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  1. Bem aleatoriamente foi programada essa viagem cujo relato se segue 🙃... Nos encontramos em frente a um prédio no bairro da Boa Vista, em Recife, onde residem hoje tod@s @s 9 desbravadores (pessoas que estavam com fds livre e pensaram "porque não?") que toparam essa ida ao VALE DO CATIMBAU. De cara descobrimos que todo mundo pensava que "só eu não conheço ninguém", mas na verdade ninguém conhecia ninguém mesmo. As redes de conexão pré trilha se estendiam até no máximo 2 ou 3 pessoas. Mas então, vc se pergunta, como essa gente se achou em meio aos quase 9 milhões de Pernambucanos? Respondo: a Bel conheceu a Carol e a Flavinha em um grupo de voluntários que atua em prol da população em situação de rua, o UNIFIADOSPSR (falando nisso, segue o insta do projeto, faça sua doação e se junta à gente, quem sabe até não estaremos juntos numa próxima trip) e desse encontro a Bel agregou a mim, Bernardo, e o Renan, que por sua vez trouxe a Tayná! A Carol chamou o Iago que, seguindo a corrente, chamou o Guilherme e a Nicole. A Flavinha ia levar a Mayara, que infelizmente não pode ir, sendo assim, a Flavinha não ganha a estrelinha de agregador! Nos dividimos em 2 carros e saímos de Hellcife por volta das 16h da sexta. Após enfrentarmos o lento trânsito da cidade, chegamos à BR 232, que dá acesso ao sertão pernambucano. Os cerca de 300km que nos separam do Vale do Catimbau foram percorridos em cerca de 4h30m, numa viagem bem tranquila. A estrada é duplicada nos primeiros 135km, e logo depois é pista simples, mas em bom estado, até Arcoverde, onde pegamos uma estrada estadual que dá acesso ao vale. Esta última não está uma maravilha, mas nossos simpáticos motoristas Tayná e Iago tiraram de letra. Chegamos são, salvos e cheios de fome ao destino. O Iago havia ficado responsável por reservar nossa hospedagem na "POUSADA VALE DO CATIMBAU". Pagamos R$ 240,00 por 2 diárias cada um, sendo que estavam inclusas as 3 refeições, café, almoço e jantar. A pousada é simples, porém muito aconchegante. Os quartos são amplos, mas não tem ar condicionado, o que no nosso caso não fez a menor falta, já que as noites estavam bem frias. Havia um ventilador, para o sossego de gente que, como eu, precisam de um barulhinho pra dormir, morra de frio quem morrer. No nosso caso elegemos o Guilherme como pessoa que menos agregaria ao quarto naquele momento e colocamos o ventilador pra cima dele. A pousada possui wifi e chuveiro quente, que não funcionou na primeira noite pros habitantes do andar de cima. Eu poderia entregar que o pessoal de lá não tomou banho pra dormir por conta disso, mas vou optar por manter a discrição. Tínhamos a noite do primeiro dia livre. Então, comidos e banhados (ou não), fomos dar um pulo na pracinha da vila, que como toda vilinha do interior, fica na frente da igreja. Levamos 2 garrafas de vinho e ficamos papeando. Logo um morador meio embriagado veio contactar aquele estranho grupo. O Léo (acho que ele não ligaria em ser citado aqui) nos ofereceu rapé, que foi confundido com rapel por uns, e que alguns outros achavam que era cannabis de cheirar. Essa discussão, que ainda ecoa em minha mente, durou algum tempo. Ninguém falando coisa com coisa. Por fim eu tinha certeza de que o Léo, após tudo que ele já devia ter tomado de pinga até aquele momento, era a pessoa mais sensata em meio àquilo tudo. Logo depois fomos investigar quem era cada um daqueles com quem dividiríamos quarto, carro, talvez coronavírus e dor nas pernas pós trilhas, e o melhor jeito pra isso é, com certeza, fazendo mapa astral, né? Os taurinos, para minha tranqulidade, dominaram! Porque ô povo bom é o tal do taurino. Teve uns cruzamentos de lua com mercúrio que me deixaram mais atento, bem como uns júptires e saturnos cruzados meio estranhos, mas td bem. Voltamos para a pousada e fomos dormir. Contratamos um guia na pousada mesmo. Ele se chama CÍCERO, um cara altamente muito gente boa e super paciente. Fechamos com ele 4 trilhas a serem percorridas no sábado pela manhã, tarde e noite, e no domingo de manhã. Pagamos R$ 50,00/cada pelo "pacote", lembrando que esse valor foi fechado para um grupo de 9 pessoas. A primeira trilha foi feita no sábado pela manhã, logo após um café bem servido na pousada. Os trechos de caminhada nessa primeira trilha foram relativamente curtos. Os trajetos foram feitos mais de carro. Visitamos uma pedra que dá vista para todo o vale, um lugar lindo, onde o povo com mais de 3 planetas em Leão se esbaldou de tanta foto. Ainda na manhã de sábado fizemos a também curta trilha da pedra da buceta (espero que possa falar essa palavra aqui no mochileiros) e a trilha para os Câniores, essa um pouco mais longa, mas com um visual incrível no final. Na transição para os câniores paramos pra tomar uma cerveja num dos barzinhos que tem na estrada. Nesse ponto já estávamos muito entrosados e a conversa já fluia fácil ao som de um bregão. Paramos também na casa de uma das famílias que mora na árida e pobre região do Catimbau, que pertence ao município do Buíque, um dos 3 mais pobres do estado. A casa tinha 6 crianças, que por sinal estavam responsáveis pelo lugar e pela pequena barraquinha de esculturas em madeira que eles tentavam vender para os turistas, já que os pais tinham saído. Foi amor À primeira vista por aquela turminha!! É incrível como a energia do sertanejo é forte e acolhedora. Fomos até lá para deixarmos doações que reunimos entre nós mesmos... Foi um momento lindo! As crianças tinham uma energia tão verdadeira... Também foi importante pro nosso grupo, pois acho que ali a gente percebeu "poxa, essa galera é bacana". Talvez também o vale tenha nos abraçado mais naquele instante, pois, por menor que tenha sido nosso ato, nós mostramos que fomos lá para cuidar do seu povo e, sendo assim, acho que o vale resolveu que iria cuidar de nós tbm. Voltamos para a Pousada, almoçamos e logo partimos, apesar de cansados em virtude do forte sol, para a trilha da tarde. Fomos ver o INCRÍVEL por do sol no Chapadão. É uma trilha de leve a moderada, percorrida em cerca de 40 minutos, onde tbm podem ser vistas pinturas rupestres. O lugar fica na beira de um penhasco, com um vista linda. De lá também avistamos as formações pontiagudas em pedras que são típicas do Catimbau. Me fez lembrar muito (como eu repeti mil vezes) a Serra dos Órgãos, no RJ (tem relato meu de lá tbm aqui no mochileiros), e lembra também a Capadocia. Capadócia onde, por sinal, eu nunca estive, mas vi na novela, o que é quase a mesma coisa (ou não). Após aquele por do sol lindo, voltamos para a pousada e jantamos. A comida foi fartamente servida novamente. Nos preparamos então para a trilha noturna, que seria rumo a uma caverna. Fizemos uma parte do trajeto de carro e, ao chegar ao início da trilha acho que todo mundo sentiu algo, diria eu, diferente. Havia sim energias das mais diversas ali nos circundando, isso foi sentido por todos. De início ignoramos isso, o que foi um erro! Talvez a empolgação nos fez esquecer que aquele é um lugar sagrado, com uma energia ancestral muito forte e presente e que nós, enquanto visitantes, precisávamos ter respeito e equilíbrio para com tudo aquilo. Seguimos então para um período de tempo onde tudo meio que desandou. Os caminhos foram literalmente se fechando, pequenos acidentes e minha cabeça dando um tíute louco, que me tornou um ser insuportável por alguns instantes. Mas chegando à caverna e após eu ser trazido de volta daquele meu momento "nada ver com nada" (só um adendo, que pra mim aquilo que senti naquela noite é algo que até hoje tô trabalhando), as coisas pareceram se harmonizar mais. Fizemos uma fogueira e teve início, então, uma atípica noite na caverna, cujas memórias acabaram ficando por lá mesmo. Só sei que foi uma noite que envolveu muita energia, manifestando-se de diversas formas. Retornamos para a pousada já na madrugada. No domingo, veio então nossa última trilha. Fomos até o santuário, um local que segundo o Cícero era utilizado por povos ancestrais para a prática de rituais e por isso cercado de muito misticismo. O lugar é bacana demais, com formações em pedra que realmente nos remetem a um centro cerimonial. Talvez nós estivéssemos um pouco cansados e castigados pela caminhada e pelo sol, e não absorvemos tudo que poderíamos absorver ali, mas foi um belo lugar para dizermos "até logo, Catimbau". Voltamos para a Pousada, almoçamos e pegamos a estrada de volta a Recife. Bom, é isso. Foram 2 dias que renderam quase 3 páginas de relato. Foi uma viagem cujo foco, acredito eu, não tenha sido tanto as paisagens, apesar de exuberantes, mas, na minha percepção, teve como personagem principal toda a energia e misticismo daquela região com milhões de anos de história, que nos fez trabalhar muitas de nossas relações, tanto algumas muito íntimas, com nós mesmos, como nossas relações interpessoais, enquanto grupo. Foi lindo. Foi intenso. Espero ter ajudado aos futuros viajantes. Viva o Catimbau, seu povo forte e guerreiro, tão machucado por esse sistema social injusto e maléfico. Justiça Social, muito amor, mais viagens e não seja facista!
  2. Sempre quis conhecer os cânions do Velho Chico. Vale cada centavo e cada minuto! Junto com meu namorado optamos por um trajeto 'roots', de ônibus, saindo de Petrolina e indo até Recife. Gostamos de pisar no chão que queremos conhecer. Eu tinha o desejo de conhecer as vinícolas de Petrolina e ele ainda não conhecia Recife. Também queríamos uns dias sem fazer nada numa praia sossegada. Então, assim fizemos: Dia 01: RIO DE JANEIRO - PETROLINA Chegamos em Petrolina na madrugada de um sábado para domingo e, pegamos um hotel central na cidade. Já logo na manhã do primeiro dia, as 08h pegamos o 'Vapor do Vinho', um trajeto que sai de ônibus de Petrolina com destino a Cidade Nova e de lá, da Hidrelétrica de Sobradinho. No caminho, paramos na vinícola Terra Nova, do grupo Miolo. Um dos melhores espumantes que conheço. Seguimos a partir dali com o vapor, que nos levou para algumas ilhas do São Francisco onde pudemos entrar no rio com segurança. O vapor serve um ótimo almoço, tem excelentes drinks, música agradável e estrutura. O custo foi de R$ 198,00 por pessoa em abril de 2022. Voltamos a Petrolina no final do dia e fomos para o hotel. Dia 02: PETROLINA (VINÍCOLAS) Mapeamos 03 vinícolas em Petrolina que valem muito a pena conhecer: Mandacaru, Bianchetti e Rio Sol (esta última do grupo Global Wines que também possui a Cabriz em Portugal). Foi o único momento em que alugamos um carro. Vinhos excelentes e passeio lindo! A noite, curtimos um barzinho com música local na beira do rio, na orla de Petrolina Dia 03: PETROLINA (PE) - PAULO AFONSO (BA) Antes de devolver o carro, cruzamos a famosa ponte de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), vimos a orla de Juazeiro com estátua do João Gilberto, ilustre natalino da cidade, assim como de Daniel Alves, jogador de futebol atualmente do SPFC também nato ali. A orla é linda e super bem cuidada. Dali, partimos para o Ateliê do Mestre Quincas, em Petrolina, já próximo de onde devolveríamos o carro. Famoso pelas carrancas, conseguimos conversar com um de seus maiores discípulos, o mestre Gago. Devolvemos o carro e fomos para a Rodoviária, onde pegamos um ônibus executivo, da empresa Progresso com destino a Paulo Afonso na Bahia. É de Paulo Afonso que sai o ônibus para Canindé do São Francisco, em Sergipe, cidade dos cânions. DIA 04: PAULO AFONSO (BA) - CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO (SE) Chegamos em Paulo Afonso tarde da noite, pegamos um hotel central e no dia seguinte já as 06h da manhã o ônibus para Canindé. São 02 horas de viagem e, a rodoviária de Canindé é na frente da Pousada que ficamos hospedados. Dali, já assim que chegamos, pegamos o barco para os cânions. O passeio é lindíssimo e dura cerca de -3h30. Com piscina natural. Em seguida, pedimos para o motorista que contratamos (lá tem que ser assim... as pousadas conhecem, não caiam no primeiro que se oferecer!), nos levar ao por do sol nos cânions dourados. Onde se vê de cima os cânions. É um negócio de lindo. DIA 05: CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO (SE) - PAULO AFONSO (BA) Já no dia seguinte, fomos a Piranhas (AL). Uma linda cidade histórica onde foi feita a emboscada a Lampião e Maria Bonita. Depois de uma voltinha no centro e na prefeitura onde ficaram expostas as cabeças dos cangaceiros, fomos até o restaurante Angicos, de lancha, onde além de um almoço incrível e de mergulhar mais umas vez nas águas do Velho Chico, pudemos fazer a Rota do Cangaço. Uma trilhazinha de 600m para a gruta onde Lampião e seu bando estavam quando foram tocaiados. Voltamos para Piranhas (AL) e de lá para Canindé (SE) para no fim da tarde pegar o ônibus de volta a Paulo Afonso (BA) e no dia seguinte seguir viagem para Maceió (AL) onde um motorista nos buscaria para nos levar à Praia do Patacho, na divisa dos Estados de Alagoas e Pernambuco. DIA 06: PAULO AFONSO (BA) - PATACHO (AL) Foram 05 horas de ônibus da Real Alagoas, esse sim o famoso 'pinga-pinga' para Maceió. No caminho, passamos na cidade onde nasceu a jogadora Marta, Dois Riachos (AL) e aonde nasceu Graciliano Ramos, Paineira dos Índios (AL). O motorista nos buscou e esse foi o único trecho mais 'playboy'. Mas valeu a pena. Pois de carro fomos contornando a costa e vendo as lindissimas praias do litoral norte alagoano. DIAS 07 A 10 - PATACHO (AL) Ficamos na charmosa pousada Quinta do Patacho, na praia do Patacho. Ali fizemos poucos além de ... nada! Lugar lindo, bucólico, fomos nas piscinas naturais onde vimos peixinhos tipo a Dori do Nemo, fomos a 03 excelentes restaurantes: SUR, do chef Serginho Jucá do Mestre do Sabor, Peixe na Telha e um cujo nome não me lembro, mas, fica na rua da pousada e comemos uma paella alagoana incrível. Tudo isso regado aos vinhos que estávamos carregando cuidadosamente desde Petrolina! No último dia, pegamos uma balsa até Japaratinga (PE), onde uma carona do Blá Blá Car nos buscou para irmos para Recife. DIAS 10 A 12 - RECIFE (PE) De volta a metrópole, ficamos no flat de uma amiga em Boa Viagem. Contamos com amigos locais para descobrir a boa de cada dia e noite, mas, basicamente, fomos ao Bar Central, um boteco próximo a zona norte, em uma rua com tantos outros, onde tem um excelente falafel. No dia seguinte, caminhamos pelo Marco zero e fomos ao Museu Cais do Sertão. Seguimos para Olinda, onde caminhamos pelos pontos turisticos e almoçamos no Oficina do Sabor. No dia seguinte, ultimo dia, optamos por ficar na praia mesmo até o momento de ir para o aeroporto. A viagem inteira, contando com passagens e hospedagens saiu menos de R$ 4K para cada um.
  3. Olá viajantes! Aproveitei o tempo livre durante a pandemia da Covid-19 para fazer o relato de uma viagem que fiz com minha companheira e mais 3 amigos em julho de 2019. Rodamos 1675 km por 4 estados nordestinos (PE, AL, BA e SE). Eu e os amigos somos todos professores de História no Estado do RJ e participamos de um simpósio em Recife na semana que antecedeu a viagem. Na verdade a nossa ideia inicial era alugar um carro e ir pelo litoral até Natal, passando por João Pessoa. No entanto a previsão era de muita chuva e decidimos viajar pelo interior, conhecendo as seguintes cidades: Caruaru - Garanhuns - União dos Palmares - Piranhas - Canudos. Aproveitamos para visitar uns parentes meus em Frei Paulo - SE e retornamos a Recife. Foram 6 dias de viagem, entre os dias 20 e 25 de julho de 2019. Dia 1: 20/07/19 (sábado) - Recife - Caruaru - Garanhuns Pela manhã fomos buscar o carro alugado no aeroporto. Já estava reservado pela Unidas. Pegamos um Sedã pois éramos 5 e precisávamos de espaço. Inicialmente queríamos um Nissan Versa, porém o rapaz da locadora nos indicou pegar um dos VW Voyage que estavam novos em folha. O que pegamos tinha menos de 2000 km e com central multimídia. Valeu bem a pena. Traçamos as rotas pelo Waze mesmo e onde não havia sinal pelo Here Maps (no Here é possível baixar mapas para a utilização off-line). Saímos no fim da manhã para almoçar em Caruaru. O caminho é pela BR-232, rodovia movimentada, porém toda duplicada. Há um trecho de serra. Como chovia, pegamos neblina na altura de Gravatá. Chegamos em Caruaru na hora do almoço, indo direto pra lendária feira, que é bem grande e movimentada. Artigos de couro são ótimos e bem em conta. Todo mundo saiu de lá com uma sandália de couro! Elisa com duas bolsas e sandalinhas para todas as afilhadas. Almoçamos numa barraca no cantinho da área de alimentação e fomos atendidos por um cara muito simpático que não lembro o nome. Lá comemos um Sarapatel sensacional! O Tiago repetiu a dose! As meninas comeram rabada. Pena não poder ficar mais um pouco na cidade para conhecer a obra do Mestre Vitalino. seguimos para Garanhuns para chegar ainda de dia. Garanhuns é frio, acreditem. Chegamos lá no fim da tarde, chovia fino e fazia uns 16 graus (Tolerável para cariocas, abaixo de zero para os padrões nordestinos). Por sorte todos tinham algum agasalho no carro. Estava acontecendo o Festival de Inverno de Garanhuns, a cidade estava completamente lotada e foi meio difícil achar hospedagem. Acabamos achando um Hostel que estava funcionando num hotel imenso, certamente o maior da cidade. O Hostel era temporário e um TCC de uma garota da cidade que se formava em turismo. Os quartos amplos e boas camas. O banheiro era estilo vestiário, com vários boxes. Ducha sensacional no frio nordestino! Estava caro: R$ 100 com café da manhã. Foi nossa hospedagem mais cara. A cidade apesar de lotada nos deu ótima impressão. Fomos direto pra festa, que acontece numa praça de eventos batizada em homenagem ao grande Dominguinhos, filho ilustre da terra. Curtimos o show de Zélia Duncan debaixo de chuva fina. Foi legal e inusitado encontrar uma festa imensa no meio do caminho. antes das 2 da manhã fomos pra cama. O dia seguinte era cheio. Dia 2: 21/07/19 (domingo) Garanhuns - União dos Palmares - Piranhas Acordamos um pouco tarde, antes das 9, e tomamos o café do Hostel com o clássico nordestino: Cuscuz recheado. Continuava frio e o tempo meia boca. Nosso destino do dia era visitar o sítio histórico da Serra da Barriga em União dos Palmares - AL. O trajeto era de uns 130 km, pegando uma rodovia estadual, a PE-177, até encontrar a BR-104, sentido sul até Palmares. Estradas simples, mas boas e pouco movimentadas, afinal era domingo. Chegamos em Palmares pelo meio-dia. A cidade estava completamente deserta. O parque fica bem próximo à cidade, com um acesso pavimentado (parecia recente). Até pq a Serra da Barriga é íngreme e subir por estrada de chão num dia chuvoso seria inviável. O sítio histórico fica bem no topo da serra. Pouco visitado e um pouco mal cuidado, infelizmente, fruto do severo corte de verbas que nossas instituições de educação e cultura enfrentam. O local está sob a administração do IPHAN e da UFAL. Ao menos existem guardas lá. Porém isso não foi um problema, já que todos estavam em êxtase por estarem na terra de Zumbi dos Palmares (imaginem 4 professores de história juntos em Palmares!!). A emoção foi geral. Susanna se debulhou em lágrimas do início ao fim. Foi comovente. Existem dois mirantes de onde podemos ver toda a planície entorno da serra. Aí percebemos a escolha daquele local pelos palmarinos. Existem algumas construções que remontam as originais, torres de observação e a barraquinha dos souvenirs. É bem simples, mas bastante simbólico. Todos gostaram bastante. No retorno buscamos algum lugar pra almoçar. Só tinha um restaurante aberto, bem no centro, numa praça onde parecem ocorrer os eventos da cidade. Era um Self-Service, não tinha muita coisa pela hora já alta e o pessoal da cozinha, super solícito, fez uma lasanha na hora pra nós. Estava ótima! Voltamos pelo mesmo caminho, alcançando a BR-423 em Garanhuns. Essa rodovia corre em direção sudoeste, de Caruaru a Paulo Afonso - BA. Seguimos por ela, avistando um belo pôr do sol até Delmiro Gouveia-AL, onde seguimos pelas estaduais AL-145 e AL-220 até chegar em Piranhas - AL. Lá achamos boa hospedagem no Hotel Mandacaru, fora do Centro Histórico (R$ 55 a diária por pessoa). Como chegamos no início da noite ainda deu pra visitar o centro da cidade, à beira do Velho Chico. Dia 3: 22/07/19 (segunda) - Piranhas: Pela manhã fomos à barragem da Usina de Xingó, do lado Sergipano, fazer o passeio de Catamarã pelos Canions do São Francisco. O passeio dura em média 4 horas, com direito à banho de rio. É um passeio caro (R$ 110 por pessoa. Uma lata de cerveja R$ 10) mas vale a pena. Almoçamos um peixe frito na beira do rio em Canindé do São Francisco - SE. No fim da tarde passeamos pelo centro de Piranhas e à noite por indicação do Henrique, da recepção do hotel, comemos uma deliciosa e barata carne de sol com feijão tropeiro num bar local. É o que o nordeste tem de melhor. Boa gente, comida e bebida boa e barata. Dia 4: 23/07/19 (terça) - Piranhas - Canudos - Frei Paulo: Após o café visitamos o Museu do Cangaço no centro de Piranhas e partimos rumo a Canudos - BA. Fizemos o mesmo caminho até alcançar novamente a BR-423, seguindo por ela até Paulo Afonso - BA. Vale uma parada na Ponte Metálica D. Pedro II para uma foto do São Francisco e da barragem de Paulo Afonso. Nessa cidade encontramos a BR-110 e seguimos por ela na direção sul até Jeremoabo - BA, pista simples e bem conservada. Lá alcançamos a BR-235, a Rodovia do Vaqueiro, sentido oeste, em direção à Juazeiro - BA. Nesse trecho é preciso mais atenção. A rodovia é mal sinalizada com um trecho de cerca de 10 km ainda em Jeremoabo na piçarra (barro). O asfalto retorna, mas logo desaparece novamente. Ao menos até Canudos a maior parte do trecho é no asfalto. A medida em que se avança rumo ao sertão profundo, mais deserto fica o caminho. Há que se ter muito cuidado com os Bodes que atravessam a pista o tempo todo. Não aconselho de forma alguma andar por esse trecho à noite. Alcançamos Canudos por volta das 12 horas e o Parque Estadual fica um pouco depois da cidade, à beira do Açude de Cocorobó. O Parque é administrado pela UNEB e precisa ser melhor sinalizado. Tem que ser visitado de carro, pois as distâncias são longas. O ponto alto do Parque é a vista do açude e de um trecho da Canudos Velha do alto do Morro da Favela, local onde as tropas do Exército ficaram estacionadas. Na seca é possível ver as ruínas da cidade velha. Em julho estavam submersas. A vista do sertão é espetacular! Todos ficaram pensativos tentando encontrar um porquê para tanto sangue derramado naquela terra extremamente seca. Estima-se que o Arraial do Belo Monte tinha 25.000 habitantes no início da guerra, o qual sobraram 400 pessoas, somente mulheres e crianças. O cenário é melancólico. Saímos do parque um pouco antes das 15 horas, buscando em Canudos algum lugar pro almoço. Não encontramos. O jeito foi parar numa padaria e comer uns salgadinhos. Meus tios já aguardavam ansiosos. Pegamos a BR-235, agora para leste, sentido Aracaju. Em Sergipe a rodovia melhora sensivelmente, mas é o caso andar na faixa dos 80 Km/h pelos buracos que surgem do nada. Antes das 19 horas estávamos junto à minha família em Frei Paulo. Dia 5: 24/07/19 (quarta-feira) - Frei Paulo - SE: Foi um dia de confraternização com minha família, com uma bela rabada de almoço. Mas antes fomos à Itabaiana para visitar o Parque dos Falcões. Custa R$ 20 por pessoa a entrada e lá podemos conhecer aves de rapina da nossa fauna que não podem mais viver na natureza, a maioria capturada de caçadores em ações de fiscalização dos órgãos ambientais. Vale a pena a visita. Passamos rapidamente na Feira de Itabaiana e fomos encarar o banquete. O dia foi calmo, com bate-papo e cerveja gelada no quintal. Matamos as saudades. Dia 6: 25/07/19 (quinta-feira) - Frei Paulo - Recife: Acordamos cedo e fomos encarar o café da manhã de Neguinho, no Povoado Alagadiço, em Frei Paulo. Na verdade é um rodízio de carnes com guarnições como rabada e queijo coalho com melado às 8 da manhã. É loucura! O preço, padrão nordestão: R$ 15 por cabeça! Antes das 10 estávamos na estrada para percorrer os 550 km finais até Recife. Depois do café hiper reforçado nem almoçamos. Chegamos em Recife no início da noite e ainda aproveitamos o finalzinho de viagem para repetir a dose no Aritana, em Olinda. Comemos um arrumadinho de charque e nos despedimos da simpática Juju, dona da casa. No dia seguinte foi entregar o carro e voltar pro Rio, sempre com saudades do nordeste! Sobre os custos: Não tenho os valores exatos anotados e nem me recordo de cabeça. As despesas de hospedagem, combustível e refeição eram dividas por todos os amigos na hora. Refeições em média R$ 30-40 por pessoa. Só sei dizer que foi barato e valeu demais. Lembrem-se: O nordeste não é só suas praias. Vale muito a pena um passeio pelo interior. Nossa galera já quer uma outra jornada, com destinos mais ousados: De Aracaju à Serra da Capivara, passando por Juazeiro e Petrolina. Seguem algumas fotos.
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