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  1. Oi pessoal. Esse relato é sobre a travessia da Serra do Lopo, iniciando em Extrema (MG) pela Trilha do Pinheirinho e terminando na Rodovia que segue para Joanópolis (SP) realizada nos dias 15 e 16/07 juntamente com a Márcia, Jorge, Ronald, Hariel, Silvana e Laura. Pegamos um tempo perfeito com visuais lindos, mas tivemos alguns problemas por informações e dicas erradas. Fotos + carta topográfica + Imagem do Google Earth com a trilha plotada: O Pico do Lopo é um dos últimos lugares que ainda não conhecia na Serra da Mantiqueira, mas a subida e descida por Extrema em um fim de semana não achava legal. O ideal era procurar sobre alguma trilha que descia para Joanópolis, já do outro lado da serra. Depois de algumas pesquisas na net não encontrei nenhuma informação ou quem sabia não queria compartilhar – já tinha passado por situações semelhantes antes e nem liguei. Em uma lista de trekking da qual participo, troquei alguns e-mails com um colega da lista. Ele me disse existia uma trilha que descia em direção a Joanópolis e que o início dela ficava entre a Pedra das Flores e a Cabeça do Gigante - que na verdade é o topo do Pico do Lopo. O roteiro já estava marcado: subir por Extrema, acampar na Pedra das Flores, chegar no topo do Pico do Lopo e no dia seguinte descer para Joanópolis. O Jorge, Ronald, Hariel, Márcia, Silvana e a Laura aceitaram o desafio e lá fomos nós. Marcamos todos de se encontrar na Rodoviária do Tiete em SP, já com as passagens compradas para o horário das 07h30min de Sábado do dia 15/07. A viagem foi bem tranquila e as 09:00 hrs já estávamos chegando na Rodoviária de Extrema. Agora era seguir para o início da Trilha do Pinheirinho, que sobe em direção a crista da serra, o que não é muito difícil. Da Rodoviária seguimos na direção da Igreja Matriz e de lá tomamos a rua que termina no antigo reservatório de água da COPASA, a 30 minutos desde a Rodoviária. O local é conhecido como Mirante da Caixa D’água e para iniciar a trilha é só atravessar uma pequena porteira e dali seguir pelo meio de um pasto. Aqui que se inicia a famosa Trilha do Pinheirinho que segue por trilha demarcada e aclive suave, passando por uma pequena área de brejo alguns minutos à frente. Alguns minutos de trilha e logo encontramos a primeira bica de água, mas é melhor esperar um pouco mais, pois à frente tem uma enorme bica que desce de altura de 2 mts por um cano (o famoso Bicão). Depois do brejo, a trilha logo sai do pasto e entra na mata e uns 30 minutos desde o início da trilha chegamos ao Bicão. Aqui paramos para um lanche e pegamos água. A trilha agora segue com subida bem mais íngreme para direita, mas sem problemas de navegação. Começam a aparecer algumas janelas com o visual de Extrema e as 11:00 hrs chegamos na Pedra da Sacerdotisa. Aqui é bom lugar para um descanso da íngreme subida pela trilha. Desse lado só aparece o visual do lado norte. A partir desse ponto a trilha começa a se estabilizar e segue um pouco para a esquerda, na direção leste até encontrar um riacho. Aqui paramos novamente e para continuar a trilha é só retornar uns 10 metros e seguir por uma outra trilha na direção sul. O aspecto da trilha fica um pouco melhor, pois a partir daqui as árvores são muito altas, não deixando o Sol passar e com isso a temperatura fica um pouco mais amena dentro da mata. Cerca de 50 minutos desde a Pedra da Sacerdotisa, chegamos na Torre da Embratel, localizada à direita da trilha e no meio da mata. O lugar estava deserto, então resolvemos pegar algumas mexericas e laranjas dentro do terreno. Só deu um pouco de trabalho para pular a cerca. Divididas as frutas agora seguimos por uma estrada em meio à mata até chegar nas bifurcações que do lado direito desce para Extrema; para esquerda Joanópolis e em frente nosso objetivo. Chegamos aqui por volta das 12:00 hrs e aqui a Silvana se lembrou que tinha esquecido a maquina fotográfica dela na Torre da Embratel e ficamos esperando até ela retornar. Depois seguimos pela estrada até iniciar uma longa subida e ao término dela chegamos na entrada de uma Pousada à esquerda, onde paramos para um lanche e descanso. A vista daqui é toda voltada para Joanópolis, com a represa ao fundo. Energias repostas, seguimos pela estrada até passarmos ao lado de uma rampa de asa delta à esquerda, onde tiramos algumas fotos. O lugar tem um lindo visual ao sul, mas ainda tínhamos uma caminhada pela frente, por isso não ficamos muito tempo aqui. Voltamos para estrada e as 13h30min passamos ao lado de outras antenas de transmissão à direita e um pequeno estacionamento à esquerda que estava lotado. A partir daqui a estrada começa a descer e as 13h40min chegamos na entrada da Pousada Céu da Mantiqueira, onde bem do lado esquerdo se inicia a trilha até o Pico do Lopo. A trilha vai descendo seguindo para sul, mas logo se estabiliza e segue ora na crista, ora à esquerda, com janelas de Joanópolis e o Pico do Lopo bem ao fundo, na crista da serra. Depois de uns 30 minutos de trilha cruzamos com um grupo guiado por uma agência. Contamos umas 15 pessoas ou mais e um deles tinha uma camiseta da Pisatur. E mais uns 10 minutos chegamos a um pequeno riachinho. Água até tem, mas em pouca quantidade, onde pegamos com uma pequena caneca. Continuando pela trilha vão aparecendo outros mirantes à esquerda e a frente o Pico do Lopo se aproximando. Às 14h45min e depois de 1 hora de trilha chegamos na Pedra das Flores. O local é um pouco plano com vistas de toda a região de Joanópolis e a Represa do Jaguari e em frente o Pico do Lopo. No local encontramos alguns descampados junto da trilha onde o pessoal acampa e são inúmeros locais. Seguimos pelo platô da Pedra das Flores até retornar à trilha e iniciar a subida do Lopo. Bem entre a Pedra das Flores e o Pico do Lopo encontramos uma trilha que desce à esquerda e segundo informações essa era a trilha que descia para Joanópolis. Já chegando na base do Pico passamos por bifurcações à direita, que devem retornar para Extrema. É uma outra opção para retornar a Extrema, se não quiser voltar pela mesma trilha. A trilha que leva ao do Pico segue sempre subindo por entre o bambuzal, passando ao lado de um acampamento e logo chega a um pequeno platô com vistas para leste. Aqui deixamos nossas mochilas e resolvemos subir até o topo sem o peso das cargueiras. Existe um pequeno trecho de escalaminhada sem maiores dificuldades e as 15h30min chegamos no topo do Pico do Lopo. Aqui a vista é de 360º mostrando a Represa do Jaguari, que pertence ao Sistema Cantareira da SABESP e várias cidades ao redor. Pedra de São Domingos (Gonçalves) e Pico do Selado (Monte Verde) eram bem visíveis à oeste. Depois de várias fotos iniciamos a descida para procurar um local na Pedra das Flores onde pudéssemos acampar e na descida ainda passamos por um guia local com um pequeno grupo de japoneses. Depois de uma rápida conversa, continuamos a descida. Ao chegarmos na Pedra das Flores encontramos inúmeros locais e depois de montar todas as cinco barracas, subimos uma pedra ao lado para acompanhar o pôr do Sol. Às 17h35min os últimos raios iam desaparecendo no horizonte e logo depois voltamos para as barracas para fazermos nossas refeições, onde cada um fez uma diferente. Por volta das 20:00 hrs eu e a Márcia fomos para o platô da Pedra das Flores, mas algumas nuvens que passavam logo acima não permitiam apreciar o céu estrelado daquela noite e lá encontramos também um casal, que acampou próximo dali, junto ao bambuzal. Como o vento era muito forte e a temperatura estava bem baixa voltamos paras as barracas e fomos dormir. O termômetro marcava por volta de 8º C e combinamos de todos acordar por volta das 06:00 hrs para ver o nascer do Sol da Pedra das Flores. Acordei com o despertador do celular, mas só eu que levantei e fui para o platô. Depois chegaram o Ronald, Jorge e a Silvana. Como tinha muitas nuvens não pudemos ver os primeiros raios que apareceram por volta das 06h50min. O Pico do Lopo de vez em quando aparecia por entre o nevoeiro e quando o Sol já encobria toda a região voltamos paras as barracas. Depois de desmontadas, as 08h30min iniciamos o pior trecho da travessia: o de tentar encontrar a trilha que desce para Joanópolis. Entre a Pedra das Flores e o Lopo encontramos uma bifurcação para esquerda que vai descendo próxima à base da Pedra das Flores, passando por uma pequena bica de água, mas que se fechava completamente logo a frente. Com certeza não era essa a trilha. Voltamos para a bifurcação anterior e tentamos encontrar uma outra e até achamos, mas o mesmo problema: ia descendo, passava ao lado de uma outra bica de água e novamente se fechava. Com certeza a informação de que existia uma trilha era furada. Ficamos p. da vida, pois nessa tentativa de encontrar a trilha perdemos quase 2 hrs. Aí pensamos que a trilha poderia ser mais próxima ao Pico do Lopo, mas 2 escaladores que estavam aguardando um guia local comentaram de uma trilha que desce do outro lado do Lopo, sentido oeste. Eram cerca de 10:00 hrs e para não perdermos mais tempo eu e o Jorge resolvemos subir sem mochilas até o topo do Lopo para procurar essa trilha do outro lado. A trilha que desce à oeste estava lá sim e tinha até algumas marcações com fitas amarelas no início dela. Era a única trilha que seguia no rumo oeste e tinha de ser essa. Rapidamente voltamos para o grupo para pegarmos nossas mochilas e seguir por essa trilha, mas com a dúvida se a trilha seria essa ou não. Galera reunida de novo, o desafio agora era subir todo o Pico pelo trecho de escalaminhada com as cargueiras nas costas, o que não foi fácil e as 10h30min iniciamos a descida da trilha pelo outro lado, que vai seguindo para a direita da Pedra por uma pequena canaleta. Descendo pela encosta norte da Pedra, logo a trilha vira para esquerda, passando por uma pequena fresta, onde tivemos que passar sem as mochilas, já que era bem estreita. Logo chegamos no trecho de rocha exposta e aqui perdemos um certo tempo até encontrarmos marcações de tinta indicando a trilha sentido oeste. Passamos se arrastando por um pequeno túnel de bambus e emergimos próximo da base de uma Pedra a oeste do Lopo, onde chegamos as 10h50min. Depois de seguir por um pequeno trecho pela mata, paramos em cima de uma rocha para um pequeno lanche e um merecido descanso. Daqui tínhamos a vista de todo o lado oeste do Lopo e de toda a crista da serra. Ao voltarmos à caminhada, seguimos na direção oeste até encontrarmos restos de um acampamento com lixo e mais a frente algumas bifurcações que seguiam para sul e sudoeste, mas logo se fechavam. Voltamos na bifurcação anterior e tomamos uma trilha que seguia rente a uma cerca de arame. A trilha está bem demarcada e vai descendo, sempre seguindo a cerca, ora a esquerda, ora a direita. Passamos ao lado do que pode ser uma bica do lado direito, pelo som da água, mas seguimos em frente e lá pelas 12:00 hrs a cerca de arame termina, mas a trilha vai sempre descendo sem erro. Paramos para comer um lanche e descansar as 12h20min e continuamos a descida. Por volta das 12h50min encontramos uma bifurcação para a esquerda (talvez devêssemos virar aqui), mas seguimos em frente e logo chegamos em uma enorme pedra (com certeza não é a Pedra do Guaraiúva) que contornamos pela direita. Conforme íamos descendo percebemos que a trilha seguia para direita e então resolvemos procurar um local que seguisse para esquerda. Se fossemos pela trilha íamos sair numa Fazenda e de lá na estrada que termina na Fernão Dias, nos levando de volta para Extrema (não era isso que queríamos). O ponto onde saímos da trilha foi quando encontramos uma área de pasto, à esquerda, separada por uma cerca de arame. Aqui pulamos a cerca e seguimos rumo sul e quando encontramos outra cerca de arame que dividia o pasto de uma pequena mata, seguimos rente a ela. E assim fomos descendo, passando por algumas áreas de brejo e logo depois cruzamos outra cerca, seguindo para esquerda para sair no asfalto as 14:00 hrs. Mas ainda tínhamos um longo caminho até Joanópolis com muitas subidas e descidas. No caminho perguntamos para um senhor quanto tempo faltava para Joanópolis e nos disse “umas 3 léguas”. Não adiantou muita coisa e carona que era bom....nada. Paramos ainda várias vezes para descansar e as 15h30min avistamos a Rodovia, onde podíamos tomar nosso ônibus em direção a Atibaia ou direto para SP. Olhei minhas anotações e vi que tinha um ônibus que saia de Joanópolis as 16:00 hrs e seguia para Atibaia. Pelo horário eram 15h50min e pensei comigo: se a gente perdesse esse, outro ônibus só as 18h30min direto para Sampa. Seria muito tarde para voltar, então resolvi sair correndo até o trevo da Rodovia e quando o ônibus passasse talvez conseguiria fazê-lo aguardar até a galera chegar. No trevo onde existia a inscrição de JOANOPOLIS e pouco antes de um pequeno portal, cheguei as 16h10min e nem deu 2 minutos apareceu um ônibus. Pensei .....só pode ser ele. Gritei para a galera correr, mas o ônibus tomou o caminho que a gente estava vindo e seguia para Bragança Paulista - não era esse. Mas logo atrás dele veio outro - esse sim era o nosso. Dei sinal para a galera correr e conseguimos embarcar a tempo. O ônibus seguia mesmo para Atibaia e estava relativamente vazio. Só foi sentar nas poltronas e cair no sono para refazer das mais de 6 hrs de caminhada exaustiva. Ainda paramos em Piracaia e chegamos em Atibaia por volta das 17h20min. Resolvemos comprar passagens para o horário das 18:00 hrs para Sampa e para saciar nossa fome ainda fomos para uma pastelaria ao lado da Rodoviária comemorar o sucesso da nossa travessia, apesar dos perrengues que passamos. O problema foi mesmo chegar em São Paulo, pois pegamos um trânsito horrível e só as 20:00 hrs desembarcamos no Terminal Tietê. É isso. Abcs
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