... E descendo, descendo, naquele mar de pedras. Brincamos que se dizem que as pedras trazem energia, em alguns “estudos esotéricos”, então estávamos energizados até o fim da vida! Hehehe... :'> Finalmente chegamos no local no relato do Clube dos Aventureiros, que fala sobre a ponte de madeira, para atravessar o rio. Ficamos com medo de atravessar, pois ela estava com vários pontos falhos e os cabos não pareciam nada seguros. Descemos num ponto, uns 50~100 metros, (eu acho), num ponto mais raso do rio (você vai perceber, pois mais abaixo, o rio se transforma, num rio enorme e não dá mais para atravessar) e continuamos a trilha . A ponte de Arame Depois desta travessia, realmente cerca de 2 km depois,o terreno vai ficando menos inclinado, a vegetação muda, percebemos que estamos beirando alguma propriedade particular e novamente, como um oásis, surge a ponte de arame do nosso lado direito!!! O pedômetro marcava na Júlia cerca de 16 km e 15:45 hs. Disseram que os trilheiros faziam este trecho num período de 6 horas e fizemos em 8 hs! Sei que para os mais velozes pode ser considerado lento mas para nós foi uma vitória! Corremos porque havíamos marcado de nos buscar às 17:00 hs e nosso medo (de novo) era pegar a trilha no escuro. Cronometramos nossos passos o dia todo, quase não paramos, só em paradinhas bem rápidas, para tomar fôlego e uma água e chegamos a caminhar comendo, para ganhar tempo, mas valeu a pena. Como marcado às 16:45 hs, avistamos o “resgate” vir nos buscar, com o Dobló do Daniel. Creia-me, vale a pena e garanto que todos pagariam o que fosse para sermos levados até Mambucaba de carro. São 15 km, mas para quem já andou 17~18 km naquele calçamento de pedra , foi um grande alento! O percurso foi feito em 1h aproximadamente, pois a estrada é de chão batido, plano, mas não dá para correr como no asfalto. Chegamos na Pousada Aldeia do Mar http://www.pousadaaldeiadomar.com/ uma gracinha! Nos instalamos, tomamos um banho demoradíssimo cada um e fomos jantar na Estrela do Norte, ou como dizem no local, na costela no bafo. Acho que nunca andamos tão devagar uns 3 quarteirões. Os joelhos rangiam, as panturrilhas estavam endurecidas feito pedras, as bolhas imploravam clemência a cada passo, mas lá fomos, passo a passo... Comemos o prato da casa, claro, por sugestão do garçom: costela no bafo, com mandioca cozida, porção para duas pessoas por R$ 29,00 mais uma porção de baião de dois, também para duas pessoas, por R$ 17,00 e uma porção de queijo coalho, por R$ 8,00. Quando vimos o tamanho dos pratos chegando, assustamos e tivemos a certeza que não éramos páreo para aquela montanha de comida, mas com a esfarrapada desculpa que tínhamos que descontar tudo o que havíamos caminhado durante o dia, nossa gula foi maior do que a educação e o estrago foi feito! Voltamos para a Pousada descansar, felizes de termos realizado mais uma travessia e desta vez mais devagar ainda, com os 5 kg adquiridos na comilança! Nossas impressões finais: ficamos felizes de cumprir mais uma travessia, mas não sabemos se faríamos novamente. Apesar de todo o planejamento, ficamos o tempo todo com receio de errar de caminho, pois apesar de ser um Parque Nacional, a estrutura ainda é precária (aliás, não existe estrutura). Neste caso, saudades da estrutura do Pq. Torres del Paine, no Chile. Nos sentimos muito mais seguros, apesar do país estrangeiro e da língua diferente, as placas e marcações ao longo de todo o caminho não deixavam dúvidas. Não falamos aqui, em hipótese nenhuma, de restaurantes e lanchonetes aos pés das cachoeiras, achamos isso um atentado a qualquer roteiro que se diz ecológico, na verdade... aquele monte de gente, bebedeira, música alta da pior qualidade, gritaria não combina com cachoeiras e lugares para contemplar a Natureza. Não temos do que reclamar com relação às hospedagens. Através dos relatos que acompanhamos, sabíamos exatamente o que encontrar, e na verdade, comentamos que poderíamos ter fatiado ainda mais o caminho e ter passado mais uma noite em uma das casas, para descansar e aproveitar mais o lugar, pois são lugares bastante isolados, calmos e muito bonitos! Se (se) fizéssemos a trilha novamente, certamente optaríamos pela escolha do S. Sebastião da Pousada Barreirinha. Assim, não teríamos levado tanta bagagem e os apetrechos para a segunda viagem, teriam ficado no carro...tornado a travessia mais tranquila. Mais um aprendizado...
  2. "O barato eh loko e o processo eh lento" Dois anos depois, finalmente, segue o relato da viagem...😛 Após publicar aqui a intenção de fazer a travessia, conheci o Adriano q topou fazer a trilha comigo. Atenção: eh preciso enviar um e-mail para o ICMBio com no mínimo três dias de antecedência para fazer a travessia a pé. A propósito, o Adriano eh um cara "bem disposto", após viajar com a mulher dele pra Canela-RS desembarcou em Congonhas enquanto a esposa seguiu pra Goiânia. Fui me encontrar com o Adriano em Congonhas e daí começou a Trip. Pré-trilha dia 25/08/16 - quinta-feira De Congonhas seguimos para o Terminal Tietê e pegamos um bus para Guaratinguetá. (Bus direto de SP para São José do Barreiro-SJB somente um único horário aos sábados) Em Guaratinguetá nos hospedamos em um hotel no centro ao lado da igreja matriz, q fica bem perto da rodoviária. 1° Dia 26/08/16 - sexta-feira Deixamos o hotel bem cedo para pegar o primeiro ônibus para SJB, onde fica a entrada do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Partimos de Guaratinguetá às 07h00 e chegamos em SJB por volta das 09h00. A ideia inicial era ir andando até a entrada do parque, ou seja 26 km de subida da rodoviária de SJB até o início da trilha. NÃO FAÇAM ISSO! Uma luz tomou conta de nossas cabeças, mas não queríamos pagar 200 reais pra um jipe nos levar até a entrada do parque. Conversando com um jardineiro da prefeitura q trabalhava na praça, este se ofereceu para nos levar de carro por 100 reais. FEITO!!! Oh Lord!!! Durante o caminho percebemos a encrenca da qual nos livramos. Eh mta subida, sem lugar pra pegar água nem nada e o clima estava bastante seco. Aproximadamente duas horas de carro chegamos à portaria, na qual havia um guarda. A gente se identificou e assinamos um registro lah. Seguimos um croqui q peguei no relato do Raffa 😕 Bem perto da portaria uns 500 metros à esquerda encontra-se a Cachoeira Santo Izidro, boa para tomar um banho num dia de verão, no inverno impossível colocar os pés. Tira foto, curte um pouco a vista e o som da cachu e segue a trilha até chegar a cachoeira da Posse fora da trilha principal. De volta à trilha, mto sol e pouca sombra. Detalhe q no relato do Raffa ele fala sobre um atalho, daí eu e o Adriano seguimos a trilha e em determinado momento observamos uma placa indicando o atalho, achamos estranho o caminho do atalho apenas subir, mas tudo bem há momentos de subida e descida... qdo chegamos ao final do atalho a grande surpresa! Havíamos passado a entrada do atalho na ida e acabamos voltado todo o percurso Volta tudo de novo e segue pro Sítio do Tião. No caminho, já quase anoitecendo, numa estradinha de terra passa uma caminhonete em sentido contrário para a qual perguntamos se já estávamos próximos do sítio do Tião, daí o motorista responde dizendo q ele era o Tião, Uffaa..., disse q ia levar um casal até a entrada do parque pois a mulher do casal estava com bolhas e não conseguiria continuar a trilha... poucos quilômetros depois chegamos ao sítio... o Tião soh voltou bem mais tarde... 2° dia 27/08/16 - sábado Com certeza o melhor dia da trilha Logo após tomar café da manhã, subimos até o Pico do Gavião q fica do lado do Sítio Desmonta a barraca e trilha q segue. Esse segundo trecho da trilha eh o mais bonito, em meio à mata atlântica segue-se o caminho de "pé de moleque" feito pelos escravos para transportar o ouro de Minas até Parati. Como o tempo estava ensolarado e seco não tivemos problemas durante o percurso, mas acredito q em dias de chuva ou q tenha chovido alguns dias antes esse trecho seja BEM difícil de fazer pois as pedras devem ficar bastante escorregadias, logo eh bom ter um bastão de trilha ou um cajado nesses dias. Ao final da trilha de "pé de moleque" chegamos a um rio onde andando à sua margem em pouco tempo encontra-se um casebre abandonado onde deixamos nossas coisas e seguimos para a cachoeira do Veado. A trilha para esta cachoeira estava bem úmida apesar de não ter chovido. Voltamos para o casebre e montamos a barraca de camping, embora seja possível dormir no interior do casebre, onde inclusive há um fogão à lenha, no qual preparei o jantar: miojo à lenha 3° dia 28/08/18 - domingo O dia mais ROOTS! Bem perto do casebre há uma ponte nova para atravessar o rio e seguir a trilha do outro lado à direita da saída da ponte. Eh nesse trecho q se encontram os caminho do ouro q vêm de SJB e do Cunha. Apesar da água gelada, tanto no rio ao lado do casebre quanto no rio Mambucada foi possível tomar banho, pois não era insuportável. Como não contratamos transporte do final da trilha até o Campo da Gringa fizemos esse percurso a pé, ou seja, haja "sola de sapato" e paciência pq nunca chega. Pior parte! Mas dá pra vez ou outra se refrescar no rio. Chegando na Gringa tem ônibus pra Parati ou pra Angra. O Adriano seguiu pra Parati pra voltar pra SP e depois Goiânia e eu segui pra Angra com destino a Ilha Grande, mas essa eh outra história, pois quero voltar e fazer a volta à Ilha. Dicas Importantes: 1- Vá com calçados adequados, de preferência bota de trekking e meias q não absorvam umidade. 2- Para comer levei queijo, salame, miojo, chocolate, frutas secas e pão q compramos na padaria em Guaratinguetá. 3- Uma garrafinha de água de 500ml eh suficiente, pois há água em todo o percurso, levei um cantil de 600ml. 4- Protetor solar, principalmente, para o 1° e 3° dias. 5- A trilha é bem marcada, difícil de se perder.
  3. Organizei essa travessia um mês antes de pegar a estrada definitiva que me conduzia para mais uma aventura. Como normalmente sou um viajante solitário, nada me prendia, como o tempo, clima, calendário em fim nada mesmo, só eu e minha mochila.Sabia que ia ser uma travessia árdua e cansativa, porem minha curiosidade pelo desconhecido foi maior que meu medo. Bem, minha longa caminhada começou em uma cidadezinha pitoresca e histórica chamada São José do Barreiro. Cheguei bem tarde, ás 8:00 da noite, pois fiquei esperando o ônibus em Guaratinguetá por longas horas na rodoviária. Chegando em São José do Barreiro, logo fui procurar uma pousada para descanar. Fiquei no da dona Maria, por um preço camarada, tomei um longo banho e sai para comer algo e explorar a cidade a noite. Somente três bares estavam abertos beirando a praça central e que também eram o ponto de encontro do pessoal. Percebi que todos se conheciam, e que eu era o forasteiro na cidade. Sentei, pedi uma cerveja e alguns petiscos para comer e lá fiquei por algumas horas observando aquelas pessoas e do que elas falavam. Paguei a conta e sai para andar um pouco pela cidade, lógico acompanhado sempre pela minha inseparável câmera. Passei pela praça, onde haviam várias pessoas por lá, algumas fantasiadas de festa junina e outras com roupas pesadas de inverno e eu de bermudão e camiseta perambulando pela praça. Eu acho que era o único turista daquele dia. Sobe ladeira e desce ladeira dei de cara com o histórico cemitério dos escravos em uma ruela sem saída. Dei uma volta ao redor do muro e encontrei uma passagem perfeita para explorar aquele lugar ás 11:30 da noite. Pulei o muro e dei de cara com um túmulo meio aberto, onde quase caí dentro dele. Bem tirando o susto, adentrei no cemitério para fazer uma matéria. Com uma lanterna na mão e a câmera em outra comecei minha excursão por lá. E um verdadeiro cenário de terror.Voltei para a pousada umas 2:00 h da manhã, sendo que pretendia sair bem cedo, mas só pretendia, pois acordei ás 10:00 h.Pulei da cama, reorganizei minha mochila e deixei a pousada ás pressas. Tomei um rápido café em um bar e parti para a empreitada. A minha intenção logo de início era subir a serra á pé, que até o parque são 27 km de subida, e muita subida. No começo é tudo flores, mas depois de duas horas em uma subida que não tem fim, seu corpo começa a reclamar e cada placa de quilometragem te avisa o quanto ainda tem que andar. A música fazia me esquecer um pouco do cansaço e a beleza da serra me extasiava de prazer e felicidade e uma paz que invade a alma. Em cada curva um cenário diferente. Já eram 4:00 h da tarde, precisava parar, escançar, na verdade repousar. Meu corpo já estava esgotado e no Km 6 estava louco procurando um lugar para montar acampamento, o que era difícil. Em uma região onde havia morro e algumas fazendas cercadas, eu tinha que procurar muito.Quando estava descendo a estrada, bem do alto, pude visualizar a região e encontrar um possível lugar para acampar, foi quando eu vi uma área plana em cima de um barranco. Mas ainda tinha que chegar lá e trinta minutos depois me deparei com esse barranco, que tinha uns dois metros de altura e ficava bem em uma curva. Soltei a mochila e circulei o barranco para encontrar alguma parte mais baixa. Nada feito, mas tinha uma árvore em cima e algumas raízes que me ajudaram a subir. Amarrei uma corda na mochila e lá de cima puxei, já quase sem forças. Quando eu olhei para esse plano, percebi que na verdade era um pasto, um imenso pasto. Não tinha gado, mas sua marca estava em quase todo lugar. Procurei um lugar mais limpo e realmente consegui montar a barraca e cair dentro, onde dormi até ás 10:00, com um frio de congelar e com uma chuva fina que não dava trégua. Fiz a minha janta e tomei um copo de vinho tinto e voltei a dormir até ás duas da manhã, quando um mugido alto veio me acordar. Eu pensei: isso são horas de vacas pastarem e eu lá bem no meio do quintal delas. Levantei, peguei minha lanterna e sai para fora da barraca para ver onde elas estavam. Nada vi, e o som abafado não parava nunca e nada de vacas, bois e nem bezerros.Entrei na barraca e consegui dormir. Ás 6:00 h levantei no meio da forte neblina e um frio cortante, comecei desmontar acampamento para prosseguir e quando estava tudo pronto dei uma última olhada no lugar e descobri de onde estava vindo aquele som de vacas.Em uma fazendinha bem distante onde eu estava, lá estavam elas, berrando feito doidas.Serra da Bocaina Quando cheguei no Km 7 encontrei minha companheira de trilha, parece que ela estava lá me esperando. Parei para descansar, abri um pacote de bolacha e ela acanhada me olhando devorar aqueles biscoitos. Ofereci alguns para ela, que não fez cerimônia alguma, até que finalmente terminamos aquele pacote, mas eu precisava prosseguir minha jornada. Peguei minha mochila e segui.Essa cadela me acompanhou até o Km 25 Não estava nem na metade do caminho e já estava precisando descansar mais uma vez. Quando o trajeto é longo e em subida ingrime, sua velocidade é lenta, e com uma mochila pesada, se torna mais árduo e cansativo. Tive que fazer mais um pernoite na estrada. Desta vez peguei um terreno acidentado, mas era o que tinha e lá montei mais uma vez a barraca e dormi no Km 18. Ao amanhecer me senti mais disposto, eu já estava bem no alto da serra, mas tinha mais subida pela frente, até o Km 25, depois é suave até a entrada do parque. A subida continua, e a vontade de chegar lá, aumentava em cada passo. Cada quilômetro percorrido já era uma vitória, uma conquista. Mas o prazer de estar lá, lá em cima era imenso. Todo meu esforço foi compensado. Porque fazer o trajeto do modo mais fácil, alugar um carro e subir aquela imensa serra, deixando tudo passar pelo retrovisor ou apenas sentir o vento frio entrando pela janela, se pode sentir isso e muito mais subindo em companhia dela, da natureza. E assim fui eu caminhando no meio do nada, ou melhor de tudo, tudo que é belo e magnífico, que com certeza jamais esquecerei, e lógico, voltarei a passar pelo mesmo caminho, onde que do cansaço e exaustão extraiu minha perseverança e coragem de prosseguir o meu caminho no parque, que irei atravessar. 27 Km a menos. Agora eu prossigo o caminho do ouro até o final da trilha. Será o próximo relato de um caminhante solitário.
  4. Dificuldade: Difícil - Categoria 2 Distância: 48 km Altitude Máxima:1.514 m Circular: Não Como chegar São José do Barreiro esta localizada aos pés da Serra da Bocaina, estando a 273 km de São Paulo e 214 km do Rio de Janeiro, São José do Barreiro está ligado à Rodovia Dutra pela Estrada dos Tropeiros que, agora reformada, oferece um acesso fácil e seguro aos visitantes. Como essa não é uma trilha circular, a não ser que vá até a cidade com mais alguém no carro que possa leva-lo embora o ideal é ir de ônibus. Existe um ônibus por semana saindo de São Paulo para São José do Barreiro, o melhor lugar para pegar um ônibus para a cidade é partindo de Guarantigueta/SP que possui mais horários de ônibus, a operadora de Ônibus é a Pássaro Marrom. A estrada que vai até a entrada do parque esta sendo toda reformada, já sendo possível um carro de passeio subir quase até a portaria do parque, caso não queira arriscar com seu próprio carro existem pessoas na cidade que fazem esse trajeto, alguns contatos são: Elieser: (12) 3117-2123 Reginaldo: (12) 99747-9651 Roger: (12) 3117-2050 O Elieser oferece o serviço de levar o seu carro até a cidade de Mambucaba para que você já siga viajem de lá, o Reginaldo faz o resgate no próprio carro também na cidade de Mambucaba. A logística para essa trilha não é das mais simples, vale a pena ligar para alguém da cidade antes de ir e também já combinar um resgate na saída da trilha para não ficar na mão. Planejamento É muito importante fazer um belo planejamento antes de iniciar essas travessia, isso pode reduzir o peso que vai carregar e seus joelhos e suas pernas vão agradecer no último dia. A travessia pode ser feita de 2 a 4 dias, considero 3 dias o ideal para aproveitar bem. É possível pernoitar em pousadas ou acampar em alguns lugares no próprio parque, abaixo algumas distancias para uma decisão de onde ira acampar. Portaria -- 8km --> Cachoeira das Posses -- 22km --> Cachoeira do Veado -- 18km --> Fim Portaria -- 18km --> Pousada Barreirinha -- 12km --> Cachoeira do Veado -- 18km --> Fim A Trilha A trilha é parte da história do Brasil, foi construída pelos escravos entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas dos índios Guaianazes, ponto de passagem obrigatório, nos séculos XVII e XVIII, o caminho ligava Minas Gerais a Rio de Janeiro e São Paulo. No chamado "Ciclo do Ouro". Antes de tudo é preciso de uma autorização para entrar no Parque, para isso envie um e-mail para pnsb.rj@icmbio.gov.br solicitando tal autorização. Fizemos essa travessia pela primeira vez em fevereiro de 2012 e decidimos refazer ela agora com mais conhecimento, equipamentos e claro preparo físico, nessa segunda travessia acabamos pegamos uma bela chuva no segundo dia, por esse motivo mesclei as fotos da postagem com a primeira travessia afim de ilustrar melhor como é a trilha. Quem me acompanhou nessa trilha foram meu pai Mario, meu irmão Mateus e meu cunhado Luan, sendo que essa seria a primeira trilha da vida do meu irmão. Fizemos ela nos dias 15,16 e 17 de novembro. Nosso trajeto foi sair de Guaratinguetá no ônibus das 7h até São José do Barreiro e já havíamos combinado com o Reginaldo para nos levar até a entrada do parque, chegamos na cidade por volta das 9:30h e já começamos a subida com o Reginaldo, chegando na entrada do parque por volta das 11h. Durante a subida existem vários trechos que formam mirantes belíssimos, vale a pena pedir para dar uma paradinha rápida. Nosso planejamento era acampar o primeiro dia na cachoeira das Posses e o segundo dia na Cachoeira do Veado, dessa forma o primeiro dia é o mais tranquilo, partindo da portaria com 1,5km de caminhada se chega na Cachoeira Santo Izidro, ela fica a esquerda da trilha e é uma bela descida até chegar na base da cachoeira, dependo do preparo físico considere "esconder" as mochilas próximo da trilha e pega-las na volta. Voltando para a trilha, andando cerca de 1,5 km existe um atalho que reduz a trilha em 1,3 km, caso opte em não usar o atalho some essa distancia nos valores descritos acima. Bom considerando que você pegou o atalho, da cachoeira Santo Izidro até a cachoeira das Posses são cerca de 6,5 km em um caminho relativamente tranquilo. A Cachoeira das Posses fica do lado esquerdo da trilha, quando começar a ver as araucárias é porque esta bem próximo da entrada. Logo no começo da trilha em direção a cachoeira existe uma casa abandonada no lado direito, é um opção de acampamento fechado. Um pouco mais a frente existe uma boa área de camping para 4 ou 5 barracas. Atras dessa área existe mais uma casa abandonada, nós acampamos dentro dessa casa, na "cozinha" da casa existe espaço para 3 barracas, as paredes laterais caíram mas mesmo assim é uma boa proteção do vento e existe um fogão a lenha que pode ser utilizado para cozinhar ou apenas para fazer uma "fogueira" para esquentar a noite. Como dito o primeiro dia é o mais tranquilo, então caminhando bem você terá bastante tempo para curtir a Cachoeira das Posses, ao lado da casa e da área de camping existe uma trilha com uma placa indicando o caminho da cachoeira, cerca de 200 m a frente existe a primeira queda, nada muito grande, continue descendo a trilha por mais cerca de 600 m até a base da cachoeira. Para quem assim como nós decidiu não acampar na pousada Barreirinha, o segundo dia é o mais cansativo e longo, são 22 km até a cachoeira do Veado, sendo boa parte sem árvores e com algumas subidas pesadas se levar em consideração que estamos com peso nas costas. Acordamos cedo e demos uma última passada na primeira queda da cachoeira das Posses para "tomar banho" e saímos que a caminhada seria longa. Os primeiros 4 km são tranquilos, ainda estão protegidos pelas árvores e com poucas subidas e ainda com pontos de água no caminho. Depois disso começa o caminho por estrada de terra, sem árvores e com algumas subidas e descidas bem cansativas, caminhando em torno de 6 km encontrasse a Pousada Barreirinha, é um bom lugar para trocar a água e até mesmo para comer ou beber alguma coisa, de qualquer forma, corte caminho pela pousada que vai desviar de uma bela subida ingrime e curta. Saindo da pousada ainda faltam 12 km até a cachoeira do Veado, cerca de 8 km do percurso continua sem árvores e em estrada da terra, nesse percurso 2 km depois de passar por um pasto com uma pousada ao lado tem uma subida bem pesada, é praticamente o último trecho em estrada de terra, ou pelo menos estrada que aparenta ter condições de passagem de carro. Após essa subida já começa um pouco mais de vegetação com alguns pontos de bastante árvores e já alguns trechos com o calçamento real, desse trecho até a cachoeira do Veado faltam pouco mais de 5 km, quase chegando na fazenda central existe um rio com um pinguela para atravessar, considere um bom ponto para trocar de água novamente caso necessário. Desse ponto para frente falta pouco até a cachoeira, na primeira vez que fizemos a trilha acabamos chegando tarde nesse ponto e decidimos acampar ao lado da fazenda central por já estar escurecendo e existe uma boa área de camping ao lado de um lago. Passando a fazenda central falta bem pouco, porém, começam algumas descidas e o terreno é bem ruim, ainda mais se estiver chovendo(ou muito molhado), mesmo sendo um trecho relativamente curto leva uns 30 minutos para atravessar. Assim que terminar a descida, do lado esquerda existe uma "gaiola" para atravessar o rio, se trata de uma caixa de metal suspensa em um cabo de aço para fazer a travessia, do outro lado do rio existe uma pousada com área para camping, essa é uma parte bem divertida da trilha. Continuando a trilha sem pegar a gaiola é o caminho até a cachoeira do Veado e após um pequeno pasto já começam as áreas de camping próximo da cachoeira, nós decidimos acampar logo após o pasto. O ideal é acelerar a caminhada dos 22 km desde a Cachoeira das Posses para aproveitar a Cachoeira do Veado ainda no segundo dia e no terceiro dia já pegar a trilha logo cedo. A Cachoeira do Veado é a mais bonita da travessia, com duas quedas, totalizando 80m de altura, o acesso a última queda é bem tranquilo, já para chegar a segunda queda já é mais complicado. O terceiro dia são 18 km até a ponte de arame onde geralmente é feito o resgate, para continuar é necessário atravessar a gaiola e passar por traz da pousada para continuar a trilha. Cachoeiras a parte, o terceiro dia da trilha é o mais bonito pois é quase por completo dentro da mata e com o calçamento real, existem vários trechos de subidas e descidas pelo calçamento, as pedras estão muito lisas e com chuva o caminho se torna ainda mais difícil. Durante a descida existem vários pontos com água, não precisa descer carregado de água pois é muito fácil encontrar no meio do caminho. Em alguns trechos as pedras do calçamento já se soltaram e em períodos de chuva viram um barro só, por isso todo cuidado na descida é pouco. Faltando quase 4 km para o fim da trilha é necessário atravessar o rio Mambucaba, a ponte que corta o rio esta caindo, nas duas vezes que fizemos a trilha não tivemos coragem de atravessar a ponte, mas alguns grupos assim o fizeram, como no trecho onde a trilha encontra o rio ele esta mais raso é preferível cruzar pelo rio mesmo. Atravessando o rio, falta pouco, mais 4 km e é o fim da trilha, a trilha termina em uma estrada de terra e do lado direito tem a ponte que também cruza o rio Mambucaba, ela é conhecida como ponte de arame, existem algumas casas nessa estrada próximo da ponte, se você não deixou um resgate combinado existe a possibilidade de bater em alguma casa e com sorte achar alguém que te leve até a rodovia ou ir caminhando cerca de 20 km até a Rodovia Rio x Santos. Essa é uma trilha muito bonita e ainda tem o charme de ser parte da história do Brasil, com um bom preparo físico e Fé no Pé é um belo programa.
  5. Ola pessoal. Fiz essas 2 travessias: da Serra da Bocaina (Trilha do Ouro) e Ponta da Joatinga/Paraty, uma seguida da outra, no dia 04/07/2003 terminando no dia 11/07. A Travessia da Serra da Bocaina é muito conhecida pelo nome de Trilha do Ouro e se inicia em São José do Barreiro/SP e termina no bairro de Mambucaba em Angra dos Reis/RJ. Normalmente se faz essa travessia em 3 dias, mas como eu tinha intenção de conhecer o Pico do Tira Chapeú, resolvi emendar uma caminhada na outra. Fiz primeiramente a caminhada até o topo do Pico do Tira Chapéu e depois segui para a travessia do PN da Serra da Bocaina. Fotos e croquis da Travessia da Serra da Bocaina: Fotos e um croqui com a trilha plotada da Travessia da Ponta da Joatinga: Minha pretensão inicialmente era somente fazer a travessia da Serra da Bocaina (Trilha do Ouro), mas como o Pico do Tira Chapéu ficava próximo da portaria do PN, resolvi emendar uma caminhada com a outra. Seriam 4 dias de caminhada exaustiva, mas as belas paisagens da Bocaina compensariam o esforço. Peguei algumas dicas na net sobre a Trilha do Ouro, mas não me preocupei muito porque todas falavam que essa travessia é bem tranquila e sem receio de se perder. Enviei a solicitação de autorização (obrigatória) ao PN para iniciar a travessia no dia 06 de Julho e depois liguei confirmando se tinham recebido. Tudo ok. Um problema de se chegar na cidade de S. José do Barreiro (onde se inicia essa travessia) é a escassez de ônibus. Saindo de SP somente a empresa Pássaro Marrom faz esse itinerário, mas não é todo dia que ela faz esse percurso, por isso a melhor alternativa é seguir de SP até Guaratinguetá e de lá até S. José do Barreiro. E com isso só fui chegar na cidade no início da tarde do dia 04 de Julho (Sexta-feira). Quanto a hospedagem, já tinha uma indicação da Pousada da D. Maria que fica ao lado Igreja Matriz e segui para lá. É uma pousada simples e pequena, mas perfeita para passar a noite. Depois de acomodado no quarto, saí para procurar algum transporte até o alto da Bocaina e comer alguma coisa. Fiquei sabendo que sempre tem algum veículo que sai ao lado da Igreja, mas são bem caros. O ideal é para um grupo de 10 pessoas, mas eu estava sozinho naquele dia. Há uma pessoa chamada Zé Pescocinho que é um dos mais baratos para levar até o alto da serra e recomendado por muita gente que já tinha feito essa caminhada. Depois de me informar com a D. Maria onde fica a casa dele, fui até lá. O carro que ele tem é um Fusca, mas fui informado por ele que só tinha eu para subir a serra, então ficaria muito caro. E com isso não me restou alternativa senão subir até o alto da serra na caminhada mesmo. Procurei acordar bem cedo no naquela manhã de Sábado (05 de Julho) e saí de S.J Barreiro por volta das 07:00 hrs na caminhada até o Pico do Tira Chapéu (2.088 mts) onde iria acampar. A subida da serra é longa e exaustiva. Depois de umas 3 horas de caminhada começam a aparecer as primeiras bicas de água e o visual começa a ficar legal depois de + - 4 horas, quando toda a Serra da Mantiqueira com Pico do Marins, Serra Fina e Itatiaia aparece. Dá p/ se ver todo o perfil da Mantiqueira. Todos os carros que passavam por mim nem procuravam me notar, para não dar carona, é claro. Um deles até tinha 2 montanhistas com mochilas na carroceria, confirmando que eles também iam fazer a travessia. Lá pelas 14:00 hrs e depois de pouco mais de 20 Km, a estrada chega ao topo da serra e depois é só descida. Mais uns 4 Km do alto da serra e passei ao lado da Fazenda Recanto da Floresta (que pertence a Agência MW Trekking) e da Pousada Conde D´Eu. Logo a frente tem a placa de Fazenda Sincerro e Fazenda Pinheirinho à direita e foi aqui que eu saí da estrada principal e segui na direção da Fazenda. Até a sede da Fazenda Pinheirinho foram pouco mais de 3 Km, onde eu peguei uns 2 litros de água, porque no topo do Pico do Tira Chapéu não tem. Ao passar pela sede ainda caminhei cerca de 1,5 Km pela estrada até a divisa da propriedade, marcada por uma cerca de arame e uma porteira. Cerca de 100 mts antes de chegar nessa porteira se inicia a trilha, à esquerda, que é uma íngreme subida em direção ao pico. Resolvi apertar o passo porque o Sol já estava se pondo e precisava chegar em algum local plano para montar a barraca, pois já tinha caminhado cerca de 10 horas ininterruptas. Nessa primeira subida parei várias, como se o corpo estivesse mandando um aviso de que era preciso parar e montar a barraca por ali mesmo. E foi o que fiz quando a trilha se nivelou e seguia rente a cerca. O pico estava bem visível ao sul e era fácil localizá-lo. Montei a barraca em um local plano, junto à cerca, a mais ou menos 1 hora do topo do Tira Chapéu (como era área de descampado, durante a noite ventou muito). No manhã de Domingo bem ao amanhecer deixei as coisas dentro da barraca e subi até o pico. Foi só seguir a cerca de arame, já que ela passa pelo topo do pico, que na verdade não chega a ser um pico. É um morro, onde 3 cercas de arame farpado se encontram. Segundo o IBGE sua altitude é de 2088 mts. No local existe uma Cruz e uma placa com uma oração e daqui dá para se ver toda a baía de Paraty, Pico do Frade, vales da Serra da Bocaina; em resumo, até onde a vista alcança. Voltei e desmontei a barraca e segui em direção a Portaria do PN. O retorno até que foi rápido e cheguei na portaria por volta das 11:00 hrs. Assinei a autorização que tinha enviado 1 semana antes e segui em direção a travessia (isso é obrigatório, pois sem essa autorização não se consegue fazer a travessia). Junto à guarita encontrei um casal de adolescentes alemães que estavam entrando no PN para fazerem a travessia e com isso seguimos juntos a maior parte do tempo. Logo depois da guarita, seguimos pela estrada e logo à frente já chegamos numa bifurcação à direita que sai da estrada e viramos aqui. Pouco menos de 1 hora de caminhada desde a Portaria chegamos na Cachoeira do Santo Izidro à esquerda, que possui um belo poço na base, mas nem ficamos muito tempo. Voltamos para a estrada e com a maior parte de trecho no plano, seguimos caminhando com uma ou outra subida ou descida. Depois de umas 2 horas de caminhada chegamos no acesso à Cachoeira das Posses, que está do lado esquerdo, mas antes de chegar nela, passamos ao lado das ruínas de uma antiga Fazenda. O lugar pode ser uma boa opção para acampar, se alguém estiver passando por aqui no final de tarde. Pegue água nessas cachoeiras ou em alguma nascente que você cruzar, porque depois só no Camping e Pousada Barreirinha que está bem distante. Depois de umas 3 horas desde a Portaria, a estrada inicia uma subida íngreme até chegarmos a uma outra bifurcação. Nesse local existe uma placa apontando Pousada Vale dos Veados à direita e Trilha do Ouro à esquerda. A partir daqui a paisagem vai se abrindo e a caminhada é feita por um pequeno trecho no plano para depois iniciar a longa descida até a Pousada/Camping Barreirinha. E parecia que a descida não acabava mais. Começou a anoitecer e nada de pousada para passarmos a noite. Encontramos uma placa da Pousada indicando a 3 Km (mas pareciam que eram 6 Km). Ela fica em um fundo de vale com a estrada passando do lado direito. Quem nos recepcionou foi o Sr. Sebastião e o lugar é perfeito para o primeiro pernoite dentro do PN, mas se você estiver passando muito cedo por aqui é possível chegar até a Pousada da D. Palmira, cerca de 1 hora à frente. Chegamos na Barreirinha já durante a noite e já fomos montar nossas barracas no gramado (no local existem alguns quartos da pousada). Combinamos que iriamos jantar no lugar, já que estávamos bastante cansados para preparar a comida e logo depois do delicioso jantar fomos dormir. No dia seguinte subimos o Pico do Gavião (subida ao lado da pousada, dá para fazer em uns 45 minutos) e lá do topo é possível ver o litoral e toda a região em volta. No local existe uma placa apontando altitude de 1600 metros. Depois de alguns clics, iniciamos a descida rapidamente e com as barracas desmontadas e mochilas nas costas, retomamos a caminhada por volta das 09:00 hrs. Depois de uns 30 minutos de estrada tem uma bifurcação que muitos se confundem e pegam o caminho errado. A estrada principal parece seguir para a esquerda, mas a o caminho correto é virar na bifurcação da direita. Dali para frente a estrada passa ao lado da Pousada da D. Palmira e de algumas sedes de fazenda. Esse trecho é desgastante demais, porque é um tal de sobe morro/desce morro, mas a estrada é bem nítida e já vai tendo ares de trilha em alguns lugares. Água não é problema, pois cruzamos com inúmeros riachos pelo caminho. O que chama a atenção aqui é que o calçamento de pedras construído pelos escravos a cerca de 300 anos atrás. Ele não está em todo o percurso, mas em vários trechos ele está preservado. Só é preciso tomar cuidado com o limo que se forma nas pedras, pois os tombos e escorregões são comuns. Depois de um trecho final de descida, chegamos no gramado, ao lado do Rio Mambucaba as 16:00 hrs. Ali me separei do casal e eles ficaram ao lado da Cachoeira do Veado em camping selvagem e eu na área de Camping da Pousada do Zé Candido e D. Vera, do outro lado do Rio Mambucaba, onde se atravessa por uma pequena gaiola de metal. Junto do Rio Mambucaba existe uma enorme área gramada e perfeita para quem quiser ficar em camping selvagem ao lado do rio e continuando a trilha, próxima ao Mambucaba, chegará na pinguela sobre o Ribeirão do Veado uns 10 minutos depois. Aqui uma outra bifurcação e seguindo em frente vai sair em uma outra Trilha do Ouro, mas essa conhecida como Trilha do Rio Guaripu que vai terminar em um bairro do município de Cunha. Se quiser chegar na Cachoeira do Veado é só seguir na trilha à direita, logo que atravessar a pinguela. A cachoeira é enorme e com 2 quedas que somam mais de 200 mts de altura e que vale o esforço para chegar até aqui. Depois de vários clics voltei ao camping. Acordei cedo na manhã de Segunda-feira (07 de Julho) e com barraca desmontada e mochila nas costas voltei para o outro lado do Rio pela gaiola de metal. Depois de passar o enorme descampado atravessei novamente o Rio Mambucaba na pinguela, seguindo agora pelo lado esquerdo dele por encosta bem inclinada. Preste atenção porque desse trecho se tem um belo visual da Cachoeira do Veado e daqui para frente é trilha em mata fechada e só descida por umas 4 horas até o final dela. Nesse trecho da travessia o calçamento de pedras é bem visível e está presente em boa parte dela, por isso cuidado com os tombos. Quando chegar no final da trilha, na estrada de terra tente conseguir um transporte até o bairro do Perequê, porque é um longo trecho de uns 13 Km até a Rodovia, passando ainda por uns 2 rios pelo caminho. Eu não consegui nenhuma carona, então tive que ir na caminhada mesmo e fui chegar no ponto de ônibus em Perequê por volta das 14:30 hrs e ônibus para Paraty só as 15:40 hrs, onde cheguei por volta das 17:00 hrs e como pretendia fazer a travessia da Ponta da Joatinga no dia seguinte, já fui atrás de uma pousada próxima do centro histórico (Pousada Marendaz) para tomar um banho e sair para comer alguma coisa. A localização da Pousada é perfeita e seus preços são relativamente bons e como era uma Segunda-feira (07 de Julho) nem fui com reserva, pois sabia que a cidade estava vazia. Depois de uma noite tranquila levantei bem cedo no dia seguinte (Terça-feira), tomei o café da manhã na pousada e sai em direção ao cais de Paraty para procurar algum barco em direção a Praia do Pouso por volta das 09:00 hrs. Sempre é possível encontrar algum pequeno saindo do cais ou retornando para a Praia do Pouso e eu consegui um, que dividi com mais 4 adolescentes surfistas que estavam indo para a Praia Martim de Sá. Como o barco era pequeno, ele demorou um pouco mais e só fomos chegar lá por volta das 14:00 hrs. Depois de chegar na areia da praia com a ajuda de uma pequena canoa, agora era procurar a trilha que nos levasse morro acima até o selado e de lá descer para a Praia Martim de Sá. A trilha se inicia logo atrás do orelhão, seguindo para esquerda e se tiver dúvidas é só perguntar para os moradores que qualquer um pode indicar. A subida é íngreme e exaustiva e depois de chegar no selado e passar pela bifurcação para a Praia da Sumaca (ou Praia da Joatinga) iniciamos a descida até Martim de Sá, onde chegamos por volta das 16:00 hs. O único morador aqui é Sr Maneco e sua família, que recentemente ganhou a posse definitiva do lugar. Ele disponibiliza uma área de camping com banheiros e uma pequena cozinha com pias. A praia é muito bonita, ondas fortes e boa para surf. Depois de uma noite tranquila no camping, acordei bem de manhãzinha naquela Quarta-feira (09 de Julho) e fui acertar com o Sr. Maneco o valor do camping e saí em direção à Praia de Ponta Negra, meu objetivo naquele dia. A trilha sai bem ao lado da casa, na direção oeste. Na dúvida é só perguntar ao Seu Maneco que vai te dar algumas orientações bem úteis, mas a trilha é bem nítida e fácil. Existe uma bifurcação para um Poção e para o Pico do Cairuçú à direita, depois de uns 30 minutos, mas é uma trilha usada somente para quem vai até o Poço. O Saco das Anchovas vai aparecer logo à frente com várias casas de pescadores ao lado do costão. Aqui é possível seguir pela trilha bem acima das casas ou descer e passar ao lado delas. Mais alguns minutos à frente e outra bifurcação, sendo que esta leva até a Praia do Cairuçú, onde existe uma casa e uma nascente ao lado. É uma praia muito pequena e quase deserta e ótima opção para passar algumas horas descansando. Seguindo pela trilha principal, mais a frente passei ao lado da casa do Sr. Aplígio à esquerda e uns 50 mts depois tem um riacho onde encontrei algumas mulheres lavando roupas. Depois desse riacho tem ainda uma outra casa à direita e logo a trilha se divide em 2: uma que segue para esquerda, próxima ao costão, mas a trilha certa é a da direita. Mais alguns minutos de caminhada e chego novamente em uma bifurcação em "T", onde é só seguir para esquerda e daqui para frente é plano até iniciar a longa subida, com alguns trechos bem íngremes cruzando inúmeros riachos (junto a bifurcação existia uma placa fixada em uma árvore indicando PONTA NEGRA para esquerda, mas parece que recentemente retiraram ela). Esse é o pior trecho, já que a subida parece nunca terminar. A caminhada é muito cansativa por dentro da mata fechada e no meu altímetro o topo chegou a + - 560 mts. Pouco minutos antes de chegar lá existe uma Gruta chamada Toca da Onça que pode ser uma boa opção em uma emergência. Depois de um pequeno trecho no plano, agora é descida muito íngreme, onde é recomendável ir se segurando nas raízes e galhos senão é tombo na certa. Cheguei na Praia de Ponta Negra as 16:00 hrs com uma pequena chuva. Aqui existem 3 campings e escolhi o quintal da casa da D. Dilma, junto da escada de acesso à praia. O lugar era bom porque tinha a proteção de um bambuzal bem ao lado e a praia estava bem próxima. Depois de montada a barraca, desci até praia e encontrei inúmeras crianças que jogavam futebol na areia. Entrar na água era um pouco perigoso porque as ondas eram fortes, devido ao tempo chuvoso. Só fiquei mesmo observando o pessoal jogando futebol. Depois de alguns clics voltei para a barraca e fiquei descansando até o anoitecer, quando fui preparar meu jantar. Durante a noite choveu para caramba e de manhãzinha ainda tinha aquela garoa e o vento frio. Fiquei na dúvida se continuava dentro da barraca ou continuava a caminhada. Ficar no camping com aquele garoa era perda de tempo. Não poderia ficar esperando o tempo melhorar, né. Continuei a travessia com garoa mesmo. A continuação da trilha está bem a oeste da praia e seu acesso é bem fácil. Depois de alguns minutos já fui chegar na Praia das Galhetas (muita pedra e sem areia, mas inúmeros poções em um rio que deságua na praia). Nesse trecho é preciso tomar muito cuidado porque a trilha cruza o rio pelas pedras. Deixando o rio para trás, a trilha vai subindo um pequeno morro para depois descer tudo. Nesse trecho se encontra com uma bifurcação junto a um pequeno riacho que leva até a Praia dos Antiguinhos, que é deserta. Mais alguns minutos e chego na praia mais bonita dessa travessia: a dos Antigos. O local conta com 3 nascentes e é proibido para camping. Existe até uma placa no local alertando sobre isso. Nessa praia fiquei por um bom tempo apreciando a vista (é por essas coisas que vale toda essa caminhada). Mais um trecho de subida de morro e chego na Praia do Sono, que é a última dessa travessia e a preferida de muitos mochileiros. O visual que se tem antes de descer até a praia é lindo e mereceu vários clics. O problema é que a chuva deixou a trilha escorregadia e com isso tive que descer bem devagar para não cair. Próximo da areia, encontrei muito barzinho com algumas barracas e mais para dentro existem outros inúmeros campings. Depois de chegar no final da praia, parei um certo tempo aqui e fiquei só observando a minha última praia dessa caminhada, pensando em voltar algum dia com tempo bom. A continuação da trilha é no final da praia, mas agora a caminhada é quase toda ela feita por uma antiga estrada de terra com um pequeno trecho inicial por trilha íngreme. Do Sono até o ponto de ônibus na Vila Oratório foram umas 2 horas de caminhada, onde cheguei por volta das 13:00 hrs e lá esperei o circular para Paraty. Ainda deu tempo de comprar a passagem de volta para Sampa naquele dia 10 (Quinta-feira) no ônibus das 16:30 hrs, onde dormi a maior parte da viagem. Abcs
  6. A Trilha do Ouro - Primeiro Dia Primeiro de tudo é necessária uma autorização do Parque Nacional da Serra da Bocaína ( http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/inicio ) Se programe. Nós decidimos fazer em 3 dias, começando no sabado pela manhã e terminando na segunda feira de carnaval. Autorização reservada e passagens compradas (Pássaro Marrom), marcamos como ponto de encontro a rodoviária do Tiete em SP, ultimo ônibus sentido Guaratinguetá, 23:40. Véspera de Carnaval, todos sabem como funciona, houve atraso e saímos de São Paulo às 01:40. Não pegamos transito na estrada, chegamos ao destino, perto das 4h. O outro ônibus de Guaratingueta para São José do Barreiro, só as 7h. Esticamos nossos isolantes e dormimos no chão da rodoviária junto com um grupo de ciclistas que iam fazer a Estrada Parati-Cunha. Acordamos as 6:30 e tomamos um cafe reforçado na própria rodoviária. Depois de três horas chegamos a SJB. O Bruno tinha acabado de levar um grupo ate a portaria do parque. Bruno é o nosso amigo que agora tem um jipe e faz translados e resgates na região. contato: https://www.facebook.com/rotadaaventura A hora passava e resolvemos almoçar, como prevíamos, Bruno chegou. Ele foi adiantando a papelada com o parque. Depois de acomodar as mochilas no bagageiro do jipe, partimos. Passamos pela portaria e começamos a trilha por volta das 13:20. Como houve o imprevisto com o horário achamos melhor o Bruno levar nossas mochilas até a Barreirinha, nosso acampamento no primeiro dia (12 3117-2205) A trilha começa bem batida após a portaria, logo um riozinho corta a trilha e voce atravessa por uma pequena ponte. Depois de 1,5km, voce chega na entrada da trilha (sinalizada) para a cachoeira de Santo Isidro. A Cachoeira tem 80m, um belo poço para mergulho e uma pequena prainha. Vale a pena começar a trilha bem cedo para poder curtir as cachoeiras. Depois de algumas fotos e mergulhos, voltamos para a trilha até retornar a estrada que vem da portaria. Andamos mais cerca de 8km na estrada bem batida, com mais declives do que subidas. Ah, caso queira cortar caminho, há uma placa sinalizando o atalho. Chegamos na entrada para a trilha que leva a cachoeira da Posse. A cachoeira tem cerca de 40m. Cachoeira da Posse Próximo a cachoeira havia umas construções abandonadas com duas pessoas acampadas. Não sei se pode acampar ali, é bom se informar na portaria. é um bom abrigo para chuva ou se começar a trilha bem tarde. Ao voltar para a trilha sentido a Barreirinha, o tempo começou a fechar. Não podemos avistar a bela vista da Serra. Apesar de ser uma subida, aceleramos os passos com medo da chuva apertar. Perto do km 12, há uma bifurcação com uma placa apontando para a Pousada Vale dos Veados, é só continuar no sentido que você vem e continuar a subida. Na parte alta da trilha, pegamos chuva e não tirei muitas fotos, como estava seguindo o mapa sem escalas, não sabia quanto faltava para a Barreirinha, ainda assim me lembro de uma pequena capela de madeira e uma cruz. Depois de um a dois km, chegamos na Pousada e camping da Barreirinha. Eram quase 20h. Montamos as barracas, o primeiro grupo que saiu as 9h da manhã já estava dormindo. Tomamos uma ducha, rolou o jantar, vinho e conversas sobre o dia seguinte. A noite estava estrelada e o dia seguinte prometia mais paisagens e aventura. Croqui trilha do ouro primeiro dia Croqui trilha do ouro primeiro/segundo dia Gastos Passagem SP > Guaratingueta: R$36,23 Passagem Guaratingueta > SJ do Barreiro R$21,53 Café da manhã em Guaratingueta: R$ 5,00 Almoço em SJB: R$ 18,00 (restaurante em frente a igreja, por kg) Tranporte Jipe de SJB > Barreirinha (Mochilas): R$ 25 Camping Barreirinha: R$10,00 Banho quente Barreirinha: R$ 10,00 Equipamentos: 3 camisetas dry 1 calça tactel 2 bermudas Fogareiro Guepardo + bujão nautika Barraca Nautika moonlite 3pessoas isolante inflável Headlamp Guepardo Meias quechua Bota Vento Titã Mochila Arcteryx 80l Saco de dormir micron lite Segunda pele Solo Capa Conjunto Panelas doite Repelente, protetor solar, remédios Camelback deuter Peso inicial em 23 kg (depois dividi a barraca e os mantimentos) KM total da portaria até Barreirinha: 18km Fotos da trilha: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151414908104812.507895.576754811&type=3 obs: croquis não tenho a fonte original, quem conhecer, favor avisar para dar os devidos créditos Mapas e tracklog em http://www.danbp.org/downloads/trilha_ouro_mapas.zip Recomendo levar um bastão de caminhada e calçados adequados para pegar muita lama
  7. Primeiro Dia - de São Paulo a São José do Barreiro Saímos de São Paulo, da rodoviária do Tietê, até Guaratinguetá com o ônibus da Pássaro Marrom (passagem aproximadamente R$ 44). Tem ônibus toda hora, mas aconselhamos comprar a passagem com um pouco de antecedência porque fomos comprar em cima da hora e pegamos os últimos lugares disponíveis. Calculamos para chegar em Guaratinguetá a tempo de pegar o último ônibus Guará-São José do Barreiro (o das 18h50, se não nos enganamos). A passagem custa R$ 23. Ao chegar em SJB ficamos andando pela cidade procurando um lugar legal para acampar, aproveitamos pra tomar um caldinho verde no rancho (em frente à Igreja Matriz), custou R$ 9, é grande, tava quente e delicioso, ideal pra aquele dia frio. Como tinhamos que pegar as autorizações para entrar no parque, decidimos acampar em frente ao ICMBIO (debaixo da placa mesmo). Só pra não criar problema, conversamos com o vigilante que fica lá à noite pra ver se podia, ele achou estranho mas disse que tudo bem. Conversando com ele, descobrimos que saia uma kombi escolar todo dia às 05h-05h30 e dava pra pegar carona com ela até a entrada do parque, assim aproveitariamos pra ir na cachoeira do Santo Isidoro até que as autorizações chegassem (só pra essa primeira cachoeira não precisa de autorização, é bem pertinho). Segundo Dia - de SJB até a Cachoeira das Posses Quando acordamos, descobrimos que a kombi não ia passar porque era o primeiro dia de férias. Como a gente tava na boca da estrada, com tudo arrumado, decidimos começar subir a pé por volta das 5h30. A subida toda é bem puxada, porque a cidade de SJB fica a 530m de altitude e a entrada do parque a 1500m, ou seja, 1000m de subida em 26 km. Em 3hrs de caminhada nenhum carro passou (era bem cedo ainda), mas a vista da estrada é bem bonita. Por volta dos 13,5km a gente parou pra descansar e por muita sorte, passou um carro de uma família que estava indo pra entrada do parque pra fazer a trilha também. Chama atenção o número reduzido de pessoas que encontramos na trilha (cerca de 10 no total), apesar de julho ser "alta temporada"por causa do menor volume de chuvas. Ao chegar no parque, nossas autorizações ainda não estavam lá, mas o guarda liberou a nossa entrada porque tinhamos uma cópia do e-mail que enviamos ao ICMBIO (o envio deve ser feito com antecedência de uma semana). Na entrada do parque não há nenhum mapa passa ser levado, então aconselhamos levar um croqui (nós imprimimos em casa os do relato do Raffa (trilha-do-ouro-parque-nacional-da-bocaina-t79101.html). A trilha é bem aberta nesse primeiro trecho, caminhamos até a cachoeira do Santo Isidoro, parada obrigatória pra apreciar uma bela vista. Ficamos um bom tempo lá, até demos uma cochiladinha. A próxima parada foi na cachoeira das posses, até chegar lá caminhamos um tanto, uma dica importante é que existe um atalho no meio do caminho, ele é um pouco grande, mas economiza 2km segundo o Tião (já vamos falar dele). Um pouco antes da cachoeira existe um local para acampar no meio do mato ou dentro de uma casinha. Optamos por ficar dentro da casinha (apesar de ser um pouco macabra) por causa da umidade da cachoeira e do frio. Normalmente as pessoas caminham até a Fazenda da Barreirinha e acampam lá no primeiro dia de trilha, mas como estavamos cansados por causa da caminhada na estrada, ficamos na casinha perto da cachoeira das Posses mesmo. Terceiro Dia - Da cachoeira das Posses até a cachoeira do Veado Acordamos cedo, arrumamos as coisas e saimos. Até aqui a trilha é relativamente tranquila. Apesar de ser teoricamente uma descida até o mar, existem subidas e descidas no caminho todo e nesta parte especialmente, tem um trecho de subida forte. Neste caminho vimos pegadas de onça! Quanto à água, na maior parte do caminho ela é abundante, a trilha fica no máximo uns 3km sem ter uma cachoeirinha pra abastecer as garrafinhas. Depois de dois dias sem comida quente, paramos na fazenda da Barreirinha só pra almoçar. Quando chegamos ainda não tinha almoço pronto, mas depois de meia hora admirando os muitos beija-flores que ficam por lá, eles vieram nos chamar pra almoçar. Arroz, feijão, frango empanado e saladinha, tudo muito gostoso. Eles cobram R$ 30 o almoço, considerando que eles são os únicos na trilha que fazem almoço e que chegamos com muita fome lá, valeu a pena. O Tião nos deu um mapa mais atualizado da casa dele até o Perequê (Pq. Mambucaba). Ele diz que tem que sempre se manter à direita, mas não é bem assim, tem um trecho de pasto (pousada trilha do ouro - dona palmira) que tem que cair pra esquerda, por exemplo. Seguindo a trilha, que tem muitas araucárias, alguns laguinhos e vacas, começam a aparecer os primeiros trechos de calçamento de pedra da antiga trilha dos tropeiros (da onde vem o nome trilha do ouro - a descida de Ouro Preto até Angra-Paraty) Chegamos a uma parte bem plana, por onde passa o Rio Mambucaba, aproveitamos pra dar uma descansada e tomar um banho no rio (a água tava terrivelmente gelada, mas foi bem revigorante). Seguimos até a Cachoeira do Veado, onde chegamos no finzinho da tarde, só a tempo de tirar umas fotos. Voltamos com a lanterna até uma casinha abandonada perto do rio, num morrinho, onde dormimos. Quarto Dia - Da Cachoeira do Veado até o Perequê Esse terceiro dia da trilha é o mais difícil, sem dúvida. Começamos atravessando o rio Mambucaba sem calça pra não molhar, foi relativamente tranquilo apesar do frio. Sabiamos que dava pra atravessar por uma tal de gaiolinha de um outro Tião que mora por ali, mas ele não estava lá e a gaiolinha tava presa na pousada dele do outro lado do rio. Também em alguns relatos mais antigos aparece uma ponte, mas não conseguimos achá-la. Aqui começa o trecho de mata bem fechada com pedras cheias de limo bem escorregadias e com muita lama (mesmo sem chover há 3 dias pelo menos). Andamos, caímos, nos sujamos, vimos uma falsa-coral, caímos, nos sujamos muito e chegamos no fim da trilha! YES! Tem até um pé de amora pra comemorar, mas não tinha muita amora madura e também não tinha fim certo, não tem nenhuma demarcação. Você só percebe que é o fim da trilha porque aparece uma estrada de terra (do sertãozinho do perequê) e começam a aparecer os sítios. Aí começam os tais 14km até o campo da gringa (onde tem o primeiro ponto de ônibus - Bonfim, que leva até o centro de Angra). Não tem sinal de celular estável ainda, apenas alguns pontos onde a Vivo pega. Do meio pro fim do caminho, conseguimos uma carona com um dono do sítio que ficou reclamando do IBAMA e dos benefícios que o sítio do Henrique Valle tinha por ser um dos caras mais ricos de Angra e por causa das suas influencias políticas. Chegamos no campo da gringa e lá já tinhamos quem nos buscasse. FIM O que levamos: Capas de chuva pra nós e para as mochilas, lanternas, vela, isqueiro, canivete, botas (o Tião prefere galocha com duas meias bem grossas, rs). Alimentos: Pão sírio, nutella, polenguinho, castanha do pará e castanha de caju, sardinha, atum, cenoura, maça, barrinha de cereal (levem várias!). Considerações: Contrate alguém para subir até a entrada do parque, é caro, mas dá pra negociar e se quiser se preservar pra trilha, vale a pena. Ou então, vá de carro até a entrada do parque e quando estiver dormindo na Barreirinha (camping ou quarto), combine com o Tião para ele buscar seu carro e deixar no final, no Perequê e encontra você no caminho para devolver a chave, não lembramos quanto ele cobra, em outros relatos tem o telefone de contato dele.
  8. Relato também publicado em http://www.tripsdolupa.com.br A Trilha do Ouro (ou caminho de Mambucaba) foi construída a partir das trilhas dos índios Guaianazes no século XVII e utilizada pelos escravos para transportar as riquezas extraídas de Minas Gerias para a praia de Mambucaba, entre Angra e Parati. Hoje a trilha, de aproximadamente 50 km, se encontra dentro do Parque Nacional Serra da Bocaina e sai de São José do Barreiro e vai até o vilarejo de Perequê. Para visitar a trilha e seus atrativos é necessária uma autorização que você deve solicitar diretamente para o parque. Ela em si não é difícil conseguir, porém é bom se antecipar já que o parque tem um limite diário de 80 visitantes. A entrada é gratuita. A trilha não tem um grau elevado de dificuldade, sendo a logística, a lama, as pedras escorregadias e a distancia total os seus principais desafios. Mas como diz o ditado: “Tá na chuva é para se molhar”. Vamos ao relato. 1ª Dia: Arrumando as coisas para tirar um cochilo. Partimos da rodoviária do Tietê na sexta-feira (08/02/2013) as 23:40... Mentira! Rá! Sexta-feira, véspera de carnaval... Até parece né? Nosso ônibus para Guaratinguetá da Pássaro Marron acabou saindo a 01:40, mas até ai tudo bem. Eu já havia previsto esse atraso e na verdade até estava contando com ele. Como eu falei, a logística é meio complicada e de Guaratinguetá teríamos que pegar outro ônibus com destino a São Jose do Barreiro, porem esse outro só sairia as 07:00. Ou seja, quanto mais o ônibus atrasasse menor seria o tempo que iriamos precisar dormir ao relento na rodoviária de Guará. Mesmo com o atraso, o ônibus chegou as 04:00 em Guaratinguetá e fomos obrigados a achar um cantinho para esticar nossos isolantes e tentar descansar. O comércio da rodoviária começou a abrir as 06:00 e com o barulho nos fomos acordados. Aproveitamos é tomamos café ali mesmo. As 07:00 partimos para São José do Barreiro. Panorâmica da praça de São José do Barreiro. Chegamos em SJB as 09:15 e fomos direto para a praça da igreja, onde encontraríamos com o resto do pessoal do RJ para pegar o segundo transporte para o inicio da trilha. O primeiro grupo havia saído as 08:00 com o Bruno da Rota da Aventura e a previsão era que ele voltasse as 10:00 para fazer a segunda viagem. Só que como as chuvas não deram trégua na noite anterior a estrada estava bem ruinzinha e o transporte retornou ao 12:00, bem na hora em que havíamos sentado para almoçar. Enquanto terminávamos de comer o Bruno foi resolver um “pepino” que havia dado com nossas autorizações lá na sede do parque. Portaria do Parque. Chegamos na entrada do parque por volta das 13:00. Antes de começar a trilha é necessário assinar a autorização e retirar uma cópia da mesma. A cópia deve ficar com você durante todo o restante da trilha, pois pode ser solicitado caso você passe por alguma fiscalização. Por volta de 13:30 começamos a andar, e como estávamos bem atrasados, o Bruno se encarregou de levar nossas mochilas até o primeiro acampamento, Barreirinha. Como estávamos leve pudemos andar sem muita pressa e curtir mais o lugar. O primeiro atrativo vem bem rápido, com 1,5k de trilha já temos a primeira cachoeira para se refrescar. A cachoeira do Santo Isidro tem cerca de 50 metros de queda e tem um belo poço onde é possível nadar. Ela tem uma praia muito tentadora a quem olhar, porém observando em volta é possível ver marcas de até onde a aguá sobe quando chove. Ou seja, é uma bela armadilha. Cachoeira do Isidro Seguindo pela trilha, que na verdade é uma estrada, andamos por mais 6,5 km até chegar na cachoeira das Posses. Essa tem cerca de 40m de queda e não é tão tentadora quanto a do Santo Isidro. Como já estava tarde e o tempo fechando resolvemos ficar apenas alguns minutos curtindo a cachoeira e fomos embora. Cachoeira das Posses. Voltamos à estrada em um passo já mais acelerado por conta do clima fechado e da luz do dia que já estava dando sinais de despedida. Mas de nada adiantou, chegamos ao abrigo da Barreirinha encharcados e no escuro. Eram por volta das 20:00 quando chegamos. Montamos as barracas rapidamente, tomamos banho e jantamos. Já mais calmos e aquecidos, tomamos um belo vinho e jogamos papo fora. 2º Dia: Com a noite anterior quase que virada e a longa caminhada de cerca de 22 km, nós nos demos ao luxo de não acordar tão cedo. A maioria acordou as 08:00 e as 09:00 já estava pronta, mas alguns demoraram um pouco mais e acabamos por sair da Barreirinha as 11:00 de baixo de um sol de rachar a cuca. Logo nos primeiros quilômetros haverá uma bifurcação, você deverá pegar a direita. Mais para frente passará pela pousada da Dona Palmeirinha. Camping da Barreirinha A trilha ainda segue como uma estrada por mais alguns quilômetros e depois vira o famoso calçamento “pé-de-moleque”, feito de pedras cuidadosamente ajeitadas pelos escravos. É de se pensar o quanto eles sofreram para conseguir fazer esse calçamento. A trilha virou rio. Nesse dia tivemos algumas subidas de tirar o folego, porém o maior desgaste foi por conta do sol. Mas depois de tanto suar e falar: “bem que podia ter umas nuvens”, o tempo fechou e começou uma baita chuva. Era tanta agua que a trilha virou um rio e a bota daria fácil como um aquário. Andamos assim por mais de uma hora até finalmente chegar ao acampamento do Tião, e para ajudar, quando chegamos a chuva parou. Para chegar ao sitio é necessário atravessar o rio utilizando uma tirolesa. Nada como um pouco de emoção. Montamos acampamento e enquanto alguns pararam para comer alguma coisa, outros já partiram para a cachoeira dos Veados a fim de voltar cedo para tomar um belo banho quente. Para chegar até a cachoeira é preciso voltar pela tirolesa e seguir por cerca de 1 km. No caminho passamos por uma pousada abandonada onde também serve como ótimo lugar para camping. Tirolesa. A cachoeira dos Veados é a mais conhecida do parque e da trilha, sendo a visita obrigatória para quem faz a trilha do Ouro. Do ponto onde fomos só é possível ver duas quedas, mas na verdade ela possui três quedas, sendo a ultima a de acesso mais fácil. “Infelizmente”, devido à força da queda, não é possível se banhar nos pés da cachoeira, mas alguns metros antes tem uma pequena prainha onde é possível dar um belo mergulho. Cachoeira dos Veados. Após alguns momentos de “brisa” apreciando a cachoeira, voltamos para o acampamento, tomamos banho, jantamos e dessa vez ficamos pouco tempo conversando. Com a noite chegando, a chuva voltou a ameaçar e essa foi a deixa para todo mundo ir dormir. 3º Dia: Ultimo dia e o mais longo. O alvorecer foi bem cedo, sem tempo para secar a barraca e as roupas. Tomamos um rápido café é já botamos o pé na trilha, ou melhor, na lama. A trilha era simplesmente lama pura. Andamos por mais de uma hora apenas sobre lama, com os pés atolando a cada passo, em um ritmo de tartaruga. No primeiro quilometro irá ter uma bifurcação, mas os dois caminho dão no mesmo lugar. Caminho das pedras. As pedras “pé-de-moleque” entravam em cena quando a lama dava uma trégua. Por conta da mata fechada e da umidade, criou-se um limo muito perigoso sobre as pedras. O bastão de caminhada foi muito utilizado nesse dia. Apesar da mata fechada, da lama e dos escorregões nesse dia, a trilha teve lá seus atrativos. Inúmeras nascentes, animais selvagens e um belo banho de cachoeira foram as recompensas. Do sitio do Tião até a ponte no final da trilha são 18 km. Lá conseguimos um transporte para ir até o vilarejo de Perequê, que fica a 14 km da ponte. E foi assim que passamos mais um carnaval com muita lama, chuva, sol, mata, animais e cachoeira. Recomendações: É essencial ter um tênis apropriado e pelo menos um bastão para caminhar. Também recomendo levar suas roupas em sacos estanques ou sacos plásticos bem selados. E lembrando que todo cuidado é pouco quando se está andando no ambiente de animais peçonhentos. Dados Gerais: 1º Dia: 22 km (Contando com a visita as cachoeiras do Isidro e das Posses) 2º Dia: 14 km (Com a visita a cachoeira dos Veados) 3º Dia: 18 km (Até a ponte) + 14 km até vilarejo de Perequê ICMBIO Parque Nacional Serra da Bocaina - http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/ Gastos: São Paulo x Guaratinguetá: R$40,23 (CIA Passaro Marron) Guaratinguetá x São Jose do Barreiro: R$25,53 (CIA Passaro Marron) Café da Manha: R$6,00 Almoço Rancho Restaurante: R$18,00 + Cerveja R$6,00 Translado Rota da Aventura: R25 (http://www.facebook.com/rotadaaventura) Camping Barreirinha + Chuveiro quente: R$20 Cerveja Barreirinha: R$4,00 Camping Tião + Chuveiro quente: R$20 Resgate Ponte até vilarejo Perequê: R$130 / 8 pessoas Ônibus Perequê x Mambucaba: R$3,90? Não lembro Camping em Mambucaba: R$25
  9. Salve galera do Mochileiros, já usei muito o site para planejar viagens e agora resolvi contribuir um pouco postando uma descrição de uma viagem que fiz recentemente. Fomos entre o natal e ano novo de 2011 fazer a trilha do ouro em um grupo de 7 pessoas. Depois da trilha uma parte do grupo seguiu para trindade para passar o Reveillon. Vou fazer uma pequena descrição da viagem para tentar ajudar os interessados a se planejar pra essa trip. Antes de mais nada, é preciso ligar no Ibama para agendar o passei no parque. Cada pessoa que for fazer a trilha deve dar o nome com no mínimo 15 dias de antecedência. O telefone é (12) 3117-2143 e o site do parque é: http://www4.icmbio.gov.br/parna_bocaina/index.php?id_menu=28 Combinamos de nos encontrar no dia 26/11 a noite na cidade de São José do Barreiro – RJ pois lá é o inicio da trilha. Dormimos na pousada do Regis (12) 3117-1227. Pousadinha tranquila! Tirando uma cueca desconhecida que encontramos debaixo do travesseiro e uns iogurtes vencidos no café da manhã, ocorreu tudo bem. O custo é 35 reais por pessoa, independente de quantos quarto pegar. No dia seguinte combinamos com o Eliezer que nos levasse as 9 da manha para a entrada do parque. Quem foi nos levar de fato foi o Lucas, filho do Eliezer. Levamos aproximadamente 1h30 para chegar à entrada do parque, mas atrasamos um pouco devido a um fusca que tentava subir a estrada e começou a pegar fogo no meio do caminho. Descemos pra ajudar a apagar o fogo, mas logo voltamos à subida. Este translado custou 200 reais e o telefone de contato é (012) 3117- 2123 O Lucas nos deu a dica de uma cachoeira uns 300m antes da entrada do parque, portanto descemos da caminhonete um pouco antes para conhecê-la. Atravessasse uma porteira a esquerda e depois de 10 minutos chegamos a cachoeira. É apenas uma prévia do que está por vir. Seguindo uma trilha depois da cachoeira passamos por uma parede em ruinas e uns 10 minutos depois voltamos pra estrada alguns metro a frente de onde atravessamos a porteira. Chegamos ao parque e após uma certa burocracia começamos a trilha. Fomos seguindo um mapa conseguido no dia anterior na cidade. O mapa é bastante detalhado mas estava um pouco desatualizado. No último dia tivemos que sair da área de abrangência do mapa pois uma ponte que aparecia no desenho tinha desabado há algum tempo (segundo os moradores). A trilha é bem mal sinalizada, portanto sempre que tiver a oportunidade vale perguntar o caminho pros moradores para se certificar. A trilha é maravilhosa! Mata atlântica exuberante e nos poucos momentos sem chuva que tivemos pudemos ver uma paisagem sensacional que se estendia até o horizonte. Não vou entrar em maiores detalhes sobre a trilha, pois, isto cada um tem a sua impressão na hora. Pretendo aqui apenas dar umas dicas da logística que fizemos. O primeiro dia é bem pesado, cerca de 18km e com bastante subida. Tínhamos resolvido acampar na fazenda Barreirinha, porém ao chegar lá, optamos por dormir nos quartos que eles oferecem e jantar uma ótima comida de fogão a lenha. A noite no camping na barreirinha é 5 reais, a noite no quarto é 35, a janta 15, e o café da manhã 5. O pacote quarto + janta + café da manhã saiu 60 reais por pessoa. É, a matemática não fecha mesmo, mas quando indagamos ao Tião (dono do lugar) sobre isso ele disse que era assim mesmo. Achamos melhor deixar desse jeito mesmo e não discutir com o cara. No segundo dia a caminhada é relativamente tranquila, portanto começamos a andar por volta das 10h. São cerca de 12 km com mais descida que subida e chegamos no local de acampamento umas 1h30. Resolvemos acampar logo depois de atravessar uma pinguela sobre o Rio dos Veados (que desemboca no Muambucaba), bem perto da cachoeira. Existe uma clareira com algumas marcas de fogueira no chão, então deduzimos que aquela era a área de camping indicada no mapa. Armamos a barraca e fomos direto para a cachoeira. Está cachoeira é sem dúvida um dos pontos altos da trilha, muito grande, passa ótimas energias e, apesar da água super gelada, cada minuto nadando nela vale a pena. Todos disseram que o último dia que é o mais pesado, portanto acordamos às 6 e começamos a caminhar às 7. Todos os dias caminhamos de bermuda, porém, seguindo recomendações do povo da cidade, fomos de calça no último dia e isso foi essencial. Neste dia quase toda a trilha é por uma mata bem fechada. Logo no começo da caminhada tivemos que atravessar a pinguela sobre o Rio dos Veados novamente, pois o ponto para atravessar o rio Muambucaba ficava um pouco pra trás (no mapa existia uma travessia mais a frente, porém os moradores falaram que aquela ponte havia caído). Atravessamos o Rio Muambucaba em uma espécie de gaiola que vai dar na fazenda de um pessoal. No outro lado do rio seguimos para a direita por uns 30 min até chegar em uma encruzilhada. O caminho certo é para a esquerda, porém só percebemos isso uma hora mais tarde quando a trilha pela direita acabou no meio do mato. Seguindo pela esquerda encontra-se o caminho de pedra feito pelos escravos e isso indica que se está seguindo pelo caminho certo. Cuidado, as pedras escorregam muito! Anda-se muito por esse caminho, sempre no meio de uma mata exuberante e quando a vegetação dá uma trégua é possível ver a paisagem incrível. Depois de muito descer, chegamos em uma ponte toda quebrada, então tivemos que atravessar o rio por dentro mesmo. Para atravessar o rio por dentro é preciso muito cuidado e paciência, quase perdemos um companheiro que foi levado por alguns metros pela correnteza até conseguir se segurar novamente hehe. Esse Rio desagua no Muambucaba alguns metros a frente da travessia, e, se por azar você acabar caindo no Muambucaba, ai a coisa fica feia, pois ele é muito volumoso e caudaloso. Portanto, cuidado nesta hora (não conseguimos tirar foto dessa travessia). Nesse ponto já se está bem próximo do final da trilha. Mais uma horinha de caminhada e se chega na famosa ponte do arame, lugar considerado como sendo o fim da trilha (no mapa o fim da trilha é na própria cidade de Muambucaba). Da ponte do arame até a cidade são mais uns 14km, porém não estávamos em condições de andar tudo isso. Mais ou menos 1 km depois da ponte tem a casa do João Felix. Lá conseguimos alugar um fusca para nos levar até a cidade. 80 reais, puta facada, mas no estado que estávamos foi um achado. Eu havia lido em outros fóruns o pessoal falando de marcar com algum motorista para ir buscar já na ponte de arame pois lá já chega carro, mas não conseguimos encontrar ninguém que fizesse isso. Bom, a ideia era seguir já no mesmo dia para Trindade, mas ninguém estava em condições, dessa forma começamos a procurar um hotel em Muambucaba para passar a noite. Foi extremamente difícil conseguir algo, mas por fim achamos um lugar que se chamava Pousada Familiar. Lugar bem simples e barato, exatamente o que estávamos precisando. Além do mais a pousada fica perto do ponto de ônibus para ir a Parati. Sentimento geral sobre a trilha. Sensacional, chegar ao final realmente dá uma sensação de vitória, pois, em alguns momento começamos realmente a pensar em soluções alternativas pra terminar a trilha. A natureza e as paisagens são exuberantes, só ao vivo pra sentir a energia Achamos a trilha bem pesada, ainda mais que estávamos pouco preparados fisicamente e levamos mochilas muito pesadas. Para fazer novamente seria essencial um pouquinho mais de preparo físico. De comida levamos atum, pão sírio, barras de cereal, polenguinhos, damasco, castanha de caju, um pacote de comida liofilizada etc. Porém percebemos que tínhamos levado muita comida quando a mochila começou a pesar. Se fosse fazer a trilha hoje levaria um pouco menos de coisa pra comer. Água levamos um pouco, mas íamos reabastecendo os cantis em córregos ao longo da trilha. Algumas vezes usávamos aquelas pílulas de purificar água, mas na maior parte das vezes tomávamos direto do córrego. Ninguém teve problema com isso, então acho que a água era de fato bem limpa. No começo eu estava meio ressabiado de pisar em cheio na lama, porém no final já estava atravessando o rio de bota e tudo pois existem MUITAS situações em que era simplesmente impossível manter o pé seco. Pegamos chuva muito forte por grande parte do tempo, mas com sol deve ser um lugar absurdamente bonito. Bom, resumindo, foi sensacional, ficamos destruídos mas com gostinho de quero mais. Já estamos planejando onde será nosso próximo perrengue, pois o sentimento no fim da trilha é algo surreal. No fim acho que meu post ficou meio grande, mas tentei colocar algumas infos que, pensando agora, eu acredito que ME ajudariam se eu já soubesse antes... Bom, pra finalizar o post, gostaria de saber dicas do pessoal sobre outros lugares que se pode fazer trilhas desse tipo. É a primeira vez que faço uma caminhada meio “selvagem”, e achei simplesmente fantástico, por isso estou buscando outras opções de trilhas neste estilo. Quem souber por favor compartilhem. Eh isso ai, Gnd abrs e boas trilhas 8 ) ps: Qualquer dúvida podem perguntar que tentarei responder aqui...
  10. TRAVESSIA MARINS-ITAGUARÉ COM A TRILHA DO OURO Já fazia um tempo que pretendia fazer a travessia do Marins-Itaguaré, juntei dois colegas do serviço e no dia 12/09, pegamos o ônibus da Pássaro Marrom (6:00 hs) no Term. Tietê com destino a Itajubá. Apesar de ter lido o relato do Augusto, cometi um erro, desci no Posto de gasolina depois da divisa SP/MG, tivemos que andar 2 km até o início da estrada para a Faz. Saiqui. Começamos a trilha com a intenção de acamparmos no Morro do Careca, mas chegando ao Camping do Marins resolvemos ficar ali mesmo: foi a nossa melhor decisão... durante a noite chegou um rapaz de Barretos que iria fazer a travessia sozinho e ele conhecia bem o caminho, inclusive os pontos de água, combinamos de subir juntos no outro dia cedo. Eu, Waltão e Pelicano (esq para direita) 7:00 começamos a subida, chegamos ao Morro do Careca, reabastecemos de água (ótimo ponto, um pouco afastado da trilha, talvez não encontrasse sozinho!), continuamos até a Base do Marins; chegando lá começou o sofrimento, não tinha água e, conforme o rapaz q foi conosco, poderia acontecer de não ter água no Itaguaré, ou seja, teríamos q racionar... Subimos no Pico do Marins, o tempo estava ótimo, vimos todo o Vale do Paraíba. No 2º dia, começou o martírio, cada um com 2 litros no máximo de água para 2 dias de caminhada.... Sofrimento, o tempo estava muito seco e o Sol não dava trégua, chegando na Pedra Redonda um mau agouro: um urubu encima da pedra só de olho na gente... fizemos um rango (meio seco por sinal) e fomos embora – foi qdo ocorreu o primeiro problema: um colega meu do serviço, comprou um meia vagabunda no camelô, o resultado: uma bolha enorme na sola do pé, ela encheu e já estourou, deixando tudo em carne-viva; logo depois a minha boca, pela falta de água, começou a rachar (o burro esqueceu o protetor labial!), chegou a sangrar. Acabado na Pedra Redonda Fomos nos arrastando até a Base do Itaguaré, onde, com lágrimas nos olhos rsrsrrsrs.......... encontramos água, q visão ótima..... ainda tivemos q esperar meia hora para o Clorin fazer efeito e mandamos ver na danada.... (bebi um 1,5 l de cara!). Revigorados pela água, jantamos bem, dormimos e no outro dia subimos o Itaguaré, na descida para a estrada ainda tivemos um problema de navegação após a erosão e entrada na mata, mas nada q nos abalasse. Ao chegar na estrada nos despedimos do companheiro (este iria voltar até o camping do Milton) e lá estava a “zica” nos esperando de novo... A prefeitura de Passa Quatro estava trocando a tubulação de um rio, com isso não teríamos carona até Passa Quatro, com o colega com o pé cheio de bolhas - f*****. Andamos uns 5 km, até q encontramos um trator da prefeitura, conversamos com o Sr. que nos ofereceu uma carona na Kombi q viria pegá-lo... foi a nossa salvação, ele ainda nos deixou em frente do Hotel Serra Azul, na estação de trem, demos uma caixinha e levamos o colega na Sta. Casa: fez os curativos, tomou injeção antitetânica e de Voltaren. Pelicano fazendo os curativos No outro dia pé na estrada, ônibus para Cruzeiro, de lá para Cachoeira Paulista e depois para São José do Barreiro, início da Trilha do Ouro. Arranjamos uma pousada e decidimos esperar dois dias para ver se o Pelicano melhorava (o das bolhas). Enquanto isso, combinamos com o Zé Pescocinho para nos levar até a portaria do parque, agora a má notícia para o pessoal do fórum, ele nos disse q está se aposentando e não vai mais levar o pessoal para o parque. No terceiro dia, com o Pelicano meio recuperado, fomos para o Parque... o primeiro dia foi tranqüilo, algumas subidas e o tempo chuvoso q atrapalhava um pouco, chegamos na Pousada do Sebastião sem problemas. Cachoeira do Santo Isidro No segundo dia de caminhada, descemos tranqüilo levando alguns escorregões no calçamento, por causa da chuva e chegamos na Cachoeira dos Veados sem problemas também. Aí q a casa caiu, nós não vimos a pousada da segunda noite e acampamos numa casa abandonada 1 km após a Cach. Dos Veados. Cachoeira dos Veados No terceiro dia, continuamos seguindo esta trilha, só q do lado direito do rio Mambucaba, logo no começo um momento de pavor, escutamos um ronco no mato, continuamos e o ronco estava mais perto, foi aí q percebemos q era rugido de onça, pegamos uns pedaços de pau e passamos no maior silêncio do lado do som (cheguei a gravar o som como prova!). A trilha era bem pisada, tinha o calçamento de pedra, até aí tudo certo, mas depois de umas 2 horas de caminhada atravessamos um rio q não tinha ponte e a trilha começou a subir e a se distanciar do rio Mambucaba, comecei achar estranho, lá na frente encontramos um tiozinho vindo numa mula, paramos ele e perguntamos se estávamos indo para o Perequê e ele nos deu a péssima notícia: q tínhamos tomado o caminho errado e q este nos levaria de novo para o alto da serra, para Campos de Cunha... mas ele tinha um atalho q nos deixaria no Perequê... O seguimos até uns 500 m antes do rio q tínhamos atravessado, e ele nos indicou uma trilha bem pisada q seguia a margem direita do rio até uma “ponte de cabo de aço”, aonde chegaríamos na trilha original. Indagamos quanto tempo levaria para chegar na tal ponte, e ele nos respondeu: “Uma hora no máximo!”. Beleza, pra quem já tinha andado 3 h errado era moleza, mas qdo iniciamos a trilha o tal “matuto” me pergunta: “Ô, que horas são?” P****, se ele não tem nem relógio como ele diz q gastaríamos só uma hora?????????? Resultado: andamos 2,5 h sem encontrar nada!!!! Resolvemos então parar para o almoço e de comum acordo decidimos voltar até a Cachoeira dos Veados para encontrar o caminho certo. Voltamos voando, pois tínhamos q atravessar o rio, com a luz do dia e tinha muito caminho pela frente, chegamos no rio de dia, mas logo escureceu, tivemos q andar uns 40 min. de noite até a casa do segundo dia, chegamos exaustos, sujos, roupa toda molhada, depois de 15 km e 9 horas jogados fora; o Waltão ainda teve coragem de tomar um banho frio , eu e o Pelicano montamos a barraca e desmaiamos. No outro dia, já um pouco recuperados, voltamos pela trilha com mais cuidado, até q avistamos a pousada no outro lado do rio e a gôndola q faz a travessia do rio. Conversamos com a dona e ela nos disse q a adm do Pq a proibiu de colocar uma placa informando da pousada. Ela nos indicou o começo da trilha e fomos embora, andamos até o final da trilha, onde tem uma ponte de tábuas q atravessa um rio q deságua no Mambucaba, quando avistamos a tal da “ponte de cabo de aço” q o cara da mula tinha nos falado... aí foi dar risada do sofrimento do outro dia. Ao chegar na vila encontramos um monte de pés de amora carregados oq nos deu uma energia, mas isso foi só não conseguimos nenhuma carona até o distrito de Mambucaba. Chegamos arrebentados, no meu GPS marcou +/- 65 Km, já q acabou a bateria no final. Pegamos o busão para Paraty e no outro dia resolvemos vir embora para São Paulo, de tão cansados q estávamos. Total das duas caminhadas: uns 100 km em 8 dias; meu isolante térmico e minha barraca rasgados; Pelicano com o pé todo zoado; 4 kg mais magro; passei sede; medo de onça; tênis foi pro lixo.... mas cheio de histórias pra contar e vários lugares inesquecíveis. OBS. O mais engraçado foi a chegada em São Paulo, eu não tinha roupa limpa e tive q pegar o metrô todo fedido.... kkkkkkkkkkkkkkkkkk....... abriram um espaço para mim, nunca andei de metrô tão espaçoso qto aquele dia.....
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