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  1. Olá, acabo de voltar da patagônia chilena com o meu namorado e envio o meu relato do circuito W do Torres del Paine com algumas fotos. Tive muita dificuldade em achar informações antes de ir, então tentarei ser mais completa possível. A nossa jornada começou meses antes da viagem, mais precisamente 5 meses antes, quando compramos as passagens. Nesses 5 meses lemos bastante a respeito das trilhas, do parque e da prática de trekking. Não sou uma pessoa sedentária, mas também não sou acostumada com trekking (o único que fiz foi há 2 anos, subindo o pico da Bandeira, e achei super cansativo), então tive que me preparar fisicamente, psicologicamente e materialmente para isso. Foram várias idas a Decathlon e lojas de aventura para comprar o arsenal que achamos necessários. Vou falar primeiro então o que compramos em Belo Horizonte antes da nossa ida: - Bota impermeável Timberland (Centauro – Achei uma promoção muito boa comprando pelo méliuz, saiu por menos de 200 reais) – Caso não conheça o méliuz faça seu cadastro com o link: https://www.meliuz.com.br/i/ref_marinahla - Meias de trekking - Calça de trekking (Decathlon) - Equipamentos de cozinha: Fogareiro (http://www.decathlon.com.br/montanha/camping/acessorios-de-camping/fogareiro-apolo-3155_37025), kit cozinha (panelas, copo, talher: http://www.decathlon.com.br/montanha---aventura/camping-38138/acessorios-de-alimentacao-e-higiene/conjunto-cozinha-aluminio-2-p_188254?skuId=123716) - Lanterna (Quase não utilizamos pois o dia dura muito tempo no verão, mas foi necessário para ajudar a procurar as coisas na mochila nos quartos do refúgio e barraca) - Garrafa de água - Comidas (liofilizada, vapza) – Mais tarde detalho essa parte - Capa impermeável para o mochilão e a mochila de ataque Algumas coisas já tinham e não precisei comprar, mas não se esqueçam de: Canivete, cadeado, mochilão (marca boa, anatômico e leve), casaco e acessórios de frio. Óculos escuros eu levei mas usei muito pouco, não tenho o hábito, mas foi útil quando o vento apertava muito. DICA 1: Amaciar a bota antes da viagem. Sugiro fazer pequenas trilhas com a bota para acostuma-la com ela no pé, caso não seja possível fazer trilhas sugiro andar pela cidade mesmo com a bota. DICA 2: Preciosa! Comprar/alugar “trekking poles”, aqueles bastões que ajudam a equilibrar na hora da caminhada. Li um pouco sobre eles mas acabamos deixando pra lá e fomos sem eles, arrependemos muito! Todo dia antes de começar a andar íamos no mato e procurávamos um pedaço de madeira para fazer esse papel, e já ajudava bastante a estabilizar. DICA 3: Não tive problema nenhum com o clima, dei sorte! O que mais me incomodava durante as trilhas era o vento gelado no ouvido, apesar do calor por estar andando. Para resolver esse problema usei bastante a minha “head band”, pois tampa o vento da orelha mas não deixa a cabeça suando como acontece com a touquinha. DICA 4: Toalhas de camping não são extremamente necessárias, mas ajudam bastante pois são leves, ocupam pouco espaço e secam rápido. DICA 5: Levar chinelo! Chinelos são extremamente úteis não só para o banho mas para descansar o pé da bota. Até nas paradas durante a trilha tirava a bota e substituía por chinelo por algum tempo. DICA 6: Abusar do protetor solar e chapéu/boné – O buraco da camada de ozônio está bem em cima da Patagônia e a radiação é bem alta. VESTUÁRIO: Eu levei 1 calça legging, um short e uma calça de trekking. Colocava sempre ou a legging ou o short por baixo da calça, e dependendo do clima tirava a calça. Mesmo nos dias mais frios (base das torres) não senti frio só com a legging, pois meus pés estavam aquecidos (bota e meia térmica). Levei, ainda, uma blusa para cada dia, um único casaco e pijama, só. Comprei só 3 meias mas no final achei que devia ter levado 4, uma para cada dia. Dos acessórios de frio tinha 1 cachecol, uma touca, uma head band e luva. A luva só precisei usar no dia das torres, que nevava e ventava bastante. No final da viagem acho que o meu saldo foi mais de calor do que de frio, mas como dizem o clima lá é muito instável, tem que estar preparado para tudo. COMO CHEGAR: Nosso vôo saiu de BH e tivemos um longo dia de viagem até nosso destino final. Como viajamos em altíssima temporada as passagens foram mais caras que o normal, mas pesquisando bem e viajando fora de temporada pode-se achar preços bem melhores. Compramos uma passagem da GOL de BH-Santiago (1500 reais pp i/v) com escala em SP. E separadamente compramos o voo da Sky Airlines de Santiago – Punta Arenas (750 reais pp i/v) com escala em Puerto Montt. De Punta Arenas pegamos um táxi do aeroporto até o terminal de ônibus e de lá um bus para Puerto Natales. Procurei muuito antes de ir um ônibus que pegasse a gente no aeroporto e fosse para Punta Arenas, e o que descobri é o seguinte: A bussur para no aeroporto, mas você só pode embarcar lá se comprar sua passagem com antecedência pela internet. Mandei vários e-mails e liguei diversas vezes para lá tentando comprar com antecedência a passagem, mas não consegui, é muito complicado! Tivemos então que fazer o esquema de pegar táxi até o terminal (mais detalhes embaixo). Do terminal o ônibus leva 3h até a rodoviária de Puerto Natales. Nos hospedamos lá por uma noite e no dia seguinte partimos para o Torres del Paine (3h até Pudeto). Ao descrever meu dia a dia explicarei melhor a parte do transporte. CLIMA: As mudanças bruscas e extremas no clima patagônico são bem conhecidas, mas vou falar apenas da minha experiência. Peguei sol todos os dias, o que não é muito bom pois fazia bastante calor durante as caminhadas. Os momentos de sombra ou dia nublado eram bem mais agradáveis, e não interferiam na paisagem. Durante o dia era raro fazer frio, só colocava o casaco quando em pontos muito altos e com vento, na grande parte do dia ficava só com blusinha mesmo. Durante a noite fazia frio, mas nada que um casaco não resolvesse. Os lugares mais frios que achei foram no acampamento italiano e na base das torres. O vento pode ser bem intenso no parque, e ele é sempre gelado. Pegamos um vento bem forte em um dos percursos, que até me derrubou no chão (com o mochilão nas costas!), além disso era carregado de areia, o que impossibilitava a continuidade da trilha, então ficamos sentados agarrado numa pedra uns 5 minutos, até melhorar um pouco. O momento mais marcante de clima intenso para mim foi na base das torres, chegamos lá sem casaco, com calor na subida, chegando lá colocamos o casaco devido ao vento. Tiramos fotos lindas com as torres e 10 minutos depois o céu encobriu todo e começou a nevar! Nevou forte mesmo, e em poucos minutos as torres estavam todas encobertas. A duração do dia é algo que confundia muito a gente, é bom sempre andar com relógio para não perder noção do tempo. No verão o sol nascia por volta de 5 da manhã (sei de ouvir relatos, pois não presenciei o nascer do sol em nenhum dia) e o dia ficava claro até as 23h! ALIMENTAÇÃO: O que iriamos comer durante os dias no parque foi algo que me deixou bastante preocupada e ansiosa. Ainda no Brasil experimentei diversos tipos de comida mas nada me agradou muito. Experimentei as comidas liofilizadas e achei MUITO ruim, a consistência é horrível e o gosto é de ração, não achei uma boa levar para o TdP. Os alimentos da vapza são bem melhores, mas mesmo assim achei um pouco pesados, muito salgados. Resolvemos então arriscar e deixar para comprar tudo no supermercado de Puerto Natales mesmo, com exceção do arroz, atum e do caldo Knorr que comprei no Brasil. No final das contas comemos super bem todos os dias! Vou detalhar a nossa alimentação nos relatos do dia a dia. Todo dia a gente tomava um café da manhã reforçado e jantávamos muito bem. Na hora do almoço ou comíamos um sanduíche ou cozinhávamos, dependendo de onde estávamos. Durante o dia ainda comíamos snacks durante as pausas: Frutas secas, barrinha de cereal, biscoito. Nos refúgios tem-se a opção de fazer as refeições no restaurante, o que é mais cômodo e deixa a mochila mais leve, mas é caro (café da manhã: 15 $, almoço: 16 $ e jantar: 20 $)) Além disso, os refúgios têm um mini Market que vende alimentos. DICA 7: Em Puerto Natales passar na loja Itahue (Rua Esmeralda 455 B), que vende frutas secas e amendoim. Recomendo o morango e a banana, uma delícia e um ótimo snack para os dias de caminhada. Bom, agora que dei uma geral sobre os preparativos vou para o relato dia a dia: DIA 1 - 27/12/15 Saímos de BH as 21h, rumo a SP. Nossa escala era rapidinha e 00:05 saiu nosso vôo para Santiago. (Lembrar que o horário do Chile é 1h atrasado em relação a Brasília – horário de verão). DIA 2 – 28/12/15 Após 03:30 de vôo chegamos em Santiago, de madrugada. Dormimos no aeroporto mesmo. Eu achei bem tranquilo, no 1º andar do aeroporto tem umas cadeiras acolchoadas, dormi sem problema nenhum. Acordamos, lanchamos e fomos trocar nosso dinheiro no aeroporto mesmo (1 real = 164 pesos chilenos - Para facilitar a conta consideramos 1000 pesos = 6 reais). Nosso vôo saiu as 11:30, com duração de 1h45m até Puerto Montt, escala de 40 min (não descemos do avião) e mais 2h até Punta Arenas. A SKY Airlines é uma companhia bem mediana. Os bancos são menores que o normal, reclina quase nada e não servem nem vendem comida! A gente morreu de fome durante o vôo. A comissária disse que está previsto iniciar venda de lanche a bordo em breve, mas não é bom contar com isso, lembrem de comer antes de embarcar. Chegando em Punta Arenas comemos um sanduíche (4000 CLP) no aeroporto mesmo pois estávamos com muita fome, mas as opções são poucas e bem caras. Lá no aeroporto me certifiquei se não teria como mesmo pegar um ônibus direto para Puerto Natales, e realmente é só com reserva prévia pela internet. Naquela confusão de aeroporto encontramos uma chinesa que estava com o mesmo problema que a gente e dividimos um táxi até a estação do Bussur. O taxi foi 8000 CLP e o percurso dura aproximadamente 20 minutos. As vans que faz o mesmo trajeto e saem com bastante frequência custam 3000 CLP. Se tiver com mais gente vale a pena dividir um táxi, ou então catar um mochileiro com o mesmo destino que o seu (quase todos!). Chegamos na estação do bussur em cima da hora de sair o bus, compramos o ticket (6000 CLP) e embarcamos. Tem outras empresas que fazem esse trajeto também, todas tem a mesma tarifa. Os horários podem ser conferidos nos sites das companhias (Bussur, buses fernandez). A viagem Punta Arenas – Puerto Natales durou 3h e a paisagem é incrível! Chegamos em PN as 20h, com frio e fome. Pegamos um taxi até o hostel (A tarifa em PN é fixa: 1300 CLP dias úteis e 1500 CLP final de semana, feriados ou a noite). Deixamos as malas no hostel e fomos procurar um restaurante. Tudo é bem caro no sul do Chile, o restaurante que fomos era super simples, pegamos as opções mais baratas do cardápio e a conta deu 17000 CLP, ou seja, 100 reais. Voltamos mortos para o hostel e dormimos ainda na luz do dia! Hostal Morocha: Diária para o casal: 38000 CLP (só em cash). O hostel é uma casa pequena gerenciada por uma suíça super simpática. Os quartos apesar de pequenos são bem aconchegantes e limpinhos. O banheiro é grande e a ducha é ótima! O café da manhã é uma delícia e com bastante variedade. O único porém é a localização, mas como a cidade é pequena não prejudica muito (5 a 10 min a pé do centro). DICA 8: Da última vez que fui ao Chile desci em Santiago e não quis trocar o dinheiro no aeroporto achando que seria mais caro que no centro de Santiago, mas não é! No dia seguinte quando fomos ao centro não achamos nenhum lugar com tarifa tão boa quanto a do aeroporto. Não sei se é sempre assim, mas não precisa ficar com medo de trocar no aeroporto. DIA 3 – 29/12/15 Acordamos após uma ótima noite de sono e fomos para a cidade fazer as compras finais. Compramos gás para o fogareiro (levamos 2, mas o 1º só acabou no último dia, quase deu pra levar só 1), frutas secas (Loja Itahue) e passamos no supermercado para comprar os alimentos. Organizamos o mochilão e deixamos nossa mala no hostel no qual ficaríamos após voltar do TdP (o Hostal Morocha não tinha disponibilidade em janeiro). Comemos nossa última refeição antes do trekking no Restaurante El Bote, que é simples mas gostoso, o menu com entrada, prato principal e sobremesa era 4000 CLP, e o refrigerante ou suco 1500 CLP. De lá pegamos um taxi e fomos para a rodoviária. Chegamos em cima da hora da saída dos ônibus – várias empresas fazem o percurso ao TdP, e todas saem no mesmo horário (07:30 ou 14:30) e tem o mesmo preço ( 15000 pp i/v). Não precisa preocupar em comprar a passagem antes devido a essa grande oferta, chegamos em cima da hora e conseguimos passagem sem problema. A viagem até o parque tem uma paisagem lindíssima, com muitas ovelhas e alpacas, e dura cerca de 2h até Laguna Amarga, onde todos os ônibus param e todos descem para comprar o ingresso (18000 CLP – Tem que apresentar o papel que ganha na alfândega quando entra no país) e assistir uma breve instrução sobre as regras do parque. Nesse ponto, quase todo mundo do ônibus desceu para pegar o ônibus para o Hotel las Torres, mas como nós iriamos fazer o W invertido, continuamos mais 1h no ônibus até Pudeto. Em Pudeto pegamos o catamarã (15000 CLP, 20 min de viagem) até o Paine Grande. No acampamento fomos direto para o “check in”. Nessa noite o refúgio não tinha mais vaga (mesmo reservando com alguns meses de antecedência), então fomos de barraca mesmo. Alugamos tudo deles (que também precisa ser reservado com antecedência): barraca, saco de dormir e colchão (tudo saiu a 39000 CLP para nós dois). Não é barato alugar com eles, mas a praticidade contou muito na nossa decisão e não me arrependo. Alugar direto nos acampamentos tem a imensa vantagem de não precisar carregar tanto peso nem volume durante as caminhadas, além disso os equipamentos são de alta qualidade e a barraca já vem armada. Não passamos nada de frio durante a noite, a qualidade dos materiais realmente conta muito nessas horas. Após instalados fomos comer. No nosso primeiro jantar comemos sopa de tomate, miojo e bebemos vinho (levamos uma garrafa para as 2 primeiras noites pois não íamos precisar carregar o mochilão nesses dias). Em todos os acampamentos há um lugar específico para cozinhar, é proibido acender fogo fora dessas áreas. DIA 4 – 30/12/2015 Acordamos cedo para dar início ao primeiro dia de caminhada. Tomamos café da manhã reforçado (pão com queijo e peito de peru, chá, pêssego) e preparamos nosso sanduíche para comer no almoço (cream cheese e atum). Preparamos a mochila de ataque só com a comida necessária para o dia, equipamentos fotográficos e acessórios de frio caso fossem necessários (gorro, cachecol) e deixamos o mochilão no refúgio. Começamos a caminhada por volta de 08:30. Em uma hora de caminhada tranquila, com pouca subida, chegamos na Laguna los Patos. De lá andamos mais um pouco e paramos para um lanche (barra de cereais e frutas secas). As 10:30, após 2h de caminhada, chegamos no Mirador Grey. Esse mirador é um lugar espetacular, tem uma vista incrível! Ficamos mais de 30 min lá admirando a beleza do lugar e tirando muitas fotos. Seguimos viagem até o Refugio Grey, onde chegamos após 2h de caminhada com muita descida e alguns trechos difíceis (muita pedra e córregos). Nosso ritmo de caminhada era bem tranquilo, íamos no nosso tempo e parando muito para fotos - a maioria das pessoas fazem esse percurso em menos tempo. Chegamos bem cansados e fomos comer o sanduíche de atum, suco e biscoito. Ficamos mais de 2h lá no acampamento descansando e iniciamos nosso percurso de volta. Apesar das subidas em pouco mais de 1h chegamos ao mirador, mas fomos andando em um ritmo bem acelerado, sem pausas. Paramos no mirador por mais meia hora para descansar e seguimos mais 2h de trilha até o refúgio Grey. Nessa noite dormimos no refúgio mesmo. Jantamos (arroz, salsicha de frango e miojo) e tomamos o resto do vinho. Conversamos com um casal sul africano e um espanhol, os quais encontramos algumas vezes mais nos outros dias. Eles estavam fazendo o circuito “O”, e como nevou na noite do natal eles interditaram alguns trechos do circuito, então eles tiveram que voltar e continuaram no circuito W mesmo. O banho: Como estávamos hospedadas no refúgio podíamos tomar banho lá mesmo. Na hora que fui tomar banho tinha uma fila de 4 mulheres e só 3 chuveiros para o refúgio inteiro! Peguei minhas coisas e fui para o banheiro do acampamento. Em pouco tempo vagou um chuveiro e fui tomar o meu banho. O chuveiro é muito bom! Água quente e forte. O box é de um tamanho bom também, apesar de ter que fazer um malabarismo para trocar de roupa sem deixar nada encostar no chão. O banheiro estava limpinho na hora que fui, eles limpam com bastante frequência. O Otavio tomou banho no banheiro de refúgio e disse que o chuveiro era bom também. As tomadas: As tomadas para carregar as máquinas foram um motivo de bastante preocupação antes da viagem, o que nos levou a comprar algumas baterias extras. Nos acampamentos realmente é mais complicado para utilizar tomadas, mas nos refúgios não tivemos problemas. Nos corredores do refugio Grey existem algumas tomadas, e quase todas vazias. DICA 9: A vista do mirador Grey e do acampamento Grey são quase iguais, só aproxima mais das geleiras. Do acampamento você pode ir pra beirada do lago com mais uns 15 minutos de caminhada. Na minha opinião não achei que valeu a pena ir até o refúgio, teria nos poupado mais se tivesse ficado só no mirador, e como eu disse, a vista não muda muito. DICA 10: Levamos arroz em saquinhos e caldo Knorr, fica bem fácil e gostoso o arroz desse jeito. É só deixar a água ferver, colocar o saquinho de arroz e o tempero (Meu Arroz, da Knorr) e deixar ferver por 20 minutos. Depois é só tirar o saquinho e deixar escorrer e o arroz tá prontinho! Um saquinho dá tranquilo para 2 pessoas. Tanto o arroz quanto o tempero compramos no Brasil e levamos. DICA 11: Eu aproveitava para “ferventar” a salsicha na mesma água do arroz, que já estava com um tempero. Obs: Como íamos nos hospedar no refúgio a noite eles deixaram a gente guardar os mochilões em um “luggage room” dentro do refúgio. Para as pessoas que estão acampando os mochilões devem ser deixados fora do refúgio, em uma varandinha. DIA 5 – 31/12/2015 Acordamos um pouco mais tarde, por volta de 08:30, tomamos nosso café da manhã e as 10h iniciamos nossa caminhada rumo ao acampamento italiano, dessa vez com a mochila nas costas! O caminho é cheio de cachoeiras e pontes, é bem lindo. No final do percurso há uma parte queimada do incêndio que teve no parque em dezembro de 2011. Chegamos por volta de 13h no acampamento italiano, mas como já disse, nosso ritmo de caminhada era tranquilo, muita gente faz em menos tempo. Como lá tinha lugar para cozinhar resolvemos almoçar lá mesmo, comemos macarrão com molho de tomate com carne moída (compramos o potinho de molho pronto no supermercado) e ainda acrescentamos atum. As 14h, devidamente alimentados, deixamos nossos mochilões (com capa impermeável) no acampamento e iniciamos a subida rumo ao mirador britânico. O caminho inteiro é lindo, mas com muitas pedras e subida íngreme. Em 1h40m chegamos ao mirador Valle do Francês, que tem uma vista espetacular dos lagos! Ficamos um tempo sentados lá admirando a paisagens, observandos as avalanches (na montanha em frente de tempo em tempo tem pequenas avalanches, da um barulho parecido com trovão e ai você vê o gelo caindo) e fazendo um lanchinho. As 16h iniciamos a caminhada para o mirador britânico e chegamos as 17:45h. O caminho todo é lindo e bem tranquilo, vai passando por dentro da mata. No meio do caminho, antes de chegar no acampamento britânico tem um “deserto de pedras”, um lugar bem bonito. A chegada ao mirador britânico é um pouco difícil, nos últimos metros tem bastante subida e uma escalada em pedras para chegar ao topo. A vista é linda, mas faz bastante frio! Descansamos um pouco e iniciamos a descida até o acampamento italiano, que durou cerca de 3h. Chegamos no acampamento completamente destruídos, mortos de fome e com frio. Jantamos lá mesmo (arroz, salsicha e miojo) e com muita dor e cansaço pegamos os mochilões e fomos até o Domo Frances, onde iriamos dormir. São 2 km de distância, o que levamos 30 min para percorrer, chegamos bem na hora que começou a escurecer. O lugar é muito bonito, a beira de um lago e tinha bastante gente animada. Dormimos nos “domos”, um quarto bastante interessante e bem estruturado. Cada domo tem 4 beliches, com abajur e tomadas individuais em cada cama! Além disso, há 2 banheiroS em cada domo, e são bem limpos e confortáveis. Tomamos nosso banho e fomos comemorar o ano novo. Estávamos tão cansados que só tomamos uma cerveja (4000 CLP a lata!!), esperamos dar o horário do ano novo no Brasil e fomos dormir. DIA 6 – 01/01/2016 Acordamos ainda cansados e com muitas dores no corpo. O check out era as 09:30 (como em todos os refúgios), mas conversamos para ficar um pouquinho mais. Arrumamos as coisas, comemos e partimos as 11h. Caminhamos 2h até Los Cuernos, que é bem arrumado e bonito o local (tem uma praia de pedra em frente). Los Cuernos é o maior acampamento do parque, tem área de camping, refúgios, chalés e até domos. Paramos um tempo lá para descansar, almoçar (arroz com atum e frutas secas) e conversamos com um brasileiro que tinha acabado de chegar. As 14h demos início a caminhada até El Chileno. Apesar das paisagens lindas esse caminho parecia eterno! Juntou o cansaço acumulado, com mochilão pesado e muita subida. Demoramos 6h de Los Cuernos até El Chileno, com muitas pausas para fotos e descanso. Chegando em El Chileno a paisagem é maravilhosa! O El Chileno é o local mais animado de todos, tem muita gente e muitos jovens. Lá tem refugio e acampamento, nós ficamos no refúgio, num quarto de 8 pessoas. O banheiro era no corredor para todos os quartos e a ducha era bem ruim. A única tomada que achei era no saguão principal, e tinham 3 tomadas para todo mundo dividir, era bem disputado . Ah, lá é o único lugar com wifi, mas é beeem caro. A cozinha para o acampamento era grande porém imunda, bem sujo mesmo. Achei interessante que lá tem uma cestinha para deixar as comidas que sobraram ao invés de jogar fora. Deixamos lá nosso botijão, já que era nosso último dia, e pegamos um pacote fechadinho de torrada. Jantamos sopa de macarrão com molho de tomate e carne e fomos dormir. DIA 7 – 02/01/2016 Último dia no parque. Iniciamos nossa subida ao ponto mais aguardado (base das torres) por volta de 10h. O percurso até o topo durou 2h e foi o mais tranquilo de todos, tem muita subida no final mas fomos devagarzinho e sem estresse. Chegando lá tivemos 2 ótimas surpresas – A primeira foi que as torres estavam lindas, esperando para ser admiridas e fotografadas, a segunda foi que após as fotos começou a nevar!! Apesar do frio (dia mais frio da viagem) foi tudo lindo. A descida durou 2h também (a maioria das pessoas descem mais rápido que sobem, mas eu descia bem devagar com medo de machucar o joelho). Paramos no acampamento só para pegar os mochilões e descansar, em seguida iniciamos o ultimo trecho da viagem, do El Chileno até o Hotel Las Torres. Mais da metade desse percurso é uma pequena trilha com um abismo ao lado, e bem nesse trecho pegamos uma ventania muito forte. O vento me derrubou com mochilão e tudo, então, apesar do vento estar soprando do lado contrário do abismo resolvemos esperar ele diminuir um pouco antes de continuar a descida. Esse trecho foi o único que usei óculos escuros, pois o vento carregava muita areia. A descida demorou 2h. Chegamos mortos, mas super satisfeitos! Comemos uma pizza no hotel mesmo, que era bem gostosa e bem servida (19000 CLP) e esperamos o transfer, que passou as 19:30 e custou 2800 CLP por pessoa. O transfer nos deixou na portaria Laguna Amarga, onde todos os ônibus estavam esperando para voltar para Puerto Natales. De Laguna Amarga até a rodoviária de Puerto Natales são aproximadamente 2h. Chegando lá pegamos um taxi e fomos direto para o hotel tomar banho e dormir! Hotel Amerindia: 52000 CLP a diária por casal. O quarto é gigante, cama e banheiro super confortáveis. O hotel é muito bem localizado. O café da manha é gostoso mas simples, com pouca opção. As funcionarias não são muito simpáticas. DICA 12: Experimentar o restaurante “Mesita Grande” tanto em Puerto Natales quanto em Punta Arenas, é um restaurante italiano que tem massa e salada. É um dos mais baratos e vive cheio. O suco e o sorvete de framboesa são uma delícia. Conta para o casal aproximadamente 18000 CLP. Os 2 dias que sucederam o trekking passamos descansando e preparando para nossa volta ao Brasil, em Puerto Natales e Punta Arenas. Bom, a viagem foi incrível e as paisagens muito mais bonitas do que esperávamos e do que é possível retratar em fotos. A viagem apesar de relativamente cara (no final deu aproximadamente 5 mil reais para cada) valeu cada centavo e cada esforço! Espero que tenha ajudado, qualquer dúvida podem me perguntar que estarei a disposição para ajudar.
  2. Voltei para a Patagônia, mais uma vez solo, para completar o Circuito W, um sonho antigo que eu tinha e desejei muito ao longo dos últimos anos. É a minha segunda vez em Torres del Paine mas agora o objetivo era muito claro: completar o circuito W. Eu terminei ontem e ainda estou absorvendo toda a experiência. Vou começar a postar tudo no https://www.instagram.com/anavoando/ Eu fiz em 4 noites e 5 dias e o itinerário foi o seguinte: Dia 01: ônibus de Puerto Natales até Pudeto, entrada do Parque Torres Del Paine através do Catamarã. Chega coladinho no camping Paine Grande por volta das 11h, mas eu andei até o Camping Grey, onde passei a primeira noite. 11km Dia 02: De manhã deixei a mochila no camping e fui com uma mochila menor até dois mirantes, um do lado do Camping Grey e outro cerca de 2km afastados, mas com uma vista incrível. Vale muito a pena. Voltei até o Grey e por volta do meio dia saí com a mochila até Paine Grande, camping que dormi a segunda noite. 21km Dia 03: O dia que eu mais temia! Saí as 08:30h e fui até o camping Italiano, que está fechado no momento, mas tem um guarda-parques lá e você pode deixar a mochila. Fiz a trilha de ataque até os miradores Francês e Britânico! WOW! Voltei pro Italiano 16:30h. Comecei a trilha Italiano – Cuernos as 16:55h (o limite de entrada era 17h!!!). Minha terceira noite foi no camping Cuernos! E que caaaaamping! Juro, vale a pena andar os 2km a mais e hospedar nele. Várias pessoas no caminho ficaram no Francês e reclamaram. Eu cheguei as 18:30h no Cuernos, depois de um dia caminhando por praticamente 10h, parei pouco durante todo o trajeto, só para comer e apreciar a vista nos miradores (mirantes). 26km Dia 04: Tirei a manhã off depois dos 26km do dia anterior. Saí por volta do meio dia do Camping Cuernos em direção ao Chileno! Eu não esperava a subida que teve nesse trecho hahaha o cansaço acumulado no quarto dia com certeza ficou evidente. Cheguei as 17h no camping Chileno, que fica já na metade do caminho para a Base das Torres. 12km Dia 05: As 05:30h eu saí em direção ao famoso mirante das Torres que dão nome ao parque. A grande surpresa com certeza ficou para o último dia: começou a nevar muuuuuito na subida. Muito mesmo! O objetivo era o nascer do sol, mas cheguei por volta as 08h na base das torres com a maior nevasca. As Torres estavam sumidas. Fiquei até umas 09:45h e nesse meio tempo elas apareceram e desapareceram! Lindonas! Gigantescas! Foi minha segunda vez nessa paisagem e com certeza fui surpreendida. Voltei super rápido para o Chileno e cheguei por volta as 11h no camping. Comi, descansei, me organizei e as 12h comecei o caminho em direção a saída do parque, pela Laguna Amarga. Peguei o ônibus as 14:30h, concluindo 90km caminhados em 5 dias! 17km Foi uma conquista giganteeeeeee! Ainda mais sozinha! A trilha está muito movimentada, é bem demarcada, então é tranquilo. Eu nem acredito ainda e estou absorvendo tudo que vivi nesses dias de tantas paisagens incríveis. Por estar sozinha optei por comprar todo o camping montado + todas as refeições inclusas e gastei os seguintes valores: INFORMAÇÕES GERAIS: - Voo SP – Punta Arenas - SP R$ 1.775,00 - Voo NVT – SP – NVT R$ 265 - Camping Grey e Paine Grande (Vertice) – USD 198 – R$ 1.206,08 Estavam inclusos nesse valor: barraca montada, isolante térmico, jantar e café da manhã no Grey. No Paine Grande tive incluso também um box de almoço com sanduiches, barrinha de cereal e suco de caixinha. O saco de dormir eu levei o meu de 0ºC. - Camping Cuernos e Chileno (Fantastico Sur/Las Torres) – USD 300 – R$ 1.827,40 Estavam inclusos: barraca, isolante térmico, todas as refeições (café da manhã, box de almoço e jantar). Eu decidi ir e comprei todas as coisas acima em 17 e 18/01/2022. - Entrada Parque Nacional Torres del Paine (comprei on-line) – USD 49 – R$ 290,08 - Ônibus Punta Arenas – Puerto Natales CLP 8000 (só ida) – R$ 50 - Ônibus Puerto Natales – Torres del Paine – CLP 12000 – R$ 75 - Catamarã Pudeto – Paine Grande – CLP 23000 - R$ 143,75 - Shuttle do Centro de Boas Vindas até onde os ônibus para Puerto Natales saem: CLP 3000 - R$ 18,75 Total dos gastos considerando só o Circuito W cerca de R$ 5.700,00. Tem outras coisas que não considerei ainda, porque eu literalmente voltei ontem do Parque. Vou compartilhar TODOS os detalhes no meu Instagram: https://www.instagram.com/anavoando/ Qualquer coisa que precisem, estou a disposição para mais detalhes * Voltei ontem e esse post futuramente será completado com mais informações.
  3. Em breve iniciarei o relato da aventura que está acontecendo neste momento. Estou hoje em Chile Chico, Chile. Seguindo para a Carretera Austral. Muitos perrengues, problemas da viatura, mas lugares maravilhosos para compensar tudo isso. Vou tentar fazer um relato com os custos de quase tudo que eu lembrar.
  4. Fala, pessoal! Primeiramente queria agradecer aos inúmeros relatos e informações daqui que me ajudaram demais a organizar esta viagem 😃 Vou tentar deixar uma ideia geral sobre o planejamento, equipamentos, trajeto e uma sugestão de itinerário que eu faria caso tivesse mais tempo por lá. Espero poder ajudar (animar e inspirar tbm) de alguma forma a quem ainda está se preparando e pensando em ir. (foi o lugar mais bonito que estive na vida!) Antes de seguir com os detalhes, só um pequeno contexto para explicar o porquê de algumas decisões que tomei: Dois amigos de infância já tinham viagem marcada e estavam com tudo planejado a ir para TDP, fazer o W, e seguir para o Atacama. Todas as passagens estavam compradas e reservas de camping feitas. Como tenho dois filhos, sendo um bebê recém nascido, a ideia de me ausentar de casa neste momento para viajar era impossível. Mas minha esposa ao saber da viagem me deu o maior vale night da história hahahaha S2 e insistiu para que eu fosse, aproveitar ao menos a semana em TDP enquanto ela segurava as pontas em casa. Sem palavras. Divida eterna! =D Então acabei entrando na viagem deles, na janela de TDP, e me adaptando a proposta: 3 noites de camping e 4 dias de trilha. Nunca tinha tido uma experiência de trekking como essa, no máximo fiz as trilhas das Chapadas pelo Brasil e acampava com meus pais quando criança mas todos os pormenores eram organizados por eles. Já fiz o Caminho de Santiago, de bike duas vezes, mas tbm o processo era bem diferente, e me considero um noobie no assunto de trekking e camping. Então saibam que as dicas que eu der aqui são baseadas só nesta breve experiência e de alguém que não tinha conhecimento prévio algum 😃 Reservas As reservas para os campings precisam ser feitas com certa antecedência. Eu fui no final da temporada, am abril, e consegui fazer as reservas há pouco menos de um mês para a viagem. Como fiquei no Paine Grande, Francês e Central usei apenas estes sites: Paine Grande: https://reservas.verticepatagonia.cl/paso3.xhtml a 12$usd pra duas pessoas Francês: https://lastorres.com/en/camping/camping-frances/ a 50$ usd para duas pessoas e Central: https://lastorres.com/en/camping/camping-central/ tbm a 50$ usd para duas pessoas Além do camping, é possível alugar equipamentos e outras opções de acomodações tbm nestes sites. Ainda assim, caso não reserve, mas eventualmente precise, é possível alugar algo no dia diretamente no refúgio. Os preços são bem mais caros, como todo o resto das coisas vendidas no parque (por exemplo, pagamos uma cerveja longa neck no final do terceiro dia por 3000 pesos (+- R$ 26 - mas foi bem merecida hahahahaha) A entrada do parque pode ser reservada antes pelo site, mas tbm é possível comprar assim que chegar de ônibus por lá. O ônibus pára e as pessoas descem para comprá-la diretamente na "bilheteria". Entrada: https://www.aspticket.cl/paso1.xhtml 21000 pesos / +- R$130,00 Equipamentos Após pesquisar um pouco decidi alugar todos os equipamentos mais pesados diretamente na cidade de Puerto Natales. Havia a possibilidade de comprar no Brasil e despachar mala, alugar na cidade e/ou alugar no camping, mas fomos pelo o que achávamos o melhor custo X benefício. Como não tinha nenhum equipamento no Brasil eu ainda teria que comprá-los, e errar nesta hora podia sair muito caro. Então, alugar diretamente na cidade provavelmente seria de coisas já testadas e com especificações adequadas pra trilha. Assim, acabamos por alugar na cidade: saco de dormir, Isolante, barraca, bastão de trekking e kit com fogareiro e utensílios para cozinhar. O botijão de gás acabamos comprando na cidade (6000 pesos, +- R$ 37,00) (é fácil de achar e tem várias lojas que vendem). Tudo foi alugado no Nikos: https://www.nikostwoadventure.com/es/alquiler-de-equipo/ Conheci pessoas que conseguiram levar o bastão de trekking do Brasil na bagagem de mão sem problemas, mas entendo que foi questão de sorte conseguirem passar. Pelo menos no Chile há diversos locais nos aero com recados sobre a limitação de embarcar com o bastão. Um ponto de atenção aqui que sofremos muito pela pouca experiência é que estes equipamentos alugados foram escolhidos por serem os mais baratos e isso, acho, implicou em itens menos eficientes e mais pesados que possivelmente existiriam em outras opções. Então, sugiro tentar pesquisar um pouco mais e ver o real custo benefício na hora de definir o local do aluguel. Por exemplo, o nosso saco de dormir, barraca e Isolante apesar de darem conta do frio que pegamos (toda noite fez facilmente -5°) eram muito pesados e volumosos. O Isolante parecia um colchonete destes que vendem em supermercados no Brasil hahahaha. (Corcunda de Notre Torres passando com seus equipamentos por sua tineline hahahaha:) Para os quatro dias levei o seguinte: 4 cuecas 4 meias p trekking 4 camisetas manga curta 1 camiseta manga longa 1 calça/bermuda de trekking 1 calça fleece 1 blusa fleece 1 casaco fleece 1 anorak corta vento impermeável 1 boné 1 gorro 1 protetor de pescoço 1 par de luvas 1 toalha de microfibra 1 poncho impermeável 1 travesseiro (destes de pescoço de avião) 1 par de chinelos 1 mochila 40L 1 mochila de ataque 5L 1 lanterna de cabeça 1 óculos escuros 1 cantil para água 0,8L 1 cartela de clorim 1 kit garfo/faca/colher 1 kit primeiros socorros 1 kit higiene pessoal 1 kit farmácia (essencial: analgésicos, antitérmico, anti-inflamatório, anti histaminico, vaselina para evitar bolhas nos pés, protetor solar, protetor labial) + celular, carregador, powerbank Um parênteses sobre a bota: comprei a NH100 da decatlhon e de uma forma geral gostei bastante do modelo, bom custo X benefício, deu segurança nas terrenos, tem bom gripe e impermeabilidade. Mas eu nunca tinha usado uma e tentei ao máximo amacia-lá antes da viagem e acostumar os pés. Na maior parte dos dois primeiros dias não senti nenhum incômodo, mas a partir da subida do mirador Francês, quando machuquei meu tendão de aquiles, talvez por começar a pisar de forma a compensar a dor, comecei a sentir bastante ela pegar em outros pontos do tornozelo. No terceiro e quarto dia (e demais dias da viagem) foi só na sofrencia e dor constante a, literalmente, cada pisada. Então, de qualquer forma, não custa lembrar que a recomendação é sempre usar botas já rodadas e que tenham sido amaciadas por vc = ) Mantimentos As trilhas passam por diversas fontes de água que dizem ser muito puras e potável (basicamente é água de degelo né?). Contudo, a informação que recebemos é para não consumir de fontes do entorno e próximas aos campings, principalmente entre o Central e o Chileno, e que as demais são muito seguras. Optei por levar umas pastilhas de clorim mesmo assim para evitar qualquer coisa e foi super prático e passei muito bem. Por outro lado, dois de meus amigos consumiram água direto das fontes sem nenhum tratamento e passaram super bem tbm. 20230408_135431.mp4 Em relação às comidas, assim como os equipamentos, é possível comprar kits diretamente nos campings e alguns itens avulsos como salgadinhos, barrinhas e bebidas. Em razão do custo, optei em levar do Brasil o máximo de coisa que caberia em minha bagagem de mão e torcer para a alfândega do Chile deixar passar hahahaha. Mas o site deles é bem claro quanto a isso (https://www.sag.cl/ambitos-de-accion/productos-de-origen-vegetal) , e alimentos industrializados em geral passam sem problemas algum, bastando apenas declarar pelo formulário na entrada (a cia aérea vai orientar como fazer mas tbm é possível se adiantar e fazer pelo site). Decidi comprar algumas comidas da marca Vapza e gostei muito da facilidade, tempo de preparo e sabor (feijão, lentilha, mandioca, frango desfiado e feijoada - sim! comemos feijoada na trilha e vou te dizer foi a melhor janta de todas hahahahaha) Além disso, tbm levamos do Brasil, miojos, missô, sopao, barrinhas de proteína e paçoquinhas. Em Puerto Natales fomos no supermercado e compramos tbm alguns nuts, purê de batata em pó, farinha de pão (usamos muito pra dar liga nas coisas e fazer tutu) e coisas para fazer lanche no café e no meio da trilha: pão de forma, queijo, salame e geleia (montamos tudo antes de ir pro parque =)) Lógico que tudo isso pesa bastante na mochila e a dica pra quem tem condições e vontade é ou levar alimentos próprios pra isso (liofilizada por exemplo) ou mesclar e comprar os kits diretamente nós campings (mas não sei os detalhes de como funciona). Ah, um ponto de atenção: conhecemos um grupo que guardou as comidas dentro da barraca para um dia de ataque e tiveram as barracas rasgadas por roedores (esqueci os nomes/espécie dos meliantes kkkk, mas dizem que é comum acontecer). Para evitar isso, todos os dias deixamos as comidas (todas sem exceção) ou guardadas dentro da cozinha do refúgio ou penduradas em árvores próximas às barracas conforme orientação do pessoal e guias locais. Nos falaram que estes roedores têm dificuldades em subir em árvores e gostam mesmo é mais de trekking hahahaha (é sério!) Deslocamentos Cheguei no Chile por Punta Arenas de avião no dia 07/04. De lá até Puerto Natales fomos de ônibus, pelo empresa Bus-Sur e compramos a passagem assim que desembarcamos no aeroporto. A informação que tivemos, pelo menos no final de temporada, é que a disponibilidade dos ônibus é bem boa, e a recomendação de comprar as passagens com um dia de antecedência é bem ok. No balcão de informações ao turista do aero Punta Arenas tem uma plaquinha com a senha do Wi-Fi do aeroporto. Por lá conseguimos acessar e fazer a compra do próximo ônibus. Atenção aqui ao comprar a passagem para colocar a origem da viagem como Aeroporto de Punta Arenas e não apenas em Punta Arenas hahahah. Dois amigos e outro turista chegaram antes e acabaram comprando a passagem como se estivessem na cidade. O ônibus passou pelo ponto do aeroporto mas não esperou eles subirem pois não sabia que haviam outros passageiros naquele ponto do aeroporto. Parece meio óbvio, mas não custa avisar pra ter atenção na compra hahahaha. Na rodoviária de Puerto Natales tbm é possível comprar o ônibus para o Parque (ou pelo site mesmo) e é possível escolher o local de descida dentro do parque a depender da sua programação. Me parece que pela Internet há mais assentos disponíveis. Nós decidimos fazer o circuito inverso, partindo de Paine Grande com sentido às Torres. Para isso, vc tem que entrar no parque e descer do ônibus em Pudeto. Em Pudeto, pega-se um catamarã que atravessa o Lago que desembarca em Paine Grande. O catamara é pago na hora, diretamente dentro do barco. Atenção que só aceitam pagamento em efetivo/dinheiro e o preço foi de 30$ usd / 25000 pesos. Além disso, não percam o canhoto/comprovante que dão na entrada do catamara após o pagamento, pois só é possível sair do barco se apresentar o mesmo, caso contrário vc terá que pagar a passagem novamente. 20230408_111744.mp4 Período Fizemos no final da temporada, em abril, outono, e tivemos a benção de pegar todos os dias excelentes! Céu limpo na maioria dos dias, frio mas com pouca chuva e um pouco de neve pra dar aquela alegria pra quem nunca viu em apenas uma manhã de todos os dias. Foi muito bom mesmo! As montanhas estavam com poucas nuvens, muita visibilidade e o show de cores das árvores no outono estava espetacular. Além disso, as trilhas ficam bem menos movimentadas que outras épocas e os campings com bastante gente ao meu ver mas ainda assim com tudo dentro do controle e funcionando bem. Itinerário Como disse no início, tínhamos um período de tempo bem limitado para fazer o W e no final o itinerário foi o seguinte: Dia 8/4: iniciar em Paine Grande, montar barraca e deixar os equipamentos e mochila no camping. Subir até o mirador Glaciar Grey com ataque, voltar e dormir em Paine Grande; Dia 9/4: sair de Paine Grande, ir até o camping Italiano, deixar a mochila e equipamentos, subir até o mirador Francês com a mochila de ataque e voltar, e seguir com todos os equipamentos para o camping Francês; Dia 10/4: sair do camping francês com todos os equipamentos e ir até o camping Central; Dia 11/4: sair do camping Central só com mochila de ataque e subir até o mirador base das Torres e voltar. Pegar a mochila e equipamentos e voltar para Puerto Natales. Entre mortos e feridos hahahaha conseguimos cumprir o proposto, mas caso tivesse mais tempo e em outra situação eu optaria em fazer o seguinte: Dia 1: chegar em Paine Grande no meio do dia, montar barraca, dormir cedo Dia 2: fazer bate e volta no mirador do Glaciar Grey com mochila de ataque. Dormir em Paine Grande Dia 3: sair de Paine Grande e seguir direto pro camping Francês, levando todo o equipamento. Dia 4: fazer bate e volta no mirador britânico com mochila de ataque Dia 5: sair do camping Francês e seguir direto pro camping Central, levando todo o equipamento. Dia 6: fazer bate e volta no mirador base das Torres com mochila de ataque. Seguir para Puerto Natales no final do dia. Com esses dias a mais séria possível fazer tudo com mais calma, com tempo pra poder curtir os miradores e diminuindo o risco de lesão por todas as correrias. O revés aí seria o aumento do custo de aluguel e diárias, além de precisar levar pouco mais de comida no geral. Mas mesmo assim acho que valeria bem a pena 😃 Bom, é isso. Caso tenham alguma outra dúvida e precisem de mais detalhes podem me perguntar que tentarei ajudar =D
  5. Em março de 2023 finalmente realizamos nosso sonho de ir até o extremo sul do nosso continente de carro, conhecendo as belezas das paisagens da Patagônia. Fui eu e minha esposa em um jipe Suzuki Jimny, o carro foi muito valente, não deu nenhum problema. Os pneus mais parrudos (mud 215 75 r15) e a tração 4x4 ajudaram nos trechos de rípio (estrada de cascalho), dá pra andar um pouco mais rápido nesses trechos com esses recursos. Mas não é essencial, com calma dá pra ir com QUALQUER carro, inclusive a maioria dos viajantes que vimos percorrendo os mesmos caminhos eram até motoqueiros, de todas as partes do mundo. É uma viagem fantástica, que relatos ou fotos não podem descrever plenamente a sensação de fazer. Antes de começar, no planejamento, parece loucura, as grandes distâncias, horas dirigindo, possíveis perrengues. Mas depois que começa a viajar, a ansiedade vai sumindo, o roteiro vai se desenrolando naturalmente e a grande maioria dos trechos de estrada são muito prazerosos de percorrer. Faço esse relato para auxiliar na logística, planejamento e incentivar quem também está sonhando viver essa aventura. Se tiver esse sonho, faça o devido planejamento de tempo, finanças, documentação, esteja com a manutenção do seu carro em dia e simplesmente vá, não pense muito mais do que isso! Embarque na viagem que dá certo, se joga! DICAS GERAIS Dinheiro no Uruguai: país caro! Tudo lá é mais ou menos ⅓ mais caro que aqui. Trocamos reais em espécie por pesos uruguaios. Dinheiro na Argentina: país barato! Com a cotação blue sai tudo mais ou menos a metade do preço do Brasil. Fizemos 4 transferências grandes que sacamos tudo de uma vez na Western Union de Buenos Aires. Pagamos toda a alimentação e gasolina da viagem em espécie, e algumas hospedagens também quando não aceitavam cartão. Também levamos um cartão C6 Global com US$ para pagar as hospedagens. No dia 5 do relato explico melhor. Dinheiro no Chile: país caro! Tudo lá é mais ou menos ⅓ mais caro que aqui. Levamos dólares em espécie que trocamos por pesos chilenos. Alguns gastos no cartão global. Documentação: leve passaporte! Facilita muito os trâmites e ainda dá para carimbar nas fronteiras, Peninsula Valdes e Ushuaia. Versão impressa do documento (CRLV) do veículo e carteira de habilitação foram pedidos em todas as fronteiras e blitz policiais. Algumas vezes Carta Verde. Até fiz o Soapex do Chile mas não pediram nenhuma vez. Ítens do carro: levei dois triângulos, extintor novo e carregado, kit de primeiros socorros. Tenho cintas de reboque no carro também, mas nada disso foi pedido nenhuma vez. Mantimentos: como várias regiões remotas e isoladas são percorridas, sempre levávamos pelo menos 3L de água no carro e comida para um dia pelo menos, no caso de algum problema com o carro e demora no socorro, mas ainda bem que nada ocorrreu. Dia 1 - Campinas(SP) => Tubarão(SC) (880 km) Dia de iniciar o deslocamento ao sul, pegamos muito trânsito na Régis Bittencourt na serra do Cafezal devido a um tombamento de carreta, e também na BR101 próximo da divisa PR/SC devido à obras. Depois tudo parado também em Itajaí(SC), viagem longa e desgastante de aproximadamente 12h, o que já era previsto. Dia 2 - Tubarão(SC) => Barra do Chuí(RS) (840 km) Dia mais legal que o anterior, praticamente sem trânsito. Entre Porto Alegre e Pelotas já começam os trechos de pista simples, mas sem muitos caminhões. De Pelotas até o Chuí, estrada linda, retas sem fim e passagem pela reserva ambiental do Taim. Nos hospedamos em Barra do Chuí porque queríamos ver a divisa no litoral entre Brasil e Uruguai, são apenas 10km a mais, acredito que vale mais a pena, é muito mais bonito, em Chuí não tem muita coisa pra ver. Ficamos em uma pousada de chalés simples mas que proporciona uma vista sensacional do arroio Chuí, do farol e dos molhes, se chama El Faro del Pajarito, fica literalmente na rua mais ao sul do Brasil. Dia 3 - Barra do Chuí(RS) => Montevideo (420 km) Antes de sair do Brasil, ENCHA O TANQUE de combustível. A gasolina no Uruguai tá muito cara, praticamente o dobro da nossa. Atravessamos a rua que divide os dois países, trocamos reais por pesos uruguaios em uma casa de câmbio e seguimos até a aduana. Estava sem filas, fizemos a migração com os passaportes, nos pediram também o documento do carro impresso (CRLV), habilitação e o seguro carta verde. Depois da fronteira a primeira parada foi a fortaleza de Santa Teresa, fica perto da estrada e é muito bonita. Depois seguimos para conhecer Punta del Diablo e a Playa de La Viuda, uma praia com lindas dunas antes do mar, bem tranquila. A próxima parada foi Valizas, uma vilinha bem roots, com várias casinhas direto na areia da praia. Nos mantivemos na ruta 10, uma estrada menor e mais próxima do litoral, até chegar em La Paloma. É uma cidade maior, com vários restaurantes e um farol bem bonito. De lá seguimos, obrigatoriamente tivemos que voltar à ruta 9 passando por Rocha, mas assim que pudemos retornamos até a ruta 10 em Las Garzas. De Las Garzas até José Ignacio passamos por um trecho bem bonito e deserto da estrada, beirando o mar e percorrendo área de reserva ambiental. Em José Ignacio já começam a aparecer mais casas modernas e de alto padrão, só paramos para ver o farol e seguimos até Punta del Este. Pegamos um pouco de trânsito, não gostamos de praias urbanas assim, só tiramos uma foto no monumento da mão e fomos até a Casapueblo. O ingresso é um pouco caro, mas vale muito a pena para quem gosta de arquitetura e arte. E se estiver com o tempo aberto, o pôr do sol lá com a recitação da poesia é um momento muito bonito. De lá fomos até Montevideo, onde chegamos já anoitecendo, estrada muito boa até lá. Dia 4 - Montevideo => Colonia del Sacramento => Buenos Aires (200 km) Saímos cedo de Montevideo em direção a Colônia. A cidade é bem charmosa, chegamos próximos da hora do almoço, tem bastante opções de alimentação, mas lembrando que o custo de vida lá para nós do Brasil é um pouco mais alto. Demos um rolê ali no Barrio Historico até chegar o horário da balsa Buquebus, que aliás está bem cara (aproximadamente R$1000 duas pessoas mais o carro até Buenos Aires). Chegando em Buenos Aires só chegamos na hospedagem e saímos pra jantar por perto. Dia 5 - Buenos Aires => Bahía Blanca (650 km) Já tínhamos reservado a manhã para os procedimentos de câmbio de dinheiro. Sei que dá para pegar os pesos próximos da cotação blue na Calle Florida, mas preferimos a segurança da Western Union, já havíamos feito as transferências anteriormente e fomos sacar os valores em uma agência grande e oficial, localizada nesse endereço (Perú 160-118, C1067AAC, C1067AAD CABA). O horário de abertura era às 09h, chegamos lá umas 08h45 e já havia uma pequena fila. Fizemos o primeiro saque bem rápido, mas devido aos diversos relatos de falta de dinheiro nas agências e limites para saques, acabamos fazendo por precaução duas transferências menores de um para o outro. Isso nos fez perder mais 1h30 de fila para sacar de novo, acho que se tivesse feito apenas 1 transferência grande teria dado certo nessa agência, chegando cedo para garantir. Pela praticidade, acabamos sacando já o dinheiro suficiente para a viagem inteira, deu um calhamaço de notas, ocupando duas pochetes grandes inteiras. Apesar do risco, não queríamos perder tempo com os saques novamente, fora a disponibilidade limitada em cidades menores. Para complementar o dinheiro da viagem, levamos também um cartão C6 Global carregado em dólares, utilizado basicamente apenas para pagar as hospedagens. Antes não valia a pena, mas desde dezembro de 2022 está em vigor uma nova modalidade de conversão de moeda quando se utiliza cartão estrangeiro na Argentina, chamada popularmente de dólar tarjeta. Não chega a ser o dólar blue praticado pela Western Union mas chega próximo, e pagando o hotel com cartão você tem a isenção do imposto por ser estrangeiro. Então esta agora é a melhor forma de pagar hospedagens na Argentina, com cartão. Gasolina e alimentação foi tudo no dinheiro vivo, vale mais a pena. Saímos de Buenos Aires já era umas 13h, é uma distância considerável até Bahía Blanca, começamos a descer pela Ruta 3, depois da cidade de Azul pegamos a RP51, é o caminho mais curto pelo pampa, asfalto um pouco ruim em alguns trechos mas bem menos caminhões. Dia 6 - Bahía Blanca => Puerto Madryn (717 km) Ao invés do caminho sugerido pelo Google Maps, pela ruta 22 e depois 251 até San Antonio Oeste, fizemos tudo pela Ruta 3, passando por Viedma, acrescentando uns 70km ao trajeto, mas queríamos percorrer a Ruta 3 o máximo possível. E valeu a pena, entre Viedma e San Antonio Oeste é um trecho bem deserto e com duas retas gigantescas, foi legal ter passado por esse trecho. Chegamos em Puerto Madryn no final da tarde, já com o frio e o vento patagônico dando as caras. Dia 7 - Puerto Madryn => Península Valdés => Gaiman (300 km) Nesse dia amanheceu chovendo, nosso plano seria percorrer toda a Península Valdés (Punta Delgada, Caleta Valdés e Punta Norte), mas quando chegamos já na porteira de entrada da península, no istmo, nos informaram que as estradas poderiam estar intransitáveis devido às chuvas. Quando chegamos em Puerto Pirámides fomos informados que um ônibus havia derrapado na lama e bloqueado a estrada para acessar a Caleta Valdés. Havia uma viatura da polícia informando para não passar para o interior da península, porque as estradas estavam péssimas. Mesmo com nosso 4x4 e pneu mud, não autorizaram. Mas mesmo assim foi um passeio muito bonito, conhecemos Puerto Pirámides, fomos nos miradores. Haviam alguns brasileiros de motorhome por lá, nos deram a dica de ir na loberia próxima de Puerto Madryn, para não perdermos o dia e vermos os lobos marinhos. No caminho de volta a Puerto Madryn ainda passamos no mirador Isla de los Pajaros, a 2km do centro de visitantes da península, lugar sensacional, vale a pena esse desvio pequeno de rota. Em Puerto Madryn almoçamos e fomos no mirador da Loberia Punta Loma, haviam muitos animais lá, bem legal. Depois um pouco mais a frente fomos até a Playa Cerro Avanzado, totalmente deserta, onde acaba a estrada. De lá seguimos até Gaiman, uma cidadezinha galesa bem legal perto de Trelew, infelizmente chegamos tarde para o tradicional chá da tarde, mas vale conhecer essa cidadezinha. Dia 8 - Gaiman => Trelew => Punta Tombo => Comodoro Rivadavia (500 km) Chegamos em Trelew para ir no Museu dos Dinossauros, mas infelizmente estava fechado para reformas por tempo indeterminado, a previsão de reabertura é em junho/23. Seguimos para Punta Tombo, uma das maiores colônias de pinguins de Magalhães do mundo. É uma reserva muito bem estruturada com um centro de visitantes legal, que dá um contexto da reserva antes do passeio pelas passarelas. O passeio é bem bonito, dá pra ver muitos animais e chegar bem perto. Depois do asfalto um pouco de rípio até chegar na Punta Tombo, inclusive na volta percorremos o mesmo caminho de ida até a ruta 3, o Google Maps estava sugerindo voltar pela ruta 32, o que seria um caminho mais curto mas totalmente de rípio e provavelmente bem deserto. ATENÇÃO: esse trecho de Trelew até Comodoro Rivadavia é um dos mais problemáticos da viagem em questão de postos de combustível, principalmente se incluir a visita até Punta Tombo, que acrescenta uns 100 km no trajeto. Também começa a ventar muito, o que aumentou bem o consumo de nosso carro, em mais de 1 km/L. Na ruta 3 aparece um posto YPF Alamo no Google Maps que simplesmente não existe. Depois de Estancia La Concepción também havia um posto no meio do nada que não dá pra confiar se vai estar aberto ou se vai ter combustível, no nosso caso estava aberto mas só tinha diesel. O posto essencial para abastecer nesse trecho é um YPF que fica em Garayalde, o que dá uns 350 km de Trelew, incluindo a Punta Tombo. E mesmo lá há relatos de falta de combustível, mas conseguimos abastecer tranquilamente lá. Como a autonomia de nosso carro é baixa (400 km, talvez menos dependendo do vento), por segurança levamos um galão de combustível extra de 20L que abastecemos em Trelew e amarramos no bagageiro de teto. Também já começam a aparecer bastante animais na beira da pista, guanacos e nhandus (uma espécie de ema patagônica). Tem que ter precaução nos pontos sem visibilidade da estrada (curvas e ladeiras), eles ficam bastante no meio da pista, e correm às vezes para frente do carro, principalmente os guanacos. Chegando em Comodoro Rivadavia vale a pena conferir o El Farallon, uma formação rochosa gigantesca próxima da costa, que tem uma colônia com muitas aves marinhas, ali é bem bonito no pôr do sol. Dia 9 - Comodoro Rivadavia => Rio Gallegos (778 km) Dia de muita estepe patagônica. Nos primeiros quilômetros após Comodoro o caminho da estrada é lindo, vai beirando o mar, no começo da manhã estava bem bonito. Depois é um caminho com muita estepe deserta, muitos guanacos atravessando a pista e o vento patagônico fazendo jus à fama. Em alguns momentos é absurdo, chega a interferir na direção e frear bastante o carro em alguns momentos, o consumo de combustível sobe. Mas é um trecho mais tranquilo em questão de combustível, tem mais opções e são mais confiáveis, por segurança abasteci em Fitz Roy, Três Cerros e Comandante Piedrabuena, sempre quando abaixava de meio tanque. Dia 10 - Rio Gallegos => Rio Grande (375 km) Muitas pessoas vão direto para Ushuaia nesse dia, mas acredito que a parada em Rio Grande é a melhor estratégia. Os procedimentos das duas fronteiras podem demorar se tiver fila, e tem a fila da balsa do estreito de Magalhães também, ficamos mais de 1h. Fora que o trecho entre Rio Grande e Ushuaia é muito bonito e merece ser feito com calma, com a luz do dia boa. E ainda ganha um tempo livre de manhã em Rio Gallegos para visitar o Barco Marjory Glen, um barco enorme encalhado na praia há mais de um século. Vale muito a pena ir lá ver esse barco, dá uns 50km ida e volta da ruta 3. Os trâmites na fronteira Argentina/Chile foram tranquilos, sem filas. Depois da fila da balsa, a travessia do estreito de Magalhães é rápida. Entrando novamente na Argentina, abastecemos no posto YPF que fica ao lado da aduana argentina em San Sebastian (não vale a pena abastecer no Chile em Cerro Sombrero, após a travessia de balsa, a gasolina no Chile em geral é caríssima). De San Sebastian até Rio Grande, uma estrada boa, asfaltada. Chegando lá o frio já estava forte. Dia 11 - Rio Grande => Ushuaia (212 km) Trecho de estrada lindo, a estepe patagônica vai dando lugar às montanhas e bosques andinos, lagos maravilhosos no caminho (Fagnano e Escondido), vimos raposas zorro em um dos mirantes e até fizemos um pequeno off-road em uma estradinha beirando o lago Escondido. Ela começa em um dos mirantes do lago, vai beirando o lago e começa a subir, paramos no meio do caminho de subida e demos meia volta, mesmo de jipe. Não era seguro prosseguir até o final, estávamos sozinhos e pelo visto a estrada subia uma pirambeira de serra com erosões até o Paso Garibaldi. Voltamos pro asfalto e subimos a serra, a vista lá de cima do Paso Garibaldi é sensacional. A estrada volta a descer para um vale bem bonito entre as montanhas e finalmente chegamos em Ushuaia, nem dá pra descrever a emoção e sensação de ver o portal da cidade, depois de todo o caminho percorrido até lá. Almoçamos um cordeiro patagônico delicioso e ainda deu tempo de fazer o passeio de barco, já que o tempo estava bom tinha que aproveitar. Fomos com a empresa Três Marias, que faz o roteiro tradicional e mais o trekking na Isla H, a ilha mais ao sul da Argentina, mais até que a própria Ushuaia. O legal é que com eles o passeio é feito em um barco menor, não igual as outras empresas com catamarãs e grupos enormes de turistas. Fora o capitão e o guia que eram muito simpáticos e explicaram com detalhes tudo sobre o passeio. Demos a sorte de ver baleias respirando e mergulhando. As ilhas no caminho até o farol Les Eclaireurs são lindas, cheias de lobos, leões marinhos e aves. O farol é fantástico, e o trekking na Isla H foi o ponto alto, ver uma paisagem e vegetação que só existe lá, parece cenário de filme. Voltamos para o porto de Ushuaia já bem no final da tarde, com vento e muito frio. Dia 12 - Ushuaia => Parque Nacional Tierra del Fuego => Ushuaia (80km) É uma atração imperdível de Ushuaia, reserve um dia para passar lá, principalmente se estiver um clima bom. Um parque muito bem estruturado e nem dá pra descrever a beleza dos bosques, rios, montanhas, só indo e fazendo as trilhas para sentir isso. Fizemos apenas trekkings curtos (cascata Rio Pipo, mirador Lapataia, Castorera), de carro passamos pela agência do Correio do Fim do Mundo para carimbar os passaportes, almoçamos no Centro de Visitantes Alakush e finalizamos indo até a placa do final da ruta 3 na Bahia Lapataia, após 3045 km desde Buenos Aires. Dia 13 - Ushuaia => Rio Grande (212km) Aqui a dica de mais uma parada estratégica em Rio Grande. Em meu roteiro original estava para chegar em Puerto Natales no Chile nesse dia, mas sentimos que seria extremamente cansativo pela grande distância e a demora de mais um trâmite de fronteira e balsa novamente. Pudemos curtir a manhã tranquilos no centro de Ushuaia, compramos pesos chilenos, umas lembranças nas lojinhas e almoçamos. Estava chovendo e muito frio, quando estávamos saindo da cidade ainda demos a sorte de ver a neve caindo ali no portal da cidade. No caminho para Rio Grande, muita chuva, chegando lá frio e um vento absurdo. Dia 14 - Rio Grande => Puerto Natales (564km) Enchemos o tanque em San Sebastian e entramos no Chile, tudo rápido na fronteira. Chegamos na balsa e embarcamos logo em seguida. No caminho entre a balsa e Puerto Natales não tem quase nada de civilização, é uma região remota. Tem a vila abandonada de San Gregorio com o naufrágio do Vapor Amadeo, prédios em ruínas, um pouco depois o único posto de combustível no caminho, um Petrobras minúsculo na entrada do Puerto Sara, abastecemos lá (ATENÇÃO: o posto só funciona de dia e só aceita pesos chilenos em espécie). Segue pela ruta 255 até o entroncamento com a ruta 9, onde tem mais um posto. De lá muitos retões e vento até Puerto Natales. Dia 15 - Puerto Natales => Parque Nacional Torres del Paine => Puerto Natales (350km) O Parque Nacional Torres del Paine é famoso por seus circuitos de trekking, mas é perfeitamente possível conhecer as principais atrações percorrendo o parque de carro, intercalando com trilhas curtas a pé para chegar nas atrações. Fizemos tudo em 1 dia devido ao tempo apertado da viagem, mas o ideal seria ter mais um dia no parque para percorrer com mais calma e fazer mais algumas trilhas a pé. A logística de voltar todo o caminho para Puerto Natales de novo (mesmo pelo asfalto da ruta 9) também não foi a ideal. Seria melhor ter encontrado uma hospedagem no parque ou em Cerro Castillo, já perto da divisa com a Argentina no Paso Rio Don Guillermo, mas eram caríssimas e escassas. Então percorremos todo o parque sentido sul -> norte -> leste e voltamos para Puerto Natales. O ideal é percorrer o parque de carro nesse sentido, entrando pela Portaria Serrano (ATENÇÃO: SÓ ACEITAVAM PAGAMENTO DO INGRESSO EM CARTÃO), porque assim você fica boa parte do caminho indo de frente para as montanhas icônicas Cuernos del Paine. Dentro do parque existem apenas estradas de rípio, alguns trechos em bom estado, outros nem tanto, mas todos os veículos passam tranquilamente. Após a portaria fomos ao Lago Grey e fizemos a trilha até o mirador do lago (1h a pé). É um lugar lindo, o contraste do lago cinza com os icebergs de azul bem vivo é fantástico, estava muito frio, vento e começou a chover. O clima do parque é imprevisível, tem que ir preparado com luvas, touca e casaco impermeável. Depois almoçamos umas empanadas que levamos (tem opções de alimentação dentro do parque mas são bem caras), o tempo melhorou e fomos até o mirador do Lago Pehoé, vista linda, mas os Cuernos del Paine ainda estavam encobertos. De lá seguimos para a vista da Hostería Pehoé e sua ponte, e depois até o Mirador do Salto Grande, depois de fazermos uma trilha curta a pé. A cachoeira Salto Grande é absurda de bonita, a cor da água impressiona, e lá também enfrentamos os ventos mais fortes de nossa viagem, às vezes até desequilibrava um pouco. De lá já dava pra ver bem as torres, que pudemos ver melhor um pouco mais adiante no caminho para o mirador do lago Nordenskjold, outro lugar fantástico. Seguimos então para a portaria Laguna Amarga, e de lá para a Laguna Azul. Nesse último trecho o rípio estava um pouco pior, talvez por ser um caminho menos percorrido. Essa laguna é vazia, bem tranquila e tem uma vista linda das torres se o tempo estiver aberto. Saímos do parque em direção a Cerro Castillo para pegar a ruta 9, fomos surpreendidos com mais rípio do que esperávamos nesse trecho, a estrada quase toda está em reformas e com desvios. De Cerro Castillo voltamos tranquilamente para Puerto Natales pela ruta 9. Dia 16 - Puerto Natales => El Calafate (355km) Saindo de Puerto Natales rápido chegamos em Cerro Castillo (o bar/café da fronteira parece cenário de filme de velho oeste) e o Paso Rio Don Guillermo. Passando pelo trâmite de aduana chileno, em poucos km chegamos à fronteira com a Argentina, onde começa uma estrada de rípio em bom estado. Em 1 ou 2 km passamos pela aduana argentina, de lá mais um pouco de rípio até chegar na Ruta 40. ATENÇÃO: a rota padrão do Google Maps entre Puerto Natales e El Calafate pega o caminho mais curto, e de forma irresponsável manda os viajantes pelo antigo traçado da ruta 40, entre Estancia Tapi Aike e El Cerrito. É um trecho totalmente de rípio, deserto e que dizem estar em péssimo estado, há muitos relatos de viajantes que sofreram para passar por lá. Também inexistem postos de combustível indo por lá. Faça a rota colocando Esperanza como parada. É uma volta longa, acrescenta mais de 100 km ao caminho, mas é o traçado atual da Ruta 40, totalmente asfaltado e com abastecimento seguro em Esperanza no posto EPA (Energia Patagônica). A partir de Esperanza, as belas paisagens da Ruta 40 com muito vento até El Calafate. Dia 17 - El Calafate => Parque Nacional los Glaciares (Glaciar Perito Moreno) => El Calafate (160 km) O Parque Nacional los Glaciares é fantástico, ver o glaciar é uma experiência emocionante. DICA: não faça o passeio de barco a partir do primeiro porto (puerto Bajo las sombras), de lá o passeio percorre o lado do glaciar que a água fica menos bonita, meio acinzentada. Continue a estrada até o final, deixando o carro no estacionamento perto do Restó del Glaciar, já compre ali perto os ingressos para o passeio de barco que sai pelo Canal de los Tempanos. Esse canal é um dos que dá origem ao grande lago Argentino, estava um dia ensolarado e a cor da água estava incrível. Por ali além do porto do passeio dá pra fazer também um dos roteiros de passarelas, se quiser fazer os outros com os mirantes mais altos e principais dá para subir a pé pelas passarelas ou então pegar um ônibus circular que passa constantemente, não dá pra ir de carro na parte de cima do parque. Ver o glaciar de todas as formas e ângulos, andar por todas as passarelas, é um passeio sensacional que deve ser feito com calma, dedicando um dia inteiro, é um lugar incrível. Dia 18 - El Calafate => El Chaltén (220km) Provavelmente o dia com as melhores paisagens da viagem. De El Calafate seguimos pela ruta 11 e ruta 40 até o entroncamento com a ruta 23, o caminho para El Chaltén. Beirando o lago Viedma, a estrada percorre uma paisagem linda, pegamos também ventos fortíssimos contrários nesse trecho, o carro mal desenvolvia 90km/h em 4a marcha, o consumo subiu bastante. Conforme vai se aproximando de El Chaltén, o monte Fitz Roy se faz cada vez mais presente. Alguns trechos com longas retas e a visão do Fitz Roy ao fundo com certeza devem ser alguns dos mais bonitos trechos de estrada do mundo. Mais alguns mirantes fantásticos no caminho, passamos pelo portal do Parque Los Glaciares e então chegamos a El Chaltén, uma das cidades mais novas da Argentina, que mantém o clima pacato de vila de trilheiros e mochileiros. A atmosfera da cidade é bem legal, certo contraste com o turismo já um pouco massificado em El Calafate. Almoçamos lá, fizemos check-in em nossa hospedagem e já saímos em direção ao camping Lago del Desierto, onde começa a trilha para o glaciar Huemul. De El Chaltén até lá, são 35km de estrada rípio em condições razoáveis. Pagamos o ingresso da trilha na entrada do camping e começamos a subida, é uma trilha curta mas com um forte aclive, bem cansativa, estávamos sedentários na época e fomos devagar na subida, demoramos mais ou menos 1h, no trecho final mais inclinado tem o auxílio de algumas cordas, mas é bem seguro, sem exposição à queda ou risco algum. É uma trilha muito bonita, que percorre os bosques e vai beirando o riacho que drena a água do lago do glaciar. A chegada até o lago e a vista do glaciar depois do esforço da subida é recompensadora e impressionante, a cor da água é inacreditável, misturada com cor da vegetação no início do outono, com certeza uma das paisagens mais bonitas que já vimos na vida. É um passeio um pouco fora do radar de quem só vai para El Chaltén focando nos acampamentos e trilhas, devido à distância do centro da cidade. Mas na minha opinião, pela paisagem da trilha, do lago e do glaciar, é um passeio obrigatório para fazer por lá, e que pode fazer ser feito rapidamente e com pouco esforço em apenas meio período. Dia 19 - El Chaltén - Parque Nacional los Glaciares - Trilha Laguna Capri e Mirador Fitz Roy (10km a pé ida e volta) A trilha começa no final da avenida principal da cidade, tem uma subida menos inclinada mas com o dobro da distância da trilha do Glaciar Huemul, haviam pessoas de todas as idades fazendo a trilha, a subida é cansativa mas é tranquila se fizer sem pressa. O caminho da subida é bonito, e a vista do maciço do Fitz Roy a partir da Laguna Capri e do mirador é fantástica, as fotos não conseguem transmitir aquela beleza. De lá dá pra continuar a subida para ir mais perto do Fitz Roy, até a famosa Laguna de los 3, mas aí já seria uma trilha de nível difícil fisicamente, mais íngreme e demorada, não estávamos preparados, ficou para a próxima. Almoçamos na beira da laguna Capri e fizemos a descida de volta à El Chaltén. Dia 20 - El Chaltén => Perito Moreno (652km) Após curtir mais uma vista estonteante do Fitz Roy na ruta 23 saindo de El Chaltén, foi dia de enfrentar a ruta 40 em seu estado mais bruto. Após a cidade de Tres Lagos existe um trecho de 73 km de rípio, conhecido como “Los 73 Malditos” pelos motociclistas e viajantes. Não é incomum esse trecho ficar interditado e intransitável quando chove muito, porque o pavimento é de rípio com uma terra bem fina, que se transforma em uma argila quando molhada. Se tiver chovido nos dias anteriores, é bom perguntar no posto YPF de Tres Lagos como está a estrada. Não havia chovido, e quando chegamos no rípio, foi até tranquilo, os automóveis não estavam tendo maiores dificuldades, já as motocicletas estavam sofrendo mais, tem uns trechos com o rípio bem solto e fofo que elas desequilibram bastante. Esse trecho aliás atravessa uma das paisagens mais desertas e desoladas que percorremos na viagem, é bonito. Demoramos um pouco mais de uma hora para chegar de volta ao asfalto. ATENÇÃO: o trajeto entre El Chaltén e Perito Moreno também é problemático em questão de abastecimento de combustível e tem mais uma armadilha do Google Maps. Ele indica o caminho mais curto por um antigo traçado de rípio da ruta 40, deixando de fora a cidade de Gobernador Gregores, que depois de Tres Lagos é a única com posto de combustível até Perito Moreno. Não vá por lá que a falta de combustível será certeira. Então faça a rota incluindo Gobernador Gregores como parada. Mesmo assim, de lá até Perito Moreno são 360 km sem nenhum posto pelo caminho, a não ser as bombas de gasolina no meio da rua do pitoresco vilarejo de Bajo Caracoles, que dizem que muitas vezes não tem combustível ou ninguém para atender. Não dependa desse posto. Esse foi mais um trecho que utilizei o galão de combustível extra para ter mais segurança, devido a baixa autonomia do Jimny. Não precisou usar o galão, mas chegamos com o combustível piscando na reserva em Perito Moreno, o vento mais uma vez aumentou bem o consumo. Dia 21 - Perito Moreno => Esquel (537km) Mais um dia de muita estepe patagônica entremeada por morros na Ruta 40. Trecho mais tranquilo para abastecimento, paramos nas cidades de Rio Mayo e Gobernador Costa. É o dia de retorno à civilização, cidades maiores, chegamos tranquilamente em Esquel no final de tarde, lá tem muitas atrações para conhecer, como o parque nacional Los Alerces, pena que não tínhamos mais tempo de viagem. Se puder reserve um tempo para conhecer por lá também. Dia 22 - Esquel => Bariloche (284km) Deixando Esquel após um curto trecho a estrada já começa a mudar, ficando mais sinuosa e subindo as montanhas até Bariloche, passando por El Bolson. O trânsito de veículos e caminhões aumenta bastante, tem que percorrer esse trecho com mais cautela. O caminho passa por lindos lagos e mirantes até chegar em Bariloche. Chegando lá fizemos check-in, almoçamos e fomos percorrer o circuito Chico, com as várias atrações turísticas tradicionais. Gostamos muito de conhecer a sede da cervejaria Patagonia que tem lá, ótimo lugar para passar o final de tarde curtindo a vista para o lago e uma cerveja muito boa. Dia 23 - Bariloche => San Martin de los Andes (191km) Dia de percorrer a Ruta dos 7 lagos, provavelmente um dos trechos mais bonitos da Ruta 40. Paramos para almoçar em Villa La Angostura e começamos a percorrer os lagos, tem placas explicativas em cada parada e mirante, com as distâncias até o próximo ponto. Caminho sensacional, lindas vistas dos lagos, na maioria deles dá para acampar próximo, também é outra região onde dá para passar dias explorando e curtindo. Dia 24 - San Martin de los Andes => Parque Nacional Lanin => Neuquén (553km) Chegando em Junin de Los Andes nos dirigimos ao parque nacional Lanin para ver de perto o gigante vulcão Lanin. Pagamos o ingresso na portaria e logo chegamos em um mirante no lago Huechulafquen, vista sensacional, lago transparente com o vulcão nevado ao fundo. O parque é grande, percorremos mais de 30km no rípio até chegar ao final do parque, nos pés do vulcão, com outra vista sensacional dele mais próximo. Tem muitas áreas para camping bem estruturadas por lá, ficamos com vontade de passar semanas só curtindo ali dentro do parque. De lá tomamos o caminho para Neuquén, já deixando a Patagônia. Não fizemos o caminho do Google Maps, nós nos mantivemos na ruta 40 até Zapala. Foi a melhor decisão, é um caminho belíssimo, no começo bem árido com paisagens desérticas, depois sobe para um platô de onde podemos continuar observando o vulcão Lanin ao longe, mesmo a mais de 100 km de distância. Depois de Zapala entramos na ruta 22 e seguimos pelas retas enormes até Neuquén. Dia 25 - Neuquén => Bahía Blanca (534km) No roteiro original estava que nesse dia chegaríamos em Buenos Aires, percorrendo mais de 1000 km. Mas percebendo melhor a dinâmica da estrada e o cansaço pelo final da viagem, resolvemos não forçar a barra e incluir essa parada em Bahía Blanca. Nesse trecho a ruta 22 sai das estepes patagônicas e alcança os pampas argentinos, retas enormes, depois da cidade Choele Choel percorremos uma reta com pelo menos 130 km de extensão. Chegamos no final da tarde à Bahía Blanca. Dia 26 - Bahía Blanca => Buenos Aires (636km) Mesmo caminho da ida, chegamos umas 16h em Buenos Aires, ainda deu tempo de curtirmos um show de tango de noite. Dia 27 - Buenos Aires => Uruguaiana(RS) (674km) De manhã fizemos um tour rápido por BsAs, Plaza de Mayo, San Telmo, Caminito, saímos de lá meio dia em direção a Uruguaiana. Estrada ótima, caminho todo duplicado na ruta 14 até Paso de los Libres e a fronteira brasileira. Mesmo atravessando as províncias de Entre Rios e Corrientes, conhecidas pela corrupção policial, não tivemos problema algum e não fomos parados nenhuma vez. Percebemos que já no sentido contrário, em direção à Buenos Aires, haviam muitas blitz e muitos carros sendo parados. Dia 28 - Uruguaiana(RS) => Osório(RS) (724km) Atravessamos os pampas do Rio Grande do Sul pela BR 290, o dia mais cansativo de toda a viagem, pista simples e muitos caminhões. Trecho para fazer com calma e paciência nas ultrapassagens porque é perigoso. Pista dupla só a partir de Porto Alegre, chegamos em Osório já de noite. Dia 29 - Osório(RS) => São José dos Pinhais(PR) (627km) Dessa vez demos sorte na BR101, a viagem fluiu muito bem até São José dos Pinhais, última parada antes de casa. Dia 30 - São José dos Pinhais(PR) => Campinas(480km) Viagem tranquila até finalmente chegar em casa, depois de aproximadamente 13800 km rodados incluindo todos os passeios nos parques. Sonho realizado!
  6. Pessoal, fiz uma solicitação de reserva para o Refugio Grey, em TDP, para Janeiro. Recebi um email da Vertice Patagonia afirmando que receberam meu pedido e a equipe de vendas entraria em contato para dar continuidade na reserva. Já mandei email, já mandei msg no instagram e até agora nada. Fiz a solicitação dia 02/Set. Alguém sabe me dizer se essa "demora" deles é normal? Já passaram por isso? Obrigada!![emoji4]
  7. Queridos mochileiros. É com grande alegria que faço esse relato, pois ele se refere a um dos trekkings que eu mais desejava na vida: Torres del Paine. A minha viagem ao Chile, foi exclusivamente para fazer o Circuito O (deveria ter reservado mais dias para ir a Cafalate e El Chaltén...) e mais dois dias de intervalo em Punta Arenas e Puerto Natales. Em todos os relatos eu falo sobre a facilidade e aprendizado de se viajar sozinho. Mas essa foi minha primeira viagem fora do Brasil sozinha, e estou ainda meio sem palavras para conseguir expressar aqui o que significa. Eu não quero dizer que em alguns momentos realmente não possa se sentir sozinho, isso acontece. Mas eu posso dizer que em 90 % do tempo está cercado de pessoas muito abertas para conversar e trocar ideias. Bom, a primeira coisa que precisa para fazer o Circuito O sem stress é a organização. Pois se pretende vir entre Dezembro e Fevereiro, é alta temporada (bom tempo), e os campings e refúgios ficam cheios. No Circuito O, quase todos os lugares em que você fica tem duas opções para dormir: Camping (com sua própria barraca, ou alugada) ou Refúgio (cama quentinha para quando sentir que merece). Coisas importantes: * Imprimir suas reservas, * Ter comida suficiente. * Um bom saco de dormir e uma barraca com boa camada para chuva. * Uma bota que seja sua amiga. * Como eu estava sozinha, e tendo que levar todo o peso (cerca de 14 kg), eu optei por comprar algumas refeições. Nos refugios'campings, eles fazem almoco-cafe-janta (sim, é caro), mas depois de um dia de muitos kms isso vale ouro. Aqui vai o meu roteiro em Torres Del Paine: 1 dia: peguei um ônibus em Puerto Natales as 07:15 para Torres del Paine (chegamos umas 09:45 na entrada principal). Na primeira portaria você precisa assistir um video sobre as normas do parque, mostrar seu ticket de entrada (ou comprar), é melhor já comprar no site da CONAF e levar o comprovante. Recebe o mapa do parque, e pode pegar um tranfer (3.000 pesos) até o cientro de bien venida (sao 07 km você pode ir caminhando também, eu fui de transfer porque nessa primeira parte não tem nada de mais e você vai precisar de mais energia em outros dias, acredite). No transfer já é possível ver algumas montanhas. Depois de tudo isso, iniciei os primeiros kms do circuito. Camping Serón. Nesse primeiro dia a vista das montanhas ainda é bem restrita, porem passa por florestas e rios com água cristalina. A cor é como se fosse um azul royal, lindo. O terreno em si é tranquilo. Como cheguei cedo no parque e logo comecei a travessia, eu não encontrei ninguém no caminho, tipo nem uma pessoa nos primeiros kms. Ai teve um misto de satisfação com preocupação haha. Mas logo aparecem alguns (poucos). Nesse camping nao há refúgios, quando cheguei era umas 14:00 ainda, normalmente os check in s{ao as 14:30. Começou a chover e ventar um pouco quando estava arrumando minha barraca (chamam carpa aqui). Foi uma noite difícil pois choveu muito e fez frio (cerca de 5 graus). Nesse primeiro dia, eu passei muito frio, no outro dia as montanhas aparecerem branquinhas, nevou. 2 dia: essa caminhada você já começa a ficar mais perto das montanhas, chegando no refúgio Dickson a vista é fantástica. Fiquei em refúgio, porque algo me disse que quando fui fazer a reserva, fiquei muito feliz pois chovia e estava uns 2 graus. 3 dia:ida até los perros, nesse lugar que você começa a sentir os ventos fortes. Nesse camping não tem refúgio , e só tem banho gelado! O camping fica do lado do rio e abaixo da montanha, tem como ser ruim isso? 4 dia: foi o dia mais cansativo, porque precisamos passar pelo Paso John Garden, que é uma montanha de gelo. É fantaaastico. Nesse dia tem que sair cedo tipo 6 da manhã, porque no Paso o tempo muda muito e depois das 11 da manhã o pessoal fala que tem um tipo de chuva e vento que não se pode passar, muito perigoso. Até o topo do Paso demora umas 4 horas. E depois a descida mais 4. Eu fui direto ao camping Grey, então foi bem cansativo, mas todo o caminho é maravilhoso. Nesse dia tem a visão do glaciar. 5 dia: indo para o camping paine grande, contato com a civilização. Aqui você pode se dar ao luxo de uma comida diferente, tem várias pessoas, que chegam aqui e ficam apenas para fazer a trilha até o mirador britânico. 6 dia: aqui você encontra muitas pessoas no caminho também, ida até o Francés, o Mirador Británico fica no caminho. Você pode deixar a mochila no Italiano e subir mais leve. 7 dia: ida até o Central. 8 dia: trilha base de las torres. A trilha em si é linda, muitos rios e pontes. Você passa pelo acampamento chileno e depois desse ponto a trilha fica mais pesada, porque ganha elevação muito rápido. Resumo : 1. Cientro de bienvenida p/ Seron: 13 km, 4 horas. 2. Seron p/ Dickson: 18 km, 6 horas. 3. Dickson p/ los perros: 12 km, 4.5 horas. 4. Los perros p/ Grey: 15 km, 11 horas. 5. Grey p/ Paine grande : 11 km, 3.5 horas. 6. Paine grande p/ Francés : 9.5km, 3,5 horas. 7. Francés p/ Central : 15 km, 6,5 horas 8. Central p/ ida e volta base das torres: 20 km, 7 horas Total de 114 km apx, considerando que essa distância distribuída em 8 dias, não é nada de outro mundo. As trilhas são suuper bem demarcadas, então mesmo se estiver sozinho não vai se perder não. Com certeza a Patagônia é o lugar mais fantástico que já estive, porque a energia das montanhas e a conexão com a natureza é algo que não se consegue assim tão fácil. Em Punta Arenas cidade vizinha de Puerto Natales, você pode fazer um passeio com empresa especializada e chegar até a Ilha Magdalena e Marta, onde tem os pinguins e Lobos marinhos, é obrigatório pra quem passa por aqui. Depois de 3 dias de volta, ainda não consegui voltar, é como se eu ainda estivesse lá. Meu corpo e minha alma ficaram conectados as montanhas de Torres del Paine.
  8. Mais uma vez graças a esse site, minha trip rumo à Patagônia Argentina saiu e foi mais que perfeito. Gostaria de compartilhar minhas experiências e mostrar a vocês um pouco do que esse canto do planeta nos reserva. É simplesmente mágico. Antes de iniciar, informo que fui no verão e nisso há uma particularidade: os dias são mais longos, ou seja, temos luz até quase 20h30. 🌞✌️ E isso foi um grande diferencial para essa viagem ser aproveitada ao extremo. Mesmo sendo verão, não significa que pegamos dias extremamente quentes, portanto, como boa mochileira que se preze, usei e abusei das roupas em camadas. Tendo roupas de boa qualidade, é possível estar confortável, quente e ao mesmo tempo fresca para curtir a trip, e principalmente, leve. O que faz toda diferença de peso numa caminhada. Declathon é nosso templo!! 🙌 Itens do Mochilão: 3 fleeces; Jaqueta corta vento e à prova de água; 1 calça que vira bermuda e seca rápido; 2 calças segunda pele; 6 camisetas dry fit; 3 baby look de algodão; 8 pares de meias (diversificadas entre caminhadas leves e meias para lugares de neve); Bolsa de hidratação 2L; Toalha (daquelas que secam rápido); Higiene pessoal: sabonete, shampoo, condicionador, aerosol para pés, toalha umedecida e hidratante. Sugiro colocar na mala tb Bepantol (extremamente hidratante e não deixa a pele craquelar ou sagrar por conta dos ventos frios); Necessaire com itens de primeiros socorros: aí fica a critério de suas necessidades, na verdade, levei e não usei nada, com exceção do Dorflex e o gel para dores musculares (grandes amigos diários); Touca; Luva; Bota de trekking (a minha é da Timberland Chochorua GTX); Lanterna; Protetor para orelha de fleece (grata surpresa e aliado); Protetor auricular e venda para olhos; Óculos de sol; Carregador universal (pq as tomadas argentinas são diferentes das brasileiras); Câmeras e baterias reservas; Caderno para anotações e caneta; Bastão de caminhada (melhor parceiro da viagem).😍 Levei tb um arsenal de mix de frutas secas, barras de cereais e um fardinho de todinho para garantir os lanchinhos. Cronograma: Dia 1: São Paulo - Buenos Aires Dia 2: Buenos Aires - El Calafate Dia 3: El Calafate: Glaciar Perito Moreno + Minitrekking Dia 4: El Calafate - El Chaltén Dia 05: El Chaltén: Chorrillo del Salto (6km) + Mirador de Los Cóndores (2km) y de las Águilas (4km) = 10 km ida e volta Dia 06: El Chaltén: Laguna Capri (8km) ida e volta Dia 07: El Chaltén: Laguna Torre (18km) + Laguna Madre y Hija (8km) = 26km ida e volta Dia 08: El Chaltén: Laguna de los Tres (18km) ida e volta Dia 09: El Chaltén: Descanso Dia 10: El Chaltén: Loma del Pliegue Tumbado (24km) ida e volta Dia 11: El Chaltén - El Calafate Dia 12: El Calafate: Ríos de Hielo Dia 13: El Calafate - Torres del Paine (Chile) Full day Dia 14: El Calafate - São Paulo Apesar de ser Patagônia, o foco principal foi conhecer com tranquilidade as trilhas que El Chaltén pode oferecer. Enfim, bora começar esse relato que é o que interessa. Dia 1: São Paulo - Buenos Aires Para quem nunca foi para o aeroporto de Guarulhos de ônibus é bem tranquilo e econômico: sai um buso da estação Tatuapé direto para GRU por R$ 6,15 num trajeto de aproximadamente 50 min. Meu vôo para BA levou umas 2h30 e como o voô para El Calafate sairia no dia seguinte pela manhã, optei em ficar num hostel na capital para tomar um banho e esticar as pernocas. Me hospedei no 7030 hostel e curti. É bem localizado no bairro de Palermo e a 9km do aeroporto. Fiz esse trajeto de transporte público: comprei um cartão SUBE (equivalente ao nosso bilhete único de SP) e paguei ARG 25 pelo cartão + ARG 10 pelo trajeto. Lá eles cobram por trecho. Depois de uma caminhada por algumas quadras, finalmente cheguei. Fiquei feliz por estar movimentado com ruas e bares cheios às 23h. Admito que estava receosa em andar sozinha à noite num país desconhecido. Mas foi tranquilo. Dia 2: Buenos Aires - El Calafate - Batendo perna + Glaciarium: Logo cedo voltei ao Aeroparque e fui rumo à El Calafate para enfim a trip começar. Contratei com a empresa Vespatagonia o transfer de ida e volta http://www.vespatagonia.com.ar/ custou ARS 280 e foram muitos responsáveis com horários e prestação de serviço. Ficam dentro do próprio aeroporto no box 6. O hostel que fiquei foi o Bla. Está muito próximo da avenida principal e tudo pode ser feito à pé. Era bem limpo e organizado, mas o staff pouco informado e não muito prestativo. Aproveitei meu dia livre para conhecer o Glaciarum http://glaciarium.com/es/ que é um centro de interpretação de Glaciares. A entrada custou ARG 330 e o transporte é gratuito a partir do centro de informações turísticas. O lugar é bem tecnológico e mostra de forma dinâmica as transformações que a terra passou, como são criados os glaciares e icebergs, a importância desses gigantes no planeta e curisidades sobre seus exploradores, que nomeam as famosas cadeias de montanhas da região. Acho válida a visita, para poder olhar com olhos mais aguçados para o gigante que iria conhecer no dia seguinte. Dia 3: El Calafate - Perito Moreno + Minitrekking: Fechei esse passeio direto no hostel por ARG 3300 com minitrekking e chegando no parque foi necessário desembolsar mais ARG 500 para entrar no parque. É meus amigos, vir para essas bandas significa desembolsar muitas moedinhas, portanto, organizem-se! 😉 Uma van nos busca no hostel e nos leva para o Parque Nacional Los Glaciares onde a guia nos explica sobre sua importância, que foi criado em 1937 e quais as razões de manutenção de flora e fauna, fora a delimitação de limites com o vizinho Chile. Dá detalhes sobre o gigante Perito Moreno e tivemos tempo livre para passear pelas passarelas, comer algo e depois marcamos um ponto de encontro para irmos ao porto para fazer o minitrekking. O dia estava nublado e chuvoso, mas não tirou a magnitude e a felicidade de conhecer pessoalmente o famoso paredão azul que eu namorava por fotos há anos. A imponência desse gigante de gelo é incrível e só estando lá percebi que ele é extremamente móvel. A água que o circunda é de uma força descomunal e isso o faz se movimentar e não é raro presenciar os famosos desprendimentos. São estrondos que impõem respeito e merecerem toda a nossa atenção. No horário combinado, nosso buso saiu rumo ao porto para nos levar ao minitrekking e do barco foi possível enxergar o glaciar de outro ângulo. Por conta da força das águas, a gelereira é constantemente modificada e formam-se cavernas e túneis. Na véspera de nossa ida, tinha uma espécie de ponte de gelo formada pelos contantes desprendimentos, mas quando foi nosso dia de visita essa ponte tinha caído, por isso na foto acima tem esse imenso vão. Fomos recebidos pela empresa Hielo y Aventura que é única autorizada a operar no minitrekking. Eles dispõe de dois passeios: minitrekking e big ice. A diferença entre eles é o tempo e a distância de percurso. Como a diferença de preço era muito grande, optamos por fazer o minitrekking mesmo, mas sem arrependimentos. Foi lindo. O passeio dura 1h30 e antes de iniciar o guia explica sobre gelos e glaciares, mas eu estava bem antenada por conta da minha pré aula no Glaciarium 😅. Em seguida somos levados para colocar os grampones nas botas para que possamos ter uma melhor aderência no gelo. PS: Óculos de sol e luvas são obrigatórios! Depois das instruções de como andar usando os grampones com segurança e aproveitar melhor a caminhada, finalmente começa o passeio. Inicialmente é meio sujo porque muita gente passa por lá, mas depois nosso guia nos leva para partes mais altas, limpas, onde é possivel ver água cristalina (pode beber, é uma delícia) e por várias formações curiosas. Para finalizar o passeio, nos levam para uma gruta formada pela geleira onde é possível tomar água geladinha e cristalina e ver de perto a força dessa água que faz esse gigante ter a fama que tem. E o fechamento com chave de ouro é uma dose de whisky com gelo glaciar. Esse dia entrou pra história. É uma delíciar fazer "check" num lugar que estava na sua lista dos sonhos. Dia 4: El Calafate - El Chaltén Nosso buso rumo à capital nacional do trekking sairia no final da tarde, portanto, aproveitamos o dia para bater perna e conhecer um pouco El Calafate. Infelizmente Pedrão estava de torneirinha aberta e o tempo bem fechado, mas não desanimamos fotos fotografar as duas placas icônicas da cidade: Gosta de história? Passe na Intendência do Parque Nacional Los Glaciares. A entrada é gratuita: Está localizado no centro comercial, prédio construído em 1946, declarado Monumento Histórico Municipal. Você pode caminhar pela propriedade circundante, através de um caminho interpretativo, identificar a flora nativa, exótica ou introduzida. Também um caminho de interpretação histórica, amostras de máquinas antigas que foram usadas quando o Parque Nacional começou a operar, um evento que a transformou na instituição pioneira para o desenvolvimento da área. DICA DE OURO!! 🥇 Seguindo dicas de outros amigos que fiz nesse site e que estavam antes de mim, fiz as compras de provisões de comida para o período em El Chaltén em El Calafate por dois motivos: preço e variedade. Compramos pacotes de pães de forma para fazermos lanches nas trilhas, mais provisões para complementar nosso café da manhã e fazermos nosso jantar, já que é extremamente caro comer fora todos os dias. Infelizmente a Argentina está passando por uma recessão violenta e mesmo nosso dinheirinho valendo 6x mais, os preços são tão inflados que nossa conta saiu mais cara que num mercado em SP. Mas quem converte não se diverte, então vamos que vamos. Depois de bater mais perna e almoçar, retornamos ao hostel para os ajustes finais e esperar o horário de nosso buso. A viagem até El Chaltén durou aproximadamente 3h sem paradas. Nossa pousada nos próximos sete dias foi o hostel Cóndor de los Andes. El Chaltén é muito pequena no quesito ocupação humana, mas é nela que fica a maior parte do Parque Nacional e diferente de El Calafate não se paga para entrar em nenhuma das trilhas. Por conta de sua extensão é que recebeu o título de Capital Nacional do Trekking.😀 O hostel é limpo, bem climatizado, mas o café deles é bem ruinzinho, então usamos nossas compras complementares para nosso café como frutas, cereais e ovos para enriquecer nossa alimentação que seria meio prejudicada, pois sabíamos que iríamos gastar muita energia. P.S.: Sugiro colocarem na lista de comidas vindas do Brasil: cereais como aveia e linhaça (por estarmos acostumadas como nosso arroz e feijão de todos os dias, a comida dos vizinhos se baseia em carne e batata, portanto, muito seco para nós). Invistam em alimentos com fibras, é sucesso e água, muita água. Café solúvel (porque infelizmente o café de lá não tem muita cafeína). A variedade de frutas é limitada, mas dá pra se virar com o que tem por lá. Alimentação é uma das bases de sucesso de uma viagem como essa. Dia 05: El Chaltén: Chorrillo del Salto (6km) + Mirador de Los Cóndores (2km) y de las Águilas (4km) = 10 km ida e volta Nossa programação de trilhas de baseou em um formato progressivo. Iniciar com as trilhas mais tranquilas, fáceis e de pouca quilometragem para depois gradativamente aumentarmos o grau de dificuldade e exigência, e foi uma escolha bem acertada. Iniciamos com a cachoeira da região chamada Chorrillo del Salto. As trilhas são bem demarcadas e emplacadas, não tem como se perder ou se sentir insegura (no caso para nós mulheres que sempre temos que ter atenção redobrada em grandes cidades ou qualquer lugar). Essa cidade foi uma grata surpresa, pois em nenhum momento, andando pelas trilhas incríveis que vivenciei, senti minha segurança abalada. Portanto, MULHERADA, SE JOGA!!!💃🏽 É uma caminhada plana e tranquila e encontramos muitas pessoas da terceira idade pelo caminho. Aliás, isso é muito inspirador e estimulante. Muito bacana. Esse caminho é norteado pelo Río de las vueltas. São 3km do ponto inicial e como eu disse, bem tranquilo e sussa. A cachoeira é pequena, mas é um lugar bonito. Aproveitamos a vista para fazer nosso lanchinho. Animadas com a tranquilidade do percurso e que apesar de nublado, tínhamos aí mais tempo de luz, emendamos e fomos para a outra ponta do parque rumo às duas trilhas de nível fácil: Mirador de los Cóndores y de las Águilas. Sendo a qualidade de mirantes, o percurso era em forma de subida zigue e zague com vários pontos de paradas e para os cansados, bancos para descanso. No mirador de Los Cóndores vê-se El Chaltén em sua totalidade. E tivemos a sorte de ver um Cóndor dar show. É considerada a maior ave andina com envergadura de até 3m. Mesmo com o dia bem encoberto, a beleza de cadeia de montanhas que circunda a cidade é encantadora. Estava maravilhada com o pouco que pude ver, e torcia internamente para que os próximos dias fossem mais limpos. Esses caminhos foram nosso test drive com nossos bastões de caminhada que tiveram papel determinante para o sucesso da viagem. Já que infelizmente meus joelhos já não são tão 100%, mas esse bastão é salvador. Coloquem na lista de vocês, é um investimento mais que válido. Terminamos nossas contemplações e caminhadas bem no final da tarde, quase início de noite e foi sucesso. Dia 06: El Chaltén: Laguna Capri (8km) ida e volta O tempo infelizmente fechou de vez, mas não arruinou nossos planos de bater perna por aí. Tempo chuvoso, nublado e bem cinza. Frio, muito frio. Fomos conhecer a Laguna Capri. Durante minhas pesquisas vi fotos belíssimas desse local. Mas a neblina e o tempo fechado não nos deram essa sorte. De toda maneira, achei lindo. A vista de gelos glaciares, mesclado com o verde das árvores e o cinza das montanhas. A natureza é muito sábia. Referente ao clima isso era previsto, pois em todos os relatos nos diziam sobre essas oscilações. Fizemos uma caminhada tranquila, apesar do tempo gelado. Voltamos ao hostel para secar as roupas e ficar no quentinho. Pedrão, pregando uma peça fez questão de fechar a torneirinha e deixar o céu limpissimo. Mas aí estavamos no quentinho do hostel, bateu pregui de sair. Mas tínhamos a certeza de que o próximo dia seria mara! E foi!! Dia 07: El Chaltén: Laguna Torre (18km) + Laguna Madre y Hija (8km) = 26km ida e volta Como previsto no dia anterior, o clima estava melhorando e fomos rumo à Laguna Torre: Foi nosso primeiro longo trekking. O dia estava bem nublado, mas vimos melhoras no decorrer do dia. Essa trilha é muito bonita. Começa com uma subidinha para ver El Chaltén do alto e segue por uma reta sem fim. É um descampado margeado pelo rio e protegido pelas montanhas e seus picos nevados. Depois entra-se num bosque com árvores imensas e o rio sempre margeando. Portanto, se quiserem encher suas garrafinhas, é sucesso e água geladinha advinda dos glaciares garantida. Todas as trilhas que percorremos mostram a quantidade de km percorridos, então isso dá uma noção de espaço e tempo. Os dois km finais são de subida. Mas com nosso super bastão de caminhada, foi tranquilo. Antes de subir, se quiser, rola um banheiro. Subimos seguindo os demais grupos de pessoas que estavam por lá e antes de avistar o destino, a carinha das pessoas que lá já estavam eram de total felicidade e contemplação. Ao me virar para onde todos olhavam, tive certeza que tinham razão. É bonito. Apesar da montanha Cerro Torre estar encoberta, achei maravilhoso. Normalmente as pessoas emendam essa trilha com o Mirador Maestri que estava a 4km de lá. Mas por algum motivo minha amiga e eu não vimos placas que indicavam para lá e voltamos. No meio do retorno, o tempo abriu completamente e uma plaquinha nos chamou a atenção: Laguna Madre e Hija. Estávamos procurando por ela ontem, após a Laguna Capri, mas erramos alguma parte da trilha e voltamos para o ponto inicial. O tempo tb estava muito chatinho. Mas Pedrão como é nosso amigo, fechou torneirinha e nos proporcionou essa caminhada. Estávamos numa alegria e num pique master. Caminho reto e plano, mas para nossa alegria (SQN) vieram as subidas, que subidas!!! E diferente das outras trilhas essa não mostrava quantos km tinhamos percorrido, mas a panturrilha estava dizendo que foram muitos. Enfim, terminado o suplício das subidas sem fim, caminhamos por outra parte plana e mais fechada, de repente, abriu-se e vimos água! Todo o cansaço se foi. Era perfeito! Fizemos nossa parada para agradecimento e contemplação. Não sei precisar quanto tempo passamos por lá. Só olhando, admirando, sem pensar em nada e cumprimentando todos os viajantes que por lá passavam, já que era ponto de passagem para quem iria acampar e ficar próximo da Laguna de los tres. Voltamos muito felizes com esse dia produtivo e lindo. E finalmente pudemos ver a imponência de Cerro Torre pela primeira vez em sua totalidade. O parque nacional tem muitos moradores, fomos apresentados também a um pica pau. Esse dia foi memorável. Daqueles que nem dá vontade de ir embora. Mas lembramos que um longo trajeto de volta nos esperava, então partimos rumo à cidade. Dia 08: El Chaltén: Laguna de los Tres (18km) ida e volta Decididamente a trilha mais desafiadora de todas, e sem dúvida, uma das mais bonitas. O dia não poderia ser mais perfeito. Limpo, céu azul e o famoso mirador Fitz Roy na sua totalidade. O percurso foi bem lindo e tranquilo. Muitas montanhas, bosques, água, gente legal pelo caminho. . Cada lado que você olha, dá um encantamento sem fim. Até chegar o km final. Pensamos: 1h?! De boas!!! Mas era o senhor das subidas. Terreno íngrime e instável. Não conseguia ver o final, mas estava muito motivada a chegar logo. Foi quando vi uma parte mais plana e nevada e pensei: cheguei!!! Só que as pessoas que encontrava pelo caminho me diziam ao contrário. Mas incentivavam a continuar pq estava muito perto. 1h16 de subida depois e quase fôlego, entendi o que estava tão escondido: Finalmente a encontrei Laguna de Los Tres. Tão verde mesclada com o branco da neve. Linda!!!! Esforço que valeu a pena. Essa empreitada nos custou 9h. Sendo 5h de ida e 4h de volta. MIssão cumprida. Pela primeira vez pegamos o parque à noite, então deixem em suas mochilas uma lanterna pq ajudam nessas situações. Chegando no hostel, juntamos nossas últimas energias e fomos fazer nosso delicioso jantar regado a muita cerveja pq merecemos. Superamos totalmente nossas expectativas. Dia 09: El Chaltén: Descanso Depois da empreitada do dia anterior, decidimos tirar o dia de hoje para fazer absolutamente nada e dar ao corpo o descanso merecido. Coincidentemente o tempo virou e conhecemos os famosos ventos Patagônicos. Realmente são muito fortes e impossível fazer trilhas com eles porque desestabilizam qualquer pessoa. Dormimos até mais tarde, comemos com calma e ficamos só observando esse vento varrer tudo que vinha pelo caminho. Quando deu uma trégua, pela primeira vez fomos almoçar fora e nos demos de presente um bom churrasco e cerveja artesanal. Foi bem tranquilo e aproveitamos o dia livre para comprar nossas passagens de volta para El Calafate e fazer nossas últimas compras de mercado. Fizemos uma parada numa agência de viagens para tirar dúvidas e o dono muito prestativo nos brindou com uma boa conversa e aulas sobre diversos assuntos e tinha um programa mara que mostrava a quantidade de ventos da região e nos deu a boa notícia que o dia seguinte seria limpo, sem ventos e perfeito para um trekking e nos fez uma sugestão. Ansiosas para a chegada do dia seguinte e que a profecia do senhor da agência estivesse correta, fecharíamos El Chaltén em grande estilo. Esse day off foi essencial, necessário e produtivo. Dia 10: El Chaltén: Loma del Pliegue Tumbado (24km) ida e volta Corpo descansado e mega animada, corro para janela e tenho a seguinte visão: Era muito cedo e o sol já estava iluminando nossas queridas montanhas e a dúvida seguinte era: e os ventos?! Ficaram pra trás!! Portanto, seguindo a sugestão do dono da agência, fomos para a trilha de maior km da viagem: 24km ida e volta com uma visão 360º dos principais pontos de El Chaltén. É possível isso, produção? Vamos lá ver então com nossos próprios olhos. Antes de começar nossa empreitada, fizemos nossas provisões e alongamentos diários porque Laguna de los Tres tinha deixado nossas pernocas bem fadigadas. A entrada dessa trilha é a mesma dos miradores que fomos no primeiro dia, mas agora seguiríamos sentido contrário. Esse mirante tem uma altura de mais de 1400 metros, portanto, bora subir. Mas não há subidas íngremes pelo caminho. Aos poucos você El Chaltén se distanciando e se depara com um lindo bosque. Por conta do clima e dos ventos do dia anterior, esse bosque estava todo nevado. Muito legal. Terminado esse bosque vemos uma coisa maravilhosa e parecemos duas crianças: O mirante Loma del Pliegue Tumbado. Neve por todo canto e as montanhas em sua totalidade e céu perfeitamente limpo. Mas esse não é o fim do passeio. Afinal, a cereja do bolo é lá do alto. Tínhamos mais um tanto para caminhar. Nunca experimentamos neve na vida e foi tudo novidade e muito legal. Desse ponto até o final seriam 2km de caminhada. Os bastões foram grandes aliados, pois, apesar da neve fofa, haviam muitos pontos de gelo escorregadio e eles os deram firmeza para seguir a subida sem levar um capote, mas não nos livrou dos escorregões...rs. Esse foi o ligar que mais passei frio. Apesar da bota ser impermeável, ela não é feita pra neve, então, o frio entrava nos meu pés, isso me deixou meio desconfortável. Mas não desanimada. Corre que esquenta!! Finalmente chegamos: Que sensação, meus amigos!! Que beleza!! Vê-se a Laguna Torre de um ângulo lindo: Também é possível der o Lago Viedma: E o Río de la vueltas: Decididamente o lugar mais lindo de todas as trilhas que fizemos. Você olha pra todos os cantos e desacredita que chegou tão longe e não tem o que fazer senão agradecer, agradecer sempre pelas oportunidades que nos são dadas. Não sei por quanto tempo ficamos. Achamos um local abrigado do vento (que não era pouco), comemos e depois fizemos nosso caminho de volta com nossos melhores sorrisos: E na volta como passe de mágica, a neve tinha se desfeito. É impossível não ficar completamente apaixonada pelas montanhas que circundam o caminho. Tiramos muitas fotos, mas parece pouco. Elas são lindas demais. Não é à toa que essa cidade é a Capital Nacional do Trekking. Sabe receber muito bem viajantes de todas as partes do mundo com uma generosidade sem fim. Realmente um local que todo mochileiro se sente em casa e bem. Tudo isso foi possível por preparo no planejamento de roteiro e um preparo físico que nos foi cobrado e fizemos com louvor e não tivemos desistência em nenhuma das trilhas e nenhum acidente. Estávamos bem amparadas: Nossa última noite em El Chaltén foi nos esbaldar no happy hour com double beer e muitas empanadas para comemorar nosso feito. Cheers! Obrigada por nos proporcionar todas essas experiências, El Chaltén. ❤️ Dia 11: El Chaltén - El Calafate Deixamos com muita alegria El Chaltén para fazermos a parte final de nossa viagem. Retornamos a El Calafate e tivemos um final de dia tranquilo. Nossa última hospedagem foi o America Del Sur Hostel. Definitivamente o hostel mais bonito que fiquei. Tem um deck de madeira gracinha com vista para o lago argentino e é muito arborizado e tem o melhor café da manhã ever. A galera é muito animada e toda noite tem uma temática diferente: noite da pizza, noite do churrasco, ladies night, open bar, música boa, gente bonita. Nossa última noite livre foi de caminhar tranquilamente pela orla do lago e ver o pôr do sol e conversar com as pessoas que por lá estavam. Afinal, seria a última oportunidade de contemplação plena. Os dois dias seguintes seriam de uma maneira que nos desacostumamos, mas que iríamos fazer já que estávamos tão longe: passeios estilo turistão. Daqueles que você não faz esforço de nada a não ser de estar pronto para te pegarem e te levarem de volta. Vejamos como será. Dia 12: El Calafate: Ríos de Hielo Fechamos diretamente no hostel esse passeio que custa umas boas moedas: ARG 2400 + 500 de entrada para o parque. Nós brasileiros, nunca ousaríamos pagar isso num passeio aqui no Brasil, mas quando estamos longe, fazemos cada coisa. Esse passeio consiste num passeio de barco pelo braço direito do Lago Argentino e conhecer os maiores glaciares do Parque Nacional: Spegazzini e Upsala. Disseram que há anos atrás também contemplava Perito Moreno, mas como mudou de operadora, ele hoje está fora do roteiro. É um passeio que começa bem cedo. Por volta das 7h passam no hostel para pegar o pessoal e levar até o Porto Bandeira A embarcação tem dois andares climatizados e com bancos muito confortáveis. Lá tem cafeteria e lanchonete, mas como tudo é muito caro, sugiro levar seu lanchinho e ser feliz. Para que não quer se preocupar, é só sentar e ver o passeio, mas como somos curiosas, ficamos no frio do lado de fora para ver melhor esses gigantes. A primeira parada é no glaciar Upsala: Apesar o dia cinza, a cor azul é muito prediminante e sua altura impressiona: pode ultrapassar 100 metros de altura. Em seguida entramos no braço Spegazzini e conhecemos o glaciar de mesmo nome, prestem atenção na proporção barco x altura do glaciar: E por fim o glaciar Seco: Às 15h o passeio retorna ao Porto Bandeira. Dia 13: El Calafate - Torres del Paine (Chile) Full day Durante as pesquisas de roteiros para essa viagem, apareceu em um dos posts sobre o parque do país vizinho: Torres del Paine. Fiquei encantadíssma, mas lendo os relatos para se fazer alguns dos circuitos de lá eu precisaria dispor de pelo menos quatro dias. Como priorizamos El Chaltén, infelizmente nos sobrou fazer o full day que eles oferecerem. Se me perguntarem se gostei, não vou dizer que não. Mas por ser um passeio estritamentente de ônibus com aquelas paradas de 10 minutos para ver, tirar foto correndo e sair, eu achei ruim. Quando se pega gosto por fazer coisas dentro do seu tempo e à sua maneira, fica meio difícil voltar a se encaixar nesses moldes turísticos. Falando sobre esse full day, o passeio também foi fechado no hostel por ARG 2700 e a entrada no parque era em peso chileno (não aceitam dólares e nenhuma outra moeda). A entrada custa CPL 6000. Como é uma longa viagem, eles nos buscam no hostel cedo: 5h30. Para quem não tem peso chileno, não se preocupe: eles têm um ponto de parada antes do parque onde você pode trocar dinheiro pelo valor que eles querem 😫 Mas se você não tem o raio do dinheiro deles, de nada adianta, você não entra no parque. Mas que me senti assaltada, ah, isso me senti. Então fica outra dica: se forem fazer esse passeio já levem o peso chileno daqui. O câmbio certamente será melhor. O ônibus é bem estilo turístico mesmo com um guia falando num microfone que não dava pra entender direito por conta da interferência. Logo na entrada do parque é possível se avistar de longe e com bom zoom o maciço das famosas Torres del Paine: O primeiro ponto de parada foi de frente com o Lago Sarmiento: Corre que vocês têm 15 min para fotos!! Em seguida o ônibus sobe e para no mirante Torres del Paine: E também avistamos muitos Guanacos de boas na paisagem: Ai o guia disse que desceríamos e faríamos uma trilha. Olhinhos brilharam! Finalmente uma caminhada por algum lugar. Mas para nossa tristeza era um percurso de 15 min por um caminho plano, mas do nada veio uma ventania que não deixava ninguém em pé. Resultado: tivemos que ficar sentados para não sermos levados Com a mesma rapidez que a ventania chegou, ela se foi. E então pudemos ficar em pé novamente, nossa caminhada miou e o nosso guia logo nos indicou o local onde almoçaríamos (incluso no valor do passeio com entrada + prato principal + bebida + sobremesa). Muito bonita a vista até lá com margem com Lago Pehoé: Terminado o almoço era hora de voltar para El Calafate. Chegamos no hostel depois das 23h esgotadas. Por ser final de trip as energias já estavam quase no fim, mas foi uma experiência muito boa. Mas agora revendo essa história, creio que aproveitaria muito mais dedicando dias completos e conhecer melhor esse vizinho e suas belezas. O full day dá pinceladas, mas não nos dá a oportunidade de aproveitar nada, já que todo o tempo é cronometrado. Agora é dormir, porque voltamos para casa amanhã. Considerações finais: A Patagônia é um lugar mágico e mostra o que melhor que nós temos. Nossa força, generosidade, curiosidade, amizade e a capacidade diária de aprender e ensinar algo. E, acima de tudo, a troca com os demais viajantes. Portanto, espero ter colaborado um pouco para as pessoas que colocaram esse destino em sua lista de desejos, e, qualquer dúvida, estou à disposição. Tenho as planilhas de organização e custos, caso desejem para nortearem seus planejamentos.
  9. Boa tarde pessoal, estou planejando ir com + 2 amigos para Ushuaia de carro, no fim de 2023, entre setembro e novembro. Somos do interior de SP, pensamos em ir até Foz do Iguaçu e começar a viagem a partir de lá. A ideia é acampar boa parte dos dias, e alguns ficar em hostel/hotel. Gostaria de dicas de quem já fez essa viagem a partir do Sul do Brasil, qual foi o roteiro e que equipamentos levar. Valeu galera, abraço.
  10. Gosto muito de escrever relatos de viagem (tenho alguns aqui no Mochileiros), mas como já há muitos relatos excelentes aqui e em outros sites, pretendo focar mais em dicas que não são apresentadas geralmente nesses relatos. Todas as dicas são baseadas nas minha experiências pessoais na Patagônia no período de 1 a 18 de dezembro de 2017, passando por Punta Arenas - Puerto Natales - Torres del Paine - El Calafate / Perito Moreno - El Chatén - El Calafate - Rio Gallegos - Punta Arenas. Envolverão questões relativas a planejamento de passeios, deslocamentos, compras de equipamentos, gastos durante a viagem, câmbio de moedas e outros. Espero que elas ajudem bastante no planejamento e na execução com sucesso de sua viagem. Caso queira um roteiro básico ou um mini relato da minha viagem, segue ele aqui em pdf: Viagem realizada - Patagônia.pdf DEFINIÇÃO DE ROTEIRO BÁSICO - A definição do seu roteiro vai depender da quantidade de dias que você terá na região e das suas prioridades (desafios, conhecer apenas os locais principais, conforto etc). Como é possível ver no roteiro acima, fiquei 18 dias na região e o meu roteiro incluiu: circuito O de Torres del Paine, ida ao Perito Moreno e 5 dias completos em El Chatén. Nessa quantidade de dias, eu não alteraria em nada a quantidade de dias definida para cada localidade. Agora se você tiver mais tempo, dá pra esticar pro Ushuaia ao sul ou para as Catedrais de Mármore e região de Aysén ao norte. - Se for fazer o circuito W ou o O (informações sobre os circuitos mais abaixo) ou se for pernoitar em qualquer lugar de Torres del Paine, programe a sua viagem com o máximo de antecedência possível. Isso é importante por conta da necessidade obrigatória de reserva de locais. DICAS DE BAGAGEM E COISAS A LEVAR - Se for fazer o circuito W ou O em Torres del Paine é bom levar barras de cerais, proteína, frutas desidratadas e outros alimentos energéticos de baixo volume e peso na mochila. Comprei no atacado no Brasil e saiu super em conta! < Ouvi dizer que no Chile essas coisas não são caras, mas não sei se a informação procede > - Nunca havia usado bastões próprios de caminhada (só uns improvisados com galhos), mas vou dizer que se fosse dar uma única recomendação, especialmente para quem vai fazer o circuito O, é compre bastões de caminhada! Antes da viagem, procure ver como usá-los adequadamente para não atrapalharem no seu desempenho. < Se não fosse por eles, não teria completado o circuito O de Torres e não teria depois conseguido fazer muitas coisas em El Chatén > (dicas de locais de compra no tópico Punta Arenas) - Se for fazer o W ou o O, leve uma bolsa a mais para guardar as coisas que você não vai precisar no circuito escolhido e deixá-las guardadas no hostel em Puerto Natales. < As minhas ficaram toscamente em sacolas plásticas que se rasgaram com o peso > - Se ligue nos alimentos e produtos com os quais você pode ingressar no Chile. A galera da Aduana quando resolve agir com rigor, é BASTANTE rigorosa. < Tive que abandonar com peso no coração um sanduíche na aduana terrestre entre Argentina e Chile > - IMPORTANTÍSIMO para quem vai cozinhar: leve um fogareiro à gás (lembrando que o butijão de gás não pode ir como bagagem) ou compre um modelo desses em Punta Arenas. Não invente de levar fogareiros à álcool. < Levei um modelo desses álcool e tive a maior dor de cabeça em todos os dias. Isso por que nem na Argentina nem no Chile se vende álcool líquido. Para fogareiros desse tipo, a galera vende um solvente industrial chamado Benzina Blanca. Essa porcaria além de ter um cheiro fortíssimo que fica impregnado em tudo, expele uma fumaça preta que deve ser tóxica e ainda deixa as coisas cheias de fuligem. Dor de cabeça da porra! > MOEDA/CÂMBIO - Achei muito mais vantajoso trocar dólar, ao invés de real, pela moeda local tanto no Chile quanto na Argentina. Entretanto isso só é vantajoso se você comprar bem o dólar no Brasil. Dê uma olhada no ranking de instituições com melhores câmbios no site do Banco Central e em sites de melhor cotação como o Cambiar. - Se puder troque dólares pela moeda local em casas de câmbio de Santiago ou em Buenos Aires (a depender do seu roteiro), exceto nas do aeroporto. - A casa de câmbio logo ao lado do terminal da Bus-Sur em Punta Arenas foi a que eu encontrei com a melhor cotação de pesos chilenos entre todas as que pesquisei em Punta Arenas e Puerto Natales. - É melhor ir trocar dólares ou euros por pesos argentinos em Puerto Natales e possivelmente em Punta Arenas. Em El Calafate e em El Chatén a cotação era 15-20% menos vantajosa. - Se tiver que sacar grana em El Calafate, é melhor ir no cassino local. Cotação: dólar - 17,30 / euro - $20,30. Entrada: $10. Você deve pagar o valor das fichas no cartão, jogar um jogo e depois ao trocar as fichas a casa reterá 5% do seu valor PUNTA ARENAS e PUERTO NATALES - Punta Arenas é a cidade inicial de muitos que estão chegando para conhecer a Patagônia. - Há algumas boas opções de lojas de equipamentos de trekking: La Cumbre, Andesgear, North Face, Lippi e Grado Zero. Por exemplo, na La Cumbre (localizável no Google Maps) e na Grado Zero (em frente a La Cumbre) havia ótimos bastões de caminhada da Black Mountain por aprox. $ 50 mil o par. Para chegar no centro, a opção mais em conta para grupo de 3 pessoas pelo menos é pegar um táxi no aeroporto (3 mil pesos por pessoa). Se estiver sozinho ou apenas com outra pessoa, tente achar alguém para dividir o táxi contigo ou deverá pagar 5 mil pesos para ir de van. - Puerto Natales é a cidade base para ir a Torres del Paine para quem está do lado chileno. É uma cidade bastante agradável com várias opções de restaurantes (caros, assim como tudo na Patagônia). - Tanto em Punta Arenas quanto em Puerto Natales há um grande supermercado da rede Unimarc. É uma boa opção para compras gerais mais em conta. TORRES DEL PAINE PLANEJAMENTO - As reservas deverão ser feitas no site das empresas concessionárias Fantástico Sur e Vértice e se você tiver sorte (e muita antecedência) poderá também reservas locais gratuito para acampamento no site da CONAF. <Minha experiência com a Fantástico Sur foi muito boa. Tive resposta das minhas reservas em uma semana. Porém já não posso dizer o mesmo da minha experiência com a Vértice. Só obtive resposta da empresa sobre as reservas, 25 dias depois de solicitadas e somente depois de mandar comentário público no Facebook denunciando a demora. Pouco antes de eu fazer a minha viagem, eles iniciaram um sistema de reserva online, sem a necessidade de contato por e-mail. Pode ser que agora a resposta seja rápida, porém caso você deseje realizar reservas personalizadas, fora do roteiro que aparece no site, já fica a dica de que eles podem demorar bastante para te responder. Inclusive uma amiga que foi pouco antes e reservou com bem mais antecedência que eu, conseguiu resposta, apenas na semana da viagem dela, de que não tinha conseguido vaga em alguns refúgios. > INFORMAÇÕES GERAIS - Entrada: $ 21 mil pesos - Várias empresas fazem o percurso a Torres del Paine e todas saem às 7h30 ou 14h30 e têm preço de $15 mil pesos por pessoa (ida e volta). - Tanto no caso de fazer o circuito O ou o W quanto no caso de fazer só uma ida às Torres em um dia. Recomendo fortemente pegar o transfer que sai da recepção do Parque (Laguna Amarga) até o camping central - 20 min que evita caminhada em subida monótona de 1h30 (custo $3 mil pesos). - Há três opções para dormir no Parque para quem vai fazer o W ou o O: em barraca própria (ou alugada em Puerto Natales - vi por $ 4 mil a diária), em barraca da empresa concessionária ou em refúgio. Sendo que a razão de valor é de aproximadamente 1 x 2,5 x 3 (barraca da concessionária será 2,5 x mais cara que própria e refúgio será por sua vez 3 x mais caro que barraca da concessionária e quase 8 x mais caro que barraca própria. - Percebe acima, que as diferenças de valores são muito grandes. Eu particularmente se quisesse economizar peso na mochila e dormir com conforto, não pagaria pelo refúgio. Dormiria nas barracas da operadora com tudo incluso (atenção: deverá marcar os itens que deseja quando for fazer as reservas). < Tive que dormir na barraca da concessionária, em uma noite no camping Francés, pois já havia se esgotado os lugares para barraca própria, e vou te falar: a barraca era super espaçosa, a cama super confortável (melhor do que da minha casa. hehehe) e o saco de dormir era excelente! > - É possível pagar por refeições nas bases de apoio, mas isso te custará bastante caro (aprox. R$50 em um café da manhã e mais de R$100 no almoço ou na janta). QUAL CIRCUITO ESCOLHER: O ou W? - Primeiro de tudo: caso ainda não saiba, o circuito O engloba o ciruito W. Se você tem preparo físico e tempo disponível, sugiro fortemente fazê-lo. No primeiro dia do circuito, não verá nenhuma paisagem espetacular, mas, nos dias seguintes, as paisagens serão maravilhosas. Abaixo seguem algumas fotos de paisagens exclusivas do circuito O. QUANTOS DIAS E COMO FAZER O CIRCUITO O? - Acabou que fiz em 7, mas oh considero que isso foi uma tremenda duma burrice. Jamais faria isso novamente. O conselho que dou é faça no mínimo em 8. - Programaria de uma das seguintes formas, considerando apenas os destinos por dia: 1. Para quem vai ficar em camping: a) 9 dias: Serón - Dickson - Los Perros - Paso - Grey - Francés - Francés (neste dia iria até o Mirador Británico e domiria no Francés novamente) - Chileno (ou camping central) - dia de ir ás Torres e voltar a Puerto Natales b) 8 dias: Serón - Dickson - Los Perros - Paso - Francés - Francés (neste dia iria até o Mirador Británico e domiria no Francés novamente) - Chileno (ou camping central) - dia de ir ás Torres e voltar a Puerto Natales c) Se tiver que fazer em 7 dias: Serón - Los Perros - Paso - Francés - Los Cuernos (neste dia também iria até o Mirador Británico) - Chileno (ou camping central) - dia de ir ás Torres e voltar a Puerto Natales 2. Para quem vai ficar em refúgios: a) 9 dias: Serón - Dickson - Los Perros - Grey - Francés - Francés (neste dia iria até o Mirador Británico e domiria no Francés novamente) - Chileno - dia de ir ás Torres e voltar a Puerto Natales b) 8 dias: Serón - Dickson - Los Perros - Grey - Francés - Francés (neste dia iria até o Mirador Británico e domiria no Francés novamente) - Chileno - dia de ir ás Torres e voltar a Puerto Natales c) 7 dias: Serón - Los Perros - Grey - Francés - Los Cuernos (neste dia também iria até o Mirador Británico) - Chileno - dia de ir ás Torres e voltar a Puerto Natales - Observe que não inclui opção de Paine grande em ambos. Primeiramente por uma questão de planejamento, mas também não recomendo para quem vai ficar em barraca, pois pelo que me relataram lá o vento é muito forte, a ponto de carregar barracas bem presas ao chão. - Não há opção de refúgios no Paso e no Italiano, apenas camping. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O CIRCUITO O (e algumas que servem para o W também) - Os primeiros dias que envolvem o caminho do camping central até Los Perros são de dificuldade mediana ou fácil (Dickson a Los Perros). Em um trecho ou outro terá um pouco mais de dificuldade. - Em todo o circuito, o dia mais pesado de todos é o que envolve a saída de Los Perros e a ida até Paso (ou até o Grey dependendo do seu roteiro) (fotos abaixo). Logo no início, tem-se uma subida inclinada que passa por dentro de um bosque. Após um tempo de caminhada a área se abre e se caminha com uma leve inclinação até uma primeira subida em terreno pouco mais inclinado. A partir daí a subida fica bastante pesada, com trechos de caminhada sobre gelo (use o bastão com o disco de neve para não correr o risco de quebrá-lo...quase quebrei o meu). A subida finaliza, após 620 m de desnível, em uma vista maravilhosa do Glaciar Grey, a partir daí é só descida bastante inclinada até chegar no acampamento Paso (725 m de desnível - 9 km no total até aqui). Depois são mais 9 km de Paso até o acampamento Grey com muitas subidas e descidas e desnível de 400 m. Pouco depois de Paso, há uma grande ponte pendular. Muito cuidado ao atravessar devido ao vento. Mais cuidado ainda logo após, pois se o vento estiver muito forte, você terá usar o bastão para jogar o corpo para o lado da encosta, fugindo do precípio. Ao longo do caminho, há mais duas pontes pendulares. < Nesse dia, especialmente por conta do impacto na descida, o meu joelho esquerdo inflamou, prejudicando todo o restante da viagem > Fotos de trechos da subida: - Outro trecho que é bem difícil, neste caso tanto para quem vai fazer o O quanto o W ou um passeio de um dia, é a subida a Torres. Bastante inclinada, mas não se compara à dificuldade do trecho de Los Perros a Grey. - Para quem vai no esquema camping com barraca própria, ficar em Paso será reconfortante após o percurso descrito anteriormente. Porém é um camping sem muita estrutura. Não tem chuveiro e o banheiro é do tipo seco, com buraco no chão. Sem contar que suas vagas costumam esgotar bastante rápido. - No campings Dickson e Los Perros há apenas duchas frias. - No trecho de Serón a Los Perros há muitos mosquitos, pelo menos nessa época que fui (possivelmente em outras também). Entenda por muitos mosquitos, muito mesmo! <Vi uma pessoa com um boné que tinha uma rede que cobria todo o rosto e fiquei com uma puta inveja. Acho que é a melhor coisa para se levar em caso de fazer o O. > EL CALAFATE / PERITO MORENO EL CALAFATE - Para chegar a El Calafate, peguei o ônibus da Cootra às 7h30 - o preço era $ 17 mil, mas paguei $ 15 mil após negociar. Só que quem chegou mais cedo conseguiu por $ 11 mil. < E eu achando que tinha me dado bem na negociação. hehehe > - A cidade é bem turística, cheia de lojinhas de lembrança, chocolaterias e sorveterias. Tudo obviamente muito caro! - A princípio fui a El Calafate para fazer o Big Ice no Perito Moreno, mas como o meu joelho ainda estava mal, as funcionárias da Hielo y Aventura acabaram cancelando a minha reserva. < Caso esteja com um probleminha físico pequeno que você tem certeza que não irá te atrapalhar, não informe nada porque a galera é bem rigorosa. Não me responsabilizo por esta ideia errada aqui > - Se você curte cerveja, recomendo fortemente ir no La Zorra (bar próximo ao posto de gasolina). Eles têm ótimas cervejas lá. Só que não são muito baratas. PERITO MORENO - Fomos ao Perito Moreno no Tour Alternativo. Pagamos $680 no hostel onde estávamos hospedados (Hospedaje del Glaciar); em outros lugares era $800. O tour consiste em um passeio guiado (muito bem, por sinal) em uma rota alternativa por estrada de chão com observação de espécies animais ao longo do caminho, parada em uma estância com uma bela localização; trilha de 45 min por um bosque que chega ao lago do glaciar pelo lado oposto à sua face norte; opção de navegação de barco opcional até o glaciar ($500, 1h de duração - pelos relatos acho que não vale a pena); e por fim, 3h para caminhar pela plataforma - retornamos às 16h30. - Outras opções: ônibus regular ($600), táxi ($340 por pessoa em carro com 4, segundo informações de uma pessoa que conheci), carro alugado (mais em conta se houver 4 ou 5 pessoas). EL CHATÉN - Chegando a El Chatén: À tarde, há opções ônibus às 18h por $600 + 10 de taxa de embarque, mas preferimos pegar o ônibus de 19h da Taqsa por $420 + 10 (ótimo ônibus, procure ir na janela para curtir as belas paisagens ao longo do caminho - TENTE NÃO DORMIR) - O principais pontos turísticos de El Chatén certamente são a Laguna de los Tres (laguna com Fitz Roy) e o Cerro Torre. A seguir sugiro duas formas para se conhecer os dois pontos que são do mesmo lado do Parque: a) Em caso de você ter barraca e desejar acampar para economizar uma diária ou mesmo para otimizar o roteiro ou pela experiência de camping, sugiro no primeiro dia ir até o Cerro Torre (com mirador Maestri) e acampar no camping DeAgostini (do lado do Cerro Torre) e no segundo dia ir a Laguna de los Tres passando pela trilha das Lagunas Hija y Madre e depois retornar a cidade pela trilha que passa pela Laguna Capri. Essa rota é preferível, pois no camping Poincenot (mais próximo do Fitz Roy) venta bastante e é mais cheio. b) Em caso de você estar interessada em bate-volta, sem pernoite em camping, recomendo em um dia ir à Laguna de los Tres e em um outro dia ir ao Cerro Torre. No primeiro dia, sugiro pegar um transfer (empresa Las Lengas - $150) até a Hosteria El Pilar e de lá seguir até a Laguna. Por esse caminho, evita-se uma subida mais inclinada que há no caminho partindo diretamente da cidade (não é tão difícil) e ainda se tem uma bela visão do Glaciar Piedras Blancas nesse caminho. Depois sugiro retornar pelo caminho que passa pela Laguna Capri No segundo dia, não há muito segredo. Há apenas um caminho direto. Recomendo ir até o Mirador Maestri para se ter uma visão melhor do Cerro Torre (foto abaixo). - Loma del Pliegue Tumbado: recomendo ir apenas se estiver com tempo sobrando depois de ir em todos outros atrativos. O caminho é longo e parte da visão que terá engloba o que poderá ver nos miradores de Los Condores e Las Aguilas e uma outra parte engloba, já no final do caminho, engloba ver o Cerro Torre de uma outra perspectiva. - Reserva Los Huemules: a reserva fica a aprox. 3 km depois da Hosteria El Pilar na ruta 23. Possui duas belas lagunas (Laguna Verde e Laguna Azul) de trilha fácil e outras duas trilhas mais longas: uma até o Rio Eléctrico e outra até a Laguna Del Diablo. Entrada na reserva: $200, que dá direito a retorno durante o período de estadia em El Chatén. Ônibus Las Lengas por $210 até a reserva (ida e volta). Retorno: saída 8h (se não me engano) e retorno 17h. - Chorrillo del Salto: só vale se você não tiver mais nada para fazer na cidade. RETORNO (de El Calafate a Punta Arenas) - Caso o seu voo de volta seja a partir do aeroporto de Punta Arenas, recomendo fortemente garantir passagem previamente de El Calafate para Puerto Natales. Pode comprar no dia em que for de El Calafate a El Chatén. - Caso aconteça de as passagens se esgotarem, como aconteceu comigo, não se desespere, há opção de uma rota alternativa que sai de El Calafate, vai a Rio Gallegos e depois vai direto a Punta Arenas. De El Calafate a Rio Gallegos: saída 3h da madruga, 4h de duração - empresa Taqsa, $640 / De Rio Gallegos a Punta Arenas (aeroporto), saída às 13h, 4h de duração - empresa El Pinguino, comprada na empresa Andesmar no terminal de El Cafalate. - Duas informações caso tenha que fazer o caminho alternativo anterior: o terminal de Rio Gallegos fica longo do centro da cidade, mas há um Carrefour ao lado, que pode servir como ponto para matar um pouco o longo tempo de espera; e no caso de ir direto ao aeroporto de Punta Arenas, sem ir ao centro da cidade antes, é preciso pedir pro motorista parar na rodovia próximo do aeroporto. Deste ponto até o aeroporto, dá quase 2 km de caminhada. Peça carona sem medo! Acho que são essas as dicas. Espero ter ajudado um pouquinho e estou aberto para qualquer questionamento. 😃
  11. Saudações mochileiros, Voltamos recentemente de um trekking de dezoito dias pela Patagônia (El Calafate, El Chaltén e Circuito W em Torres del Paine) e deixarei aqui um breve relato sobre a viagem. Falarei um pouco sobre o que levar, quais os lugares que visitamos e outras dicas sobre o nosso planejamento. Espero que, de alguma forma, a leitura possa ajudar / inspirar vocês no planejamento de um mochilão pelo Chile e pela Argentina. Boa leitura! Itinerário: 07/01 – El Calafate 08/01 - Deslocamento até El Chaltén. 09/01 - El Chaltén 10/01 - El Chaltén 11/01 - El Chaltén 12/01 - El Chaltén 13/01 - El Chaltén 14/01 - El Chaltén 15/01 – El Chaltén 16/01 - Deslocamento El Chaltén – El Calafate - Puerto Natales 17/01 – Puerto Natales 18/01 – Torres del Paine 19/01 - Torres del Paine 20/01 - Torres del Paine 21/01 - Torres del Paine 22/01 - Saída do Parque. Volta a Puerto Natales 23/01 – Deslocamento Puerto Natales – El Calafate 24/01 - El Calafate (minitrekking) Sobre a viagem: Embora muitos preferem conhecer a Patagônia de carro, moto, bicicleta, trailer…, esse tipo de viagem infelizmente demanda tempo de deslocamento e geralmente é feita por quem tem mais tempo para viajar. No nosso caso, tínhamos vinte dias e optamos por viajar de avião até El Calafate, fazendo conexão em Buenos Aires. Alguns preferem visitar a Patagônia vindo de avião pelo Chile, a partir de Santiago e depois Punta Arenas, mas, pelas pesquisas que fizemos, o preço da passagem aérea pela Argentina estava mais em conta. Como o valor das passagens costuma mudar, sugiro pesquisar as passagens pelos dois países. Planejando a nossa viagem, optamos por priorizar as cidades de El Chaltén e o Circuito W de Torres del Paine, principalmente porque são os lugares onde estão as trilhas mais conhecidas da Patagônia (apesar de haver vários outros lugares não tão famosos entre os mochileiros e que são tão bonitos quanto). Também reservamos dois dias em El Calafate e decidimos deixar Ushuaia para um outro momento. Como a nossa programação era acampar durante parte do roteiro, compramos os itens essenciais para a viagem ainda no Brasil, merecendo destaque para: - Barraca resistente ao vento: compramos uma Quickhiker 3 da Quechua, a qual suportou o vento da Patagônia, apesar de termos sentido frio em dois dias acampados. Não é a barraca mais indicada para esse tipo de lugar, mas ela tem uma boa relação custo-benefício; - Bastões de caminhada: fundamentais para quem vai caminhar por terrenos íngremes com aproximadamente quinze quilos nas costas; - Saco estanque: usamos ele para enchê-lo de água quando estávamos acampados, não precisando se deslocar toda hora até o rio para buscar água potável; - Roupas de frio e resistente ao vento. Sobre dinheiro, trocamos reais por pesos argentinos ainda no Brasil e levamos todo o nosso dinheiro em espécie (usamos o cartão apenas para reservar os hosteis). A maior parte da quantia que levamos já era em pesos argentinos, sendo que deixamos para comprar pesos chilenos apenas quando chegamos em Puerto Natales. A conversão foi de aproximadamente: AR$ 1 = R$ 0,15 R$ 1 = CLP 180 Dia 07 de Janeiro – El Calafate: Pousamos em El Calafate às 12:30 e pagamos AR$ 180 cada um no transfer do aeroporto até o nosso hostel. A cidade conta com diversos hostels e nos hospedamos no Nakel Yenu. Logo que chegamos na recepção e fizemos o check-in, o recepcionista quando soube que iríamos acampar nos ofereceu três cartuchos de gás para acampar que outros viajantes tinham deixado no hostel. Ele nos disse que é normal que os viajantes quando terminam seus acampamentos decidem não levar parte dos equipamentos que sobraram da viagem e acabam deixando na recepção. Como ainda não tínhamos comprado cartucho de gás para o nosso acampamento, acabamos aceitando dois dos três cartuchos que o recepcionista nos ofereceu e já economizamos alguns pesos argentinos logo no começo da viagem (fica a dica para aqueles que forem acampar: pesquisem na recepção do hostel se tem algum cartucho de gás sobrando). Feito o check-in, compramos nossa passagem de ônibus para El Chaltén para o dia seguinte (AR$ 600 por pessoa), fomos caminhar pelo centro da cidade e aproveitamos para passar no mercado comprar o que faltava para viagem. Dia 08 de Janeiro – Deslocamento para El Chaltén e caminhada até o mirador do Fitz Roy e Laguna Capri Saímos às 08:40 de El Calafate rumo a El Chaltén. O bom da viagem é que ao longo do trajeto de ônibus você já tem um pouco da noção das paisagens que vai encontrar quando chegar. Antes de desembarcar na rodoviária, o ônibus fez uma parada no centro administrativo do Parque, onde recebemos algumas recomendações sobre as trilhas. Ônibus chegou na rodoviária às 11:50, saímos procurar hostel e acabamos ficando no hostel Lago del Desierto por AR$ 320 por pessoa. Como tínhamos a tarde inteira livre, decidimos fazer uma caminhada por um trajeto que não estava incluído no nosso roteiro de acampamento e fomos até o Mirador Fitz Roy. Esse é um dos trajetos para quem vai até a Laguna de los Tres (base do Fitz Roy) e a trilha tem início onde termina a área urbana de El Chaltén. Nesse trajeto, os dois primeiros kms são de uma subida bastante íngreme, o que, em compensação, fornece um bom visual da cidade e das montanhas ao redor dela. Passados esses kms iniciais, a trilha se mostra menos inclinada e a caminhada começa a render mais. O mirador possui uma vista muito boa e já dá uma noção para o mochileiro da paisagem que ele vai encontrar pela frente. Continuamos nossa caminhada até a bifurcação que vai para a Laguna de los Tres e pegamos a esquerda indo em direção à Laguna Capri (a ida até a base do Fitz Roy estava programada para outro dia). O visual da Laguna Capri também é muito bom, mas se tivesse que escolher entre ir ao Fitz Roy passando pelo Mirador ou pela Laguna, eu escolheria o primeiro por fornecer uma vista panorâmica bem maior que a da Laguna Capri. Após quatro horas e meia de caminhada e 10 kms percorridos, estávamos de volta à cidade com uma boa noção do que nos esperava (em questão de trilha e vento) para os próximos dias. Tempo de caminhada: 4:30. Distância: 10 km com a mochila pequena. Desnível: 350 metros. Dia 09 de Janeiro – Laguna Torre e Camping Agostini Apesar de termos acordado cedo, o tempo em El Chaltén geralmente amanhece nublado e não costuma melhorar antes das dez horas da manhã. Com isso, tomamos nosso café com calma, fizemos o check-out do hostel (como tínhamos alguns itens que não usaríamos nos acampamentos, o hostel permitiu que deixássemos parte de nossa bagagem no depósito deles) e iniciamos a trilha às 11:00. O destino do dia era a Laguna Torre e dormir no Camping Agostini, trajeto esse que se inicia em El Chaltén, tem 10,5 kms de distância e que fizemos em quatro horas e meia de caminhada. O trecho inicial da caminhada é inclinado até o Mirador Cerro Torre, sendo que volta a ficar mais plano da metade do trajeto em diante. Em compensação, apesar de ser uma caminhada que demanda certo esforço físico, o visual compensa: ao longo da caminhada você terá uma boa visão das montanhas e do rio Fitz Roy que corre lá embaixo e também, nos últimos kms de caminhada, atravessará um bosque com uma típica paisagem patagônica. Chegamos no camping às 15:30 e, depois de montada a barraca, caminhamos mais dez minutos até chegarmos à Laguna Torre. Apesar de um vento bastante forte, o visual que se tem vale a pena. Após um tempo contemplando a paisagem do lugar, decidi caminhar mais 5 kms (ida e volta) por uma trilha inclinada e não muito bem demarcada e ir até o Mirador Maestri, onde se tem uma visão panorâmica das montanhas e principalmente do Glaciar Grande. A paisagem, sem dúvida, não é melhor do que aquela que encontramos ao longo do dia, mas, caso você não esteja cansado da trilha até a Laguna Torre e tenha tempo de sobra, é uma caminhada de uma hora e quarenta minutos que recomendo. Tempo de caminhada: 04:30 até o Camping Agostini + 01:40 até o Mirador Maestri. Distância: 10,5 kms até o Camping Agostini com a mochila grande + 5 kms até o Mirador com a mochila de ataque. Desnível até a Laguna Torre: 250 metros. Dia 10 de Janeiro – Camping Agostini – Laguna Madre e Hija – Camping Poincenot: Comentando um pouco sobre os campings de El Chaltén: os três campings (Agostini, Poincenot e Capri) são gratuitos e você não precisa pedir permissão / preencher algum documento para acampar nesses lugares, basta chegar, escolher o melhor lugar e montar sua barraca. A estrutura é bem simples: os campings são localizados dentro de bosques para proteger melhor do vento, possuem um banheiro químico e rios com água potável a poucos metros de distância, nada muito além disso. Nossa primeira noite acampando foi de muito frio. Apesar de ser verão, a temperatura a noite atingiu aproximadamente zero graus e não foram poucas as vezes que tivemos que acordar para colocar uma peça de roupa a mais (nada que não estava dentro do esperado para uma viagem à Patagônia). Com relação à barraca, ela aguentou bem o vento que fez de noite e, apesar de não ser tão resistente ao frio e à chuva, mostrou ter uma boa relação custo/benefício. Nesse dia, acordamos às 07:30 e mais uma vez o tempo não se mostrava propício para iniciarmos nossa caminhada tão cedo. Assim, fizemos nosso café e desarmamos o acampamento sem pressa e só iniciamos nossa caminhada às 10:00. A caminhada se iniciou percorrendo o trajeto que fizemos no dia anterior, até a bifurcação entre a trilha que vai em direção às Lagunas Hija e Madre e o trecho que passamos no dia anterior, que leva de volta à El Chaltén. Pegamos o primeiro trajeto e logo de cara uma subida razoavelmente íngreme e de aproximadamente uma hora de caminhada. Para quem está caminhando apenas com uma mochila de ataque talvez não é um grande desafio, mas o discurso muda quando você está levando quinze quilos de equipamento nas costas. Nessa hora, posso dizer que senti bastante a diferença de caminhar com bastões de caminhada. Em trechos inclinados eles se mostram uma boa ferramenta para os mochileiros e recomendo ele para quem for fazer esses trajetos, principalmente se for carregar todo o equipamento nas costas. Após esse primeiro trecho, deixamos a inclinação e a trilha em meio aos bosques para iniciarmos uma caminhada num trajeto mais plano e bastante aberto, trecho esse que margeia as Lagunas Madre e Hija e termina no Camping Poincenot. Posso dizer que a paisagem com as lagoas, o Fitz Roy ao fundo, somados com o dia de sol, nos proporcionou um dos melhores visuais de toda a nossa viagem. Depois que passamos pelo trecho que costeia as lagoas, o Arroyo del Salto continua acompanhando o mochileiro pela trilha até alcançar a bifurcação de quem vem da Laguna Capri e quem vai em direção a Laguna de los Tres. Pegamos o segundo trecho e depois de poucos minutos estávamos, às 15:20, no Poincenot. Barraca devidamente montada e saco estanque cheio de água mais uma vez, fizemos um carreteiro de charque e seleta de legumes para recompor as energias. O camping Poincenot fica próximo à subida que leva à Laguna de los Três, o que nos proporcionou um bom visual no final do dia. Tempo de caminhada: 05:20. Distância: 10,5 kms com a mochila grande. Desnível: 100 metros. Dia 11 de Janeiro – Poincenot – Laguna de los Tres: Como optamos por ficar mais tempo em El Chaltén e por termos sentido um pouco o cansaço dos três dias de caminhada, decidimos que dormiríamos mais um dia no Poincenot e que nesse dia faríamos apenas a subida até a Laguna de los Tres. Acordei um pouco depois das quatro da manhã e às quatro e meia iniciei minha subida à base do Fitz Roy para ver o nascer do sol, já que alguns mochileiros tinham comentado que o visual valia a pena. Coloquei minha headlamp e já no início da caminhada avistei ao longo da subida as luzes das headlamps de outros mochileiros, alguns quase no final do trajeto, o que indicava que eu provavelmente estava começando a caminhada com um pouco de atraso. Após caminhar quase quinhentos metros do camping, você chega numa cabana que os “guardaparques” costumam utilizar e ali se inicia a caminhada de um quilômetro até a base do Fitz Roy. Talvez essa tenha sido a caminhada mais exigente de todas, afinal é um quilômetro de trilha que é feito em aproximadamente uma hora e quinze minutos de caminhada num desnível de quatrocentos metros, ou seja, um trecho bastante inclinado num terreno com bastante pedra. Mesmo assim, fiz a caminhada no meu tempo, sem me apressar para chegar ao topo, caminhando no meu ritmo e sempre cuidando onde pisava. Com o passar o do tempo, a alvorada aparecia no horizonte e a claridade mostrou que já não era mais necessário o uso da lanterna para caminhar. Por volta das cinco e meia da manhã, com bastante vento e um clima que não parecia ser dos mais amigáveis, cheguei à Laguna de los Tres, procurei uma pedra para me abrigar do vento e aguardei o nascer do sol. Infelizmente o clima estava um pouco nublado e não pude ver o Fitz Roy naquele momento. Após vinte ou trinta minutos apreciando a paisagem, percebi que o clima realmente não estava disposto a colaborar naquela manhã (como falei, o tempo em El Chaltén costuma melhorar depois das dez da manhã, isso não é uma regra, mas na maior parte das vezes foi o que aconteceu) e com isso fiquei num dilema: esperar até o tempo melhorar ou então voltar para o camping e fazer uma segunda tentativa mais tarde. Percebi que o vento passou a soprar mais forte, o que no começo era uma garoa de leve começava a piorar e as nuvens negras davam a entender que vinha chuva pela frente, sem contar que, após o corpo esfriar da caminhada, a temperatura se mostrou outro inconveniente. Não tive escolha senão retornar ao camping. Depois de descansar mais um pouco na barraca e de um reforçado café da manhã, iniciamos nossa subida às onze horas da manhã. Fizemos o trajeto com várias paradas para descansar e depois de uma hora e quinze de caminhada estava novamente na Laguna de los Tres. A diferença do clima era gritante, o céu com algumas nuvens, mas sem nenhuma indicação de tempo ruim (na verdade, quase não dava para se dizer que aquele clima de chuva foi apenas a algumas horas atrás). Apenas o vento que tinha ficado ainda mais forte, o que fez com que muitos (inclusive nós) buscassem abrigo ao lado das pedras ou então ajoelhassem para não correr o risco de ser derrubado pelo vento (mais uma situação na qual os bastões de caminhada se mostraram indispensáveis). Ficamos mais de uma hora observando a paisagem. Além da Laguna de los Tres, o mochileiro pode caminhar aproximadamente cinco minutos a esquerda da lagoa onde encontrará outro ponto de observação o qual permite que se observe também a Laguna Sucia. Apesar do vento, o cenário vale a pena. Quando voltamos ao acampamento e estávamos quase dando os exercícios do dia por encerrados, eis que surge uma situação pela qual não esperávamos: todo o vento que pegamos lá em cima na base do Fitz Roy também passou pelo acampamento Poincenot e a nossa barraca, apesar de estar fechada, não conseguiu evitar que toda a poeira ao redor do camping entrasse dentro dela. O resultado: todos os equipamentos e roupas empoeirados, o que resultou em mais uma hora e meia limpando a barraca e lavando algumas roupas. Por sorte, muita coisa, inclusive a comida, estava bem fechada, o que nos rendeu um bom prato de macarrão com atum como janta antes que fossemos dormir. Tempo de caminhada: aprox. 01:15 até a Laguna de los Tres. Distância: 5,5 kms (duas subidas até a base do Fitz Roy) com a mochila pequena. Desnível: 400 metros. Dia 12 de janeiro – Poincenot – Hosteria Pilar – El Chaltén: Essa noite sim eu posso dizer que foi a noite mais fria de todo o mochilão. A temperatura facilmente alcançou zero graus, além do vento e de um pouco de chuva. Diferentemente da noite no camping Agostini em que, apesar do frio, o fato de termos colocado várias mudas de roupa ter sido o suficiente para dormirmos razoavelmente bem, nessa segunda noite no camping Poincenot não teve o que nos salvasse de uma noite de muito frio. Quando acordamos a chuva tinha dado uma trégua, o que nos permitiu “levantar” o acampamento e tomarmos um bom café da manhã. Contudo, foi só iniciarmos nossa caminhada rumo à Hosteria El Pilar que voltou a chover, não uma chuva forte, mas sim com muito vento e frio, a ponto de chover gelo fino durante parte do trajeto e até mesmo nevar, mesmo que por pouco tempo. Nessa hora uma boa jaqueta corta-vento, touca, capa de chuva e luvas impermeáveis fazem toda a diferença. Durante a caminhada, o tempo nublado não permitiu que avistássemos o Glaciar Piedras Blancas. Nosso objetivo nesse dia era caminhar até a Hosteria Pilar e, de lá, fazer a trilha que margeia o Rio Electrico e vai até o Camping Piedra del Fraile. Porém, após três dias acampando, uma noite mal dormida e com o tempo dando a entender que choveria por boa parte do dia, chegamos na Hosteria Pilar e optamos por chamar um transfer que nos levasse de volta até El Chaltén. Esperamos meia hora, dividimos (eu, meu pai e mais um casal de brasileiros) os AR$ 600 e depois de mais meia hora, estávamos em Chaltén. A trilha até Piedras del Fraile ficaria para outro dia. Aqui vai outra sugestão para quem vai para El Chaltén na alta temporada: se possível, reserve os hostels com antecedência. Sentimos isso na pele quando chegamos na cidade, fomos até o hostel no qual deixamos parte de nossa bagagem e fomos informados que não tinha vaga disponível. Nós não tínhamos feito reserva nesse dia porque nosso objetivo era ter ido até o Camping Piedras del Fraile mas, como imprevistos acontecem, tivemos que dar uma boa caminhada por El Chaltén até conseguirmos vaga no hostel La Comarca, próximo à rodoviária. Na verdade, o hostel tinha apenas uma vaga disponível, mas o recepcionista abriu uma exceção e disse que um de nós poderia dormir na sala de TV que tinha no hostel. A janta ficou por conta do restaurante Pancho Grande, que é um lugar com preço acessível e com uma janta considerável para quem caminhou bastante nos últimos dias. Outra informação: existem duas trilhas que levam ao Fitz Roy. Uma delas é a que começa pela cidade, passando pela Laguna Capri ou pelo Mirador Fitz Roy, chegando no camping Poincenot, enquanto que, para fazer a outra trilha, que sai da Hosteria Pilar, é necessário pagar por um transfer e se deslocar por pouco mais de meia hora. Ambas tem seus prós e contras: na primeira trilha a distância é um pouco maior e ela é mais íngreme, principalmente no início, em compensação, não é necessário pagar pelo deslocamento. Já a segunda trilha, o mochileiro vai gastar em deslocamento, mas, por outro lado, o nível de exigência é menor. Vai da escolha de cada um. Tempo de caminhada: não marquei o tempo, mas estimo que fizemos a caminhada do camping Poincenot até a Hosteria Pilar em pouco mais de duas horas. Distância: 7 kms com a mochila grande. Dia 13 de janeiro – Loma del Pliegue Tumbado: O objetivo desse dia foi fazer a trilha da Loma del Pliegue Tumbado, percurso que exige um pouco mais de preparo físico, uma vez que são dez quilômetros de ida e mais dez de volta, num trecho inclinado, com desnível de mil metros, ou seja, vá sem pressa e com bastante comida porque o dia será bastante longo. Saímos da cidade às 10:00 da manhã e retornamos às 17:30, ou seja, sete horas e meia de caminhada. O trajeto dessa trilha varia, inicia com um trecho de subida mais íngreme, depois mescla um pouco de caminhada dentro de bosques com terrenos de campos e com poucas árvores, mas sempre subindo, variando apenas a intensidade da inclinação. Por fim, o final da trilha passa a ser em terreno com pedras e chão batido. Depois de oito quilômetros de caminhada você chegará ao mirador Loma del Pliegue Tumbado, que tem uma vista panorâmica muito boa. Contudo, a melhor paisagem estará reservada àqueles que estiverem dispostos a caminhar os dois quilômetros finas da trilha. Esse último trecho de caminhada é feito por uma subida muito íngreme e com pouca sinalização. Minha sugestão é dar uma boa descansada no mirador antes de iniciar essa última parte. Depois, é só pegar a trilha, baixar a cabeça para não ver o quanto de caminhada terá pela frente e seguir no seu ritmo. O trecho é realmente cansativo de se fazer, mas o visual lá de cima vale a pena. Você estará a mil metros acima da cidade de El Chaltén e terá uma vista panorâmica de todo a região, avistando desde o Lago Viedma, até a cidade de El Chaltén ao fundo, Laguna Torre, Laguna Capri e as montanhas ao redor. Tempo de caminhada: 07:30 horas. Distância: 20 kms com a mochila de ataque. Desnível: 1000 metros. Dia 14 de Janeiro – Camping Piedra del Fraile e Lago Electrico: Agora sim, depois de sermos impedidos pelo tempo de continuarmos nossa trilha do camping Poincenot até o camping Piedra del Fraile no dia 12, saímos às 09:00 da manhã de El Chaltén, fomos até a estrada que dá acesso à trilha que vai até o Lago Electrico e, às 10:00, iniciamos nossa caminhada. Como sugestão, eu diria que essa trilha só deve ser feita depois que você já foi até a Laguna Torre, Laguna de los Tres e Loma del Pliegue Tumbado, ou seja, já tenha feito as três principais caminhadas de El Chaltén. Não que o visual dessa trilha não valha a pena, mas é aquele tipo de caminhada que a paisagem ao longo do percurso é que faz o passeio se tornar interessante e não o destino final. Ao longo do trajeto você caminhará num bosque que margeia o rio Electrico e que também permite que você veja as montanhas ao fundo. O terreno e a inclinação também são bem tranquilos, o que faz dessa trilha um passeio mais leve se comparado com as três principais trilhas de El Chaltén. São seis quilômetros e meio até o camping Piedra del Fraile. Esse camping está numa área particular, fora do parque, é pago e possui uma infraestrutura melhor que os demais campings de El Chaltén. Infelizmente não dormiríamos ali naquele dia, então continuamos a caminhada por mais dois quilômetros em direção ao Lago Electrico. Nesse trajeto, você terá uma vista para o Fitz Roy por outro ângulo, que sem dúvida alguma não se compara àquela da Laguna de los Tres, mas que mesmo assim não deixa de valer a pena. Chegamos no trecho final da caminhada e nos deparamos com uma bifurcação que não está sinalizada na trilha. Enquanto o Maps Me e um relato que eu li me diziam para a pegar a esquerda e iniciar uma subida pelo morro, o trajeto dava a entender que o correto seria pegar pela direita e contornar o morro. Fomos pela primeira opção, iniciamos uma subida e logo encontramos uma marcação do trajeto a percorrer. Mesmo estando mal sinalizado, com a ajuda do aplicativo é possível chegar até um lugar onde você terá uma boa visão do Lago Electrico. Após sete horas de caminhada, estávamos de volta à entrada da trilha, aguardamos nosso transfer por vinte minutos e depois de mais quarenta minutos estávamos de volta em El Chaltén. Conforme eu falei, essa trilha vale a pena caso você já tenha feito os principais trajetos de El Chaltén, ela é menos exigente e o principal atrativo dela é a paisagem ao longo da trilha entre a entrada e o camping Piedra del Fraile. Pode-se dizer que a ida até o Lago Electrico é apenas um complemento da viagem, de modo que caso o mochileiro opte por não fazê-la não perderá nada de formidável. Tempo de caminhada: 07:00. Distância: 13 kms até o camping + 4 kms até o Lago Electrico, ambos com a mochila de ataque. Dia 15 de Janeiro – Lago del Desierto: Por fim, após alguns quilômetros percorridos ao longo dos dias em El Chaltén, nos rendemos a um dia sem caminhadas e optamos por fazer o passeio de barco pelo Lago del Desierto. Não lembro do valor do passeio, mas sei que não foi um preço muito amigável, então deixo como sugestão mais para que já fez os outros passeios e queira um dia de descanso. Nosso transfer nos buscou às 07:30 no hostel para percorrer um trecho de aproximadamente uma hora de carro até a Punta Sur, lugar onde saem os barcos que fazem o passeio. De lá, nosso barco percorreu o lago por aproximadamente quarenta minutos até chegarmos a outra extremidade, lugar que tem uma aduana argentina, uma vez que a Punta Norte é local de entrada na Argentina de mochileiros que vieram do Chile, mais precisamente do parque O´Higgins. Depois de um tempo na Punta Norte, nosso barco se deslocou até a metade do lago e parou num refúgio, onde descemos e pudemos fazer uma caminhada de trinta minutos até um mirador para observar o Glaciar Vespignani. Às 14:30, já de volta à Punta Sur, pegamos nosso transfer de volta à cidade e assim demos por encerrado nossa estadia em El Chaltén. Partiríamos para Puerto Natales no dia seguinte. Resumo e dicas de El Chaltén: El Chaltén sem dúvida alguma é ponto de parada obrigatório para quem visita a Patagônia. A menos que você tenha um roteiro com poucos dias, que prioriza apenas uma cidade (fazer apenas algum dos circuitos em Torres del Paine, por exemplo), essa cidade deve estar no seu roteiro. Primeiramente, ela é uma cidade que se deve reservar pelo menos quatro dias nela para poder fazer as três principais caminhadas (Laguna Torre, Laguna de los Tres e Loma del Pliegue Tumbado), além de um dia de sobra por garantia em caso de mau tempo. Digo isso porque o clima em El Chaltén é muito imprevisível, o viajante pode ter a sorte de pegar uma semana inteira só de sol, assim como o contrário e passar todos os dias na cidade abaixo de chuva. Infelizmente é uma loteria. Com isso, ter um dia de sobra pode ser uma boa solução caso aquele dia que você se programou para ir para a base do Fitz Roy amanhecer chuvoso, uma vez que o passeio poderá ser remarcado para o dia seguinte. Além disso, lendo alguns relatos e também ouvindo alguns viajantes, a impressão que tive é que Ushuaia é uma cidade que conta com um perfil de turismo menos voltado para trilhas. Com isso, caso o seu roteiro não tenha tantos dias, deixo como sugestão deixar Ushuaia de lado (até mesmo por ser mais longe e envolver um tempo maior de deslocamento de ônibus ou então comprar uma passagem aérea) e passar alguns dias a mais em Chaltén. As trilhas de Chaltén (com exceção da Loma del Pliegue Tumbado) possuem a opção de você fazer bate e volta, dormindo todos os dias na cidade, ou então ficar nos acampamentos, o que envolve se programar mais e levar mais peso nas costas, mas que, em compensação, não obrigará o viajante a fazer os trajetos de ida e volta no mesmo dia. Outra dica com relação ao clima: as trilhas são afastadas umas das outras e a região é cercada por montanhas, ou seja, o tempo e as condições climáticas podem mudar conforme o local onde você estiver. O tempo costuma melhorar depois das dez horas da manhã, então, se possível, programe-se para começar os percursos depois desse horário. Além disso, consulte sempre a previsão do tempo, principalmente se você ficará alguns dias sem internet. Com relação à subida até a Laguna de los Tres, que é o atrativo principal da cidade, se você não estiver com tanta sorte e o tempo não estiver bom no dia que você fizer essa trilha, deixo como sugestão aguardar o tempo melhorar na cabana onde é ocupada pelos guardaparques no nono quilômetro de caminhada (comentei sobre ela no relato do dia 11 de janeiro), antes de começar o último quilômetro de subida. Pode ser que o tempo esteja ruim no momento que você esteja terminando o trajeto de ida para a base do Fitz Roy, o que não significa que ele não pode mudar dali uma ou duas horas. Então, caso você chegue quase ao final da trilha, quer subir até a Laguna de los Tres, mas não quer se frustrar, encontrar um tempo fechado e ter que voltar logo depois de chegar ao fim da trilha, sugiro esperar o tempo melhorar ali nessa área onde fica a cabana dos guardaparques, pois é um local que, apesar de ser bem simples, pega menos vento e que você poderá esperar o tempo melhorar. O camping Bonanza (entre a El Chaltén e a Hosteria Pilar) nos chamou a atenção por possuir uma infraestrutura melhor para receber casais com crianças. Caso seja esse o seu caso, talvez esse camping seja uma boa opção. Optamos por não fazer as caminhadas para o Chorrillo del Salto, Mirador de los Condores e Mirador de las Aguilas. Caso você tenha tempo sobrando, talvez elas sejam uma boa opção. Por fim, não só os destinos das trilhas de El Chaltén são bonitos de se ver, mas as próprias trilhas em si possuem uma paisagem que vale a pena apreciar. Com isso, programe-se para caminhar com calma, com várias paradas para descansar e sem pressa de chegar ao final do percurso. Dia 16 de Janeiro – Deslocamento El Chaltén – El Calafate – Puerto Natales: No dia anterior, pagamos AR$ 1100 por duas passagens de El Chaltén para El Calafate, saindo às 07:30 e chegando às 10:30. O problema foi que não conseguimos comprar em El Chaltén uma passagem de ônibus de El Calafate até Puerto Natales. O jeito foi chegar de viagem em El Calafate e sair pela rodoviária a procura de passagens para Puerto Natales. Apesar da preocupação de não encontrarmos mais passagens para aquele dia, não foi difícil encontrar empresas com horários disponíveis e compramos, por AR$ 1180, duas passagens de El Calafate para Puerto Natales saindo às 16:30. Após esperar seis horas na rodoviária e mais seis horas de viagem, nosso ônibus chegou em Puerto Natales às 22:30. Depois dez minutos de caminhada, estávamos no hostel que reservamos na noite anterior. Dia 17 de Janeiro – Puerto Natales: Quando ainda estávamos em El Chaltén, nós tentamos sem sucesso reservar por celular uma noite no camping do Lago Pehoe para o dia 17. Tentamos então encaminhar um e-mail para a empresa, e até hoje estamos esperando a resposta. Como não conseguimos reservar o camping para esse dia, estávamos programados para entrar no parque de Torres del Paine apenas no dia 18 e o tempo estava entre nublado e chuvoso, optamos por tirarmos mais um dia de descanso e fomos caminhar um pouco pelas ruas de Puerto Natales. A cidade é bastante simples e sem muitos atrativos. A região do porto é um lugar que valha a pena dar uma caminhada, mas com nada muito significativo. O dia se resumiu em caminhar pela cidade, comprar pesos chilenos, escolher um restaurante com uma boa refeição, descansar e brincar com o perro do hostel. Iniciaríamos o Circuito W no dia seguinte. Dia 18 de Janeiro – Torres del Paine – Paine Grande – Mirador Grey: Tomamos café bem cedo no hostel e às 07:20 nosso ônibus saiu da rodoviária em direção ao parque Torres del Paine. Pagamos CLP 13000 por pessoa para fazer o trajeto de ida e volta de Puerto Natales até o Parque, mais CLP 21000 por pessoa para a entrada. Após descermos na administração para pagar a entrada e assistirmos um vídeo com algumas recomendações, nosso ônibus se dirigiu até a Guarderia Pudeto, onde pagamos mais CLP 18000 por pessoa no catamarã que nos levaria até o camping Paine Grande. Nosso barco saiu às onze da manhã, mas ele tem outros horários, alguns mais cedo e outros ao longo da tarde. Às 13:00 já estávamos de barraca montada no camping e saímos em direção ao mirador do Lago Grey. Esse percurso começa com uma caminhada entre dois morros próximos um do outro, o que faz com que tenha uma corrente de vento nos quilômetros iniciais da trilha. Após um trecho caminhando em terreno plano, inicia-se uma subida, passando pela Lagoa Los Patos, terminando, após aproximadamente cinco quilômetros e meio num mirador voltado para o Glaciar e Lago Grey. Ali foi o lugar onde encontramos o vento mais forte em toda a viagem, o qual ultrapassou os 100 km/h, segundo informações do Parque. Como não tínhamos conseguido reserva para o camping Grey, fizemos mais cinco quilômetros e meio de volta em direção ao camping Paine Grande, chegando um pouco antes das 18:00. Sobre o camping, podemos dizer que ele tem uma boa estrutura, bons banheiros, chuveiros com água quente e uma área comum para cozinhar. Costuma ventar bastante no Paine Grande, então escolha um bom lugar para armar sua barraca. Tempo de caminhada: aproximadamente 05:00. Distância: 11 kms com a mochila de ataque. Dia 19 de Janeiro – Paine Grande – Camping Italiano – Mirador Britânico – Camping Francês: Tomamos o café da manhã e levantamos acampamento para, às 10:50, iniciarmos nossa caminhada rumo ao camping Francês. Logo no começo da caminhada, nos demos conta que esquecemos nosso fogareiro com o cartucho de gás na área comum do camping, onde as pessoas usam para cozinhar. Após alguns minutos de espera e já cogitando a possibilidade de ter que se virar sem fogareiro no resto do circuito, para a nossa sorte, o fogareiro estava lá, intocável, mesmo passadas duas horas que tínhamos esquecido ele. Retomada a caminhada, nosso trajeto se mostrou bastante tranquilo nos quilômetros iniciais, que margeiam o Lago Skottsberg, apenas com leves inclinações no terreno. Por volta da metade do trajeto entre o camping Paine Grande e o Italiano, decido por acelerar meu ritmo de caminhada e deixar meu pai para trás, uma vez que do camping Italiano eu subiria até o Mirador Britânico, enquanto que ele iria do Italiano direto para o camping Francês. Cheguei no camping Italiano por volta das 13:00, deixei minha mochila ao lado da cabana dos guardaparques (eles permitem que quem for fazer a subida até o Mirador Britânico deixe sua mochila cargueira no camping) e subi apenas com a mochila de ataque em direção ao mirador. Talvez esse tenha sido o dia mais cansativo de todo o trekking e isso se deve bastante aos 12 kms de trecho íngreme de ida e volta do camping Italiano ao mirador Britânico. Desnecessário dizer que é uma paisagem que compensa o esforço. Conforme você vai ganhando altura, surgem mais montanhas ao seu redor e a vista para o Lago Nordenskjöld fica cada vez melhor. Após aproximadamente um quilômetro e meio de caminhada a partir do camping Italiano, você chegará num mirador para o Glaciar Francês cuja vista é impressionante. Por isso, sugiro que, caso você não queira ir até o Mirador Britânico, pelo menos vá até o mirador para o Glaciar Francês para apreciar o visual. Continuando a caminhada, a paisagem vai ficando cada vez melhor até que, após algumas horas de subida, você chegará ao Mirador Britânico. Mais uma vez digo que o visual é indescritível e que você poderá desfrutar de uma bela paisagem enquanto descansa para a caminhada de volta. Às 18:00 estava novamente no camping Italiano, peguei minha mochila cargueira e fiz mais 2 kms até o Camping Francês. Nesse dia não conseguimos reservar apenas o espaço para acampar, então tivemos que pagar mais para reservar o camping com barraca da própria empresa, o que nos rendeu um gasto elevado, mas que, em contrapartida, nos proporcionou uma noite num colchão maior e numa barraca e saco de dormir mais resistentes ao vento e ao frio. Sobre o camping, ele também tem uma estrutura boa. A área para cozinhar é bem pequena, mas é coberta então você não correrá o risco de pegar chuva enquanto cozinha. Os banheiros e chuveiros também são bons. Acredito que as vagas para conseguir acampar nesse camping sem precisar reservar uma barraca são poucas, pois não observamos muitos lugares para armar uma barraca, de modo que a maior parte dos lugares disponíveis são em barracas da própria empresa, o que torna a estadia nesse camping uma opção cara e recomendável apenas caso você não tenha conseguido vaga no Camping Los Cuernos ou no Italianos. Tempo de caminhada: 08:00. Distância: 7,6 kms de mochila cargueira até o camping Italiano + 12 kms ida e volta do camping Italiano ao Mirador Britânico com a mochila pequena + 2 kms do Italiano ao Camping Francês com a mochila cargueira. Total: 21,6 kms. VID_20180119_141237727.mp4 Dia 20 de Janeiro – Camping Francês – Camping Central: Iniciamos a caminhada às 09:50 margeando o Lago Nordenskjöld rumo ao camping Central. Após 2 kms com descidas bastante inclinadas, chegamos ao camping Los Cuernos, o que nos rendeu apenas uma rápida parada para descansar e tirar fotos antes de retomar a caminhada. Percorremos mais 11 kms até chegarmos numa bifurcação que serve de atalho para quem vai ao Camping Chileno ou então para aqueles que irão ao Camping Central. Escolhemos a segunda opção e, após mais um quilômetro e meio estávamos no Camping. A paisagem desse dia é muito boa pois de um lado você margeia o Lago Nordenskjöld enquanto que do outro observa as montanhas Cuernos del Paine. Da metade em diante do trecho do Camping Los Cuernos a trilha começa a ficar menos íngreme e mais aberta. Mesmo assim, foi mais um dia puxado carregando a mochila cargueira nas costas durante todo o tempo. Após sete horas e quarenta minutos de caminhada, chegamos ao Camping Central. Esse camping se mostrou com uma estrutura mais simples que os outros, apesar de possuir um espaço bastante grande para escolher onde armar sua barraca. Tem bons banheiros e chuveiros, mas não dispõe de uma área comum para cozinhar, de modo que os mochileiros cozinham suas refeições nas mesas espalhadas ao longo do camping. Tempo de caminhada: 07:30. Distância: 14,5 kms com mochila cargueira. Dia 21 de Janeiro – Subida ao Mirador de Las Torres: Enfim, chegou o dia de subirmos o trecho até a base das Torres. Iniciamos o trajeto às 09:30 e durante quase todo o percurso caminhamos por um terreno acidentado. As subidas são constantes e apenas antes de chegar ao Camping Chileno é que tem um trecho de descida. Passando o Camping Chileno, o trajeto volta a ficar inclinado e, no momento que o mochileiro chega num trecho que dá acesso ao Camping Torres, inicia-se uma verdadeira subida com bastantes pedras ao longo do caminho até a base das Torres, ou seja, é subida atrás de subida. Por outro lado, o tempo estava bom e não havia previsão de chuva ou vento muito forte para aquele dia (sempre bom consultar com os guardaparques qual a previsão do tempo para o dia), o que nos permitiu que fizéssemos o percurso no nosso ritmo, sem pressa para chegar ao destino. Passadas mais de quatro horas e meia de trilha, chegamos à base das Torres. A partir daí foi só descansar e, mais uma vez, apreciar a paisagem. Como era nosso último dia em Torres del Paine, não tínhamos nenhuma pressa de ir embora. Até que o tempo começou a ventar mais forte e a nublar o topo das Torres. Com isso, decidimos que era hora de iniciar o percurso de volta até o Camping Central. Voltamos às 18:30. Tempo de caminhada: 09:00. Distância: 16 kms com a mochila de ataque. Dia 22 de Janeiro – Saída do Parque – Puerto Natales: Apenas no nosso quarto e último dia acampando em Torres del Paine é que tivemos uma noite com bastante frio e chuva. Acordamos com uma chuva leve tomando conta de boa parte do Parque e decidimos esperar o tempo melhorar para desmontarmos a barraca. Com isso, nosso café da manhã dessa vez foi dentro da barraca. Às onze horas, quando vimos que o tempo realmente não pretendia mudar pelas próximas horas, colocamos nossas capas de chuva e tivemos que desmontar a barraca embaixo de chuva. Acampamento devidamente levantado, fomos até o local de saída dos ônibus. Pagamos CLP 3000 para ir até o local de entrada e saída do Parque, onde aguardamos até as 14:30 para pegar nosso ônibus de volta a Puerto Natales. De volta à cidade, a dona do nosso hostel deixou que abríssemos a barraca no quintal do hostel e usássemos o varal para pôr algumas roupas para secar. Mais tarde saberíamos que nesse dia nevou na base das Torres e que a temperatura ficou abaixo de zero em alguns lugares, fato que, somado ao vento patagônico, não deve ser das melhores sensações. Tiramos o resto do dia para descansar. Partiríamos cedo para El Calafate na manhã seguinte. Distância total (El Chaltén + Circuito W em Torres del Paine): 148,6 kms. Resumo e Dicas Torres del Paine: Para fazer algum dos circuitos em Torres del Paine é preciso ter bastante planejamento com relação à reserva dos campings. Infelizmente, o turismo no Parque é grande e as vagas nos campings são limitadas. Com isso, as reservas nos campings devem ser feitas com bastante antecedência para que você não precise ficar tendo que adaptar o roteiro. No nosso caso, não tivemos escolha com relação aos dias que iríamos ficar em Torres del Paine. Os únicos dias que encontramos vagas nos acampamentos que nos permitiria fazer o Circuito W foi entre os dias 18 e 21 de janeiro. Os demais dias ou já estavam reservados ou então tinham vagas disponíveis em algum camping de forma isolada (que nos permitiria ficar num camping específico num dia, mas que não encontraríamos vagas no próximo camping do circuito no dia seguinte). Para reservar os campings, o mochileiro deve acessar os sites das empresas responsáveis pelos campings do parque (valendo lembrar que cada camping é gerido por apenas uma empresa): http://www.verticepatagonia.cl http://www.fantasticosur.com http://www.parquetorresdelpaine.cl Com relação aos valores dos campings, pagamos: - Paine Grande: US$ 20, para duas pessoas; - Francês: US$ 80, para duas pessoas (camping + barraca); - Central: US$ 42, para duas pessoas e por duas noites. Sobre as possibilidades de se fazer o Circuito O ou W, o mochileiro poderá optar por: - Levar uma mochila menor, sem barraca e/ou comida, carregando basicamente apenas roupas, sendo que a comida e a hospedagem em barracas ou cabanas ficarão por conta das empresas que gerenciam os campings. Essa hipótese é para aqueles que preferem carregar menos peso. Por outro lado, pela pesquisa que fiz nos sites das empresas, os valores que elas cobram para lhe fornecer comida e hospedagem são elevados e em dólares, o que faz dessa primeira opção viável apenas àqueles que estão dispostos a desembolsar uma razoável quantia em dinheiro. - Carregar a mochila com comida e equipamento para acampar, além da roupa para passar os dias no circuito. O ruim dessa opção é que o mochileiro carregará mais peso ao longo do circuito, terá que armar sua própria barraca e fazer sua comida. Por outro lado, o valor gasto no circuito será apenas aquele gasto para reservar um espaço no camping para acampar, fazendo dessa opção uma escolha viável em termos econômicos. Além disso, caso você escolha levar sua própria comida para as refeições ao longo do circuito, não deixe para comprar nada dentro do Parque. Isso porque, apesar de cada camping dispor de um minimercado, os valores que cobrados são muito altos (CLP 5000 por um pão caseiro e CLP 15000 por uma garrafa de vinho, por exemplo). Infelizmente o clima em Torres del Paine também costuma variar bastante. Talvez ele seja menos imprevisível que o de El Chaltén mas, mesmo assim, encontrar tempo bom ou ruim no Parque é uma questão de sorte e que não depende do mochileiro. Comparado à Argentina, o Chile é um país mais caro, então procure comprar sua comida para fazer os circuitos em Torres del Paine ainda na Argentina (não tivemos problemas para atravessar a aduana com produtos industrializados) e deixar para comprar no Chile apenas o necessário. Dia 23 de Janeiro – Deslocamento Puerto Natales – El Calafate: Nos despedimos cedo de Puerto Natales e do Chile e no começo da tarde estávamos fazendo o check-in no Hostel Inn Calafate, o qual recomendo para os futuros mochileiros. Fomos para o centro reservar o passeio do Minitrekking no Glaciar Perito Moreno para o dia seguinte e fechamos na Hielo y Aventura pelo valor de AR$ 3300 por pessoa. Tínhamos o resto do dia livre, então aproveitamos para caminhar um pouco pela cidade e nesse dia nos recolhemos cedo no hostel. Dia 24 de Janeiro – Minitrekking Perito Moreno: Por volta das nove horas da manhã a van da empresa veio ao nosso hostel para nos levar até o centro. De lá, com um ônibus, percorremos os oitenta quilômetros até o Parque Nacional Los Glaciares. Chegando ao Parque, pagamos uma taxa no valor de AR$ 500 para ingressar e, após alguns minutos, estávamos no mirador do Glaciar Perito Morento. Tivemos duas horas de tempo livre para caminhar pelas passarelas que ligam os diversos miradores do Glaciar. Depois, pegamos um barco que nos levou ao local onde faríamos o minitrekking. O trajeto de barco não chega a ser igual àquele do passeio que leva as pessoas bem próximas do Glaciar, mas durante o deslocamento no barco se pode ter uma noção do tamanho dos blocos de gelo a sua frente. Mais uma vez em terra firme, agora já próximo ao Glaciar, colocamos os grampones no calçado, recebemos algumas instruções dos guias da empresa e iniciamos nossa caminhada pelo gelo. Apesar de o preço ser elevado, posso dizer que fazer o minitrekking foi uma experiência bastante interessante. O guia nos levou glaciar adentro e quando você vê, está praticamente cercado de gelo. Alguns optam por fazer o Big Ice, que é um passeio em que as pessoas ficam mais tempo caminhando pelo Glaciar, mas o minitrekking para mim já foi o suficiente. Após uma hora e meia de subidas e descidas pelo gelo, nos despedimos do Perito Moreno, retiraram nossos grampones do calçado e tomamos o barco rumo ao ônibus que nos levaria de volta a El Calafate. Resumo e Dicas de El Calafate: De modo geral, El Calafate é a cidade que tem um pouco mais de infraestrutura com relação a lojas e restaurantes. Ela também é um pouco mais barata que El Chaltén, então talvez seja melhor comprar boa parte da comida e equipamento nessa cidade. Por outro lado nos limitamos a fazer apenas o passeio pelo Glaciar do Perito Moreno, de modo que não saberia dizer se a cidade possui alguma outra atração que valeria a pena de se conhecer. Dia 25 de Janeiro – El Calafate – Buenos Aires – Brasil: No dia anterior reservamos por AR$ 150 um transfer que nos levaria do hostel até o aeroporto de El Calafate. Meu voo de volta ainda fez escala em Ushuaia apenas como forma de me fazer passar vontade por não ter conhecido o lugar. De qualquer forma, não nos arrependemos do roteiro que fizemos. Pelo tempo que tínhamos, optamos por ficar mais tempo em menos lugares e Ushuaia infelizmente foi a cidade que decidimos deixar para, quem sabe, uma futura viagem. Deixo aqui os relatos que serviram de base para elaborar o meu roteiro: https://mydestinationanywhere.com/2014/11/09/torres-del-paine-como-chegar-visitar-trekking-hospedagem/ https://www.mochileiros.com/topic/55423-patag%C3%B4nia-em-26-dias-dez2015jan2016-circuito-o-em-7-planilha-de-custos/ https://www.mochileiros.com/blog/torres-del-paine-tudo-que-voce-precisa-saber-antes-de-iniciar-o-trekking http://paraondefomos.com.br/torres-del-paine-o-que-levar-para-o-trekking/ http://paraondefomos.com.br/torres-del-paine-quanto-custa/ http://paraondefomos.com.br/torres-del-paine-nosso-roteiro-circuito-o/ http://anaturezahumana.com/el-chalten/ Espero que tenham gostado da leitura e, qualquer dúvida que tiverem, não deixem de perguntar. Grande abraço.
  12. Olá, pessoal! Tudo bem? Vou para Puerto Natales em março e gostaria de alugar um carro para ir até o parque Torres del Paine. Alguma dica? Preços? Sugestões. Obrigada, desde já!
  13. Fala meus amigos mochileiros como vai a força de vocês? Espero que muito em, vim aqui para compartilhar um pouca da minhas experiencia ao fazer o Circuito O no Parque Nacional Torres del Paine. Assista o Video se inscreva e curta 😊 Vocês são top demais >>
  14. Fala Viageiros!!!!! Voltei de uma viagem sensacional para a Patagônia e vou compartilhar aqui com vocês um pouco dessa experiência! Mas antes, quem puder, segue a conta do meu blog no Instagram: @profissaoviageiro E vai lá no www.profissaoviageiro.com que tem mais detalhes e fotos desse rolê! Segue lá no blog que sempre tem coisa nova por lá!!!! Bom, hoje além de passar minhas impressões de Torres del Paine, vou tentar deixar algumas informações básicas para quem quer ir e ainda está cheio de dúvida, como eu estava quando ainda planejava a viagem. Tem coisa que parece óbvia quando se conta de uma viagem para as outras pessoas, mas que no fundo se você não sabe o funcionamento das coisas no lugar, fica impossível saber se seu roteiro vai dar certo ou não… E foi nisso que eu esbarrei na montagem do roteiro. Como sempre em meus roteiros, eu tenho pouquíssima margem de erro e isso me fez perder um bom tempo na pesquisa. Vou tentar deixar algumas informações aqui para quem quer visitar esse lugar maravilhoso! Vamos lá! O que é? O Parque Nacional de Torres del Paine foi criado em Maio de 1959 e está localizado na Pataônia Chilena, na região de Magallanes. As suas torres principais dão nome ao parque, que são imensas torres de granito modeladas pelo gelo glacial. Mas as belezas do parque não se resumem a suas torres. O lugar inteiro é sensacional! Como chegar? Existem dois aeroportos próximos de Torres del Paine: – Um fica em Puerto Natales, que é a cidade base para a maioria das pessoas que visitam Torres del Paine. A cidade está localizada a 80km do Parque. O problema é que só existem voos para Puerto Natales no verão, e mesmo assim não é todo dia. Isso faz com que contar com um voo para lá seja praticamente descartado logo de cara. – A melhor opção então é voar para Punta Arenas. Existem voos regulares de Santiago para Punta Arenas. Inclusive, se não me engano, lá é destino mais barato para se chegar na Patagônia (Argentina ou Chilena) Eu fiz isso. Saí de São Paulo em um voo com conexão em Santigo e chegada em Punta Arenas. Tudo bem tranquilo! -Para quem não for utilizar avião, tenha Puerto Natales como sua referencia de destino. Onde ficar? – Punta Arenas: A porta de entrada da maioria das pessoas que vão para TdP via o próprio Chile (Muitas outras pessoas vão para TdP via El Calafate, na Argentina) Cidade grande, com vida própria. Possui muitas atrações turísticas, shoppings, hotéis, hostels, restaurantes e tudo mais. Fica a 3 horas de ônibus de Puerto Natales. – Puerto Natales: Cidade pequena que gira em torno do turismo de TdP. Muitos turistas o ano inteiro por lá, consequentemente muitos restaurantes e vendinhas para as compras da galera que vai fazer os trekings. Como já falei é a base para a maioria das pessoas, pela sua proximidade e preços acessíveis. Comparado às hospedagens dentro ou ao lado do parque é muito mais barato ficar em Puerto Natales. – Hospedagens dentro do Parque: Existem muitas opções de hospedagem dentro do Parque, desde áreas de camping onde você é responsável por ter com você absolutamente tudo que vai usar e comer, até luxuosos hotéis com vistas deslumbrantes. Tudo dentro do parque é caro. Transporte, hospedagem, comida… Tudo! São três “empresas” que possuem hospedagens dentro do parque, e para dormir lá dentro você precisa ter reservado antes de chegar (mesmo que esteja levando todo equipamento com você e queira apenas reservar um espaço de camping), pois não se pode entrar sem reserva prévia. As empresas são: CONAF; Fantástico Sur; e Vertice. Quando ir? Torres del Paine pode ser visitado o ano inteiro, mas a alta temporada é no verão, quando as temperaturas estão mais agradáveis e as paisagens mais coloridas. Eu fui na primavera. Dei muita sorte com o tempo e achei que valeu muito a pena. Não estava lotado e não passei nenhum perrengue de frio ou vento a ponto de transformar algum rolê em algo penoso. Se tem alguma coisa que eu mudaria no meu rolê para deixar ele ainda mais perfeito, é que eu preferia ter visto o lago no Mirador Base de Torres del Paine descongelado. Quando eu fui ainda estava congelado. Não que eu ache isso um problema, mas acho que descongelado seria muito lindo também. Quanto custa? Caro! Não é um passeio barato. Mesmo fugindo o máximo que pude das hospedagens dentro do parque, é um passeio caro. Mas não é nada que não se possa dar um jeito. Aqui alguns exemplos de preços aproximados: – Entrada no Parque, válida por 3 dias de entrada: US$ 35,00 (se já estiver dentro do parque, não tem problema, pode ficar mais que 3 dias) – Aluguel de barraca completa no parque: US$ 70 – para 2 pessoas, por noite – Catamarã para Paine Grande: US$ 35,00 por pessoa, por trecho (Comprando ida e volta junto fica um pouquinho mais barato). IMPORTANTE: Não aceita cartão! Só dinheiro. – Ônibus interno do Parque: US$ 10,00 ida e volta – Ônibus Puerto Natales – Torress del Paine: US$ 25,00 ida e volta E por aí, vai… O que fazer??? Bate e volta, Circuito W, ou Circuito O? Eu escolhi o W! – No circuito W estão as principais atrações do parque na minha opinião. Claro que quem faz o Circuito O vê muito mais coisa, mas para isso é necessário muito mais tempo e preparo, pois as partes do parque que estão fora do W, são bem menos estruturadas, então depende muito mais de você e do equipamento e mantimento que você carrega. – No bate e volta de Puerto Natales, você consegue fazer o Mirador Base, que é a vista mais famosa de lá, mas depois que se faz o W, você vê que aquilo é só um pequeno pedaço das belezas daquele lugar. Também dá para fazer o lado do Glaciar Grey, ou até um trecho da trilha beirando o lindíssimo Lago Nordenskjold. IMPORTANTE! Nesses casos de bate e volta, você sempre vai ter seu tempo limitado ao horário dos transportes internos do parque, seja do ônibus ou do catamarã. Então controlar o tempo e seus objetivos no dia será algo muito importante. Os horários são fixos e limitados, não deixando margem para erros. – Uma outra opção, que eu jamais faria, é um bate e volta de El Calafate, como muitas agências de lá oferecem… Me parece um grande programa de índio. – Fazer um mix disso tudo aí também é possível! É só estudar direitinho o roteiro e partir para cima!!!! Bom, esse é o básico. Vou contando agora como foi o meu rolê e tentando explicar como tudo funcionou para mim! Vamos lá!!!!!!!! Dia 1: Bom, eu decidi fazer o W da seguinte forma… Fazer as 2 pernas externas no esquema de bate e volta, e a parte central do W dormindo uma noite no camping Francês. Dessa forma faria o rolê em 4 dias, que é bem puxado. A maioria das pessoas faz em 5 dias o W, que depois eu entendi o por quê! Como a entrada do parque vale por 3 dias, eu fiz as 2 pontas primeiro, e depois a parte interna, que daria certinho os 3 dias de entrada no parque. Para mim não fazia diferença por onde começar, então deixei o dia que a previsão do tempo estava melhor para fazer o Mirador Base e fui no primeiro dia, que o tempo estava pior, na perna do Glaciar Grey. E a parte interna eu fiz saindo de Las Torres e chegando no outro dia em Paine Grande. No final, deu tudo certo!!!! Como comentei, eu cheguei em Puerto Natales vindo de Punta Arenas. Como não sabia da estrutura da cidade, acabei fazendo compras do que iria comer no parque no dia seguinte em Punta Arenas mesmo. A viagem de ônibus entre Punta Arenas e Puerto Natales demora 3 horas. A passagem é bem fácil comprar. Os ônibus que fazem esse trajeto têm seus terminais no centro da cidade e todo mundo lá sabe indicar onde ficam esses terminais. Existem diversos horários de saída, então não precisa de stress quanto a reserva antecipada ou qualquer coisa. Em Puerto Natales as coisas são perto da rodoviária. A maioria dos lugares nem precisa de taxi… Dá para chegar andando. Já aproveitei que estava na rodoviária na chegada e comprei a passagem de ônibus para o dia seguinte de ida e volta para o parque. São algumas empresas que fazem o trajeto e todas fazem mais ou menos no mesmo horário, pois os transportes internos no parque são sincronizados com as chegadas dos ônibus de Puerto Natales. O horário de saída é por volta das 7 da manhã e o retorno por volta das 7:30 da noite saindo da Laguna Amarga (entrada do parque). São quase 3 horas de trajeto entre o parque e Puerto Natales. No dia seguinte estava lá bem cedinho na rodoviária aguardando meu ônibus sair. Chegando em Torres del Paine, a primeira coisa a se fazer é comprar o ticket de entrada. Havia uma pequena fila mas não demorou muito todo o tramite. Eles aceitam Pesos Chilenos e Dólares. Talvez aceitem Euros também, mas não tenho certeza. Depois é aguardar o ônibus interno que vai te levar para o Refúgio Las Torres (De onde sai a trilha para o Mirador Base e também a trilha em direção ao Refúgio Francês) e depois segue para Pudeto, de onde sai o Catamarã para Paine Grande (Onde começa a trilha para o Glaciar Grey). Como fui em direção ao Glaciar Grey nesse primeiro dia, segui no ônibus até Pudeto. Cheguei lá por volta das 10:30 e o catamarã só sai as 11hs. Assim aproveitei e tomei um reforço do café da manhã por lá enquanto aguardava a saída para Paine Grande. O catamarã é espaçoso e possui um deck em cima para quem quer ver a paisagem e tirar umas fotos. Duro é aguentar o frio, mas vale a pena! O trajeto é curto e em pouco mais de 20 minutos já estava em Paine Grande Muitas pessoas se hospedam no refugio, então já entram para seu check in. Eu não ia ficar lá, então só me arrumei, usei o banheiro e saí. Primeiro grande desafio da viagem: Aprender a usar os sticks de caminhada! Eu sei que parece ridículo, mas no começo é difícil coordenar! Mas depois de alguns minutos, vai que vai! Não sei como eu consegui voltar a andar sem eles quando voltei de viagem! Esse treco é bom demais!!!!! Bom, foi nesse primeiro dia que eu entendi por que a maioria das pessoas faz o W em 5 dias e não em 4… É porque o refúgio Grey é longe que dói! Eu tinha o meu tempo de trekking limitado pelo horário do catamarã. Não podia estar de volta depois das 18:30hs, que é o último horário de saída do catamarã no dia. As pessoas normalmente dormem no refúgio Grey e depois voltam no dia seguinte. Ou também vão até o refugio Grey e voltam para dormir em Paine Grande, sem grandes compromissos com o horário. Aí tudo faz mais sentido. No meu caso eu tive que ir até onde o relógio permitiu, e não consegui chegar até o refugio. Mas isso não tem muita importância… Pude apreciar a beleza do glaciar durante minha trilha sem nenhum problema! A trilha desse trecho não foi das piores do W. Existem outras partes com muito mais subidas e descidas. Isso foi bom, pois estava ainda aquecendo os motores! Eu que já tenho dois joelhos completamente destruídos, que me impedem de fazer algumas coisas, estava, para piorar, vindo de uma lesão no ligamento. Consequentemente minha condição física não era das melhores, vindo de um período de um mês sem poder exercitar minhas pernas. Bora caminhar!!!! A primeira parada, já para o almoço, foi na Laguna Los Patos. Uma lagoa bonita, que apesar do nome, não tinha tantos patos assim quando passei por lá! Sigo então em direção ao glaciar, tentando aproveitar o máximo essa paisagem linda! Daí a recompensa… O Glaciar Grey!!! Encontro um lugar para parar e apreciar essa vista! Depois de um tempo por lá o relógio me lembra que era preciso voltar, sem grandes possibilidades de paradas. A volta foi bem tranquila e cheguei a tempo inclusive de fazer um lanche e tirar umas fotos antes de embarcar Na fila do embarque percebo esse cara indo para um mergulho bem tranquilo nesse lago de degelo!!! Um mergulho com uma vista dessa não é nada mal!!!! Daí foram só mais uns 30 minutos de catamarã até Pudeto e já o imediato embarque no ônibus para Laguna Amarga. Dalí peguei o ônibus de volta para Puerto Natales. Chegando em Puerto Natales, foi só o tempo de passar em uma vendinha para comprar os mantimentos para o dia seguinte e correr para tomar banho, comer e dormir, pois sobram poucas horas de sono para quem tem que pegar o ônibus no outro dia as 7 da manhã!!! Dia 2 E lá vamos nós!!!! Acorda de madrugada, toma banho, toma café, corre para a rodoviária e tenta descansar um pouco no ônibus no caminho… No parque foi só mostrar que já tinha o ingresso e aguardar pela saída do ônibus para Las Torres. Lá em Las Torres se faz um breve registro de entrada para controle e já pode sair para a caminhada. Esse dia era o primeiro grande desafio. São 20km ida e volta, com muita montanha, incluindo um trecho matador no último quilômetro que faz você pensar seriamente que não vai conseguir! Mas consegue!!!! A caminhada começa com 2km bem tranquilos e planos ainda em uma área dentro do complexo de Las Torres. Depois…… Bom, depois é bom estar com a saúde em dia, porque não é fácil a brincadeira. O que sempre te dá forças em um lugar como esse são as paisagens… Elas vão nos lembrando por que estamos lá!!!! Vale cada gota de suor! E vai subindo… Subindo… Subindo mais… Até que chega no Km 9 e eu já estou esgotado, com muita dor e cansaço. E aí o negócio começa a ficar sério. A subida é bem no limite entre caminhar e escalar, inclusive passando pelo espaço onde a água do degelo desce, para ajudar ainda! Pelo menos quando dava sede era só abaixar e beber água! Eu acho que eu bobeei… Acho que tem um lugar para deixar o peso extra ali no km 9 antes de começar a subida. Eu não fui atrás disso e acabei subindo com tudo nas costas… Foi treta! Como eu não tinha forças nem para tirar foto, tenho poucos registros desse dia. Uma pena, porque o lugar é maravilhoso. Essa subida é terrível, e quando se acha que acabou você descobre que ainda falta um tanto! Todos os lugares por lá são assim… Você acha que chegou no final, mas não chegou!!!! Para de reclamar e continua andando!!!!! Realmente nem acreditei quando cheguei lá!!!! Mas o visual vale qualquer esforço!!! Infelizmente cheguei lá 15 minutos depois do horário que tinha que iniciar a descida! Isso limitou muito o quanto eu pude aproveitar lá em cima. Foi o tempo de comer alguma coisa, tirar meia dúzia de fotos e sair desesperado para baixo, quase com a certeza que não daria tempo. Isso foi a pior parte do rolê… Não consegui aproveitar quase nada a descida, forcei meus joelhos de um jeito que não poderia ter forçado e fiquei horas no stress de não ter ideia do que iria fazer se perdesse o transporte. Não sei explicar como, arrumei forças não sei da onde para sair em uma disparada nos últimos 2 quilómetros para tentar chegar no ônibus… E não é que consegui!!!!!!! O pessoal já estava quase todo embarcado! Aí pedi para o motorista para esperar uns 2 minutos até a Tati chegar e ele falou que beleza! Nossa, foi por pouco! Eu sentia tanta dor no meu corpo depois disso que nem sei explicar… Doía pé, tornozelo e principalmente meus joelhos… Achei que tinha comprometido todo o rolê… Chegando em Puerto Natales foi só a correria para deitar logo, depois do mercadinho, banho e janta. Dia 3 Esse dia tinha a ideia que seria mais tranquilo, pois além da distancia a se caminhar ser menor, não precisava me preocupar com horário, pois poderia chegar a qualquer hora no Camping Francês. Mas eu me enganei… Foi mais um dia puxado que no final minhas pernas já estavam esgotadas. Já no refugio Las Torres, comecei a caminhar para o Acampamento Francês. O inicio é tranquilo e ainda estava com a sensação que seria um dia de recuperação, e não de grandes esforços. Começo a encontrar alguns morros, mas nada de mais… A caminhada ainda está sob controle. Passados alguns quilômetros eu encontro um novo caso de amor!!!!! Se trata do Lago Nordenskjöld! Que visual maravilhoso! Andar com esse lago ao seu lado o dia inteiro foi lindo demais! As paradas para comer sempre eram em pontos estratégicos para comer apreciando aquele azul espetacular! O problema é que esse trecho tem muita montanha, subindo e descendo toda hora… Eu fui me cansando e já ficava perguntando pra galera que cruzava no caminho se estava muito longe ainda! Isso é claramente sinal de desespero!!!! E então já no final do dia chego no Acampamento Francês! O acampamento é bem bacana. O banheiro é bom e a água para tomar banho bem quente! Isso foi maravilhoso! Lá eles também têm um pequeno restaurante e uma “vendinha” que você pode comprar um refrigerante, por exemplo. Na recepção do camping eles tinham ovos para vender. Não estava tão caro. O problema é que eu não tinha onde cozinhar os ovos, pois não estava carregando um fogareiro comigo. A menina que estava lá foi bem gente boa e ofereceu de cozinhar os ovos para nós no fogareiro dela! Então já fechei negócio e consegui comer algo quente nessa noite, que estava programado apenas comida fria. Então depois de um ótimo banho já fui jantar meu sanduíche, ovos e um vinho que estava carregando para saborear na noite! A barraca estava montada. Não tive trabalho nenhum. É chegar, pular para dentro do saco de dormir e até amanhã!!!!! Dia 4 Depois de uma boa noite de sono que não passei nenhum tipo de problema na barraca, me preparei para partir. Nesse dia os objetivos eram Mirador Francês, Mirador Britânico e a chegada em Paine Grande para tomar o catamarã de volta no final da tarde. Então tomei meu ziriguidum e pé na estrada! Até o acampamento Italiano o caminho é curto mas já com algumas subidas chatinhas. No acampamento Italiano você pode deixar seu equipamento para fazer a subida para o Mirador Francês e Britânico só com o necessário. A subida até o Mirador Francês é de um nível médio… Dá para ir na boa. Acabei me perdendo um pouco no caminho… Ainda bem que olhei para trás e vi umas pessoas passando por outro lugar. Percebi que o errado era eu e voltei para a trilha certa! Lá é um lugar bem interessante. Existe uma geleira com pequenas avalanches a cada 10, 15 minutos… É muito legal ficar um tempo por lá vendo as avalanches e principalmente escutando os estrondos do gelo se rompendo. É um barulho de trovão bem alto! Muito bacana! Fiquei lá um tempo, fiz meu lanche e olhei para o caminho do mirador Britânico………… Que caminho???? O tempo fechou e não dava para ver nada lá para cima….. Então após algumas considerações decidi desistir de ir até o mirador Britânico. Ainda faltava uma boa pernada até lá e eu não queria gastar esse tempo e essa energia para ir até um mirador de onde não haveria nada para “mirar”. Bom, com isso pude desfrutar mais algum tempo no mirador Francês e fazer meu caminho de volta sem stress por conta do horário do catamarã. De volta ao acampamento Italiano não estava muito bem… Não sei bem o que era, mas preferi ficar por lá um tempo até me recuperar. Daí peguei minhas coisas e segui… O caminho a partir de lá é bem mais tranquilo. Não me lembro de ter nenhuma montanha bizarra para subir e descer depois de lá. Isso foi ótimo… Já estava cansado! (Calafate) Um dos pontos altos desse trecho da caminhada é o Lago Skottsberg! O mirador do lago tem uma vista que chega a ser indecente! Depois dessa parada, já estamos quase lá! É um trecho cheio de emoções boas! De que consegui cumprir o objetivo… De que vou completar o W! Isso parecia tão longe na minha vida há 6 meses atrás…. Pensar em cada pedra, cada montanha, cada arbusto, cada pássaro, cada lago, cada pessoa que cruzei, cada parte do meu corpo que doía, cada gole de água de cachoeiras de degelo, e cada sentimento delicioso de conquista com o visual que se abria na minha frente por tantas e tantas vezes nesses dias…….. Foi bom demais! Então a última parada antes da chegada triunfante! Dessa vez para admirar o Lago Pehoé, a poucos metros de chegar em Paine Grande. Não tem lugar melhor para comemorar a vitória!!!!!! E então a chegada! Exausto; Com dor; Realizado!!! Consegui, po**a!!!!!! Daí foi o roteiro já conhecido… Catamarã de Paine Grande para Pudeto, ônibus interno de Pudeto para Laguna Amarga (com parada em Las Torres), ônibus para Puerto Natales, pousada e cama! Hora de descansar, mas não muito, porque no dia seguinte embarcaria para El Chaltén pela manhã. Mas essa história fica para depois! É isso!!!! Quem quiser qualquer ajuda, pode escrever aqui que vou ajudar com todo prazer no que for possível! Críticas e elogios também são bem vindos!!!!! Não esqueçam de seguir lá no Instagram! @profissaoviageiro Valeu!!!!!!!!!!!!! Abraço, Felipe
  15. Resumo: Itinerário: Buenos Aires (Argentina) → Puerto Madryn (Argentina)→ Rio Gallegos (Argentina) → Punta Arenas (Chile) → Ushuaia (Argentina) → Puerto Natales (Chile) → El Calafate (Argentina) → Comodoro Rivadavia (Argentina) → San Carlos de Bariloche (Argentina). Período: 10/03/2001 a 01/04/2001 10-12: Buenos Aires 13-15: Puerto Madryn 16: Rio Gallegos 16-18: Punta Arenas 18-21: Ushuaia 21-23: Puerto Natales 23-25: El Calafate 26: Comodoro Rivadavia 27-29: Bariloche 30: Buenos Aires 01/04: SP-Rodoviária do Tietê Ida: Voo de São Paulo a Buenos Aires pela KLM, previsto para sair às 9h15 do Aeroporto de Guarulhos, pago com pontos do programa de fidelidade da KLM. Volta: Ônibus de Bariloche a Buenos Aires e depois a São Paulo (Rodoviária do Tietê), previsto para sair perto de 16h ou 17h da Rodoviária de Bariloche. Paguei cerca de 105 pesos (equivalente a 105 dólares na época) pelo trecho de Buenos Aires a São Paulo, Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então albergues, pousadas, pensões, hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Depois de tanto tempo os preços que eu citar serão somente para referência e análise da relação entre eles, pois já devem ter mudado muito. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis na internet. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Em toda a viagem houve bastante sol. Chuva e neve foram raras, ocorrendo geralmente de maneira breve e na região mais ao sul. As temperaturas na região de Buenos Aires, Bariloche e Puerto Madryn estiveram bem razoáveis, chegando até perto dos 30 C em alguns dias. Mais ao sul, em Comodoro Rivadavia, Rio Gallegos, Puerto Natales e principalmente Punta Arenas e Ushuaia estiveram bem mais baixas, chegando a ficar abaixo de zero à noite. O vento foi muito forte em toda a Patagônia, o que tornava a sensação térmica ainda menor. Na região perto de Punta Arenas o tempo mudava muito rapidamente, havendo várias situações diferentes durante o dia. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil 👍. Disseram-me que poderia não ser muito bem tratado em Buenos Aires, mas se enganaram. Fui muito bem tratado em toda a viagem, com uma única exceção numa visita a uma loberia em Puerto Madryn e, assim mesmo, porque creio que houve um mal entendido. Tive alguma dificuldade em entender a língua no Chile, principalmente quando conversando com pessoas com forte sotaque regional. As paisagens ao longo da viagem agradaram-me muito, passando por monumentos, parques e construções interessantes nas cidades e por áreas costeiras, praias, montanhas, lagos, cavernas, geleiras, glaciais, florestas, rios e outros . Pude ver também vários animais durante a viagem, a maioria em seu habitar natural. Isso incluiu lobos e leões marinhos, focas, elefantes marinhos, pinguins, delfins, guanacos. flamingos, tatus etc. Pensei em fazer a travessia de Bariloche a Puerto Montt, passando pelo Vulcão Osorno, mas desisti, pois naquela época demorava 4 dias, por não haver estradas em boa parte do trajeto, e eu não dispunha deste tempo. Surpreendeu-me que nas viagens de ônibus na Argentina estavam incluídas no preço pago as refeições (almoço e jantar) 👍. A viagem no geral foi tranquila. Não tive nenhum problema de segurança. Eu era (e ainda sou) vegetariano. Como a base da alimentação nesta região é a carne, foi um pouco difícil conseguir comida vegetariana, mas nada que supermercados não solucionassem. Gostei muito dos sanduíches de miga na Argentina, do doce de leite e dos vinhos, que tomei pouco . Os preços na Argentina estavam muito altos, pois havia a paridade do peso para o dólar e o real tinha sofrido a desvalorização alguns anos antes. A Viagem: Fui de SP a Buenos Aires no sábado 10/03/2001. A saída do voo estava prevista para as 9h15. Durante o voo uma senhora argentina de cerca de 60 a 70 anos falou-me de como eu iria gostar de Buenos Aires (ela disse: “há muito o que ver, Buenos Aires não é feia como São Paulo” ). Falou-me que seu filho ou sobrinho estava procurando por emprego há tempos, após se formar e não conseguia (o que me parecia um sintoma do agravamento da crise). Achei a travessia da foz do Rio da Prata espetacular . Cheguei perto da hora do almoço e me receberam muito bem no aeroporto 👍. Deram-me gratuitamente bastante material sobre a Argentina e me indicaram um ônibus que me deixaria na Praça San Martín. Peguei e de lá, após obter informações sobre onde me hospedar, fui andando até a região da Recoleta. Para as atrações de Buenos Aires veja https://turismo.buenosaires.gob.ar/br. Os pontos de que mais gostei foram os monumentos, os equipamentos e eventos culturais, os parques e a cidade como um todo. Fiquei hospedado na Recoleta por 22 pesos a diária (na época equivalente a 22 dólares). Acho que era o Hotel Lion d’Or (https://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g312741-d317288-Reviews-Hotel_Lion_d_Or-Buenos_Aires_Capital_Federal_District.html). Depois de me hospedar fui dar uma volta nas redondezas. Gostei bastante do local, bem cuidado. Passei por um cemitério que me chamou a atenção pelas estátuas. Resolvi entrar e lá fiquei por mais de 1 hora, apreciando as obras de arte que existiam nos túmulos, alguns dos quais de pessoas famosas, até internacionalmente. Nunca tinha feito uma visita destas a um cemitério, mas gostei bastante. Depois passeei pelo bairro apreciando suas ruas e lojas. Parecia um local elitizado. Se bem me lembro ainda fui a Puerto Madero à noite. No domingo 11/03 fui conhecer os outros pontos da cidade, incluindo o centro com seus monumentos e órgãos do Estado, e pontos específicos com seus equipamentos culturais e esportivos. Saí perto de 9h da manhã e voltei por volta de 23h. Andei muito. Pude visitar a Casa Rosada, a Praça de Maio, os órgão legislativos e judiciários, a catedral, o obelisco, centros culturais, confeitarias históricas, vários monumentos, o Rio da Prata, áreas arborizadas, a Boca, o Caminito (com suas casas coloridas), ver o estádio de La Bombonera por fora, ver casais fazendo apresentação de Tango na rua etc . Num dos dias jantei algo como nhoque num restaurante de rua e no outro jantei no shopping. Interessante como no shopping os atendentes perceberam que eu era brasileiro e até falaram palavras em português comigo 👍. Na 2.a feira 12/03, fui para o outro lado, conhecer o Jardim Japonês e os parques da região do bairro de Palermo. Gostei muito . Eram parques enormes, sendo que o jardim japonês fazia jus ao nome, com várias estruturas nipônicas, que se encaixavam muito bem na paisagem. Voltei para o hotel perto da hora do almoço e no início da tarde peguei um ônibus para Puerto Madryn, já na Patagônia. A viagem durou perto de 18h. Passamos por Bahia Blanca no início da madrugada. A paisagem ao longo da viagem agradou-me bastante 👍. Recebemos jantar incluído no valor da passagem. Cheguei bem cedo na 3.a feira 13/03, hospedei-me num hotel simples (acho que o nome era parecido com Vaskonia). Como era bem cedo, fui ver se era possível fazer excursão à Península Valdez ainda naquele dia. Achei uma agência de turismo que dava desconto para hóspedes do hotel em que estava e, pesquisando algumas outras, vi que era a melhor opção. Acabei comprando com eles o passeio pela Península. O dono brincou comigo perguntando se eu lembrava do jogo entre Argentina e Brasil na Copa de 1990, quando Maradona atraiu a marcação de 3 e lançou Caniggia sozinho para driblar Taffarel e fazer o gol. Para as atrações de Puerto Madryn e da Península Valdez veja https://www.patagonia-argentina.com/puerto-madryn/ e https://www.patagonia-argentina.com/peninsula-valdes/. Os pontos de que mais gostei foram os animais, as formações rochosas e a natureza como um todo. Saímos pouco depois da 9h, se bem me lembro. No nosso grupo havia um espanhol da região basca, uma inglesa, um suíço, um casal de argentinos e acho que alguns outros. O espanhol mencionou que desejava conhecer outros locais, mas que a Argentina era muito grande e tudo muito distante. Perguntou-me se o Brasil era tão extenso quanto a Argentina . Passamos por locais de avistagem de pinguins, lobos marinhos e elefantes marinhos. Não vi orcas. Numa das paradas, perguntei se poderia nadar e o guia disse que sim. Enquanto nadava, disseram-me que um pinguim nadou atrás de mim. Numa outra ocasião vi um pinguim perseguindo um peixe. Nunca imaginei que um pinguim fosse tão rápido nadando. Parecia um torpedo. No caminho apreciamos também a paisagem patagônica, desértica, com vários guanacos (ou seus parentes). Conversando com o argentino, que se me lembro era advogado, ele me falou da patagônia, dos possíveis aproveitamentos econômicos, da população, de Buenos Aires e da situação da Argentina como um todo. No fim, quando estávamos nos despedindo, encontramos um tatu, que parecia já acostumado a humanos. Regressamos no meio da tarde. Aproveitei e ainda fui dar um passeio na praia. Reencontrei o suíço, mas acho que ele não me reconheceu. Na 4.a feira 14/03 fui conhecer a Loberia de Punta Luma, onde havia lobos marinhos e montanhas. Fui caminhando pelas estradas de terra ou similar. Num dado momento fui para a costa, pois achei que seria mais belo o passeio. Passei por uma linda jovem argentina que me orientou sorridente sobre o caminho. Encontrei pequenos grupos de lobos marinhos e cheguei bem perto, o que me permitiu observá-los bem. Acho que foi um erro, pois devo tê-los deixado nervosos. Na hora não avaliei isso bem. Mas não houve nenhuma reação de ataque ou surto visível, embora tenha percebido que eles pareciam ter ficado tensos. Devido a isso, resolvi afastar-me e não mais me aproximar tanto. Encontrei uma monitora que me explicou sobre lobos e leões marinhos. Por ter ido pela costa e praias, acabei não vendo a placa que dizia que alguns locais não eram permitidos e que tinha que pagar uma taxa. Quando cheguei à entrada principal, o responsável disse que eu não poderia ter passado por uma área de que vim, perguntando-me se não tinha visto a placa na estrada ou não tinha querido ver. Ele parecia irritado. Pediu-me o ingresso. Como a monitora não havia me cobrado, achei que poderia ser indevido e lhe disse que ela não me havia cobrado. Ele se irritou bastante e disse que ele estava cobrando, já em tom bem mais alto 😠. Eu paguei, ele acalmou-se, deu-me algumas informações sobre as montanhas e o local. Fui dar um passeio e conhecer as montanhas, que tinham aparência interessante, diferente, parecendo até de outro planeta. Realmente grandiosas . Depois, já perto do pôr do sol, voltei a pé. No caminho, acho que ele passou por mim com sua caminhonete. Na 5.a feira 15/03 peguei um ônibus para Rio Gallegos. Novamente belas paisagens, mas desta vez bem mais desérticas. Neste ou em outros trajetos pude ver guanacos, criações de ovelhas e fazendas com fileiras de álamos próximos às casas, que segundo me explicaram eram plantados para cortar o vento, muito forte na Patagônia. Cheguei lá na 6.a feira 16/03 pela manhã. Estava bem mais frio 🥶, obrigando o uso da roupa mais pesada (fleece) e da jaqueta (anoraque). Conversei com uma atendente pública local, que me explicou sobre a região, os pontos a conhecer e me falou sobre as precauções a tomar com o frio. Dei um passeio pelo centro da cidade e fui a uma agência de turismo perguntar sobre os possíveis passeios. Embora tenha achado interessante o lago na cratera de um vulcão, achei muito caro e distante. Resolvi então contemplar a orla e o centro. Achei a paisagem do mar muito bela 👍. Para as atrações de Rio Gallegos veja https://www.patagonia-argentina.com/rio-gallegos-ciudad/. Os pontos de que mais gostei foram os monumentos, a cidade, a orla e o mar. Parti no próprio dia para Punta Arenas. A ida para Ushuaia via terrestre era inviável, porque passava pelo Chile e as companhias argentinas não faziam diretamente. Saí no início da tarde e cheguei na parte final da tarde. No ônibus um judeu me perguntou de que cidade eu era, e quando disse que era de São Paulo, ele fez um ar de admiração e falou “uma cidade muito perigosa”. Falou de um jeito que imaginei que conhecesse São Paulo . No caminho paramos para fazer a saída da Argentina e entrada no Chile. No escritório havia um mapa bem amplo da região e descobri que existia uma reserva florestal em Punta Arenas, pela qual me interessei. Em Punta Arenas fiquei hospedado numa casa que funcionava como hotel, aparentemente de uma mulher judia. Ainda saí para dar uma volta nos arredores e conhecer um pouco da cidade. Encontrei uma pequena empresa de informática e lhes perguntei sobre como eram as condições de trabalho ali. Quando voltei, Eli (acho que este era o nome da dona) me disse “Metió sus patitas en el barro.” ou algo parecido, quando eu pedi desculpas e fui lhe pedir um pano ou vassoura para limpar a sujeira que tinha deixado. À noite deste ou do dia seguinte (ou em ambas), fui jantar num restaurante, pedindo espaguete e tomando vinho 👍. O vento era muito forte e frio, o que fazia a sensação térmica diminuir muito. A temperatura estava perto de zero graus 🥶. Para as atrações de Punta Arenas veja https://chile.travel/pt-br/onde-ir/patagonia-e-antarctica/punta-arenas. Os pontos de que mais gostei foram a reserva florestal e a paisagem do mar. No sábado 17/03 dei um passeio por Punta Arenas e depois fui conhecer a Reserva Florestal de Magalhães, que havia descoberto na estrada. Antes passei pela Ordem Salesiana para conhecer suas obras e pelos edifícios mais famosos da cidade. Depois, de acordo com o mapa, rumei para a reserva. Havia uma ladeira, que fazia um corredor de vento para o mar. Quando estava chegando lá em cima, o vento era tão forte, que eu andava para frente sem sair do lugar. Aí andei os metros finais agachado, diminuindo minha superfície e, portanto, a força que o vento exercia sobre mim . Caminhei até a reserva passando por paisagens naturais de que gostei. Gostei muito da reserva também , com seus bosques preservados, sua vista de montanhas e paisagens naturais, os sinais da presença de castores, embora não tenha visto nenhum, suas árvores típicas da região e a vista ampla da região, a partir de alguns pontos mais elevados. Depois retornei no fim da tarde. Neste dia o tempo amanheceu nublado, depois garoou, depois abriu o sol, depois choveu com média intensidade, voltou a abrir o sol, nevou fraco e parou . Uma amostra de como o tempo muda rápido nesta região. A noite voltou a fazer muito frio novamente 🥶, que era mais sentido devido ao vento muito forte. Se bem me lembro, foi aqui que minhas mãos começaram a perder o movimento, depois que o sol se foi. Era difícil até esfregá-las. Eu não levei luvas. Tentei colocá-las dentro da roupa, mas adiantou pouco. O sangue parecia estar parando de fluir. Quando cheguei ao hotel, reaqueci-as e senti a vida voltar. Como deve ser difícil ficar numa situação destas como ocorre com os montanhistas em situações inesperadas. No domingo 18/03 resolvi ir para Ushuaia, mesmo sabendo que aos domingos não havia transporte direto. Peguei um ônibus até Puerto Porvenir, já na Terra do Fogo. Para chegar lá precisamos pegar uma balsa para atravessar o Estreito de Magalhães. Acho que foi aqui que pensei em nadar enquanto esperava, mas a água estava muito fria e não me arrisquei. Achei a travessia muito bela, com vistas espetaculares . Vários delfins (eu acho) 🐬 acompanharam o barco. Quando chegamos lá acho que houve algum problema de um dos veículos que vieram no barco com um policial, o que fez a viagem atrasar e ficarmos parados um tempo. Na viagem havia vários americanos, alguns de Wyoming, que sabiam falar um pouco de espanhol. Havia também uma queniana (ou descendente de quenianos) radicada na Bolívia. Conversei com os americanos sobre a viagem, suas expectativas e como o ambiente se parecia com o local onde moravam. Conversei com a queniana-boliviana sobre a Reserva do Masai Mara. Combinei com ela de irmos juntos ao Parque Nacional da Terra do Fogo no dia seguinte, se bem me lembro, encontrando-nos na porta por volta de 8h. As paisagens naturais do resto da viagem também me pareceram belas. Chegamos à noite. Depois de pesquisar um pouco, resolvi experimentar um hostel (pela primeira vez na vida), visto que com a dolarização, os hotéis regulares pareciam-me caros. Foi o primeiro de muitos . Para as atrações de Ushuaia veja https://turismoushuaia.com/?lang=pt_BR. Os pontos de que mais gostei foram o parque, o glacial, as paisagens naturais e a vista da cidade e do mar. Na segunda-feira 19/03 fui até o Parque Nacional da Terra do Fogo. Perdi a hora de manhã e cheguei 1h atrasado ao encontro marcado . A moça não me estava esperando (imagino que desistiu). Fui caminhando e adorei o parque. Assim como a Reserva Florestal de Magalhães, havia muitas paisagens naturais a observar, cursos de água, montanhas, árvores e vegetação típicas etc . Fiquei lá o dia inteiro. Encontrei um japonês no meio do caminho que me disse que achava frio para acampar ali. Saí no pôr do sol. Desta vez fui tirar o barro dos meus tênis num local que parecia um tanque no banheiro. Voltei à noite ao hostel. Lá conheci um casal de europeus, americanos ou canadenses (não me lembro bem). Não percebi no hostel que na cama de baixo havia uma moça e troquei de roupa no próprio quarto num dos dias . Ela, que era eslovena e estava quase dormindo, virou para o outro lado. Depois, quando percebi que era uma moça, fui pedir desculpas. Na 3.a feira 20/03 fui explorar a cidade e seus arredores. A vista do oceano em direção à Antártica parecia linda. Tentei verificar a possibilidade de ir até lá, nem que só um pouquinho, mas achei inviável o tempo necessário. Não tinha me preparado para tal. Após andar pela cidade e reencontrar o casal do hostel, fui em direção ao Glacial Martial (https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g312855-d313939-Reviews-Glacier_Martial-Ushuaia_Province_of_Tierra_del_Fuego_Patagonia.html). Nunca tinha ido a um Glacial. Não sabia o que esperar. Não estava preparado em termos de equipamentos. Fui de tênis de pano (ou couro). Mas adorei . Era uma geleira pequena, mas subi nela até onde achei seguro, para não escorregar. Sentei até um pouco, para apreciar a maravilhosa vista, tanto das montanhas acima e do glacial, como da paisagem abaixo, com a cidade e o oceano. Achei ambas espetaculares. Mas era frio. Depois de apreciar bastante e quase ficar meditando um tempo lá, voltei para a cidade e fui apreciar novamente a orla. Na 4.a feira 21/03 peguei um ônibus para Puerto Natales, no Chile novamente, para ir conhecer Torres del Paine. Tivemos que fazer entroncamento, posto que a rota regular, se bem me recordo, era direto para Punta Arenas. Não me recordo bem se cheguei a ir até Punta Arenas (acho que não) ou se parei num ponto intermediário (acho que é mais provável). Cheguei em Puerto Natales no meio da tarde e me hospedei num pequeno hotel. Saí para dar uma volta na cidade, antes do pôr do sol. Para as atrações de Puerto Natales veja https://chile.travel/pt-br/onde-ir/patagonia-e-antarctica/puerto-natales. Os pontos de que mais gostei foram Torres del Paine, a caverna com o animal extinto e as paisagens naturais. Na 5.a feira 22/03 fui até o Parque de Torres del Paine (https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_Torres_del_Paine). Se bem me lembro, havia um ônibus de turismo que ia até a porta do parque e depois pegava as pessoas no fim do dia para retornar (acho que eram vários horários de retorno). Na ida passamos por paisagens que achei espetaculares, das montanhas nevadas e da vegetação nativa. Paramos num espelho d’água formado por um lago com montanhas ao redor, como eu só tinha visto em filmes e quadros. A partir da porta do parque fui caminhando em direção às torres. Achei toda a paisagem espetacular . Até bebi água em um riacho, mas a temperatura da água era muito baixa. Tive algum tipo de torção ou mau jeito no joelho, pois devido ao horário de volta do último ônibus resolvi acelerar. Achei espetaculares as torres e toda a paisagem no seu entorno . No retorno, pouco depois do meio do caminho, encontrei dois geólogos brasileiros, que trabalhavam para companhias de petróleo. Eles me deram carona até a entrada e afastaram qualquer risco de perder o último ônibus. Inclusive, se bem me lembro, acho que devido a isso peguei o penúltimo. Estavam fazendo pesquisas devido à similaridade daquela região com o fundo do mar, onde se explora petróleo. Falaram que era o primeiro local turístico em que foram trabalhar. Na 6.a feira 23/03 fui até uma caverna com registros pré-históricos que era próxima da cidade. Talvez fosse a Cueva del Milodon (https://chile.travel/pt-br/onde-ir/patagonia-e-antarctica/torres-del-paine/monumento-natural-cueva-del-milodon). Achei interessante a caverna com seus registros humanos pré-históricos e o Milodon, um animal extinto há muito tempo 👍. Se bem me lembro fui e voltei de ônibus. No meio da tarde peguei um ônibus para El Calafate. Cheguei no início da noite e fiquei hospedado numa casa. A dona avisou-me para tomar cuidado quando fosse ao Lago Argentino, porque havia muito barro no entorno. Para as atrações de El Calafate veja https://www.patagonia-argentina.com/el-calafate/. Os pontos de que mais gostei foram o Glacial Perito Moreno, o Lago Argentino, com seus flamingos e as paisagens naturais. No sábado 24/3 peguei uma excursão para conhecer o Glacial Perito Moreno (https://pt.wikipedia.org/wiki/Geleira_Perito_Moreno). Logo de manhã combinei a excursão com uma agência e fomos num micro-ônibus. A guia sugeriu que tapássemos os olhos no caminho e só abríssemos quando ela avisasse, para termos a surpresa de ver o glacial. Gostei bastante da paisagem, com geleiras e depois gostei do Glacial, com o lago em que estava inserido . Pegamos um barco e fomos até certo ponto, para vê-lo de mais perto. Disseram-me alguns anos depois, que não se ia mais de barco até perto do glacial, devido ao aquecimento global e aos deslizamentos. Não sei como está atualmente. Havia uma escada com muitos degraus, que a guia disse para aqueles que poderiam ter alguma dificuldade de mobilidade (idosos por exemplo), avaliarem se compensava descer. Eu fui até o último degrau e apreciei a paisagem de cima e de baixo. Gostei bastante da paisagem. Vimos algumas quedas de blocos de gelo, imagem famosa em vídeos. Na época não tão comum quanto atualmente. Na volta ganhamos um chocolate quente ☕. Depois, mais tarde, eu fui dar um passeio numa parte do Lago Argentino que era próximo. Achei o lago espetacular . Os flamingos no meio, em grande quantidade, embora já estivesse perto do entardecer, davam um colorido que tornava a paisagem ainda mais bela. Sujei bastante meu tênis com a lama do entorno. Quando voltei, perguntei para a filha da dona se ela poderia limpar meu tênis, comigo pagando, e a mãe, ouvindo, disse “Eu não te avisei” . Achei que a moça não gostou muito da ideia, pois daria um trabalhão e resolvi eu mesmo lavar no dia seguinte. No domingo 25/3 fui dar uma volta nos arredores, andando por boa parte da margem do Lago Argentino e apreciando a paisagem. Gostei muito de tudo 👍. Durante o passeio, quando estava bem longe da cidade, 2 cachorros 🐕 começaram a me acompanhar. Como gosto de cachorros, fiz agrado para eles e fizemos parte do passeio juntos. Mas eu pensei que depois eles ficariam por ali. Quando comecei a voltar, eles começaram a me acompanhar. No começo não me importei e pensei que iriam desistir. Depois fiquei preocupado, pois claramente não sabiam andar nas ruas e já estávamos chegando perto da estrada e da cidade. Tentei espantá-los, mas não havia meio de voltarem. Achei que poderiam morrer atropelados, pela total falta de traquejo que demonstravam com as ruas. Falei com um homem que estava na rua, perguntando sobre como resolver aquela questão. Ele riu da minha dúvida e disse que não sabia de quem eram os cachorros e me disse para atirar uma pedra neles. Eu não podia fazer isso. Eu gosto muito de cachorros. Mas andei mais um pouco e eles quase foram atropelados. Aí, com enorme dor no coração, atirei uma pedra do lado deles. Mas eles não entenderam e continuaram atrás, novamente, indo pela rua e quase sendo atingidos por carros. Aí resolvi atraí-los para fora da rua, peguei uma pedra não muito grande e acabei atirando no dorso, de modo a causar o mínimo impacto possível. Nunca vou esquecer a fisionomia de decepção dos cachorros, que me seguiram com amor e me viram atirar pedras neles. Foi uma facada na minha alma 😢. Mas eles pararam de me seguir e acho que voltaram para os campos. Talvez tenha funcionado, mas acho que o preço foi alto. À noite peguei um ônibus para Comodoro Rivadavia. Cheguei no dia seguinte, 2.a feira 26/3, entre o princípio e o meio da manhã. Considerando o tempo que eu tinha disponível e as atrações a conhecer, resolvi ficar somente um dia e pegar um ônibus para Bariloche no fim do dia. Para as atrações de Comodoro Rivadavia veja https://www.comodoroturismo.gob.ar e https://manualdoturista.com.br/comodoro-rivadavia. Os pontos de que mais gostei foram o Museu do Petróleo, as informações sobre as Malvinas e a guerra, as construções na cidade, a praia e a vista do oceano. Fui a um escritório de turismo municipal perguntar por sugestões de pontos a visitar. Além da cidade e do museu, foi sugerido conhecer a Praia de Rada Tilly. Perguntei se não seria mais interessante conhecer um campo com alguns aerogeradores de energia eólica (naquela época nunca tinha visto nenhum). O atendente disse-me que era muito longe, num caminho que não tinha outras atrações e era deserto, o que poderia me deixar à mercê de algum acidente ou problema nas pernas ou pés. Resolvi então seguir a sugestão e ir a Rada Tilly, que achei uma praia muito bonita, porém cuja aproveitabilidade ficava comprometida pelo clima frio. Mas a paisagem agradou-me, incluindo o caminho 👍. Antes tinha ido ao Museu do Petróleo, que achei bastante interessante 👍. Nele ou em algum local anexo, havia uma exposição sobre as Malvinas, com informações sobre a guerra, que achei bastante interessantes também, apenas pontuando que era a visão argentina do conflito, que apesar disso me pareceu razoavelmente isenta, mas ainda assim sob a ótica argentina. Dei também um passeio pela cidade, sua catedral, seus edifícios históricos etc. Depois de voltar de Rada Tilly, peguei o ônibus para Bariloche. A viagem durou quase 1 dia, se bem me lembro. Conversei com algumas pessoas durante a viagem, sendo que me falaram de cidades na região de Bariloche que tinham pouca população, mas concentravam muitos artistas e amantes de filosofia e artes. Durante a viagem, após saber que eu era brasileiro, o jovem comissário do ônibus perguntou-me “Pelé ou Maradona?” ⚽. Respondi que Pelé tinha feito mais de 1.200 gols e Maradona menos de 200, Pelé tinha sido 5 vezes campeão do mundo e Maradona só 1 etc. Ele retrucou para mim que Pelé jogava com os mestres. Continuamos um pouco na conversa, mas olhei para os outros passageiros e percebi que muitos estavam me olhando. Para não causar confusões, falei então “Cada um no seu tempo”, que é algo em que creio e que acho que apaziguou os ânimos . Cheguei no início da tarde da 3.a feira 27/3. Achei a paisagem da viagem magnífica , principalmente na região de Bariloche. Havia muitos lagos e montanhas entremeados, além das paisagens com vegetação natural aparentemente preservada. Hospedei-me numa casa, que funcionava como hotel. Consegui gratuitamente mapas com informações e sugestões de passeios 👍. Para as atrações de Bariloche veja https://barilocheturismo.gob.ar/br/home. Foi um dos pontos de que mais gostei . O que mais me agradou foram as paisagens naturais, os lagos, a vista do Monte Campanário e os locais naturais e típicos do Circuito Pequeno (Chico). Inicialmente, como ainda havia luz do sol, fui dar uma caminhada acompanhando o curso do lago que ficava perto da área central. Durou umas 2 horas. Achei magnífica a paisagem. Nos 2 dias seguintes fui realizar o Circuito Pequeno (Chico) e subi no Monte Campanário. Decidi subir pela trilha, que estava com a infraestrutura bastante comprometida, mas nada que me parecesse ameaçar a segurança, apenas causando maior necessidade de esforço físico e fazendo sujar os calçados e as roupas. A vista lá de cima foi uma das mais belas que já vi , englobando a paisagem natural, com lagos, montanhas, picos nevados, florestas, vilas etc. Andando pelo circuito, pude ver muitos atrativos naturais, paisagens de que muito gostei. Houve também a Colônia Suíça, que achei interessante. Na 5.a feira 29/3 à tarde fui pegar um ônibus para Buenos Aires e posteriormente a São Paulo. Optei pelo ônibus porque o preço da passagem aérea só de volta era mais alto do que o de ida e volta . A porta da casa estava trancada, eu tocava a campainha, batia palmas e ninguém aparecia para abrir. Comecei a ficar preocupado em perder a hora. Aí comecei a gritar e a atendente veio abrir a porta. Acho que ela ficou com medo, talvez não sabendo quem estava na porta. Imagino que quando reconheceu minha voz veio abrir. Talvez por ser chilena e não conhecer bem a cidade ou por estar em alguma situação irregular, tenha ficado com medo se fosse um desconhecido. Peguei o ônibus por volta de 17h. A viagem até Buenos Aires novamente teve belas paisagens 👍, mas não tão espetaculares quanto a anterior. Durou 1 dia. Chegando lá na 6.a feira 30/3, comprei uma passagem para São Paulo pela Viação Pluma (https://www.pluma.com.br). Fizemos a entrada por Paso de los Libres e Uruguaiana no fim da madrugada. O atendente da Polícia Federal olhou-me com cara feia, após carimbar meu passaporte e eu avisar que era brasileiro e que não precisava ter carimbado como entrada de viajante. Acho que pensou que eu era estrangeiro . Depois de entrar no Brasil, já não havia mais refeições incluídas no preço da passagem. A viagem pelo Brasil, pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo apresentou paisagens que achei magníficas . Fomos pelo interior e passamos por cânions, campos, amplas áreas com vegetação nativa, montanhas etc. No sábado 31/3 almoçamos numa churrascaria em Passo Fundo. Eu sou vegetariano e não peguei carne. Num dado momento, o moço que servia o rodízio veio oferecer-me gentilmente linguiça calabresa. Eu disse que não tinha comprado o rodízio, mas ele disse que era cortesia. Falei então que não comia carne e vi sua cara de decepção. Fiquei um pouco tocado por ter rejeitado a sua gentil oferta. No Rio Grande do Sul, ainda mais naquela época, imagino que vegetarianos deveriam ser raríssimos. A viagem foi cansativa 😫, as pernas, os glúteos e as costas ficaram doendo um pouco, mas as paisagens foram muito belas. Cheguei em São Paulo perto de 5h da manhã do dia 01 de abril, data em que fazia 32 anos.
  16. Este post é um relato sobre o auge de nossa viagem pela Patagônia: o Parque Nacional Torres del Paine (TDP), símbolo da beleza exuberante da Patagônia Chilena e o destino dos sonhos dos amantes da natureza de todo o mundo. Vamos contar como foram os 5 dias de trekking, o famoso Circuito W. Tem muitas outras informações no meu blog: www.mawaybr.com.br Tem um post com os custos desta viagem AQUI e outro sobre como fazer as reservas AQUI. Acompanhe nossas aventuras no Facebook ou Instagram Relato do trekking realizado de 12 a 16 de Janeiro de 2017. Dia 1 - atento às regras Caminhamos desde o nosso hostel em Puerto Natales até a rodoviária. Compramos a passagem no próprio hostel. Existem várias empresas que fazem este percurso e não há diferença significativa no valor. A rodoviária fica lotada de trilheiros com suas mochilas enormes! Todos muito animados para a trilha de suas vidas. Durante o percurso até a entrada do parque é possível ver os guanacos pulando as cercas e a linda cadeia de montanhas ao fundo. Na Portería Laguna Amarga enfrentamos uma longa fila para preenchermos o termo de compromisso e pagarmos a taxa de entrada. É necessário assistir um pequeno vídeo com informações gerais e as regras do parque. Uma das mais importantes: não é permitido fazer fogo fora das áreas delimitadas(!!!). Entramos em outro ônibus (valor já incluso) que nos levou até a Portería Pudeto. CRIAMOS UMA COLEÇÃO DE CAMISETAS INSPIRADA NO CIRCUITO W, VEJA AQUI. Fomos os últimos a pegar o catamarã que cruzou o Lago Pehoe. A viagem não poderia iniciar de melhor maneira, à nossa direita, o imponente Los Cuernos! Compramos o bilhete do catamarã durante o trajeto. Chegamos ao Refugio Paine Grande sem reservas e por sermos os últimos a chegar no camping, as meninas da recepção nos deixaram ficar. Muito obrigada, meninas! (AVISO: aconselho fortemente que você não faça isso!! ) Armamos a barraca, deixamos nossas mochilas e fomos apenas com a mochila de ataque até o mirante Grey. Muito cuidado com as comidas deixadas nas barracas, a raposa-colorada (Lycalopex culpaeus) adora lanchinhos fora de hora. Infelizmente, o que mais me impressionou neste percurso não foi a linda paisagem ao meu redor, mas o resultado do maior incêndio florestal do Chile em 2012: 18 000 hectares queimados. Uma tristeza ver as marcas desta grande tragédia e por isso repito: siga as regras do parque, não faça fogo nem use seu fogareiro fora das áreas destinadas. Precisamos cuidar e respeitar a natureza. Aquele lugar é espetacular e todos têm o direito de visitá-lo e apreciá-lo. Depois de quase 3 horas de caminhada e muito vento no caminho, chegamos ao Mirador Grey. O tempo estava bem fechado. A geleira Grey se misturava com o céu e não dava para saber onde terminava a geleira e começava o céu. A geleira é um local impressionante! Dia 2 - café com montanha Após uma noite de muito vento (dica: monte muito bem sua barraca!), tomamos café na cozinha do acampamento com uma vista incrível, arrumamos tudo e saímos. Logo no início da trilha, na Portería Lago Pehoe, o guarda-parque pediu para ver nossa reserva impressa do acampamentoItaliano, reservas confirmadas, pé na trilha! A cadeia de montanhas Los Cuernos estava bem escondida, mas conforme nos aproximávamos dela, mais ela aparecia, e uma caminhada de 2,5 horas, fizemos em incríveis 4,5 horas. Haja foto! A alegre chegada ao acampamento Italiano é anunciada pela ponte que temos que atravessar e deu um medinho! Como venta muito, ela parece bem instável. Fizemos o check-in no acampamento, conversamos com os guardas e fomos preparar nosso jantar. Decidimos não fazer nenhuma outra trilha neste dia pois a trilha para o Mirador Britanico fecha às 17h e a do Mirador Frances às 19h. E quando digo que a trilha fecha, ela fecha mesmo, pois um dos guardas percorre a trilha até o final para garantir que não há mais ninguém na trilha (todos os dias, imagina!). Dia 3 - doce ilusão O vento faz parte da Patagônia, aceite! Eu acordei assustada a noite, pois dormíamos debaixo da copa das árvores e o vento balançava seus galhos com força. E o medo daqueles galhos caírem sobre nós? Não, nenhum galho caiu, ufa! Deixamos nossos pertences no acampamento e seguimos em direção ao Mirador Britanico com nossas mochilas de ataque. Todo mundo larga suas mochilas no acampamento, isso é bem normal (também algo que tive que aceitar me acostumar). Quando chegamos ao Mirador Frances o tempo já estava muito fechado, andamos mais um pouco e decidimos voltar, afinal não conseguiríamos ver nada mesmo. Ficamos sentados um tempo esperando por uma avalanche no topo das montanhas, que também não aconteceu... Mesmo assim estávamos só felicidade, afinal estávamos a caminho do Refugio Los Cuernos, onde passaríamos a noite em uma linda cabana de madeira na beira do lago. Sim, foi puro luxo! Não temos dinheiro para Não ligamos para luxo quando o assunto é hospedagem, mas há anos atrás vimos uma foto no Facebook de um casal em um ofurô com uma paisagem de tirar o fôlego ao fundo. Escrevemos para a pessoa que postou a tal foto perguntando onde era: Refugio Los Cuernos. Deste dia em diante, não tiramos mais aquela imagem da cabeça e estava decidido: iríamos naquele ofurô e ponto final. Não era nossa intenção ficar na cabana, mas no site estava bem claro: somente hóspedes das cabanas tinham acesso ao ofurô. Bem, com muita, mas muita dor, reservamos a tal cabana e sonhamos com este dia desde então. Parte deste valor eu havia ganho de presente de aniversário, muito obrigada Celzinha! Na trilha para o Refugio Los Cuernos, o sol finalmente resolveu aparecer de forma muito marcante, acentuando ainda mais a cor da lagoa. Para quem está fazendo o W invertido é descida na maior parte. Eu senti por quem estava subindo... Na minha opinião o trecho de trilha mais lindo! O vento intenso levantava a água da lagoa e até DOIS arcos-íris se formavam na nossa frente ao mesmo tempo, arrancando gargalhadas dos dois bobos incansáveis ao admirar tamanha beleza. Então, finalmente chegamos às cabanas e, ansiosos, vimos de longe o tal ofurô. Corremos para checar o tão sonhado ofurô de perto. Mas o que encontramos foi uma placa: MANUTENÇÃO! CRIAMOS UMA COLEÇÃO DE CAMISETAS INSPIRADA NO CIRCUITO W, VEJA AQUI. Mas que #@$%&! Ficamos muito putos, bravos, arrasados tristes com a notícia, afinal estávamos esperando há anos por aquele dia, mas não tinha nada que pudéssemos fazer. A cabana era linda, tinha uma lareira, toalha limpinha, cama fofinha e chuveiro gostoso! Fomos conhecer o refúgio, admirar o Los Cuernos e conversar com nossos amigos e quando retornamos encontramos uma garrafa de vinho chileno e alguns docinhos. A princípio, tive a certeza que havia sido o Antonio quem preparou aquela linda surpresa (tipo cena de filme mesmo! Imaginem que romântico: uma cabana de madeira, um vinho, lareira e aquela vista incrível). Ele perdeu a chance de ganhar muitos pontos (e na sequência perder muitos mais, é claro) ao não confirmar que havia sido ele - não foi, acreditamos que foi a forma do refúgio se desculpar por destruir nossos sonhospelo inconveniente. Após muitas risadas e desapontamento (nunca vou esquecer da cara do Antonio não conseguindo confirmar que havia sido ele o autor da ideia romântica) aproveitamos o delicioso vinho. Dia 4 - meu querido saco de dormir A noite na cabana não foi tão tranquila quanto imaginávamos, o vento era tão forte que parecia que a cabana se desmontaria. Não sobrou dinheiro para queríamos comprar a pensão completa no refúgio, fizemos nossa comida na mesma cozinha reservada para o pessoal do camping. Seguimos rumo ao acampamento El Chileno. Neste dia enfrentamos as 4 estações do ano, inclusive chuva. Existe um cruzamento, e você pode optar por ir para o Hotel Las Torres ou um atalho para o acampamento - é claro que optamos pelo atalho! No caminho vimos os bombeiros resgatando alguém em uma maca, ficamos muito assustados (depois ouvimos boatos de que a menina havia torcido o tornozelo - o que a impossibilitou de terminar a trilha, por isso todo cuidado é pouco). Chegando no refúgio, fizemos o check-in e fomos procurar uma plataforma para colocar nossa barraca. Dica: chegue o mais cedo que puder e coloque sua barraca, as plataformas estão colocadas num barranco, e se estiver chovendo (como estava) o chão molhado quase te impedirá de chegar em sua barraca sem cair alguns tombos. O jantar no refúgio foi extremamente agradável, nada de macarrão com vina, ou salsinha como vocês dizem. Entrada, prato principal e sobremesa, tudo com raio gourmetizador ativado! Não havia opção de reservar o local de camping sem todas as refeições inclusas (sim, eles são bem espertinhos). Ficamos na área de convivência do refúgio até tarde conversando, quando nossa amiga Tânia chega desesperada dizendo que estava entrando água dentro da barraca dela. Conseguimos alguns sacos de lixo e o Antonio foi ajudar o Beto com o "pequeno" problema. Logo em seguida entra outro trilheiro com seu saco de dormir completamente encharcado, eu entrei em desespero! Já imaginei meu saco de dormir molhado, seria o fim (que exagerada!). Pedi ao Antonio que conferisse se nossa barraca estava molhada, e para minha alegria, tudo estava completamente seco. Dia 5 - sonho realizado Antonio nunca havia visto neve e sempre falou que se fosse para ver neve, que fosse na montanha. Estávamos tomando café no refúgio quando vejo um ser saindo correndo gritando "Está nevando, está nevando". Parecia uma criança vendo neve pela primeira vez - e na montanha, como ele havia sonhado! Eu não fiquei assim tão feliz, afinal isso significava que o tempo estaria fechado nas Torres - e como eu queria ver aquelas meninas! Tomamos um café super reforçado (incluído em nosso pacote) e seguimos a trilha até às Torres. Ao contrário dos outros dias, neste caminhamos muito rápido e os joelhos reclamaram um tanto (DICA: se puderem fazer a trilha no seu tempo, sem correr, é melhor. Fizemos isso todos os outros dias e não sentimos dor alguma). A trilha é pesadinha, mas isso não impede que jovens, crianças e idosos a façam, cada um no seu ritmo, no seu tempo. Eu não sabia quem eu admirava mais, se as famílias com crianças ou o grupo dos mais experientes. Quando fomos chegando pertinho da lagoa o coração foi acelerando. O Antonio foi na frente e lá do alto chamou minha atenção ao gritar uma linda declaração <3. Quando finalmente meus olhos encontraram as meninas (as Torres) não pude me conter de emoção - me faltam adjetivos para descrever a beleza deste local. Encontramos nossos amigos Daniel, Daniela, Beto e Tânia lá no topo, foi uma delícia compartilhar aquele momento com nossos novos amigos. Mas foi o tempo de contemplarmos a paisagem, tirar algumas fotos (nossa e da Maiza, coitado do Antonio) que o tempo virou completamente. As nuvens encobriram o céu azul e as Torres, e a neve começou a cair - "não era neve que você queria Antonio?" Muita neve! O vale também ficou completamente encoberto. A emoção de completar o circuito W, nossa primeira travessia, foi indescritível. Sensação de superação e eterna gratidão. CRIAMOS UMA COLEÇÃO DE CAMISETAS INSPIRADA NO CIRCUITO W, VEJA AQUI. Escrevi um post com os custos desta viagem AQUI. Bons ventos!
  17. Olá gente! Nem acredito que chegou a minha hora de deixar um relato de viagem haha eu pesquisei muito aqui nesse fórum e uma das grandes razões da viagem ter saído do papel e eu ter feito o meu primeiro mochilão sozinha foi as informações que encontrei por aqui. Primeiramente, a base da minha viagem foi o relato da @appriim que está completinho nesse link aqui. Encontrei ela aqui no Mochileiros e no fim somos da mesma cidade e temos vários amigos em comum (e em breve espero que saia o encontro pessoalmente né Ana? haha) Fiz algumas alterações porque eu tinha alguns dias a mais que ela, então segue abaixo uma visão geral do meu roteiro e depois nos comentários vou escrevendo dia a dia. 17/12/2019 - Florianópolis > Ushuaia 18/12/2019 - Ushuaia - Carimbei o passaporte, comprei o ônibus para Punta Arenas e fiquei andando na cidade sem rumo 19/12/2019 - Ushuaia - Passeio na Pinguinera + Canal Beagle e trilha no Glaciar Martial 20/12/2019 - Ushuaia - Laguna Esmeralda 21/12/2019 - Ushuaia - descanso e andei pela cidade sem rumo de novo 22/12/2019 - Ushuaia deslocamento > Punta Arenas - 12h de ônibus durante o dia 23/12/2019 - Punta Arenas - fiz o câmbio e andei pela cidade, pela orla, fui ao mirante e cemitério as 17h peguei o ônibus para > Puerto Natales - 3h 24/12/2019 - Puerto Natales - Aluguei um carro com o pessoal do hostel e fomos até o Parque Torres del Paine, fazendo o "Full Day" que vende em agências de forma privada 25/12/2019 - Puerto Natales - Descanso 26/12/2019 - Puerto Natales - Trilha Base de Torres del Paine 27/12/2019 - Puerto Natales deslocamento > El Calafate - 7h de ônibus durante o dia 28/12/2019 - El Calafate - Laguna Niemez, Lago Argentino e andei pela cidade 29/12/2019 - El Calafate - Mini Trekking no Glaciar Perito Moreno 30/12/2019 - El Calafate deslocamento > El Chalten - 3h de ônibus saindo as 8h 31/12/2019 - El Chalten - Laguna de los Três / Fitz Roy 01/01/2020 - El Chalten - Descanso 02/01/2020 - El Chalten - Chorrillo Del Salto 03/01/2020 - El Chalten - Mirador de Los Condores e Las Aguilas 04/01/2020 - El Chalten - Laguna Torres / Cerro Torre 05/01/2020 - El Chalten - Madre e Hija 06/01/2020 - El Chalten - Descanso 07/01/2020 - El Chalten deslocamento > El Calafate - 3h de ônibus, saindo as 8h, andei sem rumo pela cidade 08/01/2020 - El Calafate - Lago Argentino, andei pela cidade e meu voo saiu as 19:30h para Buenos Aires > Florianópolis 09/01/2020 - Chegada em Florianópolis Gastos aproximados: DESLOCAMENTO: R$ 3.000,00 R$ 2.139,00 passagem aérea Aerolíneas Argentinas | Ida: Floripa > Buenos Aires > Ushuaia | Volta: El Calafate > Buenos Aires > Floripa R$ 180,00 entre taxi, uber, transfer aos lugares R$ 530,00 deslocamentos de ônibus R$ 135,00 aluguel de carro por 1 dia em Puerto Natales (o carro foi dividido em 4 pessoas) HOSPEDAGEM: R$ 1.280,00 Ushuaia: ANTARCTICA HOSTEL Punta Arenas: HOSTEL ENTRE VIENTOS Puerto Natales: WE ARE PATAGONIA BACKPACKERS (pagamento em dólar estamos isentos de 19% do imposto) El Calafate: FOLK HOSTEL El Chalten: LO DE TRIVI El Calafate: FOLK SUITS Reservas feitas pelo Booking e HostelWorld PASSEIOS: R$ 1.650,00 Mini Trekking Perito Moreno - R$ 700,00 - comprado no Brasil valor com cartão de crédito e IOF Pinguinera + Canal Beagle - R$ 742,00 - pago no Brasil valor com cartão de crédito e IOF | observação importante: se fazer a caminhada com os Pinguins em Punta Arenas é metade do preço e rola reservar lá mesmo no próprio hostel pro dia seguinte. Entrada Parque Torres del Paine - R$ 185,00 (paguei o preço de 2019 ainda) ALIMENTAÇÃO: R$ 1.200,00 (tem mercado, cerveja, vinho e alfajor nessa conta haha) BAR: R$ 200,00 (isso são os extras dos dias que fui pro bar e só consumi álcool) SEGURO VIAGEM: R$ 215,00 TOTAL GASTO R$ 8.000,00 (contando souvenir, extras que eu possa ter esquecido de anotar e etc) Conversões realizadas: 1 real > 13,60 pesos argentinos (Aeroporto Ezeiza de Buenos Aires) 1 real > 185 pesos chilenos (Casa de Câmbio em Punta Arenas) 1 real > 16 pesos argentinos (Restaurante Casimiro em El Calafate) Fiz umas outras conversões zoadas porque tive perrengue de dinheiro que conto depois hahah mas essas três foram as principais que acho que vale citar. TOTAL QUE GASTEI EFETIVAMENTE: R$ 8.900,00 (perdi R$ 900,00 por um golpe na conversão do câmbio no Banco do Aeroporto Ezeiza, eu dei R$ 3.200,00 e eles me converteram como se eu tivesse trocando R$ 2.300,00, fui perceber só agora que já estava no Brasil, foi falta de atenção minha como recém mochileira que achava que tinha pensado em todos os detalhes, só que não... 💔💔) Aos poucos vou contando aqui sobre a viagem dia-a-dia, ah eu também fui postando tudo no meu Instagram (@anavoando), os stories estão salvos no destaques e fui escrevendo no feed também. Ah, leiam o post da Ana que citei lá no começo, eu li e reli um milhão de vezes e ela dá várias dias ótimas!! Espero que gostem! Continuarei aos poucos, Ana Caroline
  18. Galera, pela primeira vez vou acamapar e fazer trilhas sozinho, vou para a patagonia em Out/2018 e queria um help de vocês quanto ao meu equipamento, vou listar o que pretendo comprar abaixo e gostaria de sugestões/feedbacks 1 - Saco de dormir, limite de -5 graus, quechua ( Esse saco de dormir é suficiente para o frio da patagonia em outubro) https://www.decathlon.com.br/trilha-e-trekking/equipamento-de-trekking-varios-dias-/sacos-de-dormir-de-trekking/saco-de-dormir-de-trekking-trek500-0-forclaz?skuId=2188620 2 - Bota, Quechua (A impermeabilidade é boa? a bota cobre a necessidade da trilha?) https://www.decathlon.com.br/trilha-e-trekking/homem-em-trilha-leve-de-1-dia/calcados/bota-de-trilha-intensiva-impermeavel-mh500-mid-masculina-quechua?skuId=2567125 3 - Meias, Quechua ARPENAZ WARM (Essas meias são suficientes para não passar frio nos pés?) https://www.decathlon.com.br/trilha-e-trekking/acessorios-de-vestuario-trilha-e-trekking/meias-adulto/meias-quentes-de-trilhas-arpenaz-warm-2-pares?skuId=241285 4 - Conjunto de blusas (Vou passar frio com esse conjunto?) Segunda pele https://www.decathlon.com.br/ski-e-snowboard/masculino/segunda-pele/blusa-segunda-pele-simple-warm-masculina-wedze?skuId=2302370 Segunda camada de fleece (não achei o link) Corta vento https://www.decathlon.com.br/trilha-e-trekking/homem-em-trekking-de-varios-dias/jaquetas-de-pluma-soft-shell/jaqueta-masculina-de-penas-para-trekking-x-light?skuId=392841 Qualquer ajuda é bem vinda. Valeuu!
  19. Meu nome é Filomena (Filó), sou Técnica em Eletrônica, trabalho nesta área, adoro viajar e fazer trilhas. Tenho desgaste da cartilagem dos joelhos. Na época do trekking, eu tinha 52 anos (janeiro de 2018). Eber trabalha na mesma empresa que eu, é meu amigo e companheiro de trilhas. Difícil encontrar alguém pra te acompanhar nessas aventuras rsrsrs. Não aconselho quem é totalmente sedentário a fazer o circuito. É PUXADO! Principalmente, a última parte da trilha até a base das torres. Mas, é possível para quem pratica alguma atividade física. Encontramos várias pessoas com idade na faixa de 60 e 70 anos fazendo o Circuito W com facilidade. Carregando aquelas cargueiras enormes!!! E assim começa a nossa aventura… Saímos de São Paulo às 22:30(vôo era às 21:40). Voamos bem até Santiago, onde chegamos à 01:10 do dia 06/01. Demoramos um tempão para estacionar e depois imigração. Saímos do Aeroporto 02:30 da manhã em direção à casa do Ângelo(fomos pela Transvip) Chegamos lá às 03:30. Ele estava acordado nos esperando. (Agradeço demais). Ele chamou um carro pra gente voltar para o aeroporto. Às 08:00 o carro estava lá nos aguardando. Gastos até aqui. Eber: 53,50 Uber da casa dele até aeroporto. Filó: 13,57, Uber até Tatuapé e ônibus até aeroporto. Lanche no aeroporto: Las Baguetes: 92,00😱😱😱( duas baguetes, um pão de queijo e dois chocolates quentes) Transporte aeroporto casa do Ângelo (ida e volta): 20 dólares cada um. Como não tínhamos tempo, fizemos câmbio no Aeroporto mesmo( paga -se uma taxa maior). Saímos às 11:10. Vôo tranquilo até o pequeno aeroporto de Puerto Natales. Chegamos as 14:10. Chegamos com chuva e frio. Pegamos um micro ônibus para o centro ( 2000 pesos cada um). Ele nos deixou na porta do hostel Danicar. Fizemos check in e fomos procurar um lugar para almoçar. Por indicação da Bete Doriana😁😁😁 fomos no El Bote(bom restaurante e com preço justo). Passamos no supermercado e compramos nossa refeição para um dia, na trilha (pão integral, salaminho, todinho, biscoitos, água). E chovendo…. Voltamos pro hostel, descansamos um pouco e fomos até a rodoviária para conhecer o caminho é marcar o tempo que gastaríamos. Voltamos pro hostel, organizamos nossa mochila e fomos dormir… Dia 07/01 Acordamos às 05:30, tomamos café e cadê as pessoas do hostel??? Elas iam guardar as nossas coisas. A gente levou o mínimo possível para Torres Del Paine. Bati na porta do quarto da dona do hostel e apareceu uma moça, na recepção em cima da hora. Guardou o que não levaríamos e saímos correndo para a rodoviária. Pegamos o ônibus para TDP ( comprei a passagem pela internet na Bussur). Depois de uma hora e meia chegamos em Laguna Amarga, entrada do Parque Torres Del Paine. Todos têm que passar por aqui. Aqui compramos o ingresso para o Parque (21000 pesos), preenchemos um formulário onde concordamos com as regras do parque, principalmente em relação a questão do fogo. Assistimos um vídeo, onde fala da preservação e das multas e penalidades que sofrerão quem causar um incêndio no parque. Às 09:10 saímos de Laguna Amarga em direção a Pudeto ( mesmo ônibus). Chegamos lá 10:20. Gostaríamos de ter pegado o catamarã das 09:00, mas impossível. ( Demora-se muito na entrada do Parque. Pegamos o das 11:00 que saiu às 11:20😐😐😐 Depois de uma pequena viagem pelo maravilhoso Lago Pehoe, chegamos em Paine Grande. Que lugar maravilhoso! A localização é incrível e o abrigo é muito bom! Estávamos muito eufóricos! Queríamos ir logo para o acampamento Grey… Fizemos check in, deixamos nossas mochilas no quarto e fomos direto para trilha. Uma trilha linda! Cheia de flores diversas, pássaros e cachoeiras, lagos...uma visão triste são as árvores queimadas em boa parte da trilha... são sinais incêndio que aconteceu e que quase devastou o Parque 😞😞😞 Primeiro, chegamos ao Mirador Grey, melhor lugar para contemplar o Glaciar Grey, várias placas de gelo se desprendem dele e vão descendo lago abaixo Apesar da previsão ser de chuva, estava um dia lindo, sol brilhando! Fomos com tempo bom até quase o Acampamento Grey Quase chegando lá começou a chover. Toda a nossa volta foi debaixo de chuva. Saída de Paine Grande: 12:20 Acampamento Grey:16:20 Saída do acampamento Grey: 16:40 Chegada em Paine Grande: 19:00 Andamos 22 km. Nossos companheiros de quarto era um casal, ela: carioca, ele: mineiro de Juiz de Fora Eles fizeram de Las Torres para Paine Grande, contrário da gente. Dia 08/01/18 A noite foi boa. Cama boa e quente. Acordamos as 06:00, nos arrumamos e fomos tomar café. Comi bastante 😊😊😊 Pegamos o nosso lanche de trilha e em baixo de chuva saímos em direção au acampamento Italianos. Isso era 08:15. Choveu praticamente todo o trajeto. Muita lama pelo caminho. Mochila pesada(12 kg, a minha) e a minha jaqueta da Decathlon que dizia ser impermeável….nada tinha de impermeabilidade. Chegamos ao acampamento Italianos às 11:00. Muita chuva!!🌧🌧🌧🌧 Este acampamento é simples, ruim mesmo! Não vi chuveiros. O banheiro é fossa. Fedido pra caramba ( ainda bem que não achamos vaga nele! Ele é grátis, administrado pelo Conaf). Deixamos nossas mochilas em frente a casinha do guarda e fomos para o Mirador Frances. Aqui, estamos na parte central do W. O final dessa trilha seria o Mirador Britânico, mas por causa das chuvas, este Mirador estava fechado. Teríamos que atravessar um rio e estava muito perigoso. Fomos até o Mirador Frances (muito chuva! Parte que eu fiquei desanimada. Minha jaqueta não me protegia(JAQUETA QUECHUA QUE NÃO SEGUROU A CHUVA, A DECATHLON TROCOU A MESMA, QUANDO VOLTEI), muito frio! Deste ponto a gente vê as avalanches do Glacial Frances. Mesmo com chuva, um monte de gente fica lá sentados...de repente você escuta um barulho de trovão e lá vem a avalanche… Fizemos nosso lanchinho e iniciamos a descida. De volta ao Italianos. Pegamos nossas mochilas e caminhamos mais dois quilômetros até o Frances. Chegamos às 14:10. Na recepção do acampamento (um quartinho) tinha uma placa dizendo: (volto em poucos minutos)...e lá se foi mais de uma hora esperando 😞😞😞 Tudo que eu queria era um banho quente, tirar as roupas molhadas… A pessoa responsável chegou, e nos indicou quais seriam as nossas barracas. O banheiro ficava muito longe de onde estávamos!!! Peguei minhas coisas e lá fui eu... comecei o banho e água estava morninha, no final estava congelando ⛄⛄⛄⛄ Lembram do banho quente que eu queria???? Pois é. Depois vimos uma placa, onde dizia: banho quente das 18:00 às 22:00😡😡😡 Primeira noite acampada. Não foi fácil. O acampamento fica no meio de árvores, em baixo de uma montanha com neve nos picos. Não tinha como medir a temperatura, mas com certeza estava na casa do zero grau! E o vento? Parecia que as árvores cairiam sobre a barraca e outras vezes parecia que a barraca sairia voando…. Aqui não tinha refeições. Então levamos lanches de Puerto Natales. Nossa janta, café da manhã e almoço foram lanches. Dia 09/01/18 Acordamos cedinho, tomamos nosso café e lá fomos nós em direção ao Acampamento das Torres Central. Saímos às 08:45 do acampamento Frances. O trajeto entre Frances e Torres Central é um dos mais bonitos do circuito W. Quatro quilômetros depois do Frances a gente chega no Refúgio e acampamento Los Cuernos. Lugar bem bacana!! Do lado direito você tem o magnífico Lago Nordenskjöid e do lado esquerdo a imponente formação rochosa de Los Cuernos. Ao passar pela praia de pedras na beira do Lago vimos uns russos e holandeses tomando banho nas águas geladas ⛄⛄⛄⛄⛄😱😱😱😱😱que coragem!!!! Depois de duas horas estávamos no Abrigo Los Cuernos, fomos ao banheiro, descansamos um pouquinho e seguimos. Muitos trechos de subida e com a mochila pesada, sentimos bastante cansaço…( neste dia meu ombro ficou inchado). Às 12:15 paramos em um lugar maravilhoso para almoçar ( aqui acabamos com os nossos suprimentos que havíamos comprado em Puerto Natales). Subimos em uma pedra bem alta e lá a visão era maravilhosa!!! Via-se todo o lago e ficamos ali um bom tempo olhando aquela maravilha… Los Cuernos A visão mais linda do Lago Nordenskjöid Chega de moleza! Mochila nas costas e vamos seguir… Passamos por desfiladeiros, pontes cinematográficas, flores e vegetação típica do lugar e a gente dizia: será que falta muito? Tinha uns americanos mais ou menos juntos com a gente, ele nos perguntaram a mesma coisa… Faltava mais ou menos 4 km. Andamos mais um pouco e lá estava o complexo Las Torres 🙏🙏🙏👏👏👏👏 Durou pouco nossa animação!!!😞😞😞😞 A gente via o complexo, mas realmente a distância até lá era de 4km… Fazer o quê???!!! Vamos embora, tá perto. Então às 16:15 chegamos no nosso acampamento... MORTOS!!! O moço levou a gente até as nossas barracas e nos instalamos. Tomamos um bom banho e descansamos até a hora do jantar. Nosso horário era de 20:30 às 21:30. Estávamos com bastante fome!!! Não gostamos dos serviços da Fantástico Sur. Eles colocam você em alguma mesa que já tem outras pessoas( fazem isso até completar toda os lugares da mesa). Saladas, pães e sucos são de uso comum e quando você chega, às vezes já acabou e então você precisa ficar pedindo. Com tanta fome! O jantar era purê de abóbora com uns cubinhos de carne. Foi pouco!!!!😠😠😠😠 Bora dormir, no dia seguinte será o ÁPICE da nossa trilha… Dia 10/01/2018 Acordamos cedo. Nosso horário de café era das 08:00 às 09:00. Tomamos café, pegamos nosso lanche de trilha e às 09:10 saímos em direção às Torres. Muita gente no trajeto. Muitas pessoas que vão, somente, até elas. Primeira subida já dava uma pequenina amostra do que seria este dia!!! Passamos por um grupo guiado que tinha um casal de brasileiros, depois encontramos um outro casal da zona sul de São Paulo e ele disse que não aguentaria e que a primeira coisa que faria quando voltasse pra São Paulo era procurar uma academia. Ele tem 58 anos. Disse a ele que a gente se via lá em cima… Continuamos nossa subida. Logo depois veio uma descida, desfiladeiro com rolamentos de pedras!!! Depois desse lugar a gente chega no Acampamento Los Chilenos. Parada pro banheiro, água e vamos que vamos, pois faltam 4km até as Torres… A partir desse ponto a gente tem praticamente só subida 😱😱😱😱 Uma boa parte é entre árvores, bosques lindos, cachoeiras... E continua subindo… O último 1,5km é o mais difícil! A subida é bem ingrime e de pedras. É uma parte que dá medo, pois o vento é forte. Tinha um casal com bebezinho bem pertinho da chegada nas Torres!!! Aliás, vimos muitas crianças neste trajeto. Crianças e idosos! Pessoal PORRETA! Todo o meu respeito. Com passinhos curtos... chegamos na base das Torres 👏👏👏👏😁😁😁😁 Que felicidade! Objetivo alcançado! Obrigada meu Deus!!! Vamos almoçar e depois fotos...o vento era tão forte que nos enchia a boca de areia... Estava muuuuuuuiiiiiito frio e ventava muito forte! Falei pro Eber: vamos tirar nossas fotos e voltar. Tiramos fotos e não nos aventuramos a saltar ou explorar as pedras, pois o vento poderia nos derrubar. Hora de começar a descida... muita gente subindo, outras descendo. O último 1,5km foi difícil pra subir. Certo? Também é difícil pra descer. Você tem a sensação que vai rolar pirambeira abaixo… Não tem onde se agarrar, caso caia. E os joelhos são bastante exigidos. Lembram do casal da zona sul de São Paulo? Encontramos com ele na descida. Faltava uns 40 minutos pra eles chegarem nas Torres. Fizemos a descida de forma tranquila… Gente, banheiro é um problema, principalmente, pra nós mulheres...a trilha é muito movimentada e a maior parte do trajeto não tem árvores grandes, ou seja, você passa um aperto danado 😬😬😬 Chegamos no acampamento por volta das 17:30 e de lá a gente podia ver as Torres com toda aquela imponência… E nossa sensação era difícil explicar: conquista, superação, realização, em fim... CONSEGUIMOS!!!!!! Banho e jantar reconfortantes, última noite em TDP. Atenção para essa DICA: programe-se para sair de TDP no fim do dia. Tem um ônibus para Puerto Natales às 13:00 e ou às 19:00. A gente não pesquisou os horários de saída de ônibus, do Parque. Então ficamos mais uma noite lá, ou seja, mais gastos com essa noite, jantar e café da manhã! É o pior: esperar até às 13:00 para voltar a Puerto Natales. Mas, a gente conseguiu uma carona até às entrada do Parque e de lá pegamos um ônibus. Chegamos cedo em Puerto Natales, conseguimos lavar nossas roupas ( tem várias lavanderias, combram por quilo de roupas), passeamos, almoçamos na famosa pizzaria Mesita Grande... Dormimos e no dia seguinte partimos em direção a El Cháten e El Calafate...mais trilhas e mais aventuras vem por aí… Informações importantes: Duas empresas particulares administram a maior parte dos acampamentos e abrigos: www.verticepatagonia.cl e www.fantasticosur.com. Você também pode reservar alguns acampamentos gratuitos no CONAF. http://www.parquetorresdelpaine.cl A Vertice é complicada. Você não consegue fazer reserva online. Você manda um e-mail e fica esperando eles confirmarem a reserva e te mandar um link para fazer o pagamento. Eles demoram muito pra responder e enquanto isso você vai perdendo as vagas nos outros abrigos e acampamentos. Eu enviei o primeiro e-mail no dia 23/08/17. Queríamos a reserva para 07/01/18. O meu amigo já tinha enviado no início de agosto… Era triste 😢😢😢as vagas da Fanstaticosur iam se acabando e nada deles responderem… Mandei vários e-mails, em espanhol, inglês, português e finalmente, quando já pensávamos em outro destino, eles me responderam: dia 07/09/17. Confirmaram nossa reserva e aí fomos reservar os outros lugares com a Fantasticosur. Não encontramos mais vagas nos abrigos. Então ficamos acampampados. Alugamos as barracas. Não queríamos carregar peso. A gente já encontra a barraca montada. Muito prático! Não tem sinal de celular. Nos abrigos tem wi-fi, mas não compensa pagar seis dólares por hora. Conexão ruim e muita gente usando. Ah! Parei de colocar os valores gastos… Mas, eu gastei R$6000,00 ao todo: passagem, hospedagem, comida...este valor foi o total da viagem que incluiu El Cháten e El Calafate. Isso foi a dois anos atrás, mas espero que ajudem quem quer fazer essa linda e maravilhosa viagem... NENHUMA CÂMERA PODE CAPTURAR A BELEZA QUE NOSSOS OLHOS PODEM
  20. Fala Mochileiros.. Procuro dicas para aperfeiçoar o meu roteiro e a quantidade de dias que se faz interessante para cada local. Planejo o roteiro entrando pela Argentina (buenos Aires), saindo pelo Chile (Santiago), em junho de 2020. Tenho 25 dias disponíveis. Vôo. Teresina & buenos Aires (buenos Aires 3 dias). Vôo. Buenos Aires & Bariloche (Bariloche + Villa la angostura 5 dias). Vôo. Bariloche & Buenos Aires e Buenos Aires Ushuaia. (Dia para viagem). Vôo. Ushuaia & El Calafate (4 dias El Calafate). Ônibus. El Calafate & Puerto Natales (5 dias Puerto Natales + Parque torres del paine). Ônibus. Puerto Natales & Puta Arena (2 dias Puta Arena). Vôo. Punta arenas & Santiago ( 4 dias Santiago) + VALLE NEVADO ou FARELLONES. Vôo. Santiago & Teresina. 1 dias para emprevisto. Quero aproveitar ao máximo o tempo em viagem. Desde já agradeço pela atenção. Bora Mochila..
  21. TORRES DEL PAINE 15 A 24 DE NOVEMBRO 2018 Vou fazer meu relato sobre o Circuito O de Torres Del Paine, na Patagônia Chilena. Foram 9 dias de trilha, sendo 8 de caminhada. Um total de 97 km, porque não fiz algumas partes, como o Mirador Britânico ou a ascensão a Base das Torres em si, por dois motivos, que vou explicar mais pra frente no relato. Eu não tinha nenhuma experiência com trilha, ou acampamento, ou viajar sozinha. Sempre fui sedentária, não sou de praticar esportes ou exercícios físicos. Então esse é um relato de uma pessoa que foi fazer o Circuito O, sem nenhuma experiência, com praticamente nenhum treino, só com a força de vontade. Se você sonha em fazer, mas tem medo ou não tem preparação, esse relato é pra você mesmo. DIA 1 HOSTEL – TORRES DEL PAINE GUARDERIA/CAMPAMENTO CENTRAL – CAMPAMENTO SERÓN Dificuldade: Média (considerada fácil para a maioria das pessoas) Distância: 13 km Saí do Hostel em que eu estava às 6h40 da manhã, com muita pressa e quase correndo, porque teria que andar 500m de pura subida (até com escadas na calçada), com minha mochila de 12.720kg e o ônibus saía da Rodoviária às 7h! Cheguei até com tempo de sobra, acho que acabei me desesperando tanto que fui mais rápido do que precisava, peguei o ônibus. Paguei 15.000 pesos chilenos, passagem de ida e volta, eu comprei as passagem dois dias antes, assim que cheguei em Puerto Natales, justamente porque sabia que o tempo seria curto, porém comprei pela Bus Sur que tem horário fixo de volta, ou seja, se eu comprei para o ônibus das 13h, não posso embarcar no ônibus das 19h e mais tarde acabei descobrindo que outras companhias dão a possibilidade de embarcar em qualquer ônibus desde que seja no mesmo dia da passagem compra, o que é uma idéia melhor, visto que imprevistos podem (E VÃO) acontecer. Embarcada no ônibus, a caminho de Torres Del Paine, a ansiedade estava a mil, no pensamento só o medo de não conseguir completar o circuito. A paisagem é maravilhosa, muito linda, com montanhas e pastos verdes, com ovelhas e guanacos que são tão fofos quanto parecem ser pelas fotos. Chegando ao Parque desci na portaria que ia começar a trilha, a Laguna Amarga. Eu já tinha compro o ingresso do Parque online, então fiquei em uma fila para fazer meu registro, apresentar o ingresso e meu documento, e pegar minha autorização e mapa para entrar. Com essa autorização, pude pegar um transfer que paguei 3.000 pesos até a entrada da trilha (é possível já ir andando desde a portaria laguna amarga, muita gente faz isso, mas eu queria evitar a fadiga) onde tem uma recepção. Tive que mostrar as reservas de acampamentos, e preencher uma ficha com alguns dados, incluindo numero de contato de emergência, só assim pude começar na trilha. Uma informação útil: é possível se conectar ao wifi nessa recepção, desde que você tenha uma conta PayPal ou cartão de crédito, você paga por hora ou minuto. Depois de todo esse processo, as 10h30min comecei oficialmente a trilha. Nos primeiros 15 minutos caminhando, já tinha uma subida (que eu considerei terrível), não deu tempo nem de esquentar o corpo e essa subida logo de cara. Comecei a subir pensando “o que eu to fazendo? Eu deveria voltar antes que seja tarde demais! Eu não vou conseguir, isso é loucura” com esses pensamentos negativos já vem as lagrimas, dois anos de planejamento, 2 anos sonhando com isso e eu já pensando em desistir antes do primeiro quilometro. Mas continuei andando, um passo na frente do outro, sempre pensando “mais um passo, só mais um passo” e parando a cada 10 minutos. Chegou a um ponto, que a subida não acabava eu parei e pensei “chega, vou voltar”, mas então olhei para trás, e p*ta merda, já tinha andando demais. Então eu continuei, o caminho é bonito, não é lindo de tirar seu fôlego, mas é bonito, tem muitas arvores, tem SIM um sobe e desce sem fim, e o dia estava meio chuvoso como era de se esperar para essa época do ano. Andei pra caramba, e quando eu pensava “to chegando” via uma placa de localização, falando que estava na metade, eu queria morrer quando isso acontecia. Então andei e andei, passei por uns vales, por subidas e descidas, todo mundo da trilha passou por mim, passei por algumas pessoas também, que passaram por mim novamente. Tem muitos rios pelo caminho, então não precisa se preocupar com carregar peso de água. Por fim, fica plaino e você começa a caminhar em um bosque, cheio de arvores e um caminho que parece acessível de carro. AH! Também vi cavalos selvagens nesse dia, eles ficam andando no caminho, tranquilamente, como se as pessoas sequer estivessem ali, simplesmente maravilhoso. Depois de andar muito, com nada maravilhosamente especial no dia (a não ser os cavalos, e o vento patagônico que te desafia), cheguei ao acampamento, as 16h30m. Gastei 6 horas para caminhar o que no mapa e na maioria dos relatos que li, são 4 horas. Mas cheguei, que alivio. O psicológico pesa muito, depois de montar minha barraca, entrei e chorei. Me senti isolada, sem saída, pensava “para eu ir embora e desistir, tenho que andar isso tudo de novo, o que eu vou fazer?” seguindo em frente, no segundo dia seriam 18km, se eu sofri pra 13, imagina pra 18! No Serón, tem banho quente, o que pulei porque estava exausta até pra isso (risos), tem um lugar para cozinhar, e não é permitido cozinhar fora dos lugares indicados. A salvação pro psicológico é encontrar pessoas para conversar quando se está no acampamento. E nesse quesito tive sorte, encontrei um grupo de brasileiros maravilhosos, que me incentivaram, e me deram uma força gigantesca psicologicamente, falando “relaxa, você vai conseguir, é só ir com calma”. Aquilo foi ouro de se ouvir, fiquei mais tranqüila e fui dormir, porque estava extremamente cansada e o dia seguinte seria longo, literalmente, já que na patagônia nessa época amanhece as 05h30min e escurece depois das 22h! Informação útil: no acampamento Serón também tem internet wifi, mesmo esquema do da recepção, pago por hora ou minutos; você faz check in, e eles meio que sabem que você vai passar lá, isso da uma sensação de segurança maravilhosa e segue por todo o percurso; eu montei minha barraca perto de uma lixeira, no outro dia vi que tinha um ratinho lá, por sorte ele não tentou invadir minha casa rsrs mas vale a atenção; a vista do Séron já é maravilhosa e SÓ FICA MELHOR A CADA DIA, SÉRIO! Vou continuar os relatos dos outros dias nos comentários. Pode demorar um tempo. Esse é meu primeiro relato, então não deve ser muito maravilhoso, mas eu quero mesmo é ajudar com informações que eu não encontrei quando estava me planejando. Qualquer dúvida que tiverem, informações que precisarem, sintam-se a vontade para me perguntar, será um prazer ajudar com o que eu puder.
  22. Desde quando fomos até o Ushuaia de carro e passamos brevemente por Torres del Paine, o parque não saiu da minha cabeça! Finalmente, depois de alguns anos conseguimos voltar para fazer o Circuito W! Com certeza uma das paisagens, se não a paisagem, mais linda que já pude presenciar. Milhas e milhas de natureza bruta, clima Patagônico, gelo, floresta, sol, neve, lagos e montanhas. Sem dúvida um “Must go” para os amantes de Trekking! Bem, vou compartilhar um pouco da minha experiência, vou tentar ser breve e certeira nas informações que mais precisei quando estava me planejando. Insta: @domizila Site: www.embarcandonatrilha.com.br 1 – Qual a melhor época para viajar? Pelas minhas pesquisas, sem dúvidas é o verão. Nós fomos em Março, fim do verão e começo do Outono. Pegamos temperaturas negativas em certos pontos, mas ainda sim foi bem tranquilo. A primeira vez que fui a passeio no parque havia sido em Julho. Me lembro que não dava para abrir a porta do carro por conta do vento fortíssimo, então inverno não é uma opção. 2 – Por onde começar? Laguna Amarga ou Pudeto? A primeira coisa que você precisa definir é por qual lado do parque começar. Você pode iniciar por Laguna Amarga, onde você verá as torres logo no início da viagem ou você poderá iniciar por Pudeto onde você deverá inicialmente pegar o Catamarã e ir para a outra ponta do parque, deixando como a cereja do bolo as torres por último. Dica: Algumas pessoas que conheci iniciaram por Pudeto, mas optaram por ficar um dia a mais. Elas ficaram hospedadas a primeira noite no Abrigo do lado das torres, para ter a oportunidade de pegar 2 janelas de tempo, uma no primeiro dia e outra no último. Para quem não sabe o clima é quase que imprevisível, muitas vezes as torres estão escondidas atrás das nuvens. Nós iniciamos por Pudeto por motivos de força maior. Decidimos viajar 5 meses antes da data escolhida e já estava tudo esgotado (Isso que fomos em Março, que já é considerado baixa temporada), os principais abrigos e melhores opções não estavam mais disponíveis, então adaptamos ao que tinha! Então, antes de mais nada: Agende o quanto antes e escolha o lado que deseja iniciar. 3 – Posso deixar a bagagem extra de viagem em algum lugar enquanto estou na trilha? Sim, e não precisa se preocupar quanto a isso. Acho que posso dizer que 100% dos Hostels em Puerto Natales tem o serviço de guardar sua bagagem extra durante a trilha. Muitos, nem cobram se você voltar e se hospedar no retorno do parque. Custo: Se te cobrarem, será uma média de 3.000 pesos o dia 4 - Como chegar no Parque? É bem simples! Considerando que você chegue de avião, o aeroporto mais próximo será o localizado em Punta Arenas. Do próprio aeroporto saem ônibus para Puerto Natales, basicamente de hora em hora. Se você ficar hospedado em Punta Arenas, na cidade tem uma rua onde estão localizadas basicamente todas as cias de bus, é só chegar e comprar. Custo: $ 16.000 pesos ida e volta Punta Arenas - Puerto Natales Chegando em na estação em Puerto Natales, você poderá comprar as passagens para o Parque. As principais cias que trabalham o trecho são: https://www.bussur.com/ http://www.busesmariajose.com/services.php Dentre outras. Existe diferença de preço entre desembarque em Laguna Amarga e Pudeto Custo: $ 18.000 pesos ida e volta Puerto Natales - Torres Fique de olho nos horários para não perder o ônibus voltando da trilha. Se você quer chegar em Puerto Natales e já ir para Punta Arenas, tem que sair cedo do parque. Nessa opção obrigatoriamente você vai para Puerto Natales e de la para Punta. 5 - Onde comprar meu ingresso do parque? Você pode comprar seu ingresso em dois lugares: Na estação de ônibus de Puerto Natales: Acho que poucas pessoas sabem dessa. Eu encontrei por acaso. No fundo da estação tem um escritório adm do Parque e lá vende os ingressos. Só pode comprar com cartão nessa opção. No parque: Chegando no Parque, obrigatoriamente todos os ônibus param na portaria para a compra de ingressos. Nessa opção só aceitam dinheiro. Custo: $ 21.000 pesos Essa foto é da estação de ônibus de Punta Arenas. Ali ao fundo, no Informacion, você pode comprar o ingresso do parque com cartão. 6 – Passa cartão no parque? Olha, em partes passa, mas eu não contaria com isso. Recomendo levar dinheiro para evitar passar perrengue. Lembre-se que você está literalmente no meio do nada, não tem como sacar dinheiro por lá e se a internet não estiver pegando bem, não tem muito o que fazer. 7 – Onde ficar hospedado dentro do parque? A primeira coisa que você precisa saber é que as hospedagens do parque são parte administradas pela: - Conaf (Campings roots): http://www.parquetorresdelpaine.cl/es - Vertice (Hospedagens do lado de Pudeto): http://www.verticepatagonia.cl/home - Fantastico Sur (Hospedagem desde o Italiano até do lado de Laguna Amarga): http://www.fantasticosur.com/mountain-lodges/ Vou colocar em ordem de barateza rs: - Pela Conaf, seriam os acampamentos roots, experiência total. Você leva sua barraca, seus equipos e paga uma taxa para uso do espaço do camping e banheiro, se não me engano é USD 10,00 por dia - Abrigos (que são bem confortáveis) ou no acampamento em que, você chega e já está tudo arrumado (barraca montada, isolante, colchão, etc). Nessa opção o custo por noite por pessoa seria na média de USD 100 e se quiser incluir o FB (Café, lanche de almoço e jantar) média de USD 150 (Levei minha comida e cozinha, fui bem feliz com essa opção) - Também existem opções dos Domos no acampamento Frances, mas pelo o que escutei eles são desconfortáveis, muitos com goteiras, mas pode ser uma saída caso não tenha mais vaga nos albergues. - E se você já é uma pessoa que está ai, bem de vida, só na alegria e curtição, pode ficar nos hotéis maravilhosos, com direito a piscina aquecida, ofuro ao ar livre, muito vinho e comida boa. Tem algumas opções, não estendi muito a minha busca mas vi que variava entre USD 200 até USD 700 por cabeça. Custo: Vai acabar dependendo de sua escolha. Os valores não permitem parcelamento, tudo à vista pelo paypall 8 – Não levei comida o suficiente, tem como comprar no parque? Se você chegou da caminhada e ficou com a fome de 10 guerreiros e não comprou o Full Board antecipado, avisando um pouco antes do horário da refeição você pode pagar na hora para se alimentar. Também tem vendinhas com chocolate, frutas, até mesmo capas de chuva, mas lembre-se: Você está em um lugar onde o principal meio de transporte são os cavalos e as costas das pessoas. As coisas não são baratas, por motivos óbvios. Inclusive os meios de reciclagem de lixo, água e dejetos são extremamente respeitosos com a natureza, porém tudo tem um custo. Tente levar tudo o que precisa, se não, você pagará R$ 15,00 por uma barra pequena de chocolate. 20180319_193404.mp4 9 – Quero beber uma breja depois da caminhada, tem como? Tem sim! Mas, mais uma vez não espere pagar pouco: Custo cerveja lata: $ 5.000 pesos (média de R$ 25,00) Custo garrafa vinho: $ 30.000 (média de R$ 160,00) – E é um Casillero del Diablo Ou, faça como eu, ignore o peso da mala e leve uns vinhos rs 10 – Quero cozinhar no parque com meu equipo. Como faz? Existem cozinhas comunitárias para fazer fogo com seu equipo e cozinhar. Fazer fogo fora dos lugares indicados é estritamente proibido. É proibido no nível de que se te pegarem, além de ser expulso do parque, você é deportado do Chile e ainda sofre um processo. Em todos os lugares de acampamento/abrigos tem espaço para cozinha, mas nem pense em fazer fogo durante a trilha, além de ser proibido, você pode colocar fogo na oitava maravilha do mundo. Acho que você não quer fazer isso, não é mesmo? Ou pelo menos não deveria querer. 11 – Preciso de Guia? Não. Você não precisa de um guia (O trabalho dos guias é maravilhoso e na grande maioria das trilhas do planeta é recomendado ir com um, porém esse parque foi projetado para ser autoguiado) As trilhas são muito bem demarcadas, o mapa é de fácil leitura. Existem inúmeras pessoas fazendo a trilha, o rastro é muito visível e você pode acompanhar o caminho pelas marcações com estacas e tintas. Claro que você precisa prestar atenção no que está fazendo, enquanto estiver na trilha esteja atento as marcações, preste atenção nas pessoas que passam por você. Enquanto eu estava lá um grupo decidiu “cortar caminho” se perdeu no meio do mato, então, não corte caminho. 12 - É fácil encontrar água durante a trilha? Sim, é muito fácil. Não precisa ficar carregando litros e litros de água. Um cantil de 750ml já basta. Você passa por muitos pontos de água a todo momento. Roteiro Pegamos o primeiro ônibus que saia de Puerto Natales, para chegar no parque a tempo de pegar o Catamarã das 11: 35. O Catamarã das 11:35 é o limite para conseguir fazer o Mirador Grey, se pegar o das 14:00 já era, tem que deixar para o dia seguinte. Mesmo assim tem que andar rápido na trilha. O sol estava se pondo por volta das 20:00 Portaria Laguna Amarga: Pudeto: Aguardando o Catamarã Vista do Catamarã Indo para o Grey Indo para o Grey Friaca indo pro Grey Primeiro Mirador do Grey Primeiro Mirador Voltando do Grey para Paine Grande (Pega na quantidade de roupa que o Gabriel esta usando kk) Chegando em Paine Grande Vista do Refugio Paine Grande Saindo da Cozinha e indo para o Refugio 20180319_193145.mp4 Sobre a Trilha: É uma trilha extensa, sem grandes desníveis. Bem no começo tem algumas subidas, mas depois é bem tranquilo. Muito bonito! Você vai margeando o lago à direita e montanhas à esquerda. Tem que apertar o passo para fazer o bate e volta, é só focar que a trilha sai! Dia 02 Paine Grande Nao da para cansar de ver essas fotos rs Dia 03 Indo para o Italiano Campamento Italiano Subindo Rumo ao Britanico Chegando no Britanico Voltando e Parando no Mirador Frances (Na realidade voce passa por ele na ida e na volta, para mim um dos pontos mais belos ) Campamento Frances Sobre a trilha: Considero o ponto mais alto, depois das Torres. O segundo dia de caminhada é belissimo do começo ao fim, as paisagens mudam constantemente, mantendo você envolvido com cada detalhe. A subida do Frances e Britanico é moderada, muitas pedras, tem que prestar atenção no caminho e onde pisa, mas não é nada extra hard. A todo momento você consegue observar o degelo da montanha formando os rios, é uma beleza indescritivel Sobre o Acampamento Frances: A estrutura é boa. Mas, se estiver chovendo a cozinha é a céu aberto e se tiverem muitas pessoas para tomar banho, você pode acabar ficando com água gelada. Foi o que aconteceu comigo. Sim, tomei banho gelado a 6cs kkk Parece que o sistema de aquecimento leva um tempo para subir a temperatura da água e se várias pessoas usam de uma vez, a água quente acaba e tem que esperar um tempão para aquecer. Mais um detalhes sobre o acampamento: Ele tem infestação de ratos. Inclusive quando entramos na barraca notamos uns buraquinhos, achamos que era normal, mas descobrimos a noite que os ratos tentam entrar na barraca atrás de comida. Então, mantenha toda a comida muito bem embalada e se prepare para escutar alguns roedores pela noite rs Dia 04 Sobre a trilha: O desnível começa a aperecer mais forte no terceiro dia. Na realidade tem muito sobe e desce. É uma trilha mais dura, pois a paisagem não muda tanto e em horas leva bastante tempo para conseguir finalizar. Nós conseguimos vaga somente no Torre Norte, em certo momento a trilha partindo do campamento frances bifurca, um lado vai para a Torre Norte/Central e o outro para o Chileno. Eu realmente recomendo ir para o Chileno. É uma subida consideravel, mas faze-la no mesmo dia de ataque as Torres foi bem pesado. Entao, vá para o Chileno. Repito, Va para o Chileno. Chileno. Dia 05 Comecinho do ultimo trecho para as torres Chegando nas Torres ❤️ Tudo que sobe, tem que descer, e voltamos das Torres para o Refugio Central/Norte, pegamos um translado até Laguna Amarga e de lá demos um "Até breve" para Torres del Paine Segue uma imagem linda da despedida Sobre a Trilha: O último dia!! Ao mesmo tempo que não queríamos ir embora, foi um alívio. O cansaço começou a bater. É engraçado como muito da nossa questão de alcançar um objetivo, vem da cabeça! Até o penúltimo dia estávamos bem o último, parecia que um caminhão tinha passado por nós rs. Bem, algumas coisas aconteceram, vou colocar na linha: 1. Saímos de madrugada, para tentar chegar no nascer do sol nas torres, porém o caminho do Refugio Norte/Central até o Campamento Chileno (que seria o início da trilha para as torres) é extremamente puxado. É um caminho estreito que vai beirando o abismo, pegamos neve e muito vento. Acabamos indo lentos demais. 2. É muito importante você ter o equipamento correto, dentre eles o Anorak! Meu marido se confundiu na hora de fazer as malas e levou o errado. Compramos o que tinha na hora (capa de chuva) e ele sofreu muito com isso, até troquei de roupa com ele em certo ponto 3. A subida é forte, com muitas pedras. Os último 45 minutos de caminhada são puxados, vi muita gente com cara de desespero na trilha rsrs 4. Chegar no topo não tem preço, me arrepia só de lembrar! Só tenho a agradecer por ter tido esse momento em minha vida. 5. Infelizmente estava nevando muito, a temperatura estava negativa. Não conseguimos ficar muito mais que 10 minutos lá em cima, mas valeu cada segundo dessa trip muito louca O que não pode faltar na mala: Pessoal não vou passar um check-list completo do que precisa levar, mas vou falar do que não pode faltar de jeito nenhum: - Anorak (100% A prova de água) - Calça impermeável - Um bom tênis para caminhada - 3 Boas meias para caminhada (Cano alto, que evita bolhas, comprei na Decatlhon e foi ótima) - Pelo menos 2 blusas respiráveis, para usar como primeira pele - Capa de Chuva para a Mala - Uma mochila de ataque - Um Fleece - Um lenço para enrolar nas orelhas, venta bastante, evite dor de ouvido - Lanterna de Cabeça - Frutas Secas, Comidinhas fáceis como salaminho, levar ovo já cozido, polenguinho Bem, espero ter ajudado! Ficarei mais do que feliz em ajudar e tirar dúvidas de quem esta se preparando para ir!! Um grande beijo e bons ventos!
  23. Comprei as passagens em setembro/2017 e paguei R$2000,00 em SP-BUE; BUE-FTE; FTE-BUE-SP. Levei R$5000 para todos os gastos em 15 dias e voltei com R$800. DIA 01/01/2018 Saí de São Paulo bem cedo, num vôo da Copa muito tranquilo, mas sem nenhum entretenimento a bordo e com um bolo de laranja e uma barrinha de cereal como lanche. Não há suco disponível, apenas chá, café, água ou refrigerante. Chegando no Aeroparque em Buenos Aires, bem próximo ao desembarque internacional, esperei séculos na fila do Banco de La Nacion Argentina para trocar dinheiro. Nesse dia, a cotação era de R$1 = 5,7ARS. Troquei R$1000 achando que a cotação estava ótima, comprei o cartão SUBE por 25ARS, carreguei + 125ARS num quioste do open25hours (tem vários no aeroporto). No lado oposto do aeroporto, não lembro se desembarque ou embarque nacional, peguei o Arbus (arbus.com.ar) sentido centro. Custou 75ARS e foi pago com o cartão SUBE. Em menos de 25min o motorista avisou a parada do Obelisco e ali eu desci na avenida Corrientes e fui andando até o hostel. 06 Central Hostel (1375ARS por 6 noites) Hostel muito bem localizado, tem funcionários brasileiros e quartos e espaço de convivência amplos. Peca no wifi instável e no café da manhã super pobre. Recomendo pela localização que é excelente! Deixei tudo lá depois do check-in e saí sem rumo sentido Obelisco procurando um lugar para comer. Na Avenida Corrientes, 965 encontrei uma pizzaria que vendia combos de empanadas e comendo no balcão era mais barato. Paguei 75ARS em 2 empanadas + copo de refrigerante e ali perto comprei uma garrafa de 1,5L num quiosque open25h e paguei 45ARS. Vale a dica que a água da torneira é potável, só TEM sabor (no Chile é pior), o que é de se estranhar para nós. Decidi que faria diferente nessa viagem e fui andando perdida pela cidade sem nenhum destino. Passei pelo centro, Florida, Casa Rosada, Manzana de Las Luces, seguindo para San Telmo (e passando por uns lugares meio estranhos, mas felizmente policiados) e fui parar em Puerto Madero, que estava bem suja por conta da virada do ano. Decidi voltar para o hostel e dormir cedo porque tinha acordado de madrugada para o vôo. Gastos do dia: 25 pesos cartão sube 125 recarga (sendo 75 do arbus) 1375 hostel 06 central 75 empanadas + coca (corrientes 965) 45 pesos água 1,5L (open25h) Avenida 9 de Julio e entradinha da Corrientes ↑ Avenida 9 de julio ↑ Museu Fragatta Sarmiento em Puerto Madero ↑ Casa Rosada ↑ Dia 02/01/2018 Às 10h30, em frente ao Teatro Colón, saem grupos de Free Walking Tour para a Recoleta (http://www.buenosairesfreewalks.com/). Os guias ficam de camiseta laranja, não tem como errar. Começaram separando os grupos em espanhol e inglês e como tinha muita gente, foram 2 grupos só de inglês com umas 40 pessoas em cada. As paradas não são muitas, mas os guias explicam muito sobre a história da cidade, dos prédios e a cultura e o tour acabou sendo bem leve e menos cansativo do que eu imaginava só que mais longo também, finalizando no no cemitério da Recoleta (o meu acabou às 14:30, mas o previsto era 14h). A programação "Aline" era voltar para o centro e ir no City Center Tour da mesma empresa que começa às 15h. Como a caminhada de volta seria bem longa e eu estava com fome, desisti e fui andando sentido hostel. Descansei um pouco à tarde e à noite jantei no restaurante La Cabrera, indicação do taxista, porque o restaurante bem avaliado e escolhido antes estava fechado. Gastos do dia: 7ars 1maçã XXars tips free tour 139ars combo Mc Donalds 1300ars jantar para 2 no La cabrera Teatro Colon ↑ Dia 03/01/2018 Como o city tour do Centro no dia anterior não deu certo, decidi tentar com uma empresa diferente que tinha saída às 11h do Congresso Nacional (http://www.bafreetour.com/) com grupos apenas em inglês (antes passei na calle Lavalle que tem várias lojinhas de souvenirs). Foi um grupo menor com menos de 10 pessoas se não me engano, mas também muito leve. A guia era muito simpática, explicava super bem e de fato, deu dicas sobre a cidade e os portenhos. Depois do almoço que já era lanche da tarde (no mesmo restaurante do dia anterior - El Rey - Corrientes 965), fui para Puerto Madero novamente. Me apaixonei por esse contraste de novo e antigo da cidade e achei lindo o Parque de las Mujeres Argentinas. Gastos do dia: 199ars globo de neve (lavalle 969) 100ars por 2 bandeiras/patches para o mochilão 45ars sorvete XXars ba free tour 40ars água 500ml 60ars 2 pedaços pizza + refri (el rey) Congresso Nacional ↑ Obelisco ↑ Parque de las Mujeres em Puerto Madero ↑ Dia 04/01 O dia começou na caminhada até a livraria El Ateneo Gran Splendid e que coisa maravilhosa são livros dentro de um teatro! Fiquei apaixonada, nem um pouco envergonhada de tirar mil fotos e fazer vídeos porque tinham muitos turistas lá também. De lá, segui para a faculdade de direito de Buenos Aires, passei pela Floralis Generica e acabei no Museo Nacional de Bellas Artes (gratuito). Gastei umas 2horas andando ali dentro e quando bateu a fome, fui até o SanJuanino (Posadas 1515) almoçar (lanche da tarde já). Pedi uma empanada que estava deliciosa e depois uma massa, mas vi muitas pessoas que pediram apenas as empanadas, sem prato principal. À noite era dia de tango e decidi escolher um menos turístico, mais simples e optei pelo Centro Cultural Borges que fica dentro das Galerías Pacífico. Começou as 20h, com duração de 1h10, misturando o tango de 4 casais, performance de músicos e um cantor - tudo ao vivíssimo. Superou minhas expectativas! De volta ao centro (porque a Galería e a praça de alimentação fecham as 21h), jantamos no restaurante com melhor custo-benefício da viagem e porque quando eu gosto, gosto de verdade, repito muito mesmo e conto e levo todo mundo que encontro. Gastos do dia: 250ars almoço empanada + massa + Pepsi 430ars tango CC Borges 40ars pão de queijo Starbucks 147ars jantar pizza no El Rei El Ateneo ↑ Faculdade de direito de Buenos Aires ↑ Floralis Generica ↑ San Juanino Empanadas ↑ Dia 05/01 Planejamento de parques, dia incrível, ansiedade a mil e... chuva! Triste, mas estamos sujeitos a isso em qualquer viagem. O roteiro que eu deveria ter feito era esse, mas nada deu certo e junto com mais 2 brasileiros, fomos ao Malba (atente-se ao horário de abertura, porque, como nós, muitos turistas tiveram a mesma ideia e deram de cara com as portas ainda fechadas). Sobre o Museu: prefiro o Bellas Artes, mas tem quem ache incrível, então melhor ver com os próprios olhos. Saímos dali e fomos até o Il Quotidiano (Uber), restaurante de massas super aconchegante, com pratos muiiiito bons. De lá, pegamos o metrô para tentar a visita guiada do Congresso Nacional e chegando lá fomos informados que as visitas estavam suspensas até fevereiro por conta das férias. Não fez sentido algum porque a cidade estava cheia de turistas, mas enfim, eram férias dos portenhos também. Paciência, mais um negócio do roteiro que não deu para fazer. Fomos até a Calle Lavalle comprar o restante das minhas lembrancinhas e lá descobri a Bomboneria Royal Lavalle (número 951) com preços bem camaradas para alfajor (me empolguei um pouco). Das marcas que experimentei, os que mais gostei foram: Milka sabor Mousse; Negro (chocolate ao leite com recheio de doce de leite e coberto com castanhas); Jorgito da embalagem azul (chocolate branco por fora e recheio de doce de leite). À tarde/noite fomos na Florida e nas Galerías Pacífico novamente. Gastos do dia: 25ars uber 120ars Malba 18ars uber 209ars Il quotidiano 282ars alfajor 120ars 2 imãs geladeira 180ars 2 chaveiros mafalda 150ars 2 chaveiros 50ars lanche avulso mc donalds Brazucas no restaurante Il Quotidiano ↑ Dia 06/01 Impressões sobre Buenos Aires: maior do que eu pensava, mais limpa, mais bonita. A impressão que tive é de que tudo é muito grande - ruas, praças, parques e numa arquitetura linda de estilo europeu (minha sogra por ex não curtiu e achou tudo com cara de velho), com muito mais para ver do que eu tinha planejado. Fiquei 5 dias quase completos e me arrependo de não ter colocado mais 2 para ver tudo com mais calma ainda, voltar aos locais que não consegui por causa da chuva e fazer as visitas guiadas nos prédios que tinha programado. Não tive muito contato com os portenhos, mas o pouco que vi, mostraram-se bem educados, sempre simpáticos e ainda mais ao saber que eu era brasileira. Apesar de não ser o estilo de viagem que eu curto, gostei e voltaria com certeza! Esse dia foi praticamente perdido indo para El Chaltén. Saí do aeroparque às 12:50 e chegando no aeroporto de El Calafate, comprei o transfer Aeroporto FTE-Chalten e Chalten-Centro de Calafate com a empresa Las Lengas, que solicita a data de retorno, o hostel da saída e pede para confirmar um dia antes na rodoviária de El Chaltén sua partida. O transporte demorou aproximadamente 3h, com uma parada na La Leona, um hotel/restaurante/banheiro e mais duas paradas em miradores para o Fitz Roy. Cheguei já noite, deixei tudo no hostel e saí para jantar e tirar fotos no mochilão símbolo da cidadezinha. O mais impressionante foi jantar no Patagonicus com vista para as montanhas vendo o pôr-do-sol e as cores do céu depois das 22h. Incrível como os dias são longos! Gastos do dia: 110ars Uber para o Aeroparque 220ars Almoço no Hard Rock aeroparque 1300 Transfer FTE-Chalten e Chalten-calafate (las lengas) 2250ars Hostel La Luna Country 35ars kiwi e pêssego 40ars pão 120 Pizza no Patagonicus Chegando em El Chalten ↑ Parador La leona ↑ Uma das paradas que o motorista faz no caminho ↑ Mochila símbolo de El Chaltén ↑ Dia 07/01 Usei o aplicativo Windguru para a previsão do tempo porque é o mais recomendado para esse clima de montanha e o que mais acerta, pelo que eu ouvi dizer, fora que lá todo mundo usa esse. Havia previsão de chuva depois de meio-dia, então decidi acordar cedo e fazer a trilha para Laguna Torre porque tinha lido que eram só 14km e o sendero sai bem pertinho do hostel em que fiquei. Saí às 7h15 e em 2:30 cheguei na Laguna. A trilha não tem uma dificuldade alta e depois do km 5, vira praticamente uma reta só. Nos km 2, 7 e 8 você encontra pontos onde pode encher a garrafinha e no percurso vi 3 banheiros (recomendo fortemente que você fique apertado e não use, porque o cheiro é TENSO!). Chegando na Laguna (9km) e seguindo para o lado direito dela, a trilha continua por mais 3km (gastei 1h) até o Mirador Maestri, quando você chega bem mais perto do Glaciar. Essa continuação tem chão de pedrinhas soltas, uma desgraça que dificulta o percurso, mas a recompensa vale o esforço. Poucos viajantes continuam subindo até lá (encontrei apenas 2 voltando enquanto eu subia) e recomendo que você apenas faça isso se não houver ventos, porque é alto, em vários pontos estreito e fácil de escorregar. Qualquer ventinho que te desequilibre pode causar um acidente. Pausa para fotos, para contemplar aquela vista maravilhosa - SÓ PARA MIM, tempo fechando no Cerro Torre e decidi voltar. Enquanto voltava, o tempo fechou mesmo e começou a garoar um pouquinho. Essas mudanças são muito frequentes, então é importante ter um saquinho para proteger câmera, celular, passaporte e coisas de valor e um casaco de prefência impermeável. De volta ao hostel, depois de tomar banho e descansar um pouco, fui atrás de um mercado (achei 2 na cidadezinha), jantar e dormir. Gastos do dia: 55ars Frutas 84ars 3 iogurtes 270ars Jantar no La Estepa (+30ars gorjeta) Cerro Torre ao fundo ↑ Mirador para o Cerro Torre ↑ Laguna Torre ↑ Caminho para o Mirador Maestri: pirambeira de um lado e de outro também ↑ Vista do Mirador Maestri ↑ Dia 08/01 Previsão de chuva e ventos muito fortes, deixei de lado do plano de ir para Laguna de Los 3 e fui numa trilha mais de boas, sendo que cada trecho tem 3.5km. Saí umas 9h para o Chorrilo del Salto e tirando o vento forte que peguei na estrada aberta e dificultou muito a caminhada, a trilha é bem tranquila. Cachoeira linda só para olhar, com água congelante e queda muito forte para banhos. Depois do almoço, fui para outra trilha fácil que era Mirador de Los Condores (1km) e Las Aguilas (2km), que tem saída próxima da rodoviária. Começando pelo Mirador de Los Condores, a trilha é uma subida não muito íngreme que dá uma vista muito bonita para o cordão de Adela. Como ventava muito, acabei não continuando para Las Águilas mas me disseram que a vista de lá é ainda mais bonita, com alcance até o Lago Viedma. Gastos do dia: 300ars Almoço La Tapera Jantar no hostel (sobra do dia anterior) Caminhando contra o vento ↑ Chorrillo del Salto ↑ Vista de El Chaltén do Mirador de Los condores ↑ Dia 09/01 Com tempo favorável, reservei no dia anterior no próprio hostel o transfer para Hosteria Pilar, que me buscou às 8h e foi passando em outros hoteis pegando turistas. O percurso leva uns 30min, com uma parada num mirador para o Fitz Roy. Esse trajeto tem uma subida menos puxada que a trilha que sai direto da cidade e te possibilita ir e voltar por caminhos diferentes, com visões diferentes, com 10km em cada trecho. O caminho de ida é por bosques dentro da floresta que dão a sensação de filme, um cenário surreal, meio mágico, com pequenas subidas e descidas e o Fitz Roy te acompanhando do lado direito em boa parte do caminho. O brinde desse trajeto fica por conta do Glaciar Piedras Brancas - lindão lá no meio do nada. Depois ou um pouco antes do acampamento Poincenot, não me lembro bem, me deparei com umas 3 pequenas trilhas no caminho. Não reparei que uma delas tinha troncos pequenos colocados em cima e segui um pouco até perceber que tava estranho pois não havia ninguém na minha frente e nem atrás, então não pensei duas vezes e voltei. Não sei para onde elas iam, mas entravam mais na floresta, quando a trilha certa nesse ponto passava por um descampado. Minha dica então: sempre vá pela trilha mais batida e se encontrar pequenos troncos cruzados em alguma, essa não é a correta. Se estiver na dúvida, espere que algum turista vai chegar e você pode ir junto. O desespero começa mesmo no km 9 (levei umas 2h30 para chegar nesse ponto), quando você se depara com uma placa dizendo que falta 1km, com trilha de alta dificuldade desnível de 400m. Coma um alfajor, um gel de carboidrato ou qualquer coisa que dê energia e se tiver bastões de caminhada, não pense 2x e use muito! A subida é desgraçada, você começa achando que tá indo bem, aí os degraus de pedra começam a ficar cada vez maiores e mais molhados, você olha para cima achando que já andou bastante e vê umas formiguinhas se mexendo lá longe no alto. Nessa hora confesso que bateu o desespero, diminuí o ritmo, parei algumas vezes para respirar e apreciar a vista e uns 40min depois, cheguei na Laguna de los 3. Sério, nem todas as fotos da internet que eu tinha visto retratam o que é esse lugar! Pena que o Futz Roy tava meio tímido e encoberto durante todo o tempo que estive lá (e durante a trilha ele tava lindão todo se mostrando). Sentei, comi, quase chorei, continuei para o lado esquerdo e me deparei com a Laguna Sucia, do mesmo lindo tom de azul da sua vizinha maior. A volta foi punk, porque meus joelhos já podres (tenho condromalácia nos 2), resolveram que não era suficiente o problema que eu já tinha e me deram um novo no ligamento colateral lateral. Comecei a descida bem devagar, tentando não forçar muito (ilusão) e no final da descida (quase 1h depois, ou seja, mais tempo descendo que subindo esse trajeto), eu mal conseguia dobrar a perna esquerda. Continuei num ritmo tranquilo e dando graças a Deus que tudo virou uma reta quase infinita, passando por lugares lindíssimos. Depois de um determinado tempo você se depara com uma bifurcação que te dá a opção de contornar a Laguna Capri ou ir direto para Chaltén. Acredito que a distância seja a mesma, então vale a pena ir pela Laguna e ver uma paisagem linda e diferente. Nos últimos 3km mais ou menos, a reta dá lugar à descida (para o meu desespero e dor no joelho), mas nada muito íngreme. No último quilômetro temos o Mirador Rio de Las Vueltas com um visual lindíssimo que vale a parada. No final da trilha você chega no "finalzinho" do vilarejo, próximo a uma das ruas principais. Mortos de fome como estávamos (eu e mais um brasileiro), paramos no famoso restaurante Rancho Grande, com pratos bem servidos, wi-fi bom e preços bem razoáveis. Chegando no hostel, notei que meu joelho esquerdo estava muito inchado, então comecei a colocar gelo e tomar antiinflamatório torcendo para que não fosse nada sério. Gastos do dia: 150ars transfer hosteria el pilar 280ars almojanta no Rancho Grande No comecinho da trilha, perto da Hosteria Pilar ↑ Glaciar Piedras Brancas ↑ Laguna Capri vista de uma parte da trilha ↑ Finalzinho da trilha para Laguna de los 3 (quando vc acha que a subida acabou, percebe que ainda falta mais um tanto) ↑ Linda Laguna de los 3 e o Fitz Roy escondido ↑ Laguna Sucia ↑ Panorâmica da Laguna Sucia e de Los 3 ↑ Trilha de volta para EL Chalten ↑ Vista do Fitz Roy na trilha de volta (lembre de olhar para trás de vez em quando!) ↑ Laguna Capri ↑ Mirador Rio de las Vueltas ↑ Dia 10/01 O planejamento era fazer a trilha Lloma del Pliegue Tumbado, uma das mais bonitas segundo li e com aproximadamente 20km de percurso. Entretanto, nem tudo sai como planejado e ao acordar, meu joelho ainda doía muito, então decidi ficar de molho no hostel só tomando remédio e colocando gelo, já pensando em me poupar para o Big Ice que tinha reservado para fazer em Calafate. Saí apenas para almoçar, comprar frutas e alfajor. Gastos do dia: 140ars almoço (pizza) no Patagonicus 100ars 4 alfajor Milka 40ars Kiwi, banana e maçã Dia 11/01 Dia de terminar de arrumar o mochilão, fazer checkout e partir para El Calafate com o transfer que eu já tinha reservado quando cheguei no aeroporto na vinda. Logo de cara, percebe-se que El Calafate é uma cidade maior, mais bem estruturada para o turismo e com mais opções. Fiz checkin no Hostel Bla Guesthouse (recomendo pela qualidade do serviço, wifi e café-da-manhã muito bons, mas possuem poucos banheiros para a quantidade de quartos disponíveis) e fui para a avenida principal pagar pela reserva do Big Ice com a Hielo y Aventura (se você não possuir cartão de crédito ou não quiser pagar IOF, manda email para eles para reservar e pagar até 1 dia antes da data escolhida) e procurar as demais excursões que eu faria. Com o joelho ainda doendo muito e o esforço físico requerido para o Big Ice, achei melhor mudar a reserva e acabei pagando para o Mini Trekking. A única pergunta que fizeram foi porque da mudança e quando respondi, perguntaram se eu achava que estava bem o suficiente para o Mini. Na Chaltén Travel, na avenida principal, fechei o passeio Full Day para Torres del Paine e quase em frente, na própria agência da Estância Cristina, fechei o pacote Discovery. Jantei uma omelete gigante no Pietro's e depois tomei o famoso e delicioso sorvete de calafate (frutinha típica da Patagônia que parece uma blueberry) no Helados Tito. Sério, não vá embora sem experimentar o sorvete, porque a geleia não é tão boa quanto! Passei no Green Market, ao lado do Pietro's e comprei uma empanada para levar na excursão do dia seguinte. Eles tem sucos, empanadas, lanches naturais e várias opções de compra para levar aos passeios. Gastos do dia: 1412ars Hostel Bla Guesthouse 3300ars Mini trekking com Hielo y Aventura 2700ars Full day Torres del Paine com Chalten Travel 4280ars Estância Cristina Discovery 4x4 + 500ars pela entrada do Parque Nacional (cobram junto porque no local não há fiscais que recolham o dinheiro) 125ars Almojanta de omelete no Pietro's 35ars Empanada no Green Market 60ars Sorvete de calafate no Helados Tito Hostel Bla Guesthouse ↑ Dia 12/01 Dia de mini trekking no Perito Moreno! Se não me engano, eles pegam no hostel às 9h. Quase 1h de estrada até a entrada do parque nacional, onde todos os veículos param e o fiscal cobra a entrada de todos presentes no ônibus. Eu tinha lido muito que residentes do Mercosul pagam mais barato que demais estrangeiros, entretanto, isso não é mais válido e apenas argentinos tem desconto no valor. Quase 30min depois andando pelo parque vemos a imensidão de gelo que é o Perito Moreno em algumas curvas que o ônibus faz (para essa visão, sente do lado esquerdo do veículo). Quando chegamos às passarelas, uma guia nos explica o percurso e por quais deveríamos andar e ter melhor visão dos descolamentos de gelo e quais eram melhores para o tempo que tínhamos disponível. O tempo estava horrível, uma chuva grossa, muita gente abrigada na plataforma principal que tem uma pequena cobertura... mas como o clima na Patagônia é bem variável, pouco depois depois já tinha parado e um leve sol surgiu (que também não durou muito tempo). No período em que estava andando por lá e observando, vi um descolamento gigante (mas não estava com a câmera fácil para gravar) e muitos outros pequenos. Esse é o motivo porque tantos turistas esperam nas passarelas, mas é um pouco triste saber o porquê de tais rupturas acontecerem. Uma hora e meia depois, voltamos ao ônibus para ir até o porto de onde sai o barco que nos leva até a base para os trekkings. A navegação leva uns 15min e chegando lá, você encontra um abrigo com banheiros onde pode deixar seus pertences para levar apenas o essencial. Uma caminhada rápida de 5min nos leva às cabanas onde são colocados os grampones e separados os grupos por idioma (inglês ou espanhol). Daí começa o mini trekking de verdade: próximo às cabanas, já subimos no gelo onde a guia nos explica como andar, subir e descer e todas as demais recomendações. Nos informes da Hielo y Aventura, é explicado que o tempo caminhando no gelo é de 1h30, entretanto, nosso grupo ficou quase 2h, o que eu achei suficiente e nem um pouco arrependida de ter mudado do Big Ice, visto que dá trabalho caminhar com os grampones e requer um esforço dos joelhos (talvez você não sinta se não estiver com o joelho machucado, como eu estava). Durante todo o caminho, são 2 guias que dão suporte, se oferecem para tirar fotos, falam sobre os glaciares e o Perito Moreno e ao final, chegamos no famoso whisky com gelo diretamente do glaciar. Eu passei a bebida (não gosto), mas peguei uma trufa de chocolate regional que eles deram como surpresa. Um bônus: naquele mesmo dia mais cedo, uma caverna de gelo se abriu bem perto das cabanas dos grampones e nossa guia nos levou para ver. Que negócio incrível! Achei bem legal da parte dela porque já tinha passado do nosso horário e outros grupinhos do mini trekking não viram o que o meu viu. Considerações sobre o mini trekking: posso dizer apenas sobre aquilo que vivi, então aqui vai: achei o mini trekking excelente! Não fiquei com vontade de fazer o Big Ice e pelo que eu entendi e um colega brasileiro que fez me contou, a grande diferença entre os dois (além do preço, claro), é o tempo caminhando no gelo e as cavernas de gelo que se pode visitar no Big Ice. Como eu dei sorte e vi uma caverna de gelo no mini trekking, fiquei super satisfeita. Além disso, toda a estrutura e o respeito que os profissionais tem com o lugar fazem com que o preço tenha valido cada centava pago. Mais 15min de navegação de volta, quase 1h30 de ônibus e cheguei no hostel por volta das 19h. Jantei no restaurante San Pedro na avenida principal e não anotei quanto paguei, mas comi uma pizza (para variar). Comprei umas empanadas para deixar no hostel umas bolachas para levar para Torres del Paine no dia seguinte. Gastos do dia: 500ars Entrada no Parque Nacional 70ars Empanadas no Green Market 85ars Bolachas num quiosque Vista do ônibus ↑ Nas passarelas, setor azul se não me engano ↑ Observe o tamanho das pessoinhas lá embaixo perto da geleira ↑ Outro grupo lá embaixo começando o mini trekking ↑ Com os grampones nos pés (use calçado impermeável!) ↑ Toda felizinha passando frio ↑ Caverna de gelo ↑ Esperando o barco chegar para ir embora ↑ Dia 13/01 Às 5h30 da manhã a empresa Always Glaciar me pegou no hostel depois de um pequeno susto - meu nome não constava na lista e aparentemente não tinha mais lugar disponível. Os locais de parada podem ser vistos no site da Chalten Travel (http://www.chaltentravel.com/main.php) e mesmo sabendo que seria extremamente cansativo por conta do tempo dispendido no ônibus eu quis arriscar e minha opinião: não vale a pena! hahahaha As paisagens são incríveis mas o parque é imenso e de fato vale a pena perder muito mais que 1 dia por lá. Fiquei com vontade de ver mais e não recomendaria a excursão porque além dos fatores já citados, tem o clima também. Pegamos um vento absurdamente forte, não conseguimos fazer a trilha de 1h até o Mirador para os Cuernos del Paine e tivemos que voltar. Não recomendo essa empresa pois o guia que estava conosco simplesmente saiu andando sem olhar para trás enquanto todos os outros estavam sentados sem conseguir andar por causa do vento e um jovem senhor americano caiu e cortou o rosto nessa empreitada. Quando chegamos na van, o guia soltou um: "eu avisei" e foi isso! Achei muito desrespeito, sério! O almoço é o ponto alto da excursão (já incluso no preço): num restaurante lindo ao lado de um lago lindo com vista para os Cuernos, com entrada (filé de peixe empanado), prato principal (uma carne que não reconheci e purê de batata) e sobremesa (pudim de leite), além de vinho ou refrigerantes. Cheguei em Chaltén em torno de 21h (o retorno deveria ser às 23h se tivéssemos feito a pequena trilha até o mirador) e fui jantar no Pietro's novamente (porque tinha wifi, era próximo do hostel, preço bem ok e eu gostei da comida). Gastos do dia: 200ars Pizza no Pietro's Cerro Castillo ↑ Vista ainda de fora do parque ↑ Vicuñas ↑ Lago impossível de escrever o nome e Cuernos del Paine ↑ Cachoeira Salto Grande Pequena demonstração do vento patagônico (fiquei com medo de perder o celular e saiu isso aí) ↑ Dia 14/01 Não sei o que dizer sobre a Estância Cristina além de "VÁ!", SIMPLESMENTE VÁ! Uma das coisas mais incríveis que meus olhos viram até hoje foi esse lugar. Existem 3 tours diferentes e eu escolhi o 4x4 porque um era mais barato mas não via tudo e outro era mais caro e tinha um trekking de 14km, então meus joelhos decidiram por mim e escolhi o conforto do carro. O tour começa te buscando no hostel às 7h e você leva mais ou menos 1h (não lembro com certeza) para chegar no porto Punta Bandera, onde pega uma linda embarcação e navega por quase 3h pelo Lago Argentino, com muitas pausas para foto e icebergs pelo caminho. Depois de tanto tempo, parabéns! você praticamente chegou no fim do mundo (ou foi assim que me senti). A estância foi criada em 1914 pela família Masters, que veio da Inglaterra quando ouviu falar sobre um lugar inóspito onde praticamente davam terras de graça a quem se interessasse. Hoje, tudo que era da família faz parte do Parque Nacional Los Glaciares, visto que não sobraram herdeiros. O tour começou num pequeno museu onde o guia explica sobre a história da família e você pode ver itens originais usando tanto na casa principal como itens que eles utilizavam na criação das ovelhas e para retirada da lã. De lá, um pequeno passeio em torno da propriedade principal, mostrando detalhes da flora e construções da família. Depois tivemos 1h para o almoço (custa 800ars se você reservar no barco e acredito que 500ars se você comprar junto com a excursão), mas não se apavore: muita gente não compra o almoço (como eu que levei minhas empanadas e alfajor) e pode comer junto com todo o restante no restaurante, sem problemas. Pelo que eu lembro, era oferecido uma entrada, um prato principal e sobremesa, além de água diretamente do glaciar da propriedade (bebidas são cobradas a parte). A melhor parte então: o 4x4! São dois carros que fazem um percurso de mais ou menos 40min só ida e o guia vai explicando muito sobre a história, sobre a fauna e a flora. Quando você acha que viu tudo, chega-se no Mirador do Glaciar Upsala e meu Deus, quase chorei de tão bonito! Ele delimitava a parte norte da propriedade dos Masters e eu só conseguia pensar em como eles conseguiam fazer tudo que faziam há 100 anos atrás, sem a tecnologia que temos hoje e num lugar de clima tão difícil. Uns 40min depois de ficar só apreciando (dica: prendam os cabelos o máximo que puderem, porque o ventinho patagônico não dá trégua e tudo vira um bolo infinito de nós), voltamos no 4x4 e pegamos o barco de volta para Punta Bandera, que não faz paradas para foto e portanto leva umas 2h, além do ônibus do porto até Chaltén, chegando por volta das 18h, quando fui bater perna no centrinho, comprar as geleias que eu queria e tals. Não jantei, só comi uma empanada e tomei um sorvetinho para me despedir. Consideração sobre o passeio: vale cada mísero centavo. Desde a organização, até a distância percorrida, você vê que tudo é extremamente bem cuidado, bem feito e sente que vale tudo que pagou. Recomendo mil vezes e voltaria com certeza! PS: eles tem um hotel e pelo que pesquisei, as diárias custam em torno de 500 dólares (sonho meu!) Gastos do dia: 35ars Empanada no Green Market 60ars Sorvete no Helados Tito 160ars Por 2 geleias de calafate 96ars Por 3 alfajor Iceberg no Lago Argentino ↑ Iceberg diferentão no caminho (não lembro da explicação sobre a cor dele) ↑ Parte das hospedagens da Estância Cristina ↑ Pequena capelinha ↑ Moinho construído pela família Masters e rio de degelo dos glaciares ↑ Chegando no Mirador Upsala ↑ Glaciar Upsala (todo esse lago foi glaciar ainda em meados de 1950) ↑ Completamente apaixonada por esse lugar! ↑ Dia 15/01 Arrumei minhas malas e às 11h o transfer que reservei pelo próprio hostel passou para me pegar. Como fui a única passageira, o trajeto levou só uns 20min até o aeroporto. Fiz o ckeckin para o vôo que saia depois das 13h, almocei e fiquei esperando a hora de voltar para casa. Gastos do dia: 150ars transfer até o aeroporto 230ars almoço no aeroporto Sobre os hostels: Recomendo todos que eu fiquei, apesar dos pontos negativos já citados, todos tinham excelente localização e só isso já me conquista. Sobre comidas: Principalmente em Buenos Aires, existe opção para todos os gostos e bolsos. Eu comi a famosa carne argentina só uma vez porque de fato, não sou muito carnívora. As empanadas são outra coisa que você precisa comer pelo menos uma vez (e para isso, recomendo fortemente o restaurante San Juanino). Na região da Patagônia você tem que provar o cordeiro. Particularmente, achei a carne muito gordurosa e não gostei, mas valeu a experiência. Alfajor: Experimentei várias marcas e minhas preferidas foram Negro e Jorgito da embalagem azul marinho (super baratinho e me conquistou). Simplesmente esqueci de comprar doce de leite, mas tinham me recomendado a marca San Ignacio. Fim do meu relato e de mais um sonho realizado!
  24. Olá pessoal, farei um breve relato da viagem. Resumo da viagem: 30 dias, entre janeiro e fevereiro de 2019 13 mil quilômetros Combustivel: 13 mil km 1400 litros gasolina, R$ 5700 reais para CARRO (Jeep - Grand cherokee 3.6) 520 litros gasolina, R$ 2000 reais para MOTO (Honda - CB 500x) Partimos de Florianópolis em direção a Bariloche nosso principal destino inicial, onde ficamos 2 dias inteiros fazendo alguns passeios na cidade. Depois disso continuamos para Sul descendo Ruta 40 ate Esquel para então entrar no chile por Futaleufu e descer Carretera Austral ate Puerto Rio Tranquilo onde fizemos passeio nas Capilas de Marmol (catedral marmore). Neste trecho pegamos Aproximadamente 300 km de Rípio que para carro tava tranquilo porem pra moto tava um pouco sofrido devido a "brita" solta nova que colocaram pois estão pavimentando a Carretera e essa rípio solto fica complicado para pilotar. Bom, para quem conhece Carretera sabe muito bem que vale cada quilometro percorrido nela, porem voltamos para ruta 40 para chegar a El chaiten, El calafate e no decorrer dos dias ir descendo ate torres del paine, e neste porto da viagem, por motivos de Doença na família minha madrasta teve que voltar ao Brasil de Avião e junto meu irmão por parte de pai também voltou, onde infelizmente mãe dela, avo dele veio a falecer infelizmente. Detalhe, meu pai estava com Moto em nome de minha madrasta e estava sem procuração dando os devidos direitos dele poder passar aduana com moto em nome dela, ai então em Puerto Natales fomos ate NOTARIA (tipo nosso Cartório no brasil) e la fizemos o documento. Outra observação, é que passamos as aduanas por varias vezes durante o restante da viagem e não entregávamos o documento para ver se iriam questionar algo, e nada pediam, passávamos tudo ok. Bom, Continuando então descemos ate Ushuaia onde ficamos 3 dias inteiros e depois fomos subindo ruta 3 com destino ate Puerto Madryn e la fazer passeio ate pinguinheira e também para conhecer Península Valdes. Apos isso tínhamos ainda tempo suficiente para passar em Buenos Aires, mas decidimos voltar para casa e dar apoio psicológico a família que voltara antes. Não tivemos nenhum contra tempo, nem com carro nem com moto, temperatura era na maioria das vezes boa para andar de moto, exceto em algumas regiões pela parte da manha quando cedo, porem no trexo da ruta 40 entre Gobernador Gregores e Tres Lagos, o ripio muito solto pior que na carretera e o FORTISSIMO VENTO LATERAL fez com que meu pai chegasse a chorar ao conseguir passar, neste dia 3 motos que la estavam passando pela mesma situacao desistiram e um reboque grande levou 3 motos e seus respectivos pilotos para trecho onde asfalta começava novamente. meu pai foi guerreiro antava pela antiga rodovia paralela a atual que esta para ser pavimentada por isso ripio (brita) solta. Bom meus amigos tenho videos curtos no youtube vou deixar link abaixo, esta dividido em 5 videos curtinhos! Grande abraços a Todos e em Março Abril de 2020 pretendo ir ao Atacama, BORA!?!?!?!
  25. Alguém sabe se tem empresa que aluga equipamentos para camping? Tenho interesse em fazer a trilha maior em novembro e iremos acampar. Mas me disseram que talvez seja possível alugar barraca, sacos de dormir etc pra não ter que ficar carregando tudo isso nas costas por tanto tempo rsrs
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